Um conjunto de fatos essenciais a respeito da terra é
apresentado nas profecias. 1) A Palestina se tornará a herança de Israel (Ez 36.8,12; 47.22,23; Zc 8.12). Isso é crucial para o cumprimento das alianças de Israel. 2) A terra será ampliada em comparação com a área anterior (Is 26.15; 33.17; Ob 17-21; Mq 7.14). Pela primeira vez Israel tomará posse de toda a terra prometida a Abraão (Gn 15.18-21). 3) A topografia da terra será alterada (Is 33.10,11; Ez 47.1-12; Jl 3.18; Zc 4.7; 14.4,8,10). Em vez do terreno montanhoso que hoje caracteriza a Palestina, existirá uma grande e fértil planície na segunda vinda do Messias (Zc 14.4), de modo que a Palestina realmente será "bela e sobranceira" (Sl 48.2). Essa nova topografia permite ao rio fluir da cidade de Jerusalém para os dois mares e regar a terra (Ez 47.1-12). 4) Haverá fertilidade e produtividade renovada na terra (Is 29.17; 32.15; 35.1-7; 51.3; 55.13; 62.8,9; Jr 31.27,28; Ez 34.27; 36.29-35; Jl 3.18; Am 9.13). Assim, o que arar o campo alcançará o ceifeiro por causa da produtividade da terra. 5) Haverá chuva abundante (Is 30.23-25; 35.6,7; 41.17,18; 49.10; Ez 34.26; Zc 10.1; Jl 2.23,24). Ao longo de todo o Antigo Testamento a chuva era sinal da bênção e da aprovação de Deus, e a falta de chuva era um sinal do julgamento de Deus. A abundância de chuva na terra será um sinal da bênção de Deus naquele dia. 6) A terra será reconstruída depois de ter sido devastada durante o período da tribulação (Is 32.16-18; 49.19; 61.4,5; Ez 36.33-38; 39.9; Am 9.14,15). As sobras da destruição serão eliminadas, para que a terra esteja novamente limpa. 7) A Palestina será redistribuída dentre as doze tribos de Israel. Em Ezequiel 48.1-29 essa distribuição é esboçada. Nesse capítulo a terra encontra-se dividida em três partes. Na parte norte, a terra é repartida entre as tribos de Dã, Aser, Naftali, Manassés, Efraim, Rúben e Judá (Ez 48.1-7). A terra parece ser dividida por uma linha de leste a oeste por toda a dimensão ampliada da Palestina. Da mesma forma, a porção meridional será distribuída entre Benjamim, Simeão, Issacar, Zebulom e Gade (Ez 48.23-27). Entre as divisões norte e sul, existe uma área conhecida como "região sagrada" (Ez 48.8-20), ou seja, a porção da terra separada para o Senhor. Essa área terá 25 mil canas* (* A ARA traz "côvados", uma tradução duvidosa, já que o texto hebraico não tem a palavra específica para côvado nesta passagem. (N. do T.)) de comprimento e largura (Ez 48.8,20) será dividida em uma área de 25 por 10 mil canas para os levitas (Ez 45.5; 48.13,14), e a mesma área para o templo e sacerdotes (Ez 45.4; 48.10-12) e 25 por 5 mil canas para a cidade (Ez 45.6; 48.15-19). Unger escreve: Qual é o comprimento de uma cana em Ezequiel? Essa medida é apresentada como "seis côvados", "um côvado e um palmo* cada" (40.5). [* Uma palma, a medida da largura da mão de um homem. (N do T.)] "Um côvado é um côvado e um palmo" (43.13). Então o verdadeiro problema é: Qual o comprimento de um côvado especificado em Ezequiel? Pesquisas arqueológicas demonstraram que três tipos de côvado eram empregados na Babilônia antiga [...] O menor, de 28 cm ou três palmos, era utilizado em ourivesaria. O segundo, de quatro palmos ou 36 cm, era aplicado em construções, e o terceiro, de cinco palmos ou 45 cm, era usado para medidas de agrimensura. O côvado mais curto de três palmos (um palmo tem cerca de 9 cm), equivalente a 28 cm, é a unidade fundamental básica [...] Como o profeta é bastante específico em relatar a unidade de medida da sua visão em "um côvado e um palmo" (40.5; 43.13), ele, sem dúvida, quer indicar o menor côvado de três palmos como uma medida básica, mais um palmo ou o que é equivalente ao côvado do meio, de 36 cm de comprimento. Com esse cálculo uma cana teria 2,5 m. A região sagrada seria um quadrado espaçoso, de 55 cm de lado, abrangendo cerca de 3025 km2. Essa área seria o centro de todos os interesses do governo e da adoração divina estabelecidos na terra milenar. (Merrill E UNGER, The temple vision of Ezekiel, Bibliotheca Sacra, 105:427-8, Oct. 1948)
Se o côvado maior fosse empregado, isso aumentaria a região sagrada em
cerca de 80 km de lado. Isso só poderia ser possível à luz da área mais ampla contida nas fronteiras palestinas no milênio. (Cf. Arno C. GAEBELEIN, The prophet Ezekiel, p. 339)