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O MISTÉRIO DA VERDADE

Este livro deve iniciar seu “rol de mistérios”, falando do motivo deles
existirem: a falta da verdade absoluta para que sejam explicados
convincentemente, com base em fatos, através de razões plausíveis que
sejam perfeitamente “deglutíveis”, sob a ótica da racionalidade e de
acordo com a realidade com a qual o ser humano mais curioso está
acostumado a lidar.
Assim, é justo começar falando dos mistérios da vida, falando da
verdade, se é que esta palavra de fato faz sentido, pois, afinal, ninguém a
conhece ainda, portanto corre-se o risco de falar de algo subjetivo,
inexplicável e inalcançável sob as circunstâncias atuais por que vive o seu
buscador. Depreende-se daí que não se pretende pregar uma verdade
qualquer, partindo do pressuposto e da opinião meramente pessoais. Pelo
contrário, o objetivo é aguçar, questionar, esmiuçar e rever alguns
conceitos anteriormente apregoados pelos especuladores ou até pelos que
se consideraram ou consideram-se “donos da verdade”. Afinal, apara toda
especulação há uma essência, talvez até verdadeira. Por isso, não se deve
desprezar nenhuma opinião, nenhuma assertiva e nenhuma visão. A
verdade somente acontecerá se comprovada cientificamente, pois, em
contrário deve ser considerada uma “meia-verdade”, ou seja, não irá
satisfazer ao mais exigente, ou pelo menos, poderá ser um caminho para
se encontrar o resultado final mais cabível ao senso comum e até aquele
que o senso comum ainda não detectou, mas um dia o fará. Se até mesmo
a ciência se equivoca vez por outra, imagine-se quem especula ou quem
se baseia na fé ou na auto-sugestão para acreditar na veracidade de uma
determinada matéria. Além do mais, muito bem observou o filósofo Francis
Bacon, quando sabiamente ponderou: “Quem não quer pensar é um
fanático; quem não pode pensar é um idiota; quem não ousa pensar é um
covarde...” Portanto, que se pense, mas que se faça idéias coerentes e
compatíveis com a inteligência. Então, que ninguém tenha a presunção de
querer impregnar ou pregar suas próprias verdades. Pode, sim, lançar as
dúvidas, os questionamentos, mas jamais querendo dizer que está certo e
ponto final. Muito bem observou quem disse que a “ignorância é
atrevida”, talvez porque ninguém deve se arvorar de sábio, pois poderá
trilhar os tortuosos caminhos da presunção e da vaidade, tornando-se
ignorante pela falta de perspicácia. Afinal, ninguém deve se esquecer que
a verdade pode ser relativa, isto é, possuir ramificações. Por outro lado, a
verdade absoluta não possui meio-caminho, é direta e imutável. Esta
continua distante.
Uma das fortes barreiras para tingir a verdade única, seria a
limitação dos cinco sentidos do indivíduo que não captam mais do que as
vibrações da matéria tridimensional. A energia condensada e modelada, e
não a sua essência. Os olhos, por exemplo, atingem um espaço muito
pequeno (a não ser que a pessoa seja dotada da faculdade paranormal
chamada de “visão remota”, assunto para mais adiante). De sua parte, os
animais enxergam, ouvem e sentem diferentemente, pois têm acesso a
diferentes “spectrums” do campo magnético, o que lhes faculta sensações
muito além do que se imagina. Talvez seus cérebros não tenham atingido
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a racionalidade humana, mas certamente suas inteligências estariam
direcionadas para outras áreas em que os homens ainda estão atrasados.
Do lado oposto, os religiosos, inebriados pela fé, interpretam as
leituras sacras de acordo com os princípios e valores que aprendeu e, à
sua maneira, vê e ouve. Do mesmo jeito age o pesquisador sério e o ateu.
Cada um tem a sua própria verdade. Uns fundamentados, outros, apenas
para “garantir o seu lugar no Céu”. Os chamados milagres seriam fruto de
auto-sugestão ou mesmo do chamado “efeito placebo” , donde se deduz
que seria a mente aquela que “faz” a verdade acontecer. atesta a força da
crença.
O buscador típico é aquele que quanto mais cava, mais fundo ficam
suas dúvidas, uma vez que poderá encontrar outras fontes de informação
durante seu percurso. Porém, deverá estar consciente que não importa
quando achará sua resposta. O que importa será saber que um dia o
tesouro da verdade será achado.
Descobrir “uma verdade” pode acontecer mais amiúde.
O que não acontece rotineiramente é achar “a verdade”.
Assim, para descobrir uma verdade, deve-se, primeiramente, pesar
os prós e os contras (hipóteses e teorias) na balança da racionalidade,
sem se deixar levar por nenhuma tendência, senão esta a acobertará
irreversivelmente.
Se a verdade está lá fora, não importa. O que importa é procurar,
estudar com “olhos de ver” e ouvidos de ouvir”, sempre coerente consigo
mesmo e com a realidade. Agindo como místico, o buscador sensato unirá
as exigências do cientista com os segredos da metafísica, fazendo se sua
análise, a verdade suprema.
Finalmente, nunca é demais se lembrar da máxima proferida pelo
filósofo Rosacruz, C.J. Keyser: “A certeza absoluta é um privilégio das
mentes não-educadas dos fanáticos. Para as mentes científicas, a certeza
é um ideal inatingível.”
Os buscadores inatos são geralmente pessoas de mente aberta, pois
gostam de especular e soltar a imaginação, mas devem sempre respeitar
os limites da razão.
O que se deve levar em conta, enfim, são os fatos que comprovem
ou neguem qualquer idéia imaginada.
“Se non è vero, è bene trovatto...”
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O MISTÉRIO DA MORTE

E se a chamada “morte do corpo”, ou cessação definitiva das


atividades orgânicas de uma pessoa racional, for mesmo definitiva, tal
como apregoam os incautos e pretensiosos céticos? E se tudo que falam,
ou seja, de que a alma sobrevive ao corpo, for um grande de um engodo
cujo propósito for somente para dar “esperanças” de que a vida continua
de outra forma? Bem, na verdade, este não é o caso deste ensaio. É
preferível acreditar no que a grande maioria dos indivíduos acredita: que o
espírito muda de dimensão. O certo, contudo, é que ninguém “engole” a
morte. Ninguém - ou poucos - encara a morte com resignação e a
assume como se fosse algo natural, porque afinal, a morte é sim natural,
uma vez que é um fato presente na vida de todo ser vivo
indiscriminadamente.
Quando a humanidade adquirir uma perspectiva diferente com
relação à morte, toda a sua atitude se modificará. O medo da perda,
talvez, irá cessar definitivamente e tudo será encarado como uma viagem
sem volta, é certo, mas com perspectivas, quem sabe. O fato é que muito
se escreve, muito se lê e muito se fala sobre esse temível momento na
vida de todos. E muito se escreverá ainda. Geralmente ninguém terá uma
conclusão cem por cento plausível. Tudo será especulação. Afinal, como se
diz no vulgo popular: “Ninguém voltou da morte para contar”. Quem conta
acerca do outro lado, enfim, é sempre o “morto”, ou seja, quem já morreu,
Jamais, um corpo ficou muito tempo enterrado e depois voltou à vida para
contar. E quem garante que tudo não seria fruto de uma mente que ainda
se desconhece os mecanismos? O melhor é estudar o fenômeno de
desprendimento físico de uma forma mais pragmática, a fim de dirimir um
pouco esse que parece ser o maior mistério humano.
As conclusões científicas, como não podia deixar de ser, são
distintas das religiões que, por sua vez, também não são plenamente
concordantes entre si. O mesmo se diz quanto o estudo sobre a morte,
chamado de “tanatologia”. Umas coincidências aqui e acolá, mas cada um
tem um ponto de vista diferente sobre o mistério que envolve o final da
vida. Não há consenso, em síntese.
E advém a velha e incansável pergunta: o que sentiria a pessoa que
está para morrer. Quais seriam as reações físico-orgânicas e mentais de
um moribundo?
O processo de expiração definitiva de um indivíduo poderia se
resumir no simples fechar de olhos, parar do coração e fim da oxigenação
do cérebro com eventual término das funções nervosas do corpo. Fim.
Depois, seu corpo teria o destino certo: o cemitério se, claro a morte
ocorresse de forma natural, ou seja, num leito. Eis que surge a indagação
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de sempre: como seria o processo biológico e “extra-biológico” no
momento do fim da estrutura carnal que sustentou a vida?

Segundo pesquisadores (dentre médicos, cientistas, místicos e


outros especialistas no mórbido assunto em pauta), inicialmente, a
energia vital, aquela força invisível que comandaria as funções
involuntárias do organismo começa a se dissipar aos poucos, fazendo com
que a vida desaparecer no corpo do moribundo que, por sua vez, começa
a sentir uma forte pressão que se inicia nos pés e vai invadindo
lentamente o corpo inteiro que vai ficando dormente e frio. Os membros
tornam-se pesados. Por causa disso, a respiração e a circulação do sangue
vão ficando também vagarosos e os sentidos da visão e da audição
começam a desaparecer. Certamente, um certo desespero toma conta da
pessoa. A sensação de abandono se inicia. Advém uma tremedeira
ininterrupta. É o choque do desprendimento definitivo que está próximo. É
reação do sistema nervoso, perto da pane total. Uma pressão ainda mais
forte é sentida nessa hora fatídica e desconhecida (quem sabe,
esquecida).
Uma vez que a corrente sanguínea é afetada, as glândulas, em
resposta ao chamado da morte, injetam no sangue uma substância que,
por sua vez, irá afetar o enfraquecido coração. Essa é uma das causas
básicas do estado de coma. Produz-se uma espécie de abalo psíquico, que
afrouxa a conexão entre a consciência e o sistema nervoso físico. Assim, a
alma ou, pragmaticamente, a “contraparte do corpo”, se desprenderá do
seu envoltório denso que, em determinadas partes já está rijo, como se
estivesse “morrendo aos poucos”.
O coração começa a ter dificuldades para se encher de sangue
totalmente, tal como o fazia quando o corpo era saudável. Por isso, o
bombeamento fica comprometido, agravando ainda mais a situação dos
combalidos órgãos. A sensação de identificação com o próprio corpo, vai
minguando, lenta e progressivamente e a sensação de perda tem início
efetivo. Um zunido forte e profundo é ouvido dentro da cabeça e um
torpor passa a ser sentido. É uma sensação de sonolência incontrolável.
Na seqüência, produz-se uma pausa – seria a chamada “melhora da
morte”? -, para que o processo de afrouxamento se dê sem dor, e o mais
suavemente possível. Pseudo-sensação de alívio, porém muito breve.
Inicia-se outra fase que antecede a morte. O sofrimento para ser
mais efetivo quando os pensamentos do “quase-defunto” se prendem aos
seus humanos desejos, tendo início à etapa de negação. Ele se recusa a
abandonar seu corpo, a deixar seus sentidos. A iminência de defrontar
com o desconhecido lhe apavora. É o temor pelo que está próximo a
acontecer. Chegou finalmente a hora de desvendar um dos maiores
mistérios da vida: a morte. Se a pessoa foi alguém curioso, talvez uma
sensação de compreensão e resignação poderá ocorrer, porque ele
compreende que vai, enfim saber o que está além da vida se é vida, ou se
é o nada. Por mais que acreditasse na vida após a morte, sempre haverá
uma ponta de dúvida e, por isso, a expectativa pelo provir se intensifica. O
desprendimento prossegue. Célere e implacável. A dormência
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generalizada entorpece o corpo todo e o seu peso aumenta. Peso este que
inicia a partir dos olhos, cujas pálpebras sequer abrem.
Uma solidão nunca sentida antes advém.
Nessa hora inusitada e bizarra, surge também a inevitável
impotência. Não haverá mais retrocesso. As chances reduziram a nada.
Será que o túnel com a luz ao seu final vai aparecer? Informações
recebidas quando em vida, podem aparecer na tela mental e sugestionar
a pessoa quase a morrer. Esse túnel vai ficando estreito e a idéia de
longitude é percebida. Ter que atravessar o túnel causa mais medo ao
indivíduo, pois terá que enfrentar a escuridão, o vazio e o silêncio plenos.
O aniquilamento é fato. O que irá prevalecer serão as suas crenças do
indivíduo durante sua existência. De repente, surge a luz, bem longe, mas
se aproximando rapidamente. A luminosidade desprende fagulhas, é
branca e ofusca os “olhos mentais” do defunto potencial. Nesse período
derradeiro, a língua se enrola e a capacidade de verbalizar cessa de vez.
A mente, consciência, alma ou espírito “vê a porta de saída" e
começa a abandonar aquela carcaça doentia que tanto lhe serviu durante
o tempo em que esteve recluso neste Planeta. Essa saída pode variar,
dependendo das características de cada um. Nas pessoas mais sensíveis,
emotivas, a mente sai pelo plexo solar, naqueles mais racionais,
esclarecidos, ela sai pelo alto da cabeça, os indivíduos bondosos, corretos,
se libertam através do coração (quem sabe daí surgiu a expressão “de
bom coração”?).
Após a última batida do coração, ocorre um estranho - mas não mais
surpreendente - estado de clarividência que pode se estender ainda por
alguns dias após o desenlace, dependendo do tipo de morte que sofreu.
Uma camada profunda da mente conserva o registro das experiências,
desde a infância até a velhice. Nada se perde, e tudo existe sob a forma
de imagens. São revistos vários episódios em detalhes. Acontece uma
retrospectiva ao inverso, ou seja, os fatos aparecem desde os elementos
que precederam a morte, remontando à tenra infância, rapidamente,
porém tudo é bem rememorado. Nesse momento, a pessoa sente um forte
“puxão”, quase um sobressalto. É o êxtase final. Sintoma que o corpo está
se desligando definitivamente. Sem volta, o sentimento de solidão começa
a desaparecer. Todavia, o físico tende a responder à atração da própria
matéria. É a chamada "atração da gravidade" que também impõe ao
corpo astral o mesmo magnetismo, porém infrutífero.
A dissolução é mesmo irreversível. Novamente, advém uma breve
pausa. Sendo a morte inevitável, esse lapso dura apenas alguns segundos.
Há dois tipos de estados de coma: o da luta, que precede a morte; e o da
restauração, quando a alma retira o fio da consciência, mas não o fio da
vida, num esforço para dar tempo suficiente para recuperar a sua ligação
com o organismo e restabelecer a saúde. O físico perde seu predomínio e
o corpo parece se recuperar (eis de novo a mencionada “melhora da
morte”).
A mente, em sua compreensão material começa a diluir,
dispersando do físico denso, e à medida que as energias que a compõem
se reorganizam e se retiram, vão deixando para trás uma espécie de
substância, que para alguns, poderia ser o conhecido “fio de prata”, que
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vai se partindo. Dizem que um corpo sem vida pesaria cerca de 10 gramas
menos do que aquele que está vivo. Seria o “peso da alma”?
Eis o fenômeno da morte! É certo que este mistério ainda não foi
desvendado, pois “ninguém voltou para contar”, não obstante os livros
espíritas, mas nesse caso, seriam os próprios espíritos que relatam sua
separação do corpo. O “vivo” que já morreu não existe.
Esta descrição, no mais, é baseada em pesquisas de diversas
tendências. Como visto, as variações existirão, mas o processo de
extinção da vida é um só: o coração pára e os demais órgãos, sem
irrigação, também param em definitivo e a alma é expulsa do corpo, lenta
ou subitamente, dependendo das características do desenlace ou
transição. Assim, o final da vida é insofismável e implacável. Ninguém é
imortal, só a sua mente.

III

O MISTÉRIO DA COINCIDÊNCIA

Quando acontece uma situação que está interligada com outra ou que
presume ser correlata a outro evento, então é chamada de coincidência,
ou dois acontecimentos simultâneos que sejam assemelhados em seus
objetivos. Portanto, qual seria a explicação plausível para que um evento
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seja coincidente com outro? Mero acaso? Sorte (ou azar)? Oportunidade?
Ou, haveria algo de misterioso ou sobrenatural, entre eles? Quantas vezes
todos não vivenciaram situações tias como quando uma pessoa que
estivesse pensando num determinado amigo e este, de repente, lhe
comunicasse, como que se recebesse uma mensagem telepática de
resultados imediatos? E o que dizer da vez quando o indivíduo passa de
carro numa rua sem nenhum lugar para estacionar e, para sua alegria, um
carro sai justamente do local onde ela estava querendo parar?
Simplificando: as coincidências variam, dependendo evidentemente de
uma série de fatores. São, na verdade, acontecimentos tão sincronizados
que até o mais cético ficaria intrigado. Seriam esses eventos correlatos,
simples interferências, ou teriam mensagens subliminares mais profundas
e não percebidas pelos seus atores? Todavia, reza o dito popular que
"nada acontece por acaso, tudo tem seu motivo de ser e acontecer...".
Seria o caso de perguntar, finalmente se as artimanhas do destino seriam
ações propositais de forças desconhecidas, agindo para criar uma situação
já pré-determinada, ou planejada. Os acontecimentos estariam
entrelaçados com um propósito específico, mas misterioso para a
compreensão convencional do limitado ser humano?
O termo “coincidência”, etimologicamente explicando, quer dizer que
aconteceu uma situação simultânea e sincronizadamente com outro de
similar sentido. Em outras palavras, este seria um fenômeno comumente
conhecido como “sincronicidade”. Os motivos da exatidão temporal e
espacial dos eventos ainda permanecem sob o véu do mistério.
Carl Gustav Jung, famoso psicanalista, observou: “Eventos sincrônicos se
repetem mais intensamente quando estamos num estado emocional
equilibrado. Na sua visão pragmática da matéria, todos nós temos quatro
funções básicas: razão, emoção, sensação e intuição. No nosso ser,
geralmente uma delas é predominante, pois quando trabalhamos
internamente na direção do equilíbrio, uma nova função é acrescentada: a
sincronicidade. Os sincronismos revelam que não é só o externo e o
interno que se acham interligados, mas que existe um sentido maior em
tudo o que nos acontece(...)”.
Desse modo, as ocorrências simultâneas não devem acontecer sob o
sabor do mero acaso, pois estariam interligadas a uma complexa cadeia
de acontecimentos que está muito além da compreensão humana. Deduz-
se, portanto, que quando acontece uma "coincidência", algo mais deverá
estar por trás dessa correlação temporal, seja agora, antes ou
futuramente. Que se atente à implacável lei da física: ”Para toda ação,
uma reação”, que faz compreender que para toda ocorrência sempre
haverá uma resposta, esteja ela velada, ou não. Todas as coisas então,
estariam rigorosamente entrelaçadas, tal como numa rede de fios que se
auto-alimentam? Se sim, certamente seria a vida uma sucessão de
acontecimentos com propósitos bem definidos. Já dizia Pascal, “o coração
tem razões que a própria razão desconhece!”. É o sincronismo atuando
sempre sabiamente para aprimorar a vida do ser humano.Incidências
existem e coexistem naturalmente. Sobrenatural é interpretá-las com base
em motivos não explicados ou que fogem à racionalidade. O problema é
que o Homem ainda não aprendeu a interpretar sua própria realidade e,
por isso, sente-se superior ao mistifica-la satisfazendo ao próprio ego e
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detrimento da compreensão alheia. Sincera e cabível seria a visão da
repórter Liana Alves, ao comentar que, "a sincronicidade abre um caminho
para você escutar a si mesmo e ativar a sua intuição. Às vezes precisamos
de muita coragem para abandonar estruturas que construímos durante a
vida e seguir os sinais que nos indicam novos caminhos. Enfim, não somos
mais um ego que tenta controlar tudo a qualquer custo".

IV

O MISTÉRIO DO AMOR

É difícil tocar num assunto tão controverso, porquanto misterioso como é o


chamado sentimento do amor. Pode até ser paradoxal comentar sobre
algo tão escassamente utilizado nos dias atuais. Mesmo assim ele resiste
bravamente aos percalços humanos e, vez por outra prevalece. Caso
contrário, o mundo, certamente, já teria sucumbido.
O que dizer de uma das mais antigas máximas: “amai-vos uns aos outros,
como a ti mesmo”? Estaria esse “conselho” em franco processo de
extinção? Será que praticar o amor, o carinho, a paciência, a ternura,
enfim, tudo relacionado ao amor, estaria tão difícil assim? Será que a
maioria ignora que os sofrimentos poderiam ser reduzidos se a prática
amorosa fosse corriqueira, natural?
É por causa dessa incoerência que o amor é um mistério entre os homens.
Todos sabem que se praticá-lo, o mal será eliminado, mas poucos o
praticam efetivamente. Por quê? Masoquismo? Sadismo? Necessidade de
sofrer? E por qual motivo o ser humano tem que necessariamente sofrer
para “purgar seus erros”? Que ditado é este que prega o auto-
aniquilamento para que se obtenha as coisas boas da vida? Será que
“ama-se erradamente”? Se assim o for, seria, portanto, o sentimento do
amor, uma atitude meramente platônica, ou utópica? Ou pior, seria tal
sensação, algo meramente fugaz, sem os resultados que dele se espera?
Outro paradoxo: se amar significa evitar o ódio, mas se s amar em
demasia significa um sentimentalismo passageiro que poderá ser extinto
por causa de uma eventual separação? Onde estaria o procedimento
adequado? Isto significaria que o amor deve ser comedido, sem exageros,
a fim de evitar as frustrações que poderiam advir. Então, o amor oferecido
e recebido deveria ser estrategicamente mais racional e menos
emocional? Jamais vice-versa? Há uma certa razão nesta observação, pois
é certo que nada na vida deve ser tratado de maneira extremada. É
percebido pela pessoa mais sensata que tudo praticado em excesso, pode
levar ao erro, pois sem equilíbrio, nada é bem-feito. E o jeito de amar não
poderia ser diferente. Então, surge outra pergunta, não menos capciosa:
como equilibrar algo tão característico do ser vivo supostamente racional?
Seria talvez, o futuro, menos doloroso se o amor uns com os outros
(principalmente em se tratando de familiares e amigos) fosse mais
comedido, mais pragmático?
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Por certo, a maturidade poderia ajudar nesta reflexão, ou neste
questionamento. Afinal, é provado e comprovado que o passionalismo
pode por tudo a perder. E antes do tempo. Mas, se a perda será algo que
vai acontecer – de um lado, ou de outro – por quê não amar
passionalmente, então?
No final das contas, o objetivo deve mesmo ser um só? Ou melhor,
primeiro adquirir o autodomínio, para depois demonstrar os sentimentos
de forma compassiva e racional, isto é mais razão do que emoção? Pregar
a teoria pode ser uma ação mais fácil do que praticar. Isto, porque o ser
humano ainda está muito aquém de adquirir o seu próprio controle físico e
mental. Eis, talvez, um dos grandes dilemas humanos.
Assim, para adquirir a tão almejada maestria, é mister refletir-se no
conselho de um famoso pensador quando, sabiamente, disse que, “para
amar de fato, deve-se exorcizar três demônios íntimos: o do medo, que é
um demônio enraizado profundamente e que se alimenta da necessidade
de preservar a vida ante o perigo, mas que se alia com a imaginação e
cria neuroses que são capazes de paralisar completamente a vida de uma
pessoa; da ira, que é um demônio destrutivo, que se alimenta da reação
normal de uma pessoa ante o medo, mas por ser normalmente abafado e
recalcado acaba criando o ódio (falta de amor), que é uma raiva em
conserva, podendo consumir uma pessoa por dentro até matá-la e,
finalmente, o do dever, que é um demônio que entulha o caminho das
pessoas por causa das suas muitas obrigações, podendo esmagá-las e que
acaba produzindo tédio e imobilidade.”
Assim, em primeiro lugar, o primeiro passo para adquirir o amor real,
isento de paixão ou radicalismo, seria a liberação das mazelas do
egoísmo. Dessa forma o amor será parcimonioso, comedido e, sobretudo,
inteligente. Talvez esteja aí o segredo que ainda acoberta as belezas
decorrentes do amor sóbrio e sincero.

O MISTÉRIO DE DEUS

O monoteísmo ensina que o ser humano deve adorar um só deus. O


politeísmo, ao contrário, prega o respeito a vários deuses, cada um de um
determinado setor, ou área de ação diferente. Assim, desde tempos
imemoriais, o ser humano atribuiu sua existência a uma causa superior.
Ele seria a criatura feita por um criador invisível que, ademais, também
havia “fabricado” o mundo e o universo. Por quê, então, o Homem passou
a crer numa força superior, mesmo que nunca a tenha visto através de
seus olhos (talvez, só vivenciado)? Medo da morte? Insegurança? Pressão
dos chamados mais instruídos? Por outro lado, e como não podia deixar de
ser ou para não fugir ao hábito humano, existem as pessoas que
definitivamente repudiam a idéia de um deus, ou algo acima de suas
cabeças que não podem enxergar ou sentir. São os ateus, resistentes no
que diz respeito a toda e qualquer situação não comprovada
cientificamente, o que lhes não lhes outorga o poder de contestar a tudo e
a todos, exibindo um radicalismo sem fim, com observações nem sempre
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sensatas. Mas, eles, assim como os crédulos, têm seus motivos e suas
prerrogativas.
Para muitos, no entanto, definir ou decifrar Deus, soaria como uma
ousadia ou um desrespeito. Captar uma força incomensurável, infinita e,
talvez, incógnita, seria muita pretensão para esses que arriscam menos
quanto ao conceito do “fenômeno divino”.
Para eles, enfim, isto seria a mesma coisa que colocar num balde a água
do mar, portando apenas um dedal. No mais, são variadas as opiniões
acerca do que seja o Deus, dito “Todo Poderoso”. Há quem diga que Deus
é o conjunto de mentes iluminadas agindo em prol dos seres que um dia
se juntarão a essa espécie de egrégora mental. Seriam, pois, mentes em
perfeita e harmônica sintonia, ou seja, uma complexa orquestra chamada
de “universo”. Tal massa, composta de pensamentos iluminados,
originários de mundos diversos, poderia ser a fonte de inspiração de todos
que com ela comungasse. O objetivo final não poderia ser outro, senão a
aquisição da maestria, o domínio da vida que faz a pessoa se tornar o
próprio deus.
As especulações pululam a partir de várias correntes. Uns, por sua vez,
“pregam” em nome de Deus, outros “agem em nome dele”. E ainda há
quem se considere o próprio Deus. Seriam esses talvez, os mais perigosos.
È notório e comprovado cientificamente, que a composição física do ser
vivo - seja ele de que reino pertencer - é basicamente de moléculas e
átomos rigorosa e perfeitamente “agregados” uns aos outros, formando
uma entidade inteligente (exceto, quem sabe, nos reinos vegetal e
mineral). Místicos apregoam que cada infinitesimal parte deste ser,
pensante, ou não vivo, tem a qualidade divina presente, ou seja, possui
consciência e controle próprios.
Essa qualidade permitiria a evolução do ser, chegando ao estágio puro,
isto é, à perfeição. Assim, o organismo “trabalha” à revelia das funções
voluntárias, podendo se alterar, dependendo do estado mental e
comportamental de seu hospedeiro.
As anomalias resultariam nas indesejáveis doenças, geralmente geradas
por causa de problemas psíquicos, ambientais ou genéticos.
No final das contas, apregoa-se que devemos sempre consultar o próprio
“Deus interior”, pois a resposta mais sábia poderá estar ali.

Após esta árdua tarefa de querer conceituar o ser divino, cultuado pela
maioria dos habitantes deste Planeta, pergunto-me novamente se não
estaria sendo petulante, ou mesmo perdendo tempo, querendo conceber o
inconcebível. Talvez sim, talvez não. No entanto, é meu dever aguçar a
curiosidade alheia através de elucubrações que, certamente é fruto de
mentes irrequietas, como a deste mísero mortal...
6-O MISTÉRIO DA REZA-16/Julho/2004
Vamos adentrar, doravante, em searas menos polemicas, ou seja, já tentei
devassar os mistérios da verdade, da morte, da coincidência, do amor e
de Deus. Agora, em função de um acontecimento recente, resolvi
comentar um outro mistério bastante interessante, que é o da força da
reza, ou oração, ou prece, como queiram.
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No sábado último, eu e meus amigos, nos reunimos para um lauto
churrasco oferecido por um outro grande amigo que está no Brasil em
férias. Ele e a família, moram na França há quase 4 anos. Durante a farra,
seu sogro pediu licença e nos solicitou que déssemos as mãos para fazer
uma oração de agradecimento pelo momento sublime, ou seja, agradecer
o privilégio por estarmos todos juntos, irmanados em mente e coração. Foi
muito bonito e emocionante. Dentro do meu pragmatismo habitual,
imaginei uma grande auréola nos circundando exatamente enquanto
rezávamos o “Pai Nosso”. Pura física quântica, imaginei sem medo de
estar especulando ao léu. Uma energia nos envolveu e reforçou-me a
certeza que uma oração bem sorvida, imuniza o ambiente, principalmente
à pessoa que a emite.
Portanto, a prece tem que ser bem sentida, jamais mecanizada. Além do
mais, não importam os seus dizeres, basta a intenção para que as suas
palavras exerçam os seus positivos significados e intenções. A maioria de
nós aprendeu a rezar de maneira decorada, mecanizada, como disse. Nos
primeiros anos de escola, tínhamos de rezar antes e depois da aula. A
mesma coisa, antes de dormir e ao acordar. Também, isso acontecia
durante as missas que tínhamos de, obrigatoriamente, comparecer aos
domingos. Enfim, ficamos "programados" a rezar quase o tempo todo. Por
isso, a reza tornou-se um ato robótico, sem muito valor prático, na
verdade.
Contudo, à medida que vamos adquirindo um certo discernimento,
passamos a considerar o valor subjetivo (e objetivo) de orações, tais como
o "Pai Nosso", a Ave Maria” e o famoso “Santo Anjo” que, para mim, em
particular, é uma espécie de escudo protetor, pois ao entoá-lo, sinto-me
com uma força incomum para enfrentar as intempéries que porventura
surjam no meu caminho. À medida que via a eficácia advinda da formação
desse “campo de força”, notei que se tratava de fato de um potente
"mantra", capaz de mudar o curso de algum acontecimento, ou mesmo
oferecer uma proteção adicional.
Em síntese, a força do logos é tanto material como imaterial, dependendo
de seu foco!
Em termos técnicos, no momento em que rezamos é gerado uma espécie
de redoma à nossa volta, ou ao redor do nosso objetivo. No caso de um
desejo, a sua realização é “construída” através dos significados das
palavras emitidas. O cenário é bonito e o resultado é melhor ainda.
Pudéramos ter uma visão extra-física para podermos visualizar a
"carapaça" energética que "montamos" ao rezar!
A técnica apropriada adotada para "rezar direito" com eficiência e eficácia
(no pensamento ou falando), é procurar "imaginar" o seu “alvo” dentro de
um espaço repleto de luz da cor verde (de preferência). Tal espaço, deverá
ter contornos delimitados e bem delineados geometricamente falando,
podendo ser uma pirâmide, uma esfera ou um bloco, por exemplo. Tanto
faz, o importante é que o seu objetivo esteja "dentro" do recinto formado
pelo seu pensamento, enquanto estiver rezando. Cabe aí, conforme
mencionado, ser um pedido, um desejo, ou mesmo uma proteção a
alguém.
A pessoa/entidade-alvo, deve ser "confinada" no invólucro imaginado.
Assim, esta receberá as energias de que tanto precisa para se integrar ao
12
Todo, que certamente ainda não está integrada naquele momento em que
estiver recebendo tais eflúvios.
Ressalte-se, finalmente, que a reza NÃO é uma ação eminentemente
religiosa na acepção do termo, mas uma "religação quântica” com o
Cósmico. Metafísica pura e simples!
7-O MISTÉRIO DO PENSAMENTO-23/Julho/2004
Todos nós pensamos. É fato. Todavia, ninguém ainda sabe realmente como
se opera o pensamento. Que milagre seria este que nos faz articular
palavras e imagens dentro de nossa cabeça? Será que estamos cientes
deste mistério? Do que ele é passível de transformar ou fazer? O que
sabemos dos resultados práticos advindos de um pensamento forte? Mas,
o que seria um “pensamento forte”? Simples. Nada mais é, do que a
decantada “força do pensamento”. Como diz a máxima: “Somos o que
pensamos”. O que intriga é como o pensamento se desenvolve nas
entranhas do nosso cérebro. E o porquê dele modificar um ambiente ou
“fazer acontecer” algo que queremos, que desejamos ardentemente
somente pelo ato de pensar. O que se apregoa é que o pensamento tem a
capacidade de moldar o cotidiano e os seus projetos de futuro. Segundo
Bruce Doyle, “compreender a estrutura do pensamento o ajudará
enormemente a compreender seu impacto nos sistemas de convicções, de
todos aqueles pensamentos que você aceita como verdadeiros.”, isto é, a
partir de nossa conscientização de que o pensamento age como se fosse
algo material, poderemos reformar a nossa maneira de pensar e passar a
agir diferentemente, uma vez que “pensamentos ruins geram coisas ruins,
e vice-versa”. O ato de emitir um pensamento focalizado a algum objetivo,
gera o que chamamos de “mentalização”. A própria reza seria uma
espécie de mentalização, pois enquanto rezamos, estamos “enviando” um
pensamento bem-intencionado a alguém ou para algo acontecer. A mente
humana grava e executa tudo que lhe é enviado, seja através de palavras,
pensamentos ou atos, seus ou de terceiros, sejam positivos ou negativos,
basta que você os aceite. Portanto, a potência do pensamento é tão
intensa que dependendo de sua direção, ele pode até matar, pois o
comando mental é que dita as regras. Um impressionante experimento foi
feito com um detento condenado à morte. Como ele já estava fadado a ser
executado, concordou em ser cobaia de uma experiência. Assim, foi
proposto ao condenado o seguinte: ele participaria de uma experiência
científica, na qual seria feito um pequeno corte em seu pulso, o suficiente
para gotejar o seu sangue até a ultima gota final. Ele teria uma chance de
sobreviver, caso o sangue coagulasse. Se isso acontecesse, ele seria
libertado, caso contrário, ele iria falecer pela perda do sangue, porém,
teria uma morte sem sofrimento e sem dor. O condenado aceitou, pois era
preferível do que morrer na cadeira elétrica e ainda teria uma chance de
sobreviver. O condenado foi colocado em uma cama alta, dessas de
hospitais. Amarraram o seu corpo para que não se movesse. Fizeram um
pequeno corte em seu pulso. Abaixo do pulso, foi colocado uma pequena
vasilha de alumínio. Foi dito a ele que ouviria o gotejar de seu sangue na
vasilha. Na verdade, o corte fora superficial e não atingiu nenhuma artéria
ou veia, mas foi o suficiente para que ele sentisse que seu pulso fora
cortado. Sem que ele soubesse, debaixo da cama tinha um frasco de soro
com uma pequena válvula. Ao cortarem o pulso, abriram a válvula do
13
frasco para que ele acreditasse que era o sangue dele que estava caindo
na vasilha de alumínio. Na verdade, era o soro do frasco que gotejava. De
10 em 10 minutos, o cientista, sem que o condenado visse, fechava um
pouco a válvula do frasco e o gotejamento diminuía. O condenado
acreditava que era seu sangue que estava diminuindo. Com o passar do
tempo, foi perdendo a cor e ficando cada vez mais pálido. Quando o
cientista fechou por completo a válvula, o condenado teve uma parada
cardíaca e morreu, sem ter perdido sequer uma gota de sangue. Doença e
saúde têm suas raízes no pensamento. Pensamentos doentios se
expressarão através de um corpo doentio. Pensamentos de medo fazem
adoecer e podem até matar. Pensamentos impuros e negativos – de ódio,
ressentimento, desconfiança, inveja, cinismo, revolta e não aceitação da
realidade – não tardarão a destruir o sistema nervoso.
A teoria considera que todo ser pensante constrói para si uma espécie de
concha de formas-pensamento: uma verdadeira vestimenta feita de
energia mental, Assim, todos os pensamentos e sentimentos que emitimos
reagem constantemente sobre nós mesmos.
Cada ser humano é, enfim, responsável por tudo aquilo que pensa.
8-O MISTÉRIO DO SIGILO-30/Julho/2004
Quem divulga seus planos, está fadado à frustração. Por quê dizer isto tão
peremptoriamente? Eis o “segredo do segredo!” O sigilo seria, então a
alma do negócio? Positivo. Manter uma determinada meta em segredo
para consigo mesmo - ou, no máximo para alguém em que se pode confiar
- poderá resultar em sucesso, segundo reza a quântica. Mas, o que a física
tem com isso? Por ser mais um problema afeto à “preservação da
energia”. Expliquemos: Quando a pessoa tem o cuidado de não divulgar
seus intentos ao léu, a probabilidade de que seu plano dê certo, aumenta
sensivelmente. Mas, como? Que mistério guardaria um “segredo bem-
guardado”? Simples. Quando alguém quiser adquirir ou fazer alguma coisa
cuja consecução requer maior esforço, deverá evitar a sua divulgação,
antes que tenha certeza absoluta de sua realização, ou seja, terá que
atender àquele velho e sábio conselho: "não espalhe seu projeto".
A manutenção de tal projeto deve ser “intramuros”, o que permitirá a sua
consecução efetiva, porque a energia construtiva usada para tanto, não
será desperdiçada.
Imaginem se as secretas leis do universo fossem reveladas ao homem na
sua totalidade (por sinal, eis aí a inatingível “verdade”, já comentada em
“mistérios” anteriores)! É evidente que o homem ainda não tem
capacidade, tampouco discernimento para descobri-las na sua plenitude.
Adquirindo esse “segredo cósmico”, ele não conseguiria sustentá-lo
somente para si próprio, por causa de sua vaidade e orgulho infindáveis. E
o supremo segredo cairia em vários domínios, de diversificadas intenções.
Igualmente, todos os nossos planos, idéias e ações devem ser concebidos,
criados e dirigidos pelo Eu interior e somente sendo manifestos após um
meticuloso e bem delineado planejamento, a fim de evitar os desvios,
sempre à espreita do erro humano, tão comum e tão previsível..
A manutenção do sigilo é, pois, fundamental para que se consiga energia
mental suficiente à realização do intento. Em outras palavras, enquanto o
homem desperdiçar a energia dinâmica de sua mente, jamais terá energia
suficiente para concretizar seus grandes planos ou idéias. Usar energia
14
para revelar desnecessariamente os planos a outrem, esgota o seu
abastecimento. O ato de manter o segredo somente para si próprio,
facilita o acúmulo de grande quantidade de energia mental.
Outro segredo precioso, é recorrer a pessoas bem sucedidas em busca de
conselhos. Tais verdadeiros amigos, são depositários de confiança, pois
souberam – e sabem - aproveitar as oportunidades que lhe foram
concedidas. Certamente, eles guardaram em sua mente, as chances
surgidas e planejaram as etapas para alcançar o sucesso final.
O truque é, por conseguinte, no silêncio de seus pensamentos, comungar
com o infalível Eu interior e receber suas preciosas instruções. O silêncio é
a harmonização com as forças ou energias mais refinadas do Cósmico, ou
do plano divino. É o momento crucial quando se recebe força, coragem e
confiança.
Em suma, o sigilo requer que o Eu exterior coopere com o Eu interior.
A conhecida máxima, “não atire suas pérolas aos porcos” seria mais bem
compreendida se fosse emitida de outra forma, como: “não atires suas
grandes verdades à mentes despreparadas”.
Dessa forma, o mistério do sigilo, deixará de ser um mistério, e estará ao
alcance de todos aqueles bem-intencionados que desejam realizar seus
desejos, porém sempre visando não somente o próprio bem, mas daqueles
que o cercam. É a lei da causa e efeito.
Esta lei é infalível e implacável!
Preserve sua energia e utilize-a no momento oportuno!
Você será o maior beneficiário!
9-O MISTÉRIO DO SONHO-13/Agosto/2004
Todo mundo sonha. Uns lembram dos sonhos integralmente, outros, em
parte (sem pé, nem cabeça) e muitos sequer recordam dos momentos
enquanto estão entregues aos “braços de Morfeu”. Por isso mesmo, não é
novidade que este é mais um misterioso assunto a ser comentado, como
sempre, de maneira breve e objetiva, tendo o cuidado para evitar a
enfadonha mesmice quando nele se fala. Sonhos são eminentemente de
caráter material, poderia afirmar, sem medo de errar. Há pessoas que,
ademais, têm controle dos mesmos (seriam os chamados “sonhos
lúcidos”). Por outro lado, alguns ficam à sua mercê, ou seja, podem ser
totalmente dominados pela força onírica que lhes toma a mente. Assim,
existem muitos tipos de sonhos: eles podem ser bons, maus, amenos e até
inofensivos. Há, também, sonhos que remontam o passado, o presente e o
futuro. Sonhos de caráter religioso, místico e até científico (muitas
descobertas, ou invenções foram atribuídos aos sonhos por parte de seus
“donos”). Encaro os sonhos como uma deliciosa aventura noturna. Afinal,
já fiz até uma “viagem no tempo”, quando tive a nítida sensação que
andava pela rua Monsenhor João Ivo dos idos anos 60! Por sinal, história
contada neste jornal, quando da coluna “Formiga e Seus Causos”. Ou,
ainda, quando sonhei que estava no Estados Unidos em 1974, propagando
que tinha vindo do ano de 2001 (o ano em que tive tal sonho). A verdade é
que tais "devaneios do subconsciente" não passam de “metáforas
mentais”, cuja mensagem intrínseca varia de acordo com a pessoa.
Enquanto o corpo descansa, vivemos num mundo paralelo, onde tudo
pode acontecer, onde tudo é perfeitamente plausível. Contudo, e como
não podia deixar de ser, existem em nosso mundo, os chamados “leitores
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de sonhos” que os interpretam a partir de suas tendências, religiosas, ou
até em termos didáticos, como fazem os adeptos de Jung, que através de
símbolos e arquétipos, lhes dão significados que, convenhamos,
ultrapassam a capacidade de compreensão do leigo.
Na humilde e despretensiosa opinião deste colunista, é pura falta de
tempo se fiar nessas pseudo-interpretações oníricas! Com raras exceções,
os sonhos não passam de fragmentos colhidos pela memória ao longo do
dia que passou, ou mesmo de memórias mais distantes.
Tudo é muito simples: durante o dia, nosso consciente "fotografa" imagens
e cenas diversas que às vezes nem percebemos. Depois, tal como um
computador, ele as "armazena" na sua pasta de arquivos diária. Faz o
mesmo com os sons. Depois, mistura tudo e envia o pacote para a parte
do cérebro correspondente à "lixeira". Antes de “apagar o material” em
definitivo, o descarrega (durante o sono) no subconsciente que o converte
na forma de cenas conexas ou desconexas, montando uma história. Isso,
claro, acontece geralmente de madrugada, ou quando o corpo relaxa para
a recarga energética. Assim, será a memória que vai fazer você lembrar
(talvez, nem isso) do ocorrido ao despertar. Portanto, é o subconsciente
um amontoado de películas registradas durante a vigília que,
posteriormente, serão filtradas de maneira inteligível, ou não.
Todavia, como toda a regra tem exceção, existem sonhos advindos das
mentes de pessoas ditas sensitivas (aquelas, cujo cérebro tem uma
“antena” adicional, encarregada de captar ou detectar situações
subliminares, ou extraordinárias). Elas são, pois, dotadas de certos canais
psíquicos que se encarregam de “receber” mensagens que podem se
tornar verdadeiras, ou melhor, podem acontecer de fato na vida palpável.
Esses seriam os “sonhos premonitórios”. Revelações diversas, dizem,
podem acontecer nessa inusitada forma. O entrave seria o excesso de
fantasia que pode mascarar tais “avisos”. É próprio do ser humano
“aumentar” o recado que lhe foi passado de modo não-convencional
através de sua mente enquanto o corpo estava em repouso. Por isso, todo
cuidado é pouco, quando se tenta “decifrar” o mistério dos sonhos...
Assim, é de bom alvitre, ficar muito atento com relação aos indivíduos que
“bancam” intérpretes do sonho alheio. Esses oportunistas vivem da
ingenuidade alheia, ansiosa por saber o “significado” do seu sonho da
hora! Guardadas as proporções e à nossa limitada capacidade de
discernimento, devemos, portanto, estar cônscios de que a maioria dos
sonhos são mesmo imagens "jogadas ao léu" em nossa infinita memória.
Cabe a cada um, interpretar o próprio sonho, pois afinal, “em cada
cabeça, uma sentença”!
10-O MISTÉRIO DA PREOCUPAÇÃO-20/Agosto/2004
Não existe na face da Terra quem jamais se preocupou com alguma coisa –
com, ou sem razão - na vida! Essa incomodante, porque não, misteriosa
ação meramente humana, nada mais é, do que a ocupação antecipada da
mente de um evento futuro. Conclui-se, pois, que o desgaste energético
há de ser intenso, resultando, na maioria das vezes, em desperdício dessa
força que tanto nos beneficia e auxilia no nosso dia-a-dia.
Em outras palavras, a preocupação nos impõe uma desnecessária atenção
a algum acontecimento (em curto, médio ou longo prazo) quase sempre
em momento indevido.
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Por que, então, temos a mania de nos preocupar? Inicialmente, por dois
motivos:
1º- Porque temos a ilusão de que dando constante atenção ao problema
em foco, estaremos dominando a situação, impedindo que as temidas
condições desfavoráveis ocorram;
2º- Porque só acreditamos no poder de nossa mente consciente (mente
objetiva) negando o poder do subconsciente, onde a “energia realizadora”
está contida.
O truque seria permitir que a mente consciente e a mente subconsciente
trabalhem em conjunto (a união faz a força), ou seja, de maneira
"globalizada", não se esquecendo, todavia, que cada uma delas tem um
encargo específico, de acordo com a necessidade.
A mente subconsciente normalmente não interfere no trabalho da mente
consciente, pois, ela “respeita” a sua liberdade. Por outro lado, a mente
consciente, muitas vezes, impede a atuação criativa da mente
subconsciente, pois, desconhece – ou subestima - o grande poder que ela
tem. Essa interferência é ocasionada por causa de uma preocupação
desmedida.
Assim, como se diz, temos que pensar duas vezes antes de fazer juízo de
valor sobre qualquer fato que esteja na iminência de acontecer, seja agora
ou em futuro próximo.
Não é tão simples assim se proceder, temos de convir, mas não custa
tentar evitar pensar demasiadamente num determinado problema. O
esforço mental será em vão principalmente se o resultado for negativo, já
que fatalmente vamos nos questionar se teria valido a pena “ter ruminado
tanto, para não dar em nada no final das contas...”.
Exemplificando, ficar preocupado com a situação financeira; com a pessoa
querida que está doente; consigo mesmo; com um exame que vai
acontecer; com a viagem; com o empreendimento futuro; com a
segurança dos filhos; etc., poderá até ser uma reação meramente natural,
mas vai nos fazer sofrer antecipadamente bem mais.
Em síntese, tentemos evitar sofrer antes do tempo...
Fácil falar na teoria, diria o menos pragmático, mas não custa
experimentar uma atitude mais passiva e amena com relação a problemas
que ainda não aconteceram.
A conseqüência é uma só: absorção menos contundente do porvir.
Repetindo: a energia não deve ser desperdiçada, porque se for
economizada, será mais bem filtrada, e depois “descarregada” quando
dela fizermos uso. Novamente, volta à baila a decantada física quântica
que rege nossa vida: “quanto mais energia num corpo, maior a sua
potência”. Óbvio axioma, porém pouco percebido e assimilado pelos
menos avisados, os contumazes “preocupados com a vida”. Essa lei reza
que devemos guardar nossos poderes latentes para que sejam utilizados
em oportunidade propícia!
A mente deve estar preparada, cheia de energia, para dar o bote certeiro.
Portanto, não a “pré-ocupemos” inadvertidamente. O maior prejudicado
somente e somente só, será nós mesmos! Ninguém mais, ninguém
menos. Nossas forças têm que permanecer armazenadas para que
possamos usá-las com propriedade e com a certeza do sucesso absoluto.
Não importa que você considera a saúde alheia mais importante do que a
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sua própria (como no meu caso, em particular). Proceda dessa correta
maneira. Para o seu próprio bem-estar. Leve em conta o famoso conselho:
“Antes prevenir do que remediar.”
11-O MISTÉRIO DA ÁGUA-27/Agosto/2004
O alimento mais nutritivo, mais puro e mais energético, dentre todos os
existentes neste planeta - quiçá em outras plagas do Universo – é, sem
dúvida, a água. Afinal, todos bem sabem que nosso “habitat” é mais água
do que terra, assim como nós, da mesma forma, somos compostos de
mais líquido do que matéria. O que mais esse fantástico
elemento/alimento tem que a ciência ainda desconhece? Que mistério
guarda a poderosa fórmula H²O que nos limpa integralmente? Que
propriedades a permitem armazenar e gerar tanta energia? Tal como todo
assunto misterioso que se preza, existem mais perguntas do que
respostas para tentarmos explicar o elemento água. Só para rememorar e
consubstanciar este breve ensaio, existem dois tipos de água, a salgada e
a doce.
A de teor salgado ocupa 99% no total destas, sendo que a doce ocupa só
1% do espaço aquático no nosso planeta. A água é, pois o líquido que não
só alimenta, como é também meio de purificação. Os muçulmanos, por
exemplo, têm seus ritos de purificação com água corrente, antes de
entrarem nas mesquitas; os cristãos usam-na também em rituais de
aspersão e ablução. A água é utilizada em vários outros ritos de cunho
religioso, como no batismo, em círculos bíblicos e celebrações místicas
diversas. Assim, a significação simbólica da água em todas as civilizações,
varia ou combina os três temas dominantes do ciclo vital: fonte de vida,
meio de purificação e centro de regeneração.
É magnífico o alto poder magnético que a água possui. Ademais, ela é um
autêntico repositório de energia, um perfeito condutor de eletricidade. O
ser humano, cuja gestação se desenvolveu em meio ao líquido materno,
está sempre atraído para os lugares onde estão os mananciais de água,
sejam eles representados por um simples tanque, piscina, lago, rio ou mar.
O poder de atração que a água exerce é, pois compreensível. O prazer que
vivenciamos quando estamos debaixo do chuveiro e sentimos a corrente
d’água é incrível, não somente porque estamos tirando do nosso corpo
todas as impurezas físicas nele impregnadas, mas porque temos uma
sensação que a limpeza ocorre também internamente. Sentimos como se
um líquido sagrado absorvesse tudo de ruim que está em nós, clarificando
o pensamento e, em conseqüência, fazendo surgir idéias produtivas: fonte
da criatividade. Mas, por qual motivo faço esta observação que soa como
filosófica?
A resposta pode até ter uma conotação cômica, porém é a mais pura
realidade pessoal: minhas grandes idéias surgem, sobretudo, durante o
momento do banho! A razão pode ser explicada de maneira empírica e,
por conseguinte, científica: tomando banho, os vasos sanguíneos, por
estarem relaxados, se dilatam e facilitam a passagem do sangue que flui
tranqüilamente, sem alterações do batimento cardíaco. Por causa dessa
fluidez que suscita a calma, o pensamento tem seu curso liberado, sem
quaisquer interferências de ordem física. Advêm, então, os eflúvios
internos e externos, gerando uma carga de idéias que são devidamente
filtradas (sempre em consonância com os princípios éticos e morais).
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É o tempo oportuno para o trabalho estritamente mental. Momento ideal
para a análise e para a criação de conceitos menos influenciados pelo
ambiente, menos radicais e, portanto, mais ponderados, passíveis de
sucesso.
Assim, a imaginação corre e discorre tal como a água numa correnteza
num rio abaixo da cachoeira! Por sinal, é a oportunidade perfeita para
pensar no “mistério da hora” que certamente poderá estar inculcando
esta irrequieta mente.
Em síntese, a água, como os outros três elementos que lhe fazem
companhia (ar, terra e fogo), gera força e poder. Abre os portais e libera os
caminhos.
Sempre quando for tomar um bendito copo d’água, jogue seus melhores
pensamentos no líquido que vai ingerir e sinta o seu frescor quântico
limpando corpo e alma!
12-O MISTÉRIO DO CORPO-03/Setembro/2004
Quando foi comentado nesta coluna sobre o mistério do pensamento, foi
dada ênfase, claro, aos poderes que a mente exerce sobre o corpo, bem
como nas suas ações do dia a dia. Mas, o que seria da mente se não fosse
o corpo? Dizem que em mente sã, um corpo são (“mens sana, in corpore
sano”), porém ninguém duvide que a recíproca é verdadeira. E quanto!
Não é mistério para nenhum de nós que se não houver um corpo sadio, a
mente não ficará à vontade para “trabalhar”. Em síntese, em corpo ruim
só tem lugar para cabeça ruim. Todavia, quais os segredos para o domínio
do nosso corpo? Como controlar as cargas de energia negativa a que ele
está sujeito? Que mistérios outros o fazem sucumbir mesmo quando não
desejamos (se é que exista quem o queira...)?
Inicialmente, devemos tratar a sede de nossa alma tal como um
verdadeiro templo sagrado. Afinal, nosso espírito “mora” nele!
Também, não é novidade que para manter o corpo sadio e, por
conseguinte, fazer fluir a nossa força mental com maior desenvoltura,
devemos estar em plena harmonia com a vida, seja na maneira de agir,
seja no modo de pensar: condições precípuas para atingir o ideal supremo:
o domínio da vida física e espiritual.
Ademais, o corpo habita muitas vidas: nas células, nos tecidos, nos
órgãos, enfim, cada setor do organismo humano tem consciência própria.
Por isso, temos que resguardar nossa mente contra pensamentos
daninhos a fim de que o corpo possa trabalhar sem contrapesos. É uma
relação constante e ininterrupta de causa e efeito.
Aquele que faz pouco caso da sua “carcaça” tem, como conseqüência, o
surgimento de doenças, de acidentes (isto mesmo, os “acidentes” podem
ser decorrentes da mencionada “Terceira Lei de Newton”: maltratou,
levou) e de outras intempéries que, no final das contas, redundam no
iminente e implacável desenlace precoce.
No mais, somente lembramos que temos um corpo e que devemos
respeitá-lo, quando ele está falhando. O baque que o imprevidente sofre
com isso, faz com que ele desperte para a realidade. Talvez tardiamente...
Sabemos, enfim, que ninguém é perfeito. Na verdade, somos perfeitos,
sim, mas pelo visto não sabemos disso ainda ou, na melhor das hipóteses,
não estamos preparados, pois não temos disciplina para proceder à altura
da perfeição dessa máquina que nos conduz, que nos dá a força vital. O
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que nos resta fazer, então, é procurar saber como proceder para que
nosso corpo permaneça sadio até o dia em que seu fim for inevitável por
causa do desgaste.
O primeiro e decisivo passo para que possamos reger a nossa orquestra
sem desafinar, é aprendermos a respirar. Como? Será que poucos sabem
como inalar o ar? A respiração correta deve ser aquela compassada,
ordenada. Inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Tentemos esta
experiência: quando necessitamos realizar algo, podemos contar com a
ajuda dessa força advinda do “sopro divino”. Para tanto, tomemos uma
inalação profunda. Em seguida, prendamos o ar em nossos pulmões por
alguns segundos. É hora de nossa imaginação criativa agir. É o momento
de “pintarmos” na nossa tela mental o quadro que desejamos que nos
aconteça. Os resultados virão depois. Outra maneira de conduzir bem o
corpo é, além de uma alimentação balanceada, mantermos o bom humor.
Quem leva a vida com alegria, tem grande chance de viver bem, física e
mentalmente. Baixo astral: jamais!
Assim, aquele que estiver consciente desta realidade, conseguirá
desvendar um dos maiores mistérios da vida: o próprio corpo. Será a
conseqüência natural de um modo de viver mais sábio. Quem respeita seu
corpo, respeita a si mesmo. Consegue bloquear a negatividade, pois
reforçará seu sistema imunológico. Portanto, todo o progresso exterior,
resultará no crescimento interior. É assim que transcenderemos os limites
da matéria!
13-O MISTÉRIO DA FAMÍLIA-10/Setembro/2004
Emocionado, assisti a mais uma vitória consagradora de um time
representando nosso querido País: o selecionado de voleibal! E,
novamente, veio à baila, o valor da união de um grupo. Disse “novamente,
porque a última vez que fiz artigo semelhante, foi justamente após a
vitória da “Família Scollari”, quando da Copa de Mundo de 2002. E eis que
a “Família Bernardinho” repete o feito! Assim, o resultado do trabalho feito
por qualquer grupo – de consangüíneos, ou não - de pessoas que se
gostam, só pode ser positivo. Não há outro caminho! Por quê? Que
mistério seria este que faz da instituição “Família”, a mais forte de todas
que o ser humano já constituiu? Almas afins (mesmo em personalidades
distintas) que agem juntas, redundam no sucesso certo. Em síntese:
vencem em uníssono!
Em outras palavras, a força que emana de uma família ainda continua
sendo um mistério. Pudera todo mundo saber desvendar esse poder
supremo! Infelizmente, não é assim que acontece (principalmente nos
países do hemisfério norte, onde a desagregação familiar ocorre
prematuramente)... Certamente, não vive bem, de acordo com os ditames
da natureza humana, aquele que estiver à margem do seu seio familiar.
Das duas, uma: ou está em conflito mental, ou a solidão lhe apraz. Mas,
será que alguém gosta de viver sozinho?
Será que uma pessoa, em sã consciência, dispensaria o apoio daqueles
com que conviveu desde o nascimento? Pode ser, mas é certo, também,
que tal omissão um dia vai ser sentida, porque ninguém consegue viver
por si só. A família é necessária para a sobrevivência.
Somente dessa forma é que os embates da vida tornar-se-ão mais
amenos. É missão do indivíduo que se preza, estar bem-ajustado na sua
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longa cadeia de gerações, ora atrelado à sua família e ora em busca de
uma família. Sabemos que a vida no universo é um evento interacional de
elevada complexidade. Os laços familiares podem ser mais ou menos
fortes, dependendo do grau de sinceridade de seus integrantes. Nesse
meio, podemos falar abertamente sobre os nossos problemas, nossos
anseios e nossos intermináveis desafios que surgem durante nossa
existência terrena. Assim procedemos, porque obteremos o apoio
desejado e necessitado. O “barco da vida” carrega a família. A tormenta
fortuita não afetará um só, mas a todos. É quando sobressai a força do
grupo que advém da força de cada um.
O timoneiro desse barco, quase sempre, será o pai ou a mãe. São eles que
abrem as trilhas, os atalhos e traçam os caminhos para que vivamos com
alegria e destemor. Uma posição natural e permanente. São justamente
as atitudes dos pais que nortearão os filhos e seus descendentes. Por isso,
na sua falta, há de sobreviver o exemplo. Do contrário, o elo será rompido,
gerando a quebra da corrente familiar, difícil de ser reconstituída, não
impossível.
Esse desequilíbrio, gerado pela perda do pai, ou da mãe, tem que ser
temporário, a fim de evitar o indesejado. Nesse momento infeliz, é que
surgirão os filhos mais susceptíveis de assimilar os ensinamentos dos que
se foram. São eles que devem assumir o controle. A manutenção do
espírito de solidariedade entre os familiares é vital para a sobrevivência da
família. Dessa forma, poderemos explicar o mistério que mantém uma
família forte e coesa, incólume às decepções e impávida até nas vitórias.
Eis a fórmula ideal!
Em suma, a família bem estruturada e bem formada, ensina a todos os
seus componentes a usar seus recursos internos, bem como suas
energias, direcionando-as da melhor forma possível para encarar e
contornar desde uma simples tarefa de dever de casa, até a entrevista
para o primeiro emprego. São essas famílias constituídas por pais e avós
acolhedores e sábios que preservam os velhos e tradicionais hábitos de
férias familiares, encontros em festas, reuniões e até em momentos ruins,
que permitirão uma participação ativa nas conquistas e nas dores que
atingem a cada um e a todos. “Sentimento de família” é, pois, o mistério
que todos temos de descobrir para viver de bem com a vida!
14-O MISTÉRIO DA INSPIRAÇÃO-17/Setembro/2004
Um dos mistérios que os escritores, em especial, gostariam de desvendar
é como lhes advém a inspiração, seja ela através de relaxamento, através
de meditação, ou até mesmo, por intermédio de sonhos. Questionam
como seria tal processamento, ou como ela se operaria em seus cérebros.
Sem querer subestimar àqueles que se consideram cem por cento
responsáveis pelo fruto de sua mente, o fato é que uma fonte inspiradora
e misteriosa os abastece de criatividade que, sem mais nem menos, surge
do nada pronta para se transformar em poema, novela, ensaio ou história.
O fato é que, em frente ao computador, ou mesmo com a caneta (ou lápis)
na mão, vem à mente uma espécie de filme que se concatenará a fim de
que faça sentido para o leitor. O fluxo de idéias é intenso. Com exceção da
psicografia (escrita por intermédio da chamada mediunidade), o fato é que
o ato de escrever é uma função mais sensorial do que se imagina. É, pois,
a maneira de ordenar as idéias no papel que dependerá de cada um, dos
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seus princípios e do seu conhecimento. À propósito, segundo consta, há
dois tipos de conhecimento: o adquirido e o revelado. O conhecimento que
se adquire, é o advindo de informações percebidas através dos sentidos
físicos (decorrentes de livros, televisão, filmes, e outros meios de
informação). Por sua vez, o conhecimento revelado é aquele que “surge”
na mente espontaneamente. Por exemplo, a intuição é fruto de uma
sensibilidade muito aguçada principalmente na mulher. Esta é outra forma
de inspiração. De onde e de quem são transmitidas tais mensagens, ainda
é desconhecido. Portanto, na maioria das vezes, a fonte é incerta. Vai
depender de cada um para descobri-la. Afinal, somos todos de
característica dual, isto é, bipolares, pois temos a consciência exterior
(lado objetivo) e a consciência interior (lado subjetivo). Elas tendem a se
fundir, mas vai depender de nossa capacidade de assimilação.
No momento dessa fusão, é que aparecem as idéias. E a partir dessas
incessantes trocas transcendentais, a personalidade se expande,
facilitando as introspecções que irão se transformar em importante
informação, de caráter físico ou extra-físico.
Até mesmo os “menos instruídos” também são “inspirados”. O problema
é que faltam palavras para decodificar o que lhes é revelado. Eis porque é
tão importante se informar, estudar sempre. Conhecendo bem o mundo
exterior, certamente irá facilitar o caminho para desvelar o misterioso
mundo interior, ou seja, propiciará meios para retransmitir o que é
recebido subjetivamente, tornando-os objetivos, isto é, compreensíveis e
lógicos.
O senso de pesquisador é fundamental para permitir à consciência que
está latente revelar tudo que recebe, indistintamente. O que se deve
fazer, enfim, é “dar asas à imaginação”, prestar mais atenção ao
pensamento e pesá-lo para aferir a sua veracidade ou racionalidade.
Grandes idéias surgem subitamente. Devemos ter mais confiança em nós
mesmos, crendo que se buscamos com pureza de sentimentos e intenção
destituída de egoísmo, conseguiremos decifrar o que se nos é revelado.
É assim que a inspiração acontece. “Levando-nos a sério”, ficaremos
empolgados com a coerência de nossos pensamentos, por mais
fantásticos que possam parecer. No começo, ficaremos surpresos com nós
mesmos. Depois, tudo fluirá naturalmente, porque desobstruiremos nossos
canais, liberando-os de preconceitos e outros entraves inoportunos.
Pelo pensamento, construiremos a realidade. Em suma, é inato ao ser
humano aprender e é mais ainda humano, ensinar. Se valorizarmos nossas
idéias, purificaremos a sensibilidade, refinando-as para, em seguida,
transmiti-las. No mais, estejamos receptivos, pois abrindo a mente, as
impressões nos harmonizará trazendo para a vigília os resultados desse
intercâmbio – talvez - com a Força Suprema que rege o Universo.
15-O MISTÉRIO DO PERFECCIONISMO-24/Setembro/2004
Já dizia o meu “xará”, Marco Aurélio, o estóico Imperador filósofo romano,
que “a pessoa comum é exigente com os outros, enquanto que o
instruído, é mais exigente consigo mesmo.” Esses, é o que chamamos de
“perfeccionistas”, ou seja, aqueles que exigem a perfeição em tudo que
fazem. Mas, por que tais indivíduos tornam-se obcecados em fazer tudo de
maneira impecável, isto é, isento de defeito?
22
Qual é o mistério dessa postura tão radical com referência às suas ações
no dia a dia?
O termo “perfeição" significa o resultado de algo que atingiu o mais alto
grau numa escala de valores. Sem falhas ou erros. Em outras palavras,
diz-se que a pessoa dotada de maior capacidade de assimilação mais
apurada, tende a fazer as coisas com maior qualidade, ou seja, à medida
que atinge um grau apurado naquilo que faz, essa pessoa procura
aprimorar ainda mais as tarefas que desempenha. O prazer pela perfeição
fica gradativo, isto é, para ele, o trabalho sempre poderá melhorar. Surge,
então, o decantado senso de perfeccionismo. Por isso, o perfeccionista
sempre estará mais preocupado com a autocrítica do que com a crítica
alheia. Se falhar, acredita que seus princípios foram aviltados e a
frustração advém com a carga toda. O problema será superar esse
“imperdoável” erro de percurso.
Eis o lapso que deve ser evitado. É compreensível que todos sejamos
exigentes para com o trabalho que fazemos cotidianamente, mas temos
que evitar a obsessão desenfreada, sob pena de demonstrarmos nossa
maior imperfeição: a capacidade de não aceitar a derrota.
O fato é que, queiramos ou não, devemos acatar o velho ditado, “errar é
humano”. Afinal, quem é perfeito neste planeta Terra? Assim, deve-se ter
consciência que, apesar de o erro jamais ser voluntário, este há de
acontecer. Por sinal, é através dele que alcançamos a percepção que
apontará o caminho correto, independente do grau de complexidade da
tarefa. Eis o fascínio de todo o "perfeccionista" que se preza: querer
acertar sempre, mas ter a consciência de que o erro poderá acontecer,
sem, contudo, ser derrotista.
Em outras palavras, ser perfeito é tentar atingir a qualidade plena,
aprimorando-se não somente através dos erros, mas, principalmente,
através dos acertos.
E a cada degrau transposto, melhor será o resultado, tanto para si próprio,
como para os outros. Aqui, vislumbramos o misterioso caminho da
evolução humana, rumo à perfeição. Dessa forma, o “perfeccionista” terá
certeza de que ser perfeccionista não é ser perfeito na acepção da
palavra, é buscar a perfeição em tudo que se faz, independente da sua
limitação, porém cônscio de que está oferecendo o máximo de sua
potencialidade.
Mesmo com o sucesso decorrente da sua frenética busca pela perfeição, o
indivíduo terá que se imunizar contra a vaidade. A lisonja em demasia
poderá “amaciar” demais o seu ego e isto poderá virar contra si. Pensando
que sabe tudo e faz tudo bem-feito, ele poderá cair se afogar nos louros
que colheu e o seu progresso certamente será interrompido, ou retardará.
As qualidades, sim, têm que ser mostradas e divulgadas, mas sempre com
a devida parcimônia, sem faltar com o respeito àquele menos dotado de
argumentos para trabalhar melhor. Afinal, um dia, todos alcançarão o
mesmo objetivo. Uns antes, outros depois, mas todos atingirão o seu
ápice. Em suma, não se deve esquecer que “quanto mais alta a escada,
maior a queda”. A humildade é o equilíbrio que necessitamos para não
despencarmos. Não em excesso, mas com racionalidade e sobriedade.
Todos dependem de todos para evoluir, logo, ninguém é melhor do que
ninguém. Este é o mistério que tem que ser desvendado.
23
Exija de você, mas acate as suas limitações. Se errar, corrija o erro em
tempo. Se acertar, veja porque acertou e aprimore o seu acerto.
Aprimorando seus atos visando a perfeição é salutar. Querer ser o primeiro
sempre, também é saudável. Todavia, isto deve ser feito com método e
sensibilidade. Este é o caminho para decifrarmos o mistério do
perfeccionismo!
16-O MISTÉRIO DOS ANJOS-01/Outubro/2004
Este é um assunto controverso, como não poderia deixar de ser. Afinal,
todo mistério que se preza, suscita dúvidas, gera questionamentos, senão
não o seria, é evidente. Mas, como faz parte do imaginário do ser humano,
não me custa fazer breves comentários sobre o mesmo. Inicialmente, devo
dizer que anjos, segundo rezam os “manuais” acerca do tema, são seres
invisíveis, dito angelicais, cuja função precípua é proteger o ser humano,
livrando-o dos iminentes males que possam cruzar-lhe o caminho durante
sua trajetória no planeta em que vive. Sabermos se de fato tal proteção
acontece, é que são elas. Tudo, claro, é suposição. Se os anjos são
elementos celestes não-visíveis ao olho comum, torna-se difícil de
comprovar a sua real existência Mas, como o homem vive de fé, não
podemos questionar a sua opinião, já arraigada no seu âmago desde que
ficou consciente da sua própria existência. Contudo, não devemos
esquecer daquela velha máxima de que “a verdade é somente aquilo que
permanece incólume diante da perpétua mutação universal, mantendo-se
aplicável a todas as épocas e aberta ao espírito-investigador”.
Por isso mesmo, devemos analisar tal “verdade” com o “pé-no-chão” (mas
cabeça no céu). Como os mistérios são aparentemente insolúveis, resta-
nos, pois, apenas especular, nada mais.
Muitas pessoas se “protegem” ou se sentem protegidas logo após rezar a
famosa oração “Santo Anjo”. Isto pode acontecer geralmente antes de
fazer qualquer coisa, ou, às vezes, antes de dormir e depois de acordar. O
fato é que a auto-sugestão passa a atuar, porque fica de certo modo
“presa” às palavras dessa prece e isto é o que torna eficaz o “escudo”
requerido. Quando os pedidos são efetivados, o indivíduo passa a se fiar
na oração e começa a acreditar na presença – mesmo que não visualizada
- do seu “anjo-protetor”. Ele não quer nem saber se a lógica da vida
pressupõe que os anjos existam ou não. O que lhe importa, é que,
efetivamente, se sente amparado por forças ocultas, não vistas, porém
sentidas e isso já basta para enfrentar o dia-a-dia, devidamente escudado.
O mesmo acontece em se tratando de outras entidades invisíveis, sejam
santos, ou mesmo o Deus correspondente à sua religião.
Dizem os escritos sobre a matéria, que existem 72 seres angelicais ao
todo e estes estão divididos em nove hierarquias, que são as dos Serafins,
Querubins, Tronos, Potências, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos. A
palavra "anjo" vem do grego “angelus”, que significa "mensageiro". Para a
cultura hebraica o termo é “malakl”, que também quer dizer “emissário”.
Dizem os entendidos que “as mensagens dos anjos poderiam ser
comparadas ao sistema via satélite, no qual os sinais que passam pelo
céu são enviados para todos os receptores”, no caso os pedintes.
Apregoam ainda, que também são considerados anjos, os chamados
“daimones” que, apesar de serem conhecidos, não são muito invocados
pelos seres humanos. Seriam eles os “silfos”, elementais do ar que
24
ajudariam na propagação dos recados; as “ondinas”, os elementais
correspondentes à água, que controlam as emoções e os “gnomos” e
“duendes”, que são os elementais correspondentes à terra, no caso, à
prosperidade.
Tudo, como dito, são crenças. Verdade ou não, elas estão na boca do povo.
O importante, em suma, são os fins e não os meios, pois o campo
magnético que a mente humana cria ao lidar com tais “forças” é
inimaginável. Eis a proteção almejada que surge do nada, mas a partir da
solicitação feita verbalmente ou através do pensamento.
Anjos quer queiram, quer não, desempenham um papel preponderante na
vida de quem é considerado mais crédulo e confia na sua proteção, que
passa a ser divina.
O escudo protetor gerado graças à sua invocação é o que conta, enfim.
Complemento este ensaio, invocando (já que esta é a palavra propícia no
momento) um velho e sábio dito popular: "Deus dorme no mineral, sonha
no vegetal, age no animal e desperta no homem".
17-O MISTÉRIO DOS EXTRATERRESTRES-08/Outubro/2004
Mais um assunto, como sempre, polêmico, e não menos misterioso: a
existência de vida pensante em outros planetas, senão a Terra, onde
vivemos. Muito se falou e muito se fala sobre a questão. Para o
pesquisador neutro, menos influenciado pelas diversas tendências, sejam
religiosas ou científicas, existem evidências físicas palpáveis que atestam
a veracidade da vida fora do nosso mundo físico. É justamente por causa
das fantasias em torno do tema que a chamada “Ufologia” (termo
derivado de “UFO”, abreviatura em inglês para “Unidentified Flying
Objects”, ou “Objetos Voadores Não Identificados”) é ridicularizada,
mormente por leigos. A questão central é, pois como provar e comprovar
que realmente somos “visitados” por objetos voadores desconhecidos,
cujos “pilotos” seriam os seres que vivem em locais situados nos confins
do universo. Como desmistificar essa controvérsia que tanto inculca a
humanidade desde que os grandes eventos de sua existência começaram
a ser registrados de maneira inteligível? Além dos seus habituais
questionamentos: “quem somos?”, ou “de onde viemos?”; “para onde
vamos?”, aparece o invariável, “estamos sós no universo?”. Independente
do material existente, o fato é que o mistério perdura, mesmo sabendo
que a Terra é um planeta situado na “Via Láctea”, que por sua vez é uma,
dentre as milhares de galáxias existentes na parte pesquisada do
universo, e onde deve existir por volta de 450 milhões de estrelas com
idade média semelhante à do Sol, além de outros tantos planetas como o
nosso, ou seja com características energéticas e dimensionais similares.
Os contactos com os objetos diferem em graus, de acordo com os
estudiosos. Existem, segundo estes, alienígenas bons e maus.
Outros especulam que existem extraterrestres a serviço do governo norte-
americano, e que, em troca de certos favores, transferem tecnologia
espacial aos americanos. Há até o rumor que se isto não tivesse
acontecido, os EUA jamais teriam dado início ao programa espacial,
portanto, sequer teriam aportado na Lua, em 1969. Quanto à comunicação
com esses supostos seres de outros mundos, uns dizem que se
comunicam através da telepatia, outros via aparelhos eletrônicos (a
chamada “telecomunicação instrumental”) e, claro, de modo físico. E
25
como seria a aparência física desses habitantes de outros orbes? De
consistência etérea? Ou seriam semelhantes aos humanos? Seriam seus
mundos extradimensionais, ou tridimensionais como o nosso? Certos
pesquisadores dizem ainda, que os alienígenas poderiam ser provenientes
até do interior da própria Terra, ou mesmo das profundezas dos mares.
Vão surgir mais hipóteses e o assunto se torna infindável, providencial
para o homem criar suas fantasias, ao doce sabor de seus princípios
filosóficos.
Como se não bastasse, há pessoas que ainda acreditam que a Terra é o
único planeta habitado do universo. Para elas, nosso planeta seria uma
espécie de fonte geradora para povoar outros planetas: a matriz.
Seríamos, pois, tal como um único e minúsculo grão de areia no meio de
um deserto árido e inóspito, mas que poderia ser semeado e povoado por
nós. Por conseguinte, acreditam que tudo sobre o “fenômeno UFO”, não
passa de armação, ou alucinação típica de visionários. Outros, mais
crédulos, falam também de “conspiração”, “profecias do fim do mundo” e
toda espécie de teoria que a fértil mente do ser humano permite dentro da
sua infinita imaginação. Na outra ponta, todavia, existem as pesquisas
fundamentadas, que não se deixam contaminar pelo fanatismo ou
radicalismo.
Estas, sim, poderão nos levar a conclusões cabais acerca da vida fora da
Terra.
Enfim, há opiniões divergentes sobre a matéria, como não poderia deixar
de ser.
Afinal, é nosso sagrado direito de questionar sempre, e de duvidar
também, mas devemos, sobretudo, estarmos com a mente preparada para
enfrentarmos novas situações que, certamente, hão de acontecer em
futuro próximo. Na verdade, é assim que se evolui.
18-O MISTÉRIO DOS ANIMAIS-15/Outubro/2004
Já não é novidade para ninguém que os animais, na sua totalidade, têm
um sexto sentido tão apurado quanto o olfato ou a audição, já que a visão
não é tão potente em termos físicos, mas também parece detectar outros
campos vibracionais. Essa extra-percepção é que lhes permite “sentir”
além do comum com relação a nós, seres bípedes limitados ainda mal
treinados para tanto. Todo mundo já ouviu falar que quando se aproxima
uma tempestade, ou algo pior, certos animais domésticos se tornam
irrequietos. Ou mesmo quando um cachorro começa a latir olhando para o
suposto “nada”. É nesse momento que eles atingem uma dimensão ainda
inacessível por grande parte dos indivíduos ditos racionais. E então surge
a oportuna questão: por quê todos os animais possuem tal poder extra-
sensorial e a maioria dos humanos não? Teriam eles uma região no
cérebro, mas que nós ainda não a despertamos? Quando será que os
pesquisadores e cientistas conseguirão decifrar a parte psíquica do
animal, seja este alado, terrestre ou aquático? E a questão da linguagem?
Por quê até hoje o ser humano não entende o idioma dos bichos? Nessa
área, é de se admirar, segundo consta ao público, que nada se tenha
descoberto acerca do idioma daqueles que presunçosamente chamamos
de “irracionais”. Afinal, é certo que eles devem ter um padrão
característico para se comunicar entre si. Caso contrário, não existiriam os
grupos e as comunidades que os elefantes, por exemplo, formam.
26
No plano biológico, os bichos, assim como os humanos, estão
praticamente configurados. Em pouco tempo, eles certamente, também
terão seu genoma delineado. Mas nada de concreto se conhece sobre a
parte subjetiva do animal. Não é de se admirar. Se o homem dificilmente
consegue se auto-analisar, o que diremos com relação aos animais. Assim,
o cientista ainda não conhece totalmente a forma com que o animal se
comunica, sequer como vislumbra certos espectros, invisíveis aos nossos
olhos.
Em síntese, seu comportamento é analisado apenas sob o ponto de vista
prático, isto é, sabemos quando os bicho estão alegres, tristes, famintos,
mas não sabemos o que se passa nos confins de sua mente. Nada está
comprovado cientificamente, porém para não fugir do hábito, há
especulações em torno do assunto. Sabe-se, também, que o padrão
gramático da linguagem humana tem uma ordem peculiar, independente
de sua raiz. Isto é, os sons vocálicos e consonantais estão inseridos em
qualquer tipo de idioma. Mesmo os que possuem a escrita através de
ideogramas (como os chineses, japoneses e os antigos egípcios), têm a
lógica gramatical inserida no seu sistema de comunicação gráfica. E os
bichos? Como “falam” entre si? Como seria a construção gramatical de
suas frases usadas para se expressar? A onomatopéia é a palavra que
imita o som de seu significado. E o que entendemos dos sons animais,
exceto que emitem sons típicos de sua raça? Somente a identificação de
quem os emite, ou seja, se é uma ave, um porco, etc. Nada mais.
Pesquisas sobre entonação, timbre, e acústica em geral deveriam ser mais
aprofundados para o contexto zoológico. A título de exemplo, é notório
que os cachorros são exímios "guardadores de imagens", pois sabemos
que através do odor, eles fixam no cérebro a cena que o faro captou, uma
vez que o cheiro sempre está atrelado à visão. Essa postura lhes permite
"fotografar" a figura que acabaram de "farejar". Não seria este o ponto de
partida para começar a decodificar a fala canina? E o que se pode dizer
dos macacos? Sabe-se que há estudos bastante adiantados nesse sentido,
pois se especula que a comunicação do símio é muito similar à do ser
humano.
Em suma, se um dia pudermos desvendar o mistério da linguagem animal,
e formos capazes de entender o seu comportamento psíquico e
psicológico, isso na certa nos possibilitará atingir a almejada sintonia
“homem/natureza. Será quando amenizaremos as maldades que tanto
lhes infringimos. Nesse momento especial, passaremos a nos conscientizar
que não somos os únicos “inteligentes” da Terra.
19-O MISTÉRIO DO TEMPO-22/Outubro/2004
Não é mistério para ninguém, que o tempo é uma criação humana usada
para controlar os ciclos da vida, bem como os movimentos da natureza.
Percebemos sua trajetória através de nosso cérebro que mede o que
passou, o que se passa e o que pode acontecer através da detecção de
todas as coisas, imobilizadas, ou não, isto é, como os eventos naturais,
desde o surgimento do sol, até o seu poente. Todavia, se este tipo de
noção cessasse, o tempo deixaria de existir e o homem não sobreviveria,
uma vez que seu relógio biológico depende da orientação externa. Mas,
por que então o tempo é misterioso? Por quê essa “medida” é tão vital
para nós, limitados humanos? O objetivo deste questionamento, não é
27
fazer as observações de sempre que todos já estão cansados de ouvir
falar ou ler. O fator tempo é, na verdade, um assunto muito mais
complexo que as infindáveis suposições e teorias sugerem. Todos têm
perfeita idéia do que seja passado, presente ou futuro. Nossa mente está
acostumada a materializar o tempo desde que nascemos. Sabemos que o
tempo está diretamente relacionado com o nosso mapa genético, que
também retém as características de nossos ancestrais, renascidas em nós.
É certo, ainda, que esta impressão temporal não existe fora da Terra,
porquanto é o Sol que a rege. O tempo, portanto, é uma ilusão meramente
terrena e vital para a nossa sobrevivência. No entanto, há teorias
fantásticas sobre o assunto: viagens ao passado, ao futuro, em outras
dimensões, fenômeno “deja-vu”, enfim, hipóteses das mais variadas e
para todos os gostos e princípios. A verdade, é que ainda não descobrimos
a maneira de decifrar o tempo. Afinal, se ainda somos seus escravos,
como poderíamos ousar concebê-lo? Se assim o fosse, seríamos eternos,
é certo...
Para os quânticos, o tempo seria a quarta dimensão, ou seja, ele está além
do nosso mundo composto por três dimensões, que é a delimitação
espacial compreendida em altura, largura e comprimento. Conclui-se, que
se há uma quarta dimensão, então poderia haver no espaço outras
dimensões. A partir desse princípio, ou suposição, surge a idéia do
Universo multidimensional. Nossa limitação torna-se, pois, evidente neste
preciso momento, porque a consciência humana ordinária somente está
consciente de três lados (pelo menos, na maioria das pessoas, ditas
normais). E como poderíamos “enxergar” essas (talvez) inexpugnáveis
perspectivas? Como galgar planos e subplanos invisíveis e não palpáveis?
Primeiramente, teríamos de ter consciência do que significa dimensão:
quando colocamos nossa mão à frente da luz, vemos na parede sua
projeção, ou seja, sua sombra que, claro, tem o formato exato de nossa
mão, porém lhe falta uma dimensão. Ela está, assim, em um plano de
duas dimensões. Do mesmo modo, subtende-se que nossos corpos - e
tudo o que se move nas três dimensões - seriam sombras de dimensões
superiores. Normalmente, pensamos que as sombras são projeções reais.
Na verdade, podem estar sendo projetadas a partir de dimensões
superiores. Dedução: o tempo e o espaço estão conectados entre si. Se
entendermos este conceito com mais propriedade, poderíamos, então,
começar a desvendar o mistério?
Pois compliquemos ainda mais a situação: e o que dizer quando não há
espaço, nem tempo? Seria este o “nada absoluto?” E o que dizer daqueles
que dizem que o nada não existe? Há pesquisas neste sentido que, de
acordo com a Física da Energia Ponto Zero, toda matéria não é nada mais
do que uma modificação do vazio, uma vez que este está também repleto
de energia. Logo, o vazio não existe, uma vez que energia é matéria em
diferente estado de manifestação. Qual conclusão poderemos tirar? Que
se tempo e espaço são o próprio vazio, nossa idéia acerca dos três é
totalmente errônea.
No mais, o assunto requer laudas e laudas de estudos e conjecturas. A
Física Quântica ainda engatinha, mas muita novidade pode acontecer. No
mais, quando descobrirmos o segredo do tempo, acharemos a maneira de
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nos “situar” no espaço. Por certo, preencheremos o “vazio” dentro de nós
que carrega o insustentável mistério da vida.
20-O MISTÉRIO DA NOITE NEGRA-29/Outubro/2004
Todos nós, sem exceção, temos bons e maus momentos ao longo de
nossas vidas. Infelizmente, a tendência relacionada ao sofrimento
prevalece, seja em função de intempéries que fogem ao nosso controle,
seja em virtude de motivos diversos que ninguém consegue explicar
direito. Advém, portanto, mais um mistério que nos atormenta: o porquê
de termos que conviver com fatos ruins e indesejáveis. O ser humano
nasce aconchegado pelo amor dos pais, é afagado pela família, e sempre
tem o apoio dos parentes e amigos, mas não consegue ser feliz
integralmente. Por que motivos temos que conviver com “aclives e
declives” durante nossa existência? Se a velha máxima, “quem planta,
colhe”, é mesmo implacável, o que dizer daquelas pessoas bondosas a
vida inteira que, ao final, morrem infelizes por causa de várias razões? Por
que a tristeza e todos os seus derivativos precisam fazer parte do nosso
cotidiano? Em suma, esta é a “Noite Negra”, um termo criado para
designar o período negativo que um dia todos passamos de acordo com as
circunstâncias, sejam ambientais, sociais ou mesmo pessoais, ainda que
existam também os chamados “sortudos” (eufemismo para
“merecedores”), cuja “Noite Negra” seria mais amena do que para os
demais, aqueles menos privilegiados. O fato é, “o tempo fecha” para
todos sem distinção de raça, credo ou classe social. A analogia é cabível,
porque a noite é o momento da escuridão. Porém, depois dela, virá o dia,
junto ao raiar do sol brilhante e pleno de energia. Assim, conscientes de
que o escuro é passageiro, o único jeito será enfrentá-lo e superá-lo com
coragem, determinação e altivez, pois não existe “baixo astral” que dure a
vida inteira. Não há tempestade que não seja seguida pela bonanza. Uma
doença, um acidente, a perda de um ente querido, problemas familiares,
problemas profissionais, são alguns dos fatores negativos que abalam a
vida de qualquer um. As trevas acontecem sem aviso prévio. É nessa fase
terrível que deixamos todas as nossas esperanças de lado. Passamos a
não acreditar em mais nada, em ninguém e muito menos em nós mesmos.
Deixamos ser aprisionados pela fatalidade e nos tornamos espectadores
entediados da vida, que perde o seu encanto. Desistimos de tudo e nessa
turbulência, sucumbimos. É quando vamos descobrir o quão frágeis somos
e o quão atrasados estamos, porque uma adversidade interrompeu a
nossa felicidade. Cessa a vontade de viver e a tudo fica nublado.
Paradoxalmente, esta é hora certa para evoluir. Mas, onde estaria a saída
para amortecer esta provação? Que instrumentos teríamos para tanto? O
primeiro passo, é impingir em nossas cabeças que é impossível
progredirmos sem termos problemas a
resolver e dificuldades a suplantar. Enquanto estivermos lutando para
aprimorar nossa inteligência, certamente ficaremos menos vulneráveis
durante a “Noite Negra”, uma vez que nossa fragilidade vai ser sempre
proporcional ao nosso conhecimento. Em outras palavras, quanto mais
“sabemos”, naturalmente menos sofreremos. Eis a “arma” que irá depurar
a nossa capacidade de discernir. Dessa forma, estaremos achando – e
possivelmente, encontrando - meios de aplacar a sombra que, queiramos
29
ou não, sempre está à nossa espreita, pronta para nos atingir e
sobrepujar.
O importante é, enfim, não perdermos a serenidade e tentarmos manter a
calma. Com essa infalível – porém, difícil - tática, o pensamento coerente
fatalmente vai fluir com mais desenvoltura, sem os entraves advindos da
preocupação que tanto nos emperra.
No mais, o que fazemos pelo bem de nosso corpo, igualmente fazemos
pelo bem de nossa alma. Toda “Noite Negra”, individual ou coletiva, é uma
iniciação que deve ser assimilada tal qual um aprendizado, para que as
outras situações ruins possam ser melhor absorvidas e com menos
sobressaltos. Nem toda noite é tão negra como se supõe. Devemos
sempre imaginar que no céu poderá haver uma única estrela brilhando.
Basta que a procuremos: sem pressa e sem medo. Assim, o dia chegará
mais rápido e não repararemos que a “Noite Negra” foi embora sem ter
deixado rastro...

21-O MISTÉRIO DA PINEAL-05/Novembro/2004


A ciência ainda não conseguiu explicar direito como se processam os
fenômenos ditos paranormais. Como sempre, chegam-nos aos ouvidos
explicações de todas as matizes e de todas as vertentes. Nada
comprovado. Assim, como aconteceria, em termos científicos, o contato do
ser humano com espaços (ou entidades) não visualizados pelos seus
limitados olhos? Haveria um meio que facilitaria este tipo de alcance com
o lado da vida, ainda imperceptível, sob o ponto de vista material? Todos
bem sabem que a televisão, por exemplo, precisa de uma antena para
captar as ondas que serão decodificadas em imagens. O mesmo acontece
com o rádio, com o telefone sem fio (celular ou fixo) e outros meios de
comunicação que necessitam de um meio físico para que o contacto seja
devidamente compreendido. Eis a questão: como o chamado “sensitivo”
pode captar mensagens de outras “paragens” que não sejam físicas?
O filósofo e matemático francês Renê Descartes foi o primeiro a
conjecturar sobre o meio de comunicação “extraordinária” dos homens.
Para ele, existe no cérebro uma glândula que seria o local onde a alma se
instalaria..., em outras palavras, a sede da alma, ou onde repousa o
espírito. Esta glândula é a pineal, um dos “componentes” mais misteriosos
do nosso corpo. Com tanto mistério ao nosso redor, nada mais oportuno
do que falar da parte responsável pelos nossos pretensos “contatos com o
Outro lado.” Os iogues a chamam de “terceiro olho”. Os espíritas dizem
que a pineal é a nossa antena para estabelecer o contato com o mundo
espiritual. Para o decodificador do espiritismo, Alan Kardec, a mediunidade
seria um atributo biológico e não um conceito religioso. O médium, (ou
sensitivo),.portanto, teria a sua glândula pineal mais desenvolvida que nas
demais pessoas sem este tipo de atributo. A fim de recapitular o que
muitos já sabem, a pineal está localizada no meio do cérebro, na altura
dos olhos. Ela é um órgão cronobiológico, isto é, uma espécie de relógio
interno, o nosso navegador. A pineal opera, através das radiações do Sol e
da Lua. É ela que controla nosso tempo interno, regulando e coordenando
as funções do organismo em consonância com o lado externo, ou seja, o
cotidiano. Nos animais, a glândula pineal tem fotorreceptores iguais aos
presentes na retina dos olhos, porque a origem biológica da pineal é a
30
mesma dos olhos, o que prova que é o terceiro olho de fato. O que
acontece, é que a pineal converte ondas eletromagnéticas em estímulos
neuroquímicos, traduzindo-os em ações compreensíveis aos padrões
visuais. Seria como captar um campo eletromagnético, aquela área que
não detectamos. Isto, como já foi abordado em artigos passados acontece
mormente com os animais que atingem níveis vibracionais bem mais
apurados do que os nossos Dizem, ainda, que a pineal calcifica à medida
que a pessoa envelhece, mas o que realmente acontece, segundo os
pesquisadores, é que ela forma cristais de apatita, o que independe da
idade. Esses cristais têm a ver com o perfil da função da
glândula. Uma criança pode ter cristais de apatita na pineal em grande
quantidade
enquanto um adulto pode não ter nada e vice-versa. Os que quem
possuem muito desses cristais, teriam mais facilidade de “seqüestrar” o
campo eletromagnético. Por conseguinte, ao que tudo indica, os cristais
facilitariam a operação de captação com o “outro lado” ou outra dimensão.
Assim, a antena mais eficiente, conteria mais cristais de apatita e, por
isso, detectaria com mais facilidade o espaço invisível aos nossos olhos,
ou sentidos. A pineal, enfim, comanda as demais glandulas endócrinas e
produz o hormônio chamado melatonina, responsável, dentre outras
funções, pela sedação do cérebro. Sua produção que aumenta
principalmente à noite, quando não há luz, que por sua vez a reduz – é
pois, fotossensível.
Atualmente, as pesquisas científicas parecem ter se voltado
definitivamente
para o estudo mais atento da pineal. Estaria a humanidade próxima da
comprovação científica da integração entre o corpo e a alma? Um dia,
saberemos...

22-O MISTÉRIO DAS DROGAS-12/Novembro/2004


Mais um assunto misterioso e, por isso mesmo, complicado de se abordar.
Trata-se de um “aditivo” que mata aos poucos quem o ingere com
exacerbação: é a droga. Afinal, por que o ser humano é atraído por ela?
Para fugir da realidade? Necessidade de aventura? Pesquisa? Motivos que
ele próprio desconhece? A verdade, é que ninguém sabe exatamente. A
ânsia pelo desconhecido, pela aventura, talvez, possa ser o passo inicial
que leva a pessoa a experimentar a droga. O tema é, pois,
exaustivamente debatido sob todas as formas e óticas. Há os que
prescrevem antídotos, outros, tratamentos de ordem psíquica ou de
caráter puramente medicinal. Os resultados podem ser positivos, mas nem
sempre a cura total advém. O que acontece, na maioria das vezes, é a
implacável morte. A droga é destruidora e impiedosa. O relato de seus
efeitos é lido em inúmeras obras e estudos. Mas, e o que acontece
“depois”? Eis uma questão capciosa. Verdade seja dita: ninguém sabe.
Porém, em respeito ao tom desta série de artigos, ouso adentrar numa
seara perigosa, não obstante, respeitando as crenças e aos cientistas
especialistas no assunto. Em suma, o que será aventado a seguir, poderá
mexer com susceptibilidades. Contudo e, guardando a precaução devida, é
bom prevenir aos consumidores, que o “aqui-agora” pode até ser
fantástico (pelo menos enquanto o efeito alucinógeno durar), mas o porvir
31
(sem contar a fase de tratamento, se for o caso), não é nada venturoso...
Antes de adentrar no cerne deste ensaio, é bom alvitre recordar que a
palavra "droga" está associada tanto ao conceito de narcótico ou
entorpecente quanto ao conceito de medicamento. Em outras
palavras, "droga é qualquer substância, química ou a mistura delas (à
exceção daquelas necessárias para a manutenção da saúde, como, por
exemplo, água e oxigênio), que altera a função biológica e possivelmente
a sua estrutura". Portanto, toda substância, natural ou sintética, que tem a
capacidade de alterar as funções fisiológicas ou de comportamento da
pessoa, é considerada “droga” que, no mais, pode ser: álcool;
anabolizantes; anfetaminas; ayahuasca; cocaína; cogumelos; “crack”;
“ecstasy”; haxixe; heroína; inalantes; “LSD”; maconha; ópio e tabaco.
Assim, quando a ingestão de quaisquer dessas drogas ultrapassa o limite
tolerado, a morte acontece irremediavelmente. E o que viria depois dela?
Eis o maior mistério de todos. O que será descrito a seguir, repita-se,
poderá desagradar, e até afrontar, além, claro, de fazer com que se
duvide de sua veracidade. É o direito de cada um, questionar. Que se
evite, todavia, de comprovar tal “autenticidade”...
Ressalte-se, de novo, que tudo não passa de mera especulação, não custa,
contudo, exercitar a imaginação. Verdade, ou fantasia, no mínimo servirá
de sobreaviso.
Pelo menos, que fiquem “atentos” os contumazes usuários de drogas...
Dizem, que logo após a morte, o espírito do viciado continua se debatendo
até que dele se aproximam sedentas entidades do mal que, então, passam
a "vampirizá-lo", isto é, começam a sugar tudo o que lhe resta em termos
de energia vital. Esse ato macabro é efetuado de forma cruel e
desrespeitosa, como não podia deixar de ser. Metaforicamente, seria como
glutões estivessem em volta de uma mesa, saboreando um prato
suculento. Cada um, portando um canudinho. O “festim” prosseguiria,
depois, com o chamado “cordão de prata” (elo imaginário que une o corpo
ao espírito e é rompido, aos poucos, após a morte, segundo os espiritistas)
que seria impiedosa e abruptamente partido. Ainda assim, o viciado,
morto por “overdose” continuaria com a sensação do corpo físico. Isto é,
ele continuaria “sentindo” a sua alma sendo vorazmente consumida pelos
famintos algozes, bem como vermes reais devorando o corpo em estado
de putrefação. Como se não bastasse, o infeliz “presenciaria”, ainda, o
retalhamento de sua carne durante a autópsia. Ao final do banquete, os
“sugadores” buscariam uma substância semelhante ao líquido semiótico.
Seria esse, o momento mais doloroso do sombrio ritual. Pelo visto, o
sofrimento continua no “outro lado”. Cuidado!

23-O MISTÉRIO DA VISÃO REMOTA-19/Novembro/2004


Tecnicamente explicando, o corpo humano é circundado por um halo de
energia eletromagnética. Os olhos normais enxergam noventa por cento
das emissões fotônicas geradas pela imagem captada. Tais emissões são
filtradas pelo tálamo, redundando num formato de energia, que é
interpretado como a realidade. Mas, e os dez por cento restantes? Esse
campo somente poderá ser captado através da chamada “visão remota”.
E como obter este atributo? Qualquer um poderia adquirí-lo, independente
de sua capacidade extra-sensorial, desde que treine adequadamente,
32
segundo apregoam os especialistas na matéria. Há empresas que
oferecem tais treinamentos. Assim, é facultados a todos, sem exceção, a
habilidade de “enxergar” além do campo visual que o olho comum atinge.
Em outras palavras, a visão remota seria uma espécie de percepção extra-
visual que possibilita “viajar” com os olhos interiores (no caso, a mente) a
qualquer distância, neste tempo e até mesmo em outro tempo (passado e
futuro), de acordo com o foco. Esse incrível atributo acontece, porque a
mente ultrapassa os limites dimensionais, com o corpo consciente e
desperto. No clarividente, isto seria diferente, porque sua capacidade
atingiria somente o espaço-tempo presente. O “visualizador” precisaria
também de referências, tais como mapas, plantas ou fotos para agir.
Tudo isto começou com o advento da Guerra Fria. A CIA e a KGB, agências
de inteligência americana e soviética, passaram a contratar paranormais
visando obter informações secretas do inimigo, acessando áreas
instransponíveis sob o ponto de vista físico. Esses agentes especiais eram
conhecidos como “agentes psíquicos”. Na verdade, o termo era
erroneamente aplicado, uma vez que, conforme mencionado, o mais
importante para obter a visão remota, é prioritariamente treinar. O
postulante deve ter percepção apurada antes de tudo. Depois disso, ele
poderá ser devidamente “educado” para “trabalhar” com sua mente, ou
seja, facultar-lhe o poder de “conectar” campos magnéticos até então
indevassáveis para, em seguida, decifrá-los inteligivelmente. Por analogia,
seria como se a mente fosse uma espécie de computador interligado a
um servidor-central, também interligado a outras “máquinas”, todas se
interagindo com uma rede complexa de dados de variados matizes.
Através da visão remota, o indivíduo, então, teria meios para “penetrar”
em qualquer computador que desejasse. “Dentro” do alvo, ele poderia
fazer qualquer tipo de “download” (ato de receber os arquivos) ou
“upload” (ato de enviar os arquivos) que necessitasse. Surgiria o autêntico
“hacker mental”, ou seja, um invasor de computadores alheios. Se o termo
“psíquico” foi deixado de lado, tais pessoas passaram a ser conhecidas
como “bio-mentes”. Em suma, todas as “bio-mentes” seriam similares em
essência, mas a gradação poderia variar de acordo com a sua
configuração, ou consoante aos “upgrades” (aprimoramento do
computador) efetuados. Deste modo, o acesso ao “arquivo central” e daí,
para áreas inexpugnáveis, ou restritas, seria possibilitado a quem
estivesse mais habilitado, ou que detivesse senhas secretas, exclusivas de
cada computador.
Finalmente, visando comprovar a eficácia do sistema, os divulgadores do
tema, disseram que o ditador Sadhan Hussein foi capturado graças à
utilização deste artifício. Como se não bastasse, falaram, ainda, que
Osama Bin Laden só não foi pego até hoje, porque já conhece as
artimanhas da CIA no campo da visão remota (uma vez que ali foi
treinado, como já se sabe). Ele treinou cães justamente para “farejar” a
presença de outras “mentes” (dos visualizadores) que o caçam. Quando os
cachorros dão o alarme, Osama escapa para outro lugar. Um típico jogo de
gato e rato virtual.
O que se espera, no mais, é que esta faculdade fique em mãos (ou
mentes) idôneas. Se é difícil combater o inimigo visível, imagine-se se
estiver invisível. A utilização dessa modalidade tem que ser para o lado
33
positivo. E o homem será onipresente, tornado-se o deus que ele é em
potencial. Do contrário, a evolução humana continuará estagnada.

24-O MISTÉRIO DA MALDADE-26/Novembro/2004


Tema dos mais misteriosos: a maldade humana. Por quê o homem pratica
o mal? Como pode ser, ao mesmo tempo, construtor e destruidor de tudo
o que faz? O conceito de bem e mal, é uma concepção eminentemente
terrena, portanto, ilusória. O bem poderá prevalecer para todos. Explique-
se: se os muçulmanos fundamentalistas matam e morrem para “salvar seu
povo” e ir ao paraíso, esta é uma ação benigna para eles. Logo, tudo
depende do ponto de vista. Então, fica difícil definir tanto o bem como o
mal. Não obstante tanta incógnita, no modo de ver geral, “maldade” é
algo que não traz satisfação à pessoa que a pratica, tampouco a outrem,
caso seja o alvo. Aquilo que não gera prazer, bem-estar, tanto para o
corpo, como para a mente, é considerado mal, ruim. Ainda assim,
qualquer um é passível de agir contra seus próprios princípios, seja de
forma contumaz, seja de forma temporária. É o perfil característico do ser
humano. Todo mundo tem seu “monstro interno”, adormecido ou desperto.
Em síntese, somos bipolares. Ultimamente, o que se tem presenciado é a
preponderância da maldade (independente da ótica) em todos os cantos
do Planeta. Como sempre, o mal surge em função de variados motivos,
ora por causa da miséria, ora devido às divergências religiosas, raciais e
sociais, dentre as causas mais importantes. Os castigos a que os infratores
estão sujeitos são variáveis. No Leste, geralmente são punidos com a
morte, tortura ou a mutilação dependendo do grau do delito. No Ocidente,
as penas variam do encarceramento à morte (a tortura sempre está
presente). O inferno das prisões, contudo, ajuda a piorar a situação, ao
invés de corrigir. A revolta da maioria dos egressos das cadeias quase
sempre os conduz à reincidência, gerando um círculo vicioso difícil de ser
revertido. Se o “engaiolamento” não é eficaz, qual seria o caminho? Como
erradicar o mal arraigado nas pessoas? Se o homem é eminentemente
dual, como torná-lo “uno”? Não há solução. Pelo menos, nesta realidade
em que vivemos. Um filme de Spielberg, chamado "Minority Report"
poderia servir de modelo para acabar com a eterna luta do bem contra o
mal. A história é ambientada num futuro remoto. Nele, paranormais
treinados anteviam crimes e, na sua iminência, davam o alarme à polícia,
evitando seu acontecimento. Assim, o criminoso em potencial era
impedido antes de praticá-lo. Certamente, o bem passaria a predominar,
pois o mal sempre morreria no seu nascedouro. Outra possível solução,
não menos fantástica, seria a lavagem cerebral. O cérebro continua
praticamente desconhecido pelos neurologistas ou pesquisadores. Há
regiões que ainda estão inacessíveis. Quem sabe, existe uma área onde o
mal é “maquinado”? A eliminação ou reprogramação dessas “zonas
malignas” poderia ser a solução contra a maldade impregnada no
indivíduo. Dizem que há estudos neste sentido. Esperemos. O mesmo
poderia ser feito com relação ao mapa genético. Descoberto o filamento
do DNA correspondente aos desvios de personalidade e atitudes errôneas,
este seria remodelado antes mesmo do nascimento do ex-futuro
recalcitrante.
34
Por outro lado, os religiosos pensam de maneira diferente. Para eles, o mal
vem de fora, não de dentro. Portanto, a pessoa teria que passar por uma
espécie de “exorcismo” para se livrar daquilo que geralmente chamam de
“diabo”, que seria o “mal personificado”. Solução simplista, mas que tem
se mostrado eficaz em determinados indivíduos. Verdade seja dita, a
religião da “cura” dos retrógrados. A consciência de que há uma força
maior é o motivo que os faz temer pela punição, aqui, ou depois da morte.
Então, tratam de se livrar dos males que o acometeram, enquanto é
tempo. Enfim, os meios é que menos importam. É a consciência do erro
que poderá corrigir e evitar novos enganos. Para tanto, somente o
conhecimento poderá ser o instrumento para adquirir o discernimento.
Este será o caminho para se “sentir” o bem. Energia positiva gera energia
positiva. É a lei.

25-O MISTÉRIO DO DESTINO-03/Dezembro/2004


Os adeptos do destino asseguram que é a fatalidade que rege as suas
vidas. Por sinal a palavra “fatal” é derivativa do latim “fatum”, que
significa “destino”, “sina” (“fate”, em inglês).
Na verdade, muitos acreditam que a vida tem um fim já pré-determinado.
A observação é sempre a mesma: “Isto tinha de acontecer”. O filme
“Efeito Borboleta” atesta este princípio, ou seja, não adianta querer mudar
o passado, pois o futuro já está escrito. Paira o mistério: somos realmente
pessoas predestinadas? Em contraposição a essa teoria determinista, o
psicanalista Carl Gustav Jung observou que “quando não estamos
sintonizados com a nossa vida interior, as coisas que nos acontecem são
vistas como Destino.”, o que significa que, por não estarmos em harmonia
com nosso íntimo, tendemos a nos isentar de responsabilidade pelos
nossos atos. Em síntese, para os que acreditam em destino, fatos e
acontecimentos são imutáveis, ou o caos reinaria. Por outro lado, o que
pensam os apologistas do livre-arbítrio? Para estes, o homem é livre para
a prática do bem e do mal, devendo arcar, todavia, com as conseqüências
de seus atos. O fato é que essas duas vertentes acabam se tornando
posturas tipicamente de cunho religioso. Em qualquer dessas situações, o
homem acaba ficando escravizado, ora pensando que age tal e qual uma
marionete, ora se preocupando com suas ações, temendo o troco pelo que
fez de certo ou de errado. Nessa hora, aparecem os oportunistas que se
intitulam, “senhores do destino”: astrólogos, videntes, quiromantes,
cartomantes, fanáticos religiosos, etc. Eles “adivinham” o porvir e se
tornam uma espécie de “muleta”. Se acertam, tornam-se deuses e o
círculo vicioso está montado.
Como se não bastasse, ou para contrabalançar essa “insustentável leveza
do ser”, existe uma terceira ala que pensa diferente. São os chamados
“cartesianos”, pragmáticos partidários do pensamento de Descartes que
afirmou não existir nenhum conhecimento mais seguro no mundo do que a
própria existência, isto é, o “eu”. Nada mais, nada menos. E completou:
“Penso, longo existo”. Sua justificativa é fundada na tese de que o homem
não pode duvidar de sua existência, pois se assim o for, estará
questionando o próprio “eu”. No final de toda essa celeuma filosófica
sobre o seu futuro, o ser humano deve é se preocupar, sobretudo, com
suas ações no presente. Agindo em concordância com as leis da natureza,
35
certamente, a vida fluirá tal e qual um rio que desliza leito abaixo. Não
importa o quão caudaloso seja, o quão revolto esteja. O certo é que o rio
chegará ao seu destino.
Enfim, deve-se respeitar a verdade íntima de cada um. Não se discute este
mérito. O importante é o objetivo e a metas a atingir. Devemos perseguí-
los independentemente da filosofia que seguimos. E que seja de forma
natural. A vida tem que ter seus percalços. Derrotas e vitórias fazem parte
do crescimento de todos. Responsabilidades idem. A física relativista de
Einstein, a quântica de Max Planck, e a teoria das incertezas de
Heisenberg, por exemplo, apregoam que há um certo indeterminismo ou
determinismo relativo nos fenômenos físicos. Dessa maneira de pensar,
surgiu uma espécie de casamento entre a física moderna ocidental e a
metafísica das religiões orientais, o que pode ser corroborado na obra de
Lao-Tsé, “O Tao”. Outros cientistas renomados de diversos pensamentos,
como o citado Jung (que asseverou sobre o sincronismo, assunto já
abordado nesta coluna) e Stanlislav Groff (autor de "A Mente
Holotrópica"), defendem, igualmente, essa fusão que visa desmistificar
certas crenças ou princípios. O sábio Gandhi define bem o que seja
“destino”:
“Mantenha seus pensamentos positivos, porque dos seus pensamentos
advêm suas palavras: mantenha suas palavras positivas, porque de suas
palavras advêm seu comportamento; mantenha seu comportamento
positivo, porque de seu comportamento advêm seus hábitos; mantenha
seus hábitos positivos, porque de seus hábitos advêm seus valores e
mantenha seus valores positivos, porque de seus valores advêm seu
destino.”
Assim, é a consciência que deve conduzir os atos do indivíduo. Estando
ela em harmonia com seu “hospedeiro”, certamente resultará no seu bem-
estar, na sua felicidade.
Eis o melhor método para controlar o nosso destino ou nosso livre-arbítrio.

26-O MISTÉRIO DA REENCARNAÇÃO-10/Dezembro/2004


Existe a reencarnação? Eis mais um tema controverso. Há religiões que
contestam veementemente esta teoria dizendo que a vida é uma só e que
vamos “ressurgir dos mortos” no dia do “Juízo Final”, mas, uns alegam que
interpretaram mal a Bíblia, pois ressurreição quer dizer reencarnação.
Esses, que acreditam na possibilidade reencarnatória, acatam
peremptoriamente na viabilidade de o espírito ser capaz de “habitar”
vários corpos durante muitas gerações, ou seja, o “eu” ficaria confinado
num corpo físico durante um certo tempo, correspondente a uma das suas
vidas. Depois, abandonaria esse corpo – decorrente da morte - e voltaria
ao mundo espiritual, também por um determinado tempo. Esse período
aqui e no além seria mutável. As especulações quanto ao “tempo de
residência” são diversas (comentado posteriormente neste ensaio).
Enfim, tal trajetória aconteceria até que se atingisse a perfeição, meta de
todos seres vivos.
O “eu” seria “a individualidade que abriga uma consciência”, denominada
“personalidade-alma”, única, porém mutável em seu desenvolvimento. Ele
carregaria um conjunto de memórias, desejos, sonhos, vontades,
pensamentos, atitudes, tendências, concomitantemente ao contexto social
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(temporal, econômico, religioso e político) que está inserido. Esta seria
uma definição mais simples para a “re-encarnação”, em outras palavras, o
processo de “nascer novamente num corpo diferente”.
Em síntese, muito se falou, muito se fala e muito se falará sobre este
mistério que envolve o reino humano. Não obstante vários casos obtidos
através da regressão da memória, terem sido registrados e catalogados,
não se pode afirmar a sua autenticidade com cem por cento de certeza,
uma vez que as habituais mistificações ajudam a prejudicar a sua
credibilidade. Mas há histórias incríveis que carecem somente de
comprovação reconhecida pelo mundo científico.
A verdade, é que a mente humana continua obscura, quase indevassável.
E ela é capaz de enganar e se enganar também. Por isso mesmo, a teoria
da reencarnação raramente é abordada de maneira imparcial. Cada um
tem seu modo peculiar de opinar sobre o tema. Uns são radicais, isto é,
tanto pendem para um lado, como para outro, igualmente de forma
extremada. Isto faz com que caiam no inevitável lugar-comum. Mas, cada
posicionamento tem sua argumentação. A seu turno, os
“reencarnacionistas” apregoam que o homem, em sua interminável busca
espiritual, se coloca em duas frentes: o “darma”, que seria o conjunto de
deveres que ele se submeteria livremente, visando alcançar a iluminação
e o “carma” (do sânscrito “ação”), que seria a conseqüência advinda de
ações, sejam boas ou ruins, com efeito de igual força (semelhante à
“Terceira Lei de Newton”).
Os que não acreditam na questão argumentam que se a pessoa “vive
várias vezes”, isto é, volta em outro corpo, a população não poderia ter
aumentado tanto. Atualmente, existem mais ou menos 6 bilhões de
humanos no planeta, porém há apenas duzentos anos, a população era de
2 bilhões de pessoas. De onde teriam vindo os novos espíritos? Os adeptos
do assunto contra-argumentam de maneira variada. Uns asseguram que a
evolução ocorre em todos os rincões, quer dizer, almas de animais que
atingiram o ápice de sua evolução, passariam a reencarnar no reino
humano (é a chamada “transmigração”), outros afirmam que os
habitantes de planetas mais atrasados poderiam estar reencarnando na
Terra por terem evoluído em seus mundos. Os mais evoluídos daqui,
renasceriam em mundos mais adiantados e, assim sucessivamente. Esta
seria uma espécie de lei cósmica. Certos traços, ou doenças poderiam ser
conseqüência de outras vidas que ficariam “impregnados” na alma,
trazidos para a vida seguinte e podendo ser curado ou, ainda, piorado. É
certo que com a decodificação do genoma, há características hereditárias,
sejam físicas e psicológicas. Em outras palavras, a questão da
ancestralidade está comprovada.
Estaria ela, direta, ou indiretamente, ligada à teoria da reencarnação? Não
se sabe.
E quanto ao período “entre-encarnações”? Existem teorias alegando que o
renascimento poderia ser imediato (isto é, uma pessoa morreria e, logo
em seguida, se reencarnaria), ou muito tempo depois da morte (variando
em termos de anos, até séculos). Há quem afirme que o “tempo de
duração” de uma individualidade seria de 144 anos. Por exemplo, se
alguém vivesse 44 anos na Terra, ficaria no mundo espiritual durante 100
anos, reencarnando-se após a expiração desse limite. Não se sabe como
37
se chegou a esses números, mas pode haver coerência se for levado em
conta que ninguém sabe o motivo pelo qual o período de gestação do
indivíduo é de 9 meses.
No mais, o homem continua questionando a sua própria existência. As
justificativas acerca da reencarnação podem ser plausíveis, pois seria
injusto somente uns evoluírem, e outros não.
Afinal, como diria o sábio marujo: “Todos estamos no mesmo barco”.

27-O MISTÉRIO DO MISTICISMO-17/Dezembro/2004


O misticismo seria uma espécie de religiosismo? Pode ser, mas é uma
forma de analisar os mistérios da vida de maneira quase didática, ou seja,
os estuda de forma metódica, sem se deixar pender para nenhum lado,
quer espiritualista, ou material. Agindo de modo imparcial, a aproximação
de uma reposta mais plausível torna-se mais fácil. Disse “aproximação”,
porque a verdade absoluta permanece inatingível. O místico sabe,
portanto, que apesar de ser difícil alcançar o seu objetivo, poderá abrir
novos caminhos que o levem a pesquisas mais consistentes e
aprofundadas. Afinal, “quanto mais propensão a pessoa tiver para o
estudo de qualquer assunto, tanto mais propensão terá para sondar os
mistérios da vida e compreender a si mesmo e a sua relação com o
universo.”
O oculto, portanto, atrai o estudioso sério que se contenta somente com
soluções empíricas, mas sem deixar de compreender que há forças
misteriosas por detrás da ciência, uma vez que até matérias corriqueiras,
como biologia, química e física continuam desconhecidas, porque ainda
carecem de novas demonstrações da existência de forças e energias que
se manifestam em laboratório através de diversas formas. Deste modo, a
chance de obter sucesso na infindável busca pelo desconhecido é maior
quando encarada sob a ótica mística. Por outro lado, existem aqueles que
pouco interesse têm em aprender, em sondar tudo que possa parecer
estranho. Estes são, certamente, dotados de uma mente pouco exigente
por não encontrar motivação nem inspiração em querer desvendar temas
de caráter mormente ocultista. Isto deve ocorrer porque a análise dos
poderes físicos e espirituais de todas as coisas não lhes provoca nenhum
tipo de curiosidade. Para eles, enfim, “somente a Deus é dado o direito de
desvendar o mistério da vida.” O ser divino é que dá as respostas,
somente através da fé. E esta postura inibe qualquer inclinação pelo
desconhecido da pessoa que prefere assim proceder. Outros, que sequer
têm religião (por isso, seriam menos dogmáticos), acham que os
benefícios materiais imediatos são suficientes para que sua existência
mundana prossiga, mesmo que entediante, sem sobressaltos.
Independentemente dessas posturas, estejam elas certas ou erradas, o
importante, como sempre, é seguir um curso na vida que leve ao bem-
comum. As intenções é que nortearão o caminho que o ser humano trilhar.
Uns vão demorar mais para progredir e outros atingirão o ápice mais
rapidamente. Mas, todos, sem exceção, um dia alcançarão o cume.
Contudo, somente o extremismo é que poderá retardar a caminhada.
Logo, toda e qualquer análise deve ser feita sempre com coerência,
mantendo o respeito pelas opiniões contrárias. As conclusões devem ser
invariavelmente aliadas à racionalidade e preparadas para a contra-
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argumentação que poderá ser mais bem fundamentada. Enfim, os prós e
contras devem ser pesados a fim de se chegar a um ponto comum, viável,
confiável, consciente e inteligente.
Eis o mecanismo principal para “descortinar” o véu da verdade que de
relativa, um dia poderá se tornar absoluta. Com tal mentalidade, tendo-se
em conta, sobretudo as próprias habilidades e aptidões, a nova
compreensão há de afetar a existência positivamente.
Em suma, o segredo para tratar um mistério de maneira mística, é saber
questionar corretamente. Afinal, qualquer um, portador de uma mente
pensante, não consegue olhar para o espaço sem deixar de ficar perplexo
e envolto em especulações. Assim, ele obtém a bússola que mapeará o
seu saber. O desejo de aprender vai de encontro às respostas.
O resultado será o domínio da vida. Naturalmente, advém o passo
seguinte: a necessidade de ajudar o próximo. Esta é a missão do místico
que só conhecerá a felicidade completa quando praticar o altruísmo. Essa
“ajuda mútua”, terá como conseqüência, a realização integral do ego.
Finalmente, o indivíduo, preocupado com seus problemas aparentemente
insuperáveis, só encontrará alívio para prosseguir sua jornada, quando os
compreender.

28-O MISTÉRIO DOS NÚMEROS-24/Dezembro/2004


Mais “uma temática” (o cacófato foi proposital) intrigante: os números.
Que mistério é este que nos torna autênticos escravos dos números
durante nossa existência?
Tudo gira em torno de números. Precisamos deles para medir extensão e
quantidade, ou seja, para contar nossa idade, para medir o tempo, para
calcular nossa riqueza (ou pobreza), enfim, somos integralmente
dependentes dos valores numéricos para viver.
Não fossem os números, a vida certamente seria diferente. As noções de
tempo e espaço seriam outras, ou talvez sequer existiriam. Além do mais,
outras leis e princípios científicos também são expressos através da
simbologia numérica. E o mesmo acontece com relação aos simbolismos
mitológicos e religiosos que são organizados e baseados nos números.
Assim, o homem depende do número para poder “contar” e “contar” (em
ambos os sentidos) a sua história. Até para se apresentar, o ser humano
necessita de um valor numérico, no caso, o número 2, que é dual, bipolar,
bilateral. O par ou ímpar caracterizam muitas coisas. Os algarismos são
binários e deles originou o código-fonte da computação. Por outro lado, o
número três é o lado divino. Seria a representação da divindade, ou seja, a
tríade que é a “trindade”. As relações numéricas também são
fundamentais para o equilíbrio acústico que decorre do ritmo, a harmonia
musical. Idêntica relação para com os poemas, trovas e outras formas de
arte. Os códigos numéricos são essenciais na ciência, na geometria, na
trigonometria, e em outras matérias no campo da aritmética. Em síntese,
eles são a expressão do conceito humano sobre a ordem universal.
Segundo Pitágoras, “Deus geometriza”. Para ele, o universo foi criado
graças a uma ordenação numérica complexa. Assim, foram organizadas as
galáxias. Ele dizia, por conseguinte, que a harmonia é para os ouvidos o
que a astronomia é para os olhos. Tudo é, pois, norteado pelas regras
matemáticas, seja no plano do microcosmo, seja no macrocosmo. Todavia,
39
algumas dessas leis continuam desconhecidas. Para solucioná-las através
de cálculos, os matemáticos utilizam os teoremas, intricados problemas
que resultam em demonstrações práticas. Por serem justamente
misteriosos, os números passaram a ter interpretações de caráter místico.
Dessa forma, da “leitura” de seus conjuntos, o indivíduo passou a se auto-
analisar, seja sua personalidade, seja seu destino. Nasceu a numerologia.
Através das letras, chega-se um determinado número-chave de significado
peculiar, ajustado à pessoa, isto é, para cada letra, um algarismo
respectivo. Adicionando tais valores aos algarismos correspondentes ao
dia, hora e ano do nascimento surgirá o mencionado número-chave. Surge
a partir daí, uma dependência ainda maior por parte da pessoa para com
os números. Essa relação faz da numerologia uma “paraciência”.
Contudo, ainda não foi explicado direito como isto funcionaria em
diferentes idiomas que possuem outros alfabetos, e em certas culturas
dotadas de calendários distintos. Se a lógica da matemática realmente for
levada ao pé da letra (ou ao “pé do número”), deve haver um
denominador comum que consiga unificar os modos de interpretação.
No mais, o real significado dos números continua especulativo. Há
coincidências que podem ser de fato bastante elucidativas e, por isso,
palpáveis aos olhos da razão. Mas, o mistério continua. Se a “Mente
Superior” efetivamente “geometriza”, o ser humano, ou seja, sua criatura,
precisa saber mais sobre esse mundo formado por números para poder
saber “manipular melhor o compasso, o esquadro e a régua que delineiam
a sua vida”. É mais um mecanismo para se conhecer. As respostas a essa
“geometria divina” pode estar, na verdade, no nosso mapa genético que
nada mais é do que números seriais correspondentes às nossas
características físicas e mentais.
O significado intrínseco dos números poderá ser finalmente compreendido,
facultando-nos a habilidade de poder controlar nossas compulsões e
nossos desejos.
E os números poderão significar além do que só quantidade e extensão...

29-O MISTÉRIO DA ENERGIA-31/Dezembro/2004


Tudo que vemos e sentimos é composto de energia, quer material ou
etérea. Na verdade, somos uma espécie de energia ambulante. A
diferença entre o sólido e o não sólido é simplesmente a sua configuração
atômica. Nosso próprio pensamento é uma forma energética que, como se
diz no dito popular, “é capaz de mover montanhas”. Por isso, devemos
descobrir a forma de manipular essa força misteriosa a fim de que o seu
poder imanente nos beneficie, bem como aqueles que conosco convivem.
Mas, como poderíamos controlar algo que sequer vemos, ou tocamos?
O passo inicial, é ter consciência de suas variadas manifestações. Uma
delas é o “Feng Shui”, uma interessante filosofia chinesa que apregoa que
todos os ambientes são circundados e interpenetrados por variadas
formas de energia descontroladas e, portanto, devem ser devidamente
harmonizados para o nosso próprio bem-estar. A posição dos móveis
dentro de casa, a maneira de dormir e determinadas situações internas no
local doméstico, ou mesmo onde trabalhamos, podem influir no viver de
cada um. Em síntese, esta filosofia ajuda a organizar o caos energético
que persiste em nossa volta devido às várias categorias de pensamentos e
40
posturas que permeiam o espaço. A partir dessa ordenação de energias
antagônicas (aquelas que não se coadunam com as leis da natureza), os
pensamentos fluem sem interferências e, por isso, as realizações são
iminentes. Outra manifestação de energia, foi descoberta nos finais dos
anos trinta, por Wilhelm Reich. Era a "Energia Cósmica Primordial", ou
“orgone”. Esse cientista afirmou que tal energia está onipresente, sendo
responsável pela cor do céu, por exemplo. Há, ainda, outras formas mais
conhecidas de energia, tais como: elétrica, cinética, química, solar, eólica
(força dos ventos) e a nuclear. Todavia, a energia mais poderosa seria
aquela emanada pelos seres humanos. O campo magnético que nos
circunda é a chamada “aura”. Esta energia, se bem administrada (através
dos sentimentos), torna-se curativa. Antigos feiticeiros teriam uma energia
psíquica bastante evidenciada. Atualmente, temos os passistas e as
folclóricas benzedeiras que usam as mãos para transmitir vibrações
curativas. Essas pessoas permutam suas energias a partir da fé de quem
as procura. As benzedeiras, tal como os bruxos do passado, mesclam
conhecimentos de medicina popular (ou alternativa), religião e magia para
tratar variados males humanos. Além das habituais rezas, elas utilizam
ervas e objetos com significados simbólicos para efetuar seu trabalho a
contento. A ciência ainda não descobriu que espécie de energia advém
desses “curandeiros” que, na maioria das vezes, satisfazem sua clientela
(que podem ser bebês, portadores do conhecido “quebranto”, ou “mau-
olhado”). Essa energia seria a decantada “energia vital”, ou “fluido
universal”, terminologias adotadas pelos espíritas, especialistas em
“reiki”, terapeutas holísticos (que estudam os pontos energéticos, que
seriam os “chacras”), dentre outros. Outro mistério seria como recompor o
campo áurico (ou energético) do indivíduo para obter seu equilíbrio
restabelecido. Esse processo de reciclagem que “limpa” e, por
conseguinte, descarrega é a prova de que a energia, tal como o ar que
respiramos, existe e por isso, deve ser bem conhecida.
O princípio do domínio dessa energia é, sem dúvida, o controle do
pensamento.
Se a imaginação for sempre criativa e, obviamente, positiva, terá sido este
o primeiro passo para a re-ordenação das energias em nosso interior e,
conseqüentemente, à nossa volta, resultando numa reação em cadeia de
grandes proporções e positivo resultado.
No mais, se até o vácuo, ou seja, o nada, é composto de energia, não há
como evitar a sua interação e o seu conseqüente contágio.
Por causa disso mesmo, é fundamental ter a consciência dessa existência.
Para tanto, é necessário ter bons pensamentos.
E o progresso será iminente

30-O MISTÉRIO DA VIAGEM ASTRAL-07/Janeiro/2005


Alguns já devem ter ouvido falar que enquanto dormimos, saímos do
corpo (que continua em repouso para repor as energias) e “passeamos”
no espaço. Tudo isso, inconscientemente. Esta seria a decantada “viagem
astral”, ou projeção. Todavia, não é qualquer um que pode provar
efetivamente que saiu do corpo com a consciência desperta. Durante o
período em que estamos dormindo, somente lembramos essencialmente
dos sonhos. Os que se recordam de suas “andanças extra-corpóreas”,
41
controlando-as, seriam os “projetores”, aqueles que o fazem de forma
consciente e voluntária. Dizem os especialistas no estudo da projeciologia
que o ser humano possui várias camadas superpostas de energia que são
seus "corpos". Com o sono, o corpo liga uma espécie de “piloto
automático” e, enquanto suas funções autônomas continuam trabalhando,
o eu, juntamente com as outras camadas, sai do corpo físico. É mais fácil
se inteirar dessas “escapadas cósmicas” se a pessoa tiver um grau de
paranormalidade mais acentuado, caso contrário, será necessário
treinamento justamente para “educar” os sentidos a fim de aprender a
“vagar” sem interferências. Assim, o primeiro passo para se tornar um
“turista dimensional consciente”, consistiria em aceitar que seu limite não
se restringe eminentemente ao corpo físico. Este seria exatamente um dos
maiores entraves. Outro obstáculo seria o medo do desconhecido. Se a
pessoa pensar que poderia morrer ao abandonar temporariamente seu
corpo, certamente não conseguirá levar a efeito o seu intento. Essa
“neofobia” gera transtornos irremediáveis. Deve-se se livrar também
dessa barreira. Com a eliminação de empecilhos, a possibilidade de
realizar a viagem astral aumentaria sobremaneira. Apregoa quem
consegue “voar”, que a projeção propicia, uma sensação de leveza e
liberdade jamais experimentada antes. Alegam que deve ser este o
sentimento de quem parte em definitivo, ou quase. Como é o que dizem
aqueles que tiveram a experiência do “quase-morte”. Os relatos
geralmente são de que a pessoa, ciente, ou não, de seus estertores, passa
a ver o próprio corpo moribundo, estirado. Salvando-se, o indivíduo pode
contar a sua fascinante experiência, não obstante as alegações médicas
que diagnosticam o contrário, esquecendo-se que esses que “voltaram”
passam a apresentar habilidades psíquicas que não tinham antes.
Já os que conseguem se projetar podem comprovar suas saídas graças ao
testemunho dos amigos. Após combinar hora e local para se
“encontrarem”, eles atestam a autenticidade do desdobramento, dizendo
o que estavam fazendo e como estavam vestidos. Uma outra modalidade
de projeção seria através da (já comentada em artigos anteriores) “visão
remota”. Dessa vez, não seria o corpo astral que “viajaria”, mas a mente.
Além do mais, o “visualizador tem um objetivo único, isto é, a partir de um
alvo específico, ele transporta sua consciência além dos limites
alcançados pelos olhos físicos. Nessas duas formas de projeção, de acordo
com os estudiosos, é facultado “interpenetrar” em dimensões de
realidades diferentes da nossa, tanto no tempo, quanto no espaço.
Dependendo do grau de psiquismo, dizem poder haver contactos com
seres de outros padrões energéticos.
Enfim, essa autêntica “aventura interplanetária” deve ser de fato
inigualável e inusitada para quem conseguir efetuá-la. No mais, esse
mistério poderá ser desvendado por todo aquele que precipuamente seja
dotado de boa-vontade, que tenha intenções positivas e altruísticas acima
de tudo.
Afinal, a ética também impera nas leis universais. Em outras palavras, a
energia negativa seguramente não se harmoniza com a energia que
possibilita o desprendimento ao astral.
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Este será o jeito de, finalmente, superarmos a então intransponível divisão
entre cérebro e consciência. Liricamente falando: dizem os “projetores,
que “o corpo astral é mais brilhante e iluminado do que o físico...”.

31-O MISTÉRIO DA MULHER-04/Fevereiro/2005


Nesta segunda fase da coluna que começou em junho do ano passado, os
temas serão menos analíticos e mais práticos, ou seja, os mistérios serão
menos subjetivos. E nada melhor do que começar pelo ser mais divino da
raça humana: a mulher.
Afinal, não haveria mistério algum se ela não existisse, pois é quem nos
gera e quem gera os enigmas conseqüentemente. Para dizer a verdade, a
inspiração chegou de duas vertentes: uma estimada colega de trabalho,
leitora desta coluna e não menos questionadora, passou a idéia para abrir
com chave de ouro o “livro 2” deste espaço e por causa do momento
presente, quando o poder feminino está mais forte do que nunca. Um
exemplo para ilustrar esta observação, é Maria Madalena, aquela que
viveu na época de Jesus e que dizem ter sido sua esposa. Segundo
consta, ela também foi motivo de controvérsias dentro da Igreja Católica.
Falando nisso, o famoso livro “O Código Da Vinci”, tem sido um dos
responsáveis pela (re)conscientização da importância da mulher.
Parafraseando ao que foi dito na página 466, do mencionado romance:
“Estamos começando a sentir a necessidade de restaurar o Sagrado
Feminino”.
No mais, o fato é que Madalena é o símbolo da nova era da mulher. E
nada melhor do que recomeçar falando um pouco desse misterioso e,
sobretudo, divino ser humano que, por sinal, ultimamente vem
“incomodando” sobremaneira a alguns incompetentes (machistas, é bom
ressaltar) homens, possivelmente com medo de perder a posição de “sexo
forte”, há tantos milênios mantida à custa da sua prepotência desmedida.
No momento mais sublime da mulher, quando vai gerar um semelhante,
ela passa a produzir uma espécie de leite que nada mais é do que um
elixir da vida. Um autêntico repositório de energia, cuja essência
permanece tão misteriosa, quanto maravilhosa.
O que se pode dizer, contudo, é que “não se concebe a concepção”, ou
seja, ninguém em sã consciência é capaz de conceituar ou explicar o
milagre da reprodução.
Pode-se fazê-lo sob o ponto de vista biológico, mas jamais sob a ótica
espiritualista. Para que uma vida tenha capacidade de “transformar”
outra vida, precisa ser mesmo muito sagrada, muito especial. Essa
alquimia é a essência da mulher. Só este magnífico detalhe já basta para
que se possa mensurar a importância do feminino na vida humana. No
ventre materno outra alma se aconchega até que possa sair para viver a
sua existência. Todavia, os laços que os unem jamais serão desatados. Em
outras palavras, o amor “mãe-e-filho” é tão forte que não se pode definí-lo
através de meras palavras.
A simbiose de pensamentos que os une não tem explicação no ponto de
vista terreno. Eis porque a mulher é o ser supremo que habita esta parte
do Universo. Sua sacralidade é tanta que até suas percepções são mais
apuradas do que as dos homens. A intuição feminina deixou de ser uma
suposição para se tornar uma afirmação, tamanha é a confiança que todos
43
nela depositam. Muito se falou, muito se fala e muito será falado acerca
da mulher, cada um com sua ênfase particular, mas todos chegando a um
ponto comum: a grandeza feminina é única. Trovadores, escritores,
românticos, enfim, todos esses líricos jamais se cansarão de admirar a
beleza feminina que continuará sendo cantada e decantada em prosa e
verso. Excetuando o radicalismo de certas religiões, é chegado o momento
do “assentamento da mulher”. Não há como negar - não a sua
superioridade, pois todos são iguais, em essência - a sua importância na
sociedade ocidental e quiçá oriental (em futuro breve, espera-se). Assim,
ao tentar analisar esta bendita espécie de entidade, sempre se incorrerá
no risco de esbarrar na mesmice.
Mas esse lugar-comum por certo não incomodará àquele que vê a mulher
com olhos amáveis e respeitosos, sabendo que o seu lugar não mais está
vago, porque finalmente foi ocupado por quem de direito.
Nesse contexto, o surrado ditado, “à César o que é de César”, deveria ser
mudado para, “à Madalena o que é de Madalena”.

32-O MISTÉRIO DAS GLÂNDULAS-11/Fevereiro/2005


Dando prosseguimento à seção de mistérios (a história que ficou de ser
publicada intercaladamente, ainda está sendo devidamente atualizada), o
assunto da semana, como sempre, intriga: as glândulas, que são
consideradas como as guardiãs do corpo ou, como dizem os Rosacruzes,
“o espelho do Eu”. Todos sabemos que nosso corpo age igual a um
computador. Assim, analogamente, as peças, no caso os órgãos,
funcionariam de acordo com um programa pré-estabelecido, com funções
e atribuições específicas. A cadeia de DNA seria a memória permanente
do computador, a mente poderia ser a memória transitória. Mas, e os
“chips”, esses diminutos, porém vitais condutores e filtros? O que seriam
eles? Quem mais, senão as glândulas? São exatamente elas que filtram e
dão o equilíbrio necessário ao correto funcionamento do corpo. Para
alguns, o elo do eu material com o eu espiritual. Em outras palavras, as
glândulas “regulariam” também as funções mentais e psíquicas. Nossa
aparência física, até nossa simpatia pessoal e, mais essencialmente a
nossa intangível personalidade, seriam o resultado do funcionamento
glandular. Por isso, elas atuam em consonância ao comportamento
individual, seja físico ou mental. Contudo, esta ordem pode ser alterada
por causa de fatores hereditários. Em síntese, a glândula é “coordenada”
de acordo com as atitudes de seu “hospedeiro”. A título de informação, é
de bom alvitre rememorar o significado das glândulas. Elas são órgãos que
produzem ou secretam substâncias indispensáveis para a harmonia do
corpo. Há dois tipos de glândulas: as que possuem dutos (ou canais),
denominadas exócrinas (salivares, lacrimais e o fígado) e as endócrinas,
que não têm canais (gônadas, pâncreas, supra-renais, timo, tireóide,
paratireóides, pituitária e a polêmica pineal, já comentada em ensaios
passados). Essas glândulas secretam hormônios, que são fundamentais
para o balanceamento intracorpóreo, como ressaltado. Na verdade, supõe-
se que qualquer estudo mais acurado desses órgãos implicaria em
conhecimento mais aprofundado sobre o Eu psíquico.
O que quer dizer que o Eu se manifestaria através do funcionamento da
glândula. Até o pragmático Descartes vislumbrou que a glândula pineal
44
(assunto este, já abordado nesta coluna) seria uma espécie de “sede da
alma”, isto é, para ele, o espírito moraria nesse órgão assim como o
cérebro, a “casa da mente”. O desequilíbrio de qualquer dessas tantas
glândulas que guardamos dentro de nós resulta em sérios distúrbios para
o organismo, o que não é novidade para ninguém. De fato, como apregoa
o ditado: “Só sentimos falta de água, quando o poço seca”. É exatamente
essa sensação quando o fígado ou a tireóide, por exemplo, funcionam em
desacordo com as suas funções.
É mais um motivo para que se dê mais vazão ao pensamento correto que
por sua vez, irá se refletir no funcionamento das glândulas e vice-versa.
Frases feitas, clichês, lugar-comum, mas a verdade é que não custa repetir
essa ladainha à exaustão: “Cada um é o reflexo do próprio pensamento”.
O “Espelho do Eu” deve sempre estar limpo, cristalino e brilhante. Assim,
a “ponte para o céu” ficará desimpedida e o caminho para a maestria será
menor. As idéias fluem com maior desenvoltura se há no corpo glândulas
sadias que produzem e regulam o metabolismo de acordo com a ordem
natural.
É este grau de harmonia que ditará o ritmo e demonstrará qual é o nível
de relação da pessoa para com o Universo. A percepção ficará apurada,
advindo um discernimento qualificado que terá ressonância positiva na
vida. Glândula que trabalha sem entraves, gera pensamento puro que, por
sua vez, resulta em ações e imaginação criativa. Eis um caminho para se
conseguir as coisas: o equilíbrio mente/corpo . Dizem que é sorte, mas a
sorte é simplesmente a reação externa que advém da ação interna. Em
igual proporção.
Enfim, é bom ter consciência que a glândula é o “canal” para obter tudo
isso.

33-O MISTÉRIO DA TRANSCOMUNICAÇÃO-18/Fevereiro/2005


Depois de discorrer um pouco sobre o mistério da morte, tentando relatar
os efeitos e as sensações de quem fica perto da “passagem” para o Outro
Lado quando, por pouco, a alma não toma rumo definitivo a outras
“plagas” (conhecidas somente através de leituras de teor espiritista) e,
depois de abordar outro assunto correlato, que é a reencarnação, teoria
esta que apregoa a reentrada do espírito num outro corpo, vem à baila
mais um assunto não menos misterioso e correlacionado à extinção
definitiva das funções orgânicas do indivíduo”: a comunicação com esse
“lado oposto da vida física”. Nesse tocante, sabe-se que existem variadas
“modalidades” de contactos com os que deixaram a vida. Os chamados
“videntes” alegam que podem “ver” o morto, graças à sua extra-
percepção sensorial que poucos adquiriram ou desenvolveram.
Precisariam de instrumentos para fazê-lo, seja através de papel e lápis ou
mesmo por intermédio de copos, ou tábuas com letras. Nem precisa
repetir que, como se trata de um “trabalho” eminentemente humano, as
fraudes acontecem. Por isso, o charlatão também não “falta” nessa área.
Mesmo assim, há casos impressionantes que atestam a autenticidade do
fenômeno, quando as provas são incontestáveis. Como não podia deixar
de ser, os céticos duvidam de tudo isso. Talvez seja por causa desse
ceticismo radical é que apareceu uma outra modalidade de contacto mais
45
palpável como o Outro Lado: a “Transcomunicação Instrumental”, ou
comumente conhecida entre os pesquisadores por “TCI”, um assunto já
bem conhecido e debatido entre os estudiosos. Até mesmo alguns
espíritas contestam esta “modalidade”. Talvez receando uma iminente
extinção do ofício de médium.
Mas, isto é o que caracteriza um mistério: muita dúvida, muita
especulação e pouca conclusão. Como de hábito, também, há os que se
arvoram de entendidos, mas carecem de elementos mais conclusivos para
atestar sua teoria. O mais importante será provar sem deixar margem
para a dúvida. Afinal, críticas existem e sempre existirão. O que se deve
fazer é demonstrar o feito não somente ao mundo científico, mas ao leigo
e até ao espiritualista: atribuição do místico típico.
Este ensaio, portanto, dispensará comentários acerca da metodologia da
utilização da TCI. Para tanto, basta acessar a rede mundial. Que se evite o
lugar-comum, enfim.
O objetivo é alertar para uma nova realidade que se avizinha no campo da
“comunicação com os mortos”. Seria, pois, este mais um mistério que vai
“incomodar” aos incrédulos irrequietos, que ficam buscando explicação
para tudo que não vêem e não ouvem. Dessa vez, o “desconhecido”
poderá ser conhecido pelos olhos e ouvidos. Para traduzir a explanação: a
TCI, é um modo de se comunicar com outro mundo, dimensão, ou talvez
até com um outro tempo, através de aparelhos eletrônicos, tais como
televisão, gravador ou rádio. Em outras palavras, o comunicante poderia
“falar” e receber notícias de um espírito, de um ser de outras dimensões,
de um extraterrestre e, até de uma pessoa do passado ou do futuro. É o
que atestam os eminentes, eficientes e experientes pesquisadores, Paulo
Roberto Gomes Cabral e Phyllis Macedo que, ademais, atentam para o fato
de que o comunicante deve estar sintonizado, harmonizado e, sobretudo,
bem-intencionado com o que vai fazer. Caso contrário, provavelmente a
dificuldade de contacto será maior. São esses, a rigor, os pré-requisitos
fundamentais para que um médium tenha sucesso na sua empreitada.
Quer dizer, se a aparelhagem daqui estiver “alinhada” com o seu “dono”,
certamente a troca de informações com o “Acolá” será eficaz.
Ultrapassada esta primeira barreira, o próximo passo será “filtrar” as
informações recebidas. O teor das mesmas e a sua coerência é o que vai
pesar quando da sua análise que deve ser criteriosa e imparcial, imune de
tendências, porque os farsantes e oportunistas sempre serão obstáculos.
Como dito, esta é uma praga que infesta todo e qualquer estudo na área
ocultista.
O certo é que não se discute contra uma imagem, ou um som
inconfundíveis. Os olhos e os ouvidos não se enganam sempre. As
interferências humanas hão de desaparecer com o advento da TCI.
Dizem os pesquisadores que a TCI não é uma nova forma de telefone,
sequer outro equipamento de comunicação. Muito cedo para qualquer
afirmação nesse sentido. O estudo ainda engatinha.
O importante é que os dados foram lançados. Pode ser esta, a “deixa”
definitiva para a almejada comprovação de que a morte não é o fim. “Se a
Internet encurtou o mundo, a TCI pode encurtar o Universo”. Sanado este
mistério, certamente outros mistérios serão revelados e as respostas para
46
muito questionamento serão finalmente dadas. E o homem alcançará o
“domínio da vida”. Oxalá!

34-O MISTÉRIO DA RELIGIÃO-04/Março/2005


Por quê a religião continua sendo um fator que, ao invés de unir os
homens, os afasta ainda mais uns dos outros? Desde que o homem passou
a ter consciência da sua própria existência e a imaginar que uma força
poderosa o “vigiava”, ele passou a lutar contra si mesmo e contra aqueles
que não rezavam as suas crenças. Na verdade, pelo que se tem visto e
ouvido no noticiário, lutas religiosas ainda perduram em toda parte do
globo. Não somente a política, mas religião é também um dos motivos de
tanto sangue derramado, de tanta desagregação, de tanto ódio. Pouco
mudou com relação à antiguidade. Tampouco a tecnologia conseguiu
transformar o pensamento arraigado do ser humano. E não se pode dizer
que essa é uma característica do leste, com muçulmanos, judeus, xiitas,
sunitas, etc., brigando entre si, pois na Europa ainda persistem lutas que
envolvem protestantes, católicos, luteranos, anglicanos e por aí vai.
Ninguém tem razão, mas todos têm suas razões. Têm argumentos
insuperáveis porque se baseiam em escritos ditados (ou “ouvidos”) pelos
seus líderes e arrebanhadores. Apesar dos pesares, se a religião for
encarada de forma ponderada, equilibrada, ela poderá ser um instrumento
agregador para que o indivíduo se desenvolva espiritualmente falando. Por
isso, o pressuposto é o equilíbrio, o respeito mútuo pela opinião diferente
ou pela crença alheia. O dogmatismo pode até existir, mas deve ser
menos exagerado, menos controlador, menos subjugante. As imposições,
sabe-se, podem afetar o comportamento ou a ação do religioso, fazendo-o
tomar certas atitudes não corretas com o que se entende como bem-viver.
Será que matar – e se matar - alguém em nome de seu deus é o correto?
O paraíso de fato seria a conseqüência desses “suicidas sagrados”?
Discordar do pensamento alheio é motivo para tanto ódio? E tudo em
nome do “Criador”? Se aquele que pratica a religião se conscientizar que a
força maior não é só externa, mas interna, então sua vida poderá ser
diferente. O apego excessivo a “livros sagrados”, pode gerar alienação
para aquele que professa determinada religião. A visão mais pragmática e
menos radical sugere que as leis divinas ou cósmicas jamais poderiam ser
escritas. É verdade que os grandes líderes religiosos como Moisés, Jesus,
Buda, Zoroastro, Maomé, dentre outros, eram influentes e tiveram uma
missão sublime e valiosa. Mas, os seus interpretadores (ou intérpretes), ao
longo dos anos, deturparam e muito a essência do seu trabalho para com
a humanidade. Então, qual seria o parâmetro para o ser humano se mirar?
Quem sabe, essas “leis” não estejam escritas na Natureza? Afinal, através
dela pode-se presenciar harmonia, beleza e ordem (quando o homem a
altera, há o revide, o que é natural). Pela tradução falha, a religião passou
a ser uma barreira, ao invés de ser um caminho. Interesses humanos (ou
“pseudo-humanísticos”), escusos e egoísticos, interpuseram em seus
objetivos. Não cabe agora enumerar quais seriam esses erros e de quem
foram. O foco aqui é exatamente o contrário: mostrar a todos que a
religião pode oferecer a bússola e o mapa. Achar o tesouro (a maestria), é
função daquele que se dispõe a buscá-lo. Tendo consciência dessa
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realidade e se integrando à harmonia da natureza através da religião, o
ser humano certamente vai sentir e agir de acordo com as leis universais.
No mais, as futuras gerações de homens e mulheres tendem a modificar
as suas aspirações espirituais.
A religião do futuro, quem sabe, poderá ser desprovida de dogmas,
privilegiando a liberdade de consciência e a reflexão pessoal. E não será
mais na Bíblia, na Torá, no Alcorão, nos Upanishads ou em qualquer outro
“livro sagrado” que será “pescada” a palavra divina, mas no “livro da
alma”. E que chegue o momento em que a espiritualidade seja feita tão-
somente de conhecimento e humanismo.
E o homem passará a se comportar à imagem e semelhança de seu
Criador (sem aspas).

35-O MISTÉRIO DA ASTROLOGIA-11/Março/2005


Mais um mistério que, para não fugir à regra, é tema para debate. Será
que o ser humano realmente tem sua vida controlada pela ação dos
astros? Eis a polêmica astrologia. Assunto controverso que possui seus
adeptos fervorosos e, claro, estudiosos de todas as tendências. Não se
discute aqui o mérito, ou seja, se de fato há uma efetiva influência
astronômica dos planetas e satélites que circundam a Terra, como por
exemplo, a Lua que atua sobre os oceanos formando as marés, e também
nos animais e vegetais. Mas, será mesmo que o ser humano recebe tanta
influência assim dos astros, estrelas e satélites? Não seria uma espécie de
auto-sugestão provocada pelos horóscopos, que fazem previsões e ditam
regras de comportamento? Há indivíduos que não agem sem antes
consultar seu horóscopo do dia. Outros cortam o cabelo, ou ficam mais ou
menos sensíveis, de acordo com a fase lunar. E por aí vai. A capacidade
criativa humana é imensurável, mas às vezes exacerba, como não podia
deixar de ser. E o mistério continua. A título de informação, não custa
repetir o que a maioria já sabe: qual o significado de “signo”. Segundo os
estudiosos, os signos comporiam um determinado campo da consciência
do ser humano, e que seriam em número de 12. É o chamado “Zodíaco”.
Através da leitura desse “campo”, os especialistas elaborariam o que se
conhece como “mapa astrológico”, onde constaria o horário de
nascimento da pessoa, que indicaria o seu “ascendente”, além de outras
casas ou setores da vida, sempre concomitante ao seu signo. Apregoam,
ainda, que é o signo que fornece os indícios da forma física que a pessoa
vai ter e a maneira espontânea de agir que esta irá desenvolver ao longo
da vida. O signo ascendente seria, pois o que ocupa a região
correspondente ao Leste na carta astrológica no momento em que um
evento ou pessoa está nascendo. Tal signo, portanto, "nasceria" ao mesmo
tempo em que a pessoa respira pela primeira vez. Além disso, continuam,
esse ascendente informa como é que cada um começou no mundo em
que habitará, uma vez que este se torna a marca da sua primeira entrada
no mundo. Em suma, para descobrir o ascendente, é necessário ter em
mãos o dia, mês, ano, local e horário de nascimento. Alegam, enfim, que
apenas quatro minutos na diferença de horário de nascimento poderia
comprometer em um ano as análises de um prognóstico astrológico.
Assim, em duas horas, o signo ascendente muda, tal como a Lua que se
move cerca de um grau nesse mesmo intervalo de tempo. Apesar das
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explicações, o assunto continua oculto, por conseguinte, misterioso. A
verdade, é que as pessoas se fiam na astrologia como esta fosse o pré-
requisito para continuarem vivendo e sobrevivendo, ajudando-lhes a evitar
os percalços que a vida poderá apresentar. Seria, esta área um
instrumento de precaução e de auto-conhecimento? Por outro lado, se a
vida de cada pessoa no mundo é rigorosamente diferente como uma
impressão digital, então como se explica a leitura do horóscopo que é
genérica? E o que dizer dos mapas astrológicos de duas pessoas nascidas
exatamente no mesmo hospital, hora e minuto? Seriam também
idênticos? Mas, aí esbarraria na mencionada individualidade, única e
personalíssima. Será que seriam os segundos entre um nascimento e
outro o que faria a diferença? Alegam os astrólogos que é a localidade de
nascimento e o fuso horário que alteram o ascendente e as demais casas
astrológicas. Mas, não respondem quando um nascimento é rigorosamente
na mesma hora e local, pois as pessoas se tornam tão diferentes entre si.
Sendo, ou não, um método de adivinhação, a astrologia deve ser
respeitada, uma vez que sua finalidade é, sobretudo, ajudar as pessoas.
No mais, é certo que a ciência precisa de provas cabais para autenticar
mais um enigma humano, mormente esses correlatos à astronomia.
Se o homem mal conhece o seu habitat, imagine-se fora dele. Em outras
palavras, se a Terra continua desconhecida, o que dizer do Universo.
Mesmo assim, todos devem continuar buscando, em respeito à velha
máxima socrática: “Conhece-te a ti mesmo”.

36-O MISTÉRIO DO TELETRANSPORTE-18/Março/2005


Que amante de ficção científica não se admirava quando assistia “Jornada
nas Estrelas” e via o fenômeno de desmaterialização e “rematerialização”
dos viajantes da nave “Enterprise”, quando estes iam para outro lugar?
Este é o fenômeno do teletransporte ou, para que se entenda melhor, a
transferência da matéria de um local para outro, sem alteração de sua
constituição molecular. Por outro lado, o teletransporte humano é
totalmente inviável, apesar da série mostrar o contrário. Mas, e quanto à
matéria? Será possível um objeto inanimado - ou até mesmo um feixe de
luz - ser “transferido” de um local para outro sem percorrer o espaço entre
os dois pontos? Tudo indica que esta será mais uma revolução que a Física
Quântica reserva para a humanidade. Em síntese, o "teletransporte",
atualmente testado somente em laboratórios, abre perspectivas
fantásticas para este século XXI e poderá ser responsável por mudanças
fundamentais na vida do ser humano, não obstante os estudos e
experimentos nesta área ainda se encontrarem em fase embrionária, pois
há brechas que não foram explicadas cabalmente. Por exemplo, na sua
transferência quântica, a matéria original seria destruída integralmente
para ser, da mesma forma, reconstituída em outro local. Esse re-
mapeamento dos átomos, elétrons, prótons, etc., teria que ser
rigorosamente idêntico para o processo se concretizar efetivamente. É o
dilema que intriga os cientistas. Essa “reincorporação” teria que ser
perfeita. É isto que impossibilita o teletransporte humano. Se a matriz é
desfeita, como reconstituí-la na sua totalidade objetiva e, sobretudo,
subjetiva (no caso, a mente)? Por conseguinte, o fenômeno teve que ser
subdividido, tendo em vista suas variações: Assim, o “teletransporte p” se
49
refere ao psíquico. A visão remota - quando a mente “viaja” para outros
locais pré-determinados, além da visão normal - poderia ser a definição do
teletransporte psíquico, como também a tão propalada viagem no tempo.
Seria a mente quem adentra o passado ou futuro, fora do corpo? Outro
mistério. O “teletransporte q”, seria o quântico, para a matéria inanimada;
o “teletransporte vm”, de vácuo métrico, na transferência de objetos
através do espaço e, finalmente, o “teletransporte e”, de “exótico”, como
o próprio nome diz, quando os objetos ultrapassassem o mundo físico, ou
seja, a transferência efetivada de uma dimensão para outra, ou através
dos ainda desconhecidos universos paralelos. A propósito, uma derradeira
questão: seria a quarta dimensão a ponte para os “teletransportados”?
Conforme comentado, a ciência ainda engatinha no campo da Mecânica
Quântica, mas os avanços são indiscutíveis. Na Índia, por exemplo,
pesquisadores começaram a desenvolver métodos para o teletransporte
computacional quântico. O objetivo desse projeto é possibilitar a emissão
fotônica de um objeto recriando-o materialmente numa outra máquina
que faria uma espécie de “download físico”. Contudo, os cientistas estão
encontrando dificuldades quando da reconfiguração dos algoritmos que
compõem o objeto. Desse modo, os computadores quânticos vão
empregar energia fotônica em vez de energia elétrica, transformando em
brinquedos de crianças os atuais processadores. Pode-se vislumbrar como
seria a Internet do futuro com esses computadores. Produtos seriam
vendidos e imediatamente enviados para seus compradores. A troca de
mensagens eletrônicas também seria interessante. Pessoas distantes
trocariam presentes e daí por diante. O pior, como sempre, seria um
equipamento desse, cair em mãos erradas. Bombas, via “e-mail”? Vírus
realmente vivos? O certo, é que o ser humano vai ter que evoluir mais
para merecer mais esta dádiva tecnológica. Eis mais um entrave difícil de
ser resolvido...
O advento do teletransporte, enfim, abrirá muitas portas, até hoje só
vistas nos domínios da ficção. E mais uma vez, sementes da dúvida são
lançadas no campo dos mistérios para o homem colher. Que sejam
colhidas e transformadas em alimentos que, por sua vez, nutrirão a sua
insaciável fome de conhecimento.

37-O MISTÉRIO DO TELEPATIA-25/Março/2005


Pelo menos, uma vez na vida, alguém deve ter ficado com vontade de
ligar para um amigo, e quando o fez, este lhe disse que
“coincidentemente” teve o mesmo desejo. Em outras ocasiões, fez um
determinado comentário perto de seu acompanhante e este, admirado,
lhe disse que estava pensando justamente naquilo que ele disse. Mera
coincidência, ou uma fortuita sincronia de idéias? E se aconteceu mesmo,
uma autêntica transmissão e recepção de pensamentos? Então significaria
que dois pensamentos de duas ou mais pessoas se cruzaram no espaço
físico, sem interferências. Para este fenômeno, dá-se o nome de
“telepatia”. Como se operaria este mistério? O que se passa dentro de
uma cabeça, poderia ser captado por outro indivíduo, esteja ele receptivo,
ou não? A possibilidade de “ler” o pensamento alheio, para, em seguida
retransmití-lo de modo inteligível, é mesmo possível? Como sempre,
muitas perguntas e poucas respostas. Para os cientistas, esta realidade já
50
é palpável e há muitos anos. E, segundo asseguram, o será futuramente
com maior freqüência ainda. Em síntese, a telepatia não seria fantasia.
Muitos casos são registrados, uns não passam mesmo de coincidências,
mas outros são exemplos genuínos de transmissão de pensamento.
Porém, ainda não se deu o valor merecido ao assunto. Isto, porque pouco
se sabe acerca da capacidade e do poder mental do ser humano que faz
precário uso de sua mente (por sinal, tema para o próximo “mistério”).
Não seria somente a afinidade entre as pessoas o fator básico para que se
efetive a telepatia. Elas teriam de ter uma espécie de capacidade para
poder “decodificar” o campo magnético uma da outra, traduzindo-o de
maneira compreensiva ao entendimento comum. O campo que circunda
todo o corpo da pessoa é chamado de aura que, de acordo com os
entendidos, varia de coloração ou tonalidade (vibrações) paralelamente ao
estado emocional do indivíduo. O halo em torno da cabeça é que teria de
ser decifrado para a captação. Os processos biofísicos e bioquímicos dos
neurônios gerariam o pensamento que, por sua vez, é a pura energia
mental. É esta energia que será “conduzida” por intermédio das emissões
ou radiações eletromagnéticas que formam o campo tridimensional que
será interpretado de forma material pelo telepata. Em outras palavras,
qualquer pensamento, por menos intenso que seja (intensidade no sentido
estritamente emocional), gera no interior do cérebro, sinapses, os
impulsos nervosos dos neurônios. Com a generalização da telepatia, quem
sabe, esta não vá se tornar futuramente um meio de comunicação
universal? Resta saber como seria configurado este tipo de linguagem. De
forma simbólica, ou através da troca de sentimentos, de emoções? Mente
entendendo mente? Consciência “falando” com consciência? Fim dos
idiomas falados? Seres da Terra e de vários orbes se confabulando e se
compreendendo? Todavia, os cientistas afirmam que para a efetivação
dessa “conversa mental”, seria necessário que todos os comunicantes
extra-galácticos, sem exceção, tivessem um aparelho visual semelhante
ao dos habitantes deste planeta, como também um sistema de
compreensão análogo, ou seja, as imagens e sentimentos teriam que ser
correlatos, do contrário, de nada adiantaria a leitura de pensamentos. No
mais, quiçá chegue esse dia, quando a prática da telepatia se tornar
corriqueira.
Somente assim, é que o homem perceberá cabalmente a sua realidade
consciencial e transcendental. Mas, para tanto, ele terá que parar de ser
negativo e, em conseqüência, descobrir e desenvolver seus poderes -
ainda ocultos -, adquirindo a habilidade para “detectar” o seu interlocutor
através de sua freqüência mental, captando-a quando bem quiser. Nesse
mundo de “colóquios vibracionais”, o diálogo será por intermédio do
pensamento.O tempo e espaço, então, não mais serão barreiras
intransponíveis como atualmente. Certamente, a falsidade vai ser coisa do
passado.
A compreensão mútua será, enfim, alcançada. Afinal, sentimentos não
mentem.
Agora sim, os olhos serão de fato, a “janela da alma”.

38-O MISTÉRIO DA MENTE-01/Abril/2005


51
De todos os mistérios da vida, nenhum deles é mais complexo, porquanto
desconhecido, do que a parte subjetiva que “repousa” nas entranhas do
chamado corpo, exatamente no interior da caixa craniana: a mente. Se a
mente é eminentemente humana, então dela surgem os mistérios, pois é
ela quem os gera e é ela quem os raramente resolve.
Na verdade, a mente poderia ser considerada como a matéria-prima do
todo, seja este oculto, ou não. Em suma, nada é mais desconhecido e
obscuro do que a mente. O que seria a mente, afinal? Deus? Não seria
esta poderosa Divindade, tão idolatrada e adorada pela humanidade, uma
espécie de congregação formada por várias mentes que alcançaram a
harmonia cósmica, isto é, a chamada “Mente Suprema”?
A mente do ser humano comum, enfim, deve ser simplesmente o
pensamento ou a sua alma que está em constante e ininterrupta evolução.
Um dia, portanto, ela poderá se unir a outras mentes e reger o Universo.
Será possível? O fato é que todos sabem que a mente, apesar de
intangível é real. Ninguém a vê, mas a sente e por seu intermédio, vive.
Não importa se bem ou mal, mas, a máxima, “penso, logo existo”,
corrobora a sua existência inequívoca. No mais, a mente é o instrumento
que aciona a vida de todos os seres viventes. Todas as mentes são fortes
em potencial e iguais em essência, mas poucas são verdadeiramente
desenvolvidas. Poucas atingiram seu ápice. São aqueles que realmente
souberam tirar proveito da sua força mental, ajudando não somente a si
próprio, como aos outros, menos cientes dessa possibilidade infinita. São
os heróis da humanidade, os “Iluminados” que tiveram missões diversas e
as cumpriram com louvor e sacrifício. Nem sempre, infelizmente (na
maioria das vezes, talvez) foram compreendidos e, uns tiveram finais
trágicos quando passaram pela Terra. De qualquer forma, legaram suas
ações e até hoje, os mais sensatos os reconhecem e lhes dão o devido
valor, talvez recusado na época em que por aqui viveram. É assim que se
deve utilizar a potencialidade da mente: em benefício, sobretudo do
próximo, pois em assim sendo, a própria pessoa também irá se beneficiar.
Este é o caminho para o almejado e, aparentemente, inalcançável domínio
da vida que significa estar ciente da própria força, mas sem dela utilizar
em prol de si mesmo, tampouco exibir tal força para alimentar à vaidade.
Humildade é a estratégia.
A mente forte não precisa se mostrar. Basta agir com, discrição,
consciência e sapiência.
Ao final de tudo, quando da matéria se “desprender”, a pessoa bem
afinada com sua mente colherá os frutos que plantou. Essa é a lei do
retorno. Implacável e soberana.
Por outro lado, uma mente instável vai gerar a sua doença e
principalmente do corpo que habita. Portanto, as emoções dominadas
regem o coração e apuram a razão.
Este é o óbvio resultado de quem está em franca evolução e
aperfeiçoamento.
A mente é tão forte que, dependendo do teor e da potência de suas
emissões – que seriam os pensamentos – poderá não somente mover
coisas (“telecinese”) e curar, como até mesmo gerar formas diversas no
éter. A essas “montagens” dá-se o nome de “pensamentos-forma”, cuja
função primordial seria também prejudicar seu criador, através de temores
52
e outras modalidades de negativismos. Eis um motivo cabal para que os
indivíduos “aprendam a pensar” com consciência, procurando controlá-lo
de modo sóbrio e coerente. Tal maestria mental é, na verdade, a ante-sala
da prosperidade e do sucesso, pré-requisitos básicos para uma vida plena,
cujo propósito é servir e usufruir.
Este ensaio não tem intenção, muito menos pretensão, de ser um texto de
auto-ajuda. Seu objetivo é martelar na mesma tecla: conscientização do
poder infinito da mente.
O poder advindo de quem obteve a maestria, redundará na capacidade e
habilidade de ultrapassar a barreira do tempo, do espaço e da vida,
fatores precípuos para adquirir o conhecimento e, em conseqüência,
desvendar os mistérios da existência.
Somente assim, é que o ser humano “conhecerá Deus”... E a perfeição,
um dia chegará.

39-O MISTÉRIO DA KABALA-08/Abril/2005


Mesmo convivendo com o desconhecido, o não-natural, ou com tudo
aquilo “fora dos padrões habituais”, o ser humano não conseguiu
respostas cabais para explicar os acontecimentos inusitados que
permeiam a sua atribulada vida de forma satisfatória. É certo que os mais
curiosos buscam tais respostas tentando pesquisar e estudar tudo que
está ao seu alcance, mas nem sempre obtêm plena satisfação. E a
verdade permanece velada, oculta. Quem não gostaria de viver num
mundo sem questionamentos, sem incertezas e sem problemas? Por quê
tem que ser assim? Por quê viver é tão difícil e custa tanto? O que estaria
faltando para a aquisição desta que seria a paz profunda?
A religião e as crenças já não funcionam como outrora. Seus conceitos são
considerados ultrapassados e, por isso mesmo, não convencem àqueles
mais atentos, mais instruídos e menos radicais. E onde estaria a fórmula
certa? Por enquanto, ninguém sabe, ou melhor, quase ninguém, pois
existe uma ala que diz que o mapa para achar o caminho da verdade já
está traçado há milênios. Esse caminho seria a Kabala.
Etimologicamente, o termo significa, em hebraico, “receber a luz”. Seus
estudiosos, os rabinos de tendência mística afirmam que, “a Kabala pode
ser considerada Ciência na medida em que trata e engloba racionalmente
e empiricamente todos os níveis de realidade, ou seja, onde termina a
filosofia, começa a Kabala”. Quais seriam essas realidades? Quantas mais
existiriam, além daquela que é palpável, visível aos olhos materiais? É
sabido que o indivíduo normal, geralmente faz uso de cinco sentidos,
porém ele pode apenas “sentir” outras realidades, sem tocá-las ou
visualizá-las.
O motivo, segundo eles, é que a mente ainda não está totalmente
desenvolvida e, portanto, não consegue filtrar o que há “por trás dos
bastidores”. Ou seja, o ser humano somente desenvolveu 5% da sua
capacidade mental. Seria este, pois, o momento em que o conhecimento
da Kabala se tornaria vital, ainda de acordo com esses eminentes
kabalistas. É quando seria revelado que existe apenas uma única
realidade. Em outras palavras, não haveria divisão material nem espiritual,
porquanto estão interligadas e devem ser percebidas como tal. Portanto,
na Kabala, a linha divisória separando o físico do não-físico deixaria de
53
existir. Prevalece, então, o Todo. Assim, a Kabala explicaria a essência da
existência, assim como a sua real aparência. E o “aparente” se extingue
juntamente com o “por quê”, substituídos pelo “porquê”. De posse das
respostas há tanto tempo delineadas na Kabala, o indivíduo se conduz à
almejada maestria. A Kabala seria, enfim, o meio para decifrar e, por
conseguinte, reger as forças do Universo, promovendo a fusão do Homem
com seu Espírito, existente, todavia ignorada.
A Física tradicional da atualidade estaria indo atrás daquilo que já foi
revelado pela Kabala há milênios. Fenômenos, tais como, Astrologia,
Telepatia, Tempo, Reencarnação, Glândulas, Projeção, dentre outros,
poderiam ser esclarecidos à luz da lógica por intermédio da Kabala.
Nesse sentido, a Kabala explicaria não somente o que a pessoa é, mas
acima de tudo, porque e o que ela é na realidade unificada. Em suma,
seria esta a chave da vida? Se sim, as atenções devem ser voltadas ao
“aparentemente” misterioso estudo da Kabala, que talvez possa ser o
atalho para se chegar à verdade e descortinar o véu da obscuridade.
Seria, no mais, o caminho curto para adquirir o domínio da vida, pois para
os kabalistas, “o domínio da Kabala é o domínio da vida, e o propósito de
todos os ensinamentos da Kabala, é mostrar ao Homem que o
materialismo não existe. Isto feito, ele poderá receber não somente a luz,
como também conseguir a harmonia e paz com o Universo.”. Kabala
poderá ser, ressalte-se novamente, o ensinamento do “porque”. Quem
sabe, talvez, o mapa genético da alma, o seu DNA. Parafraseando Rabi M.
Chaim Luzzato: “Nosso dever é entender a Kabala de maneira inteligente,
não apenas como uma questão de fé. Temos que ter o consentimento do
nosso próprio raciocínio”.

40-O MISTÉRIO DOS CHACRAS-15/Abril/2005


Os chacras, também conhecidos como "centros psíquicos", continuam
sendo um mistério para a maioria das pessoas que desconhecem a força
que têm dentro de si. Ignoram que possuem em seu interior autênticos
vórtices de força. Seriam, pois, os chacras, baterias de energia ou, quem
sabe, "antenas", que possibilitariam abrir “portais” ainda fechados?
Ademais, como atuariam em termos fisiológicos? Místicos e estudiosos
atestam que os chacras existem em todo e qualquer indivíduo,
independente de seu grau evolutivo. O que os distingue é a sua utilização.
O que se sabe, é que dentro de cada um há uma rede de nervos e órgãos
sensórios que possibilitam interpretar o mundo externo. Os chacras são
órgãos que interligam o Sistema Nervoso Espinal - que comanda os órgãos
físicos - e o Sistema Simpático que, por sua vez, faz o mesmo em relação
ao sistema sensitivo, aquele que transmite as emoções e as impressões.
Em outras palavras, esses centros funcionariam como uma espécie de
transformadores de energia psíquica em energia sensitiva e vice-versa.
Portanto, sua função básica seria decodificar, isto é, "filtrar" aquilo que
não é visto, mas sentido. Ainda de acordo com aqueles que investigam a
matéria mais profundamente, os principais chacras estariam localizados
na região da cabeça, estando associados à traquéia, ao labirinto (no
interior do ouvido), à parte superior do nariz, ao tálamo e ao hipotálamo, a
"entrada” da glândula pineal, sendo também associados à tireóide e à
pituitária. Assim, o grau de sensibilidade de cada ser vivente do reino
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humano, estaria diretamente ligado ao grau de "abertura" de seus
chacras. Mas, qual poderia ser a técnica para desenvolver esses centros
de força? Ainda: não teria sido mais fácil que tais chacras já fossem pré-
desenvolvidos a partir do nascimento? Se fosse assim, por certo cada
pessoa teria noção da própria força e como aprimorá-la a partir de
determinado chacra. Teria sido um grande passo para acelerar seu
desenvolvimento, sobretudo espiritual e moral. Por exemplo, aquele que
tivesse tendência ou inclinação à criatividade, daria maior atenção ao
chacra correspondente a essa habilidade e assim por diante. As
potencialidades seriam, em síntese, conveniente, e conscientemente,
“otimizadas”. O planeta já estaria em estágio superior, indubitavelmente.
Felizmente, o conhecimento acerca dos chacras tem sido mais difundido
ultimamente. Uma forma de dar início à “massagem” que vai “acordar” os
centros psíquicos seria através do toque dos dedos em determinados
pontos em torno da espinha. Ali, segundo a terapêutica, estão localizados
os chamados gânglios. Utilizando técnicas de respiração e entoações
mântricas, os místicos afirmam que será dado o primeiro passo para
"desabrochar" os centros de energia que jazem nas entranhas humanas,
quando suas forças imanentes, ainda adormecidas, “brotarão” fazendo
surgir o poder. Em conseqüência, os problemas cessarão, uma vez que
ninguém precisa, necessariamente, sofrer para evoluir, conforme rezam
certas crenças.
Os dons do indivíduo comum poderão ser finalmente “despertos”, a partir
de sua revitalização. Seria o fim da hibernação dos chacras. Somente,
após descobrindo a verdade de mais este mistério, é que o Homem poderá
dizer com absoluta certeza que é de fato o mais inteligente dentre os
seres vivos que compõem a natureza. Do contrário, continuará buscando
as respostas no lado externo, através de falsos gurus e o Mestre Interior
continuará oculto. Com as “portas” abertas poderá ser decretada a
extinção da preguiça mental, dos apegos a coisas mesquinhas, do gosto
pelos valores insignificantes e dos maus-hábitos que tanto o escravizam e
que impedem a evolução. Enfim, tornar-se vital estar ciente e consciente
da sua magnitude, das qualidades, das capacidades e das próprias
habilidades. Nada mais adequado e oportuno procurar se inteirar acerca
do que se passa dentro da carcaça que abriga a mente, sob pena de
estagnação irreversível. O tempo passa e as pessoas continuam se
firmando em castelos de areia. Pobre não é aquele que nada possui, mas,
sim, aquele que não se encontra, que não se procura e que se omite,
deixando a lógica do seu pensamento à margem. É míster achar essa
força, evitando tornar-se um vulcão adormecido. O negativismo é gerado
pela auto-comiseração. Os chacras repousam dentro de todos, sem
exceção. Uns já estão despertos, mas a maior parte, não. Despertar do
sono letárgico pode causar impacto momentâneo, mas o bem-estar será
eterno. Este é mais um mistério que "segura" a personalidade, tal como
um imã persistente e desgastante. A barreira que impede a auto-
realização humana.

41-O MISTÉRIO DAS CASAS MAL-ASSOMBRADAS-22/Abril/2005


As casas mal-assombradas ainda intrigam a humanidade. Há quem não
acredite nelas, o que é normal, mas existiriam provas materiais de que
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elas “matam”. Por quê isto acontece? Seriam os seus antigos donos, já
falecidos, portanto, em forma de espíritos, os assassinos? Mas, como se
pode conceber, sob a ótica da lógica, que pessoas imateriais consigam
extinguir a vida de quem está vivo? Será que a natureza seria tão
“pródiga” assim? Se isto for uma hipótese verdadeira, então como os
humanos podem transitar com tranqüilidade, se correm risco de morrer
mesmo em lugares ermos, sem “ninguém” à sua volta? O termo “não
havia uma viv’alma naquele lugar”, não mais teria efeito, caso os espíritos
têm essa força que dizem ter, pois ao que tudo indica, “eles” estariam
“presentes” em todo e qualquer local vazio. Na verdade, nem tão vazio
assim. Todavia, há o outro lado da moeda: a física quântica. Uma hipótese
muito forte é aquela que diz respeito à energia, positiva e negativa. Dizem
que uma beneficia outra prejudica, claro, variando de intensidade de
acordo com o ambiente em que estão “impregnadas”. Assim, haveria de
prevalecer a energia com maior carga, independente de sua polaridade. O
que se deduz é que num ambiente, seja fechado ou aberto, seria a energia
de maior volume a que tomaria conta do lugar e, obviamente, exerceria
sua “função” sobre os seus habitantes. No caso das casas mal-
assombradas, as energias acumuladas no local seriam fruto das
emanações das pessoas que ali estiveram ou moraram. Portanto, se
esteve na casa alguém carregado de sentimentos nocivos, tais como ódio,
rancor, inveja, dentre outros negativismos próprios do ser humano, então
a casa teria ficado “impregnada” de carga negativa. Acaso outros
moradores habitassem a casa fossem frágeis em termos de defesas contra
tais “agentes quânticos do mal”, o que se deduz é que estes seriam
“atacados”, ou seja, contaminados pelas energias presentes. Eis uma das
hipóteses que poderia explicar o motivo de tantas mortes dentro de certas
casas, taxadas de mal-assombradas. A morte da pessoa geraria mais
energia negativa e a reação seria em cadeia. Perguntariam os “bem-
intencionados”: como “limpar” uma casa dessas? A resposta fica a cargo
dos especialistas no assunto. Os espiritistas diriam que deveria haver uma
espécie de doutrinação no interior do ambiente, isto é, através de palavras
e frases feitas, eles “convenceriam” o espírito ruim a abandonar o recinto
ou mesmo se arrepender dos males que cometeu. Outros, mais
pragmáticos, não recomendariam orações ou invocações para “limpar” o
local, pois energias não podem ser consumidas ou destruídas, uma vez
que elas se volatizam por si só. O ideal seria, pois, a não-alimentação do
ambiente, ou melhor, que a casa ficasse abandonada até que, sem
retroalimentação, suas energias fossem dissipadas por assim dizer.
Poderia haver aqueles que, mais místicos, iriam sugerir que se uma família
de boa índole, de pensamentos puros, ali morasse, rapidamente a energia
negativa desapareceria, pois, sem carga de igual polaridade, não teria
como se sustentar. Por sinal, há casos de casas mal assobradas que
deixaram de ser assim, porque o ambiente fora tomado por indivíduos
benévolos, positivos por natureza que “contagiaram” o local.
Em suma, seria o caso de relembrar uma velha frase de efeito:
“semelhante atrai semelhante”. Em outras palavras, pólos antagônicos
coexistem, mas jamais poderão se unir, caso contrário o “choque” será
inevitável. Este é mais um mistério que atordoa a cabeça daquele que é
ávido por informações consistentes e, sobretudo, convincentes, a fim de
56
que sejam evitadas as habituais mistificações, tão comuns quando a
explicação foge da lógica do aparentemente natural. Ademais, o termo
“sobrenatural” pode ser considerado errôneo, uma vez que diz respeito a
todo e qualquer acontecimento fora dos padrões naturais. Mas, se o fato
“acontece” dentro da natureza, então só pode ser natural. Logo, tudo na
vida é natural. Está na natureza. O que existe, é o inexplicável.
Por conseguinte, enquanto o homem não explicar sua natureza, os
mistérios persistirão.

42-O MISTÉRIO DA BÍBLIA-29/Abril/2005


Assunto de amplo espectro e muito discutido, a Bíblia, dita sagrada é, sem
dúvida, um dos grandes mistérios da humanidade. Esse autêntico manual
de procedimentos da pessoa geralmente de tendência religiosa, é o livro
com maior número de publicações de todos os tempos. Apesar de sua
utilidade, as interpretações dadas aos textos da Bíblia variam de acordo
com o leitor ou grupo. Uns dizem tratar-se da “palavra de Deus”, mas
outros afirmam que seriam textos fantasiosos acontecidos num tempo em
que as crenças imperavam e eram usadas para controlar as massas
“tementes a Deus”. Mesmo sendo metáforas, o certo é que as parábolas
ali enunciadas serviram (e ainda servem) não somente para a reflexão dos
indivíduos, mas, sobretudo, para ditar regras de comportamento. Outros
estudiosos atestam sua autenticidade a partir de achados arqueológicos.
Como sempre, há aqueles que desmentem tais descobertas, dizendo que
seriam forjadas pelos “interessados” em preservar um mito que
ainda assim, perdura. O fato é que a dúvida sempre vai pairar,
independente dos resultados positivos ou negativos que a Bíblia possa
infligir nos seres humanos. Talvez ela seja muito contestada por causa dos
incansáveis fanáticos que, invariavelmente, deturpam o seu conteúdo
sacro. Esses que questionam a veracidade da Bíblia alegam que é uma
obra que se diverge, ou seja, alguns relatos seriam incoerentes,
principalmente os do Novo Testamento, com interpretações variadas para
um mesmo acontecimento. Tudo isso, sem contar com os evangelhos
apócrifos, rechaçados por diversas alas religiosas, dentre elas a da Igreja.
Esses contestadores, chamados de “Minimalistas Bíblicos”, afirmam,
ainda, que durante a “Era do Ouro” dos Judeus, jamais existiram reis
chamados Davi ou Salomão, e que não foi comprovado que este último
construiu um templo, não obstante outras torres, palácios e fortes terem
sido descobertos. Não se discute, contudo que se a Bíblia for uma fraude,
esta tenha sido muito bem articulada, uma vez que seria muito difícil
conceber tamanha coletânea de textos, parábolas e situações, que
pudesse durar tanto tempo, o que não deve ter acontecido com outras
obras de igual teor. Afinal, queiram ou não, os incrédulos, a Bíblia tem sido
paradigma para diversos setores da sociedade durante muitos séculos.
Contrários ao ceticismo dos minimalistas, os teólogos mais liberais
sustentam que a Bíblia foi escrita numa época em que os costumes eram
totalmente diferentes de hoje e, por isso, não podem ser levados ao pé da
letra. Os conservadores, porém, não aceitam tal observação, pois, se a
Bíblia foi fruto da inspiração divina, seu conteúdo seria para todos os
tempos. Como se não bastasse, a controvérsia recrudesceu a partir do
momento em que surgiram os pretensos “códigos da Bíblia”. A sua
57
premissa é a de que há profecias codificadas no Antigo Testamento e elas
somente poderiam ser elucidadas através do computador, decodificando
intricadas operações matemáticas. Eventos já acontecidos e por acontecer
(como os assassinatos dos irmãos Kennedy e do Primeiro Ministro de
Israel), estariam codificados na Bíblia.
Essa “novidade bíblica” já teria atingido círculos evangélicos e até
políticos. Segundo o descobridor, o processo de decodificação se daria a
partir da busca de todas as palavras da Torá (conjunto dos cinco primeiros
livros da Bíblia), eliminando os espaços entre elas, e transformando o
conjunto em uma série contínua de 304.805 letras. Em seguida, através
de um complexo “software” se daria a busca de um código entre as letras,
a fim de encontrar nomes, frases e até as datas exatas de diversos
acontecimentos mundiais, passados e futuros, ocultos nas “entrelinhas”
do Livro Sagrado.
E a Bíblia segue misteriosa. Seria, enfim, verídica ou mero fruto da
imaginação humana? Homens enganando homens para um determinado
propósito?
Sagrada ou não, possa a Bíblia, pelo menos, servir de “aviso” aos mais
incautos e imprevidentes. Ou seria ela mais um “caminho” aos buscadores
da verdade?

43-O MISTÉRIO DA MÚSICA-06/Maio/2005


Quem ainda não ficou emocionado ao ouvir uma música seja de qualquer
gênero? Ou, ao contrário, que não tenha ficado nervoso após ter ouvido
um pesado “rock metálico”? São os resultados que um conjunto de
acordes sonoros provoca na pessoa. Mas, afinal, que sons misteriosos
seriam estes, que fazem com que o ser humano altere seu estado
emocional como por encanto? Como seria operado este subjetivo processo
catalisador, tanto para o lado bom, quanto para o negativo? Segundo
estudiosos do assunto, a música é capaz de suscitar a reconstrução das
vias neuronais perdidas e auxiliar na dilatação dos limites da mente
humana. Talvez, por isso mesmo, a música seria o instrumento, ou o canal
ideal para se conseguir uma mentalização, meditação ou introspecção? Os
acordes, suaves, gerados pela boa música poderiam, assim, reverberar
paz e quietude, permitindo a sintonia perfeita de mente e corpo. É sabido
que ao ouvir uma canção antiga, por exemplo, esta suscita no indivíduo a
nostalgia, trazendo-lhe à tona o mesmo panorama emocional vivido na
época. Isto, porque através das propriedades da ressonância, as ondas
sonoras interferem no ritmo das ondas mentais. Por outro lado, a música
já serviu para propósitos diferentes. Povos primitivos a adotavam como
estímulo à luta, momento em que a produção de adrenalina e endorfina
aumentava, o que lhes imprimia um frenético ritmo cardíaco, acirrando os
ânimos para o combate. Contrariamente, a musicoterapia passou a ser
uma alternativa para o relaxamento e a obtenção do equilíbrio. Em
essência, a música seria, pois, o conjunto de tons vibratórios formando
oitavas de diferentes entonações e, ao mesmo tempo, um fluxo de energia
atuando sobre o sistema nervoso simpático e parassimpático. As
glândulas, a seu turno, se fortificam, ao som da música, que também
provocaria sensações distintas, tais como, amor, raiva, alegria, tristeza,
medo, dentre outras de cunho puramente emocional. A arte musical ainda
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poderia ser considerada como uma forma sublime de misticismo, fazendo
o papel de um instrumento de medição cujo propósito seria compreender
alguns fenômenos provenientes do mundo mental. À medida que o senso
de harmonia da pessoa vai se depurando em virtude das emanações sutis
advindas da música, seu senso de imaginação, de criatividade e de
percepção, sintonizam-na com o Universo, origem da chamada “música
das esferas ou divina” , para os místicos e filósofos. Portanto, este poderia
ser o canal para a formação moral e espiritual do ser humano. Um meio
para transcender-se a outros domínios, ou a outras dimensões do éter. É
isto que torna a música um dos mistérios que o Homem mais admira e
venera. Analogamente, a composição musical seria como arranjos
matemáticos, pois é infinita, uma vez que as escalas contam com
combinações que nunca acabam e isso ativa a imaginação e a criação
daquele que se arvora por esse campo. Música é, em suma, pura emoção,
puro sentimento. É insofismável esta observação. Até os animais e os
vegetais conseguem captar a sua essência. Assim, além de influenciar o
ser vivo, o ambiente também muda de acordo com o estilo musical, ou
seja, as vibrações se impregnam no local, mudando suas características.
Salmos e cânticos ajudaram a compor as passagens sagradas contidas na
Bíblia e em outros Livros Sagrados. Serviram para acompanhar os rituais e
para todas os cultos e celebrações da vida. Os gêneros musicais
caracterizaram as várias gerações da história da humanidade marcando
os seus diversos eventos. Assim, a evolução social prossegue de acordo
com o ritmo musical de cada época, paralelamente às mudanças da
mentalidade. E os compositores prosseguem incessantemente na sua
cósmica ação de mostrar ao mundo o doce sabor da música que acalenta
e inspira. Subjetiva, ou não, o importante é satisfazer aos ouvidos
humanos.
O interessante é que a música nada mais é do que o ajuste perfeito e
equânime de vários sons, exatamente como a vida deveria ser:
harmoniosa e equilibrada.

44-O MISTÉRIO DA INTELIGÊNCIA-13/Maio/2005


Por quê dizem que fulano de tal é inteligente e sicrano é ignorante, se
seus cérebros têm a mesma conformação física? A inteligência seria
medida pelo volume do cérebro ou pelo número de neurônios que ele
contém? Por quê uns a desenvolvem mais rapidamente do que outros?
Meio ambiente? Oportunidade? Melhor nutrição? Característica do DNA?
Hereditariedade? Os testes para mensurar o quociente intelectual
realmente seriam eficazes? Como se determina uma pessoa inteligente?
Pela capacidade de solucionar problemas com maior facilidade? Ou por ter
um grau de criatividade e imaginação acima do normal? Aquele que
consegue decifrar enigmas, quebra-cabeças, charadas ou equações
matemáticas com naturalidade, seria mais inteligente do que aquele que
não consegue fazê-lo? Seria o inteligente, em síntese, um perfeccionista?
Como reza a cartilha daquilo que é misterioso, há muitas perguntas e
poucas respostas definitivas. Alguns estudos, mas nada conclusivo, pois a
inteligência poderia ser algo mais subjetivo do que objetivo. Portanto,
dizer que o indivíduo é inteligente de fato, poderia soar como precipitação,
uma vez que inteligência é sempre parcial, jamais completa. Afinal,
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ninguém é perfeito na acepção da palavra. Todos possuem uma
determinada habilidade mais apurada e que pode sobressair, sendo, por
isso, taxado de inteligente, porém pode ser ignorante em outro ofício,
independente do tamanho do cérebro. Sempre vai prevalecer a sua
habilidade mais marcante. Todos podem ter capacidades diversas. A sua
quantidade é o que poderia distinguí-lo dos demais, bem como se esta
habilidade fosse algo que poucos a detêm. As invenções, por exemplo, são
todas, fruto de pensamentos mais apurados que se tornaram realidade. A
oportunidade, nesse caso, prevaleceu. Então, o que efetivamente define a
diferença de capacidade mental de um para outro? As atitudes de uma
pessoa inteligente poderiam ser a primeira característica para se entender
quem é, e quem não é, inteligente? E o que dizer dos chamados “gênios
do mal”? Seriam tão inteligentes assim, ou teriam uma inteligência
mediana porque falharam (se o crime não tenha sido perfeito, claro)? Se
assim o é, como seria definida uma pessoa ótima num determinado
assunto e péssima em outro? Meio-inteligente ou meio-ignorante?
Portanto, não há um inteligente pleno, assim como não existe um idiota
completo. Todos, se normais na sua capacidade de pensar, sem exceção,
são inteligentes. Até o mundo animal e vegetal possuem inteligência em
variados graus de compreensão. Quem sabe, mais do que pressupõe o
intelecto humano. Na verdade, não obstante o poder que a inteligência
proporciona à pessoa, isto não lhe dá o direito de se considerar melhor do
que outra menos dotada de pensamentos mais criativos. A palavra-chave
seria mesmo a oportunidade que cada um tem para destilar a sua
imaginação. Para isso, há de se perseguí-la, isto é, procurar sempre apurar
a sua intelectualidade, persistindo nos estudos em busca do conhecimento
constante e ininterrupto. A inteligência pode não ser mais mistério para
ninguém, se for praticada, bem moldada. O exercício mental funcionaria
tal como o exercício físico. Se não houver prática assídua, a mente tornar-
se-á lerda, preguiçosa e ineficiente.
Se a inteligência é infinita, a aprendizagem nunca poderá cessar.
E sabendo disso, cada um deve desenvolvê-la e aprimorá-la sempre.
No mais, para ser inteligente, basta saber pensar com clareza, com
objetivos bem definidos, construindo na tela mental o que se pretende,
tomando sempre o devido cuidado para não se corromper pelos devaneios
da vaidade. Os inteligentes autênticos são aqueles que procuram ser bons
para si e para com seus semelhantes.
Os pseudo-inteligentes são aqueles que conseguem um êxito pífio e
temporário, porque não tiveram o cuidado de pensar no antes, no agora e
no depois com racionalidade.
A inteligência, em suma, poderia ser medida a partir das estratégias que
cada um desenvolve para viver coerentemente de acordo com o
pensamento da realidade.

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