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Universidade Estadual do Ceará – UECE

Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD


Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos - FAFIDAM
CURSO – Licenciatura Plena em HISTÓRIA
Disciplina – ​PSICOLOGIA EVOLUTIVA I

Prof.: Allison Duarte Barbosa


Aluna: Rayane Barbosa de Sousa

Resenha Crítica
JUÍZO. Direção de Maria Augusta Ramos. Brasil, 2007. Produção Diler Trindade

2007

Logo nos seu primeiros minutos de cena, somos alertados que, amparados pela

lei brasileira, adolescentes infratores não podem ter suas imagens expostas, por

isso a diretora do filme, Maria Augusta, opta por substituir adolescentes que se

enquadram e vivem em situações parecidas ou iguais dos verdadeiros infratores,

utilizando, assim, o uso de edições de imagens. Todos os outros personagens são

reais, assim como a Vara da infância e juventude, as dependências do Instituto

Padre Severino ao qual alguns menores são enviados. Para, assim, reproduzir mais

fielmente as cenas.

O filme narra a história de alguns jovens adolescentes que cometeram infrações

delituosas perante a sociedade do Rio de Janeiro, atos como roubo, furto, homicídio

e tráfico e que, agora estão diante de uma juíza e defensores para os seus

respectivos julgamentos. É possível perceber que a produção é uma honesta

reprodução do real, pois analisando o cenário de alguns ângulos, podemos destacar

primeiramente o rosto dos infratores no momento dos seus julgamentos, a falta de


determinação no olhar, sem perspectiva vida, alheio a sua vida e ao outro. Outra

visão que podemos contemplar é a cor racial do menor infrator determinava o tipo

de pena em que ele sofria, menores de cor branca ou parda tinha uma pena mais

branda ou até anulada, como foi o caso da menina que roubou e teve a sua pena

anulada, o jovem que matou o pai que era não chegava a ser negro como os

demais e terminou com uma pena branda, isto lembra uma frase popular ​“a justiça

tem cor”​, além da tentativa da juíza em se comunicar com os jovens, utilizando um

linguajar mais simples para compreensão, que finda sendo um pouco autoritário, e

um ríspida ao tentar dá conselhos aos jovens despreza o lugar social do indivíduo,

e sempre enfatiza que ela, como parte do poder legislativo, estar ali para julgar e dar

a pena, não a interessa as condições sociais, mostrando falta de preparo emocional.

Porém, parando para refletir, o que nos possibilita compreender é que o crime

cometido pelos adolescentes nos faz crer que estar diretamente ligado ao seu lugar

social. Todos os jovens mostra vulnerabilidade social, todos são de famílias pobres,

que moram em favelas, tem problemas com familiares, não completaram o ensino

básico ou são usuários de incompetentes. Dentre todos os aspectos que podemos

perceber e no final do filme nos esclarece é que apesar de todas as medidas de

punição, ressocialização dos menores há uma resistência deles em cumprir as

medidas tomadas pela juíza e defensores, pois boa parte voltaram às ruas e

continuam sem perspectiva de vida. No geral, o filme reproduz aquilo que boa parte

da população pobre do Brasil vive, sem infraestrutura adequada, pobreza ao

extremo, desestrutura familiar, jovens acabam por ultrapassar as margens da lei. E

isso cabe uma pesquisa aprofundada, que possa compreender e diagnosticar

todas nuances deste objeto.

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