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DITADURA E SERVIÇO SOCIAL

Cap.II: A Renovação do Serviço Social sob a Autocracia Burguesa.


No decorrer dos anos 60 aos 80, a renovação aparece como uma resposta construída
pelos assistentes sociais na rede de relações que se colocam na interação profissionalidade e
sociedade.
OBS.: A vigência do Serviço Social “tradicional” envolve amplíssimas camadas da
categoria profissional e uma não desprezível, parcela das agências de formação (Escola de
Serviço Social); estas mostram-se inteiramente defasadas em face das requisições sócio-
profissionais postas pela dinâmica da sociedade brasileira.
O mercado nacional de trabalho aponta para uma extensão quantitativa da demanda por
assistentes sociais. Até a década de 50, esse mercado era geograficamente localizado nos dois
grandes eixos industriais: RJ/SP.
A constituição desse mercado nacional se deu a partir do surgimento de:
Organizações de filantropia;
Média e grandes empresas monopolistas;
Empresas estatais
O maior empregador continua sendo o Esta
do (municipal/estadual/federal). Mesmo considerando a retração das políticas públicas.
*Mudança de perfil profissional: um novo perfil demandado pelo mercado de trabalho,
que as condições novas postas pelo quadro macroscópio da autocracia burguesa ( ditadura
militar) faziam emergir; exige-se um assistente social “moderno”, com um desempenho onde
traços tradicionais são deslocados e substituídos por procedimentos “racionais”.
Ressalta-se então, a necessidade de alteração do padrão de formação dos assistentes
sociais (política educacional da ditadura): rompimento do confessionalismo / paroquialismo /
provencianismo , aspectos que caracterizaram o ensino do Serviço Social.
A laicização (perda progressiva da hegemonia religiosa) é um dos elementos
caracterizadores da renovação do Serviço Social sob a autocracia burguesa; nesse movimento
renovador é instaurado um pluralismo profissional que se caracteriza através;
Da diferenciação da categoria profissional (antes impossibilitado pelo monolitismo
religioso);
Da disputa pela hegemonia ( forças profissionais na luta/defesa de seus projetos);
Da criação de canais de organização da categoria (canalização dos projetos sócio-
profissionais);
O autor aqui assinala uma característica própria das relações sociais: o caráter
contraditório dos fenômenos; instaurando condições para uma formulação do Serviço Social de
acordo com as suas necessidades e interesses, a autocracia (ditadura) criou simultaneamente um
espaço onde se inscrevia a possibilidade de se gestarem alternativas às práticas e às concepções
profissionais que ela demandava. ( os fenômenos não se apresentam unilateralmente, eles tem
sempre uma outra face, como a moeda, por exemplo).
A renovação do Serviço Social aparece sob todos os aspectos como avanço, mesmo nas
vertentes em que as concepções herdadas do passado não são essencialmente colocadas em
pauta, registra-se uma articulação que lhes confere uma arquitetura, que procura oferecer mais
consistência à ordenação de seus componentes internos.
O autor vai sublinhar que seu interesse diz respeito a tematização especial da renovação
no plano de suas elaborações ideais, destacadamente o esforço realizado para a validação teórica
( literatura profissional difundida nacionalmente entre 65 e 85). Ou seja, Paulo Netto se
debruçou sobre as produções elaboradas pelo Serviço Social no decorrer dessas duas décadas
para capturar as representações que se fazia sobre a profissão.
A produção teórica é que revela mais acentuadamente o processo renovador do Serviço
Social no Brasil e que contribui para oferecer no plano intelectual, um contrapeso à
subalternidade profissional. Um dos traços mais salientes é a ênfase na análise crítica do próprio
Serviço Social ( pesquisas que visam a investigação sobre o fazer profissional).
Quatro processos indicativos do processo de renovação:
Instauração de um pluralismo teórico ideológico e político deslocando uma sólida
tradição de monolitismo ideal ( Se, anteriormente não ocorriam divergências internas no meio
profissional, podemos sem dúvida afirmar que essa característica provém da base confessional/
influência religiosa no nascimento da profissão);
Polêmica teórico-metodológica sintonizadora com as discussões das Ciências Sociais;
Constituição de segmentos de vanguarda na profissão (investigação / pesquisa).
Erosão do Serviço Social “Tradicional “no Brasil:
- A abordagem comunitária (desenvolvimento de comunidade – fins dos anos 50 e início
dos anos 60) não significa a transcedência do tradicionalismo mas, contém vetores que apontam
para sua ultrapassagem;
- Disciplinas sociais que sensibilizam o profissional para problemáticas macro-sociais,
abrindo assim uma fenda num horizonte de preocupações basicamente micro-sociais ( essa
influência se deu a partir da inserção das escolas das escolas de Serviço Social no âmbito das
universidades);
Inserção em equipes multiprofissionais (o que irá possibilitar um olhar mais qualitativo
sobre os fenômenos com os quais lida o profissional).
Vertentes profissionais no interior das práticas de desenvolvimento de Comunidade
(D.C.):
- Uma corrente que extrapola para o D.C. os procedimentos e representações
tradicionais apenas alterando o âmbito de suas intervenções;
- O D.C. visto a partir de uma perspectiva macrossocietária, supondo mudanças sócio-
econômicos a partir do ordenamento capitalista;
- D.C. como instrumento de um processo de transformação social, conectado à
libertação social das camadas subalternas.
O Golpe Militar de abril de 1964 abortou, via a neutralização dos protagonistas sócio-
políticos, os segmentos profissionais comprometidos com a democratização da sociedade e do
Estado. As outras duas correntes encontrarão espaço para seu florescimento ( são
respectivamente a perspectiva de “reatualização do conservadorismo e a perspectiva
modernizadora”).
As direções da renovação do Serviço Social no Brasil:
1ª ) PERSPECTIVA MODERNIZADORA ( esforço de adequar o Serviço Social
enquanto instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a serem
operacionalizados no marco das estratégias de desenvolvimento capitalista, às exigências postas
pelos processos sócio-políticos emergentes no pós 64. ( A expressão de suas idéias são
encontradas nos Seminários de Araxá – 1967 e Teresópolis – 1970). É o vetor de renovação que
mais fundamente influenciou/influencia a massa da categoria profissional.
Essa perspectiva aceita como dado inquestionável a ordem sócio-política instaurada pela
ditadura e busca dotar a profissão de referências e instrumentos capazes de responder às
demandas que se apresentam nesse momento. A congruência com a ditadura traz para o
Assistente Social a abertura de espaços sócio profissionais nas instituições e organizações
estatais e para estatais submetidas à racionalidade burocrática das reformas produzidas pelo
Estado ditatorial.
A crise desta vertente profissional vai estar conectada também à crise da ditadura
militar, a partir da Segunda metade da década de 70, com a reorganização da sociedade civil (
movimento operário/popular). A ocorrência da redução de sua importância intelectual tem a ver
com a mudança no cenário sócio-político da sociedade brasileira e também com a demanda de
segmento da categoria profissional.
Seminário de Araxá ( (Cidade de Araxá / Minas Gerais em 1967)
Seminário de Teorização do Serviço Social – promovido pelo CBCISS.
O autor sublinha o fato de que foi no âmbito desse encontro que a perspectiva
modernizadora foi formulada por seus participantes.
Tanto no documento de Araxá quanto no de Teres’’opolis (1970), Paulo Netto encontra
um consenso em torno do olhar sobre a profissão; ela é considerada um instrumento profissional
de suporte às políticas de desenvolvimento.
A concepção de subdesenvolvimento aparece como etapa de um processo cumulativo
que, se submetidas a intervenções racionais e planejadas, seria ultrapassada (visão etapista).
No documento de Araxá não há qualquer análise / polemização acerca do conteúdo das
políticas sociais, assim como a noção ideológica da “participação” dos comunitários
(manipulação, visando a sua integração).
O autor sublinha que o referencial estrutural-funcionalista – apesar de não ter sido
assumido no documento – é que informa o mesmo. Há uma tentativa de escamotear essa teoria
com a operacionalidade técnica.
As chamadas “disfunções” colocam-se como objeto de intervenção justamente porque o
equilíbrio do sistema guarda potencial para corrigi-las e mesmo preveni-las. Segundo a
concepção profissional expressa nesse documento as disfunções mostram-se passíveis de
resolução no marco da ordem capitalista.
Seminário de Teresópolis – 1970
O autor chama nossa atenção para o fato de que a perspectiva modernizadora se
cristaliza enquanto visão de profissionalidade / sociedade nesse seminário, isso pode ser
compreendido via o momento que víviamos , ou seja, de recrudescimento do regime militar.
No documento de Teresópolis o dado relevante é que a perspectiva modernizadora se
afirma não só como concepção profissional geral, mas sobretudo como pauta interventiva.
Paulo Netto indica José Lucena Dantas como o ideólogo que mais produziu e mais
influenciou a categoria profissional; sua construção teórica e prática profissional foram
essenciais à cristalização dessa perspectiva no Brasil. Lucena Dantas defendeu uma tese – nesse
encontro – de que a prática do Serviço necessitava desenvolver-se e adquirir um nível mínimo
de cientificidade. Segundo ele, o método profissional do Serviço Social se constitui a partir de
duas categorias básicas, à saber, o diagnóstico e a intervenção planejada.
José Paulo Netto ao analisar Dantas, conclui que as problemáticas ideológicas são
escamoteadas, com o seu deslocamento para o terreno burocratizado da instrumentalidade
técnico-profissional.
Em relação ao objeto de intervenção do Assistente Social, Lucena indicará serem as
situações sociais-problemas advindas do processo de desenvolvimento. Há aqui, no dizer de
José Paulo Netto, um redirecionamento da metodologia profissional tradicional ( caso, grupo,
comunidade) em face às requisições tecnocráticas deste contexto histórico.
Paulo Netto chama-nos atenção para o fato de que “concepção científica da prática
profissional” defendida por Lucena, “é efetivamente reduzida ao estabelecimento de conexões
superficiais entre dados empíricos da vida social e à intervenção metódica sobre eles”. Na
verdade, Netto diz que Lucena afirma ser “concepção científica do Serviço Social” nada mais é
do que “uma pauta interventiva cujo andamento pode ser objeto de acompanhamento, vigilância
e avaliação por parte das hierarquias institucional-organizacionais de corte tecnoburocrático”.
Seminário de Sumaré (1978) e do Alto da Boa Vista (1984): ocorre o deslocamento da
perspectiva modernizadora. O deslocamento da importância da perspectiva modernizadora só
pode ser entendida a partir da mudança no cenário sócio-político da sociedade brasileira a partir
da segunda metade da década de 70, com o surgimento do movimento sindical no ABC Paulista,
os movimentos grevista, o fim do bi-partidarismo, etc. (Arena e MDB).
No entanto, Paulo Netto adverte que não se pode assegurar que, a partir daí, ocorreu a
supressão da perspectiva modernizadora dos quadros efetivos do Serviço Social no Brasil; o que
se registra é o seu deslocamento da arena central do debate e da polêmica. Até hoje em nossa
profissão é grande o número de assistentes sociais influenciadas por essa e/ou nenhuma
perspectiva teórica (ativismo irrefletido).
O autor sublinha que esses dois seminários não tiveram a mesma repercussão que os
outros dois anteriores; esse fato pode ser entendido a partir de dois aspectos: o primeiro de
cunho conjuntural, (conforme abordado anteriormente) e o segundo dizendo respeito ao
surgimento de outros organismos de expressão e representação da categoria profissional (dos
segmentos que compunham a perspectiva “intenção de ruptura”), o que viria deslocar o CBCISS
enquanto instituição que representava a categoria em seus seminários.
Fica claro, segundo Netto, quando se lê os documentos dos encontros, a defasagem e a
pobreza teórica dos conteúdos. Estes estão absolutamente fora do compasso do movimento que
se instaurava no Serviço Social que se caracterizava pelas produções dos mestrados e pelo nível
de problematização operada no bojo do Serviço Social e de suas instâncias profissionais.
2ª ) REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORISMO
Perspectiva assumida por parcela da categoria profissional que resiste ao processo de
laicização, recusando o rompimento com o estatuto de subalternidade da profissão; mostra-se
refratário às inovações trazidas pela perspectiva modernizadora. Repudia a vinculação
positivista contida na primeira perspectiva e a influência do pensamento crítico-dialético contida
na perspectiva “intenção de ruptura”.
Abraça a característica intimista da profissão, seus traços, microscópicos, condicionando
sua intervenção a uma visão de mundo derivada do pensamento tradicional ( reclamam para si a
inspiração fenomenológica).
Destaque à dimensão da subjetividade ( demanda que surge no meio profissional que se
caracteriza por ser fortemente psicologizante ( ajuda psicossocial, compreensão).
Essa perspectiva do movimento de reconceituação pode ser remontada aos Seminários
de Sumaré e Alto da Boa Vista (respectivamente 1978 e 1984) e se dá a partir da contribuição
fundamental de Ana Augusta de Almeida em sua obra “Possibilidades e limites da teoria do
Serviço Social”.
A crítica à herança positivista, em grande estilo, é uma tônica dessa literatura
profissional “... ao tratar os fatos sociais como coisas, rejeitamos o que é da ordem das
significações, das intencionalidades, das finalidades, dos valores, enfim, tudo aquilo que
constitui a face interna da ação”.
Faz-se necessário – para essa perspectiva renovadora – que se desloque a explicação, (
própria dos paradigmas positivas e neopositivistas) pela compreensão, ao “pensamento causal
”quer substituir “um pensamento não-causal, o fenomenológico, cujo quadro de referência não é
a explicação, mas a compreensão.
Paulo Netto sublinha que os valores que norteiam a prática profissional são cristãos; o
Serviço Social é posto como uma intervenção que se inscreve rigorosamente nas fronteiras da
ajuda psicossocial. O Serviço Social ... se propõe a um desenvolvimento da consciência
reflexiva de pessoas a partir do movimento dialético entre o conhecimento do sujeito como “ser
no Mundo” e o conhecimento do sujeito como “ser sobre o mundo” pág. 208).
Netto afirma que há nessa argumentação, uma dissolução das determinações de classe
nos processos societários. O que ocorre na formatação dessa perspectiva é o regresso ao que há
de mais tradicional e consagrado na herança conservadora da profissão: a recuperação de seus
“valores universais” e a centralização nas dinâmicas individuais (pág. 216)
3ª) INTENÇÃO DE RUPTURA ( crítica sistemática ao desempenho tradicional do Serviço
Social em seus suportes teóricos, metodológicos e ideológicos; apresenta um padrão de análise
textual bastante produtivo ( após a derrocada da ditadura).
Por que tão grande repercussão dessa perspectiva no meio dos Assistentes e Sociais ?
- As condições de trabalho da massa da categoria profissional ( aviltamento dos salários,
aproximação das condições de vida dos usuários);
- Novo público recrutado para compor a base profissional (camadas médicas urbanas);
- Existência de um clima de efervescência nas universidades ( quando houve a crise da
ditadura);
- Redemocratização da sociedade brasileira, com o protagonismo do movimento
operário e sindical.
Por que a denominação “Intenção de ruptura”?
Porque ainda existe um flagrante hiato entre a intenção de romper com o passado
conservador do Servidor Social e os indicativos práticos-profissionais para consumá-la ( a tão
conhecida queixa acerca da dicotomia entre teoria e prática).
. Essa perspectiva abrange dois momentos históricos diferenciados, à saber:
- Primeiro momento: Não dá para pensar essa perspectiva sem vinculá-la a inserção do
Serviço Social no circuito acadêmico-universitário.
Ela nasce e se desenvolve nos anos de 1972 a 1975 a partir de um grupo de jovens
profissionais da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais; num
momento posterior o conteúdo dessa iniciativa ficou impresso no documento intitulado “método
Belo Horizonte”.
Esses profissionais elaboraram uma crítica teórico-prática ao tradicionalismo
profissional e propõem em seu lugar uma alternativa global: uma alternativa que visa romper
com o tradicionalismo no plano teórico-metodológico, no plano da concepção e da intervenção
profissionais e no plano da formação.
O processo de constituição dessa alternativa, tanto no nível da elaboração teórica quanto
no da experimentação ( via campos de extensão e estágios) foi interrompido em 1975, quando
uma crise leva à demissão dos seus principais formuladores e gestores, instaurando-se
cirscunstâncias institucionais que impedem sua continuidade. Com essa crise ficou evidenciada
a fragilidade de sua divulgação junto à categoria profissional.
Importante considerar o momento histórico em que surge esse primeiro momento da
perspectiva “intenção de ruptura” ou seja, estamos vivendo um ditadura militar que buscou o
silenciar qualquer vestígios de oposição às idéias centrais do novo regime; é nesse contexto que
se torna importante situá-la enquanto movimento de resistência à ordem estabelecida.
. Anos 70 ( primeiro momento: tendência à partidarização; repõe em novas bases o
testemunho cristão/vocação ( militantismo/compromisso com a classe trabalhadora (
transformação social). O messianismo ( O Assistente Social vai iluminar e salvar a classe) sofre
com a influência do marxismo acadêmico que nada mais foi do que a vulgarização da obra de
Marx.
O compromisso do Assistente Social dava-se via alguns espaços de prática, como se
dependesse do locus espacial, a definição do tipo de intervenção e intencionalidade profissional.
A noção de classe oprimida utilizada pelo grupo da PUC-BH, pode ser compreendida
como um simplismo teórico e crítico-analítico; não se consegue vislumbrar a complexidade no
que se refere à constituição da classe; esta não pode ser analisada a partir da dicotomia classe
dominante x classe oprimida. ( o fenômeno da classe é multifacetado; não são só aqueles que
são operários na fábrica de montagem !)
O objetivo meta do Serviço Social seria a transformação da sociedade e do homem, o
que equivale, segundo Paulo Netto num equívoco megalômano. (superestimação/hipertrofia da
prática profissional)
Segundo momento da perspectiva Intenção de Ruptura
A reflexão de Marilda Vilella Iamamotto configura a maioridade intelectual desta
perspectiva; o seu texto “ Legitimidade e crise do Serviço sociall “ é o primeiro texto que
caracteriza este momento. Ao resgatar a obra de Marx , a autora pensa o Serviço social
imbricado na lógica da reprodução das relações sociais; essa imbricação se dá em direção a dois
níveis de análise :
A análise da instituição profissional no bojo da totalidade das relações sociais da ordem
burguesa e,
a análise do Serviço social na particularidade da formação social brasileira.
Marilda inscreve a prática profissional no terreno das intermediações entre as classes
sociais fundamentais ; é só nesse campo mediador que o Serviço social existe como profissão e
tem determinadas suas alternativas de ação. O Serviço social é situado no processo de
reprodução das relações sociais; fundamentalmente é uma atividade auxiliar e subsidiária no
exercício do controle social e na difusão da ideologia da classe dominante. Junto à classe
trabalhadora porém, participa também, ao lado de outras instituições sociais, das respostas
legítimas de sobrevivência desta classe face às suas condições de vida, dadas historicamente.
Intenção de ruptura e modernidade
Iamamoto enriqueceu o debate profissional com um elenco de núcleos temáticos e
propostas crítico-analíticas que tornaram contemporâneo das polêmicas e alternativas do
universo cultural mais avançado da área das ciências sociais.
É ela que repercute produtivamente no Serviço social, as questões referentes à dinâmica
contraditória e macroscópica da sociedade, apanhadas numa angulação que põe em causa a
produção social ( com ênfase na crítica da economia política ), que ressalta a importância da
estrutura social ( com o privilégio da análise das classes sociais e suas estratégias), que
problematiza a natureza do poder político( com a preocupação com o Estado) e que se interroga
acerca das especificidades das representações sociais ( papel das ideologias).

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