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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

Curso: Psicologia

Disciplina: Fundamentos das Ciências Sociais

Professora: Cátia Couto da Costa


Gestora do Curso: Cristiane Lima

Alunos: Carlos Augusto da Silva - 600786279


João Marcos de Araujo Chagas – 600775832
Leonardo Alves de Souza - 600789456

2018

SÃO GONÇALO

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Resumo

Este artigo aborda as teorias do Max Webber, Émile Durkheim e Carl Gustav Jung
sobre a sociedade como um coletivo e como afeta um indivíduo, fazendo uma análise
aonde elas se aproximam e se diferem, com o objetivo de um maior entendimento das
mesmas. Desenvolvendo-se um estudo das teorias sobre o tipo ideal do Webber,
consciência coletiva do Durkheim e inconsciente coletivo do Jung, por meio da leitura
bibliográfica dos autores e dos artigos citados.

Palavras-chave: Tipo Ideal, Consciência Coletiva, Inconsciente coletivo, Sociedade,


Ciências Sociais

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TIPO IDEAL - WEBER

O instrumento que orientará a investigação e ação do ator, como uma espécie de


parâmetro é chamado de tipo ideal. Isto é, o tipo ideal é uma simplificação e
generalização da realidade.

O tipo ideal refere-se a uma construção mental da realidade, com a seleção de um


certo número de características de um objeto estudado, tendo como objetivo a
construção de um todo tangível. Em suma, um tipo. Sendo útil na classificação de
objetos no estudo.

Weber não deseja esgotar todas as possibilidades de interpretação da realidade


empírica, via o recurso do tipo ideal, mas apenas criar um instrumento teórico
analítico, dando corpo ao objeto estudado.

Em nossa literatura, temos o “homem cordial”, de Sérgio Buarque de Holanda que


exibe aspectos da cordialidade da sociedade brasileira. Mas, o que é essa
“cordialidade” do homem brasileiro? A cordialidade é entendida por Holanda como
intimidade, horror à distância etc. (HOLANDA, 2002)

Weber detinha o interesse em esclarecer a função logica e estrutura dos conceitos


utilizados nas ciências sociais. Sendo os conceitos construídos a partir do sujeito e
nunca do objeto de estudo. Nas palavras de Weber,

Obtém-se um tipo ideal mediante a acentuação unilateral de um


ou vários pontos de vista e mediante o encadeamento de grande
quantidade de fenômenos isolados dados, difusos e discretos,
que se podem dar em maior ou menor número ou mesmo faltar
por completo e que se ordenam segundo pontos de vista
unilateralmente acentuados, a fim de formar um quadro
homogêneo de pensamento (Weber, 1999, p.106)

Percebemos que o tipo ideal nada mais é do que uma construção mental do
pesquisador, que priorizará aspectos que deseja estudar, dado ao objeto ou
fenômeno. Devemos ter em mente que os tipos Ideais, não reproduzem a realidade
tal como ela é em si mesma, devido ao simples fato de ser uma seleção de aspectos
individualizados, enfatizados assim como Ideais.

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CONCIENCIA COLETIVA DURKHEIM

O conjunto de características e conhecimentos comuns de uma sociedade, a isto


chamamos de Consciência coletiva. Tal aspecto, faz com que as pessoas pensem e
ajam de forma, mesmo que minimamente, semelhantes. Correlacionando,
correspondendo as normas e às práticas, códigos culturais, como a etiqueta, moral e
as representações coletivas.

Todo indivíduo e suas ações são influenciadas fortemente pela consciência individual
e coletiva. Mas também é importante frisar que mesmo nas decisões consideradas
extremamente individuais como o suicídio, ainda sim, são influenciadas pelas
condições sociais. Isto é, o coletivo.

Com isto, vemos que os aspectos individuais de compreensão no mundo, isto é, as


palavras, idiomas, categorias, símbolos e todo conhecimento da sociedade, apenas
detém seguimento (mínimo, pelo menos) via convívio de aspectos básicos para que
os indivíduos tenham algum grau de certeza que quando falam de algo, o outro é
capaz de compreender sobre o que fala, exibe e\ou expõe.

Podemos pegar como exemplo de Durkheim, o seu livro “Suicídio” ao qual expõe as
possíveis causas para o aumento do suicídio e as identifica, suicídio anômico, como
a falta de um encaixe entre as representações individuais e coletivas. (DURKHEIM
1982)

“O conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos


membros de uma mesma sociedade forma um sistema determinado que
tem vida própria; podemos chamá-lo de consciência coletiva ou comum.
Sem dúvida, ela não tem por substrato um órgão único; ela é, por
definição, difusa em toda a extensão da sociedade, mas tem, ainda
assim, características específicas que fazem dela uma realidade distinta.
De fato ela é independente das condições particulares em que os
indivíduos se encontram: eles passam, ela permanece. (...) Ela é, pois,
bem diferente das consciências particulares, conquanto só seja
realizada nos indivíduos. Ela é o tipo psíquico da sociedade, tipo que
tem suas propriedades, suas condições de existência, seu modo de
desenvolvimento, do mesmo modo que os tipos individuais, muito
embora de outra maneira”. (DURKHEIM, 2010, p. 50)

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A consciência coletiva coage ou constrange os indivíduos a se comportarem em
acordo com as regras da sociedade vigente. Habilitando as mentes e orientando a
conduta de cada indivíduo. Para Durkheim a consciência coletiva encontra-se acima
de cada pessoa e estando externa a elas. E por isto, os fenômenos individuais devem
ser explicados a partir da coletividade e não o contrário.

A consciência coletiva está localizada no nível da estrutura, é sociológica


e psicológica, e constitui a cultura e o senso comum dos indivíduos
membros de uma sociedade (Evelyn Tesche, 2015, p.84).

Ao contrário do que “consciência” pode fazer supor, enquanto dimensão consciente


do psicológico, a consciência coletiva é inconsciente e consciente.

Com isto, o conceito de consciência coletiva está fortemente relacionado com o de


anomia, isto é, algo desse corpo está funcionando de forma patológica ou
"anomicamente." E imagina algum grau de normalidade para as diferentes
sociedades. (DURKHEIM 1982; DURKHEIM, 2010)

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INCONSCIENTE COLETIVO - JUNG

A camada mais profunda foi chamada por Jung de inconsciente coletivo, não sendo
de natureza individual, mas universal. Detendo conteúdos e modos de
comportamentos que são os mesmo em todos os lugares, em todas as pessoas.

É formado por imagens (emoções) universais, existentes desde os tempos mais


primitivos. O inconsciente coletivo é encontrado nos ensinamentos esotéricos, mitos,
contos de fadas. Deuses, maternidade, agua, terra, estes e muitos outros aspectos do
inconsciente coletivo foram alimentados desde os nossos antepassados. São
expressões simbólicas do drama interno e inconsciente, que a consciência procurar
relacionar aos acontecimentos invisíveis do inconsciente.

O inconsciente coletivo não é um sistema pessoal. Mas detém amplitude com o mundo
e aberto ao mundo. Nele, estamos mais ligados com o mundo. Com facilidade, nele
se esquece quem somos na realidade, ao qual podemos dizer que “perdendo-se em
si mesmo”, seria uma caracterização adequada ao inconsciente coletivo.

A consciência submerge com facilidade no inconsciente, permitindo um espaço ao


qual podemos chamar de possessão. Como onda, o inconsciente em um dado
momento nos arrebata, com comportamentos com os quais, nos é desconhecido.
Advindos do passado coletivo da humanidade.

Não sendo desenvolvido individualmente, mas sempre herdado, detendo formas


preexistentes, arquétipos que só se tornam conscientes, ao assumir uma forma
definida ao conteúdo da consciência.

ARQUÉTIPOS

O conteúdo do inconsciente coletivo chamamos de arquétipos. Estes apenas se


aplicam a representações coletivos, conteúdos psíquicos não submetidos a
elaboração do consciente. São modificados via conscientização, ao qual adoram
formas em concomitância com cada consciência.

Os arquétipos aparecem como personalidades atuantes em sonhos e fantasias.

O perigo principal é sucumbir à influência fascinante dos arquétipos, o que pode


acontecer mais facilmente quando as imagens arquetípicas não são conscientizadas.
Havendo predisposição psicótica poderá acontecer que as figuras arquetípicas
escapem ao controle da consciência, alcançando uma total independência, ou seja,

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gerando fenômenos de possessão, citado anteriormente no inconsciente coletivo. No
caso de uma possessão pela anima, por exemplo, o paciente quer transformar-se por
autocastração numa mulher chamada Maria.

O que não consegue mais controlar o inconsciente.

Há boas razões para supormos que os arquétipos sejam imagens inconscientes dos
próprios instintos, representam o modelo básico do comportamento instintivo. Instintos
são forças que prove movimento, que perseguem suas metas essenciais antes da
conscientização, não detendo aqui influencia alguma do consciente. Para Jung, a
atividade humana é em grande escala influenciada por instintos

Como poderemos provar a existência dos arquétipos? A fonte principal está nos
sonhos. Outra fonte de acesso ao material necessário é a imaginação. O sonho
muitas vezes contém fantasias tendentes a se tornarem conscientes. A sequência de
fantasias que vêm à tona alivia o inconsciente e representa um material rico de formas
arquetípicas.

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QUE RELAÇÃO PODEMOS ESTABELECER ENTRE A CONSTRUÇÃO DO
HOMEM E SUAS ATITUDES NO CONTEXTO SOCIAL, COM BASE NOS AUTORES
AQUI SOLICITADOS?

Weber identificava a construção do homem via “tipo ideal”. Isto é, ele necessitava
acentuar, apenas abordar um lado; ser parcial, quanto a quantidade de fenômenos
isolado exibidos na sociedade, mas que ao mesmo tempo os aspectos estudados se
espalhavam largamente, por todas as direções. O tipo ideal de Weber era simplista
nos dados pesquisados da sociedade, mas generalizado quanto a classificação.

A “consciência coletiva” de Durkheim, explicava o conjunto das crenças e dos


sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, adquirindo
assim a formação de um sistema. Para Durkheim era necessário o convívio em
sociedade para que aspectos básicos de um indivíduo tenham algum grau de certeza
que quando expressão algo, o outro certamente será capaz de compreender o que é
falado, exibo e\ou exposto. Apenas assim os aspectos individuais de compreensão do
mundo vivido, poderiam deter seguimento, mesmo que mínimo, na sociedade.

O “Inconsciente coletivo” de Jung explica que as os indivíduos detêm conteúdos e


modos de comportamentos que são os mesmo em todos os lugares, em todas as
pessoas. Mas tais aspectos, não detém natureza individual, mas universal. O
inconsciente coletivo é encontrado nos ensinamentos esotéricos, mitos, contos de
fadas. Deuses, maternidade, agua, terra, e muitos outros aspectos. O inconsciente
coletivo dos indivíduos presentes nas sociedades, foram alimentados pelos nossos
antepassados presentes em sociedades primitivas. O indivíduo na sociedade
presente, não desenvolve individualmente o inconsciente coletivo, mas herda,
detendo assim formas preexistentes, arquétipos que só se tornam conscientes, ao
assumir uma forma definida ao conteúdo da consciência em sociedade.

RELAÇÃO EM QUE AS TEORIAS SE APROXIMAM

Para Weber o Tipo Ideal generaliza a realidade, selecionando aspectos encontrados


nos individualizados, enfatizados em Weber como ideais. Permitindo assim, um
estudo da sociedade conforme aspectos identificados.

Em Durkheim, o conjunto de características e conhecimentos comuns de uma


sociedade é denominado de Consciência Coletiva. A consciência coletiva está acima

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de cada pessoa e externa a elas. E por isto, os fenômenos individuais devem ser
explicados a partir da coletividade e não o contrário.

Para Jung a humanidade detém o inconsciente coletivo. Tal aspecto não é de natureza
individual, mas universal. Possui conteúdos e modos de comportamentos que são os
mesmo em todos os lugares, em todas as pessoas. Não desenvolvido
individualmente, mas herdado, detendo formas preexistentes, arquétipos.

RELAÇÃO EM QUE AS TEORIAS SE AFASTAM

O tipo ideal nada mais é do que “uma construção mental do pesquisador”, que “prioriza
aspectos que “deseja estudar”, dado ao objeto ou fenômeno. Os conceitos são
construídos a partir do sujeito e nunca do objeto de estudo. Pois é o sujeito, o principal
ator no processo de mudança social, necessitando assim compreender o significado
que as pessoas atribuem aos seus comportamentos e consequente, compreender a
sociedade.

Durkheim ao contrário de Weber, acreditava na ideia da existência de forças para além


do indivíduo que afetam seu comportamento. Os aspectos individuais de
compreensão no mundo, isto é, as palavras, idiomas, categorias, símbolos e todo
conhecimento da sociedade, apenas detém via convívio. Sem o convívio não haverá
a capacidade de compreender sobre o que fala, exibe e\ou expõe. Isto é, a
Consciência Coletiva.

Já Jung entende que o Inconsciente Coletivo não é um sistema pessoal (tipo ideal).
Mas detém amplitude com o mundo e aberto ao mundo. Nunca individual, mas
universal. Detendo conteúdos e modos de comportamentos que são os mesmo em
todos os lugares, em todas as pessoas. Contrária a Consciência Coletiva que depende
do convívio do indivíduo com os outros, para que haja compressão sobre o que fala,
exibe e\ou expõe. Tendo em vista que o Inconsciente coletivo são expressões
simbólicas do drama interno e inconsciente, que a consciência procurar relacionar aos
acontecimentos invisíveis do inconsciente.

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Conclusão

Pode-se inferir que as teorias do “tipo ideal” de Max Weber, a “consciência coletiva”
de Émile Durkheim e “inconsciente coletivo” do Carl Gustav Jung, com o objetivo de
um aprofundamento maior sobre suas ideias e aonde elas diferem e se aproximam.

Podemos estabelecer como relação como a construção do homem e suas atitudes no


contexto social que a teoria weberiana acreditava que o indivíduo, sendo o ator
principal da mudança social e totalmente parcial, pois eram as características ideais
para ele, enquanto Durkheim pensava que as ações de um sujeito na sociedade eram
moldadas pela própria sociedade e o que era aceito por ela, já Jung entendia que a
base dos pensamentos das pessoas vem do inconsciente coletivo e que as ações e
as atitudes eram reflexos do molde dos arquétipo dele.

Referências

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002

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QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia
Gardênia de. Um toque de clássicos: marx, durkheim e weber. 2. ed., rev. e ampl Belo
Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2002.

WEBER, Max. A objetividade do conhecimento nas ciências sociais. In: COHN,


Gabriel (Org.). FERNANDES, Florestan (Coord.). Weber – Sociologia. Coleção
Grandes Cientistas Sociais, 13. São Paulo: Ática, 1999, p. 79-127.

DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. WMF Martins Fontes, São Paulo,
2010.

DURKHEIM, Émile. O suicídio, 1897- Abril Cultural, 1982.

DURKHEIM, Émile: Sociologia e Filosofia. Evelyn Tesche, Edipro 2015

JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora


Vozes, 2002.

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