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RELATÓRIO DE LABORATÓRIO
(CF0687) FÍSICO – QUÍMICA BÁSICA II
PRÁTICA: REFRATOMETRIA
CURSO/TURMA: QUÍMICA LICENCIATURA/1B PROF: PAULO NAFTALI
NOME: ALLANDEIVERSON SANTOS DE SOUSA MATRÍCULA: 381174
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
Uma solução é uma mistura homogênea de espécies químicas dispersas numa escala
molecular, onde elas possuem interações moleculares favoráveis para que ocorra a
dissolução entre elas. De acordo com esta definição, uma solução é constituída por uma
única fase, sendo ela gasosa, liquida ou sólida. As soluções de dois componentes são
denominadas de binárias, as de três ternárias e as de quatro quaternárias [1]. Com isso,
é de extrema importância termos o conhecimento quantitativo de cada espécie em
solução. Um dos métodos instrumentais utilizados para determinar concentrações de
soluções, de estabelecer a identidade e a pureza de um composto químico e ajudar na
determinação estrutural de uma determinada molécula é a refratometria, na qual sua
resposta, para esse procedimento, é o índice de refração. Logo se faz necessário para
formação de químicos, a implantação do conceito e praticidade da técnica de
refratometria, visto que, a mesma carrega consigo uma aplicação de forma simples o
assunto de soluções e interações moleculares.
“O experimento, de modo geral, teve como objetivo observar a atuação de uma
solução binária frente a análise em um refratômetro do tipo ABBÉ (Figura 01) [2]
submetido a luz de sódio.”
A prática de refratometria teve um enfoque, mais específico, verificar o comportamento
do índice de refração de uma solução hidroetanólica em várias concentrações, dentro
de uma faixa de 0 a 100% massa/massa, e com base nas soluções analisadas,
examinar graficamente o perfil das misturas com base nos índices de refrações obtidos
afim de fundamentar essas observações com o princípio do método utilizado
integralizando com o assunto de soluções.
RESULTADOS
Porém, é importante observar que a massa pesada (que é igual a solução dentro
picnometro) na balança não é a massa equivalente à da solução analisada, sendo assim
para obtermos massa da solução devemos fazer uma simples operação matemática de
subtração como é mostrado a seguir:
Expressão matemática:
Massa da solução (ms) = Massa pesada (mp) - Massa do picnometro (mpic) (1.0)
Logo, a Tabela 2.0 informa as massas das soluções para cada concentração das
amostras analisadas.
Assim, com a expressão matemática 1.0, foram determinadas as massas das soluções.
Em seguida, as amostras foram analisadas no refratômetro e obtido, para cada
concentração, os índices de refração. Na Tabela 3.0 a seguir, se encontra os resultados
dos índices de refração para cada concentração da solução hidroetanólica.
m
n= (3.0)
MM
onde m é a massa do componente em gramas e MM é a massa molecular do
componente em questão.
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Com isso, diante de todas as expressões matemática apresentadas pode -se calcular a
fração molar do etanol.
Para o Ex1, etanol/água 10%, temos que MMágua = 18,0g/mol e MMetanol = 46,0 g/mol
logo:
Massa de etanol na solução: 10 gramas (aplicando a expressão 3.0) = 0,22 mol
Massa de água na solução: 90 gramas (aplicando a expressão 3.0) = 5,00 mols
Aplicando na equação 2.0, obtemos que:
XÁGUA = 0,96 XETANOL = 0,042
O exemplo foi realizado para o primeiro ponto, 10%, para os demais foi feito o mesmo
procedimento. A Tabela 4.0 abaixo se encontra as frações molares do etanol nas
soluções e seus respectivos índices de refração.
Com os dados de fração molar de etanol e do índice de refração para cada solução
obtidos, pôde-se fazer uma representação gráfica (n vs Xetanol). O gráfico se encontra
em anexo no final do relatório intitulado como gráfico 1.0 - (índice de refração versus
fração molar de etanol) [anexo 1]
Após calcular a densidade relativa usa-se a expressão matemática (5.0) abaixo para se
obter a massa especifica de etanol a uma determinada temperatura.
O exemplo acima foi realizado para a solução de 10% para as demais foram utilizadas
as mesmas expressões para se obter, também, a massa especifica das respectivas
soluções. Na Tabela 5.0 a seguir informa as massas especificas de cada solução
analisada e seus respectivos índices de refração.
Solução (%) m/m Massa específica (ρ) g/cm3 Índice de refração (n)
0 0,99821 1,3325
10 0,98296 1,3385
20 0,96969 1,3455
30 0,95710 1,3515
40 0,93935 1,3567
50 0,91829 1,3605
60 0,89410 1,3622
70 0,87114 1,3640
80 0,84630 1,3645
90 0,82186 1,3638
100 0,79397 1,3620
Sendo assim, foi representado graficamente a relação entre massa específica e índice
de refração para cada solução (n vs ρ/ gcm-3). O gráfico se encontra em anexo no final
do relatório intitulado como gráfico 2.0 - (índice de refração versus massa especifica
de etanol) [anexo 2]
É muito comum quando se tem analises de soluções no refratômetro o cálculo da
refração molar, esse cálculo se aplica em duas formulas uma para a substância pura e
outra para uma mistura, como mostra as equações matemáticas abaixo:
𝑛2 −1 𝑀𝑀
R= ( ) x (Solução pura) (6.0) [R12] = X1 [R1] + X2 [R2] (7.0)(Misturas)
𝑛2 +2 𝜌
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Com a refração molar já calculada foi construído um gráfico que relaciona refração molar
por concentração da solução hidroetanólica (R12 vs Xetanol). O gráfico se encontra no
final do relatório em anexo intitulado como gráfico 3.0 - (refração molar versus fração
molar de etanol) [anexo 3]
A temperatura se encontra também como um dos fatores a ser observado quando se
utiliza a técnica em questão, sendo assim a Tabela 7.0 abaixo informa algumas
concentrações da solução analisada, em diversas temperaturas, e o comportamento do
índice de refração de cada uma.
Temperatura (°C) Solução 20% (n) Solução 30%(n) Solução 50% (n) Solução 90%(n)
10 1,3460 1,3455 1,3626 1,3667
20 1,3450 1,3452 1,3590 1,3634
30 1,3430 1,3450 1,3555 1,3584
40 1,3409 1,3479 1,3512 1,3551
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E por fim, foi plotado o gráfico que relaciona a índice de refração em função da
temperatura para essas soluções (n vs T/°C). O gráfico se encontra em anexo no final
do relatório intitulado como gráfico 4.0 - (índice de refração versus temperatura)
[anexo 5]
DISCUSSÃO
Com os resultados obtidos na Tabela 1.0, como já foi observado anteriormente, a massa
pesada não era a massa da solução com isso para se obter a massa da solução de fato
foi utilizado a expressão matemática 1.0 e como resultado da matemática realizada
construiu-se a Tabela 2.0 e se observou que ocorre uma diminuição na massa da
solução quando a concentração de etanol na solução aumenta, essa observação se
torna coerente com o esperado segundo o método utilizado, picnometria. O fato pelo
qual ocorre a diminuição na massa da solução de acordo com o aumento gradual na
concentração do álcool, é que quando a concentração muda, dentro do picnometro
mesmo tendo um volume fixo, o peso desse volume ou a massa é diferente porque
como o etanol é menos denso do que a água, quanto mais etanol for adicionado na
solução mais próximo a densidade ou massa específica da solução vai ser do valor da
densidade do etanol absoluto, logo a massa da solução vai diminuir com o aumento de
etanol na solução. Na Tabela 5.0, onde se tem o resultado da massa específica para
cada concentração pode-se observar, de forma mais clara, esse efeito.
No gráfico 1.0, onde relaciona o índice de refração de cada solução por fração molar de
etanol, observa-se que a partir do aumento da concentração de etanol ocorre um
aumento no índice de refração, contudo após atingir um valor máximo, em Xetanol = 0,600,
ocorre uma diminuição do índice de refração, a partir de Xetanol = 0,800.
Obs: A Figura 02[3] e 03[4] abaixo, tem como função ilustrar as duas espécies que
estão presentes na solução:
O álcool etílico, em sua estrutura, possui uma parte polar, onde se encontra a
hidroxila (OH) e essa polaridade se dá por conta do efeito indutivo retirador de
elétrons, ou seja, o oxigênio tem uma maior tendência a “atrair” elétrons para si
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de etanol e água, em que atingiu um máximo no valor do índice de refração com 59%
em mol de etanol e para concentrações superiores os valores de n (índice de refração)
apresentaram uma diminuição. A existência de um ponto de máximo no índice de
refração pode representar um indício importante de uma possível formação de
aglomerados (clusters) entre moléculas de água ou álcool [5].
Em corroboração com a citação acima o gráfico 5.0 abaixo retirado do artigo
“Concentration and temperature dependence of the refractive index of ethanol-water
mixtures: Influence of intermolecular interactions.” [7] demostra esse fenômeno:
“Gráfico 5.0 - Dependência de concentração a 20 ◦ C do índice de refracção de etanol
puro e todas as amostras de etanol e água estudadas neste trabalho. A inserção é uma
magnificação da região de baixa concentração de água.”
Outro artigo [5] que reporta o mesmo perfil do gráfico tanto do gráfico 5.0 quanto ao
gráfico 1.0 é o artigo “Estudo do índice de refração de soluções líquidas binárias
formadas por álcool e água em diferentes temperaturas.”
Sendo assim, o perfil do gráfico 1.0 se encontra dentro do esperado para solução
etanol/água como pode-se observar em dados e gráficos em trabalhos já publicados
sobre o índice de refração de uma solução hidroetanólica, outro é importante fato a ser
mencionado é que o índice de refração de misturas binárias depende linearmente da
concentração dos componentes em uma solução ideal, já que estamos tratando dados
referente a soluções reais o caráter não linear do n das soluções formadas por etanol –
água serve também como indicio em relação a existência de aglomerados entre
moléculas de água e etanol.
No gráfico 2.0, que relaciona o índice de refração por massa especifica observa- se que
ocorre um aumento do n a medida que a massa especifica do etanol vai aumentando,
no entanto, e uma determinada massa especifica se tem uma diminuição do n. Esse
perfil também está relacionado com a restruturação molecular da interação da solução
etanol – água (Clusters) já mencionado, o que ocorre é que com o aumento da massa
especifica da solução hidroetanólica o número de moléculas de etanol vai aumentando
e vai interagindo com as moléculas de água aumentando gradualmente esse efeito de
restruturação molecular consequentemente vai havendo uma mudança no índice de
refração pois quanto mais a massa especifica da solução se aproxima da densidade do
etanol absoluto mais interações das espécies se tem.
A Tabela 8.0 faz a relação da massa específica teórica[8] e seu índice de refração
reportado na literatura [8] de etanol com os dados obtidos no experimento realizado.
Teórica Experimental
Massa especifica ρ (g/cm ) 3
0,7899 0,7939
Índice de refração 𝒏𝟐𝟎
𝑫 (20°C) 1,3611 1,3620
refração molar. Se extrapolarmos os estremos do gráfico fazendo com que toque o eixo
y obtemos a refração molar tanto da água pura quanto do etanol puro sendo assim
podemos calcular, utilizando a expressão matemática 6.0 que é utilizada para se
calcular a refração molar de substâncias puras.
1,36202 −1 46 𝑔 𝑚𝑜𝑙 −1
Para o C2H5OH: R= ( ) x = 12,861 cm3/mol
1,36202 +2 0,7939 𝑔𝑐𝑚−3
A Tabela 9.0 abaixo informa as refrações molares teórica encontradas na literatura[8]
Na = constante de Avogadro
α = polarizabilidade da espécie
𝟑 𝒙 𝟏𝟐,𝟖𝟔𝟏𝒄𝒎𝟑 𝒎𝒐𝒍−𝟏
Para o etanol temos que: α= = 5,1028 x 10-24 cm3
𝟒𝒙 𝟑,𝟏𝟒 𝒙 𝟔,𝟎𝟐𝟐𝟏𝟒𝟎𝟖𝟔 × 𝟏𝟎𝟐𝟑 𝐦𝐨𝐥−𝟏
CONCLUSÃO
Diante de tais fatos, resultados e observações apresentados, fica claro, portanto que o
índice de refração é dependente das duas variáveis estudadas na pratica, composição
e temperatura. E com os gráficos e tabelas observados tornou- se evidente mediante a
embasamentos teóricos que o índice de refração de etanol com o aumento da
composição tende a diminuir por conta de restruturação molecular nos arranjos de cada
espécie na solução binária hidroetanólica como também, de que por canta do aumento
da temperatura, para uma mesma composição, o índice de refração diminui por causa
do aumento da velocidade da luz meio. Com isso, pode-se concluir que os objetivos
almejados para essa prática foram todos alcançados pois com as observações
apresentadas foi possível interligar o método, refratometria, com o conceito de soluções
e interação molecular.
REFERÊNCIAS
[2]http://www.prolab.com.br/produtos_img/gde_29751a321013fa0d2ec01280298b0aa0_refrato
metro-de-bancada2.jpg
[3]https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8
&ved=0ahUKEwjj7KWq4u_XAhWFDpAKHZCgAA8QjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fmundoeduc
acao.bol.uol.com.br%2Fquimica%2Fprincipais-
alcoois.htm&psig=AOvVaw3Whq4gS5Jep6FV_G4f8exz&ust=1512456669561888
[4]https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8
&ved=0ahUKEwiv1rP24u_XAhVHFJAKHTDUDTwQjRwIBw&url=https%3A%2F%2Fcrispassinat
o.wordpress.com%2F2017%2F10%2F08%2Fexiste-o-elemento-agua-na-tabela-periodica-
tabela-periodica%2F&psig=AOvVaw3MzlOIRHtcYjpig_YprJOk&ust=1512456799357718
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[6] Inorganic Chemistry Huheey, JE, 3rd ed. Harper and Row, New York
[7] R.J. Jiménez Riobóo, M. Philipp, M.A. Ramos, and J.K. Krüger; Concentration and
temperature dependence of the refractive index of ethanol-water mixtures: Influence of
intermolecular interactions, Springer-Verlag, 4 September 2009.
[8] D.R. Lide (Editor), 86th Handbook of Chemistry and Physics (CRC Press, Boca Raton, 2006)
Ch. 8, pp. 52
[11] CHANG, Raymond. Físico – Química para as ciências químicas e biológicas. McGraw –
Hill,2009. Volume1.
[12] D.R. Lide (Editor), 86th Handbook of Chemistry and Physics (CRC Press, Boca Raton, 2006)
Ch. 8, pp. 52.
[13] Handbook of Chemistry and Physics, 57ª edição, WEAST, R. C. (editor), CRCPress,
1977
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ANEXO 1
ANEXO 2
ANEXO 3
Quando se obtém em um experimento na qual o gráfico do dados segue uma tendência
linear, se utiliza a regressão linear para se determinar o coeficiente angular e linear da
equação da reta que descreve o fenômeno. Com isso, para o gráfico 3.0 foi-se utilizado
um dos métodos para se obter uma regressão linear o método dos mínimos quadrados.
Equação linear: y = mx + b
∑ 𝑋 . ∑ 𝑌 −𝑛 ∑ 𝑋𝑌 ∑ 𝑋𝑌 . ∑ 𝑋 − ∑ 𝑌 . ∑ 𝑋 2
m = e b=
(∑ 𝑋)2 − 𝑛 (∑ 𝑿𝟐 ) (∑ 𝑋)2 − 𝑛 (∑ 𝑿𝟐 )
ANEXO 4
ANEXO 5