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Transito,
Cidadania
e Meio Ambiente

Curitiba
2017
Sumário

Carta ao Aluno | 5

1. A evolução do homem  | 7

2. Cidadania | 11

3. Impactos humanos sobre o meio ambiente  | 19

4. Trânsito e meio ambiente  | 31

5. Legislação e meio ambiente  | 37

6. Atitudes ecológicas  | 41

Conclusão | 49

Referências | 51
Carta ao Aluno

Prezado(a) aluno(a),
Talvez você nunca tenha parado para pensar que cada coisa
que acontece no mundo não acontece de maneira isolada. Ao con-
trário, pode ter profundos impactos em ecossistemas e pessoas que
estão a milhares de quilômetros de distância.
Nesta disciplina específica do curso de graduação em Ges-
tão de Trânsito da FAEL, você vai entender por que conceitos como
cidadania e preservação do meio ambiente estão interligados, e
como as ações humanas podem alterar completamente o mundo
em que vivemos.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

O trânsito é parte disso, já que a maioria da população mundial vive em


áreas urbanas e a poluição provocada por indústrias e veículos tem levado a
preocupações climáticas graves. É uma busca constante por cidades mais inte-
ligentes e sustentáveis, por veículos e produtos menos poluentes, por atitudes
mais conscientes de preservação da natureza, por condutas mais cuidadosas
com as outras pessoas.
Nesta disciplina você vai conhecer como a teia da vida é uma só, e iden-
tificar quais comportamentos seus e dos outros podem afetar o delicado equi-
líbrio entre todos esses elos.
Bons estudos!

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A evolução do homem

1.1 A relação com o meio ambiente


A capacidade de adaptação às mudanças do ambiente tem
levado os seres vivos, ao longo de milhões de anos, a modificar suas
estruturas orgânicas para melhor sobreviver e se reproduzir.
A teoria da evolução das espécies, desenvolvida pelo biólogo e
naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), aponta que os seres
que conseguem realizar essas adaptações com maior velocidade e
habilidade são os que têm maiores chances de permanecer. Em outras
palavras, é o processo de seleção natural – em que os que possuem
características mais vantajosas em relação a outros têm mais condições
de sobreviver – que determina o progresso (ou não) das espécies.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

O ser humano, por outro lado, passou a agir em sentido contrário –


ao invés de se adaptar ao meio ambiente, é ele que mais o altera. Poluição,
desmatamento, cidades sem planejamento e uso indiscriminado de recursos
naturais são algumas das atitudes comandadas pelo homem com impacto
direto sobre a natureza.

1.2 A relação com os outros


A vida em grupo existe há milhões de anos. O homem primitivo já se
associava com outros homens para sobrevivência, ajuda mútua, eficácia em
ações como caça e proteção. Também permaneciam juntos para reprodução
e conforto afetivo.
A organização da espécie humana em sociedades, portanto, já é realidade
desde a Pré-História. Ao longo do tempo, foi mudando a maneira como essas
sociedades se formam e estabelecem suas regras e costumes, que variam enor-
memente também de acordo com a região do mundo, os grupos étnicos e as
necessidades impostas pelo meio ambiente.
O homem é, portanto, um ser social.
E sendo um ser social, é também um ser político, na medida em que a
vida em sociedade faz com que ele se envolva nos destinos e na vida de outros
seres humanos.

1.3 Necessidades do ser humano


O convívio com outras pessoas leva o homem a desenvolver certos
anseios, expectativas e necessidades.
O psicólogo norteamericano Abraham Maslow (1908-1970) conce-
beu uma “hierarquia das necessidades do homem”, que ficou mundialmente
conhecida como “pirâmide de Maslow”. Ali ele lista, em ordem ascendente,
as necessidades humanas – que vão da sobrevivência básica ao autoconheci-
mento e elevação espiritual.

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A evolução do homem

Figura 1 – A Pirâmide de Maslow

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2
Cidadania e Trânsito

2.1 O que é um cidadão?


Direitos e deveres
Um cidadão é o indivíduo que pode usufruir de seus direitos
civis e políticos, ao mesmo tempo em que respeita seus deveres,
como cumprir as leis e regras da vida em sociedade.
Essas normas existem justamente para criar direitos e deveres
iguais para todos, e estabelecer ordem para que a sociedade fun-
cione. No Brasil, a Constituição é a lei máxima, mas outros docu-
mentos estabelecem leis específicas, como o Código Penal, o Código
de Trânsito ou o Código Civil.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

O conceito de cidadania engloba três dimensões:


22 DIREITOS CIVIS : Liberdade de ir e vir, de associação, expressão,
fé e pensamento, entre outros;
22 DIREITOS POLÍTICOS : Votar e ser votado, participar de
manifestações;
22 DIREITOS SOCIAIS : Acesso à saúde, habitação, educação,
entre outros.

2.2 O cidadão no trânsito


Nas vias públicas, é dever de todo cidadão transitar sem constituir perigo
ou obstáculo para os demais elementos do trânsito (CTB, art. 26, inciso I).
Ele tem o direito, por outro lado, de trafegar por vias seguras e corretamente
sinalizadas (afinal, como respeitar as regras de trânsito se não há indicação do
que fazer na pista?) e também de sugerir alterações tanto em uma lei quanto
em sinalização, fiscalização e equipamentos de segurança.
O trânsito no país é regido pelo Código de Trânsito Brasileiro, de 1997,
e por uma série de decretos, portarias e resoluções. Esse conjunto determina
não só ações e comportamentos corretos, mas também punições para o caso
de a lei não ser respeitada e, principalmente, colocar em risco a segurança e
a vida das pessoas (com infrações, multas, penalidades e a responsabilização
civil e criminal por atos no trânsito).

2.2.1 Convívio e interação


Conviver com outras pessoas, ser respeitado e sentir-se seguro são, como
mostra a pirâmide de Maslow vista anteriormente, necessidades comuns a
todos os seres humanos. Não é diferente no trânsito. Por isso é tão importante
que o trinômio homem-via-veículo, base do trânsito, esteja em harmonia.
Os condutores de veículos, os passageiros, os pedestres e todos os usu-
ários das vias públicas estão em constante interação. Sua comunicação se dá
por meio do cumprimento das regras de trânsito e da utilização consciente
desse espaço público.

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Cidadania e Trânsito

Especialmente nas cidades, todos enfrentam juntos as dificuldades da


vida urbana: congestionamentos, locais para estacionar, qualidade das cal-
çadas e ruas, tempo dispendido nos deslocamentos, qualidade do transporte
público etc.
Para conviver, participar e promover a interação social no trânsito é
necessário:
22 Conhecer, aceitar e cumprir as regras de circulação e conduta, como
também o que institui a legislação (adotar o bom-senso).
22 Abrir mão dos seus direitos, quando necessário, para respeitar o
direito alheio (praticar a solidariedade).
22 Praticar a ajuda mútua, a fim de evitar ou solucionar problemas de
trânsito (cooperação).
Um exemplo de interação social no trânsito é dar passagem aos veículos
precedidos de batedores; de socorro de incêndio e salvamento; de polícia;
de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço
de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados de
alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente. Não fazer isso, além de
mostrar descaso com outras pessoas, é considerado infração gravíssima passí-
vel de multa.
Por outro lado, uma evidência de desrespeito não só às leis mas também
às pessoas é a circulação de veículos em locais proibidos. Pelo Código de
Trânsito Brasileiro, transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas,
ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divi-
sores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados
e jardins públicos é considerado infração gravíssima.

Saiba mais
Em saída de estacionamento, garagem ou em qualquer outra situação
que envolva pedestre ou bicicleta, os veículos motorizados devem
sempre dar preferência de passagem a eles. Desrespeitar essa regra
pode levar a multa e infração gravíssima.

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Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

2.2.2 Fatores que influenciam as relações no trânsito


O trânsito é um ambiente tenso, de certa maneira. Atenção o tempo
todo, congestionamentos, horários e distâncias a cumprir, motoristas que
dirigem mal ou não respeitam as regras… tudo isso pode levar a um estado
de stress.
Nada disso, porém, tira do condutor a responsabilidade de cumprir as
leis, que afinal foram feitas para todos. As relações harmoniosas no trânsito
dependem disso.
Mas é muito comum encontrar comportamentos que acabam por minar
essas boas relações. Alguns exemplos:
22 Supervalorização do veículo: quanto mais potente a “máquina”,
mais direitos e menos deveres o motorista acredita ter.
22 Inversão de valores: o veículo é usado como instrumento de força,
vaidade e competição.
22 Falta de controle emocional do indivíduo: só os seus problemas ou
vontades individuais contam e devem ser considerados.
22 Egoísmo: falta de pensar no outro, no bem estar coletivo.
22 Desrespeito a normas e regulamentos: a legislação de trânsito foi
feita somente para os outros.
22 Falta de planejamento: calcular mal o tempo de deslocamento,
não considerar imprevistos ou escolher o percurso errado levam o
motorista a dirigir apressadamente, perturbando outros motoristas
na tentativa de recuperar o tempo perdido.
22 Desconhecimento das leis: só é possível dirigir corretamente conhe-
cendo as leis de trânsito, a sinalização e as condições de operação
do veículo.
22 Desrespeito aos direitos alheios: qualquer infração de trânsito fere
o direito de outras pessoas.

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Cidadania e Trânsito

2.2.3 Atitudes e comportamentos


Para os gestores de trânsito, é importante compreender a psicologia e a
ética dos cidadãos, ou seus valores morais e suas motivações sociais e cultu-
rais. Temos, por exemplo, diferentes perfis de motoristas que podem influen-
ciar a fluidez e harmonia nas ruas. Só para citar alguns exemplos:
O apressadinho
O imprudente
O medroso
O recém-habilitado
O que dirige passeando
O “dono da rua”
O agressivo
O distraído
Ao identificar esses e outros comportamentos, é possível ter uma visão
abrangente e propor estratégias e políticas públicas que favoreçam a socializa-
ção, a cooperação e o respeito mútuo.
Uma vez que o comportamento e as atitudes do homem são fatores deter-
minantes para um trânsito fluido e sem violência, a educação para o trânsito
passa a ser peça-chave para a conscientização e incorporação de condutas.
Entre essas condutas, estão:
22 Usar da cooperação e solidariedade, agindo em benefício de todos
que estão no trânsito. Gentileza gera gentileza;
22 Comunicar-se de maneira amigável, sinalizando suas manobras
com antecedência e respeitando as manobras dos outros;
22 Cultivar bondade, respeito, tolerância e paciência, sendo compre-
ensivo com os erros e limitações dos outros;

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Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

22 Entender que os seus direitos são limitados pelos direitos alheios


e que às vezes você pode e deve abrir mão dos seus em prol do
bem comum;

22 Dirigir corretamente, evitando cometer infrações ou ter comporta-
mentos agressivos.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, dirigir ameaçando


os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os
demais veículos, resulta em multa, suspensão do direito de
dirigir, retenção do veículo e recolhimento do documento
de habilitação, sendo considerada infração gravíssima.

2.2.4 Mortalidade viária


De acordo com a Comissão Econômica para América Latina e Caribe
(CEPAL), órgão das Nações Unidas que se dedica a propor soluções para o
desenvolvimento dessa região, a taxa de mortalidade por acidentes viários
nessa região aumentou 20% entre 2000 e 2010. Passou de 14,75 mortes por
cada 100 mil habitantes no ano 2000 para 17,68 mortes no ano 2010.
Esse mesmo estudo mostra que 90% dos acidentes são consequência de
conduta ou falha humana.
A CEPAL estabeleceu cinco pilares para reduzir o índice de mortalidade
viária: gestão da segurança viária, organização das vias de trânsito e da mobi-
lidade, veículos mais seguros, conscientização dos usuários das vias e rapidez
no atendimento a acidentes.

2.2.5 Sinalização e comunicação


Como espaço público, as vias são um ambiente de igualdade de direitos
e deveres entre seus usuários. Uma comunicação eficiente ajuda os usuários
a conhecer e compreender esses direitos e deveres, o que permite a eles se
deslocar com mais segurança e organização, sejam motoristas ou pedestres.

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Cidadania e Trânsito

O Código de Trânsito Brasileiro é a principal referência para essa comu-


nicação, norteando as regras de sinalização e conduta.
É responsabilidade dos gestores de trânsito, nas alçadas federal, estadual
e municipal dependendo do caso, instalar a sinalização correta e mantê-la em
bom estado, bem como supervisionar e cuidar para garantir a qualidade da
infraestrutura (ruas, calçadas, estradas, viadutos, passarelas etc).
A educação para o trânsito na escola, para crianças e jovens, também
é importante reforço na formação de pessoas com uma visão mais ampla e
democrática da convivência no trânsito e no respeito às suas regras, propor-
cionando um ambiente mais harmonioso para todos.

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3
Impactos Humanos
sobre o Ambiente

3.1 O estudo da biodiversidade


Biodiversidade é o conjunto de todos os seres vivos que exis-
tem no planeta, e que se conectam em uma verdadeira teia da vida,
na qual cada um desempenha sua função. A palavra “biodiversi-
dade” nasceu em 1985, como uma contração de “diversidade bioló-
gica”. Foi criada pelo biólogo norteamericano Edward O. Wilson,
professor da Universidade de Harvard.
Todos os organismos vivos formam ecossistemas interdepen-
dentes, ligados uns aos outros, de modo que um afeta o outro. Esse
elo existente entre os seres vivos é o que faz com que o impacto de
uma ação prejudicial à natureza em determinado local (por exem-
plo, o desmatamento na Amazônia ou a pesca indiscriminada de
atum no Japão) tenha reflexos em outro.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

Os reflexos podem ser sentidos na natureza e ter impactos econômicos e


na saúde e bem estar do ser humano. Da diversidade biológica e da preserva-
ção das espécies dependem famílias, comunidades, nações e gerações futuras.
Um exemplo de impacto é o que a indústria mundial da pesca vem
fazendo desde a década de 1950, adotando práticas e tecnologias que aumen-
taram tanto a produtividade que hoje se retira dos oceanos mais do que eles
são capazes de gerar novamente. O resultado: espécies à beira da extinção,
desequilíbrio ecológico, colapso dos estoques pesqueiros e impacto socioeco-
nômico sobre populações que dependem dos mares para sobreviver.

Saiba mais
Polêmico e inovador, o biólogo Edward Wilson criou também o
conceito de sociobiologia – a ideia de que é possível compreender
o comportamento humano e da sociedade por meio da biologia.
Aclamado por mostrar a ligação entre comportamento e neurociên-
cia, também é criticado por alguns cientistas sociais, que o acusam de
ressuscitar uma teoria dos séculos XIX e XX que associa a genética a
uma suposta “superioridade” – e que levou a desigualdades sociais e
teorias racistas (como o nazismo).

3.2 Água e outros recursos naturais


Nas escolas, costuma-se estudar os fenômenos da natureza, como for-
mação de chuvas, fotossíntese e cadeias alimentares. Aprendemos que o ser
humano depende de recursos naturais como água e sol para sobreviver, não
só para beber e se aquecer mas para cozinhar, tomar banho e lavar coisas,
fazer funcionar indústrias, obter energia. Que retira da natureza areia, pedra,
barro e madeira das árvores para construir casas. Que abate animais e colhe
vegetais para se alimentar. Que explora o subsolo em busca de minerais como
ferro, carvão e petróleo, que depois vão servir à indústria de combustíveis,
construção e outros usos.

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Impactos Humanos sobre o Ambiente

No entanto, a maior parte desses recursos não é renovável. Ou seja,


um dia vão acabar, colocando em risco a sobrevivência do homem e de
outras espécies.
A base que se aprende na escola é fundamental para conhecer as relações
entre todos os seres vivos, mas deve ser ampliada para que se possa com-
preender como aprimorar as ações humanas, a fim de evitar danos ao meio
ambiente e a essa intrincada teia da qual todos fazem parte.

3.3 Consequências da poluição ambiental


São muitas e devastadoras as consequências da poluição ambiental – do
ar, da água, do solo. As mudanças climáticas estão entre as mais evidentes.

3.3.1 Aquecimento global


O gás carbônico, junto com o vapor d’água e outros gases, forma uma
barreira na atmosfera que deixa passar a luz do Sol, mas retém o calor irra-
diado pela superfície da Terra. Fato semelhante ocorre numa estufa de vidro
onde se cultivam plantas.
O vidro deixa passar a luz, que é absorvida pelo solo e refletida na forma
de calor. No entanto, as ondas de calor não atravessam bem o vidro e ficam
retidas na estufa, aquecendo o ar dentro dela. É por isso que o aquecimento
do planeta é chamado de efeito estufa.
O efeito estufa é um fenômeno natural e indispensável para manter a
vida na Terra. Graças a ele, o planeta conserva uma temperatura média de 15
oC. Sem ele, o planeta estaria permanentemente coberto por uma camada de
gelo e sua temperatura média estaria em torno de -18 oC.
Porém, duas situações provocadas pelo ser humano têm intensificado
o efeito estufa. De um lado, aumentaram as emissões de gás carbônico e
metano, gerados principalmente pela combustão de motores a gasolina e die-
sel e pelas indústrias.

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Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

De outro lado, o ser humano está dizimando as florestas, responsáveis


pela absorção de gás carbônico e transformação em oxigênio pela fotossíntese,
que “limpa” o ar.
Com emissão mais intensa e reabsorção cada vez mais fraca, o resultado
é que a camada de gases que protege a Terra torna-se cada vez mais espessa,
impedindo o calor de se dissipar. Com isso, há o aquecimento global.

Efeitos do aquecimento global


O aumento da temperatura média da Terra provoca mudanças climáti-
cas drásticas, com graves consequências não só para as pessoas mas também
para muitos ecossistemas, podendo levar até à extinção de espécies de animais
e de plantas.
22 O derretimento de geleiras e a elevação do nível dos oceanos ame-
açam alagar cidades litorâneas e ilhas.
22 Furacões, tufões e ciclones ficarão mais fortes, com maior poder
de destruição.
22 Tsunamis e terremotos serão mais frequentes.
22 Tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, secas e nevascas
serão mais intensas.
Previsões do Met Office, serviço britânico de meteorologia, apontam
que até o fim do século XXI a Terra poderá estar até 4 oC mais quente.

3.3.2 Chuva ácida


A chuva ácida se forma quando dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de
nitrogênio (NOX) emitidos para a atmosfera reagem com a água das nuvens e
formam ácido sulfúrico e ácido nítrico. Estes então se combinam com a água
para se precipitar sobre o solo, na forma de chuva, neve, neblina etc.
Os maiores emissores desses gases nocivos que originam depois a chuva
ácida são:
22 Queima de combustíveis fósseis (carvão, gasolina, diesel) para
gerar energia elétrica. Dois terços do SO2 e um quarto do NOx

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Impactos Humanos sobre o Ambiente

presentes na atmosfera vêm de geradores de eletricidade, inclu-


sive termoelétricas;
22 Veículos automotores e máquinas pesadas;
22 Indústrias e refinarias de petróleo.
Essa chuva ácida que cai sobre o solo tem sérias consequências: para a saúde
humana, provoca doenças respiratórias; para rios e lagos, afeta a vida de animais
e plantas, pois torna a água mais ácida; para florestas, intensifica o depósito de
alumínio no solo, prejudicando a absorção de nutrientes pelas árvores.

3.3.3 Destruição da camada de ozônio


A camada de ozônio está localizada na estratosfera, entre 25 e 35 quilô-
metros de altitude, e funciona como uma espécie de “escudo protetor” para
animais, plantas e seres humanos contra a radiação ultravioleta emitida pelo
Sol. Sem esse filtro, os raios solares seriam tão fortes que causariam sérios
danos à vida na Terra.
A poluição atmosférica, no entanto, tem provocado grandes estragos
na camada de ozônio. Em 1977, foi detectado pela primeira vez um grande
“buraco” sobre a Antártida. Desde a década de 90, cientistas têm notado que
a camada de ozônio tem ficado mais “fina” em várias regiões do mundo e já
surgiu um outro buraco sobre sobre o Pólo Norte.
Como a camada de ozônio é destruída? O gás carbônico (CO2) gerado
pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, e a liberação
de óxidos nítricos e nitrosos pelos veículos são grandes responsáveis. Mas, os
maiores vilões são os gases do grupo dos clorofluorcarbonos (CFCs).
Usados na indústria de plásticos injetados, como propelentes em aeros-
sóis ou como isolantes em equipamentos de refrigeração, os CFCs demoram
cerca de oito anos para chegar à estratosfera. Lá, atingidos pela radiação ultra-
violeta, se desintegram e liberam cloro. Ao reagir com o ozônio, o cloro o
transforma em oxigênio. Só que o oxigênio não é capaz de proteger o planeta
dos raios ultravioleta.
Por que é perigosa a destruição da camada de ozônio? Uma única
molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio, dando livre

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Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

passagem aos raios ultravioleta do Sol. Essa intensa radiação pode provocar
câncer de pele e problemas na visão, além de minar o sistema imunológico,
deixando as pessoas mais sujeitas a doenças como herpes.
Uma estimativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) aponta que cada 1% de perda da camada de ozônio provoca 50
mil novos casos de câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira, causados
por catarata, em todo o mundo.
Outras formas de vida também são afetadas. Um dos exemplos é o
plâncton existente na superfície do mar, base da cadeia alimentar mari-
nha e que responde pela absorção de metade do CO2 expelido no mundo,
segundo a organização não governamental WWF, que atua globalmente na
área ambiental.
No Brasil, o Programa de Eliminação de HCFCs, do Ministério do
Meio Ambiente, estabeleceu um cronograma para suspensão gradativa do
consumo desses gases. Assim, até 2040, todas as indústrias nacionais que
utilizam esses gases na fabricação de diversos produtos terão deixado de
utilizá-los. Esse acordo faz parte do Protocolo de Montreal, assinado por
vários países em 1987.

3.3.4 Inversão térmica


A temperatura do ar normalmente diminui com a altitude, uma vez
que as camadas mais próximas ao solo são aquecidas
 pelo reflexo dos raios
solares na superfície. O ar próximo ao solo é menos denso que o
 ar mais
frio das camadas superiores, o que faz surgir duas correntes em sentidos
opostos:
 uma de ar quente, que sobe, e outra de ar frio, que
 desce e subs-
titui o ar que subiu. Formam-se, assim, correntes de convecção, que facilitam
a dispersão dos poluentes.
Porém, especialmente no inverno, os raios solares mais fracos podem não
esquentar muito o solo. Por isso, o ar próximo a ele acaba ficando mais frio
e mais “pesado”, “preso” sob uma bolha de ar mais quente, dificultando sua
movimentação – é a inversão térmica. O resultado é uma camada de fumaça
e neblina, conhecida como smog, que prejudica a respiração e a visibilidade.
Em cidades muito populosas e lugares com muitas indústrias, o fenômeno é

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Impactos Humanos sobre o Ambiente

especialmente danoso, pois o ar fica carregado de gases tóxicos e as pessoas


chegam a andar com máscaras protetoras.

3.4 Desastres ambientais


Os desastres ambientais se caracterizam por graves danos à fauna e à
flora, mas também às pessoas que vivem nas áreas afetadas. Ambientalistas
defendem que boa parte desses desastres poderia ser evitada se o homem não
explorasse certas regiões do planeta.

Vazamento do petroleiro Exxon Valdez (Alasca, 1989)


Na madrugada do dia 24 de março de 1989, o superpetroleiro Exxon-
Valdez colidiu contra um bloco de gelo no Estreito Príncipe William, na costa
do Alasca (EUA), pouco depois de deixar o Porto de Valdez. A região, habi-
tada por centenas de espécies de pássaros, lontras, focas e peixes, é também o
ponto final de um oleoduto com 1.200 quilômetros de extensão.
Vazaram dos tanques do navio 40 milhões de litros de petróleo cru, que
se espalharam por uma área de 28 mil km2 do oceano e 2 mil km2 da costa
do estado mais gelado e mais ao norte dos Estados Unidos. A “maré negra”
matou centenas de milhares de espécies.
A ExxonMobil, proprietária do navio, mobilizou 11 mil pessoas, durante
três anos, nos esforços para limpar a área. Foram gastos cerca de dois bilhões
de dólares. Outros US$ 500 milhões foram dedicados a indenizações à popu-
lação local e US$ 900 milhões em multas.

Explosão de plataforma de petróleo (Golfo do México, 2010)


A explosão da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, administrada
pela britânica British Petroleum, no Golfo do México, em abril de 2010, foi
um dos maiores desastres ambientais já registrados. Depois de ficar dois dias
em chamas, a plataforma afundou. A conexão com a tubulação que permitia
extrair o petróleo de 1.500 metros de profundidade se rompeu e ao longo de
vários dias 652 milhões de litros de petróleo vazaram para o mar, atingido a
costa de cinco Estados norteamericanos (Louisiana, Alabama, Mississippi,
Texas e Flórida). A consequência foi a morte de inúmeras espécies marinhas,

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Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

além de prejuízos aos setores de hotelaria, alimentação e entretenimento.


Onze pessoas morreram. Em 2012, a British Petroleum fechou um acordo
com o governo dos Estados Unidos, no qual se declarou culpada e assumiu
pagar uma multa de US$ 4,5 bilhões.

Rompimento de barragem (Minas Gerais, 2015)


Quando a barragem da mineradora Samarco se rompeu, em novembro
de 2015, uma enxurrada de lama e rejeitos de minérios arrasou o distrito
de Bento Rodrigues, no município de Mariana, em Minas Gerais. Além de
destruir quase todas as casas da cidade e matar 19 pessoas, a lama seguiu
rio abaixo até chegar ao mar, no litoral do Espírito Santo. As consequências
ambientais foram devastadoras. O rio Doce foi entupido pela lama, que sufo-
cou peixes e microorganismos aquáticos, além da vegetação às suas margens.
Com o passar dos anos, a lama tende a se solidificar, inviabilizando o solo.
Ao chegar ao mar, a lama jogou na água grande quantidade de metais
como ferro, alumínio, cromo e manganês, mais tarde diluídos pelas chuvas
na cabeceira do rio Doce. Seis meses depois do acidente, o fundo do mar
na foz do Rio Doce estava coberto por uma camada de pelo menos 2cm de
lama, afetando animais microscópicos e plânctons que são a base da cadeia
alimentar, afugentando os peixes que se alimentam deles. Além do impacto
ambiental, os prejuízos se fazem notar para as pessoas que dependem da pesca
e do turismo para seu sustento.

3.4.1 Acidentes nucleares


O vazamento de materiais radioativos, principal risco das usinas nuclea-
res instaladas em vários países como forma de geração de energia, tem conse-
quências para a saúde humana e o meio ambiente.

Chernobyl (Ucrânia, 1986)


Considerado o mais grave acidente nuclear da história, foi consequência
da explosão de um reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em
1986. A explosão, resultado de uma sequência de falhas humanas e problemas
técnicos durante um teste, liberou uma quantidade maciça de urânio-235,
elemento químico de grande poder radioativo.

– 26 –
Impactos Humanos sobre o Ambiente

As pessoas em um raio de 30km foram retiradas de suas casas, e até hoje


há uma zona de circulação proibida. A cidade de Pripyat, vizinha à usina,
tornou-se uma cidade fantasma. A nuvem radioativa se espalhou para outros
países da Europa, contaminando animais e plantações.
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas publi-
cado em 2005, 4 mil pessoas morrerão de doenças relacionadas ao acidente,
como câncer, malformações de fetos e doenças respiratórias.

Césio-137 (Goiânia, 1987)


No Brasil, o pior acidente radioativo se deu quando várias pessoas entra-
ram em contato com o césio-137 presente em uma cápsula que antes era parte
de um equipamento de radioterapia. Abandonado em uma clínica desativada,
o equipamento era usado para tratamento de câncer e foi revendido por dois
catadores de lixo para um ferro-velho. Lá, a cápsula de césio foi aberta e des-
pertou a curiosidade por se parecer com um sal azulado, que brilha no escuro.
A “novidade” passou de mão em mão, estabelecendo um rastro que conta-
minou cerca de mil pessoas, das quais quatro morreram. Os sintomas, como
náuseas, vômito, tontura, diarreia e inchaço principalmente nas mãos, foram
inicialmente confundidos com uma simples intoxicação, o que retardou o
tratamento adequado e as providências de descontaminação.

Fukushima (Japão, 2011)


A usina nuclear de Fukushima foi parcialmente destruída pelo terre-
moto seguido de tsunami que devastou a costa do Japão em 2011. Três dos
seis reatores nucleares da usina derreteram e liberaram grande quantidade de
material radioativo.
É um dois únicos acidentes classificados como um evento de nível 7
(classificação máxima) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, ao
lado de Chernobyl, em 1986.
Desde o acidente, Fukushima começou a ser desmontada. Um dos desa-
fios mais complexos é o que fazer com os milhões de litros de água usados
diariamente para refrigerar os reatores desativados, que se torna radioativa
após o processo. A Tokyo Electric Power Co. (Tepco), empresa que controla
a usina, admite que os tanques utilizados para esse fim não têm impedido o

– 27 –
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

vazamento para o Oceano Pacífico de parte da água contaminada, especial-


mente com iodo, estrôncio, césio e plutônio.

3.5 Entidades conservacionistas


Em todo o mundo, organizações não-governamentais (ONGs) traba-
lham pela preservação do meio ambiente em diferentes frentes, com dife-
rentes abordagens. Muitas tornaram-se gigantes com atuação internacional,
como a WWF e o Greenpeace, mas em nível nacional e local também existem
milhares de outras entidades em atuação em vários países, inclusive o Brasil.

WWF
É a maior ONG conservacionista do mundo, com cerca de 5 milhões
de filiados que contribuem financeiramente para que a instituição atue ativa-
mente em 100 países. Hoje há 2 mil projetos em andamento, sempre envol-
vendo as comunidades no conceito de preservação ambiental.
Fundada em 1961, significava originalmente “World Wildlife Fund”,
traduzido para o português como “Fundo Mundial da Natureza”. No entanto,
com o seu crescimento e forte presença internacional, decidiu abolir qualquer
significado para suas letras originais. Em 1996, foi criada a WWF-Brasil, que
integra a rede mundial. (www.wwf.org.br)

Greenpeace
Conhecido por seu intenso ativismo, com ações obstinadas e corajosas
como abordar navios de pesca predatória no Oceano Ártico, o Greenpeace é
uma organização global presente em 43 países. Sua missão é proteger o meio
ambiente, promover a paz e inspirar mudanças de atitudes que garantam um
futuro mais verde e limpo para esta e para as futuras gerações.
O Greenpeace atua sobre problemas ambientais que desafiam o mundo
atual, especialmente mudanças climáticas, proteção às florestas, oceanos,
agricultura sustentável, poluição e energia nuclear. No Brasil, suas principais
frentes de trabalho são a proteção à Amazônia e a campanha de Clima e Ener-
gia. (www.greenpeace.org.br)

– 28 –
Impactos Humanos sobre o Ambiente

Worldwatch Institute
Instituto de pesquisa ambiental com foco global, responsável pela aná-
lise de dados ambientais e produção de relatórios para ajudar a construir um
mundo mais sustentável. (www.worldwatch.org)

Projeto Tamar
Sua luta é pela proteção às tartarugas marinhas no litoral nordeste do
Brasil, com forte trabalho de educação ambiental. (www.tamar.org.br)

SOS Mata Atlântica


Organização com atuação nacional, tem foco na preservação do bioma
que lhe dá o nome, mais presente no litoral das regiões Sul e Sudeste. (www.
sosma.org.br)

SPVS
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem atua na faixa litorânea do
Paraná, onde há importante remanescente de mata atlântica e espécies ame-
açadas como o papagaio-de-cara-roxa, e também na preservação das florestas
com araucárias. Seu trabalho inclui educação ambiental e desenvolvimento
sustentável das comunidades em sua área de atuação. (www.spvs.org.br)

– 29 –
4
Trânsito e Meio
Ambiente

4.1 O impacto do trânsito


no meio ambiente
Desde a invenção da roda, cerca de 4.500 anos antes de
Cristo, e o surgimento dos primeiros veículos com rodas alguns
séculos depois, o homem tornou-se capaz de percorrer distâncias
maiores com menos esforço e em menos tempo, ainda levando car-
gas maiores.
Para que a roda fosse eficiente, no entanto, a qualidade das
vias era fundamental, e esse foi um dos principais obstáculos à
ampla adoção do artefato no início.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

Hoje, os três principais desafios do homem no que diz respeito a seus


deslocamentos são:
22 Agir para que o trânsito seja mais rápido, seguro e eficiente;
22 Adotar medidas para preservar a vida de todos os envolvidos no
trânsito;
22 Preservar ao máximo o meio ambiente, reduzindo o impacto provo-
cado por obras de transporte e pela poluição gerada pelos veículos.
A industrialização, mais marcante no Brasil nas décadas de 1950, 1960
e 1970, trouxe com ela grande avanço econômico, aumento do consumo de
bens duráveis e não duráveis, e duas consequências importantes:
22 O aumento da frota de veículos no país, com consequente aumento
da emissão de poluentes na atmosfera;
22 Maior impacto da atividade humana na natureza, com desma-
tamento, desperdício de recursos naturais e poluição do ar e da
água, principalmente.

4.2 A responsabilidade do ser humano


O comportamento do ser humano tem reflexo direto sobre o meio
ambiente. Atitudes às vezes consideradas insignificantes, uma “gota d’água
no oceano”, podem causar efeitos devastadores. Entre esses efeitos, estão:
22 erosão (resultante do mau planejamento de estradas).
22 agressões contra o meio ambiente (resultante de acidentes com o
transporte de produtos tóxicos poluentes).
22 incêndios devastadores (por jogar um cigarro aceso pela janela do
veículo ou por fazer fogo sem cuidado em lugares de descanso à
margem das rodovias).
22 poluição de rios e matas (pelos detritos jogados pelos motoristas
nas rodovias).

– 32 –
Trânsito e Meio Ambiente

22 enchentes em vias urbanas (por causa do lixo jogado na rua por


pedestres e motoristas, que se acumula e entope bueiros e galerias
de águas pluviais).
22 morte de animais silvestres por atropelamento (provocadas por
excesso de velocidade e descaso à sinalização).
22 poluição atmosférica e sonora (pelo excesso de veículos em cir-
culação).

4.3 Veículos como agentes poluidores


Carros e caminhões geram poluição ao longo de toda a sua vida, desde a
sua fabricação até seu uso cotidiano, abastecimento e depois descarte/sucata.
Há ainda a poluição associada ao refino e distribuição de combustível.
São dois os tipos de poluição do ar gerada pelos veículos: a primária é a
emissão de gases e partículas diretamente na atmosfera, e a secundária é resul-
tante das reações químicas entre os poluentes presentes na atmosfera.

4.3.1 Os ingredientes da poluição do ar


Os maiores poluentes oriundos dos motores de veículos são:
Material particulado – É um conjunto de partículas muito finas – cujo
diâmetro é dez vezes menor do que um fio de cabelo – em suspensão no
ar, como poeira, fumaça e todo tipo de material sólido ou líquido que, por
ser muito pequeno, fica “voando”. Apresentam grande risco à saúde porque
são inaláveis, afetando diretamente os pulmões. Os maiores responsáveis pela
emissão dessas partículas são veículos automotores, processos industriais e
queimadas em geral.
Hidrocarbonetos – Resultantes da queima e evaporação de combustí-
veis. Diversos hidrocarbonetos, como o benzeno, são cancerígenos. Na pre-
sença da luz do sol, reagem com o óxido de nitrogênio presente no ar para
formar o ozônio, um dos ingredientes da “névoa fotoquímica”.

– 33 –
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos – “Oxidantes fotoquímicos”


são resultado da reação, sob a luz do sol, entre óxidos de nitrogênio e com-
postos orgânicos presentes no ar. Esses compostos são oriundos da queima
incompleta e evaporação de combustíveis e solventes.
O ozônio é o principal resultado dessa reação, e por isso mesmo uti-
lizado como parâmetro para verificar o nível de oxidantes fotoquímicos na
atmosfera. Esses oxidantes criam uma “névoa fotoquímica” que diminui
a visibilidade.
Existem dois tipos de ozônio: o “bom”, na estratosfera (a cerca de 25 km
de altitude), tem a importante função de proteger a Terra, como um filtro,
dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol. Já o “mau ozônio”, encontrado na
faixa de ar próxima ao solo, onde respiramos, é tóxico para pessoas, animais
e plantas, causando irritação do sistema respiratório, tosse e redução da capa-
cidade pulmonar.
Óxidos de nitrogênio (NOx) – Ajudam na formação do “mau ozônio”
e enfraquecem o organismo contra infecções respiratórias como pneumonia
e gripe. Os veículos são os principais emissores desses óxidos, resultado da
queima de combustível.
Monóxido de carbono (CO) – Esse gás sem cor e sem cheiro, extre-
mamente venenoso, é fruto da combustão de combustíveis fósseis como a
gasolina e é emitido principalmente por automóveis e caminhões. Quando
inalado, o CO bloqueia o oxigênio do cérebro, coração e outros órgãos vitais.
Fetos, recém-nascidos e pessoas com doenças crônicas são mais suscetíveis aos
efeitos do monóxido de carbono.
Dióxido de enxofre (SO2) – A queima de óleo diesel e de outros com-
bustíveis que contêm enxofre, em motores automotivos e indústrias, é a ori-
gem desse poluente. O dióxido de enxofre pode se combinar com outras
partículas presentes no ar e formar a “chuva ácida”, reduzindo a visibilidade e
afetando principalmente crianças e asmáticos.

4.3.2 Emissão sonora


Embora não se acumule no ambiente como a poluição do ar, a polui-
ção sonora causa danos ao ser humano -- alguns a curto prazo, e outros que

– 34 –
Trânsito e Meio Ambiente

podem levar anos até serem notados. A Organização Mundial de Saúde con-
sidera que, para não causar prejuízos ao ser humano, um som não deve ultra-
passar 50 db (decibéis – unidade de medida do som). A partir desse limite, os
efeitos negativos começam.
O excesso de ruído no ambiente pode ser causado por:
22 buzinas e barulho de motores de veículos nas ruas;
22 máquinas em indústrias, construções e aeroportos;
22 música muito alta;
22 explosões e trabalhos em túneis e outros ambientes confinados,
entre outros.
Além do óbvio impacto na capacidade auditiva com o passar do tempo
(podendo levar à surdez), a poluição sonora causa stress, agressividade, mau
humor, perda de concentração e dificuldade de aprendizado, dores de cabeça,
tensão muscular e outros malefícios.
Nas ruas, embora seja impossível evitar o barulho do motor do veículo, é
possível minimizá-lo com ações como manter o escapamento em bom estado
e não acelerar nem buzinar desnecessariamente.

4.3.3 Instrumentos de controle


Entre as medidas adotadas por várias cidades ao redor do mundo para con-
trolar a emissão de gases poluentes por parte dos veículos, as mais comuns são:
22 Verificação veicular – medição do nível de emissão de poluentes,
uma vez por ano, com multa para os que estiverem em desacordo
com os limites.
22 Rodízio – de acordo com a placa, veículos são impedidos de cir-
cular uma vez por semana nos horários de pico, pela manhã e no
final da tarde, ou em certas áreas das cidades, restritas somente
a moradores.

– 35 –
5
Legislação e Meio
Ambiente

Alguns artigos do Código de Trânsito Brasileiro – CTB


(BRASIL, 1997) orientam para o comportamento adequado em
relação às vias públicas e ao meio ambiente, prevendo multa às infra-
ções cometidas e até mesmo a apreensão do veículo. Os que englo-
bam esse tema são os artigos 26, 171, 172, 227, 228, 229 e 231.
De modo geral, os motoristas não devem atirar do veículo
objetos ou detritos, nem depositar ou abandonar na via objetos ou
substâncias. Isso vale para quem está em movimento mas também
para quem se utiliza de locais para descanso ou piquenique.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

Outras práticas exigidas são:


22 Recolher o lixo (de preferência separando o orgânico do reciclável),
22 Não fazer fogueiras ou descartar bitucas de cigarro (mesmo apagadas),
22 Não molestar os animais silvestres nem agredir a vegetação local,
arrancando plantas ou promovendo queimadas,
22 Não usar o veículo para arremessar água ou detritos sobre os pedes-
tres ou veículos.
O CTB também pune, pelo art. 231 (BRASIL, 1997), o motorista
que estiver:
22 derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
22 carga que esteja transportando;
22 combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
22 qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente;
22 produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixa-
dos pelo Contran;
22 com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos
legalmente ou pela sinalização, sem autorização. A carga excedente ou
as dimensões do veículo podem impedi-lo de passar por túneis, pontes
e viadutos. Além disso, o peso excessivo danifica o piso das estradas e
pode gerar dificuldade no momento de uma ultrapassagem.

5.1 Poluição sonora


Em relação à poluição sonora, o CTB entende que a buzina só deve ser
utilizada como advertência, com um toque breve, e pune o uso excessivo e
prolongado, especialmente perto de hospitais e escolas (Art. 227).
Também é proibido som alto nos veículos, e barulhos como ronco de
motor e escapamento aberto, especialmente à noite (Art. 228). Isso é impor-
tante não só para preservar o sossego alheio, mas também para permitir ao
motorista ouvir possíveis alarmes de emergência, tais como a sirene de bom-
beiros, da polícia ou até mesmo a buzina de alerta de perigo.

– 38 –
Legislação e Meio Ambiente

Os alarmes antifurto instalados nos veículos devem respeitar os limites


de volume estabelecidos pelo Contran. Trios elétricos e carros dotados de
alto-falantes precisam de autorização especial para circular.

5.2 Vandalismo
Danificar as vias, suas instalações e equipamentos de sinalização de trân-
sito é um ato de vandalismo e pode ser punido pelo crime de dano, previsto
no Código Penal. Pixação e “tiro ao alvo” em placas são algumas das práticas
nocivas mais comuns.

– 39 –
6
Atitudes Ecológicas

6.1 Ecologia
A ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos
e o ambiente em que vivem. Juntos, os seres vivos formam ecossis-
temas, dentro dos quais convivem em harmonia e equilíbrio. Os
ecossistemas também são todos interligados -- o que acontece com
um afeta os outros, como em uma teia. Quando se rompe essa har-
monia, há o que se chama de desequilíbrio ecológico.
A ação do homem sobre o planeta provoca alterações com efei-
tos às vezes só notados a longo prazo. Não é só a natureza que sofre –
o próprio homem é afetado sem sequer perceber. Alguns exemplos:
22 Uso de agrotóxicos e pesticidas em plantações (contami-
nam o solo e a água dos rios, matam outras espécies além
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

das pragas, ficam incorporados a alimentos depois consumidos


pelo homem)
22 Desperdício de água e energia elétrica
22 Uso descontrolado de madeira, minerais e recursos naturais
22 Poluição do ar com gases emitidos por veículos e indústrias, que
depois as pessoas respiram
22 Descarte de lixo e esgotos nos rios, cuja água será depois captada e
tratada com produtos químicos para que possa ser utilizada.
Criar uma consciência ecológica, minimizando o impacto de cada um
sobre o meio ambiente, é a melhor forma de proteger o planeta para as
futuras gerações.

6.2 Economia circular


A sustentabilidade tem como ideia central a redução do consumo de
recursos naturais, de modo a não comprometer a sobrevivência das gerações
futuras. No entanto, outro conceito é ainda mais contemporâneo e ambicioso
– a economia circular.
Na economia circular, tudo o que se produz pode voltar para a indús-
tria e ser reaproveitado, em vez de virar lixo. E não porque novas tec-
nologias facilitam a reciclagem, mas sim porque os próprios produtos,
ao saírem das fábricas, já são concebidos com componentes e materiais
totalmente reaproveitáveis. Assim, um smartphone, uma geladeira, uma
caixa de papelão ou uma roupa teriam o mesmo destino: passariam por
reaproveitamento, transformação e reciclagem. Seria o desperdício zero, e
o ser humano não teria mais necessidade de explorar os recursos naturais
da Terra.

6.3 Atitudes de preservação


Se cada pessoa adotar hábitos simples em seu dia a dia, com consciência
ecológica visando a preservação do meio ambiente, a qualidade de vida no
planeta pode melhorar de maneira muito fácil e visível.

– 42 –
Atitudes Ecológicas

22 Usar racionalmente os recursos naturais, especialmente água e flo-


restas – não desperdiçar, não sujar, não destruir.
22 Separar o lixo orgânico do que pode ser reciclado, como papeis,
latas, vidros e plásticos.
22 Manter o veículo bem regulado, reduzindo a emissão de gases
poluentes.

6.3.1 Gestão de resíduos


O lixo produzido pelas pessoas diariamente pode ser orgânico ou inor-
gânico, e a gestão dessa enorme quantidade de resíduos é um desafio para
governos do mundo todo.
Outro problema é a destinação correta de resíduos como lixo hospitalar,
entulhos, pneus usados e lixo eletrônico (computadores, celulares, baterias,
lâmpadas etc). Descartados sem cuidado, esses componentes podem conta-
minar o solo e as pessoas, segundo a Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Lixo orgânico
O lixo orgânico é formado por tudo o que um dia já foi vivo: restos de
alimentos (carnes, aves, peixes, vegetais, casca de ovo, ossos, sementes, borra
de café e outros). Por serem resíduos biológicos, são também biodegradáveis,
podendo ser decompostos por fungos e bactérias.
Dois lados negativos bem óbvios são o mau cheiro e a proliferação de
animais que se alimentam de restos (ratos, cobras, moscas) e podem trans-
mitir doenças ao ser humano. Mas o lixo orgânico causa outros impactos
ambientais: emissão elevada de gás metano, um dos responsáveis pela intensi-
ficação do efeito estufa, e produção de chorume, líquido escuro tóxico resul-
tante da decomposição e que penetra no solo, podendo contaminar lençóis
freáticos de onde se retira água potável.
Normalmente depositado em “lixões” a céu aberto ou, mais correta-
mente, em aterros sanitários, esse lixo pode ser reciclado pela técnica de com-
postagem, gerando um adubo natural excelente para fertilização de plantas.
O gás metano pode ser reaproveitado como biogás/biocombustível.

– 43 –
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

Lixo inorgânico
Já o lixo inorgânico reúne materiais não-degradáveis, como latas, vidros,
isopor e plásticos. Esses materiais podem ser reaproveitados pela indústria
pelo processo da reciclagem.
A separação do lixo orgânico do lixo reciclável já é prática corrente em
muitas cidades do mundo, uma vez que tanto um quanto outro são tratados
e reaproveitados.

6.3.2 Reciclagem
A melhor forma para as comunidades diminuírem o acúmulo de lixo é
desperdiçar menos e reciclar mais. É a política dos três Rs adotada no Japão:
Reduzir, Reciclar, Reusar.
Exemplos de produtos recicláveis:
22 Vidro: potes de alimentos (azeitonas, milho, requeijão, etc.), garra-
fas, frascos de medicamentos, cacos de vidro.
22 Papel: jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão, embalagens
de papel.
22 Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de
pasta de dente, fios de cobre, alumínio.
22 Plástico: potes de plástico, garrafas PET, sacos plásticos, embala-
gens e sacolas de supermercado.
22 Embalagens longa vida: de leite, de tomate, de sucos, etc.

6.3.3 Redução do lixo


Embora a reciclagem tanto de lixo orgânico como inorgânico sejam
muito importantes, reduzir a quantidade de lixo produzido é ainda mais.
Algumas maneiras de conseguir isso:
22 Utilizar sacolas retornáveis no supermercado (em vez dos famosos
saquinhos plásticos)
22 Não desperdiçar alimentos

– 44 –
Atitudes Ecológicas

22 Evitar o consumismo
22 Reaproveitar embalagens vazias para usos práticos em casa
22 Compostar seu próprio lixo orgânico
Segundo a FAO, braço da Organização das Nações Unidas dedicado à
alimentação e à agricultura, um terço de todos os alimentos produzidos no
mundo vão parar na lata de lixo a cada ano. Isso significa que, anualmente,
cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, que poderiam servir para matar
a fome de 2 bilhões de pessoas, são perdidas.
Os campeões de desperdício são os países mais ricos, onde o consumo é
maior. Por outro lado, é nos países mais pobres que a ameaça é maior, pois a
coleta de lixo não atende metade de todo o lixo que é produzido.

6.3.4 Plástico biodegradável


A maioria dos plásticos utilizados hoje é proveniente do processamento
do petróleo. São estruturas complexas (polímeros), que podem levar até 50
anos para serem consumidos quando descartados no ambiente.
O plástico biodegradável (PHB) foi patenteado com o nome comercial
de biopol e é feito a partir de glucose de plantas, ao invés de materiais fós-
seis. Embora tenha propriedades físicas e químicas semelhantes às do plástico
comum, leva bem menos tempo (12 a18 meses contra 100 anos) para se
dissolver no meio ambiente, praticamente sem deixar vestígios.

Saiba mais
Material Tempo de decomposição na natureza
Papel De 3 a 6 meses
Tecidos De 6 meses a 1 ano
Metal Mais de 100 anos
Alumínio Mais de 200 anos
Plástico Mais de 400 anos
Vidro Mais de 1000 anos
Fonte: Ministério do Meio Ambiente

– 45 –
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

6.4 Soluções “verdes”


Nas cidades, o plantio de árvores nas calçadas, praças e parques ajuda
a manter o ar mais fresco. Grama e canteiros em parte das calçadas evita a
impermeabilização do solo e favorece a absorção de água da chuva, evitando
enchentes e enxurradas.
Nas rodovias, os órgãos rodoviários ou concessionárias que administram
os trechos adotam providências como:
22 paisagismo e arborização, servindo de proteção contra a erosão e
melhorando a estética;
22 implantação de canteiros centrais com vegetação ao invés de con-
creto, prevenindo o ofuscamento pelos farois dos veículos trafe-
gando em sentido contrário;
22 poda de árvores e roçada de mato às margens das rodovias, para não
encobrir a sinalização nem dificultar a visibilidade dos motoristas;
22 manutenção de taludes e aterros, para evitar erosão e desmoronamento;
22 criação de “recantos” arborizados nas faixas de domínio das rodo-
vias, para proporcionar descanso e lazer aos motoristas, especial-
mente em longas viagens.
Um bom exemplo de cidade que busca tornar-se mais sustentável é a
Cidade do México. Lá, há 80 iniciativas em curso para melhorar o ar da
cidade, uma das mais poluídas do mundo. Canteiros verticais nos pilares de
viadutos, sistemas de aluguel de bicicletas, projeto de transporte escolar para
redução do tráfego no entorno de colégios nos horários de pico, terraços ver-
des em prédios públicos e outras medidas aliviam a poluição.
Outras soluções para diminuir a poluição do ar são:
22 instalar filtros nas indústrias, as quais devem ficar longe de centros
populosos;
22 implantar áreas verdes nos centros urbanos;
22 controlar a emissão de poluentes pelos veículos automotores;

– 46 –
Atitudes Ecológicas

22 investir em transportes coletivos e em veículos menos poluentes


(elétricos ou movidos a gás natural);
22 monitorar e controlar os níveis de poluição do ar.

Saiba mais
A construção de estradas com tecnologia e projetos que minimizem
o impacto sobre o meio ambiente tem no Brasil um exemplo: a Pista
Descendente da Rodovia dos Imigrantes, que liga a cidade de São
Paulo ao litoral do Estado. Construída entre 1998 e 2002, foi con-
siderada modelo de gestão em obras de infraestrutura pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), que a partir daí passou a
exigir o mesmo nível de controle em todos os empreendimentos que
financia ao redor do mundo.
Uma combinação de túneis e viadutos, aliada a um complexo plano
logístico para execução da obra, fizeram com que a área afetada da
Mata Atlântica fosse 40 vezes menor do que na construção da Pista
Ascendente, na década de 1970. Naquela ocasião, foram afetados
1.600 hectares da floresta, reduzidos a 40 hectares na segunda pista.

6.5 Cuidados com o veículo

6.5.1 Como poluir menos ao dirigir


Pequenos cuidados já fazem uma grande diferença. Para poluir menos ao
dirigir, o motorista deve:
22 trocar de marcha na rotação correta;
22 evitar reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas
em excesso;
22 evitar paradas prolongadas com o motor funcionando;

– 47 –
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

22 tentar manter a velocidade constante, tirando o pé do acelerador


quando o semáforo fecha ou quando o trânsito para à frente;
22 orientar os seus passageiros para que não joguem lixo, pontas de
cigarro, latas, etc., pelas janelas;
22 fazer as manutenções/revisões recomendadas pelo fabricante;
22 observar a vida útil dos componentes importantes no controle da
poluição, como filtro de ar e óleo;
22 minimizar a poluição sonora, buzinando apenas quando necessá-
rio, não extrapolando no volume da música e não acelerando forte.
Além de contribuir para a melhoria da qualidade do ar, esses cuidados
representam economia de combustível, pneus e componentes mecânicos.

– 48 –
Conclusão
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

Embora cada ser humano seja único, suas necessidades são as mesmas:
das básicas como alimento e abrigo até a mais sofisticada realização espiri-
tual, passando pelas necessidades de afeto, reconhecimento, conexão com os
outros, segurança e aprimoramento pessoal e profissional.
Nessa busca, a vida em sociedade nos impõe direitos e deveres. É um
ambiente em que tudo está interligado – a natureza, o trânsito urbano, o
comportamento individual. Aprendemos que o impacto de nossas ações pode
ser sentido muito tempo depois, em um lugar completamente diferente, por-
que o planeta é composto de ecossistemas que se conectam, como em uma
grande teia da vida.
O equilíbrio entre a satisfação das necessidades individuais e o respeito
aos outros e ao ambiente em que se vive é delicado e exige consciência e ati-
tude. Se cada um fizer a sua parte para conservar os recursos naturais do pla-
neta e promover uma convivência mais harmoniosa do homem com outros
homens e com o meio ambiente, certamente haverá um horizonte para as
gerações futuras.

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Referências
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

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2016. Disponível em http://www.ctbdigital.com.br/index.php
BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos.
Lei no 9.503, de 27/09/1997. Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Brasília, 1997.
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DETRAN-PR. Educação para o Trânsito. Cidadania e Trânsito. Online, 2006. Dis-
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