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RESUMO
Introdução
O lúdico para o aprendente com TDAH, implicitamente revela sua relação afetiva
consigo e com o mundo. Desta forma, apresenta – se a função do lúdico no
desenvolvimento das funções executivas, possibilitando experiências
significativas e lógicas, logo que o lúdico desenvolve funções terapêuticas
composta de infinitas possibilidades e descobertas. Considerando a introdução
da terapia por medicamento aos casos em que a distorção do comportamento
impeça o sucesso do sujeito e que seja por meio do mapeamento minucioso do
mesmo. Para Piaget (1971):
A ação direta do aluno sobre os objetos do conhecimento, com o equilíbrio das
estruturas cognitivas é o que gera aprendizagem, pois esta é sustentada pelo
desenvolvimento cognitivo. Portanto, ao jogar, a criança passa a ser um sujeito
ativo na construção de seu conhecimento. Além de possibilitar a construção
ativamente em seu aprendizado.
Para Saul Cypel (2007) TDAH é compreendido como um transtorno que afeta
principalmente o funcionamento do lobo frontal do cérebro, responsável, entre
outras atividades, pelas funções executivas (FE) e de funções como: a atenção;
a capacidade que o indivíduo possui de auto estimular-se; conseguir planejar-
se, traçando objetivos e metas; controle dos impulsos; controle das emoções e
a memória que depende da atenção, pois, o cérebro da pessoa que possui
hiperatividade gera novas estimulações, mantendo sempre a pessoa em estado
de alerta.
Por meio das ações expostas para Farrel (2008) é provável que o aluno com
TDAH seja capaz de responder às atividades propostas com mais autonomia e
atinja o objetivo de finalizá-las integralmente, crianças com TDAH gostam muito
de novidades, de explorar o seu cotidiano.
É importante ressaltar que a maioria das crianças e adolescentes com TDAH são
diagnosticadas tardiamente e infelizmente já existem lacunas de aprendizagem
que necessitam ser sinalizada por meio de um trabalho de reconstrução de
habilidades e conteúdos.
O lúdico tem sua função terapêutica, pois através do brincar a criança libera suas
angústias, medos, stress, possibilitando maior contato social entre o grupo, e
experiências significativas entre os sujeitos, visto que estas se sentem mais
seguras e estimuladas para explorar e construir uma aprendizagem mais
significativa no ambiente escolar, pois sentem prazer em “descobrir o
conhecimento” brincando.
Quando o aprendente brinca, ele está lidando com sua realidade interior,
representando um fator na socialização dele, pois é brincando que o indivíduo
torna – se apto a viver uma ordem social num mundo culturalmente simbólico,
utilizando o poder da concentração durante uma significativa parte do tempo,
estimulando a iniciativa e o interesse, influenciando ainda o processo educativo
no intelecto, emocional e a consciência corporal do aprendente. Desta forma, o
brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens, que evocam
aspectos da realidade. Pontes e Magalhães (2002) no diz que:
Cada brincadeira, em cada cultura, possui uma estrutura peculiar que a define.
A estrutura da brincadeira, no geral determina o desenrolar dos acontecimentos
no jogo, prevendo padrões, estratégias e sanções típicas. Assim, pode-se
observar que através do jogo a criança tende a desenvolver a sua moralidade,
ou seja, os seus valores morais perante a sociedade na qual se encontra. Então,
a brincadeira não é inata, pois a partir dos recursos que a criança irá encontrar
em seu ambiente, é que ela irá brincar, assim, a brincadeira pressupõe uma
aprendizagem social, ou seja, de valores sociais.
Estes aspectos e características interferem diretamente no desempenho escolar,
nas relações sociais e interpessoais. A criança que apresenta o TDAH é capaz
de desenvolver suas funções psicológicas superiores.
A criança com problema de atenção tem seu aparato orgânico preservado, o que
torna possível o desenvolvimento da atenção; para isso, o professor deve
assumir seu papel de organizador, não só do conteúdo escolar, mas de toda a
dinâmica da sala de aula. Exigir e prender a atenção do aluno no momento da
explicação ou realização das atividades escolares e evitar a distração é tarefa
do professor, as quais o auxiliarão no desenvolvimento da atenção voluntária.
(Bonadio e Mori, 2013, p. 148.)
O TDAH não é um sintoma que aparece isolado, mas sim acompanhado por
outras manifestações, com uma baixa capacidade de manter a atenção é
também chamada de Distúrbio Déficit de Atenção (DDA). Isto significa que a
criança não consegue se concentrar e, por isso, a memorização fica prejudicada,
afetando o resultado final do seu aprendizado. Contudo, atividades com jogos e
brincadeiras contribuem para o desenvolvimento da criança com TDAH. Assim
Vygotsky (1984) afirma que:
Nesta perspectiva, o jogo vai ajudá-lo a lidar com limites e disciplina em sua vida
social. Favorecendo as relações intra e interpessoais logo que, aprendentes com
TDAH são imediatistas e ora inconsequentes com tendência da maioria não
concluir um projeto com êxito.
Segundo Lopes (2000), o pensamento de Piaget que quando se usa o jogo como
prática pedagógica, ele se torna um elemento enriquecedor para promover a
aprendizagem e contribuir com o desenvolvimento de muitas habilidades.
Segundo Cunha apud Barros (2002), através dos jogos e brincadeiras grupais,
a criança desempenhará seu senso de respeito às normas grupais e sociais. O
jogo é um caminho para a aprendizagem das habilidades sociais. É por isso que
se enfatiza a necessidade do indivíduo com TDAH aprenderem a jogar.
Segundo Sena (2007) a escola deve ser um ambiente onde a criança sinta-se
bem, seja ela com deficiência. Porém, em se tratando de uma criança com
TDAH, este precisa de alguns requerimentos especiais para que a criança
enquanto aluno possa desempenha melhor seu papel, pois, ela precisa ter
autonomia em tempo, direções determinadas e em ritmo compatível com as
situações sociais e educativas que irão conviver diariamente.
Brenelli (1996), conclui após inúmeras pesquisas tendo o jogo como estratégia
de intervenção, que, as situações-problema engendradas pelo jogo durante a
intervenção constituíram um ‘espaço para pensa’, no qual o pensamento da
criança foi desafiado e sua atividade espontânea, responsável pelo
desenvolvimento da inteligência, foi desencadeada da maneira a construir novos
esquemas que ampliaram as suas possibilidades adaptativas.
Contudo, neste contexto as possibilidades adaptativas que são estimuladas
pelas metodologias utilizadas no processo promovem a aprendizagem e são de
grande importância em sua interação com a sociedade e seu desenvolvimento
integral, pois, a criança foi solicitada a agir no momento da consigna e suas
ações desencadearam nas suas habilidades adquiridas, além de manifestar a
seu modo sentimentos e atitudes diferentes.
Considerações finais
Referências
BRENELLI, Rosely Palermo. O jogo como espaço para pensar. Campinas, SP:
papiros, 1996.
LOPES, Maria da Glória. Jogos na Educação: Criar, Fazer, Jogar. 3ª ed., São
Paulo: Ed. Cortez, 2000.
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. 6ª ed. São Paulo, SP. Martins
Fontes Editora LTDA, 1998.