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Objetivos 4º Teste

 Caracteriza o conhecimento do senso comum

O modo como espontaneamente nos aproximamos das coisas, designado por senso comum, é
considerado um conhecimento subjetivo, ou seja, é particular do indivíduo que conhece. Este
permite-nos uma adaptação ao meio envolvente, a resolução de problemas do dia-a-dia e
fornece um razoável grau de orientação para a vida. Porém, não nos dá uma explicação e uma
compreensão da verdadeira natureza da realidade, por ser elaborado a partir das informações
sensoriais e da experiência acumulada e transmitida (passa de geração em geração), dando a
esta uma grande importância.

Este tipo de conhecimento resulta de uma organização espontânea da racionalidade humana


através da transmissão social da experiência coletiva da comunidade. Além disso, é um
conhecimento percetivo.

 É um conhecimento de caráter imediato, na medida em que aceita as 1ªs respostas


que, muitas vezes, não são suficientemente testadas.
 Neste sentido, não é errado dizer que é um conhecimento superficial ou que assenta
nas aparências.
 Resulta do viver quotidiano. “Saber de experiência feito”-
 Não é um conhecimento metódico nem sistemático. Não há uma orientação prévia que
sirva como guia dos procedimentos a adotar.
 Como não é um conhecimento profundo e organizado, podemos dizer que é acrítico e
dogmático. É fácil, as pessoas aceitarem as orientações do senso-comum sem as
questionarem devidamente. È este espírito acrítico ou pouco crítico que está na base da
sua falibilidade.
 É um conhecimento comum sem ser geral. Normalmente é partilhado por um grupo de
pessoas com experiências similares.
 No entanto, há um grau de variabilidade grande. Vê o provérbio “Abril, águas mil”. Vale,
apenas, para determinado ponto do planeta. Noutros locais este provérbio não tem
aplicabilidade.
 Esta caraterística do senso-comum justifica o facto de ser um conhecimento subjetivo.
Varia conforme os grupos de pessoas. Repara que a ciência tenta fugir à subjetividade.
 Conhecimento de grande utilidade. Permite uma primeira abordagem da realidade e a
resolução de alguns problemas práticos.
 Pela sua falta de rigor e sistema pode induzir em erro.
 Traduz-se num conjunto de crenças, hábitos e orientações de conduta. Neste sentido, é
um tipo de conhecimento importante. As pessoas comuns guiam-se por estas
orientações. Temos como exemplo os agricultores que sabem “ler na terra ou no céu”
por ensinamentos que passam de gerações anteriores.

 Mostra a utilidade do senso comum


O senso comum é o tipo de saber que busca fornecer orientação ao homem e não deixá-lo
repetir os erros do passado. Por intermédio da experiência, o homem pode exercer virtudes,
como a prudência e a paciência, e aprender a não se deixar levar por aventuras emocionais, que
o desviam para a irracionalidade, bem como não se deixar levar por “sonhos racionais” de
progresso a qualquer custo. Em adição, traduz-se num conjunto de crenças, hábitos e
orientações de conduta, o que lhe revela uma grande importância e utilidade, visto que as
pessoas comuns guiam-se por estas orientações. Temos como exemplo os agricultores que
sabem “ler na terra ou no céu” por ensinamentos que passam de gerações anteriores.

 Mostra as distinções entre conhecimento do senso comum e o cientifico

Enquanto o conhecimento vulgar se limita a constatar o que existe sem se preocupar com
explicações e é formulado numa linguagem corrente, originando ambiguidades, o
conhecimento científico descreve e explica fenómenos, expressando-se numa linguagem
específica, mais técnica e exata, o que evita a ambiguidade. Enquanto o conhecimento vulgar é
ametódico, acrítico, subjetivo e assistemático, o conhecimento científico é metódico, crítico,
objetivo e sistemático.

 Mostra as limitações do conhecimento do senso comum

A perceção humana da realidade é ímpar e extremamente limitada. Seja quando observamos


fenômenos naturais ou quando observamos comportamentos sociais, nossa maneira de ver o
mundo é sempre limitada por nossas condições biológicas e sociais. E uma das maiores
limitações do aprendizado passa pela dificuldade de desenvolver o raciocínio abstrato.

 Caracteriza o conhecimento científico

É considerado objetivo e caracteriza-se por ser a aproximação que exige sistematização e


reflexão. Este tipo de conhecimento procura ser objetivo, isto é, tenta aproximar-se à
realidade e procura uma análise exata bem como rigorosa dos factos, excluindo apreciações
subjetivas; é sistemático (as diversas ciências são corpos organizados de conhecimento);
possui um enorme rigor, uma maior clareza e é uma construção racional, ou seja, é uma
interpretação racional dos dados: estabelece relações causais entre os fenómenos, formula leis
e integra-as em teorias; é hipotético, tem uma linguagem própria, ou seja, unívoca/universal
e técnica, de preferência matemática, só tem um significado e utilizada 1 método ou
métodos, que permitam um trabalho sistemático e seguro;

Além disso, é formal (cujo objeto de estudo não é correto) e empírico, com base na
experiência, em que a sua finalidade (ciência empírica) é explicar as regularidades dos
fenómenos, a partir de leis (generalizações com elevado grau de segurança, que permitem
previsões dos factos e que podem ser testadas). Pág.198 ver

*Revisibilidade: disposição para rever as teorias aceites


 Justifica a existência de vários métodos científicos

A questão do método é fundamental em Ciência, saber da existência de um ou de vários


métodos é outra das questões epistemológicas.

O método científico é o conjunto dos procedimentos que as diversas ciências seguem para
investigar o seu objeto de estudo. Existem dois modelos: método indutivo e método
hipotético-dedutivo. Além disso, este método (científico) contribui para a eficácia da
investigação, dando credibilidade aos seus resultados. Não obstante, serve para validar uma
proposta resultante de uma observação. Portanto, consiste em etapas que todo o cientista
realiza para chegar a uma conclusão acerca de um facto e, após a observação deste,
experiências são realizadas para a compreensão da problemática gerada e chegar, assim, a
uma conclusão.

 Caracteriza o método indutivo

O método indutivo não chega a teorias universais seguras pois parte do particular para o
universal, no entanto poupa tempo e é funcional. Este método depende muito da observação
e é precisamente aí que começa, devendo ser imparcial, rigorosa e neutra.

Na realidade, a observação nunca é imparcial, pois o cientista tem que saber o que é quer ver /
observar, sendo portanto, seletiva. Seguidamente dever-se-á formular hipóteses, que serão
verificadas ou refutadas após a experimentação (por se basear na experimentação este
método é sempre uma generalização). Superada esta, a hipótese poderá ser considerada uma
lei, podendo-se, a partir dela, chegar a novas conclusões.

Poderá prever-se o futuro e se os dados futuros não concordarem com as previsões, a lei terá
de ser alterada.

Utilizando este método, os cientistas partem dos factos particulares observados, inferindo
indutivamente conclusões gerais- hipóteses teóricas-, que posteriormente são sujeitas a
verificação experimental. Se confirmadas, as hipóteses tornam-se leis ou teorias científicas.

Etapas:

 Observação científica: imparcial, objetiva e rigorosa, os dados é medidos e registados


com a máxima precisão e rigor; é seletiva, sistemática e metódica; diferente da
observação do senso comum (aceita tudo aquilo que os objetos lhe permitem ver, aceita
todas as qualidades e informações); preparada em função de um objetivo, recorre a
instrumentos cada vez mais sofisticados para registar, medir, quantificar, por exemplo.
 Formulação de uma hipótese – da análise e interpretação dos dados observados surge
uma hipótese que é a antecipação de uma resposta possível;
 Experimentação – verificar a hipótese, para confirmar ou rejeitar; o fenómeno é
provocado, muitas vezes, sob condições controladas; pressupõe o uso de instrumentos
e de técnicas especiais, rigor na produção e no controlo dos dados, registo e análise
destes.
 Generalização (formulação da lei científica) e previsão – O que foi observado num certo
número de casos é considerado aplicável a todos os casos (generalização); e aplicável a
qualquer caso do mesmo tipo que venha a acontecer no futuro (previsão).
 Aponta críticas ao método indutivo

A grande desvantagem do método indutivo é que nem sempre se chega a premissas


verdadeiras gerais partindo de premissas particulares, o que faz com que este método
científico seja algo dúbio. Por dar muita importância à observação torna-se empírico, entrando
assim num círculo vicioso (falta-lhe um princípio).
Além disso, este método foi criticado por,
a. Não ter em conta que a observação nunca é completamente imparcial, pois todas as
observações são condicionadas por múltiplos fatores, nomeadamente, pela conceção
de ciência de um determinado período;
b. Ignorar que, de um ponto de vista lógico, não podemos considerar como
necessariamente verdadeiras as conclusões de argumentos indutivos.
Frequentemente, são feitas duas críticas principais à conceção indutivista do método
científico. Primeiro, criticam-se os pressupostos da observação, pois ela,
a. Não é o ponto de partida da ciência;
b. Nunca é completamente neutra e objetiva e é seletiva. Há coisas que interferem
na observação, como noções prévias sobre o que se vai observar ou até mesmo as
expectativas que possamos ter sobre o que vamos encontrar.
c. A segunda crítica tem por alvo a natureza dos argumentos indutivos que servem
de base à formulação de teorias.
E a questão que se coloca é se uma hipótese, enquanto enunciado universal, pode ser
justificada por casos particulares. A resposta é negativa. Nunca um enunciado universal pode
ser verificado ou confirmado em absoluto por um caso particular, ou por uma série de casos
particulares, por maior que seja o seu número. Daí que não se possa validar universalmente a
hipótese: a conclusão de um argumento indutivo é sempre uma extrapolação.

 Caracteriza o método hipotético-dedutivo

Este método parte de um facto-problema (acontecimento ou fenómeno para o qual a ciência


não encontra explicação à luz dos conhecimentos existentes).
O método hipotético-dedutivo é o método mais utilizado em pesquisas laboratoriais e tem por
base a formulação de uma hipótese que deverá ser experimentada e comprovada. Este
método começa por formular um facto-problema, uma hipótese e investiga-a, tentando-a
falsificar ou comprovar, inferindo da mesma consequência preditiva. Posteriormente, dever-
se-á realizar a experimentação e posterior confirmação ou refutação da consequência
preditiva. Se a experimentação confirmar consequência preditiva, a hipótese é apoiada,
formulando-se uma lei. Se a experimentação refutar a consequência preditiva, a hipótese é
rejeitada e é formulada outra hipótese.
As leis são interligadas umas com as outras, chegando-se a teorias científicas que explicam um
todo, ao contrário das leis que são mais pequenas e menos gerais, explicando os aspetos para
chegar a um todo.
Em adição, neste modelo metodológico, o investigador:
a. Parte de um facto-problema para o qual não há explicação;
b. Formula uma ou mais hipóteses explicativas gerais; inventa uma solução ou constrói
um modelo teórico explicativo;
c. Deduz consequências e confronta-as com os dados da observação;
d. Formula leis ou teorias científicas quando a hipótese é confirmada pela experiência.
Etapas:
 Facto-Problema: facto ou problema para o qual não há explicação
 Formulação de uma ou mais hipótese – invenção de uma solução ou construção- que
deve ser verificável (compatível com os dados que se querem explicar) -de um modelo
teórico explicativo;
 Dedução de consequências da hipótese – a hipótese é uma explicação geral do facto
problema que só pode ser confirmada a partir da dedução de consequências menos
gerais.
Hipótese – dois corpos com massas diferentes lançados da mesma altura chegam ao
solo ao mm tempo… Dedução de consequências da hipótese – então, uma bola de
chumbo e uma folha de papel vão ter de chegar ao mesmo tempo ao chão.
 Experimentação – confronto das consequências deduzidas da hipótese com os factos.
Consequência derivada da hipótese a demostrar – estes dois objetos terão de chegar
ao mesmo tempo ao chão, os dados contrariaram esta consequência. Formulação de
uma nova hipótese – o ar oferece + resistência a folha de papel do que a bola de
chumbo, por isso, chega ao chão ao mm tempo. Experimentação – fazer cair estes
objetos e ver os resultados.
 Conclusão – se a experimentação confirma a hipótese, esta passa a lei explicativa dos
fenómenos, se não segue-se a reformulação da hipótese e repetição de todos os
procedimentos até obter nova confirmação.

 Mostra o que o método hipotético-dedutivo acrescenta ao método indutivo

O que mudou no modelo hipotético-dedutivo em relação ao método indutivo?

a. Parte de um facto-problema para o qual não há explicação;


b. Formula uma ou mais hipóteses explicativas gerais; inventa uma solução ou
constrói um modelo teórico explicativo;
c. Deduz consequências e confronta-as com os dados da observação;
d. Formula leis ou teorias científicas quando a hipótese é confirmada pela
experiência.

 A partir de um exemplo, descrever o método hipotético-dedutivo destacando a


importância da hipótese

Hipótese é algo que serve de base, é uma tentativa de fundamentar uma teoria. O primeiro
passo nesta fase é portanto, a suposição, à qual se segue a tentativa de explicação (que
antecipa um modelo de explicação). O levantamento de hipóteses não deriva diretamente da
observação, pois nesse caso todos os cientistas verificam o mesmo (levantariam as mesma
hipóteses). A hipótese é sempre diferente da ficção; enquanto esta não tem de ser plausível,
não tem limites, não está limitada pelo fenómeno e fala do futuro, a hipótese tem de ser
plausível e fala do presente. O cientista tem de ser criativo a levantar hipóteses, já Einstein
dizia: “ o cientista é obrigado a inventar coisas “. Um bom exemplo de um cientista de ficção é
Júlio Verne que se dedicou a escrever livros sobre viagens, máquinas e aventuras impossíveis
(algumas delas impossíveis apenas para a altura em que o autor vivia).
 Esclarece a noção de falsificacionismo na perspetiva de Karl Popper

O falsificacionismo é uma teoria sobre a construção da ciência, desenvolvida por Karl Popper.
Para o falsificacionismo, a observação é guiada pela teoria (antes de observar, o cientista já
sabe o que vai observar).

 Possibilidade de mostrar que uma hipótese ou teoria é falsa.


 A verdade do que é particular não implica a verdade do que é universal. Logo, nunca se
pode comprovar que as hipóteses são verdadeiras.
 As experiências devem ser feitas com o objetivo de invalidar as hipóteses, e não de as
tornar verdadeiras.
 Em laboratório só se pode obter a certeza de hipóteses falsas.
 As conjeturas mantêm-se em vigor (quando não são destruídas pela ocorrência de casos
particulares que as contradigam).

 Definir conjetura, refutação, erro, corroboração segundo Karl Popper

 Conjetura: é a teoria ou hipótese aceite como aproximação à verdade e não como


verdade definitiva, sempre à espera de ser refutada.
 Refutação: quando a teoria é falsificada e abandonada, isto é, se não se confirmar a
previsão; é a demonstração do valor lógico falso de uma determinada ideia, isto é,
negar uma informação previamente apresentada.
 Erro: obriga o cientista a procurar novas explicações dos factos ou problemas.
 Corroboração: teoria que tem sido, até ao momento, bem-sucedida mas que não é
verdadeira e que resiste aos testes de falsificação.

 Expor a posição de K. Popper sobre o funcionamento da ciência – falsificacionismo -


não esquecendo a posição crítica deste autor ao verificacionismo e ao método
indutivo

Em alternativa ao verificacionismo e ao indutivismo, Popper propõe um método


falsificacionista e hipotético-dedutivo, o método das conjeturas e refutações. Em primeiro
lugar, para Popper, a investigação científica não começa pela observação, mas pelo problema,
que surge quando uma dada observação põe em causa a teoria estabelecida e as expectativas
do cientista. Face ao problema, a imaginação do cientista cria uma hipótese ou conjetura para
explicá-lo. Segue-se a refutação. A hipótese é sujeita a testes empíricos rigorosos, que têm por
objetivo falsificá-la ou refutá-la, isto é, mostrar que é falsa, e não verificar a sua verdade. Se a
hipótese for refutada, a teoria é substituída por outra, mais forte e mais resistente. Se a
hipótese resistir aos testes, dizemos que se trata de uma explicação provisoriamente
corroborada. Quanto maior for o número de falsificadores, mais forte e resistente é a
hipótese.

Popper não assume uma postura verificacionista numa teoria científica. Este filósofo recusa o
indutivismo, afirmando que o cientista não começa pela observação de factos particulares,
mas sim por identificar um problema e formular uma hipótese para o solucionar, assim, a
teoria deve preceder a observação. Além disso, a indução não nos permite justificar as teorias,
uma vez que chega a conclusões mais gerais do que o que foi afirmado nas premissas, não
garantindo, assim, a cientificidade das teorias. Este autor critica a indução pois considera que
não há rigor naquilo que o cientista está a investigar.

Segundo este filósofo, os cientistas devem submeter as suas teorias a testes que visem
falsificá-las (refutá-las), e não verificá-las (confirmá-las). A lógica subjacente à falsificação de
um enunciado universal é dedutiva e não indutiva. Vejamos porquê. Pensemos no enunciado
geral «todos os peixes têm escamas». É possível verificá-lo?

Não, pois isso implicaria observar todos os peixes, sem exceção. Contudo, sabemos que se
todos os peixes têm escamas, então não existem peixes sem escamas. Imaginemos que somos
confrontados com um peixe sem escamas. Daqui deriva, necessariamente, que é falso que
todos os peixes tenham escamas. Este exemplo mostra que é possível, recorrendo a
inferências puramente dedutivas, concluir acerca da falsidade de enunciados universais: S
implica P; não acontece P; logo, não acontece S.

 Diz qual o critério de demarcação na ciência para Popper

O critério de demarcação é a refutação, isto é, a possibilidade de uma teoria ser testada,


refutada ou falsificada. O objetivo de Popper é mostrar que uma teoria que não possa ser
testada não é científica, sendo, apenas, um dogma.

 Diz qual a posição de Popper relativamente à verdade

Para Popper, a verdade é um ideal regulador da ciência e uma meta a atingir bem como a
correspondência das proposições científica à realidade dos factos. A verdade consiste em fazer
coincidir as nossas ideias com a realidade, de forma exata- e acreditava (Popper) que essa
verdade é, em princípio, possível. Porém, nunca se pode ter a certeza de se ter chegado à
verdade, mas sim uma aproximação cada vez mais precisa a um entendimento da realidade:
sempre mais perto, mas nunca absolutamente seguro de que se a tenha encontrado.

 Diz como se posiciona quanto à questão da objetividade científica

Na medida em que se afasta progressivamente do erro e dado que possuímos um método que
nos permite comparar teorias e afirmar que a teoria X está mais próxima da verdade do que a
teoria Y. A objetividade advém do método utilizado e não, por exemplo, da forma como são
elaboradas as hipóteses.

 Esclarece os seguintes conceitos dentro da teoria de Kuhn: paradigma, ciência


normal, ciência extraordinária, pré-ciência, anomalia e revolução científica

I. Paradigma é o modelo explicativo ou um padrão que orienta a prática científica. Inclui


conceitos fundamentais, procedimentos e, ainda, crenças e valores básicos. Este
condiciona o tipo de fenómenos que o investigador vê e também aquilo que não vê.
Além disso, os paradigmas são incomensuráveis, ou seja, não possuem uma medida
comum, são expressão de modos diferentes de conceber a realidade; são
incompatíveis, isto é, não podem coexistir.
II. Ciência normal é a ciência que a maioria dos cientistas pratica no seu dia-a-dia. É a
ciência em que o paradigma é encarado como um dado adquirido, que não deve ser
desafiado. A ciência normal articula e desenvolve o paradigma. Kuhn descreve a
ciência normal como a atividade de resolver enigmas, dirigida pelas regras do
paradigma.

III. A crise provocada pela acumulação de anomalias pode originar alterações na prática
científica, entrando-se num período de ciência extraordinária. Aqui, os cientistas
procuram encontrar soluções para as anomalias, uns dentro do paradigma vigente
(ciência normal), outros fora desse modelo (ciência extraordinária). A ciência
extraordinária é, portanto, a prática científica que acontece à margem do paradigma
dominante e, pode levar a uma revolução científica.

IV. Antes de o paradigma estar devidamente constituído, não existe ainda ciência
propriamente dita. Os investigadores encontram-se num período de pré-ciência.

V. Uma anomalia corresponde a um “enigma da ciência normal”, ou seja, ao


aparecimento de problemas não suscetíveis de explicação à luz de paradigma em
vigor. Por vezes surge um problema, problema que resiste à lógica dos elementos mais
capazes do grupo, então surge a anomalia.

VI. Revolução científica é um momento de rutura com o paradigma anterior, em que


tanto a compreensão dos fenómenos como a maneira de os investigar se altera
profundamente.

 Explica a perspectiva de Kuhn relativamente à questão da verdade e da objetividade


científica.

Kuhn considera que a diferença de paradigmas é de tal modo radical que eles não se podem
comparar. Este facto revela que existe uma incomensurabilidade entre paradigmas. Deste
modo, estamos perante uma das teses mais controversas defendidas por Kuhn, a qual nos leva
a concluir que é impossível determinar se um paradigma é superior ou mais verdadeiro do que
outro.

O conceito de verdade é, segundo Kuhn, sempre relativo a um paradigma, ou seja, aquilo que é
verdade num paradigma pode não ser noutro.

 Esclarecer o significado de racionalidade científica

É o conjunto de modos de interpretar, explicar e compreender a realidade de um ponto de


vista metodológico, sistemático e objetivo.

 Avaliar a importância de T. Kuhn para a compreensão do desenvolvimento da ciência

Para Thomas Kuhn, as transições em ciência acontecem segundo um processo cíclico, em que
se alternam três fases sucessivas: fase normal, fase crítica e fase revolucionária.
 Descrever o processo de evolução da ciência segundo K. Popper e segundo T. Kuhn

 Popper

Popper defende que há progresso em ciência e que o erro é o motor desse progresso. Sempre
que sujeitamos uma teoria a testes e descobrimos que ela inclui erros ou está efetivamente
errada eliminamos os erros e, assim, aproximamo-nos da verdade. Podemos estar seguros de
alguma vez termos alcançado a verdade? Não, mas, de eliminação de erro em eliminação de
erro, caminhamos na sua direção.

A ciência progride por conjeturas e refutações, eliminando erros e visando falsificar as teorias
em vez de as verificar. De cada vez que se eliminam erros, aproximamo-nos da verdade,
embora não tenhamos forma de saber se alguma vez a alcançaremos. Popper estabelece,
neste ponto, uma analogia com o evolucionismo e a ideia de seleção natural, em que depois
de uma seleção rigorosa, sobrevivem as melhores ideias.

 Kuhn

Thomas Kuhn defende que todas disciplinas cientificamente amadurecidas se organizam de


acordo com paradigmas. No entanto, antes de o paradigma estar devidamente constituído,
não existe ainda ciência propriamente dita. Os investigadores encontram-se num período de
pré-ciência.

É ultrapassado o período pré-científico quando surge uma teoria mais poderosa e consensual.
Esta irá ajudar a fundar um paradigma. Um paradigma assume-se como um modelo de
investigação através do qual os cientistas desenvolvem a sua atividade.

Quando um paradigma surge, inicia-se um período de ciência normal. Neste período, a


atividade científica consiste em resolver problemas de acordo com as normas do paradigma.

Num período de ciência normal, os cientistas não procuram refutar ou criticar a teoria central
do paradigma. Pelo contrário, tentam aumentar a credibilidade dessa teoria e aumentar o
maior número de explicações fornecido pelo paradigma. O período é sempre indefinido. Ao
longo do período de ciência normal, podem surgir enigmas que não se conseguem resolver. É
assim que surge uma anomalia.

Quando estamos perante uma anomalia, há algo na natureza que não acontece de acordo com
a explicação apresentada pelo paradigma. Quando as anomalias colocam verdadeiramente em
causa os fundamentos do paradigma estão reunidas as condições para a emergência de uma
crise.

Uma crise é um período de insegurança em que a confiança no paradigma é abalada por sérias
anomalias. O paradigma entra em crise porque se descobrem cada vez mais fenómenos que
não estão de acordo com o paradigma.

Durante uma época de crise, a confiança no paradigma diminui e a investigação característica


da ciência normal dá lugar a um período de ciência extraordinário. Assim, o fim de uma crise
só poderá ocorrer quando surgir um novo paradigma.

No entanto, a instauração de um novo paradigma não é tarefa fácil. Para que seja possível o
seu aparecimento, é preciso que surja primeiro uma nova teoria. Quando isto acontece, afirma
Kuhn, dá-se o passo decisivo para a ocorrência de uma revolução científica.
 Contrapor a posição de T. Kuhn sobre a evolução da ciência e a objetividade do
conhecimento científico à posição de K. Popper sobre a evolução da ciência e a
objetividade do conhecimento científico

 Evolução da ciência

Popper acredita que o conhecimento científico evolui, progredindo em direção à verdade. Esta
ganha assim os contornos de um ideal regulador, que funciona como meta que os cientistas
procuram alcançar. Neste sentido, sempre que um cientista falsifica ou refuta uma teoria está
a dar um passo em frente no progresso científico, pois ao eliminar o erra está a contribuir para
a aproximação da verdade. O progresso da ciência acontece pelas sucessivas melhorias nas
teorias existentes, pela capacidade de detetar erros e pela capacidade de falsificar teorias
existentes (realiza-se por meio da falsificação de teorias).

Kuhn constatou que no desenvolvimento da ciência se verifica a existência de períodos nos


quais as respostas aos problemas são substituídas por outras totalmente diferentes, e em que
o próprio modelo geral de explicação do mundo se transforma radicalmente. A evolução da
ciência é uma sucessão de paradigmas escolhidos por uma combinação de critérios objetivos e
fatores subjetivos. Kuhn defende que a ciência se desenvolve de modo descontínuo, sendo
uma sucessão de paradigmas instaurados por meio de revoluções científicas.

 Objetividade científica

Kuhn irá rejeitar uma série de lugares comuns acerca da ciência. Contesta a ideia de que uma
teoria seja melhor do que outra por representar mais fielmente a realidade.

Popper e Kuhn respondem de forma relativamente distinta ao problema da objetividade em


ciência. Popper defende que a ciência é objetiva, na medida em que se afasta
progressivamente do erro e dado que existe um método que nos permite comparar teorias e
afirmar que a teoria X está mais próxima da verdade do que a teoria Y. Além disso, a
objetividade do conhecimento científico será alcançada progressivamente, graças a um
método rigoroso. Para Kuhn, embora existam critérios objetivos na escolha de teorias, a
ciência não é imune à subjetividade, já que esta desempenha um papel decisivo na escolha de
um determinado modelo em detrimento de outro.

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