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CURSO DE PSICOLOGIA

Centro de Formação de Psicólogos

2º Relatório Supervisionado de Estágio Básico IV

Ênfase: Processos educativos

Área: Psicologia da Educação

Docente Supervisor: Profª Drª Elaine T. Dal Mas Dias.

Discente Estagiário: Anderson Santos de Jesus RA. 914113947

Data: 05/09/2016

Descrição de atividade realizada:

Para o dia 05 de Setembro foi proposto pela supervisão de estágio a leitura do livro o que é
loucura? Após solicitou-se a discussão do livro que teve a duração de aproximadamente 2
horas. A atividade teve como objetivo contribuir com informações para o desenvolvimento do
conteúdo abordado. Ao final, recomendou-se a elaboração escrita com as impressões pessoais
e articulação do livro estudado.

Impressões Pessoais:

A leitura do livro ajudou a desconstruir a imagem que eu particularmente tinha em relação à


loucura, como por exemplo: a ideia que toda a manifestação da loucura tinha uma origem
orgânica quando na verdade não é bem assim, existem outros fatores que são ignorados
quanto a consideração desta patologia em especial o que dificulta a busca por soluções de
tratamentos que possa fugir ao processo puramente medicamentoso ,desta forma acredito que
falta um maior engajamento por parte dos especialistas de forma abrangente buscando estudar
esta patologia como um todo buscando através da unificação dos fatores que possam
contribuir para o desenvolvimento do quadro uma alternativa dinâmica para o tratamento do
referido transtorno.
Articulação teórica
Fryzie (1984) em seu livro por meio de perguntas realizadas a jovens universitários sobre
a loucura obtém respostas que vão desde a loucura como uma experiência corajosa de
desvelamento do real a falha do consciente, da forma pessoal e sadia do ser. Há um
questionamento entre loucura e patologia de maneira que o intuito da obra é buscar uma
compreensão em linhas gerais sobre ela, que por parte de muitas áreas do saber não há
definição única ou fundamentada em torno do transtorno. Caliman (2010) discute esta relação
histórica entre a causa cerebral e neurológica das patologias mentais e dos regimes
científicos, os quais fortaleceram estes argumentos afirmando que os conceitos biológicos
em torno dos transtornos ajudou a naturalizar no corpo toda origem da doença mental. Deste
modo, exclui outras possibilidades mais amplas, dado que, na leitura da autora não
desconsidera as causas orgânicas, porém não em sua totalidade convergendo neste sentido
com Fryzie (1984) que em sua obra não deseja colocar em debate os conceitos da psiquiatria.
Entretanto, restringe-se a abordar o conceito de “doença mental”. Segundo ele, pretende-se
dar conta do fenômeno da loucura.
Caliman (2010) contribui acerca do risco de reducionismo baseado no discurso purista
sobre o diagnostico do TDAH, retratando que as bases organicistas utilizadas para apoio nos
diagnósticos não favorecem a possibilidade de um enquadramento maior em que a visão
analítica sobre a patologia trabalhada no artigo poderia ser feita de forma bem mais
abrangente não se prendendo somente aos aspectos neurobiológicos. Fryzie(1984),
caracteriza a loucura a partir da psiquiatria e afirma que o organicismo é o dogma da
psiquiatria clássica.
Caliman (2010) descreve sobre a rotulação que a criança portadora do TDAH no decorrer
da história, transformando, por sua vez, em um conjunto de sintomas em que será enquadrada
dentro de um critério diagnóstico. Além disso, discorre quanto às patologias denominadas
biológicas da atenção e da vontade, as quais permitiram que os valores morais dominantes
em cada época fossem naturalizados de forma orgânica, fortalecendo neste aspecto a ideia da
autora. Fryzie (1984) em sua obra diz que a etnologia nos traz uma questão importante ao
considerar aspectos de outras culturas e da nossa como partes de uma infinita diversidade de
soluções diferentes para problemas semelhantes. Com isso, há pontos de vista diferente.
Um dos fatores que a etnologia considera é que alguns dados como doenças psiquiátricas
em outras culturas se quer é explicitado como doença. Em algumas culturas como a indígena,
por exemplo, a questão é solucionada por um líder religioso de uma tribo. Da qual há
discussões do conceito organicista durante a época como pontua Caliman (2010). Desta
maneira, é realizada a comparação em relação a cultura e a época para fortalecer estes
conceitos, uma vez que em culturas primitivas, uma doença (orgânica ou mental) representa
parte de uma totalidade que a transcende e engloba.
Quanto ao posicionamento da loucura, é particular em cada cultura e não se restringe aos
aspectos religiosos, além de não se limitar à relação entre religião e sociedades
primitivas. Neste ponto, os devaneios, transes, possessões e êxtases vivenciados em culturas
primitivas são estados patológicos segundo a psiquiatria, o que seria bastante inadequado.
O livro suscita a ideia de levarmos em conta a maneira pela qual a loucura é vivida,
sentida e pensada nos seus contextos sociais diferentes do nosso, e sermos obrigados a admitir
que o vínculo entre ela e patologia não é universal, e sim, específico de cada grupo social.

Referências

CALIMAN, L. V. Notas sobre a História Oficial do Transtorno do Déficit de


Atenção/Hiperatividade TDAH. Psicologia: ciência e profissão, v. 30, n. 1, pp. 46-61, 2010.

FRAYZE-PEREIRA,J.A. O que é loucura?(3ª. ed.).São Paulo: Brasiliense,1984.

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