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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CAMPINAS – SP
2006
UNICAMP – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CAMPINAS
2006
2
© by Rute Batista do Nascimento Camargo, 2006.
06-526-BFE
3
DEDICATÓRIA
À minha família, em geral, principalmente a minha querida mãe pelas suas orações a
Aos professores que foram meus amigos, acima de tudo: Ângela Amaro, Marilac,
A todos os professores, que como Paulo Freire se permitem “sonhar”. Dedico-lhes estas
palavras:
Clarice
Lispector
4
AGRADECIMENTOS
A equipe do SAPPE, pelo apoio, carinho e assistência que tem me dado durante
esse último semestre;
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................0
7
1. O MEU INGRESSO NO
CURSO..............................................................................09
REFLEXÃO.....................................................................................................................1
0
3. A HISTÓRIA DA
ARTE.............................................................................................13
4 ARTE E
MATEMÁTICA..........................................................................................21
6
4.2 TRABALHANDO COM
PADRÕES..............................................................25
CONSIDERAÇÕES
FINAIS.........................................................................................31
BIBLIOGRAFIAS.................................................................................................
........33
ANEXOS:
7
INTRODUÇÃO
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No ano de 2003, após ingressar no curso, estando eu
trabalhando com uma segunda série do Ensino Fundamental, na
cidade de Hortolândia, comecei a refletir sobre o trabalho de Arte,
ou seja, os desenhos, recortes e pintura que faziam.
Estava insatisfeita em relação ao uso da arte que era
utilizada como estímulo para algumas atividades, para acalmar os
alunos ou quando terminavam determinada tarefa.
O pior ainda era ter que atribuir notas aos trabalhos,
fazendo uso da “comparação” com os desenhos dos colegas,
sabendo que os alunos, apesar de seus desenhos considerados por
mim como “fora do padrão”, faziam ótimas representações através
do teatro ou músicas, mas que não eram avaliados como Arte.
9
prática pedagógica como na minha vida pessoal. Também sobre a
importância da busca de novos conhecimentos por parte do
professor.
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REFLEXÃO
ARTE...
Arte é um fazer
Em que se utiliza uma gama
muito variada de materiais,
Como a pedra, o corpo, a
voz,
Na criação de obras
relativamente duradouras, como
as catedrais, ou breves, como os
movimentos de uma dança,
11
Dando forma à multiplicidade
de experiências e valores
humanos,
Ampliando nossa consciência
De nós mesmos, do outro e do
mundo.
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3 – A HISTÓRIA DA ARTE
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com as cidades cada vez mais afastadas da paisagem natural é que
elas surgem na pintura. Talvez a saudade tenha levado o homem a
pintar paisagens.
O que pretendo dizer com isso é que os temas e interesses,
as formas e conteúdos vão se modificando ao longo do tempo,
assim como o próprio homem.A arte nasceu com o homem e deu a
ele a consciência de uma capacidade criadora, da possibilidade de
interpretar, de imaginar.
Graças à arte, o homem elevou-se, compreendeu-se. Criar
arte não foi privilégio de um povo, de uma época, de um
meridiano, de uma cultura universal e eterna, nada contribuiu tanto
para demonstrar que o homem é um só, igual nos anseios e sonhos,
na necessidade de criar, na procura do belo e do bom. O tempo e o
talento compuseram um tesouro artístico de significado espiritual e
de importância incalculáveis. A necessidade de manifestação
artística acompanha a evolução humana desde a pré-história,
quando as primeiras manifestações estéticas ainda se relacionavam
apenas a uma necessidade de cumprir um ritual de conquistas:
fosse do animal a ser caçado, fosse da perpetuação da espécie
humana. A partir de então o homem utiliza a arte para se
manifestar expressivamente e também para registrar sua vida, em
todos os seus aspectos: um encontro, um nascimento, uma
brincadeira, uma festa, um trabalho, uma manifestação religiosa,
ou ainda, momentos de ilusões, devaneios, críticas ou sátiras.
Em geral, todas as atividades humanas foram em algum
momento elementos de representação artística, nas suas mais
diversas linguagens”.
Quando resolvi abordar no memorial sobre o ensino da
Arte, senti a necessidade de conhecer a sua história e evolução.
Diante disso pude refletir sobre as minhas próprias
produções; a compreender as produções dos meus filhos, dos meus
alunos e a valorizar a capacidade criadora de cada um.
Passei a utilizar em sala de aula, as várias linguagens de
expressão artística vivenciadas pelos alunos. Isso complementou o
meu trabalho, não somente no ensino de Arte, como também nas
demais disciplinas trabalhadas.
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“Mirian Celeste Martins e outros (FDT), no livro A língua
do Mundo, estudado na Disciplina”Teoria Pedagógica e Produção
em Arte”, diz:
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a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão
ao realizar e fluir produções artísticas;
• Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos
variados em artes (artes visuais, dança, músicas, teatro),
experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos
trabalhos pessoais;
• Edificar uma relação de autoconfiança com a produção
artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria
produção e a dos colegas, no percurso de criação, que abriga uma
multiplicidade de procedimentos e soluções;
• Compreender e saber identificar a arte como fato
histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo,
respeitando e podendo observar produções presentes no entorno,
assim como as demais do patrimônio cultural e do universo
cultural, identificando a existência de diferenças nos padrões
artísticos e estéticos;
• Observar as relações entre o homem e a realidade, com
interesse e curiosidade, exercitando a discussão, indagando,
argumentando e apreciando arte de modo sensível;
• Compreender e saber identificar aspectos da função e
dos resultados do trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria
experiência de aprendiz, aspectos do processo percorrido pelo
artista;
• Buscar e saber organizar informações sobre a arte, em
contato com artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e
fora dele (livros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos,
discos, cartazes) e acervos públicos (museus, galerias, centros de
cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas),
reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos
e as concepções estéticas presentes na história das diferentes
culturas e etnias”.
Conhecendo os objetivos gerais da arte, percebi que deveria mudar
a minha postura nas aulas, principalmente no sentido de intervir
nas atividades dos alunos, como por exemplo, ao propor ao aluno
desenhar uma paisagem, não dizer de que modo ele fará isso ou
estipular o tom de verde que deverá usar para pintar a grama.
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Tenho consciência de que todos têm a mesma oportunidade de
criar, a seu modo, sem ser comparados.
Trabalho atualmente, incentivando os meus alunos na reflexão das
suas próprias produções, onde discutem e avaliam seu trabalho
com interesse e curiosidade. Eles passaram a valorizar e a respeitar
as suas produções e a dos colegas.
Permito a interação dos alunos com a diversidade de recursos em
Arte, sem a mesma preocupação de antes, que era o de gerar
“bagunça e conversa” na sala de aula.
São oportunidades em que trabalho sobre organização,
responsabilidade e trocas de experiências, levando-os a
compreenderem a importância da conversa produtiva e a
respeitarem os limites da liberdade de cada um.
A necessidade de voltar a descobrir os vários movimentos de
expressão e internalizar os sentimentos; sensações e emoções; me
descobrir como ser capaz de criar e recriar; da convivência; do
conhecimento do outro; da realidade da criança, de seus interesses
e anseios; enfim, de viver a arte, possibilitou-me a compreender
como ocorre o processo de criação em cada criança.
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Segundo ela, a educação em arte propicia o
desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética,
que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à
experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade,
percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas, quanto
na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e
pelos colegas pela natureza e nas diferentes culturas.
Esta área também favorece o aluno ao relacionar-se de
forma criadora com as outras disciplinas do currículo. Um aluno
que exercita continuamente sua imaginação estará mais habilitado
a construir textos e a desenvolver estratégias pessoais para resolver
um problema matemático.
Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá
compreender as relatividades dos valores que estão enraizados nos
seus modos de pensar e agir, que pode criar um campo de sentido
para a valorização do que lhe é próprio e favorecer abertura à
riqueza e à diversidade da imaginação humana.
Diante disso, acredito que o papel do professor é resgatar a
autoconfiança de seus alunos, descobrindo suas habilidades e
desenvolver atividades no sentido de propor situações que os
levem a exercitar a imaginação para que estes possam acreditar em
si mesmos ao se destacar em outras áreas.
Recordo-me da minha professora da primeira e segunda
série do ensino fundamental, a Dona Maria, que apesar do ensino
ser bastante tradicional, desenvolveu um trabalho bastante
interessante na sala de aula com músicas acompanhadas de gestos
e com dramatizações que ela sempre me colocava para realizar e
foi isso que fez com que eu me desinibisse e pudesse expressar
algo, pois era muito tímida.
Nas aulas do curso, através dos seminários que
apresentamos, utilizamos nossas várias linguagens de expressão
artística, que me auxiliou muito no desenvolvimento do meu
trabalho em sala de aula, nas oficinas que participei como
palestrante e nas relações com as outras pessoas, de uma maneira
geral.
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O que pretendo ressaltar com isso, é que o professor precisa
estimular os seus alunos e não se acomodar, mas estar sempre em
busca de outras fontes de saber.
A autora Ana Mãe Barbosa acredita que o fato de os PCN
reconhecerem à Arte como disciplina tão importante quanto às
outras, não é o suficiente, pois acredita que, além disso, é preciso
que se preocupem em como a arte é ensinada e precisam propiciar
meios para que os professores desenvolvam a capacidade de
compreender, conceber e fruir Arte. Ainda acredita que sem a
experiência do prazer da Arte, por parte de professores e alunos,
nenhuma teoria de Arte-Educação será reconstrutora de uma
aprendizagem significativa em arte que favoreça um crescimento
individual e social do cidadão.
Infelizmente, como diz Giroux, (1997, p.48), os professores
não equacionam suas próprias concepções básicas, a respeito do
currículo e da pedagogia, apenas transmitem atitudes, normas e
crenças sem questionamentos que inconscientemente podem
acabar endossando formas de desenvolvimento cognitivo que mais
reforçam do que questionam as formas existentes de opressão
institucional.
As aulas de arte, em nossas escolas, deixa muito a desejar,
levando muitas vezes, os professores a confundirem a criatividade
com a improvisação e não se dão conta de que a arte é um
instrumento muito importante para o desenvolvimento dos alunos e
também de grande auxílio para os considerados “alunos
problemas”.
Cabe ao professor, estar refletindo, pesquisando sempre,
para poder então exercer o seu papel de mediador.
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3.3 APRENDER A ENSINAR A ARTE
21
3.4 PORQUE NÃO NOS APROPRIARMOS DA ARTE,
ESTA RIQUEZA, NA ESCOLA?
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4. ARTE E MATEMÁTICA
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Os processos estéticos continuarão a atuar por meios
daqueles que se relacionarão com a obra.
“O poeta, como o artista, é aquele alguém capaz de
descobrir nas pequenas coisas da vida cotidiana, nas
“ordinariedades da vida”, como diria Manoel de Barros,
singularidades capazes de transformá-las em objetos repletos de
significados, seja através das palavras, dos gestos, do movimento,
das cores e das formas, dos sons ou de outros infinitos recursos”.
Ao realizar tal proeza, o artista cria um campo inesgotável
de relações perceptivas, racionais, críticas, afetivas e imaginárias,
que se desdobra em múltiplas leituras e em novas visibilidades
para seus leitores, conferindo ao antes “ordinário” o status de
“extraordinário”.
O homem constrói matemática observando a Arte. O
matemático é uma espécie de artista.
Arte é vocação, é emoção e ensina o homem a entender o
mundo, a gostar do mundo e a ser feliz.
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4.1 OFICINA DE MATEMÁTICA: “Estratégias de Resolução de
Problemas”
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Verificação – O aluno estima o resultado do cálculo antes da
resolução, como mecanismo de controle dos resultados obtidos.
Validação -o aluno verifica vários caminhos de resolução e conclui
que o seu resultado realmente está correto.
Foi especificamente sobre estes aspectos que discutimos na
Oficina.
Ao final do trabalho, o grupo de professores participantes
compreendeu a importância de construir os conceitos matemáticos
a partir de um contexto de Resolução de problemas.
Esse trabalho contribuiu para estabelecer a conexão entre a
Matemática e Arte. Ao realizar as atividades de Arte (música,
teatro, pintura, etc.), utilizamos o problema como ponto de partida.
Isso acontece quando questionamos, problematizamos e exigimos
do aluno uma tomada de decisão.
A riqueza do trabalho com resolução de problemas está
mais nas discussões sobre o que foi realizado e compreendido
pelos alunos, no seu raciocínio, nas suas estratégias, nas possíveis
variações que o problema proporciona, no trabalho em grupo, do
que na resposta final.
O ensino-aprendizagem da resolução de problemas é
fundamental para o desenvolvimento de um raciocínio organizado,
capaz de preparar o aluno para lidar com situações novas,
incentivar a sua criatividade motivá-lo a uma autonomia intelectual
necessária para a aprendizagem de qualquer conteúdo, utilizar em
um contexto específico ou mais geral o conhecimento matemático
adquirido na escola, entre outras coisas.
Para que de fato isso ocorra, os enunciados dos problemas
deverão ser textos de fácil compreensão, com vocabulário e
simbologia acessível, apresentados em situações diversificadas e
com significado adequados para a idade dos alunos.
Além disso, para que o aluno se sinta confiante e disposto a
resolver problemas é necessário, desde o primeiro contato com
eles, que haja um estímulo quanto aos procedimentos de resolução;
os problemas sejam desafiadores e não rotineiros; sejam
apresentadas e discutidas diversas estratégias de resolução e haja
mais qualidade do que quantidade (não trabalhar, por exemplo,
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listas de problemas em que a análise tem pouca importância ou
aquelas em que todos os problemas sejam resolvidos mediante a
mesma operação que está sendo estudada pelo aluno no momento).
È necessário que o professor planeja suas atividades
considerando que a situação –problema seja envolvente, a ponto de
que o “querer resolver” seja maior que o ter que resolver. Que o
“saber pensar” predomine sobre o saber fazer.
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As atividades desenvolvidas foram interessantes e
estimularam os alunos a compreenderem as noções matemáticas de
uma forma divertida. Seus trabalhos foram expostos e foi muito
gratificante observar o entusiasmo e apreciação dos alunos pelas
suas próprias produções e as dos colegas.
(Ver imagens no anexo I)
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A dança adquire funções que são baseadas em motivações
como a expressão, o espetáculo e o lazer e outras possibilidades
como a étnica e a terapêutica.
Seja qual for a música, o ser humano sempre inventará uma
dança para acompanhá-la.
Para a criança, a arte pode constituir o equilíbrio entre o
intelecto e as emoções, como um ponto de apoio, embora
inconsciente, uma forma de expressão quando as palavras tornam-
se inadequadas ou insuficientes.
As autoras: Vieira e Ribeiro também relacionam a dança, o
teatro e a música com a matemática.
Como estava relatando sobre a matemática, achei
interessante estar conhecendo e descrevendo sobre essas relações.
Elas escrevem que a dança e o teatro, enquanto linguagens
são tradicionalmente reconhecidas por suas dimensões espaciais,
temporais e cinéticas, em algumas das muitas relações existentes
com a linguagem matemática.
Enfatizando a dinamicidade e o cênico na história do
movimento expressivo, buscamos exemplificar, pelo uso dos
elementos fundamentais destas linguagens, o quanto existe de
espacial, de harmonia de formas, de simetria e de assimetria de
movimentos, de utilização de proporções e de muitos outros
conceitos matemáticos em suas produções, sejam estas coreógrafas
ou dramáticas.
Em uma aula de dança ou de teatro, crianças e jovens
podem, através de jogos simbólicos, da vivência de diversos
personagens ou do uso do corpo como uma verdadeira orquestra de
movimentos expressivos, que evolui em sons, tempos, ritmos e
marcações no espaço, vivenciar de forma fluida e intensa, a
proporcionar-lhes a auto descoberta, mas também de conferir-lhes
a beleza da expressão e da comunicação pelos gestos, sons e
movimentos.
Quanto à música, as autoras descrevem que as relações
entre a música e a Matemática na história do homem, se
apresentam em diferentes espaços e tempos.
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Na sua definição mais simples, “Música” é “ritmo” e
“som”. Ou seja, é uma combinação de sons executados em uma
determinada cadência. A importância da matemática na música se
revela desde a concepção mais fundamental do que é “som
musical” e do que é “ritmo”.
Os sons com os quais podemos criar nossas músicas
constituem o que chamamos de “escala musical”. Eles são
definidos a partir de relações matemáticas muito precisas, e,
quando combinados de determinadas maneiras podem produzir
resultados agradáveis aos nossos ouvidos. Essas relações
matemáticas, junto com as características intrínsecas das vibrações
sonoras, são a base para a “harmonia” na superposição dos sons
musicais.
Por outro lado, a maneira como encadeamos os sons em
nossas músicas também segue regras com fundamentos
matemáticos.
Todos os tipos de “ritmos” que podemos conceber
musicalmente obedecem a algum tipo de divisão fracionária, cuja
característica sempre está vinculada a um determinado gênero
artístico ou a um tipo de cultura. Conhecer essas influências
matemáticas é, antes de tudo, conhecer a essência da própria
Música. Numa aula de Musica, pode se criar oportunidades para
tais descobertas, de forma lúdica e prazerosa, seja pela
experimentação do som, pelo manuseio de instrumentos ou pelo
uso da própria voz, em ritmos diversos.
No ano de 2004, desenvolvi também com uma terceira
série da EMEF. Residencial São Sebastião, em Hortolândia, uma
coreografia com a música “Cio da Terra”, de Milton Nascimento.
Foi comovente.
No início do curso, na Disciplina: Multiculturalismo e
Diversidade Cultural, ouvimos a música “Começo, meio e fim”
(Tavito, Ney Azambuja e Paulo Sérgio Valle) e refletimos sobre
ela; inclusive a utilizei na oficina realizada neste ano com os
professores e também com os alunos na apresentação realizada no
Dia das mães, que se fez acompanhar de uma linda coreografia.
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É uma música linda e que nos convida a preparar o
coração para um recomeço.
Hoje, faço o possível para oferecer aos meus alunos o
contato com vários estilos de música e a partir delas ampliar seus
conhecimentos em diversas áreas.
Neste último semestre, a dança e a música exerceram
sobre mim, funções terapêuticas, nas aulas de Educação Física,
com a assistente pedagógica: Marilda. Percebi a importância da
Educação Física em nossas vidas, a refletir sobre a cultura corporal
e as suas contribuições para a mudança escolar.
Também ensaiamos, nesta mesma disciplina, uma
apresentação sobre as várias ginásticas realizadas no decorrer das
aulas e que exibiremos numa ginástica geral que contará com a
participação de todas as turmas do curso.
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Foi uma experiência espetacular, onde participaram cerca
de duzentos professores, em três dias, no período da manhã e tarde.
A socialização, participação e até mesmo o processo de ensino-
aprendizagem foi enriquecedor. Mais tarde, a pedido, adaptei o
Projeto direcionado à Educação Infantil.
Esta adaptação me auxiliou na ampliação das
experiências a serem trabalhadas com os meus alunos. O
interessante foi que aqueles considerados “alunos problemas”
tornaram-se mais participativos e criativos. Falavam através dos
bonecos, muitas vezes aquilo que não falariam para nós.
Apesar de constatada a importância do projeto e das
solicitações feitas pelos professores na oficina, através de
avaliações escritas e orais, o projeto não foi concretizado a fim de
beneficiar as outras escolas do município, uma vez que a adaptação
do projeto me foi pedida com essa função.
Hoje sei que o sistema legitima os caminhos, as regras e
faz uso de poder político para mostrar apenas a aparência do bem
sucedido, visando seus próprios interesses, ao invés da
preocupação que deveriam ter com a formação do aluno.
Aprendi, no curso que apesar de haver um currículo a
seguir, é sempre possível transformar a prática pedagógica, de
acordo com as nossas opções filosóficas. Então desenvolvo o
trabalho na minha sala de aula, com os meus alunos e também na
escola.
Também não poderia deixar de citar Paulo Freire pela sua
contribuição para a minha prática pedagógica e ele afirma que
apesar de sermos condicionados, “movemo-nos com um mínimo
de liberdade de que dispomos na moldura cultural para ampliá-la”
(FREIRE, 1993, p.94).
Diante disso, acredito que o professor deve se apropriar
desse “mínimo” e desenvolver o seu trabalho, sempre ampliando o
olhar e refletindo sobre a prática pedagógica.
No livro “O ensino das Artes – Construindo Caminhos, de
Sueli Ferreira (org)”, que estudamos na disciplina “Teoria
Pedagógica e Produção em Arte” está escrito que: “a escola que
oferece uma vivência teatral aos alunos, proporciona, acima de
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tudo, um aprendizado humano, em que o indivíduo, pela prática da
representação, expõe-se e confronta seu mundo com o mundo em
que o rodeia” e que “pela arte de representar o outro, podemos
refletir sobre quem somos e sobre o papel que representamos
hoje nesse mundo”.
Segundo Vygotsky, as características individuais (modo de
agir, de pensar, de sentir, valores, conhecimentos, visão de mundo,
etc, dependem da interação do ser humano com o meio físico
social.
(Ver imagens e Projetos: Teatro de Fantoches no a
anexo II)
CONSIDERAÇOES FINAIS
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de conhecimentos, acreditando na capacidade das crianças em
aprender.
Passei a ser mais atuante e participativa no processo ensino-
aprendizagem, trabalhando no sentido de levar aos alunos,
propostas que os provoquem, estimulando-os a pensar e a utilizar
seus recursos para encontrar soluções.
È bem difícil, quando pensamos sobre como está o ensino
da Arte em nossa escola. Cabe a nós, professores, fazermos à
diferença.
O filme “O sorriso de Monalisa”, retrata a história de uma
professora de História da Arte que insistiu em ser contratada em
uma escola considerada a mais conservadora do país. Ela aprendeu
muito com suas alunas e ensinou muito mais. As alunas falam no
final do filme que a professora, quebrando as barreiras ensinou-as
a enxergar o mundo através dos seus próprios olhos.
Achei muito interessante quando a professora diz no
decorrer do filme, que não há livros dizendo como pensar. Ela
ensina as alunas a olhar além da imagem, da tinta e as levam a
abrir as mentes para uma nova concepção numa escola repleta de
regras e individualismo.
No ano seguinte, a professora foi convidada para continuar,
pois sua classe foi a que teve maior número de matrículas, mas ela
rejeitou devido às exigências que deveriam ser atendidas. Ela
preferiu mudar de escola ao invés de mudar sua concepção.
A mensagem é que nós professores possamos realizar o
nosso trabalho com atividades artísticas que permitam a liberdade
e a autonomia dos alunos e pensar também no prazer que estes
terão em executá-las.
Diante dos conhecimentos adquiridos no curso, concluo que
o professor, a partir de um suporte teórico, mobiliza a reflexão,
revendo, confirmando ou ampliando a sua prática, resultando uma
nova ação. Acredito que em qualquer aula que o professor atua, ele
deve possuir conhecimentos específicos e didáticos, que são
indispensáveis para provocar transformações na qualidade da
aprendizagem dos alunos, para que estes construam conhecimentos
e desenvolvam capacidades de modo a adquirir ferramentas para
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elaborar formas de pensar, analisar e criticar informações, fatos e
situações; a relacionar-se com outras pessoas, julgar e atuar com
autonomia nos âmbitos político, econômico e social de seu
contexto de vida.
Esses conhecimentos ajudam a provocar transformações na
qualidade de ensino, a tornarmos professores competentes,
autônomos e conduzem-nos a um processo de ensino que
pressuponha a concepção de uma aprendizagem significativa.
O curso me fez refletir sobre a minha prática, a
compreender como se processa a construção de conhecimentos nos
alunos, me levando a analisar as formas de intervenção no
processo ensino-aprendizagem.
Fiquei muito feliz pela oportunidade de realizar este curso,
que nos ofereceu uma educação de qualidade, valorizando o nosso
trabalho e acima de tudo, vencendo os preconceitos, a fim de
favorecer a classe trabalhadora.
O curso superou as minhas expectativas, provocando uma
grande mudança, sendo muito importante para minha vida pessoal
e na minha prática pedagógica.
A escrita deste memorial: o meu texto, as minhas idéias,
recordações e meus sentimentos, faz parte de uma aprendizagem
que nunca se acaba. Apesar da grande ansiedade, tornou-se
prazerosa, construtiva e libertadora porque gerou autoconfiança.
As atividades e conhecimentos adquiridos nas aulas dedo
curso possibilitou a mim e conseqüentemente, a meus alunos, a
maravilhosa experiência de viver, sentir e...
...Respirar Arte.
BIBLIOGRAFIA
35
BARBOSA, Ana Mãe (org), 2003, p.14. Inquietações e Mudanças
no Ensino da Arte.
36
VACCARINI, Daniela. Contando a arte de Vaccarini. São Paulo.
Noovha América, 2003.
04/01/2006.
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