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Resumo
Qualidade da Qualidade do
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Conformação duç ssa Projeto
o a
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em
1950s Adequação ao padrão
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1960s Adequação ao uso
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ão m
de
1980s l Adequação às
necessidades latentes
para o chão da fábrica e passou a procurar delas está mal interpretada porque elas [as
envolver todos os processos da organização. empresas] não resolveram a questão das medidas
Assim, a gestão pela qualidade total tornou-se e recompensas do desempenho” (HUGE, 1990:71).
uma importante opção para as organizações Este artigo, procurando preencher esta lacu-
conquistarem vantagem competitiva sobre os na, propõe a sistematização de um sistema de
concorrentes. Uma pesquisa sobre os impactos indicadores de desempenho que é um meio pelo
de programas de gestão pela qualidade total no qual as organizações podem medir o desempe-
desempenho de empresas britânicas concluiu que nho de forma mais coerente e abrangente quando
os efeitos foram benéficos (MANN & KEHOE, da adoção da gestão pela qualidade total.
1994).
Apesar do reconhecimento da importância da 2. Evolução do Conceito da Qualidade e da
gestão pela qualidade total, muitas organizações Gestão da Qualidade
ainda medem o desempenho sem considerar as
mudanças decorridas pela adoção de tal sistema
de gestão. “... De forma a obter um maior enten-
dimento do relacionamento entre atividades da
A ntes de discutir a questão sobre a medição
do desempenho num ambiente de gestão
pela qualidade total, é importante entender como
qualidade e o desempenho dos negócios, pesqui- o conceito da qualidade e a forma de gestão da
sadores precisam desenvolver um método mais qualidade evoluíram. Conforme JURAN
sofisticado de medição dos efeitos das atividades (1993:2), “Podemos aumentar nossa perspectiva,
de qualidade” (MANN & KEHOE, 1994:42). voltando nossos olhos ao caminho percorrido até
Seria esperado que os indicadores de desem- hoje – aos primeiros processos de gerenciamento
penho, que auxiliam na gestão pela qualidade total, para a qualidade.”
tivessem também evoluído. Porém, isso não é Com base na evolução da adoção da gestão
verificado. “(...) Muitas empresas começaram pela qualidade total no Japão, quatro fases de
implementar conceitos e técnicas de melhoria da evolução do conceito de qualidade podem ser
qualidade. Contudo, a implementação da maioria identificadas. Elas estão ilustradas na Figura 1.
300 Martins, Costa Neto – Indicadores de Desempenho para a Gestão pela Qualidade Total
Padronização
Controle Estatístico de Processos
Inspeção
Adequação ao padrão
Pesquisa de mercado
Envolvimento multifuncional
Adequação ao uso
Círculos de Controle da Qualidade
7 Passos e 7 Ferramentas da Estatística
Métodos de melhoria
Adequação ao custo
Desdobramento da Função Qualidade
7 Ferramentas da Administração da Qualidade
Adequação às
necessidades latentes
Linha de
produtos
Adequação ao padrão
Todas as
funções
Adequação ao uso
Toda a
hierarquia
Adequação ao custo
Todos os
processos
Adequação às
necessidades latentes
fundamentadas em boa parte nos trabalhos esforços de melhorias isolados feitos por pessoas
pioneiros de W. E. Deming e J. M. Juran. ou grupos dentro da organização. É preciso
O objetivo principal e básico de uma empresa adotar uma nova filosofia de administração
é administrar o negócio tendo como o centro de expressa pela gestão pela qualidade total
atenção os stakeholders (ISHIKAWA, 1993). Os (ISHIKAWA, 1993). Vale observar que a gestão
stakeholders são os clientes, os empregados, os pela qualidade total não é a única abordagem
acionistas, os fornecedores e a sociedade. existente para atingir o objetivo de satisfazer os
Cada um desses grupos tem interesses dife- stakeholders de uma organização.
renciados que mudam de empresa para empresa Essa nova filosofia administrativa é expressa
e com o tempo para uma mesma empresa. por um conjunto de novos princípios que variam
Entretanto, é possível responder a isso de forma de autor para autor. O mais conhecido conjunto
genérica e ilustrativa. O Quadro 2 contém um de princípios são os 14 pontos de W. E. Deming
exemplo. (DEMING, 1986). Existem outras propostas que
Os vários meios de satisfazer os stakeholders podem ser consultadas com maiores detalhes em
podem ser atingidos por meio da implementação ISHIKAWA (1993), MERLI (1993) e
da gestão pela qualidade total. Entretanto, isso GALGANO (1993).
dificilmente é atingido por intermédio de
GESTÃO & PRODUÇÃO v.5, n.3, p. 298-311, dez. 1998 303
Garantia da qualidade/sistema de
Cultura corporativa/fator humano
Cultura corporativa/fator humano
Garantia da qualdiade/sistema de
Diretrizes,
Diretrizes, estratégias
estratégias e sistema
e sistema dede gestão
gestão
informações
informações
Organização
Organizaçãooperacional
operacional
Ferramentas BásicasBásico
da Gestão da Qualidade
Um meio efetivo para a adoção dos princípios dos stakeholders. Esses processos de gestão
desta nova filosofia administrativa é incorporá- estão, respectivamente, relacionados aos macro e
los no sistema de gestão da empresa. Nesse microprocessos da organização (JURAN, 1993).
sentido, uma possibilidade é a adoção do modelo Assim sendo, os processos de gestão, da
de gestão pela qualidade total esquematizado na forma proposta, abrangem todos os níveis
Figura 4. hierárquicos da organização – estratégico, tático
Os cinco subsistemas, ilustrados na Figura 4, e operacional. Eles estabelecem os níveis de
são os elementos básicos do modelo proposto. abrangência sobre os quais a gestão pela
Os três subsistemas centrais são específicos para qualidade total é desenvolvida na organização.
a gestão pela qualidade total e os dois laterais A implementação do desdobramento das
são importantes no contexto corporativo. diretrizes gera necessariamente um conjunto de
Em termos do subsistema sistema de gestão, indicadores de desempenho para acompanhar a
existem quatro processos interagindo com implementação das diretrizes, mas não existe
sinergia entre si. São eles: gestão pelas diretri- garantia de que eles irão medir a satisfação dos
zes, gestão da rotina do trabalho do dia-a-dia, e stakeholders.
gestão por processos ou gestão interfuncional. Logo, existe um risco de que o conjunto de
Esses processos de gestão são veículos pro- indicadores de desempenho utilizado em tais
mocionais dos conceitos e princípios da situações permita o controle da implementação
qualidade total e um fator crítico na implementa- das diretrizes e não do objetivo principal da
ção da gestão pela qualidade total nas organiza- empresa.
ções (KANO, 1995). Apesar da adoção de um modelo de gestão
A gestão pelas diretrizes proporciona a inte- pela qualidade total, que tem processos de gestão
gração vertical da empresa em torno dos que abrangem toda a organização, não está
esforços necessários para implementar as garantida a medição coerente do desempenho da
diretrizes, na medida em que os principais empresa.
processos e atividades da empresa são envolvi-
dos no desdobramento e implementação das 4. Proposta de Sistematização de Indicadores
diretrizes (CONTI, 1993). de Desempenho para a Gestão pela
A gestão por processos ou interfuncional e a Qualidade Total
gestão da rotina do trabalho do dia-a-dia
integram horizontalmente as atividades e as
funções da organização em torno dos processos
de negócio, que agregam valor para a satisfação
A ntes de apresentar a proposta de sistemati-
zação de indicadores de desempenho para a
gestão pela qualidade total, é interessante,
304 Martins, Costa Neto – Indicadores de Desempenho para a Gestão pela Qualidade Total
mesmo que de forma sintética, analisar a questão Uma das propostas mais difundidas é o
da medição de desempenho e algumas proposi- Balanced Scorecard ilustrado na Figura 5. O
ções específicas para indicadores de desempenho modelo tem quatro perspectivas diferentes: a
para a gestão da qualidade. perspectiva dos clientes (tempo, qualidade,
A medição do desempenho tradicional tem desempenho e serviço, e custo), a perspectiva
como principal preocupação a medição em interna (os processos críticos para atingir
termos do uso eficiente dos recursos. Os satisfação dos clientes e produtividade), a
indicadores de desempenho mais comuns são a perspectiva da inovação (dos produtos e
produtividade, o retorno sobre os investimentos, processos) e a perspectiva financeira (lucrativi-
o custo padrão, etc. dade, crescimento e valor para os acionistas).
A problemática da medição de desempenho a Estas perspectivas estão relacionadas, respec-
partir dos sistemas contábeis tradicionais pode tivamente, às características dos produtos
ser resumida assim: “(...) Os sistemas contábeis ofertados pela empresa aos clientes; aos
atuais desenvolveram-se a partir do movimento processos de negócios críticos para a empresa; à
da administração científica no início do século inovação dos produtos e processos e ao
vinte. Eles eram instrumentos de promoção da aprendizado da organização; e, por fim, aos
eficiência nas empresas de produção em massa, lucros, ao crescimento da empresa e à geração de
particularmente aquelas que produziam produtos valor para os acionistas.
relativamente pouco padronizados com um alto Contudo, não existe uma perspectiva relacio-
conteúdo de trabalho manual. A crença nesses nada diretamente à sociedade. Já os empregados
sistemas no atual ambiente competitivo, o qual é podem ser considerados parcialmente na
caracterizado por produtos com muito menos perspectiva de inovação e aprendizado em temos
uso da mão-de-obra direta, fornecerá um quadro de educação e treinamento. Os fornecedores só
inadequado sobre a eficiência e a eficácia da serão considerados se o processo de suprimentos
manufatura” (KAPLAN, 1984:96). for considerado crítico. Além disso, não está
A constatação acima já havia sido feita por garantido que os indicadores de desempenho
uma pesquisa realizada em 1978 com empresas tenham a abrangência dos níveis estratégico,
canadenses, nas quais o uso de indicadores de tático e operacional.
desempenho tradicionais de produtividade, que Logo, o Balanced Scorecard não permite a
avaliava o gerente de fábrica de uma das plena medição da satisfação dos stakeholders e
empresas estudadas, induzia-o a dificultar a não garante a medição de desempenho abrangen-
introdução de novos produtos, que era importan- te em termos das diretrizes, dos processos e das
te para a sobrevivência da empresa atividades.
(RICHARDSON & GORDON, 1980). Passando o foco da análise para propostas
“... As mudanças na tecnologia, competição, específicas de sistematização de indicadores de
ambientes (interno e externo) estão demandando desempenho para a gestão da qualidade é
que nós mudemos o que medimos, como medi- interessante analisar, mesmo que de forma
mos e como usamos a medição. Estas mudanças sintética, outras proposições como CUPELLO,
estão forçando-nos a reexaminarmos paradigmas 1994; HARRISON & MENG, 1995; De TONI et
relativos à medição” (SINK, 1991:28). alli, 1995; e TAKASHINA & FLORES, 1996.
Face a esta situação de inadequação dos CUPELLO (1994) propõe uma visão expan-
sistemas de medição de desempenho frente às dida da medição do desempenho, na qual o
novas tecnologias, às novas formas de organiza- desempenho organizacional é resultado de
ção da produção e aos novos conceitos e quatro conjuntos de causas: foco nos clientes,
filosofia de administração, novas propostas melhoria contínua, envolvimento dos fornecedo-
foram feitas para remediar esse problema. res e empowerment dos empregados.
GESTÃO & PRODUÇÃO v.5, n.3, p. 298-311, dez. 1998 305
Perspectiva Financeira
Objetivos Indicadores
Perspectiva de Inovação
e Aprendizado
Objetivos Indicadores
A medição do desempenho deve ser feita não avaliação e melhoria), pelos custos dos desvios
somente para planejar, induzir e controlar, mas da qualidade esperada (falhas internas e falhas
também para diagnosticar. Nesse sentido, é externas) e pelos custos intangíveis da qualidade
importante ir sofisticando a medição de desem- (empregados, clientes e melhoria).
penho conforme a empresa vai passando pelos Essa proposta procura quantificar os custos
níveis de maturidade na implementação da da qualidade de forma expandida, porém não
gestão pela qualidade total (encenando, demons- permite a quantificação direta da satisfação dos
trando, comprometida e incorporada). consumidores, dos empregados, dos fornecedo-
Porém, essa proposta não considera a satisfa- res e da sociedade. Em alguns casos, como por
ção da sociedade e define níveis de abrangência exemplo na satisfação dos consumidores, isso é
diretamente relacionados à divisão de tarefas feito de forma indireta, pois os custos da
entre os níveis estratégico (planejar), tático qualidade total são apenas uma parcela dos
(induzir) e operacional (controlar). Além disso, custos totais. Além disso, não é definido nenhum
não fica claro quem é responsável pelo diagnós- nível de abrangência.
tico. De TONI et alli (1995) apresentam um
A proposta de HARRISON & MENG (1995) modelo que procura avaliar o nível de desempe-
tem os custos da qualidade total como elemento nho da qualidade e os resultados do desempenho
principal para medir o desempenho da qualidade. da qualidade. Isso é feito em termos da
Esses custos, por sua vez, são formados pelo qualidade total ofertada, da qualidade percebida
custos da qualidade, funções de perdas pondera- e satisfação dos clientes, e dos custos da
das e parâmetros de Controle Estatístico de qualidade.
Processos para pequenos lotes. A qualidade total ofertada é medida em
Os custos da qualidade são formados pelos termos da posição na cadeia de valor que os
custos de gestão da qualidade (prevenção, departamentos se situam: entrada (qualidade dos
306 Martins, Costa Neto – Indicadores de Desempenho para a Gestão pela Qualidade Total
Indicadores de Desempenho
nível estratégico
Medição da Satisfação dos:
• Clientes
Indicadores de Desempenho • Empregados
nível tático • Acionistas
• Fornecedores
• Sociedade
Indicadores de Desempenho
nível operacional
na Figura 6 pelas setas verticais. Desse modo, é dor de desempenho refugo e retrabalho do ma-
possível ter uma coerência entre os indicadores croprocesso Manufatura para os microprocessos.
de desempenho utilizados em todos os níveis de Mais uma vez uma conexão foi estabelecida
gerência da empresa. entre os indicadores de desempenho de um nível
A Figura 7 ilustra, por meio de um Diagrama de gerência da organização e outro. Desta forma,
de Árvore, um exemplo do desdobramento para os indicadores de desempenho passam a ter uma
o indicador de desempenho número de devolu- relação que permite saber, por exemplo, qual a
ções de produtos, que é uma das medidas de contribuição do desempenho de um micropro-
satisfação dos consumidores, para uma empresa cesso para a satisfação dos stakeholders,
da indústria de calçados. passando pelos macroprocessos. As conexões
Desse modo, uma conexão é estabelecida estabelecidas do modo proposto constituem as
entre um indicador de desempenho da corpora- “alças de feedback” necessárias para a gestão da
ção e os indicadores de desempenho dos macro- qualidade (JURAN, 1993).
processos. O processo de desdobramento precisa Esta articulação permite uma navegação
ser feito para todos os indicadores de desempe- vertical em uma dimensão do desempenho,
nho que medem a satisfação dos stakeholders. representado pelo indicador de desempenho
Após o primeiro desdobramento, é preciso corporativo. É possível saber, por exemplo, qual
repeti-lo envolvendo os indicadores de desem- o refugo da corporação, de um processo ou de
penho dos macroprocessos com os microproces- uma atividade. Isso pode facilitar a identificação
sos. A Figura 8, seguindo o mesmo exemplo, de pontos críticos que estejam afetando o
ilustra o exemplo do desdobramento do indica- desempenho da empresa.
308 Martins, Costa Neto – Indicadores de Desempenho para a Gestão pela Qualidade Total
Suprimentos:
- Nº de Pares de Calçados Devolvidos
Nº de Pares - Nº de Pedidos Devolvidos
de Calçados
Devolvidos/
Mês Vendas/Processamentos de Pedidos:
- Nº de Pedidos Reprocessados
- Nº de Pedidos Preenchidos com Erro
Manufatura:
- Refugo em Horas
- Retrabalho em Horas
Além disso, também é possível a navegação d) uma divulgação ampla para a melhoria e não
horizontal numa dimensão do desempenho para para a punição;
um mesmo macroprocesso. Para tanto, basta e) uma integração com quadros de gestão à vista
verificar no Diagrama de Árvore da Figura 8 ou com sistema de informação gerencial,
qual o microprocesso que está produzindo maior quando eles existirem.
refugo ou retrabalho. É muito importante que todos os empregados
A navegação em ambos os sentidos permite a sejam treinados a interpretarem os índices dos
estratificação da informação com vistas a indicadores de desempenho e, desse modo,
priorização e a tomada de ação para correção de saibam quais ações devem tomar dependendo
desvios ou melhorias no índice atingido pelo dos resultados atingidos. Assim, contribuir-se
indicador de desempenho no nível corporativo para que a informação não fique restrita aos
ou nos macroprocessos. círculos dos gerentes.
Vale destacar que o número de indicadores de Uma forma de evitar que isso aconteça é
desempenho gerado com os desdobramentos utilizar meios que democratizem o acesso à
para os macro e microprocessos pode ser grande, informação, como por exemplo, os quadros de
caso cuidados não sejam tomados. O excesso de gestão à vista. Eles podem disponibilizar de
informação nesse caso pode ser tão ruim quanto forma barata a informação necessária para que
a falta dela. Uma saída é controlar o número de os empregados passem a basear as suas ações em
indicadores de desempenho no nível corporativo fatos e dados, gerados pelo sistema de indicado-
por meio de questionamento sobre a real res de desempenho.
necessidade daquele tipo de informação. Todos os indicadores de desempenho da quali-
Os indicadores de desempenho da qualidade dade, em seus níveis de abrangência, precisam ter
precisam ter (TAKASHINA & FLORES, 1996): padrões de comparação. Os padrões podem ser
a) um índice associado (forma de cálculo) bem resultados de benchmarking ou metas de diretri-
explícito e, se possível, simplificado; zes da organização. Naturalmente que tolerâncias
b) uma freqüência de coleta; precisam ser determinadas para esses padrões.
c) uma designação dos responsáveis pela coleta A alta administração e a gerência não podem
dos dados; esquecer que os indicadores de desempenho
GESTÃO & PRODUÇÃO v.5, n.3, p. 298-311, dez. 1998 309
Suprimentos:
- Nº de Pares de Calçados Devolvidos
Nº de Pares - Nº de Pedidos Devolvidos
de Calçados Setor de Corte:
Devolvidos/
Mês Vendas/Processamentos de Pedidos: - Retrabalho em Horas
- Nº de Pedidos Reprocessados - Refugo em Horas
- Nº de Pedidos Preenchidos com Erro
Presponto:
- Retrabalho em Horas
Manufatura:
- Refugo em Horas
- Refugo em Horas
- Retrabalho em Horas
Montagem:
- Refugo em Horas
- Retrabalho em Horas
Nível dos Macroprocessos
(Processos de Negócio) Embalagem/Expedição:
- Retrabalho em Horas
- Refugo em Horas
apresentam uma determinada variabilidade, que problemas futuros ou atinjam desempenho nunca
pode ser fruto de causas comuns e especiais da antes imaginado.
empresa. Caso contrário, os gerentes podem Devido à articulação gerada pelos desdobra-
exercer supercontrole de forma a aumentar a mentos entre os indicadores de desempenho dos
variabilidade ou não identificarem as causas vários níveis de abrangência adotado, uma ação
especiais a serem eliminadas (HUGE, 1990). de melhoria reativa ou proativa, feita com base
Os indicadores de desempenho podem ser na informação contida nos indicadores, tem
utilizados pelos membros de uma organização grande chance de ser realizada para contribuir
para o controle e a melhoria, que pode ser tanto com o objetivo principal da organização.
reativa quanto proativa. A primeira forma e mais
comum de melhoria é a reativa. 5. Conclusões
Os indicadores de desempenho sinalizam em
que se deve agir para restaurar uma causa espe-
cial crônica ou atingir um desempenho nunca
antes atingido. Esse tipo de atividade pressupõe
A evolução da gestão da qualidade atrelada à
evolução do conceito da qualidade tem
tornado esta nova filosofia de gestão uma
a existência da atividade de controle antes, que é importante alternativa de vantagem competitiva
um uso natural dos indicadores de desempenho. para organizações que atuam num contexto cada
A segunda forma de uso é para a melhoria vez mais competitivo.
proativa. Ela consiste em utilizar os indicadores Contudo, as propostas de sistematização de
de desempenho como parte da informação indicadores de desempenho para a gestão pela
necessária para propor ações que previnam qualidade total não têm permitido às empresas a
310 Martins, Costa Neto – Indicadores de Desempenho para a Gestão pela Qualidade Total
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1980.
This paper presents a comprehensive approach to performance measures for total quality
management. The aim is to help organizations to measure their performance in total quality
management philosophy. First, the evolution of both quality concept and quality management is
presented. Then, a total quality management reference model is adopted and attainment levels of
performance indicators are defined. Some proposals of other authors are briefly presented and
discussed. The result is a performance indicator system that measures the stakeholders’ satisfaction at
the macro and microprocess levels of any organization in a coherent and comprehensive way.
Key words: quality performance measurement, total quality management, quality measures.