Professional Documents
Culture Documents
Semestre: 6º/7º
Curso Sociologia
100% ON LINE
Metodologia Científica; Formação da Sociedade Brasileira;
Sociedade e Meio Ambiente; Sociologia Rural e Urbana;
Disciplinas Seminário da Prática: Questões Sociais e Sociologia; Projeto
integradoras de Ensino e Pesquisa em Sociologia.
Prezados(a) alunos(a),
Para Leandro Souza, é muito aquém da vazão natural do rio e não leva em
consideração questões relacionadas à sincronia do rio com a floresta que alimenta a
fauna aquática e serve como refúgio para sua reprodução. “É um tiro no escuro”,
alerta Souza.
“Os Juruna já comprovaram que o Hidrograma do jeito que foi definido pela
Agência Nacional de Águas (ANA) o Ibama é insustentável. O início dos testes
precisa ser cancelado e é urgente que os critérios sejam revistos com contribuições
da academia, mas principalmente com a participação de indígenas e ribeirinhos que
moram na região e conseguem descrever muito bem as mudanças que vem
acontecendo desde 2015 com o desvio do Xingu”, aponta Biviany Rojas, advogada
do Instituto Socioambiental.
O estudo propõe que a quantidade de água liberada seja de acordo com as
porcentagens da vazão natural do rio, e não com base em valores pré-
estabelecidos. Esse método, segundo eles, “ajudaria a manter a dinâmica de fluxos
por toda a região abaixo de Volta Grande e no médio Xingu. Além disso, sugerem
que a cada dois anos seja liberada uma quantidade de água de 20 mil m3/s,
mimetizando a dinâmica sazonal do auge dos períodos de cheia.
O estudo conclui que a manutenção da diversidade de espécies vai depender
do volume de água que será liberado e das alterações no pulso do rio: “Está claro
que a conservação da diversidade de peixes e do endemismo existentes na
extensão pesquisada vai depender grandemente da gestão do trecho cujo fluxo será
reduzido em Volta Grande”.
Situação-problema
A professora Ana ministra aulas de sociologia para os três anos do ensino médio em
uma escola pública brasileira há cerca de 15 anos. Em 2002, quando o governo brasileiro
resgatou planos criados durante a ditadura militar para barrar o rio Xingu, a professora
começou a acompanhar atenta aos desdobramentos sobre a criação do Complexo
Hidrelétrico de Belo Monte, no Pará.
Desde 2011, a partir da aprovação pelo IBAMA do licenciamento para início das
obras, a professora assiste com preocupação e insegurança através das mídias os repetidos
protestos, paralizações e conflitos envolvendo as populações indígenas e ribeirinhas
impactadas pelo projeto, as instituições envolvidas, o fluxo de operários, os pesquisadores e
representantes do Estado.
Ciente da responsabilidade de promover uma interface entre o conhecimento
sociológico e a realidade destes povos em Belo Monte, a professora decidiu montar um
projeto de intervenção pedagógica voltado para o envolvimento de cada uma das séries do
ensino médio, sobre a construção de Belo Monte.
Os impactos da UHE Belo Monte vão além das mudanças no fluxo da água, no ciclo
de peixes e plantas. Ao alterar o pulso do rio, a usina altera também o modo de vida dos
Juruna. Bel Juruna, da aldeia Mïratu, aponta que agora seu povo terá que se adaptar a
“viver no seco”. Ainda segundo o texto: “obrigar um povo canoeiro a ter de viver no seco é
uma situação de extrema mudança nas práticas cotidianas, cosmológicas, culturais e
sociais.” Dona Jandira, que vive na aldeia Miratu, complementa: "nós, Juruna, não temos
pés, temos canoa para navegar no rio, assim nós somos".
O papel de Ana com o projeto de intervenção é sensibilizar os/as alunos/as e mobilizá-
los/as em uma atividade voltada para a defesa dos direitos humanos na perspectiva das
populações indígenas e ribeirinhas em articulação com a questão ambiental: impactos
hídricos, o modo como diversas espécies de plantas e animais foram atingidos, o
comprometimento da interação do homem com a natureza na perspectiva cultural e do
trabalho, o risco do Plano de Manejo para o fluxo do rio Xingu, denominado “hidrograma de
consenso”, entre outras falhas e omissões.
De que maneira a professora Ana e sua prática pedagógica podem ser um
instrumento de defesa dos direitos humanos para a construção de uma sociedade plural,
democrática e inclusiva? Como despertar os/as estudantes para esta temática com vistas à
produção de um conhecimento crítico e criativo, visando transformações sociais?
Artigos:
VIEIRA, Flabia do Amaral. “Movimento Xingu Vivo para Sempre: Luta e resistência contra
Belo Monte”. In: Insurgência. v. 3, n. 2. 2017. Disponível em:
<http://periodicos.unb.br/index.php/insurgencia/article/view/26447> Acesso: 22 nov. 2018.
Documento:
PEZZUTI, Juarez. CARNEIRO, Cristiane. MANTOVANELLI, Thais. GARZÓN, Biviany Rojas.
XINGU, o rio que pulsa em nós – Monitoramento independente para registro de impactos da
UHE Belo Monte no território e no modo de vida do povo Juruna (Yudjá) da Volta Grande do
Xingu. Altamira: ISA, 2018. Disponível em:
<https://www.socioambiental.org/sites/blog.socioambiental.org/files/nsa/arquivos/xingu_o_rio
_que_pulsa_em_nos.pdf> Acesso: 21 nov. 2018.
Notícias:
GALILEU. “Ambientalistas tentam evitar que Belo Monte cause a seca do rio Xingu”. Revista
Galileu [online], publicado em 20 de setembro 2018. Disponível em:
<https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2018/09/ambientalistas-
tentam-evitar-que-belo-monte-cause-seca-do-rio-xingu.html> Acesso: 21 nov. 2018.
GONZALEZ, Amelia. G1. “Indígenas do Xingu mostram os impactos de Belo Monte sobre
seu cotidiano”. G1 Natureza, em 15 de agosto 2018. Disponível em:
<https://g1.globo.com/natureza/blog/amelia-gonzalez/post/2018/08/15/indigenas-do-xingu-
mostram-os-impactos-de-belo-monte-sobre-seu-cotidiano.ghtml> Acesso: 21 nov. 2018.
GONZALEZ, Amelia. “Relatora da ONU prova, em estudo, que indígenas são guardiões da
floresta”. G1 Natureza, publicado em 18 de julho de 2018. Disponível:
<https://g1.globo.com/natureza/blog/nova-etica-social/post/relatora-da-onu-prova-em-estudo-
que-indigenas-sao-guardioes-das-florestas.ghtml> Acesso: 21 nov. 2018
CAMPELO, Lilian. “Indígenas lançam relatório e contrapõem dados "oficiais" sobre impactos
de Belo Monte”. Brasil de Fato [online], publicado em 10 de agosto de 2018. Disponível em:
<https://www.brasildefato.com.br/2018/08/10/indigenas-lancam-relatorio-e-contrapoem-
dados-oficiais-sobre-impactos-de-belo-monte/> Acesso: 21 nov. 2018.
Vídeos:
SOCIOAMBIENTAL, Instituto. Xingu, o rio que pulsa em nós | Juruna denunciam impactos
de Belo Monte. 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fh1mwlwOzLw>
Acesso: 21 nov. 2018.
Voo do Beija Flor. Belo Monte Depois da Inundação. 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=bw4eHUVlMAk> Acesso: 21 nov. 2018.
COSTA, Domingos. Globais contra hidrelétrica de Belo Monte. 2015. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=g6iA3ufx7MY>. Acesso: 21 nov. 2018.
TV Folha. Drone mostra área alagada para abastecer Belo Monte. 2018. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=BCX2rpMFc0A> Acesso: 21 nov. 2018.
TV Cultura Digital. Matéria de Capa - A Usina de Belo Monte. 2012. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=BsjxclUNHAY&t=454s> Acesso: 21 nov. 2018.
Utilize outras referências (se for o caso) e articule esta temática com as disciplinas
cursadas no semestre. Seu trabalho deverá conter entre no mínimo 5 (cinco) e no máximo 8
(oito) páginas, apresentando: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão, sem contar as
Referências.
Em caso de dúvidas para elaboração do trabalho, você deverá buscar orientação junto
ao tutor à distância.
Atenção aos prazos de postagens!
Alguns dos critérios avaliativos que nortearão a análise para o conceito a ser
atribuído pelo Tutor à Distância à produção textual no momento de correção:
Lembre-se de que o/a Tutor/a a Distância está à disposição na Sala do Tutor para lhe
atender em suas dúvidas e, também, para repassar orientações sempre que você
precisar. Aproveite esta oportunidade para realizar um trabalho com a qualidade
exigida por um trabalho acadêmico de nível universitário.
Ótimo trabalho!
Equipe de professores/as