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QUEM FOI?
1) os rogue states ,
2) grandes grupos terroristas formalmente estabelecidos,
3) grupos terroristas marginais,
4) grupos norte-americanos de ultradireita,
5) o próprio governo norte-americano,
6) a combinação de alguns dos anteriores.
A HIPÓTESE DO AUTOGOLPE
guerra, o que lhes permitiu alargar o seu domínio a Cuba, ao resto das
Antilhas e até às Filipinas. Com o tempo veio a descobrir-se que a
acusação contra o Império Espanhol de ter atacado o navio norte-
americano era infundada, pois foram os próprios Estados Unidos que
afundaram a embarcação com o objectivo de declarar a guerra ao
Império e assim tornar realidade a tese da “Gravitação Política” expressa
por John Quincy Adams em 1823. A história repetiu-se no século XX em
1941 quando os serviços secretos norte-americanos, depois de
decifrarem o Código Púrpura dos japoneses, informaram o Presidente
Roosevelt do iminente ataque a Pearl Harbor. Roosevelt, sabendo o que
iria acontecer, permitiu o ataque e assim conseguiu entrar na Segunda
Guerra Mundial, de que os Estados Unidos saíram sem um único ataque
ao seu território e como uma potência económica ímpar perante uma
Europa devastada. Este foi um crime por omissão: podia ter-se feito
alguma coisa mas não se fez, pelo que existe uma corresponsabilidade
nos factos. Igualmente, a 1 de Dezembro de 1981 se pôs em acção por
uma ordem secreta de Ronald Reagan a operação que pretendia vender
armas ao Irão para financiar os Contras nicaraguenses. Nesta operação
estavam implicadas diversas personagens do narcotráfico internacional e
era organizada logisticamente pela CIA . Isto significava apoiar com
armamento um governo abertamente declarado por Reagan como
“violento” e “terrorista”, com o que, paradoxalmente, se oficializava de
facto o apoio a um governo “inimigo” dos Estados Unidos... pelos
Estados Unidos. Tecnicamente este pode ser considerado um auto-
atentado com o objectivo de conseguir um bem maior: derrotar o governo
popular da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) após a
morte de Anastasio Somoza. Os três episódios aqui descritos têm uma
constante: a participação directa – como no primeiro e no terceiro casos
expostos – ou indirecta – como no segundo – dos Estados Unidos
nesses episódios de “agressão”. Não são os únicos, mas só alguns dos
mais significativos.
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A ferocidade com que foi atacado – culpado ou não – o regime talibã era
perfeitamente previsível se tivermos em conta os antecedentes de quem
orquestrou a matança: a família Bush e o seu séquito. O perfil
internacional que terá de distinguir a era de George W. Bush na política
internacional foi inaugurado com grandes fanfarras pelos acontecimentos
do 11 de Setembro de 2001, e curiosamente o citado perfil não é nada
novo. A luta contra o “terrorismo” – só efectiva nas palavras – já havia
sido utilizada no passado, durante a administração Reagan, como eixo
da política externa norte-americana. Por este motivo – e como exercício
de perspectiva – é conveniente estabelecer os paralelos que existem
entre uma e outra administração para, na medida do possível, tentar
projectar um cenário a médio prazo do que se poderá esperar da
administração de Bush II em termos de política externa, a partir da
invasão do Afeganistão de Setembro de 2001.
Enquanto foi director da CIA, Bush conhecia muito bem o papel que
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AS CAUSAS INTERNAS
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AS CAUSAS EXTERNAS
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Todos os que sem pensar condenam bin Laden não reparam no facto de
que, além de ter ligações pessoais-empresariais à família Bush, ele foi
também um agente destacado da CIA enquanto se tratou de combater o
Império do Mal no Afeganistão. Tal como no passado o governo norte-
americano o utilizou contra um amigo externo e depois como inimigo,
hoje utiliza-o como bode expiatório para justificar os objectivos internos e
de política externa que vimos acima. É certo que bin Laden dirige uma
organização terrorista responsável por uma série abundante de graves
atentados terroristas; contudo, vale a pena reflectir sobre a conveniência
real que teria para bin Laden a realização destes atentados. Quem o
rotula de responsável directo da acção de 11 de Setembro omite um
dado revelador. A Al-Qaeda, a organização de Osama bin Laden, opera
em pelo menos 60 países, dos quais fazem parte o Paquistão e o
Afeganistão. Que sentido teria realizar um atentado como o de 11 de
Setembro se a reacção imediata dos Estados Unidos seria bombardear o
Afeganistão, provavelmente o único país no mundo em que bin Laden
teria um refúgio seguro pela sua afinidade com o talibã?. Poder-se-ia
alegar que a visão política de bin Laden se limita ao âmbito regional, mas
dificilmente poderá ser verdade, se consideramos o alcance
internacional que tem a Al-Qaeda. Como alguns analistas chegaram a
afirmar correctamente: após o 11 de Setembro, quem quer que seja o
autor do atentado, tornou-se imediatamente o melhor aliado dos norte-
americanos e o pior inimigo do Islão, pois foi este último que ficou mais
prejudicado 48 .
O TRIUNFO
CONCLUSÕES
Por tudo o que vimos, podemos tirar uma série de conclusões que, sem
serem definitivas (teriam de ser avalizadas pelos acontecimentos
futuros), podem servir como referência para descodificar o atentado de
11 de Setembro e a posterior agressão ao Afeganistão como o que de
facto são: lições de real politik .
BIBLIOGRAFIA E HEMEROGRAFIA
LIVROS
BRZEZINSKY, Zbigniew, The Grand Chessboard, Edit. Basic Books, New York, 1997.
CHOMSKY, Noam & Herman, Edward S. Los Guardianes de la Libertad, Edit. Grijalbo
Mondadori, España, 1995.
The New Military Humanism: Lessons From Kosovo, Edit. Common Courage Press, New
York, 1998.
Lo Que Realmente Quiere el Tio Sam, Edit. Siglo XXI, México, 1997.
Como Mantener a raya a la Plebe, Edit. Siglo XXI, México, 2001.
DIETERICH, Heinz , Cuba ante la Razón Cínica, Edit. Nuestro Tiempo, México, 1994.
EU y el Terrorismo Internacional, Edit. Plaza e Valdez, México, 1988.
Identidad Nacional y Globalización; La Tercera Vía; Crisis en las Ciencias Sociales, Edit.
Nuestro Tiempo, México, 2000.
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INSTITUTOS
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NOTAS
24) Obviamente podemos deixar de considerar que em muitos casos a “violência”
de que se acusa estes Estados é infinitamente menor do que a que exerce
diariamente contra eles o seu acusador, ou até a própria acusação é infundada.
25) Com efeito, após a catástrofe, o governo cubano ofereceu todo o auxílio em
pessoal médico que os Estados Unidos viessem a requerer para lidar com a crise.
A atitude poderá parecer paradoxal perante o recorde de “assistência” humanitária
que têm tido os governos norte-americanos para com a ilha, mas não é assim. O
governo cubano compreende que pelos crimes de uma elite política criminosa e
agressiva nos Estados Unidos, não há motivo para negar auxílio à população que
ela governa. Isto em poucas palavras chama-se coerência e decência política.
26) Além de não podermos esquecer o facto de que após um atentado como o
que nos ocupa, o lógico seria um recrudescimento das penúrias e das carências só
pela suspeita de participação.
27) A perfeição com que foi executado o atentado implicaria um prolongado e
complicado plano, assim como a disposição de recursos humanos e tecnológicos
que com dificuldade adquiriria um rogue state .
28) Embora oficialmente tanto o Mossad como a CIA sejam agências de
informação e/ou espionagem, em termos reais encaixam-se sem nenhum problema
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