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Erros inatos do metabolismo: entenda o que são

Veja quais as consequências dessas desordens genéticas para a saúde

Escrito por Ciro Martinhago

Genética Médica - CRM 102030/SP

Por Especialistas - Em 18/8/2017

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Erros inatos do metabolismo (EIM) são raras desordens genéticas (hereditárias) nas quais o corpo não
consegue transformar os alimentos em energia apropriadamente. Essas desordens são geralmente
causadas por defeitos em proteínas específicas (enzimas) que ajudam a metabolizar os alimentos.

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Um produto alimentar que não é sintetizado em energia pode se acumular no corpo e causar uma ampla
gama de sintomas. Vários erros inatos do metabolismo causam atrasos no desenvolvimento ou outros
problemas médicos, se não forem controlados.

Os erros inatos do metabolismo são considerados a causa das Doenças Metabólicas Hereditárias (DMH),
um grupo de doenças que representa cerca de 10% de todas as doenças genéticas.

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No entanto, ainda hoje, por serem casos individualmente raros e com manifestações clínicas
inespecíficas, é bastante comum que ocorra um diagnóstico tardio, o que acarreta uma demora no
tratamento que pode ser irreparável para a criança.

Por outro lado, o diagnóstico precoce e a intervenção clínica adequada podem são bastante benéficos
para uma boa evolução do paciente.

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Que doenças e quadros estão englobados nessa classificação?

Existem vários diferentes tipos de erros inatos do metabolismo. Tradicionalmente as doenças


metabólicas herdadas são classificadas como desordens do metabolismo de carboidratos, de proteínas,
de ácidos orgânicos ou doenças de armazenamento lisossômico. Nas últimas décadas, centenas de novas
desordens do metabolismo herdadas foram descobertas e as categorias proliferaram.

Algumas circunstâncias metabólicas são catalizadoras de quadros sintomáticos agudos nos pacientes de
erros inatos do metabolismo. Veja a seguir as desordens no metabolismo relacionadas aos principais
fatores desencadeantes:

Proteínas Frutose Desmame Galactose Glicerol Carboidratos Jejum, infecção, febre,


catabolismo Anestesia, Cirurgias Medicamentos

Defeitos do ciclo da ureia Intolerância à frutose Intolerância à frutose Galactosemia


Intolerância ao glicerol Deficiência de piruvato desidrogenase Aminoacidopatias
Acidentes tromboembólicos na homocistinúria Porfirias

Intolerância à proteína com lisinúria Deficiência de frutose 1,6-difosfatase Deficiência de frutose


1,6-difosfatase Defeitos da cadeia respiratória mitocondrial Defeitos da oxidação
dos ácidos graxos As doenças das colunas anteriores Deficiência de glicose-6-fosfato
desidrogenase
Síndrome do triplo H Defeitos do ciclo da ureia Hiperinsulinismo
Defeitos do ciclo da uréia

Doença da urina do xarope de bordo Intolerância à proteína com lisinúria


Defeitos da gliconeogênese

Acidemias orgânicas Síndrome do triplo H Defeitos da


glicogenólise (glicogenoses)

Hiperinsulismo Doença da urina do xarope de bordo

Acidemias orgânicas

Qual a incidência destes problemas?

A grande maioria dos erros inatos do metabolismo compõe-se de doenças que afetam o organismo
como um todo, o que geralmente envolve esforços de médicos de diferentes especialidades para que o
diagnóstico seja obtido. Os problemas manifestam-se em qualquer faixa etária.

Isoladamente, a incidência de uma doença metabólica é pequena, pois a herança é autossômica


recessiva, ou seja, precisa de dois genes iguais para se manifestar. O fato de terem o diagnóstico
subestimado também colabora essa baixa incidência oficial. A frequência dessas desordens metabólicas
é mais expressiva quando são analisados os 500 distúrbios mais conhecidos, o que dá uma proporção de
1 para cada 5 mil nascidos vivos.

No Brasil, a prevalência estimada de algumas doenças como a fenilcetonúria é de 1 caso para cada 12 a
15 mil nascidos. A "doença da urina de xarope de bordo" tem a prevalência de 1 para 43 mil nascidos e a
deficiência de biotinidase atinge 1 a cada 125 mil recém-nascidos vivos.

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Alguns erros inatos do metabolismo podem não ser nunca diagnosticados?

Os erros inatos do metabolismo individualmente são raros, mas coletivamente são comuns. Eles se
apresentam geralmente no período neonatal ou na infância, mas podem ocorrer a qualquer momento,
mesmo na idade adulta.
O diagnóstico de um erro inato do metabolismo é difícil e muitas vezes acontece por exclusão de outras
condições mais comuns. Por isso é importante que os médicos estejam alertas para incluir um EIM no
diagnóstico diferencial.

O diagnóstico não exige conhecimento extensivo de caminhos bioquímicos ou doenças metabólicas


individuais. Uma compreensão das principais manifestações clínicas de erros inatos do metabolismo
fornece a base para saber quando considerar o diagnóstico. Um alto índice de suspeita é o fator mais
importante na realização do diagnóstico clínico.

Muitos destes quadros se manifestam no nos recém-nascidos: letargia, convulsões, vômitos, hipotonia
ou distúrbios hidroeletrolíticos, entre outros sintomas. Os sinais de alerta para que o diagnóstico seja
feito variam bastante, pois os sinais e sintomas podem ser confundidos com outros problemas de saúde.
Muitas crianças morrem devido a um quadro destes, mas o óbito é atribuído a causas mais comuns.

O caráter transitório dos sintomas e sinais é outro fator que dificulta o diagnóstico dos erros inatos do
metabolismo. Alergias alimentares e situações de estresse são tratadas paliativamente, enquanto que o
quadro mais grave passa desapercebido.

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Em termos de suas manifestações clínicas, os casos são divididos geralmente em quatro grupos:

1) Grupo de pacientes que apresentam sintomas agudos logo após o nascimento;

2) Grupo de pacientes que apresentam sintomas agudos e muitas vezes recorrentes depois do período
pós-natal - geralmente dos 29 dias de vida até a vida adulta;

3) Grupo dos quadros clínicos específicos, com deterioração progressiva de um órgão ou sistema. Neste
grupo encontram-se as doenças degenerativas cerebrais, as hepatopatias progressivas, as síndromes
bem específicas como a homocistinúria, entre outras;
4) Grupo de pacientes que apresentam quadros crônicos que podem ser gerais e não específicos: retardo
mental por acúmulo de substâncias tóxicas, retardo do crescimento por evitar substâncias tóxicas na
alimentação.

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Como é feito o diagnóstico de erros inatos do metabolismo?

O diagnóstico de um erro inato do metabolismo começa pela essencial suspeita clínica, que se segue de
testes laboratoriais simples, como a triagem urinária, até a complexa dosagem enzimática e
investigações genéticas.

Muitos das doenças decorrentes dos erros inatos do metabolismo são agora detectáveis por testes de
rastreamento do recém-nascido. Este é um meio que vem sendo cada vez mais usado e que tem
resultado em tratamentos precoces com melhores resultados.

Existe uma tecnologia revolucionária, a cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa


(GC/MS), que torna possível testar um recém-nascido para mais de 100 desordens metabólicas
genéticas. Devido à multiplicidade de condições, muitos diferentes testes diagnósticos são usados para
fazer o screening genético. Um resultado anormal é geralmente confirmado por subsequentes "testes
definitivos" para que as suspeitas sejam confirmadas.

Entre os testes mais usados, e mais importantes, para diagnosticar erros inatos do metabolismo está a
triagem urinária. São testes simples e de baixo custo que investigam alterações do metabolismo de
aminoácidos, carboidratos, glicoaminoglicanos, ácidos orgânicos e das porfirinas, entre outros
parâmetros. Mas é a dosagem enzimática que dará o diagnóstico conclusivo, na maioria dos casos.

Além disso, em famílias que passam por processos de fertilização in vitro, os embriões são testados e
selecionados para não apresentarem essas doenças futuramente.
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Erros inatos do metabolismo podem ser tratados?

Pacientes com suspeita, ou que já tenham sido diagnosticados com conhecidos erros inatos do
metabolismo, precisam de tratamento de urgência para que o metabolismo se estabilize. Crianças
recém-nascidas com resultados positivos no rastreio para um erro metabólico congênito podem
requerer avaliação rápida, com testes confirmatórios, e início imediato de manejo específico da doença.

Entre as primeiras medidas de tratamento está a abstenção de alimentos que podem desencadear
sintomas (como o glúten, a lactose e alimentos não permitidos para as crianças portadoras de
fenilcetonúria, por exemplo).

O estímulo ao anabolismo, com soluções glicosadas ou mesmo o uso de hormônio de crescimento e


glicoinsulinoterapia, é também uma medida terapêutica imediata.

Coquetéis de vitaminas do grupo B e outras vitaminas e minerais de reposição também serão


necessários para o controle clínico dos sintomas, especialmente quando a criança apresenta convulsões.

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que-sao

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Manual ensina como tratar as doenças do metabolismo

Redação O Estado Do Paraná 25/04/2007 | 00:00 PUBLICIDADE

Um grupo composto por 27 especialistas de diversas áreas envolvidas com as doenças metabólicas,
entre elas genética, neurologia, pediatria, nutrição e biomedicina, desenvolveu o 1.º Protocolo Brasileiro
de Dietas para Erros Inatos do Metabolismo. A iniciativa tem por objetivo padronizar o tratamento das
principais doenças metabólicas hereditárias, aquelas disfunções no metabolismo que fazem o organismo
recusar certos alimentos, principalmente açucares e alguns tipos de proteínas. Até agora mais de 500
dessas doenças já foram identificadas.
Os erros inatos do metabolismo (EIM) são doenças causadas pela deficiência de certas enzimas no
organismo. A criança nasce com ela. Quando há falta dessas enzimas, o metabolismo, que é o conjunto
de reações químicas responsáveis pela produção de energia no corpo, fica prejudicado. Como efeito, a
criança tem um acúmulo de elementos tóxicos no organismo, predispondo-a a doenças. O diagnóstico de
algumas delas é feito pelo teste do pezinho básico, um exame obrigatório em todo o País, de acordo com
o Programa de Triagem Neonatal do governo federal.

O teste detecta as doenças de maior incidência, como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia
falciforme, hemoglobinopatias e fibrose cística. Outras doenças de menor incidência são detectadas
somente pelo teste ampliado, disponível apenas em hospitais particulares. De acordo com a
coordenadora do projeto, Ana Maria Martins, ainda não existia uma diretriz adequada para o diagnóstico
e tratamento dessas doenças. ?Estima-se que para cada 2,5 mil nascimentos, uma criança tenha o
problema?, ressalta.

A médica, no entanto, garante que há tratamento para grande parte das conseqüências do EIM. Alguns
se manifestam nas primeiras semanas ou meses de vida. Os sintomas principais são a recusa alimentar,
vômito, dificuldade para ganhar peso, atraso no desenvolvimento, crises convulsivas e problemas
respiratórios. ?Muitas doenças podem ser tratadas de maneira eficaz por meio de restrição de algum
componente da alimentação?, garante a especialista.

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O tratamento para essas doenças não é algo simples para os familiares. Muitas vezes, para se conseguir o
tratamento o caminho contempla o recurso de liminares judiciais que obriguem o governo a fornecer o
medicamento aos portadores. Com a divulgação do protocolo, entre os profissionais de saúde e as
instituições que abrigam portadores dessas doenças e seus familiares, a Sociedade Brasileira de Genética
Clínica, uma das apoiadoras do estudo, espera que as doenças do metabolismo sejam mais prontamente
reconhecidas, fazendo com que os tratamentos surtam ainda mais efeitos positivos.

Diretrizes básicas

O Protocolo Brasileiro de Erros Inatos é na verdade um manual de instruções básicas para que
profissionais da área médica identifiquem sem demora algum tipo de erro inato, o maior desafio para se
promover o tratamento adequado. ?O livro, com linguagem simples e tabelas de fácil consulta, vai ser
distribuído para os serviços de saúde que estudam e tratam essas doenças?, garante a coordenadora do
projeto, Ana Maria Martins.

Neste primeiro protocolo, as diretrizes de cada tratamento podem ser encontradas nos capítulos
relativos a cada doença. No documento pode-se perceber que existem tratamentos que podem reverter
o quadro inicial ou evitar a progressão da doença. ?Invariavelmente, envolvem desde a modificação da
dieta do paciente até a reposição da enzima deficiente?, esclarece Ana Maria, salientando que, para que
isso aconteça, o diagnóstico da doença precisa ser o mais precoce possível, já que a progressão da
doença pode levar ao óbito em poucas semanas. ?Em muitos casos, a falta de tratamento pode provocar
problemas em vários órgãos ou causar retardo mental?, adverte.

Nosso jornalista participou do lançamento do protocolo a convite da Sociedade Brasileira de Genética


Clínica.

Principais sintomas de erro inato do metabolismo

* Hipoglicemia

* Vômitos, intolerância alimentar

* Insuficiência hepática

* Odor anormal na pele e na urina

* Convulsões

* Sinais de intoxicação

* Regressão neurológica
* Acidose lática

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https://www.google.com/amp/s/www.tribunapr.com.br/arquivo/vida-saude/manual-ensina-como-
tratar-as-doencas-do-metabolismo/amp/

---------------

A recente utilização da espectrometria de massas em tandem nos testes de triagem neonatal tem
tornado possível o diagnóstico présintomático de muitos Erros Inatos do Metabolismo (EIM), diminuindo
assim a ocorrência de dano neurológico ao paciente, muitas vezes está associada ao tempo e ao período
de exposição ao metabólito tóxico.
A intervenção adequada e imediata após o diagnóstico é, em muitos casos, determinante fundamental
para definir o prognóstico desses pacientes.

Os EIM embora tidos como raros, são na verdade, pouco conhecidos e pouco diagnosticados, e
compreendem mais de 700 distúrbios, a maioria deles relacionados à síntese, degradação, transporte e
armazenamento de moléculas no organismo.

BerçárioOs EIM são relativamente frequentes em seu conjunto, apresentando uma incidência cumulativa
estimada em 1:1000 recém-nascidos vivos. A incidência e a frequência de doenças individuais variam
baseadas na composição racial e étnica da população e nos níveis de investigação dos programas de
triagem neonatal disponíveis.

Estes distúrbios hereditários são transmitidos, em sua maioria, de forma autossômica recessiva. As
alterações ocorrem ao nível molecular, causando ausência de síntese de uma enzima, síntese de enzima
com atividade deficiente, que pode ser de diversos graus, ou ainda a destruição exagerada de uma
enzima normalmente sintetizada levando ao bloqueio de diversas vias metabólicas. Esse bloqueio, além
de induzir o acúmulo de substâncias tóxicas e/ou falta de substâncias essenciais, pode gerar problemas
no desenvolvimento físico e mental dos pacientes.

Formas leves, moderadas ou graves de uma mesma doença caracterizam a grande variabilidade clínica
dos EIM e a deficiência de diferentes enzimas determinantes de um mesmo quadro clínico caracteriza a
sua heterogeneidade genética.

O diagnóstico definitivo de um EIM depende principalmente da suspeita clínica.

Adequada solicitação e realização de exames complementares é importante para que se possa


estabelecer um tratamento específico e permitir o aconselhamento genético dos casais em risco.
SINAIS E SINTOMAS

Os EIM podem se apresentar em qualquer faixa etária, desde a vida fetal até a idade adulta, com
predomínio entre o período neonatal e os 10 anos de idade.

Antes do nascimento, o feto está relativamente protegido dos malefícios de uma doença metabólica em
virtude da função da placenta materna tanto para o fornecimento de nutrientes quanto para a filtragem
de metabólitos tóxicos. Por isso, muitas doenças metabólicas se apresentam nos primeiros dias de vida
após o nascimento, pois o bebê não pode mais se beneficiar da ajuda fisiológica da mãe para compensar
suas deficiências.

No início, os sinais e sintomas das doenças podem ser sutis e dependendo do grau de deficiência
metabólica vão se tornando cada vez mais aparentes e difíceis de tratar.

Deve-se suspeitar de EIM sempre que o paciente apresentar história de irmãos falecidos no período
neonatal sem diagnóstico etiológico, membros da família com sintomas clínicos não esclarecidos e a
existência de consanguinidade.

Na história patológica pregressa do paciente pode haver relato de vômitos crônicos ou anorexia
persistente acompanhados de um baixo desenvolvimento pondero-estatural, hipotonia, atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor e recusa por determinados alimentos, principalmente proteínas.
Também é preciso estar atento aos sintomas desencadeados por infecções, jejum prolongado, vômitos,
ingestão de alimentos tóxicos ou exercício intenso.

Avaliação médica

No período neonatal, os EIM podem se apresentar como sintomas neurológicos, alimentares e


respiratórios, tais como: hipotonia, letargia, coma, convulsões, diarréia, vômitos, icterícia,
hepatomegalia, falência hepática, hipoglicemia, cardiomiopatia, arritmia, hiperamonemia, acidose
metabólica e outros. Cerca de 1/3 dos casos neste período podem apresentar intervalos assintomáticos
ou uma apresentação tardia (após o período neonatal até a fase adulta).
Episódios recorrentes de coma, ataxia e vômitos com letargia são as formas mais frequentes de
apresentação tardia. Outras formas menos comuns são as manifestações cardíacas com arritmia ou
falência cardíaca, dores abdominais recorrentes, intolerância ao exercício além de sintomas psiquiátricos
de início agudo e recorrente.

O quadro clínico nas emergências é em geral inespecífico e lembra uma septicemia ou intoxicação
exógena. Por sua vez, o diagnóstico de infecção não exclui necessariamente o de um EIM, pois em alguns
casos há redução das defesas celulares levando a concomitância de quadros infecciosos. Os erros inatos
do metabolismo não podem ser vistos apenas como diagnóstico diferencial, mas também como
coadjuvante de um episódio agudo de relativa intensidade.

Qualquer situação que provoque o desequilíbrio da homeostase do organismo pode fazer aparecer os
sinais e sintomas de um erro inato do metabolismo.

A maioria dos sinais e sintomas que acompanham os EIM é comum a outras doenças mais frequentes,
dificultando o correto diagnóstico.

Por não haver sintomas clínicos característicos de determinados EIM é imprescindível a associação
destes com a história familiar, a história patológica pregressa, os fatores desencadeantes e as análises
laboratoriais, para que se estabeleça um diagnóstico.

MORTALIDADE / MORBIDADE

A mortalidade pode ser muito elevada para certos erros inatos do metabolismo, particularmente aqueles
que se apresentam no período neonatal, embora a apresentação inicial do EIM, mesmo na fase adulta
possa resultar em morte.

O tratamento imediato da descompensação aguda pode salvar vidas e é fundamental para evitar ou
minimizar sequelas.
https://dle.com.br/biologia-molecular-genetica-humana/eim-e-outras-doencas-geneticas/43-erros-
inatos-do-metabolismo

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Artigo de Revisão

Erros inatos do metabolismo no período neonatal: abordagem diagnóstica

Rubens Feferbaum

Doutor em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Médico
encarregado da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Instituto da Criança do Hospital das
Clínicas (IC-HC-FMUSP). Membro da Comissão de Suporte Nutricional do IC-HC-FMUSP.

Maria Esther Jurfest Rivero Ceccon

Doutora em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Médica
assistente da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas
(IC-HC- FMUSP).

Edna Maria Albuquerque Diniz

Professora livre-docente em Neonatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo


(FMUSP). Médica chefe da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Instituto da Criança do Hospital
das Clínicas (IC-HC-FMUSP).

Introdução

O diagnóstico clínico dos erros inatos do metabolismo (EIM) no período neonatal é importante e deve
ser levado em conta sempre que se está diante de um recém-nascido (RN) com estado geral
comprometido para o qual não há explicação convincente.

No entanto, em que pese sua importância em Pediatria, especialmente em Neonatologia, a imensa


maioria dos EIM não é incluída nos sistemas de "screening" no período neonatal. Torna-se crucial,
portanto, o diagnóstico clínico dos EIM, difícil em função da semelhança com quadros de doenças mais
comuns (por exemplo: sepse, síndrome colestática) e das dificuldades laboratoriais para o seu
diagnóstico(2,6,7).

A consideração diagnóstica precoce dos EIM é crítica para o prognóstico das doenças para as quais existe
tratamento disponível, embora o diagnóstico pré-natal efetuado por técnica de amniocentese (14ª e 16ª
semanas de gestação) e biópsia de vilo corial (11ª semana de gestação) tenha adquirido extraordinário
desenvolvimento nos últimos anos, permitindo o diagnóstico intra-útero de diversos EIM(3,5).

Assim, é objetivo deste capítulo elaborar, de forma simplificada, alguns roteiros diagnósticos que possam
auxiliar o neonatologista na detecção dos principais EIM que podem ocorrer durante o período neonatal.

1. Pesquisa para erros inatos do metabolismo(1,6,7)

Indicações clínicas:

- História de óbitos inexplicados durante o período neonatal em uma mesma família;

- Sinais e sintomas de icterícia, hepatomegalia, perda de peso, recusa alimentar, letargia, coma,
convulsões, diarréia, desidratação, não claramente explicados, cor e odor urinários anormais ou fácies
estranho;

- Recém-nascidos que evolutivamente apresentam os sinais e sintomas referidos nas condições citadas;

- Falta de resposta a terapêutica adequada dos sintomas e sinais referidos;

- Presença de hipoglicemia não claramente explicada, acidose metabólica, hiperamoniemia ou


substâncias redutoras e acetona na urina;

- Melhora dos sinais e sintomas quando realizada exsanguíneo-transfusão ou diálise peritoneal.


2. Principais diagnósticos diferenciais(2,6,7)

Variam com o tipo de EIM em pauta. Podem ser citados:

- Infecções congênitas ou adquiridas;

- Síndrome colestática do recém-nascido/lactente;

- Síndromes neurológicas progressivas.

3. Considerações de "tipos clínicos" de apresentação dos erros inatos do metabolismo

Alguns autores(6) ressaltam a importância de se reconhecer pelo menos três formas de apresentação
clínica.

Na primeira, em um RN aparentemente sem problemas aparecem vômitos, irritabilidade e depressão de


consciência, que pode evoluir para coma, após dias ou semanas em que o RN se alimentou de modo
normal ou quase normal. O aparecimento dos sintomas, deste tipo, deve-se ao acúmulo de metabólitos
"tóxicos" para esse paciente. O exemplo típico desta apresentação é a leucinose (doença do xarope de
bordo), bem como as doenças do ciclo da uréia e as acidemias orgânicas.

Um segundo tipo de forma clínica mostra comprometimento neurológico logo após o nascimento, com
evolução gradual para depressão e coma. Este tipo corresponde não a uma "intoxicação" por
metabólitos acumulados em razão do EIM, mas a uma "deficiência energética", e são exemplos a
acidemia láctica congênita primária, a hiperglicinemia não cetótica, os distúrbios da beta-oxidação
mitocondrial de ácidos graxos e a deficiência de co-fator de molibdênio.

A terceira apresentação clínica é representada predominantemente por hipoglicemia e alterações da


função hepática. Nesses casos, deve-se ter em mente especialmente os erros inatos do metabolismo dos
hidratos de carbono, a glicogenose tipo I de Cori, sendo um exemplo importante.

4. Sintomas clínicos e achados laboratoriais nos erros inatos do metabolismo(1,3,5)

4.1. Diarréia e/ou vômitos

Galactosemia, intolerância hereditária a frutose, leucinose, acidemias orgânicas, síndromes com


aumento de amônia, síndrome adrenogenital.

4.2. Hepatomegalia

Distúrbios metabólicos dos hidratos de carbono.

4.3. Acidose metabólica-cetose-hipoglicemia


Intolerância hereditária a frutose.

Doenças de depósito de glicogênio, leucinose.

Acidemias orgânicas.

4.4. Amônia elevada

Distúrbios do ciclo da uréia (deficiência de arginossuccinato-sintetase, ornitina, transcarbamoil-fosfato-


sintetase).

Acidemias orgânicas.

Distúrbios do transporte de lisina.

4.5. Icterícia com aumento de bilirrubina indireta

Deficiência de glicose 6 fosfato desidrogenase, piruvatoquinase e outras eritroenzimopatias.

Doenças de Gilbert e de Crigler-Najjar.


4.6. Icterícia com aumento de bilirrubina direta

Doenças de Rotor e de Dubin Johnson.

Galactosemia, intolerância hereditária a frutose.

Deficiência de alfa-1-antitripsina.

4.7. Odor anormal da urina

Erro inato do metabolismo Odor na urina

Leucinose açúcar queimado

(xarope de bordo)

- molho "Maggi"

Fenilcetonúria urina de rato

Acidemia glutárica pés suados


Acidemia isovalérica pés suados

Má absorção de metionina aipo seco -

casa abandonada

Deficiência múltipla de carboxilase urina de gato

5. Pesquisa laboratorial

a. Geral

- Hemograma completo, culturas e sorologias para excluir infecções adquiridas ou congênitas.

- Eletrólitos no sangue e na urina para excluir possíveis alterações que possam explicar os sintomas
encontrados no paciente.

- Glicemia.

- Dosagem de amônia plasmática.

- Uréia e creatinina.

- Gasometria.
- "Ânion Gap".

- Bilirrubinas totais e frações, se houver icterícia.

- Fundo de olho.

b. "Screning" urinário (necessariamente com alimentação normal)

- Substâncias redutoras na urina.

- Cetonas na urina (Acetest, Cetostix).

- Sedimento urinário: podem ser encontrados cristais específicos devido à cistina, tirosina, xantina, ácido
orótico.

c. Exames específicos

- Amônia sérica- lactato-Ânion Gap.

- Cromatrografia de açúcares, após a detecção de substâncias redutoras na urina.


- Cromatografia de aminoácidos (plasma e urina).

- Dosagem enzimática específica do metabólito acumulado por déficit enzimático, uma vez orientado
pelos exames já citados.

- Os principais achados clínicos e laboratoriais encontrados nos erros inatos do metabolismo estão
resumidos no Quadro 1.

d. Testes urinários úteis no diagnóstico dos erros inatos do metabolismo

Clinitest

1. Misture cinco gotas de urina e dez gotas de água em um tubo de ensaio limpo. Adicione uma pastilha,
15 segundos após o final da reação agite suavemente o tubo de ensaio.

2. Compare a cor com a tabela acompanhante: o teste negativo dá uma cor azul. Cores marrom, verde,
amarela ou vermelha podem indicar a presença de carboidratos redutores (por exemplo: glicose,
galactose), aminoácidos ou uma variedade de drogas exógenas.

Acetest
1. Coloque uma pastilha em um papel de filtro branco limpo. Aplique uma gota de urina, aguarde 30
segundos.

2. O teste é positivo quando a pastilha se torna púrpura. O resultado é codificado como pequena,
moderada ou grande quantidade de cetonas, através da comparação com uma tabela de cores.

Cetostix

1. Mergulhe a fita reativa na urina.

2. Compare com a tabela de cores no frasco.

Dinitrofenil-hidrazina

1. Misture dez gotas do reagente (solução refrigerada de 100 mg de 2,4 dinitrofenil-hidrazina em 100 ml
de HCL 2N) com l ml de urina.

2. Precipitados amarelo-esbranquinçados indicam a presença de cetoácidos. Esse teste é usualmente


fortemente positivo na doença da urina em xarope de bordo, embora também possa ser positivo nas
doenças de armazenamento de glicogênio, deficiência de frutose-1,6 difosfatase, acidemias orgânicas,
fenilcetonúria ou tirosinemia.
e. Reativos utilizados para provas de triagem diagnóstica

- Cloreto férrico (Phenistix): PKU (verde), tirosinemia 2,4 dinitrofenil-hidrazina (verde), leucinose (cinza-
verde), histidemia (azul).

- Cianeto-prussiato: homocistinúria, cistinúria.

- Nitrosinaftol: tirosinuria.

- Ninhidrina: aminoacidúria geral.

- Millon: tirosinúria, cistinose, galactosemia.

- Obermayer: indolúria.

- Erlich: urobilinogênio.

6. Algoritmos para abordagem diagnóstica do recém-nascido com suspeita de erro inato do


metabolismo(5)

Fórmulas para erros inatos do metabolismo

Atualmente dispomos em nosso meio de fórmulas especiais para crianças com erros inatos do
metabolismo. Estes alimentos são nutricionalmente incompletos não podendo ser utilizados por
lactentes e crianças normais (Tabela 1). As crianças que deles fazem uso necessitam avaliações
nutricionais frequentes, pois mesmo desenhados com formulações doença específica frequentemente
não suprem as necessidades de crescimento da criança.

Bibliografia

1. Diament, A.- Erros Inatos do Metabolismo: Generalidades e Mecanismos In: Lefevre-Diament-Cipel


(eds.) Neurologia infantil, 2a ed. Rio de Janeiro, São Paulo, Atheneu, p. 397-418, 1989.

2. Feferbaum, R.; Diament, A.J.; Ramos, J.L.A.- Considerações sobre os Erros Inatos do Metabolismo em
recém-nascidos. In: Vaz, F.A.C. ( Coord). Problemas Neurológicos do Recém-Nascido. São Paulo, Sarvier,
p. 99-149, 1985.

3. Gomella,T.L.; Cunningham, M.D. Erros Inatos do Metabolismo com apresentação neonatal aguns. In:
Gomella; Cunningham. Neonatologia - manejo básico - plantão - doenças e drogas. Porto alegre, Artes
Médicas, p. 274-282, 1990.

4. Oba, J; Feferbaum, R. Atualização das Fórmulas e dietas enterais em pediatria. Rev. Paul. Pediatr. 17:
141-145, 1999.

5. Rezvani, I.; Auerbach, V.H. Metabolic Diseases. In: Behrman, R.E. (Ed.) Nelson textbook of Pediatrics.
14th ed. W.B. Saunders, p. 305-409, 1992.

6. Seashore, M.R.; Rinaldo, P. Metabolic Disease of the Neonate and Young Infant. Sem. Perinatol. 17:
318-329, 1993.
7. Silverman, G.A.; Cloherty, J.P.; Levy, H.; Korson, M.S - In born Errors of Metabolism. In: Cloherty, J.P.;
Stark, A.R. (eds.): Manual of Neonatal Care. 4a ed. Poston, Little, Brown and Company, p.564-579.

http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=249

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Os erros inatos do metabolismo e a genética

Vamos agora, fazer uma rápida descrição de duas importantes doenças relacionadas à ação de genes
“defeituosos”.

Fenilcetonúria

A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética devida a ação de um gene recessivo que se manifesta em
homozigose, que afeta aproximadamente 1 em cada 12.000 recém-nascidos no Brasil. As pessoas com
essa anomalia são incapazes de produzir uma enzima que atua na conversão de um aminoácido
fenilalanina no aminoácido tirosina. Sem essa conversão a fenilalanina acumula-se no sangue e é
convertida em substância tóxica que provoca lesões no sistema nervoso, culminando com retardo
mental do portador. Uma dessas substâncias é o ácido fenilpirúvico, excretado pela urina, que explica o
nome dado a doença. Uma criança recém-nascida, homozigota recessiva para PKU, tem início de vida
saudável, uma vez que as enzimas produzidas pela mãe foram transferidas pela placenta, livrando-a do
problema. No entanto, à medida que os dias passam, a enzima acaba e a fenilalanina vai se acumulando.

Na década de 1950, forma desenvolvidos testes bioquímicos para prevenir os sintomas da doença. Um
simples exame de sangue (teste do pezinho) pode revelar a presença de excesso de fenilalanina.
Reconhecida a existência da doença, as crianças passam a receber alimentação pobre em fenilalanina
(lembre-se que a fenilalanina é importante no metabolismo de construção, uma vez que parte da
estrutura de muitas proteínas). Crianças assim tratadas chegam à vida adulta normalmente e, mesmo
que nessa fase se alimentem de substâncias contendo fenilalanina, já não haverá riscos, uma vez que o
desenvolvimento do sistema nervoso já está finalizado.

Galactosemia
A Galactosemia é uma doença metabólica rara, de fundo genético. A deficiência de uma enzima do
metabolismo da galactose não permite que esta seja transformada em glicose, principal fonte de energia
do organismo. O acúmulo da galactose ou de seus metabólitos é a causa dos danos nos rins, fígado,
cérebro e olhos ou até mesmo a morte em casos mais graves.

A doença pode se manifestar em crianças e neonatos com a deficiência metabólica assim que a galactose
é introduzida na dieta via leite materno, leites em geral, queijos e derivados. Os sinais da doença são
normalmente vômitos, aumento do fígado, pigmentação amarelada da criança, entre outros.

Os danos causados pela galactosemia podem ser menores se a doença for diagnosticada precocemente.
Por isso, em muitos centros médicos a investigação da galactosemia já está sendo incluída no chamado
"teste do pezinho" (ou triagem neonatal), uma medida simples que pode melhorar muito o prognóstico
da doença.

O tratamento é a base de dieta severa sem galactose e sem lactose, desde o período neonatal até, na
maioria dos casos, o resto da vida com monitoramento constante através da dosagem do nível de
galactose e seus metabólitos nas hemácias. Com o tratamento severo desde o período neonatal, os
danos que podem ter ocorrido pré-diagnóstico no fígado, serão sanados, mas a incidência de
complicações ovarianas, de linguagem e fala, coordenação motora e aprendizado são altas a longo prazo.

Como referenciar: "Erros inatos do metabolismo e a genética" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da


Informação, 2008-2019. Consultado em 21/03/2019 às 07:06. Disponível na Internet em
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Gen

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Distúrbios do metabolismo dos aminoácidos

Por Lee M. Sanders, MD, MPH, Associate Professor of Pediatrics, Stanford University

Os aminoácidos são os componentes básicos das proteínas e cumprem diversas funções no organismo.
Distúrbios hereditários do processamento dos aminoácidos podem resultar de defeitos na decomposição
dos aminoácidos ou na capacidade do corpo de levar os aminoácidos para as células. Visto que esses
distúrbios causam sintomas em idade precoce, os recém-nascidos são rotineiramente examinados para
se detectar vários distúrbios frequentes. Nos Estados Unidos, os recém-nascidos são comumente
examinados para se detectar fenilcetonúria, doença urinária do xarope de bordo, homocistinúria,
tirosinemia e diversas outras doenças hereditárias, embora os exames variem de um estado para o
outro.

FENILCETONÚRIA (PKU)

DOENÇA URINÁRIA DO XAROPE DE BORDO

HOMOCISTINÚRIA

TIROSINEMIA

Distúrbios metabólicos hereditários

Considerações gerais sobre os distúrbios metabólicos hereditários

Distúrbios do metabolismo dos carboidratos

Distúrbios do metabolismo dos aminoácidos

Distúrbios do metabolismo dos lipídios

Distúrbios do metabolismo dos carboidratos Distúrbios do metabolismo dos lipídios

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