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INTRODUÇÃO
O ser humano é, ao mesmo tempo, corporal e espiritual. É
matéria e espírito. Sua percepção, pois, das realidades espirituais
depende de imagens e de símbolos, e sua comunicação só é
plenamente objetiva na linha de comunhão. Em todas as civilizações e
culturas e em todos os momentos da história, esse dado antropológico
é registrado, sem discussões. O homem percebe as coisas pela
linguagem própria, viva e silenciosa das coisas e se situa - ele próprio
- no mundo do mistério. Tendo consciência de sua realidade
transcendente, o homem busca, pois, a comunhão no mistério, que se
dá sobretudo na linguagem silenciosa dos símbolos.
De fato, os símbolos nos mostram, em sua visibilidade, uma
realidade que os transcende, invisível. Falam sempre a linguagem do
mistério, apontando para além deles próprios. Por aqui pode-se
perceber o quanto é útil e necessária na liturgia esta linguagem
misteriosa dos símbolos, e eles não têm, como objetivo, explicar o
mistério que se celebra, pois o mistério é para ser vivido, mais
portanto que ser explicado. A finalidade dos símbolos é adornar, na
linguagem simples das coisas criadas, a expressão profunda do
mistério, que é invisível.
Todo símbolo litúrgico deve, pois, mergulhar-nos na
grandeza do mistério, sem reduzir este, e sem banalizá-lo, e, como
símbolo, deve ser simples, como simples é toda a criação visível. Sua
principal função, sobretudo na liturgia, é, pois, comunicar-nos aquela
verdade inefável, que brota do mistério de Deus e que, portanto, não
se pode comunicar com palavras.
Na participação litúrgica devemos passar da visibilidade do
símbolo, isto é, de seu sentido imediato, de significante, para a sua
dimensão mistérica, invisível, atingindo o significado, que é o objetivo
final de toda realidade simbólica. Se o símbolo não nos leva a essa
passagem para um nível superior de crescimento espiritual, ou ele já
não tem mais força expressiva, simbólica, ou somos nós que falhamos
na nossa maneira de participar da liturgia. Um exemplo de perda de
significação simbólica, podemos citar a batina dos padres, ou o uso do
véu na igreja pelas mulheres. Insistir, em nossa cultura, no uso de tais
símbolos litúrgicos, seria forçar uma prática já inexpressiva e que até
causaria espanto em muitas cabeças, para não dizer em toda a
assembléia.
Na liturgia - saibamos - tudo, pois, é simbólico. E a liturgia é
descrita como ação simbólica, no sentido mais pleno. Desde a
assembléia reunida até a pequenina chama da vela que arde, tudo é
expressão simbólica, que nos remete ao abismo do mistério de Deus.
Na compreensão desse dado litúrgico está a beleza de todo ato
celebrativo, e de sua consciência brota já a alegria pascal, como
antecipação sacramental das alegrias futuras, definitivas e eternas.
Vejamos então algumas noções dos símbolos e procuremos
descobrir sua ministerialidade na liturgia.
ALFAIAS
01 - ALFAIAS LITÚRGICAS - Nome que se dá ao conjunto
dos objetos litúrgicos usados nas celebrações. Deve-se também
considerar aqui a Arte Sacra, que se estende, por sua vez, a tudo o
que diz respeito ao culto e ao uso sagrado. "Com especial zelo a
Igreja cuidou que as sagradas alfaias servissem digna e belamente ao
decoro do culto, admitindo aquelas mudanças ou na matéria, ou na
forma, ou na ornamentação que o progresso da técnica da arte trouxe
no decorrer dos tempos" (SC 122c). Aqui, pode-se ver como a reforma
conciliar do Vaticano II se preocupa com a dignidade das coisas
sagradas. Templo, altar, sacrário, imagens, livros litúrgicos, vestes e
paramentos, e todos os objetos devem, pois, manifestar a dignidade
do culto, que, como expressão viva de fé, identifica-se com a natureza
de Deus, a quem o povo, congregado pelo Filho e na luz do Espírito
Santo, adora "em espírito e verdade" (Cf. Jo 4,23-24).
LIVROS LITÚRGICOS
02 - MISSAL - Livro usado pelo sacerdote na celebração eucarística.
03 - LECIONÁRIO - Livro que contém as leituras para a celebração.
São três:
I - Lecionário dominical - Contém as leituras
dos domingos e de algumas solenidades e
festas.
II - Lecionário semanal - Contém as leituras
dos dias de semana. A primeira leitura e o
salmo responsorial estão classificados por ano
par e ímpar. O evangelho é sempre o mesmo
para os dois anos.
III - Lecionário santoral - Contém as leituras
para as celebrações dos santos. Nele também
constam as leituras para uso na administração
de sacramentos e para diversas circunstâncias.
ESPAÇO CELEBRATIVO
05 - ALTAR - Mesa fixa, podendo também ser móvel, destinada à
celebração eucarística. É o espaço mais importante da Igreja. Lugar
onde se renova o sacrifício redentor de Cristo.
OBJETOS LITÚRGICOS
12 - CORPORAL - Tecido em forma quadrangular sobre o qual se
coloca o cálice com o vinho e a patena com o pão.
OUTROS SÍMBOLOS
38 - IHS - Iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que
significam: Jesus Salvador dos homens. Empregam-se sempre em
paramentos litúrgicos, em portas de sacrário e nas hóstias.
VESTES LITÚRGICAS
Vestes usadas pelos ministros ordenados. São elas:
43 - ALVA - Túnica longa, de cor branca.
CORES LITÚRGICAS
As cores dizem respeito à toalha do altar e do ambão e às vestes
litúrgicas. São elas:
POSIÇÕES CORPORAIS
Na liturgia toda a pessoa é chamada a participar. Sentido, corpo,
espírito. Assim, os gestos corporais são também vivamente litúrgicos.
E como no corpo humano cada membro tem uma função própria, a
serviço, porém, de todo o corpo, assim, na liturgia, cada gesto do
corpo recebe um simbolismo próprio, a serviço de todo o ato
celebrativo. Assim, temos: