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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Escola de Engenharia

DELT - Departamento de Engenharia Eletrônica

Laboratório de Eletrônica

ENGENHARIA MECÂNICA

Elaborado por: Profa. Carmen Dea Moraes Pataro, Dra.


Colaborador: Prof. Wanderson Ferreira de Souza, Msc.

Belo Horizonte, 03 de Agosto de 2006


1 Experiência I - Equipamentos

1.1 Introdução

Aprender a trabalhar com os equipamentos vistos a seguir é fundamental para aqueles que estudam
eletrônica. Como estes equipamentos já foram vistos em outra disciplina, será feita uma breve revisão
de seu funcionamento. Antes de trabalhar com os aparelhos, é importante ter em mente os seguintes
conceitos:

Valor de pico de uma onda: Máximo que a onda atinge, a partir da referência. Chamado também valor
máximo, Vp ou Vm .

Valor pico a pico: do pico inferior (negativo) ao superior (positivo).

Amplitude
Apico
Pico
a
pico Tempo
-Apico
T
Período
Figura 1: Representação de uma forma de onda

Valor eficaz: (RMS - Root Mean Square - Raiz Média Quadrática). É definido como o valor CC
(Corrente Contı́nua) que produz a mesma potência. É este o valor mostrado por um voltı́metro (ou um
amperı́metro) ligado a um circuito com corrente alternada (embora existam aparelhos também capaci-
tados para detectar outros valores, como pico, por exemplo). Sempre que alguém se referir as correntes
alternadas, e não especificar se é valor máximo, valor pico a pico, etc., trata-se do valor eficaz. Para a
onda senoidal:

VRM S = 0, 707VP

Valor médio: valor de CC. É este o valor mostrado por um voltı́metro (ou um amperı́metro) ligado a um
circuito com corrente contı́nua. Sempre que alguém se referir as correntes contı́nuas, e não especificar se
é valor máximo, valor de pico, ondulação, etc., trata-se do valor médio, ou valor CC.

Perı́odo: O perı́odo T de uma onda é o tempo entre pontos equivalentes (pico a pico ou vale a vale).

Freqüência: É o inverso do perı́odo.

1.2 Os instrumentos do laboratório

1. Multı́metro.

2
a - Relacionar as funções que ele pode medir.
b - Examinar os valores de fundo de escala das funções.

2. Gerador de Sinais.

a - Examinar as funções que ele pode gerar.


b - Verificar os controles de freqüência e amplitude.

Os geradores de sinais, geralmente possuem um ajuste de ”off-set”. Trata-se de um controle que é


capaz de introduzir uma tensão contı́nua juntamente com a tensão que ele estiver fornecendo. Pode
ser negativa ou positiva. Como esta tensão contı́nua se soma, é possı́vel se obter um valor médio
diferente de zero para ondas alternadas.
3. Osciloscópio.

a - Observar o equipamento e verificar o funcionamento dos controles de amplitude e freqüência


para os dois canais.
b - Verificar o funcionamento do controle CA, CC e GND. Esta chave, quando está em CA, faz
com que as componentes contı́nuas não apareçam no osciloscópio. Quando estiver em CC, além
das alternadas, aparecem também as contı́nuas. Desta forma é possı́vel medirmos os valores
contı́nuos, atuando-se neste controle.
Ex.: Seja uma tensão senoidal, vista na Figura 2, mostrando a forma de onda com a chave em
CC (DC ) e em CA (AC ). A diferença entre as duas é o valor contı́nuo.

Vsaída Chave
em DC

Valor da
componente
contínua
Tempo
Chave
em AC
Figura 2: Identificando a componente contı́nua

Exemplo de medição de componente CC empregando-se as chaves AC/DC do osciloscópio.


c - Aplicar um sinal de 1 kHz no canal 1 do osciloscópio, verificar, medindo pelo osciloscópio,
freqüência e amplitude.
d - Atuar na chave CA/CC, até que não exista deslocamento da onda ao se mudar de uma chave
para outra. Calcular o valor eficaz da tensão aplicada. Medir este valor, empregando um
voltı́metro. Qual o valor médio desta onda?
e - Atuar no ”off-set” do gerador de sinais, deslocando a onda (introduzindo uma tensão contı́nua).
Com o osciloscópio, medir o valor DC. Conferir, medindo o mesmo valor, empregando-se um
voltı́metro.

3
2 Experiência II - Retificador de meia onda

2.1 Montar o retificador de meia onda abaixo

Vi RL Vo

Figura 3: Retificador de meia onda

a - Esboçar as formas de onda Vi e Vo .


b - Medir o componente contı́nuo de Vo (empregando um voltı́metro e o osciloscópio). Calcular Vo e
verificar que os 3 valores são iguais.
c - Medir a TPI.
d - Medir a corrente média na carga (introduzir um amperı́metro em série com ela)
e - Introduzir o capacitor que está sobre a bancada, em paralelo com a carga.
f - Verificar a forma da tensão na saı́da.
g - Verificar a TPI.
h - Introduzir um resistor de 10 Ω em série com o diodo e observar, com o osciloscópio, a forma de onda
nele (esta é a forma da onda de corrente no diodo).
i - Retirar o resistor e introduzir um amperı́metro em seu lugar. O que aconteceu com a corrente média
no diodo, em relação ao circuito sem capacitor?

2.2 Montar o retificador em ponte abaixo

D4 D1

Vi

D3 D2 RL Vo

Figura 4: Retificador em ponte

Esboçar as formas de onda Vi e Vo . Medir o componente contı́nuo de Vo . Medir a TPI . Introduzir o


capacitor que está sobre a bancada na saı́da do retificador. Esboçar a forma de onda da tensão na saı́da.
Medir a saı́da VCC , empregando o osciloscópio e o multı́metro. Qual o valor da corrente em cada diodo?

4
3 Experiência III - O transistor como chave

Para o transistor funcionar como chave, é preciso garantir que ele trabalhe na região de corte ou na
saturação. Para saturar (dado prático) sendo transistores de Si , de pequeno sinal, deve-se fazer Ib =10 %
de Ic (saturação).

3.1 Para o circuito abaixo:

RC
RB1
D

15 V

RB2

Figura 5: Transistor como chave

a - Calcular o valor do resistor Rc para se ter uma corrente de coletor de 20 mA com o transistor
saturado. (Considere a queda de tensão no LED igual a 2 V e o transistor de pequeno sinal).

b - Calcular o valor do resistor de base, para levar o transistor à saturação.

c - Montar o circuito, verificar o que ocorreu e explicar.

d - Desconectar Rb do circuito, verificar o ocorrido e explicar.

e - Recolocar Rb . Com o osciloscópio, medir VCE e verificar a saturação.

f - Medir Ic e Ib .

3.2 Empregando-se fotoresistor LDR (Light Direct Resistor):

LDR iluminado: baixa resistência

LDR no escuro: alta resistência

5
3.3 Montar os circuitos a seguir, cobrir o LDR e explicar o ocorrido

RC= 680 W RC= 680 W


RB = 2,7 kW RB = 2,7 kW

PB = 10 kW
D D
LDR

15 V 15 V

LDR

Figura 6: Polarização emissor comum Figura 7: Polarização universal

3.4 Montar o circuito com relé, cobrir o LDR e explicar o ocorrido

5V

NA
RB = 2,7 kW
D
NF
LDR

Qual a função do diodo D no circuito acima?

6
4 Experiência IV - O Amplificador Operacional

4.1 Introdução

O tipo mais popular de CI (circuito integrado) é aquele em invólucro denominado ”encapsulamento em


linha dupla” (dual in line package - DIP). Na Figura 1 temos o diagrama dos terminais de um destes CIs
e por ele podemos observar que, com o entalhe do CI à esquerda, o pino 1 se encontra logo abaixo deste
entalhe. Os demais se seguem ao número 1 em sentido anti-horário. Alguns CIs não possuem o entalhe, e
sim uma marca sobre o pino 1. Outros possuem as duas referências.

1 14
2 13
3 12
4 11
5 10
6 9
7 8

Figura 8: Exemplo de CI em invólucro DIP

4.2 Amplificador Inversor

a - Montar o circuito inversor com AO, da Figura 9.

R2

R1 VCC

Vin
Vout
VCC

Figura 9: Amplificador Inversor

– R2 = 22 kΩ;
– R1 = 2, 2 kΩ.

b - Qual o ganho deste circuito?

c - Introduzir um sinal senoidal de 500 mV pico a pico na entrada e verificar o ganho.

7
d - Aumentar o sinal de entrada para 5 V pico-a-pico. Justificar o que ocorreu.
e - Colocar um sinal quadrado e depois um triangular na entrada, também com 5 V pico-a-pico, e
verificar a saı́da.
f - Sem alterar a amplitude do sinal de entrada, elaborar um meio de verificar a verdadeira forma de
onda do sinal amplificado.

4.3 Comparador

a - Montar o circuito comparador da Figura 10.


b - Esboçar a tensão na saı́da.
c - Atuar na amplitude da saı́da e verificar o ocorrido.

VCC

Vin
Vout
VCC

Figura 10: Comparador

4.4 Integrador

a - Montar o integrador abaixo.


b - Introduzir uma entrada senoidal e verificar a saı́da.
c - Introduzir uma entrada quadrada e verificar a saı́da.

R2

R1 VCC

Vin
Vout
VCC

Figura 11: Integrador

8
5 Experiência V - Circuitos Combinacionais

5.1 Introdução

Todo circuito integrado deve ser alimentado. No circuito digital mostrado na Figura 12 os pinos
GND (terra) e Vcc (+5 V ) são suas conexões de alimentação. O valor da tensão de alimentação deve ser
compatı́vel com o tipo de CI empregado. Os CIs da famı́lia TTL industrial exigem 5 V ±10% e os da
famı́lia CMOS podem trabalhar com tensões de 3 a 15 V . Embora existam outras famı́lias de circuitos
lógicos, com outras caracterı́sticas, as duas citadas serão as mais empregadas neste curso.

VCC

11
14
13
12

10
9
8
3
1

5
4
2

6
7
GND

Figura 12: Exemplo de CI contendo 4 portas OR

5.2 Nı́veis lógicos

Como já explicado, o nı́vel lógico ”0” não indica, necessariamente, 0 V , mas sim uma faixa de tensões,
dependendo da famı́lia de circuitos lógicos. Da mesma forma, o nı́vel lógico ”1” indica uma faixa de tensões.
A Figura 13 mostra estes nı́veis lógicos de entrada e saı́da para a famı́lia TTL.

V V
5,5 5,0
Nível “1” Nível “1”
2,0 2,4

0,8 0,4
Nível “0” Nível “0”
0,0 0,0
a) b)

Figura 13: Nı́veis lógicos a) Entrada e b) Saı́da para a famı́lia TTL

5.3 Atividades

1. Consulte o catálogo e verifique a pinagem dos circuitos integrados TTL SN7400, 7402, 7408 e 7432.
Preencha, experimentalmente, as suas tabelas da verdade para uma porta.

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2. Com as portas lógicas NAND e NOR, pode-se construir qualquer outra porta. Verifique, experimen-
talmente, quais portas se originam dos circuitos mostrados abaixo.

a) Porta 1

b) Porta 2

c) Porta 3

3. Projetar um circuito lógico para comandar os sinais de trânsito (verde e vermelho) no cruzamento
de duas ruas, A e B. A rua A tem preferência sobre a rua B.

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6 Experiência VI - Circuitos Seqüenciais

6.1 Introdução

6.1.1 Flip-flop tipo T

É um flip-flop JK com as entradas interligadas. Assim, tais entradas serão sempre 0 e 0 ou 1 e 1.

PR
T J Q

CLK

K Q

CLR

Figura 14: Flip-flop tipo T

6.2 Flip flop tipo D

É um flip-flop que possui as entradas invertidas. Assim, tais entradas serão sempre 0 e 1 ou 1 e 0.

PR
D J Q

CLK

K Q

CLR

Figura 15: Flip-flop tipo D

6.3 Monte os circuitos das figuras abaixo e preencha suas tabelas da verdade

a) Flip-flop básico SR

S
Q

Q
R

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b) Flip-flop básico SR com clock

S
Q

CK

Q
R

6.4 Usando o flip-flop 7473

a) Coloque 0 em sua saı́da Q.


b) Verifique sua tabela da verdade. Como clock, utilize o gerador de sinais em uma freqüência de 1 Hz.
c) Transforme-o em um flip-flop tipo T. Coloque a entrada = 1 e o clock com uma freqüência de 1 kHz.
Observe o clock e a saı́da Q. Qual a sua conclusão?
d) Transforme-o em um flip-flop tipo D. Observe o clock e a saı́da Q. Qual a sua conclusão?

6.5 Prática - Suplementar

6.5.1 Objetivo

Implementar um circuito contador de década cujo clock é controlado por um sensor de luminosidade.

6.5.2 Materiais utilizados

• Protoboard;
• Osciloscópio analógico;
• Cabos e fios;
• Contador 7490;
• Amp. Op. LM324;
• Transistor;
• Resistores diversos;
• Sensor de luminosidade LDR;
• Leds.

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6.5.3 Introdução

O circuito a ser montado está representado na Figura 16

1 14
2 13
QA
3 12
QD
4 7490 11
R4
5 10
QB R3 D
6 9
QC D
7 8
R2
R1 D
D

R6
R5
D
VCC

R7

LDR VCC
Vref R8

Figura 16: Circuito contador empregando CI 7490

Este circuito é composto por três estágios que serão descritos com mais detalhes a seguir:

1. Contador: é utilizado um CI 7490 para contar década. Ele está ligado a quatro LEDs de modo que
permita a observação da contagem.

2. Transistor como chave: é utilizado um sensor de luminosidade LDR, cuja resistência é baixa quando
há luz e alta caso contrário. Dessa forma, o transistor satura quando o sensor está iluminado e a
tensão no coletor é alta e corta quando não há luz incidindo sobre o sensor fazendo com que a tensão
no coletor aproxime-se de zero.

3. Comparador: compara os sinais das entradas inversora e não-inversora jogando a saı́da para +V se
o sinal da entrada inversora for maior que o da não-inversora e -V caso contrário.

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6.6 Escolha dos componentes

Para o estágio contador foram utilizados resistores de algumas centenas de ohms de forma que a corrente
nos LEDs fosse suficientemente alta para garantir uma boa luminosidade. Utilizando o mesmo critério foi
escolhida a resistência de 390 Ω no coletor do transistor. A resistência na base do transistor deve ser alta
para garantir uma corrente de base pequena. O valor utilizado foi de 33 kΩ.

No estágio comparador, foi utilizado um divisor de tensão na entrada inversora para gerar uma tensão
de referência de aproximadamente 1, 8 V . Dessa forma foram utilizados e.

6.7 Montagem

Montar e observar o comportamento do circuito descrito. Notar que o clock oscila muito rapidamente
devido a ruı́dos presentes na entrada não-inversora do comparador. Para resolver esse problema de vibração
da chave, utilizar uma realimentação da saı́da do comparador para a entrada não-inversora. Este tipo de
circuito é chamado Disparador Schimitt e apresenta a seguinte configuração:

R2

R1 VCC
Vent

Vhist
Vsai
VCC

Figura 17: Circuito comparador com Schimitt Trigger

Ele elimina a influência de vibrações de entrada na saı́da. A função de transferência desse circuito está
mostrada graficamente abaixo:

Vsai Vsat

Vent

Vref Vref

Vsat

Figura 18: Diagrama de histerese

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Onde,

Vref- é o ponto de desengate inferior(LTP) e

Vref+ é o ponto de desengate superior(UTP).

A histerese é dada subtraindo-se as tensões de desengate superior da inferior. As tensões de desengate


obedecem as seguintes relações:

R2
LT D = Vhist − Vsat
R1
R2
U T D = Vhist + Vsat
R1

A idéia é inserir uma pequena histerese e ir aumentando-a gradualmente até que o objetivo seja satisfeito
e o ruı́do não interfira mais. Após alguns valores de resistências testados, recomenda-se utilizar e . Esses
valores fornecem, de acordo com as equações acima, uma LTD de 0, 3 V e uma UTD de 3, 3 V . A histerese
é portanto de 3 V .

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