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UNIDADE 4

Procedimentos operacionais:
diários e emergenciais

Objetivos de aprendizagem
„„ Conhecer os procedimentos gerais e específicos
que envolvem o cotidiano carcerário.
„„ Apresentar o modus operandi de cada
procedimento.
„„ escrever os tipos de ocorrências em uma
D
unidade prisional.
„„ E ntender os diferentes mecanismos que auxiliam
os agentes penitenciários no uso da força
progressiva.
„„ Conhecer os sujeitos que combatem eventos
atípicos no interior de uma unidade prisional.

Seções de estudo
Seção 1 Procedimentos operacionais diários

Seção 2 Procedimentos emergenciais


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Esta unidade tem como objetivo orientar os atuais e futuros
profissionais da área de segurança pública quanto às funções
desenvolvidas dentro de uma unidade prisional a partir de
conhecimentos gerais e específicos referentes à rotina de trabalho
a ser desempenhada por agentes penitenciários, de modo a
contribuir para melhoria da segurança em sociedade.

Estudaremos os procedimentos a serem realizados pelo agente


penitenciário e sua importância para compreensão das ações
que visam à contenção de eventos atípicos dentro de um
estabelecimento prisional.

Visando facilitar a compreensão dos procedimentos operacionais


dentro do sistema prisional, esta unidade foi desmembrada em
duas partes. Inicialmente, estudaremos os conhecimentos gerais
e específicos a serem realizados pelos agentes penitenciários
durante o cotidiano carcerário e, posteriormente, analisaremos
a classificação dos níveis de ocorrência atribuídos aos sinistros
ocorridos no interior de uma unidade prisional, como:
discussões, brigas e rebeliões entre apenados, bem como as siglas
utilizadas para a comunicação entre as forças de segurança e os
instrumentos utilizados para o uso progressivo da força, e, por
fim, os sujeitos responsáveis pelo combate a eventos atípicos.

Bom estudo!

Seção 1 – Procedimentos operacionais diários

Considerações iniciais
São vários os atores envolvidos na Administração prisional.
Entretanto, fica a cargo do agente penitenciário a principal
função a ser desempenhada dentro de uma unidade prisional.

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Serviços Penais II

A segurança interna, bem como todos os


procedimentos operacionais que envolvam a
movimentação de apenados, está a cargo do
agente penitenciário.

O agente penitenciário é o profissional que possui como


atribuição a vigilância de detentos recolhidos nas unidades
prisionais estaduais e federais, bem como realizar atividades de
vigilância a indiciados dentro de delegacias de polícia. Conforme
bem exemplificado pelo Ministério da Justiça:

Agente penitenciário:  Vigiar os detentos e reclusos,


observando e fiscalizando o seu comportamento para
prevenir quaisquer alterações da ordem interna e
impedir eventuais fugas. Efetuar rondas periódicas
de acordo com as escalas preestabelecidas. Conduzir
e escoltar detentos e reclusos quando encaminhados à
Justiça, Instituto Médico Legal, Hospitais, Delegacias
e outros estabelecimentos. Proceder à contagem
dos Internos em suas celas. Executar outras tarefas
correlatas. (BRASIL, [20--?].

Como qualquer atividade profissional, o agente penitenciário


deverá apresentar um perfil adequado para o efetivo exercício da
função carcerária, pois tal atividade requer um compromisso para
com a instituição a que pertence, contribuindo com a segurança
e disciplina nas unidades de detenção, bem como para boa
administração penitenciária.

Devido às peculiaridades de cada unidade prisional dos Estados,


as normas específicas prevalecem sobre as normas gerais, ou
seja, cada unidade da Federação possui um regimento interno
que regula a disciplina de sua unidade. Por exemplo, no Estado
de Santa Catarina atualmente foi editado o regimento interno de
seus estabelecimentos prisionais o qual está disciplinado pela Lei
Complementar n° 529, de 17 de janeiro de 2011, que dispõe entre
seus artigos as seguintes normativas:

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Art. 61. A disciplina consiste na colaboração com a


ordem, na obediência às determinações das autoridades e
seus agentes e no desempenho do trabalho:
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado
à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o
preso provisório.
Art. 63. O condenado ou denunciado será cientificado
das normas disciplinares no início da execução da pena
ou da prisão.
Art. 66. Serão consideradas faltas disciplinares leves
e médias todas as ações ou omissões do interno,
infringentes de normas constantes nesta Lei
Complementar, e graves as previstas na Lei federal n°
7.210, de 1984.
Art. 67. O preso que de qualquer modo concorra para
a prática da falta disciplinar, incide na mesma sanção
cominada ao faltoso, na medida da sua culpabilidade.
(SANTA CATARINA, 2011).

A prisão, por apresentar uma natureza de instituição fechada,


formadora de grandes grupos de pessoas mantidas contra
sua vontade em condições de reclusão, torna inevitável que
alguns apenados não violem as regras e regulamentos prisionais
das mais diversas formas com agressões físicas e verbais para
com funcionários e outros detentos, gerando assim sanções
disciplinares que são empregadas de forma gradativa, conforme a
natureza da infração.

Segundo os incisos do art. 53 da Lei de Execução Penal, as


sansões disciplinares aplicadas aos infratores são: “I – advertência
verbal; II – repreensão; III – suspensão ou restrição de direitos;
IV – isolamento na própria cela, ou em local adequado [...];
V – inclusão no regime disciplinar diferenciado” (BRASIL,
1984). Esta última sansão disciplinar será aplicada após prévio e
fundamentado despacho do juiz competente da execução penal.
Já as restantes poderão ser aplicadas por ato motivado do Diretor
do estabelecimento prisional.

O estado de direito, um dos princípios de nossa


Constituição Federal, deve prevalecer em um
estabelecimento penal com direitos e garantias aos
apenados, os quais estão resguardados na Lei de
Execução Penal, contribuindo tais direitos para a boa
segurança e disciplina da unidade prisional.

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Serviços Penais II

Ressaltamos que a competência para aplicação das sanções


disciplinares está a cargo do gestor do estabelecimento prisional,
ouvido o Conselho Disciplinar, os quais levam em consideração
a conduta e os antecedentes do apenado na vida carcerária,
bem como a motivação que determinou a falta de disciplina e a
circunstância na qual ocorreu.

As sanções disciplinares que ocasionarem o isolamento do apenado


na própria cela ou em celas especiais, ou, ainda, a suspensão ou
restrição de direitos, não poderão exceder a 30 (trinta) dias para
cada falta disciplinar cometida, devendo qualquer descumprimento
dessas normas ser comunicada previamente ao juízo de execução
penal que tomará as medidas legais cabíveis.

As atribuições dos agentes penitenciários em qualquer Estado da


Federação são similares, porém cabe refrisar que o governo do
Estado de Santa Catarina, buscando uma normatização das funções
executadas pelos agentes penitenciários, editou a Lei Complementar
n° 472, de 9 de dezembro de 2009, a qual, entre outras atribuições,
destaca-se pela descrição detalhada da conduta de um agente
penitenciário dentro de um estabelecimento prisional, como:

ƒƒ ­­­­­­­­­­­­­­­­­zelar pela disciplina geral e segurança dos presos


condenados e provisórios dentro das unidades
prisionais;
ƒƒ zelar pela segurança e custódia dos presos durante as
escoltas e permanência fora das unidades prisionais;
ƒƒ realizar vigilância externa e interna nas unidades
prisionais do Estado, impedindo fugas ou
arrebatamento de presos;
ƒƒ levar ao conhecimento do superior imediato os casos
graves de indisciplina dos presos;
ƒƒ seguir as normas contidas no plano de trabalho
obedecendo à escala de serviço;
ƒƒ ter sob sua responsabilidade materiais de uso comum
dos agentes, zelando sempre pelo bom estado e
manutenção periódica dos equipamentos; e
ƒƒ executar outras atividades compatíveis com o cargo.
(SANTA CATARINA, 2009).

Verifica-se assim que são várias as atribuições do agente


penitenciário na administração de uma unidade prisional, sendo
este uma “peça” fundamental para a manutenção da segurança e
disciplina entre os apenados.

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Procedimentos gerais
As normas a serem estabelecidas pelas unidades prisionais de
todo o país possuem o mesmo objetivo, ou seja, dar segurança
para apenados, visitantes e funcionários administrativos e
operacionais. Contudo, para que esta segurança permaneça,
devem ser aplicados diversos procedimentos e normas que
permitam o bom e fiel cumprimento das normas penais.

Para garantir a segurança e disciplina em uma instituição


prisional algumas medidas devem ser impostas em prol da
ordem e boa conduta, como, por exemplo, a regulamentação do
ingresso de pessoas e veículos no estabelecimento penal. Um
exemplo dessa implantação de medidas que assegurem a ordem
e disciplina em unidades prisionais é a Instrução Normativa n°
001/2010/DEAP/GAB/SSP, a qual foi editada pelo Estado de
Santa Catarina, e entre suas normativas dispõe:

a) revistas através de detectores de metais;


b) proibição de porte de armas de fogo ou armas de
qualquer espécie, bem como a entrada de aparelhos
celulares;
c) fica também estabelecido que todo e qualquer
veículo deve ser revistado na entrada e saída dos
estabelecimentos prisionais;
d) o condutor do veículo deverá efetuar sua identificação
e dos ocupantes, registrando os dados pessoais (nome
completo, número do RG e CPF, motivo da visita e com
quem deseja falar);
e) os servidores da unidade que desejarem adentrar com
seu veículo também deverão sofrer os procedimentos
de revista na entrada e saída da unidade com abertura
de porta-malas e visualização do interior do veículo.
(SANTA CATARINA, 2010).

Essa normativa tem como finalidade oferecer maior controle


sobre as pessoas e veículos que adentram nas unidades
prisionais, possibilitando maior segurança para todos que
trabalham e visitam as instituições dessa natureza.

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Serviços Penais II

A seguir, iremos estudar detalhadamente os procedimentos


de entrada de funcionários nas instituições prisionais, isto
é, os objetos usualmente proibidos, bem como a sistemática
estabelecida para o recebimento de apenados entre outros
processos que visam à segurança das unidades.

Entrada de funcionários nos estabelecimentos prisionais


Para manter a ordem e disciplina da unidade prisional, fica
terminantemente proibida a entrada de agentes e funcionários
portando armas de fogo, telefones celulares, molhos de chaves,
aparelhos eletrônicos, cigarros, entre outros objetos. Ou seja,
não são permitidos o uso e o porte desses objetos durante a
permanência na unidade prisional.

Em hipótese alguma será permitida a entrada, nas dependências


do setor de segurança ou do regime fechado das unidades
prisionais, de pessoas que estejam portando os itens descritos
anteriormente, principalmente arma de fogo e munições, salvo
quando houver extrema necessidade para contenção de rebeliões
ou motins. Caso algum servidor possua algum armamento, o
mesmo deverá guardá-lo em local apropriado, ou seja, não poderá
ficar em armários ou em veículos estacionados no perímetro da
unidade, devendo ser depositado no Comando da Polícia Militar
da unidade, ou em local indicado pela chefia de segurança.

Os servidores plantonistas que iniciarem sua jornada de trabalho


de 24 horas poderão adentrar na unidade prisional com utensílios
que auxiliem em sua higiene pessoal, e também com alimentos
como bolachas e sucos, os quais deverão estar acondicionados em
recipientes ou embalagens transparentes. Esse procedimento é
estendido a outros utensílios, como roupas de cama ou materiais
que serão utilizados durante o período de descanso noturno.

A passagem de plantão de um servidor plantonista se dará através


do livro de ocorrência no qual constarão todas as ocorrências do
dia como fechamento de alas ou galerias, conferência nominal de
apenados e distúrbios atípicos que venham a ocorrer, entre outros.

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Recebimento de apenados
Para efetuar o recebimento de apenados o setor de segurança de
uma unidade prisional deverá verificar se o condutor do apenado
possui os seguintes documentos pertinentes à vida carcerária:

a) cópia da guia de recolhimento;


b) cópia da denúncia;
c) cópia da sentença condenatória;
d) comunicação interna do órgão responsável pela
Administração prisional do Estado;
e) relatório da vida carcerária;
f) prontuário médico do preso. Caso o apenado apresente
algum tipo de lesão no momento do recebimento, deverá
ser realizado um exame de corpo de delito através do
Instituto Geral de Perícia (IGP);
g) cópia do mandado de prisão ou nota de culpa (preso
provisório);
h) caso o detento possua documentos pessoais, a unidade de
origem deverá enviar juntamente com o mesmo.

Após o recebimento do apenado, as autoridades carcerárias


deverão realizar uma revista minuciosa no detento e em seus
pertences. A revista corporal do preso deverá ser realizada de
acordo com os seguintes procedimentos:

a) orientar o apenado para que retire todas as suas


vestimentas por completo, e logo após o agente
penitenciário deverá revistar as peças, como os chinelos,
tênis, colchão e objetos de uso pessoal, individualmente,
e passá-las pelo detector de metais;
b) se homem, solicitar que se agache 3 (três) vezes com os
joelhos e pernas afastadas, segurando a bolsa escrotal.
Se mulher, solicitar que se agache 3 (três) vezes com os
joelhos e pernas afastadas que permitam a visualização
da genitália pela agente feminina;
c) solicitar que abra a boca, levante a língua e com o dedo
indicador abra os cantos da bochechas. Em caso de
prótese dentária solicitar sua retirada para revista;

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Serviços Penais II

d) averiguar cabelos, costas, sola dos pés, palmas das mãos


estendidas;
e) verificar embaixo das axilas.

Os pertences que não seguirem com o apenado deverão ser


encaminhados ao Supervisor Geral, o qual deverá cadastrá-los e
armazená-los no setor de rouparia.

Triagem de apenados
O apenado deverá permanecer na cela de triagem ou de
identificação por um período de até 10 (dez) dias para melhor
acompanhamento carcerário por parte das autoridades
penitenciárias, proporcionando assim um período curto de
adaptação do detento ao sistema prisional, com saídas autorizadas
somente com ordens da Direção/Chefe de Segurança da unidade
prisional, ou, ainda, em caso de extrema urgência.

Extinto o prazo de adaptação do apenado nas celas de triagem


ou identificação o mesmo deverá ser encaminhado para celas de
convivência coletiva, sendo separados conforme a natureza da
infração, a fim de evitar possíveis violências contra a sua integridade
física por parte de outros detentos, sendo comum a sua separação por
alas conhecidas como “seguro”, conforme as seguintes especificações:

a) Estupradores – Comumente chamados por “duque


13” são apenados que cometeram crimes contra a
dignidade sexual (artigo 213 e seguintes);
b) Delação premiada – Apenados que obtiveram
o benefício judicial de redução de pena, visto que
ajudaram na resolução de crimes;
c) Operadores do serviço público – São apenados
que exerceram algum serviço público nas áreas da
segurança pública, como: ex-policiais militares e
civis; agentes penitenciários e operadores do serviço
judiciário, entre outros.

Cabe ainda ressaltar que geralmente o horário de recebimento


de presos acontece nos horários de expediente, salvo exceções
como transferência de amotinados entre outros.

Unidade 4 123
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Da entrada de pessoas nos estabelecimentos prisionais


Segundo o Manual de Procedimentos do Estado de Santa
Catarina (2010), para todas as pessoas que desejarem adentrar em
um estabelecimento prisional, seja para visitar apenados, prestar
assistência religiosa ou com fins de prestação de saúde a detentos,
estas deverão ser previamente identificadas pela supervisão de
segurança da unidade prisional através de sua identificação
funcional ou civil de visitante, bem como funcionários e agentes
de segurança, sem exceções.

Os visitantes dos apenados deverão estar munidos


de toda documentação necessária para o seu fiel
cadastramento, como: cópia de carteira de identidade
RG e CPF, 2 (duas) fotos 3x4, dois números de telefones
para contato, comprovante de residência e certidão de
antecedentes criminais dos últimos 5 (cinco) anos.

Fica terminantemente proibido a todo(s) o(s) visitante(s) entrar


nas unidades prisionais portando objetos como relógios,
pulseiras, brincos, bonés e dinheiro, assim como carteira com
documentos que sejam irrelevantes para sua identificação. Cabe à
Administração prisional orientar os familiares dos detentos para
que não adentrem a unidade portando os objetos acima descritos.

Da revista pessoal
A revista é um procedimento padrão em uma unidade prisional,
seja na entrada de pessoas ou mesmo no interior da unidade,
durante a saída de apenados das celas. São revistados a partir de
detectores de metais servidores, visitantes, familiares de detentos,
objetos e veículos. A revista é específica conforme a pessoa que
deseja adentrar no estabelecimento penitenciário.

Toda unidade prisional possui um local preestabelecido e


equipado para tal procedimento com uma sala exclusiva para
revistas pessoais. Se não houver uma sala própria, o agente
penitenciário deve observar de antemão o local a ser utilizado,
retirando qualquer material que venha a dificultar ou até mesmo
comprometer a segurança.

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Serviços Penais II

Todos os visitantes, salvo em determinadas exceções,


ao adentrarem no interior de uma unidade prisional
também deverão passar pelo detector de metais,
bem como pelo procedimento de revista corporal a ser
realizada por um agente do mesmo sexo do visitante.

O detector de metal é um aparelho de grande


importância para o sistema prisional, tendo em
vista a sua eficácia na identificação do uso de
objetos metálicos não permitidos no interior do
estabelecimento penal, contribuindo para evitar o
ingresso de pessoas portando esse tipo de objetos.

A figura ao lado ilustra um modelo de detectores Figura 4.1 – Detector de metais – Porta
Fonte: Galeano (2009).
de metais utilizado nos setores de embarque
e desembarque de aeroportos para vistoria de
passageiros, sendo semelhante aos utilizados para vistoriar
pessoas no ingresso a setores internos das nas unidades prisionais.

A figura a seguir ilustra outro modelo de detector de metais,


o “bastão”, o qual é muito utilizado para realizar revistas
detalhadas e individuais, pois permite a localização exata do
objeto transportado pela pessoa que deseja adentrar na unidade.

Compras Os familiares dos presos são


entrevistados na primeira
visita pos assistente sociais e
Visitantes podem levar recebem explicações sobre o
bolachas, frutas e funcionamento. As revistas nas
chocolates. Não entram mulheres são realizadas por
itens da cestas básicas agentes do mesmo sexo. As
ou que possam camuflar visitantes, que podem esntrar
drogas, como açúcar, uma vez por semana, são
farinha e ervamate. submetidas a agachamento ou
Cigarros são limitados a toque, se necessário, assim
cinco maços por preso como a dectetores de metal,
para evitar a emtrada de
drogas e celulares.

Figura 4.2 – Detector de metais – bastão


Fonte: Adaptado de Clicrbs (2011).

Os procedimentos de revista também são de suma importância


em menores e adultos, pois permitem que produtos considerados
ilícitos (drogas) ou mesmo perigosos (armas) adentrem nas

Unidade 4 125
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unidades prisionais, sendo de fundamental importância a sua


realização. A seguir, estudaremos detalhadamente como é
executado o procedimento de revista.

a) Revista em maiores de idade

O agente penitenciário solicitará ao visitante maior de idade


que retire todo seu vestuário e com a ajuda de luvas descartáveis
realizará a busca de objetos ilícitos nas vestimentas e em nenhum
momento deverá tocar no revistado.

Com o auxílio de um espelho no chão e outro na parede, ambos


localizados estrategicamente para melhor observação das partes
íntimas do visitante, o agente penitenciário se posicionará
em frente ao revistado e solicitará que o mesmo abaixe suas
vestimentas íntimas e agache-se 3 (três) vezes em frente aos
espelhos com os joelhos e pernas afastados observando costas e
pernas objetivando impedir a entrada de objetos proibidos, este
procedimento pode ser repetido a critério do agente.

Será solicitado que o revistado abra a boca, levante a língua, e


com o dedo indicador mostre o interior das bochechas. Solicita-
se ainda que o revistado mostre a sola dos pés, unhas e erga os
braços ou qualquer parte do corpo que possibilite a colagem de
objetos não permitidos.

Aos visitantes que possuam cabelo comprido será solicitado que o


mesmo seja desamarrado, baixando a cabeça e passando os dedos
entre os cabelos.

Serão também inspecionados todos aqueles visitantes que fazem


uso de muletas ou cadeira de rodas, os quais serão obrigados a
apresentar o laudo médico constando a necessidade de uso.

As mulheres, caso estejam menstruadas ou com problemas


ginecológicos que necessitem do uso de absorvente, não poderão
realizar a visita.

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Serviços Penais II

b) Revista em menores de idade

A revista a menores de idade deverá ser realizada por um agente


do mesmo sexo, o qual também em nenhum momento poderá
tocá-lo durante o procedimento de revista.

O menor de idade a todo o momento deverá estar


acompanhado de seu responsável para a realização
da revista, que seguirá o mesmo procedimento
realizado para os maiores de idade, sem exceção nos
procedimentos.

No caso do menor de idade ser uma criança que use fraldas, estas
devem ser trocadas na presença do agente penitenciário durante o
procedimento de revista.

c) Revista em veículos

Todo e qualquer veículo que adentrar em uma unidade prisional


deverá ser revistado na entrada e na saída. Tal procedimento será
adotado para qualquer que seja o condutor, bem como para todos
os fornecedores de serviço, salvo para aqueles veículos em caráter
oficial e em serviço da unidade.

A revista veicular será de caráter minucioso, abrangendo a


abertura de portas, porta-malas, capô do motor, abertura de
qualquer recipiente que por ventura possua a possibilidade de
adentrar uma pessoa ou objetos não permissíveis. Também será
exigida a apresentação da documentação do veículo e de seus
ocupantes.

Será averiguado também o interior dos veículos com


compartilhamento de carga isolado e fechado, como caminhões
tipo baú, vans ou similares.

Unidade 4 127
Universidade do Sul de Santa Catarina

d) Revista em detentos para saídas de sol e atendimentos

A revista em detentos para saídas de sol, atendimento médico e


jurídico, entre outras, caso ocorram, poderá ser realizada de duas
maneiras:

„„ Busca rápida;
„„ Busca minuciosa.

A seguir, realizaremos uma breve descrição desses procedimentos.

„„ Busca rápida

Neste procedimento o agente encarregado irá algemar o detento,


o qual deverá estar com as mãos para frente. Em seguida,
determinará que ele coloque as mãos na cabeça, fique de costas
com a cabeça na parede e que afaste os pés. O agente deverá
manter uma distância de aproximadamente um metro do
apenado para efetuar a busca pessoal, ou seja, fazer uma vistoria
da cabeça aos pés do detento, dando prioridade para a região
do tronco (peito e abdômen), passando depois para os membros
inferiores.

O agente deverá apalpar bolsos e todas as regiões da cabeça aos


pés, tomando cuidado para não se ferir com objetos cortantes
como espetos (feitos através de escovas de dente raspadas na
forma de facas pontiagudas e pedaços de ferro que são retirados
dos alicerces das camas de concreto e paredes, bem como de
espelhos quebrados).

„„ Busca minuciosa

O agente encarregado por esta busca determinará ao detento que


retire todas as roupas ficando apenas vestido com as roupas de
baixo, e após este procedimento o preso será algemado pelo agente.

Na sequência, o detento será orientado a entregar todo seu


vestuário ao agente, que, com ajuda de luvas descartáveis,
procederá uma busca minuciosa nas vestimentas do preso. Caso
o detento seja homem, após essa averiguação, será determinado
que o mesmo retire a cueca, segure o saco escrotal e, mantendo
os joelhos e pernas afastados, agache-se 3 (três) vezes ou mais.

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Serviços Penais II

Caso seja mulher, será solicitado para que retire a roupa íntima
e agache-se 3 (três) vezes ou mais com os joelhos e pernas
afastados de modo que o agente possa visualizar a parte interna
da genitália.

Por fim, será determinado ao detento que abra a boca, levante a


língua, e com o dedo indicador mostre o interior das bochechas,
mostre a sola dos pés, unhas, passe os dedos no cabelo e erga os
braços ou qualquer parte do corpo que possibilite a colagem de
objetos não permitidos. Tais procedimentos visam a encontrar
algum objeto não permitido pela administração penitenciária em
poder dos detentos.

Lembramos ainda que a revista deverá ser realizada por um


agente do mesmo sexo que o revistado.

e) Procedimento de revista adotado pelo Conselho Nacional de


Política Criminal e Penitenciária

A Resolução n° 9, de 12 de julho de 2006, do Conselho Nacional


de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), recomenda
a adoção de procedimentos quanto à revista em visitantes,
servidores, presos entre outros, in verbis:

I – A revista é a inspeção que visa à segurança de todas as


pessoas da unidade prisional, sendo realizada por meios
eletrônicos ou manuais;
II – A revista abrange os veículos que conduzem os
revistandos, bem como os objetos por eles portados. Caso
seja encontrado objeto ou material ilícito, o responsável e
os ocupantes dos veículos serão detidos e apresentados à
autoridade policial competente para providências cabíveis;
III – A revista eletrônica deverá ser realizada por
detectores de metais, aparelhos de raio-X, dentre outros
equipamentos de segurança capazes de identificar armas,
explosivos, drogas e similares;
IV – A revista manual será realizada quando houver
fundada suspeita de que o revistando é portador de objeto
ou substância proibidos legalmente e que venham impor
risco à segurança da unidade;

Unidade 4 129
Universidade do Sul de Santa Catarina

V – A revista manual deverá ser realizada em local


preservado respeitando a honra e dignidade do
revistando. A revista será realizada por servidor
habilitado (agente penitenciário) do mesmo sexo. No
caso de menor de idade, deverá estar acompanhado por
responsável;
VI – A critério da Administração Penitenciária a revista
manual será feita sempre que possível no preso visitado
logo após o término do período da vista. (BRASIL, 2006).

Após ser submetida a todos os procedimentos de revista, a pessoa


não poderá, em hipótese alguma, manter contato com quem
ainda não passou por esse procedimento de segurança.

Da entrada de advogado
Ponto de grande polêmica no mundo jurídico entre doutrina
e jurisprudência, a revista em advogado já foi objeto de
A definição de doutrina várias ações judiciais entre elas litígios entre a administração
e jurisprudência para penitenciária de um lado e o exercício da advocacia de outro,
Júnior (2009, p. 25 e 26) ou seja, o direito ao sigilo profissional bem como ao sigilo dos
é que: jurisprudência [...]
documentos dos advogados o qual preponderou os interesses dos
“consiste num conjunto
de decisões judiciais [...]” advogados em favor de seus clientes, conforme pontos extraídos
já doutrina “representa da EMENTA do TJSP, Apelação Cível n° 245.929.1/0-00,
a opinião dos autores, Sumaré, 7ª Câmara de Direito Público, rel. Jovino de Sylos, j.
juristas e cientistas ou 25.11.96, com voto vencedor de Sérgio Pitombo, que segue:
teóricos do Direito [...]”

“EMENTA: Mandado de segurança - entrevista de


estagiário de direito, depois advogado, com cliente em
estabelecimento penitenciário - determinação do coator
para deixar pasta de arquivo na portaria e submetê-la à
revista, ainda não permitindo o ingresso em dia de ponto
facultativo - concedida a ordem para o livre acesso à
prisão, em horário de expediente ou fora dele, em pontos
facultativos, desde que presente no prédio qualquer
servidor ou empregado - apelação provida
[...] E nem pode ser admitida a revista na pasta do
advogado, extensivo ao estagiário
[...] Nas circunstâncias apresentadas, impõe-se vedar
qualquer questionamento ou revista do profissional,
ou de pasta ou documentação por ele portada, senão
pelo respeito a ele devido, especialmente em função
da garantia de ‘livre ingresso’ que lhe é outorgada pelo
Estatuto da Advocacia (Lei n° 8.906/94, art. 7º, VI)”.
(SÃO PAULO, 2000).

130
Serviços Penais II

Visando a garantir o ingresso de advogados nos estabelecimentos


prisionais e a estabelecer uma série de outros direitos referentes à
defesa de seus clientes, o Estatuto da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), Lei n° 8.906/94 art. 7°, inciso VI, letra “b”, editou
a seguinte normativa:

Art. 7º São direitos do advogado:


VI - ingressar livremente:
[...]
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias,
cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de
registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da
hora de expediente e independentemente da presença de
seus titulares. (BRASIL, 1994).

Em outras palavras o Estatuto não regulou a


possibilidade de revista em advogados, mas sim,
a sua entrada no estabelecimento prisional, isto é,
permitindo o seu livre acesso.

O acesso do advogado se dará através de prévio cadastramento


no banco de dados informatizado da Secretaria da Segurança
Pública ou pela secretaria responsável pela administração do
sistema prisional de cada Estado, bem como no livro de registro de
ingresso de advogados (de cada unidade) com o registro do número
da Ordem dos Advogados do Brasil, cliente que irá atender, data,
horário de entrada e saída do defensor, assim como o registro
biográfico do advogado e estagiário em direito, se houver.

Cabe ressaltar que somente o estagiário em direito que


possuir registro na OAB poderá adentrar a unidade prisional
acompanhando o advogado.

Das visitas de familiares


A atribuição para o agendamento dos dias e horários das visitas
nos estabelecimentos prisionais está a cargo do Serviço Social de
cada unidade, limitando-se a um número máximo de visitantes
por apenado, sendo estipulado a dois visitantes adultos, homens
ou mulheres, acompanhados, se for o caso, de menores parentes

Unidade 4 131
Universidade do Sul de Santa Catarina

do detento (filho, irmão ou cônjuge do apenado). Não há


legislação que regule o número exato de menores que possam
adentrar em uma unidade para visitação, ficando a cargo de cada
unidade da Federação a regulação da mesma.

No Estado de Santa Catarina somente é permitida a entrada


de familiares de detentos mediante a carteirinha de visitação,
confeccionada mediante a apresentação do atestado de
antecedentes criminais dos últimos 5 (cinco) anos da comarca
em que reside o visitante, cópia do RG e CPF, comprovante de
residência, 2 (duas) fotos 3x4 e números de telefone para contato.
(SANTA CATARINA, 2010).

Após realizada a carteirinha de visitação nos setores responsáveis


de cada unidade e agendado o dia da visita pelo setor de serviço
social, será permitida a entrada dos visitantes que se enquadrem
nos seguintes graus de parentesco:

a) pais;
b) filhos;
c) irmãos;
d) cônjuges.

Será permitida a visita de menores de 18 anos


acompanhados de seu responsável, desde que o
menor seja filho(a), irmão(a) ou cônjuge do apenado
nos casos autorizados em lei. Para os casos de
companheiros(as) menores de 18 anos somente
será permitida a visita se forem casados(as), se
emancipado(a) ou com autorização judicial.

Cabe ressaltar que não será autorizada a entrada de visitantes


que estejam com partes do corpo enfaixadas como gessos e
talas e no período menstrual, conforme já mencionado, assim
como utilizando roupas nas cores pretas, caqui, bege, argila,
marrom, verde oliva, azul marinho ou fardamento camuflado ou
outras vestimentas que possam confundir com aquelas utilizadas
pelas equipes que compõem as entidades de segurança.

132
Serviços Penais II

Ressaltamos ainda que o apenado poderá não autorizar a entrada


de seus familiares na unidade prisional por motivos particulares
que melhor lhe convirem.

Nos quadros a seguir serão apresentados, de forma geral,


conforme a Instrução Normativa n° 001/2010/DEAP/GAB/
SSP do Estado de Santa Catarina, os tipos vestimentas que os
visitantes poderão utilizar ao adentrarem no sistema prisional,
especificados por sexo.

Mulheres:

Poderão realizar a visita usando Não poderão realizar a visita usando

Calça comprida; Camisa curta, decotada transparente, cavada;


Vestido; Calça (lycra, suplex e coton) transparente e de
Saia na altura do joelho; cintura muito baixa;
Bermuda e camiseta; Bermuda acima da altura dos joelhos e com
forro;
Jaqueta ou blusa (sem forração e capuz);
Saia e vestido curto;
Sandálias de borracha de solado baixo;
Casaco e jaqueta com forro e capuz;
Meias comuns ou meias finas.
Boné, lenço e similares;
Sutiã com acessório de metal;
Calçado fechado e com salto.

Quadro 4.1: Orientações quanto à utilização de vestimentas para mulheres que adentrem o sistema prisional
Fonte: Santa Catarina (2010).

Homens:

Poderão realizar a visita usando Não poderão realizar a visita usando

Calça comprida; Regata ou camiseta sem manga;


Bermuda ou bermudão; Calça ou bermuda forrada;
Camisa ou camiseta; Casaco, jaqueta, blusa com forro e de capuz;
Jaqueta, casaco e blusa (sem forração e Boné, lenço e similares;
capuz); Calçado fechado e com salto;
Meias; Roupa que possua detalhe em metal.
Sandálias de borracha de solado baixo.

Quadro 4.2: Orientações quanto à utilização de vestimentas para homens que adentrem o sistema prisional
Fonte: Santa Catarina (2010).

Ressaltamos que o uso de vestimentas com as características


destacadas anteriormente são padronizados e utilizados em outras
Unidades da Federação.

Unidade 4 133
Universidade do Sul de Santa Catarina

Visita íntima
O apenado tem direito ao encontro íntimo mensal por 2
(duas) horas. Contudo, para que possa receber a visita íntima
no interior da unidade prisional o detento deverá ser casado
ou então comprovar uma relação marital através de Certidão
Declaratória de União Estável registrada em cartório perante
duas testemunhas (SANTA CATARINA, 2010).

Os procedimentos de revista do agente penitenciário nas visitas


íntimas serão os mesmos para aqueles adotados nas visitas normais.

Visitas de religiosos
Esse tipo de visita é muito esperado pela comunidade carcerária e
possui como objetivo a ressocialização dos detentos através da fé
em suas diversas manifestações.

Para a entrada dos ministrantes religiosos no interior de um


estabelecimento prisional, os mesmos devem estar previamente
cadastrados com: 2 (duas) fotos 3x4, cópia do número de RG
e CPF, dois números de telefones para contato, comprovante
de residência e certidão de antecedentes criminais dos últimos
5 (cinco) anos, bem como portar crachás de identificação da
instituição religiosa.

Os integrantes religiosos não devem possuir parentesco com os


detentos, a fim de evitar qualquer tipo de favorecimento pessoal
ao apenado. Será permitida apenas a entrada de até 3 (três)
religiosos para um grupo igual ou inferior a 15 (quinze) detentos.
As visitas serão semanais ou a critério de cada unidade prisional.

Entrada de oficiais de justiça


O acesso do oficial de justiça para o cumprimento de ordens
judiciais será permitido em horário de expediente, salvo em casos
emergenciais, previamente autorizado pela chefia de segurança e
mediante apresentação da carteira funcional.

134
Serviços Penais II

Procedimentos específicos
A conduta do agente penitenciário dentro de uma unidade prisional
deve ser regrada por procedimentos que permitam uma segurança
para todos os funcionários “intra e/ou extramuros”, ou seja, todos
os procedimentos aplicados dentro do sistema prisional deverão
estar voltados à segurança e disciplina para que a integridade física
de servidores operacionais e administrativos, assim como a dos
detentos, seja mantida acima de tudo. Esses procedimentos deverão
ser observados por todos os agentes de segurança.

A seguir, estudaremos os tipos de procedimentos adotados pelos


agentes penitenciários no seu dia a dia de trabalho no sistema
prisional, como a forma de abertura de cela e a retirada de
apenados para o banho de sol, entre outros. Tais procedimentos
visam não só à segurança dos agentes, mas também do complexo
penitenciário como um todo, de modo a evitar qualquer tipo de
evento que venha perturbar a paz da Administração prisional.

Da abertura de celas
No que diz respeito à abertura de celas para a retirada de
detentos, o agente penitenciário deverá certificar-se de que
todos os portões dos corredores ou portas das celas estejam
totalmente fechados, procedimento também aplicado na saída e
recolhimento do horário de banho de sol, atendimentos de saúde,
atendimento de advogados, oficinas, bem como para saída e
retorno de visitas.

A não observância dos procedimentos de segurança poderá ocasionar


problemas para administração do sistema prisional, possibilitando
fugas e princípios de rebeliões com a possibilidade de reféns.

No dia 9 de fevereiro de 2011, no Complexo


Penitenciário de Florianópolis, dois agentes
penitenciários não observaram os procedimentos
de segurança e deixaram 3 (três) celas abertas,
permitindo assim a fuga de 79 presos pelas ruas da
Cidade. (CLICRBS, 2011).

Unidade 4 135
Universidade do Sul de Santa Catarina

O procedimento de abertura de celas poderá variar conforme


características administrativas de cada unidade prisional.
Usualmente, as penitenciárias possuem dois corredores: um
corredor para locomoção de apenados em frente de suas celas que
permite a saída do detento para o banho de sol ou mesmo sua
retirada para os diversos tipos de atendimento, e outro separado
por grades para locomoção dos agentes penitenciários reduzindo
assim o contato entre agentes e apenados. Contudo, existem
unidades que somente há uma porta de aço ou grades separando
agentes e prisioneiros.

A seguir, serão descritos alguns mecanismos de segurança que


possibilitam o fechamento das celas das unidades prisionais,
evitando desta forma qualquer tipo de fuga ou princípio de rebelião:

a) Fechadura através de cadeado: o cadeado é um dos


mecanismos de segurança que reduz prováveis fugas de
apenados de dentro das celas, sendo comum a sua utilização
com outro equipamento de segurança, o ferrolho.
b) Fechadura através de ferrolho (barra de ferro): o ferrolho,
ilustrado pela figura ao lado, é utilizado em algumas
Figura 4.3 – Ferrolho para
unidades como mecanismo de segurança que possibilita,
fechamento de celas juntamente com o cadeado, manter as celas fechadas.
Fonte: Loth [20--?].
c) Fechadura eletrônica: este mecanismo de segurança
reduz o contato entre agente prisional e detentos,
oferecendo ao agente penitenciário maior segurança nos
procedimentos operacionais, pois permite abrir e fechar
a cela a distância e com a ajuda de outros mecanismos
de segurança já comentados (cadeado e ferrolho). Possui
a função de evitar fugas de cela, bem como princípio de
rebeliões entre apenados.

Retirada de detentos para banho de sol


O banho de sol dos apenados encontra-se tipificado em nossa
legislação através da Lei de Execução Penal, artigo 52, inciso
IV, que diz “o preso terá direito à saída da cela por 2 horas
para banho de sol”. Essa prerrogativa dada ao detento por
nossa legislação permite a ele a prática de atividades físicas,

136
Serviços Penais II

contribuindo assim com a sua interação em grupo, sendo esta


uma das medidas para ressocialização e retorno do detento para
um melhor convívio em sociedade.

Figura 4.4 – Pátio utilizado pelos detentos para prática de atividades físicas
Fonte: A Tribuna (2009).

Conforme podemos observar na ilustração anterior, os detentos


utilizam o horário de banho de sol para a prática de atividades
físicas. Em geral, nos pátios solares os detentos organizam-se
elaborando traves para a prática da grande paixão brasileira: o
futebol.

Para retirar os detentos das celas para o banho de sol os agentes


penitenciários deverão seguir algumas medidas de segurança,
dependendo da unidade prisional. Ressaltamos que não há uma
uniformização de procedimentos entre as unidades devido às
diversas estruturas físicas, sendo atribuído a cada estabelecimento
prisional elaborar um procedimento que considere mais seguro.

Segue a descrição de um modelo de execução de procedimentos


quanto à saída e entrada de detentos para banho de sol, adotado
em uma das unidades prisionais do Estado de Santa Catarina,
conforme relato de agentes penitenciários:

a) a retirada dos presos das celas deverá ser realizada por no


mínimo 3 (três) agentes penitenciários;
b) um dos agentes deverá se posicionar no início da ala ou
galeria para dar cobertura para aquele agente que for
adentrar em tais estruturas para retirar os cadeados;

Unidade 4 137
Universidade do Sul de Santa Catarina

c) o agente deverá se locomover até o final da ala ou galeria


verificando se todas as travas de segurança (cadeado,
ferrolho e fechaduras eletrônicas) estão em ordem. O
terceiro agente se posicionará, no caso de unidades
que possuam um corredor exclusivo para agentes
penitenciários, de forma que controle a saída de apenados
para o pátio, abrindo e fechando o portão após a saída de
cada preso;
d) o agente deverá abrir as celas começando do final da
galeria até o começo, evitando que apenados da primeira
cela o encurralem;
e) a retirada para o banho de sol será realizada da última
cela até a primeira, ou seja, aquela que está próxima do
quadrante de entrada e saída do pátio até a primeira cela,
evitando assim tumulto no interior do corredor;
f) será determinado que todos os detentos estejam no fundo
da cela saindo um por vez de cueca;
g) o apenado entregará suas roupas para o agente que
efetuará uma vistoria minuciosa nas vestimentas e
solicitará que o detento se submeta ao procedimento
padrão de revista a fim de inibir possíveis instrumentos
perfurocortantes.
h) após a saída de todos os apenados a cela será fechada,
passando-se para a próxima até finalizar o processo,
e, por fim, o portão de saída para o banho de sol será
trancando;
i) após finalizar o procedimento descrito anteriormente
na última cela da ala ou galeria os agentes verificarão se
todos os detentos saíram para o banho de sol, caso algum
permaneça na cela, a mesma será novamente trancada;
j) o tempo de permanência no pátio será de 2 (duas)
horas, conforme tipificado na Lei de Execução Penal.

Após o encerramento do período destinado ao banho de sol, os


agentes penitenciários deverão seguir outro procedimento, da
seguinte forma:

138
Serviços Penais II

a) após as 2 (duas) horas de pátio o agente penitenciário


comunicará a guarda externa (Polícia Militar) do
procedimento a ser realizado;
b) o agente que está controlando a entrada e saída dos
apenados determinará que todos estejam no fundo do
pátio;
c) serão chamados detentos de uma cela por vez
começando pelos primeiros que tenham saído para o
pátio;
d) entrará um detento por vez no corredor que dá acesso à
cela correspondente com as mãos cruzadas para trás;
e) após a entrada dos detentos em todas as celas o agente
deverá entrar no corredor de acesso aos apenados e
começar a fechar as celas da primeira até a última,
enquanto os outros permanecem no início resguardando
aquele que adentrou na galeria;
f) o fechamento das portas será feito da primeira à
última cela, certificando-se sempre de que a cela está
completamente fechada;
g) para finalizar esse procedimento o agente penitenciário
deverá realizar a conferência nominal dos detentos, bem
como fazer uma análise estrutural das grades.

O período que compreende o banho de sol dos


detentos é um momento de grande risco para agentes
penitenciários, exigindo demasiadamente atenção do
profissional devido à fragilidade em que se encontra
o agente e a possibilidade de rebeliões e reféns.

Outro procedimento padrão a ser desempenhado pelo agente


penitenciário é a abertura de celas para atendimento (parlatório,
atendimento médico e visitas):

Unidade 4 139
Universidade do Sul de Santa Catarina

a) o agente responsável pela retirada do detento entrará na


ala ou galeria abrirá a portinhola e determinará que todos
os presos se posicionem no fundo da cela com exceção
daquele que sairá para o atendimento;
b) após conferir que todos os apenados estejam no local
determinado, chamará o preso e determinará que ele
coloque as mãos para fora pela portinhola e procederá a
algemação;
c) o agente abrirá o cadeado e destravará o ferrolho e/ou
solicitará ao agente responsável pela mesa de controle que
abra a fechadura eletrônica;
d) após certificar-se de que todos os detentos estejam no
fundo da cela abrirá a porta da cela para saída do preso
algemado para atendimento;
e) determinará que o detento, já fora da cela, fique com a
frente voltada para parede e, em seguida, procederá a
uma busca pessoal; caso necessário, realizará uma busca
mais minuciosa;
f) efetuada a retirada do detento, o agente procederá o
fechamento por completo da cela;
g) nos casos de retirada dos detentos para visita familiar,
será realizada revista pessoal e/ou minuciosa caso haja
necessidade antes e depois da vista.

Mesmo com a adoção de todos os procedimentos descritos


anteriormente, eventualmente podem ocorrer erros operacionais
como:

a) o agente não determina que todos os detentos se


posicionem no fundo da cela quando da retirada de
algum deles, bem como não confere se todos estão no
fundo das celas antes de abri-la;
b) não efetua a algemação do detento antes de sair da cela;
c) permite que o preso conduzido entre em contrato com
outros apenados;
d) esquece de retirar as algemas do detento depois de
reconduzi-lo à cela.

140
Serviços Penais II

Todos os procedimentos abordados nesta unidade são de suma


importância para a segurança da unidade prisional com o objetivo
de evitar eventuais princípios de fugas e rebeliões.

Revistas em celas
As celas utilizadas pelos detentos
deverão ser revistadas periodicamente, Benefício
a fim de evitar possíveis fugas, bem
como para encontrar objetos ilícitos
não permitidos pela Administração
penitenciária, ou mesmo verificar
a quantidade de objetos liberados
pelas autoridades prisionais que
proporcionam comodidade e conforto
ao apenado, tais como ventiladores,
televisores, entre outros.

As revistas nas celas poderão ser


realizadas a qualquer momento
por no mínimo 4 (quatro) agentes
penitenciários, os quais terão apoio Cada cela comum pode ter um aparelho
operacional da Polícia Militar. de tv, rádio e um ventilador
Entretanto, o período mais adequado
para revista ocorre durante o banho Figura 4.5 – Benefícios nas celas
Fonte: Adaptado de Clicrbs (2011).
de sol dos detentos, momento em que,
provavelmente, não haverá apenados
no interior das celas.

Caso haja algum detento que opte por não sair, será
determinando que o mesmo se desloque para o fundo da cela
de frente para a parede, ficando somente com roupas íntimas e
após a revista pessoal seja encaminhado para local previamente
determinado pela supervisão de segurança até o fim da inspeção.

O agente penitenciário ou policial militar que ficar


vigiando o(s) detento(s) permanecerá a uma distância
de 3 (três) metros do(s) preso(s) com a arma na
posição sul (apontada para o chão em um ângulo
de 45 graus).

Unidade 4 141
Universidade do Sul de Santa Catarina

O procedimento adotado pelos agentes que adentrarem nas celas


se dará da seguinte forma:

a) os agentes verificarão se as grades da cela estão serradas


ou danificadas, ou mesmo se paredes, vaso sanitário (boi),
pias, caixas e mangueiras de instalações elétricas e pisos
apresentam buracos, rachaduras e objetos camuflados;
b) verificar a existência de objetos afixados nas paredes
como cartazes, cartolinas e papelões ou em locais que
porventura os detentos devam permanecer. Se algum
desses objetos for encontrado os mesmos deverão ser
confiscados;
c) caso sejam encontrados aparelhos celulares, armas,
drogas e objetos perfurocortantes (espetos), esses
deveram ser recolhidos e encaminhados para delegacia de
polícia para registro do boletim de ocorrência (BO), bem
como para instauração de incidente disciplinar;
d) deverá ser realizada uma busca por objetos que tragam
informações referentes a atividades ilícitas intra e
extramuros de apenados e facções;
e) não será permitido que objetos fiquem pendurados
em janelas como cobertores ou roupas, os quais
impossibilitem a visualização do interior das celas;
f) não será permitido que os detentos façam uso de cordas
artesanais (Tereza);
g) durante a revista da cela todos os colchões serão erguidos,
assim como os outros objetos que estiverem no piso.

Depois de realizados todos os procedimentos de revista os


detentos retirados das celas retornarão, bem como aqueles que
estiverem no fim das 2 (duas) horas de pátio.

Lista de chamada ou conferência de apenados


A conferência dos detentos também é uma prática de segurança
atribuída ao agente penitenciário, que deve se certificar da
presença do preso, ou seja, de suas condições físicas.

142
Serviços Penais II

Este procedimento inibe eventuais fugas ou até mesmo o


conhecimento delas, caso ocorram. Os horários para a realização
das chamadas ou conferências ficam a critério do supervisor
plantonista, devendo ser realizadas aleatoriamente não seguindo
um padrão específico. Caso haja necessidade, a conferência
nominal ou chamada também poderá ser realizada no período
noturno, e mesmo que o detento esteja dormindo deverá ser
despertado e obrigatoriamente responder ao agente.

A chamada nominal permite ao agente penitenciário reconhecer o


apenado tanto pelo nome como por sua fisionomia, evitando assim
que outro detento possa responder a chamada no lugar de outro.

O procedimento de chamada será realizado por 2 (dois) agentes;


um na parte superior do quadrante da ala ou galeria, que permitirá
a visualização do outro colega que efetuará a conferência através
das “portinholas” das celas, chamando pelo nome completo de cada
detento que deverá de imediato comparecer visualmente ao agente,
informando o seu nome e matrícula.

Durante o procedimento de chamada também será averiguado


se a quantidade de detentos por cela confere com a relação
informada na lista.

Caso o agente perceba a falta de algum detento, comunicará


imediatamente ao supervisor plantonista que avisará o chefe
de segurança e, por fim, o diretor da unidade para eventual
apuração do fato.

Deslocamento dos detentos


O deslocamento do detento no interior de uma unidade prisional
deverá ser realizado mediante o acompanhamento do agente
penitenciário, o qual realizará uma busca rápida ou minuciosa no
apenado antes e depois de acessar o local para qual o mesmo está
sendo deslocado.

O detento durante o trajeto deverá estar com as mãos algemadas


para trás, não poderá comunicar-se com outros apenados, bem
como deverá evitar palavras com agentes e funcionários da
Administração prisional.

Unidade 4 143
Universidade do Sul de Santa Catarina

Transporte dos detentos


O transporte dos detentos para atendimentos externos como
audiências, atendimentos hospitalares entre outros, devem ser
previamente comunicados ao setor de segurança da unidade
prisional, o qual solicitará escolta de força policial militar
para garantir a integridade física de apenados e dos agentes
penitenciários.

Antes do embarque do detento o agente penitenciário realizará


uma revista no interior da viatura que conduzirá o detento, no
intuito de retirar possíveis objetos com os quais o apenado possa
cometer qualquer ato ilícito como fugas, agressões, entre outros,
bem como cometer atos contra sua própria integridade física.

Em hipótese alguma o detento poderá estar algemado junto a


qualquer tipo de equipamento no interior da viatura. Ressalta-
se ainda que durante o trajeto os dispositivos luminosos do
veículo devem estar ligados, a fim de que a viatura que esteja
transportando o detento tenha prioridade de passagem sobre
outros veículos, sendo o deslocamento prioritário na faixa
esquerda da via.

Uso de algemas
A aplicação de algemas visa a evitar possíveis fugas bem
como contato físico entre o detento e policiais e agentes
penitenciários. Esse contato deve ser o mais restrito possível, e
com alto nível de segurança; para isso são utilizadas algemas e
marca-passos (algemas de pés), ou seja, em todo deslocamento
do apenado que ocasione alguma situação de risco devem ser
utilizados todos os materiais de segurança que permitam o
mínimo de reação do apenado em qualquer situação de crise. As
figuras a seguir ilustram, respectivamente, o uso das algemas e
marca-passos.

144
Serviços Penais II

Figura 4.6 – Apenado algemado


Fonte: Adaptado de GettyImages [20--?].

Figura 4.7 – Apenado algemado por marca-passos


Fonte: Adaptado de Dreamstime (2011).

Nas figuras anteriores verificamos que as algemas e marca-passos


são dois eficientes instrumentos que visam impedir ou prevenir
a fuga, bem como evitar agressões do apenado contra agentes,
policiais, terceiros ou contra si mesmo no seu transporte, ou seja,
em escoltas para fora do complexo prisional.

Unidade 4 145
Universidade do Sul de Santa Catarina

Segundo o Manual de Normas e Procedimentos Operacionais


do Estado de Santa Catarina (2010), o uso de algemas e marca-
passos deve ocorrer da seguinte forma:

a) Nos casos de escolta de detentos fora das unidades


prisionais:
„„ Algemas: utilizadas com as mãos para trás e viradas
para fora, sempre travadas;
„„ Marca-passos: utilizadas sempre que o detento for
conduzido para fora do regime fechado ou deslocamento
extramuros, salvo para aqueles que usufruam de
autorização judicial e/ou administrativa para executar
atividades de manutenção e conservação predial;

b) Nos casos de detentos em regime fechado:


„„ Para detentos que possuam o regime de condenação
fechado e que estejam em alas ou alojamentos
“intramuros”, as algemas deverão estar posicionadas
para a frente;

c) Nos casos de detentos em regime semiaberto:


„„ Em deslocamentos internos “intramuros” sem algemas,
desde que esteja separado por grades e similares e que
o procedimento já se encontra por encerrado;

d) Nos casos de plenário do júri:


„„ O artigo 474, § 3°, alterado pela Lei n° 11.698/2008,
preceitua que “não se permitirá o uso de algemas no
acusado durante o período em que permanecer no
plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à
ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à
garantia da integridade física dos presentes”.

146
Serviços Penais II

Cabe ainda salientar que o Supremo Tribunal Federal (STF) no ano


de 2008, buscando normalizar o uso de algemas, bem como evitar a
exibição desnecessária de pessoas presas como se fossem uma espécie
de “troféu” dos órgãos da segurança pública pelo uso indevido de
algemas, editou a Súmula Vinculante nº 11, que dispõe:

Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de


fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado. (BRASIL, 2008).

Com a edição dessa Súmula Vinculante o Supremo Tribunal


Federal criou uma nova polêmica nos procedimentos policiais,
surgindo dúvidas no uso ou não de algemas. Observamos
que essa súmula trouxe à tona a exigência das autoridades
policiais ou judiciárias justificarem por escrito os motivos que
levaram ao emprego das algemas, como forma de controlar a
discricionariedade de seu uso regular, a fim de que a motivação
não enseje a nulidade da prisão. Discricionariedade,
segundo Andrade (2008,
Conforme destaca Capez (2009, p. 261), “a súmula criou mais p. 55) é a “[...] margem
problemas para o operador do direito e o policial, pois será de liberdade ditada pela
fatalmente uma causa geradora de nulidade de inúmeras prisões”. lei para avaliar a situação
em que deve agir e/
Por fim, cabe destacar que o uso de algemas representa um ou para escolher qual
o comportamento que
grande instrumento para a atuação dos órgãos da segurança poderá tomar”.
pública, visto que possui uma tríplice função no mundo jurídico.

De acordo com Capez (2009, p. 258), o uso de algemas possui a


finalidade de: “[...] proteger a autoridade contra a reação agressiva
de presos como forma garantidora da ordem pública tendo em
vista o risco de fuga do preso, bem como na tutela a integridade
física do próprio preso”.

Unidade 4 147
Universidade do Sul de Santa Catarina

Quarto de hora noturno


No período noturno os agentes plantonistas devem realizar o
quarto de hora compreendido entre a 0 hora e 06h00min, a ser
definido pelo supervisor do dia a distribuição das equipes, bem
como os horários em que cada um realizará a ronda interna e
externa, caso necessário.

A ronda pelas equipes deverá ser realizada em todo o complexo


prisional, abrangendo alas ou galerias, setores de saúde, cozinha,
triagem, entre outros. Caso seja necessária a saída dos agentes para o
setor externo do complexo, será solicitado apoio às guaritas externas
para maior visualização e segurança dos agentes que ali percorrerão.

O procedimento de vigilância e ronda do quarto de hora visa tão


somente à averiguação e prevenção de eventuais fugas e eventos
atípicos na unidade prisional.

Seção 2 – Procedimentos emergenciais

Níveis de ocorrências
No interior de uma unidade
prisional costuma-se observar uma
sociedade paralela na qual o principal
protagonista é o agente penitenciário
da unidade, o qual possui a função de
manter a paz e harmonia para o bom
andamento da sociedade “intramuros”.
Contudo, esta harmonia muitas vezes
é abalada de diversas formas através de
eventos como fugas, evasões, rebeliões,
assassinatos, brigas, acidentes, entre
outras ocorrências.
Figura 4.8 – Princípio
de rebelião
Fonte: Terra (2009). A figura anterior ilustra um princípio de rebelião em um presídio
do Estado de São Paulo, em que apenados colocam fogo em

148
Serviços Penais II

roupas e outros objetos no pátio, ainda alguns detentos subiram


no telhado da unidade prisional.

Para repelir essas forças que vão de encontro à ordem e


disciplina no ambiente prisional o agente penitenciário exerce
a função de vigilância, observando com o cuidado necessário
qualquer modificação na rotina da vida carcerária. Deve
relatar as ocorrências imediatamente após a sua constatação e
comunicá-las ao chefe imediato, “chefe de segurança”, através de
comunicação interna, registrando no relatório diário de plantão
o nome completo do apenado, filiação, número do prontuário,
galeria, cubículo de origem, local e fato da ocorrência, data,
horário e relato dos fatos, visando à instauração de procedimento
disciplinar competente.

Nas prisões brasileiras o índice de problemas disciplinares diários


são tão alarmantes que, considerando essa peculiaridade, o
Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (DEPEN/
PR) elaborou um manual de condutas e procedimentos do agente
penitenciário que classifica as ocorrências em níveis, assim expostos:

a) Nível – I: Ocorrências de administração local:


Esse tipo de ocorrência é caracterizado por discussões
entre presos, desobediência à ordem entre outras, tendo
como intervenção necessária do agente penitenciário o
isolamento da área abrangida, comunicação imediata
da chefia de segurança, bem como solicitar apoio
operacional;
b) Nível – II: Ocorrência grave com possibilidade de
progressão: Caracterizada por brigas entre presos; posse
de substâncias e/ou objetos ilícitos, essa prática possui
como intervenção do agente em isolar a área; solicitar
apoio operacional; apreensão do objeto ou substância e
comunicar imediatamente o chefe de segurança;
c) Nível – III: Ocorrência gravíssima: Essas ocorrências
costumam desestruturar a ordem e disciplina da unidade
devido ao seu grau de periculosidade tanto para apenados
como para funcionários, e é caracterizada por diversas
formas, sendo elas: morte entre presos; fugas; motins;
rebeliões e incêndios. A intervenção necessária para esses
casos resume-se em: identificar e controlar o problema;
isolar a área do conflito; solicitar apoio operacional;
comunicar o chefe de segurança; observar os envolvidos
e acionar o alarme conforme a necessidade exigir.
(DEPEN/PR [20--?]).

Unidade 4 149
Universidade do Sul de Santa Catarina

Caso o agente penitenciário observe que todos os níveis acima


descritos tenham sido ultrapassados, bem como não possa resolvê-
los de forma pacífica, deverá acionar de imediato os órgãos
responsáveis no controle de eventos atípicos da Segurança Pública.

Uso de rádio comunicador em casos emergenciais


A segurança de uma unidade prisional está amplamente ligada
à comunicação interna entre funcionários, pois ela permite um
atendimento rápido e emergencial nos casos intervencionais de
alto risco, proporcionando assim, uma segurança a mais para
apenados e funcionários operacionais e administrativos.

São diversas as formas de comunicação dentro de um


estabelecimento penal, como telefones e rádios que permitem
uma comunicação móvel “intra e extramuro”, ou seja, o rádio
comunicador se tornou mais uma ferramenta diária na vida
de um agente penitenciário, a qual possibilita a passagem de
informações rápidas e eficazes para o seu destinatário.

No quadro a seguir estão descritos alguns dos códigos mais


usados dentro de uma instituição penal:

SIGLA SIGNIFICADO SIGLA SIGNIFICADO


QAP Escuta, escutar QRV Pronto para receber, na escuta
QRA Prefixo da estação (aparelho), nome QRX Esperar, dar um tempo
QRI Tonalidade dos sinais QSL Confirmação, compreendido
QSA Intensidade dos sinais: 1, 2, 3, 4 ou 5 QSO Contato entre duas estações (receber ligação)
QRM Interferência de outra estação QTA Cancelar, última forma
QRN Interferência estática QTC Telegrama, mensagem
TKS Obrigado QTH Endereço (localização)
NIL Nada, nenhum(a) QTR Hora exata
QRU Assunto QTI Rumo verdadeiro
Quadro 4.3 – Códigos utilizados na operação de rádio comunicador
Fonte: Projeto Selva [20--?].

O código “Q” é internacionalmente conhecido e utilizado por


forças de segurança (polícias civis, militares, bombeiros, Exército,

150
Serviços Penais II

Marinha e Aeronáutica, entre outros), bem como por entidades


privadas, pois a utilização desse código facilita sobremaneira uma
comunicação rápida e eficaz entre os operadores.

Por fim, verificamos que o uso do rádio comunicador é uma peça


fundamental de comunicação entre agentes penitenciários, sendo
uma ferramenta imprescindível para a realização e instrução de
qualquer informação a ser seguida pelo seu operador.

Uso da força
Nas ocorrências que violam a ordem e disciplina prisional como
motins, princípio de rebeliões, briga entre apenados, o agente
penitenciário torna-se responsável pela aplicação do uso da força
progressiva a fim de cessar o perigo iminente. Contudo, a força
empregada deve ser proporcional ao ato violado, tornando-se
assim uma excludente de ilicitude.
Ilicitude é a contrariedade
Ressaltamos ainda que não haverá crime na conduta do agente entre o fato típico
penitenciário se evitar qualquer fato danoso que vise à sua praticado por alguém e
integridade física ou de terceiros (apenados) caso ele pratique o ordenamento jurídico,
o fato em estado de necessidade, legítima defesa, em estrito capaz de lesionar ou
expor a perigo de
cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. lesão bens jurídicos
Isto é, o uso da força será empregada em situações adversas do penalmente tutelados.
cotidiano de uma prisão, sendo aplicada de modo eficaz sem (MASSON, 2009, p. 345)
romper com o princípio ético e moral do cargo, bem como de
pessoa e cidadão no resguardo da vida de outrem.

O uso da força dentro dos estabelecimentos penais se dá através


de técnicas de submissão “imobilizações” e por meio de armas
não letais: munições de borrachas, tonfas, spray de pimenta,
bombas de efeito moral ou de luz e som, taser instrumentos
eficazes ao contingenciamento de brigas, motins e rebeliões,
bem como são empregadas por forças policiais para contenção de
manifestações que ofendam a ordem pública.

Tais forças de paralisação fazem parte da grade curricular


ministrada nas Escolas Penitenciárias dos Estados, órgãos
responsáveis pela formação e manutenção de cursos para o
aprimoramento de agentes penitenciários, assim como por
outros órgãos da segurança pública. As figuras a seguir ilustram
algumas dessas armas não letais:

Unidade 4 151
Universidade do Sul de Santa Catarina

A tonfa é um anteparo leve que possibilita várias ações


simultâneas como defesas e ataques rápidos ao agressor. Ela
é comumente utilizada em aulas de defesa pessoal em todo
o Brasil, sendo um instrumento eficaz de mobilização e
retenção do agressor.
Figura 4.9 – Tonfa
Fonte: OLX (2011). A seguir, iremos verificar outros instrumentos utilizados
pelos agentes penitenciários no controle de eventos atípicos.

A munição de borracha consiste em um projétil de látex não


perfurante, utilizado em armas de fogo para conter tumultos
e agressões entre várias pessoas. Basicamente, esse tipo de
Figura 4.10 – Munição de borracha
Fonte: LAUSI [2011?].
munição é encontrado em armas de calibre 12.

O spray de pimenta, conforme ilustra figura à esquerda, também


é muito utilizado pelas forças de segurança para o controle de
eventos que envolvam situações de possíveis agressões.

O spray de pimenta é uma arma não letal que visa à cegueira


imediata e temporária do agressor. O spray atua direto nas
mucosas dos olhos, nariz e boca, causando grande irritação
Figura 4.11 – Spray de pimenta para aquele que o inala. O extrato de pimenta é utilizado
Fonte: Fala Guarda (2010). tanto em recipientes como ilustrado ao lado como em bombas
de efeito moral, conforme ilustração também ao lado.

As bombas de efeito moral (pimenta) e luz e som visam ao


controle de aglomerações, para conter o tumulto de pessoas
sem ferir ou matar manifestantes. A sua utilização visa tão
somente à dispersão de pessoas, através de gases de pimenta
ou através do susto da luz e som.

Por fim, analisaremos o uso da taser, uma arma não letal


Figura 4.12 – Bombas de efeito
moral (pimenta) e luz e som de grande intimidação que visa à mobilização imediata do
Fonte: Prefeitura Municipal de agressor através de choques elétricos.
Paulina (2011).
Esse aparelho é semelhante às armas de fogo. Possui
uma pressão que dispara eletrodos na direção desejada,
possibilitando assim a paralisação do indivíduo por choques
em seu sistema nervoso.

A seguir, conheceremos os grupos táticos de segurança que


estão habilitados para o uso de instrumentos letais e não
Figura 4.13 – Taser letais no combate de eventos atípicos.
Fonte: Vivas (2009).

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Serviços Penais II

Combate de eventos atípicos


No interior de uma unidade prisional
ocorrem diversas situações adversas que
resultam em eventos atípicos, os quais
mobilizam vários setores da segurança
pública no combate e repressão a
esses eventos, como os grupos táticos
da Polícia Militar – Batalhão de
Operações Policiais Especiais (BOPE)
e Polícia Civil:

A figura ao lado ilustra o treinamento do


BOPE do Distrito Federal, bem como o Figura 4.14 – Grupo tático intervencional
Fonte: PMDF – BOPE [20--?].
posicionamento de cada integrante para
entrar em ambientes fechados, assemelhando-se aos procedimentos
utilizados quando necessário para entrar em celas prisionais.

Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) – Polícia Militar


Atualmente, a maioria dos Estados brasileiros conta com
um Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), cujo
principal objetivo é o de enfrentar ocorrências que se situam além
da capacidade normal, exigindo o emprego de tropa armada,
equipada e especialmente treinada para situações de alto risco
operacional. Por exemplo:

1 – Combate ao crime organizado, visando à captura ou


neutralização de seus agentes;
2 – Captura de delinquentes, fortemente armados e
entrincheirados;
3 – Intervenção e/ou negociação em operações de resgate
de reféns, em áreas urbanas ou rurais;
4 – Atuação em rebeliões em estabelecimentos prisionais
com ou sem a tomada de reféns; (grifo nosso)
[...]
10 – Apoio nas escoltas de presos de alta periculosidade.
(BATALHÃO DE OPERAÇÕES POLICIAIS
ESPECIAIS [20--?]).

Unidade 4 153
Universidade do Sul de Santa Catarina

O BOPE é um dos principais mecanismos de controle de eventos


atípicos que abalam a estrutura de um estabelecimento penal
como: rebeliões e motins entre apenados. As operações realizadas
por este grupo, bem como as de outros em unidades prisionais,
visam ao restabelecimento da ordem e disciplina, princípios
importantes para o bom andamento da Administração prisional.

Central de Operações Policiais – Polícia Civil


A maioria das polícias civis dos Estados brasileiros conta
com uma estrutura semelhante à da Polícia Militar descrita
anteriormente, sendo formadas por um grupo altamente
especializado de combate ao crime.

Dentre os grupos citados podemos destacar o grupo que compõe


a polícia civil catarinense, denominado Central de Operações
Policiais (COP). Esse grupo possui como um dos objetivos apoiar
de forma operacional as delegacias de polícia do Estado, bem
como auxiliar nas escoltas de presos de elevada periculosidade e o
gerenciamento de crises prisionais.

Ressaltamos que as polícias civis e militares dos Estados possuem


corporações de alto padrão operacional, sendo também atribuição
entre suas atividades a manutenção da segurança e disciplina
da unidade penitenciária requisitante. Entre esses grupos
de pronta resposta a eventos atípicos nas unidades prisionais
destacam-se ainda alguns grupos especiais formados por agentes
penitenciários, conforme veremos a seguir.

Grupo de intervenção tática – agentes penitenciários


Alguns Estados brasileiros não dispõem de um grupo de agentes
penitenciários especializados no gerenciamento à repressão e
combate a princípios de rebeliões ou crises. Contudo, outros
já possuem, como é o caso do Estado do Rio de Janeiro, que
possui o Grupamento de Intervenção Tática (GIT) composto
por agentes penitenciários criado para debelar rebeliões e motins
dentro do sistema carcerário carioca.

Outra unidade da Federação que conta com um grupo de agentes


penitenciários especializados é o Distrito Federal, que possui

154
Serviços Penais II

uma Gerência Penitenciária de Operações Especiais (GPOE)


com a finalidade funcional de dar suporte ao sistema prisional em
adquirir técnicas e procedimentos no intuito de evitar situações
de risco aos agentes do sistema prisional, configurando-se como
um grupo especializado no gerenciamento de rebeliões, motins,
isolamento e contenção na solução de problemas desta natureza.

Ambos os grupos já efetuaram várias operações com um saldo


positivo no combate a este ilícito na Administração penitenciária.
Caso recente foi a atuação desses grupos de apoio especializados
formados por agentes penitenciários de carreira que:

[...] durante a rebelião no Rio de Janeiro no Presídio


Hélio Gomes quando um grupo da GPOE ministrava
instruções para Agentes do GIT - Grupo de
Intervenção Tática daquele Estado. Durante a rebelião
havia 05 cinco reféns e uma arma de fogo tipo
pistola 9 mm. Como a ação foi desencadeada pelo
GIT após instruções ministradas pela GPOE, houve a
recuperação de todos os reféns vivos e um saldo de
apenas 01 morto [...]. (DIÁRIO DE CUIABÁ, 2005).

Cabe ainda informar que as ações dos grupos táticos


caracterizam-se pelo elevado nível de aptidão física e mental
de seus integrantes para a utilização de armas letais e não
letais, e seu emprego deve ser o último recurso do grupo de
gerenciamento de crise, ou seja, após a utilização de todos
os meios possíveis para cessar as ocorrências. As missões
dos grupos táticos são específicas no que se refere a salvar e
conter qualquer ação que ofenda a vida humana, bem como
de salvar as pessoas capturadas, mesmo que para isso tenha
de neutralizar os rebelados.

Segundo Thomé (1998, p. 44),

a disposição do grupo Tático no local de conflito,


com a presença de atiradores de elite e material
e equipamentos diferentes e estrategicamente
colocados, inibem sobremaneira os causadores do
evento. A escolha do responsável pelo Grupo Tático
é definida mediante critério específico oriundo de um
time já formado e em atuação.

Unidade 4 155
Universidade do Sul de Santa Catarina

Por fim, verificamos que em momentos de crise no interior de


uma unidade prisional a gravidade e magnitude podem resultar
em mortos, feridos e prejuízos materiais, requerendo assim
medidas súbitas e coordenadas de vários órgãos governamentais e
setoriais vinculados à Secretaria da Segurança Pública, buscando
tarefas complexas num tempo e ritmo que fogem completamente
àqueles presentes em seu cotidiano, em que todos os esforços
devem se concentrar no alcance dos principais objetivos que são:
preservar a vida e aplicar a lei.

Síntese

Nesta unidade estudamos alguns procedimentos gerais e


específicos utilizados no dia a dia de trabalho do sistema
carcerário, tais como os métodos de revista a serem realizados em
apenados e familiares, as atribuições que o agente penitenciário
deve exercer para o bom andamento da Administração prisional,
e, ainda, as normas a serem seguidas para a abertura de cela e
condução de apenados para banho de sol diário, entre outros
procedimentos.

Aprendemos os principais códigos “Q” de comunicações de rádio,


sendo comumente utilizados no interior de um estabelecimento
prisional, bem como por forças de segurança, tendo em vista a
sua rápida comunicação e eficácia na transmissão de informações.

Conhecemos alguns instrumentos não letais de paralisação


como: tonfas, munições de borracha, sprays de pimenta, bombas
de efeito moral e taseres, os quais são eficazes no uso da força
progressiva para o contingenciamento de brigas, motins e
rebeliões entre apenados.

Por fim, estudamos os procedimentos emergenciais atribuídos


aos níveis de ocorrência grave e gravíssima os quais costumam
desestruturar a ordem e disciplina de uma unidade prisional,
assim como os principais sujeitos responsáveis pela contenção de
eventos atípicos.

156
Serviços Penais II

Atividades de autoavaliação

1) Assim que os apenados ingressam no sistema prisional de uma


Unidade, qual o prazo máximo que ele deverá permanecer isolado dos
demais? Assinale a alternativa correta.
( ) 5 dias, pois é o tempo necessário para ele fazer novas amizades
com outros detentos.
( ) 10 dias, para averiguar o comportamento do apenado e a
possibilidade de seu convívio carcerário com outros, com saída
somente autorizada com ordem da Direção ou Chefe de Segurança.
( ) 30 dias, a critério do agente penitenciário.
( ) 15 dias, conforme orientação da Lei de Execução Penal.

2) Os apenados, para ingressarem no sistema prisional, necessitam de


alguns documentos que devem acompanhá-los impreterivelmente.
Assinale dentre a documentação abaixo, 3 (três) documentos que devem
acompanhar o apenado para o seu ingresso em uma instituição prisional:
( ) Cópia da petição inicial elaborada pela defesa do apenado.
( ) Parecer do Ministério Público.
( ) Cópia da denúncia.
( ) Cópia da apelação.
( ) Cópia da sentença condenatória.
( ) Cópia do inquérito policial.
( ) Cópia da guia de recolhimento do apenado.

3) Assinale os 4 (quatro) tipos de parentes afins que poderão visitar os


apenados:

( ) Tios ( ) Avós
( ) Sobrinhos ( ) Filhos
( ) Pais ( ) Primos
( ) Cunhados ( ) Netos
( ) Irmãos ( ) Sogros
( ) Cônjuges ( ) Genros

Unidade 4 157
Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais

MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal comentários à


Lei n. 7.210 de 11-7-84. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

SOUZA, Fátima; VERSIGNASSI, Alexandre. A cadeia como


você nunca viu – o dia-a-dia das prisões brasileiras. Super
Interessante, n. 250, p. 54-65 98, mar. 2007.

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