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A MAIOR HERANÇA

QUE OS PAIS PODEM DEIXAR


Jamile de Lima Lyra1

INTRODUÇÃO

O interesse de deixar algo de muito bom para os filhos é uma


realidade dos pais independente de sua faixa etária. Os filhos,
enquanto sob sua guarda, estão numa total dependência e parecem
seguros. Porém, daqui a mais ou menos tempo eles sairão do
convívio da casa e formarão suas próprias famílias.

Antevendo um pouco essa situação, é pertinente perguntar: O


que vocês como pai e mãe gostariam de vê em seus filhos? O que
vocês gostariam de vê-los realizando? Feche os seus olhos por
alguns instantes e pense em cada um deles e se deixe levar por este
sonho! Agora tome um pedaço de papel, coloque o nome deles e
escreva ao lado de cada um, uma frase que resuma aquilo que você
sonhou para ele. Guarde este papel dentro de sua bíblia de maneira
que possa lê-lo duas ou três vezes enquanto você analisa este artigo.

Seja qual for o seu desejo, ele precisará do seu investimento


para que haja uma chance de se realizar. Este investimento
caracterizar-se-á no tipo de herança que você deixará para seus
filhos.

1
Jamile Lyra é esposa de pastor e mãe de quatro filhos. Cursou o Instituto Bíblico do Norte e psicologia na UFPE

A maior Herança que os pais podem deixar 1


HERANÇA É UMA QUESTÃO DE VALOR

Uma vez que Deus deu ao seres humanos o privilégio de gerarem filhos e a
responsabilidade de educá-los, podemos deduzir que todos nós recebemos uma
herança familiar de nossos pais. Quando voltamos nossos olhos para eles, podemos
perceber claramente o investimento que fizeram em nós e conseqüentemente o tipo
de herança que nos deixaram. Analise alguns exemplos:

 O que eles gastaram com o nosso corpo em alimentação e saúde, reflete,


em parte, o que hoje somos fisicamente.
 O nível de esforço em nos proporcionar educação secular e nos prover de
bens materiais, refletem uma boa parcela do padrão de vida que
vivenciamos.
 O investimento espiritual pessoal que eles nos dedicaram (seja ele qual for)
é percebido também quando olhamos para dentro de nós e vemos a
herança que temos por termos assimilado os seus padrões éticos, suas
concepções a respeito do certo e do errado, seu senso de dever moral e
honestidade.

Como pais, investimos naquilo que valorizamos. Porém, como estabelecer


nossa escala de valores em meio a uma sociedade onde praticamente tudo é relativo,
onde cada um busca a sua verdade e a partir dela sai em busca de seus interesses?

1. A Crise dos Valores da nossa sociedade

É notória a séria crise que tem se instalado nos relacionamentos conjugais e


também com os filhos. É do nosso conhecimento a preocupação da comunidade
terapêutica acerca desse assunto. Sociólogos e psicólogos, mesmo sem um
comprometimento com Deus, demonstraram preocupação com os impactos atuais na
família moderna acerca dessa vulnerabilidade da escala de valores. Dentre as
principais preocupações destacamos:

1. O divórcio pode ser concedido por qualquer motivo


Os conflitos entre os casais não são vistos como oportunidade de crescimento
da relação, mas como possibilidade de separação. O casal age como se a
carta de divórcio estivesse guardada na gaveta do armário, um dia após o
casamento ter-se realizado, podendo ser utilizada por qualquer motivo que
julgue justificável.

2. O impacto dos casamentos desfeitos


Há aqui um inevitável efeito negativo nas crianças e nos jovens. Ultimamente li
a respeito do luto que se instala na vida de uma criança cujos pais se separam.
O artigo afirmava que este pode chegar a durar seis anos, dependendo da
idade das crianças e da maneira como esta separação é anunciada pelos pais
com mais ou menos conflitos. O artigo afirmava ainda que este luto inicia-se
um ano antes da separação propriamente dita.

3. O surgimento de novas configurações familiares

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A família nuclear composta de pai, mãe e filhos está cada vez mais rara se ser
encontrada. Nos últimos anos novas concepções de família apareceram e elas
deram lugar a aceitação de novas configurações familiares desastrosas em
suas conseqüências. Como exemplo:
 Mãe ou Pai com seus filhos no final de semana;
 Filhos com esposa/companheira do pai ou esposo/companheiro da mãe;
 Mães solteiras e produções independentes;
 E até homossexuais com filhos adotivos.

4. O Perigo da influência da mídia


A mídia parece nos querer mostrar que a configuração da família composta por
Pai, mãe e filhos em um ambiente estável, está ultrapassada e por isso mesmo
não pode mais ser absorvida pela geração atual.

Como isto acontece? A mídia lança mão de um dos pilares que tem sustentado
a sociedade pós-moderna, o relativismo em tudo. Eles encaram os princípios
que regem os relacionamentos familiares de forma tão relativa que torna
impossível a existência de modelos. É colocada sobre cada um a
responsabilidade de estabelecer para si mesmo o que é certo ou errado.

Você poderia me dizer: mas o divórcio, o desrespeito entre pais e filhos e até o
homossexualismo não são problemas que surgiram nos últimos anos. Esses
problemas já existiam e foram abordados pelo próprio Deus com a nação de
Israel no Antigo Testamento. Tal afirmação é verdadeira. Porém, o que temos
visto é a utilização da mídia como instrumento de educação da sociedade, e
isto inclui seus filhos, em como proceder diante de tais realidades, e dando a
elas novo significado e valor. É pura ignorância achar que a criança pelo muito
ouvir e ver tais configurações, não venha a aceitar que elas se tornem parte de
uma “normalidade” do seu tempo ao invés de entendê-las como um desvio do
ideal. A exposição em massa e constante formará o conceito que as
configurações familiares em questão são opções aceitáveis e não uma
estrutura familiar doentia e destrutiva.

5. Indefinição da cadeia de autoridade


A sociedade atual já adota como inadequado se falar em responsabilidade do
pai como chefe da família. Ao longo do tempo, o desejo feminino, e também as
necessidades econômicas levaram a mulher a se inserir no mercado de
trabalho, pressionando o casal a dividir suas responsabilidades domésticas. Tal
fato, em tese, deveria propiciar mais participação e a aproximação do pai como
figura de autoridade para com os filhos. Entretanto, verifica-se o surgimento de
uma forte tendência que pode descaracterizar o pai como fonte de autoridade e
líder da família, uma vez que há o incontestável perigo de associar aquele que
mais supre com aquele que tem a responsabilidade de exercer autoridade.
Principalmente, quando o maior ganho financeiro é o da mãe.

6. Ruptura relacional precoce


As mulheres estão sendo convencidas de que o tempo de suas licenças
maternidade é suficiente para dar a seus bebês estabilidade emocional.
Cessada a licença, elas acham que atingiram o ponto de poder transferir o
bebê aos cuidados de uma babá, sob o pretexto de que foi esta

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cuidadosamente recomendada por uma amiga ou parente. Essas mães agem
como se as únicas necessidades do seu bebê fossem a de se alimentar e estar
sempre sequinho.

7. Redução do tempo de convívio familiar


Muitos terapeutas demonstram preocupação com o estilo de vida imposto às
crianças que diariamente voltam da escola para casa e ficam sem
acompanhamento e supervisão de seus pais. Além disso, o tempo de
envolvimento entre os membros da família tem sido transferido para a televisão
e para o computador. É muito séria a atração proporcionada pela mídia digital
nos dias de hoje! Ela gera um hábito que tem sido comparado pelos estudiosos
do comportamento, com uma droga sem a qual não se pode viver. Esse hábito,
que pode se tornar um vício, leva o adulto, o jovem, o adolescente ou mesmo a
criança não ter que falar, não ter que se relacionar com pessoas reais face a
face, conduzindo-os a um mundo abstrato, desprezando o ambiente ao seu
redor, o cotidiano, o corpo e até o próprio ser.

8. Moral banalizada
Para verificar isto, basta observar como a imoralidade tem sido freqüentemente
usada para dar sentido aos programas humorísticos, muitas vezes
ridicularizando aqueles que dela não se utiliza!

Apesar da sociedade coexistir com todos esses problemas relacionais, fruto da


instabilidade de sua escala de valores, não podemos deixar de notar que, para sua
própria preservação, ela se esforça em manter alguns valores familiares, porém,
esses raramente correspondem adequadamente aos valores idealizados por Deus.

2. A Estabilidade dos Valores Cristãos

Diante do tsunami de valores diabólicos estimulados pelo convívio e pela mídia,


será que o tipo de herança que você está armazenando nos seus filhos permitirá que
eles busquem a Deus, mesmo vivendo numa sociedade com valores tão anticristãos?
Obviamente, o comportamento de uma sociedade que vive alheia a Deus,
jamais poderia refletir os valores divinos. Como psicóloga cristã, creio que fora das
Escrituras reveladas por Deus jamais descobriremos soluções que tragam cura para
as angústias sociais da família. O ser humano em sua natureza decaída é
essencialmente egoísta. O máximo que um pai ou mãe conseguirá sem Cristo é uma
acomodação/adaptação à crise, cura não!
O cristão, por ter a sua mente restaurada por Deus, tem condições de julgar os
valores de todas as coisas (I Co 2:15-16). Ele entende que tais comportamentos não
refletem o ideal de Deus. Porém, possuir tal entendimento pode não ser suficiente
para livrá-los da possibilidade de vivenciar crises, ou se achar envolvido em alguma
delas como parte da vida de um de seus filhos.
Considerando isso, os pais cristãos não podem se descuidar e serem levados
por esta onda demolidora que não deixa herança saudável para filho algum. A fé cristã
não é uma proposta de vida sem orientações e desprovidas de respostas. A Palavra
de Deus é “lâmpada para os pés e luz para o caminho” (Sl 119:105).
Em outras palavras, o cristão difere do mundo não cristão por ter um padrão de
valores que são expressos pelos princípios bíblicos. Princípios que refletem o caráter

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do próprio Deus. Não estando alheio a esse contexto e necessidades, o nosso
objetivo é:
Despertar a real responsabilidade dos pais na aplicação dos princípios
bíblicos, visando ajudá-los na educação de seus filhos no caminho que
honre a Cristo em qualquer cultura e sob quaisquer circunstancias.

Os Princípios de Deus são eternos

A esta altura, se faz necessário entender adequadamente o que é um princípio


bíblico. Josh McDowell no seu livro Certo ou Errado2 apresenta a figura das três
peneiras para ilustrar como entendermos melhor o conteúdo de um texto da Bíblia.
Segundo ele, a primeira peneira é a de tela mais larga por permitir muitas ordens. A
segunda é mais estreita, pois define os princípios. E a última é de tela mais fina,
representando características do próprio Deus. Com essa ilustração ele apresentou
os três aspectos do texto bíblico no que diz respeito à orientação divina (veja a
ilustração abaixo).

O primeiro aspecto (peneira) é a Regra, Ordem ou Preceito que é contextual


por estar ligada a uma determina realidade histórica e vivencial. Ou seja, a regra está
sempre relacionada a um determinado contexto. Geralmente ela é expressa através
de permissões e proibições, é o nosso conhecido conjunto de “faça isto, não faça
aquilo”. Um bom exemplo são os 10 mandamentos. É importante lembrar que o fato
das regras de Deus terem sido dadas em um contexto diferente do nosso, isso não
implica em dizer que elas estão totalmente nulas. Veja porque a seguir.
O segundo aspecto é o Principio. Ele diz respeito à base que sustenta a
elaboração da regra. Logo, todo princípio bíblico é atemporal, obrigatório para todos e
supracultural. Vamos compreender melhor com um exemplo. Se os 10 mandamentos
são regras, qual o princípio ou princípios que os sustentam? O próprio Jesus
respondeu: amar a Deus acima de tudo e todos e ao próximo como a si mesmo (Mt
23:37). Isto é um princípio e, portanto, é válido para qualquer ser humano em
qualquer época ou cultura.
O terceiro e definitivo aspecto diz respeito ao Caráter de Deus. Ele é a fonte
perfeita de onde tudo provém. É do caráter de Deus que vem o princípio que sustenta
regra. Se os 10 mandamentos é uma regra, o amar é o princípio, e o caráter de Deus
é a fonte, pois Deus é amor (I Jo 4:8). Leia em voz alta o texto abaixo.
2
Josh McDowell, Certo ou Errado. Editora Mundo Cristão, SP:1998.

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“Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem
irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os
ensinamentos cristãos.” (Ef 6:4)

Após ter concluído a leitura responda: Este texto se refere a uma regra ou
principio de Deus? Por quê? Se você chegou à conclusão que neste texto temos um
princípio, você está certo. Não temos como negar que s palavras ali escritas pelo
apóstolo Paulo é um dos princípios que Deus estabeleceu para os pais. Como
conseqüência imediata, sua aplicação não está presa a uma época, é atemporal,
todos devem obedecer, é normativo, e é valido para qualquer cultura no planeta terra
onde houver ser humano, é supracultural. Você também deve ter concluído que Deus
é o Pai por excelência, o qual se preocupa em ensinar, corrigir e abençoar seus filhos
(Hb 12:7-10), e é daí que o princípio procede.

Com estes conceitos, poderemos buscar na bíblia respostas para as seguintes


questões:

 Qual o sistema de relacionamento familiar proposto por Deus?


 Até onde vai o poder de influência dos pais nos filhos?
 Deus garante que os filhos dos crentes não se desviarão de seus
caminhos?
 Qual o perigo das intermediações na educação?
 Qual o melhor: Qualidade ou quantidade de tempo dedicado aos filhos?

Para Pensar e refletir

Em que sua atitude como pai ou mãe


reflete sua crença na eficácia dos princípios bíblicos?

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O SISTEMA DE RELACIONAMENTO PROPOSTO POR DEUS

O que todo pai e mãe precisam é desesperadamente retornar aos princípios


divinos, depositando neles verdadeiramente sua confiança, para a educação de seus
filhos. Tais princípios, por serem provenientes do próprio Deus, nos servirão, inclusive,
de padrão para julgarmos todo este arsenal de propostas, tão naturalmente
apresentados por nossa sociedade, antes de decodificá-los para nossos filhos.
Para tanto, como cristãos, se faz necessário olharmos para o modelo bíblico,
ele é perfeito e sempre nos fará muito bem quando o adotarmos (Rm 12:2). Analise
agora o que a bíblia revela sobre o relacionamento familiar no modelo ideal.

(1) É forte e estável por ter Deus como seu autor e reflete a Trindade - O
padrão de relacionamento familiar estabelecido por Deus tem como modelo
a própria Trindade. Antes de criar o homem e a mulher, Deus determinou
como seríamos: “façamos à nossa imagem e semelhança” Gn 1:26 e 27.
Semelhantes a Deus significa que homem e mulher refletiriam a própria
Trindade que os criava (Façamos). É pertinente indagar: Que
características tem o relacionamento entre as três pessoas da trindade?
 Indivisíbilidade
 Conhecimento profundo
 Unidade nos projetos e ações
 Harmonia plena.
Se somos imagem e semelhança do Deus Triúno e harmonioso por que
temos tantos erros nos relacionamentos? A Bíblia também revela que o
pecado que cometemos danificou os relacionamentos. A bênção de
relacionamentos perfeitos foi perdida com a entrada do pecado na raça
humana. Uma vez que o ser humano desviou seus olhos do criador,
afastando-se do propósito para o qual foi criado, consequentemente
também desviou seus olhos do outro, tornando-se essencialmente um ser
egoísta (Ef 2:1-3). Entretanto, a boa notícia é que em Cristo, os que crêem
nele como Senhor e Salvador foram feitos novas criaturas (II Co 5:17), suas
mentes foram renovadas e, portanto, foram divinamente capacitados de não
somente entender, mas também experimentar o que Deus planejou para a
família. Assim, descobrimos que o relacionamento familiar planejado por
Deus reflete a própria Trindade, e há nele, portanto, uma inevitável força em
seus laços.

(2) É responsabilidade delegada: não pode ser terceirizada - Deus em seu


infinito poder, poderia ter planejado a geração e a criação dos seres
humanos como sendo de sua total responsabilidade. Mas não foi esta a sua
decisão. Ele nos fez co-participantes desta tarefa! A tarefa que Deus nos
chama a cumprir como pais, nada mais é do que numa extensão da benção
de poder participar da sua criação, daí a delegação. Esta tarefa torna-se
uma carga quando os pais negligenciam, diante de Deus, a aplicação dos
princípios por Ele estabelecidos. Tal negligência leva a:

 Desperdiçar a benção inerente a esta tarefa,


 Enfrentar uma carga que Deus nunca pretendeu colocar sobre os
seus ombros.

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 Prestar contas a Deus por causa da responsabilidade que lhe foi
delegada.
Isto não significa a inexistência de aspectos agradáveis que são inerentes a
tarefa de criar nossos filhos. Porém, criar filhos não é uma brincadeira. Às
vezes, o impor limites ao nosso filho, ver o seu rosto triste e até muitas
vezes contrariado por não ter ainda a capacidade de entender o beneficio
deste, não é algo que nos traz prazer. Se você já vivenciou a necessidade
de estabelecer um horário de chegada ou de dormir para o seu filho pré-
adolescente ou adolescente, sabe muito bem do que estou falando.
Tudo isso faz parte da responsabilidade dos pais e não pode ser
terceirizada. No plano de Deus àqueles a quem Ele deu o privilegio de gerar
são os mesmos a quem Ele deu a responsabilidade de cuidar e educar
pessoalmente. Alguns atos da educação podem ser amargos, mas os
resultados são doces.
Leia a seguir Provérbios 29.17 – “corrija os seus filhos, e eles serão para
você motivo de orgulho e não de vergonha.”

(3) Deus atua e garante os resultados - Creio que o maior desejo dos pais
cristãos consiste em não fracassar ao procurar criar seus filhos na disciplina
e ensinamentos bíblicos. Eles desejam ter sucesso nesta tarefa. Para tal, é
preciso, porém, ter em mente o conceito de sucesso como aquilo que
reflete o ideal de Deus, e não a definição de sucesso assimilada pela nossa
sociedade. Releia a descrição que você sonhou para cada um dos seus
filhos e responda: Seus sonhos refletem o ideal divino ou já se misturaram
com o conceito de sucesso na nossa sociedade?
Leia Provérbios 22:6 – “Eduque a criança no caminho em que deve andar e
até o fim da vida não se desviará dele”.
Creio que neste texto nos deparamos com uma promessa de êxito na
educação de nossos filhos. Se educarmos corretamente nossos filhos,
teremos a garantia de que eles permanecerão fiéis ao Senhor. Em outras
palavras, os pais que aplicarem com dedicação os princípios bíblicos na
educação de seus filhos verão o efeito positivo no caráter deles.
Por esta razão você deve orar a Deus e decidir instruir seu filho, usando
todos os meios disponíveis para imprimir perpetuamente no seu coração as
verdades do evangelho.
Os resultados desse investimento serão sempre positivos, não apenas por
conta de seus esforços como pais cristãos, mas porque Deus é fiel em suas
promessas e os seus princípios são infalíveis. Aplicar um princípio divino
não é tentar acertar, é acertar!

(4) Pais falhos não inibem a ação do Deus gracioso - Com a nossa exposição
da responsabilidade dos pais na formação do caráter dos filhos, não
queremos afirmar que o Senhor graciosamente não poderá restaurará um
adulto, cujos pais falharam na sua educação. Se assim crêssemos,
estaríamos desconsiderando por completo a soberania e a graça de Deus.
Todavia, quando falamos da graça divina estamos falando de favor não
merecido. Não há promessa na Bíblia que Deus corrigirá as consequências
dos erros cometidos por desconhecimento ou desobediência, mesmo que
sejam cristãos. Portanto, não há garantia alguma que Deus usará de
misericórdia para com os seus filhos quando você não se dedica a aplicar

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os princípios divinos. Nenhum pai ou mãe cristão deve se valer disso. Mas
se vier a falhar, saiba que Deus é gracioso e misericordioso.

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PAIS: A INFLUÊNCIA MAIS IMPORTANTE

A configuração criada por Deus para a família, bem como a maneira como ela
se estabelece, permitem que os pais se envolvam na vida dos filhos o bastante para
garantir que nenhuma outra influência seja mais forte que a sua. Para que você
entenda melhor as implicações dessa verdade, vamos avaliar as bases desta
afirmação.

Significância sem concorrência


Você poderá levantar a seguinte questão: Não seria utópico nos dias de hoje
esperar que os pais influenciem os filhos mais do que os colegas, a cultura, a mídia,
os professores e todos os demais fatores que competem pelo controle do interesse de
uma criança normal? Eu responderia NÂO! Simplesmente porque esta influencia não
é uma questão de competição pelo controle do interesse do filho, mas uma questão
de significância para ele.
A relação com os pais, por causa do seu caráter afetivo, significa para os filhos
dependência e segurança de vida e até mesmo a construção de sua própria
identidade, onde os seus pais lhe servem de referencial. Isto foi projetado por Deus
para ser assim.
Há, no entanto, uma grande diferença entre o ser progenitor e o exercer a
maternidade e a paternidade sobre seus filhos. O caráter dos filhos não é formado
geneticamente, mas é o resultado do relacionamento com aqueles que se tornam
significativos para o seu ser em informação. Assim, os pais estão no topo da cadeia
de significância para os filhos.

A ilusão do apenas suprir


A nossa sociedade tem girado em torno do ter, do ganhar e a educação entrou
neste ritmo de tal maneira que os pais estão sendo convencidos de que seu papel se
resume em financiar instituições ou pessoas que forneçam cuidados e ensino aos
seus filhos como: uma boa escola, uma eficiente babá e até uma igreja. Sua
responsabilidade, portanto, se resumiria em manter estas coisas funcionando.
Observe que este proceder não produz relacionamentos se os pais decidirem não ser
parte do processo, limitando-se a providenciar e financiar. Não basta prover, é preciso
participar, acompanhar, ajudar, incentivar e cobrar. Se os pais fazem isto eles são a
influencia mais importante.

O perigo das intermediações


Muitos pais têm intermediado suas relações com os seus filhos. O resultado é
que os filhos encontram cada vez mais cedo outros elementos que se colocam entre
eles e seus pais. Às vezes, as intermediações das relações são tantas que esses pais
não participam significativamente das evoluções de seus filhos, pois não conseguem
sequer acompanhar suas evoluções na escola, nos esportes, na paquera e nos seus
interesses.
Quando os pais não assumem a sua posição de estar perto e participar, ao
surgir a necessidade de apoio, de proteção, de segurança, de auto-afirmação, de
formação de conceitos no dia-a-dia do filho, este terá que recorrer àqueles que
estavam por perto, enquanto seus pais estavam ausentes.
Muitas vezes a figura paterna é tão ausente na vida de uma criança, que
quando chega à juventude, tal ausência a leva a buscar na sociedade uma figura de
autoridade, mesmo que seja completamente distorcida e cruel. Em um exemplo

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extremo, esta realidade é vivenciada nas gangues e nos grupos de meninos e
meninas de rua.
Não somos do parecer que um casal cristão deve eliminar por completo
qualquer intermediação. Porém, acredito que sempre que influências externas à
relação pais e filhos moldam o caráter de uma criança mais do que seus pais, esses
pais falharam em cumprir seu papel diante de Deus.

Qualidade com quantidade


O exercício da maternidade e da paternidade não se dá sem uma construção
paulatina. É comum ouvirmos de alguns pais: ”O importante não é a quantidade de
tempo que dedicamos aos nossos filhos, mas a sua qualidade”.
Não posso negar que tal afirmação é, em parte, verdadeira. Pois não é a
simples presença dos pais com os filhos que os levará a um desenvolvimento sadio.
O fator decisivo, como já vimos, é a presença participativa e correta, atenta aos sinais
de carências que os filhos emitem. Porém, para que tais carências sejam percebidas
com clareza é necessário que os pais tenham sido participantes de um numero
significativo de experiências do filho, e isto envolve necessariamente quantidade de
tempo.
Deixe-me explicar melhor com um exemplo. Na preadolescência há o despertar
para o sexo oposto. Dando quantidade de tempo, os pais irão notar sinais da chegada
deste momento; o menino pára uma brincadeira ou uma atividade que está fazendo
para prestar atenção a um comercial que evoca a sensualidade feminina. Sinais
semelhantes se repetem em outras situações. A observação exige quantidade de
tempo, porém, a educação necessária exigirá também qualidade de tempo.
Sabedores do que presenciaram, os pais conversam e decidem: “vamos separar um
tempo especifico para ensinar ao nosso filho as verdades de Deus sobre esse
assunto.”
Este principio que envolve quantidade e qualidade de tempo dedicado por nós
aos nossos filhos, já estava implícito na lei dos sinai quando Deus deu suas
instruções aos Israelitas. Proponho a você que faça o seguinte exercício.

(1) Leia Deuteronômio 6: 6 e 7 – “Guardem sempre no coração as leis que lhes


estou dando hoje, e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam
essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se
levantarem.”
(2) Durante alguns minutos elabore algumas observações suas sobre aspectos
dessa recomendação de Deus.
(3) Experimente estar atento aos filhos para aproveitar cada situação vivida no
aprendizado das verdades do Senhor.
(4) Durante os momentos em que você estiver junto ao seu filho, pergunte a
você mesmo: “O que meu filho está mostrando que precisa aprender ou
sentir?”. Nesta tarefa nenhuma fase da vida está isenta, e nenhuma hora
do dia está excluída.

Permita-me relatar um exemplo pessoal. Sérgio, meu esposo, compartilhou-me


que um uma ocasião aos seus 12 anos pediu ao pai para sair à noite com os colegas.
Ao seu pedido o pai respondeu com uma pergunta: “O que você vai fazer durante esta
saída?” E ele lhe disse: “Pai, quero sair com meus colegas para ver umas meninas. ”
E seu pai respondeu simplesmente ”pode ir”. Meu esposo comentou em seguida
comigo: ”Naquele momento sei que meu pai perdeu uma boa oportunidade de me
ensinar a respeito da maneira como Deus deseja que façamos nossas escolhas”. O

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pai de Sérgio poderia ter perguntado ao filho: “Filho você já pensou que tipo de
menina Deus quer que você namore?” Ao ouvir a resposta poderia indagar “Você
acha que aonde você vai, encontrará este tipo de menina?” Deus, no entanto, foi tão
gracioso que não permitiu que ele se interasse por nenhuma menininha que passeava
nas ruas. Ele o levou a um acampamento um ano depois, e ali Sérgio se apaixonou
por uma adolescente com a qual já havia convivido em sua infância, mas que há
alguns anos não a via, naquele acampamento cristão ele encontrou “uma gata” e era
eu!
Esta é a nossa tarefa:
Participar tão intensamente da vida de nossos filhos ao ponto de podermos
aproveitar cada oportunidade de lhes dar o conhecimento prático da Palavra de
Deus e impactarmos a formação do seu caráter.

Se você fizer isto, quando seus filhos estiverem sob a influência da mídia, de
seus colegas e até mesmo de seus parentes não crentes, o que lhe governará e lhe
servirá de guia para o julgamento do que é certo ou errado, bom ou mal será o que
você com pai ou mãe tiver construído. Você é a mais forte influência que seu filho
pode receber. Não deixe de usá-la.

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EDUCAR PARA A GLÓRIA DE DEUS

No inicio desse artigo pedi para você escrever em um papel o que gostaria de
vê em seus filhos ou o que gostaria de vê-los realizando quando saísse do seu
convívio para formar suas próprias famílias.
Pegue novamente esse mesmo papel e responda para você mesmo: Para que
seus filhos se tornem pessoas com estas características, necessitarão de sabedoria e
de compreensão das coisas? Se sua resposta for “sim”, abra a sua bíblia em Pv 9:10
e descubra por onde começar.

(1) Temer a Deus: o ponto de partida


Inculcar nos filhos um temor apropriado de Deus é, literalmente, o ponto de
partida de uma educação bem sucedida. Note que utilizei a palavra “apropriado”, pois
não se tratar de um tipo de medo que concebe Deus como um ser perverso, punitivo
ou extremamente negativo.
Esse falso conceito é muitas vezes erroneamente formado e mantido pelos
pais ao associar constantemente a desobediência dos filhos às suas ordens com uma
pronta vingança do Senhor: “Fique quieto senão Deus lhe castiga”. Pais que agem
assim, provavelmente falharam anteriormente no exercício de sua autoridade sobre
os filhos e agora cometem um novo erro ao usarem erroneamente a autoridade de
Deus. No temor a Deus está implícito o conceito de reverência.

(2) Reverência
Reverência é o respeito diante da absoluta santidade de Deus. Uma das
maneiras práticas de você contribuir para o exercício desta reverência em seus filhos
consiste no modo como você permite que o nome de Deus seja usado no seu dia a
dia. Um exemplo mais comum é a expressão: “ai meu Deus!”, quando na realidade
não estão pedindo socorro a Deus. Ou quando se utilizam dos mesmos termos
pejorativos e desrespeitosos da mídia: “o cara lá de cima”. Quando isto acontecer, ou
algo do gênero, não deixe de chamar a atenção do seu filho para a santidade do
nome de Deus.
Um uso indevido do nome santo de Deus e de Cristo é uma ótima oportunidade
para você comentar com eles o fato de que os escribas judeus, os quais tinham a
função de produzir cópias da bíblia, sempre que iam escrever o nome de Deus, a
cópia era interrompida para trocar a pena, pois para escrever o nome de Deus eles
usavam uma pena especifica. Aproveite para também mostrar o mandamento do
Senhor em Êxodo 20.7: “Não use o meu nome sem o respeito que ele merece.”
Você também está reforçando o conceito de reverência quando fica atento ao
comportamento de seus filhos durante os cultos comunitários. Não estou dizendo com
isto que devemos exigir deles um comportamento semelhante ao de uma pessoa
adulta, pois por sua imaturidade ainda não possuem capacidade de se manterem
atentos por um tempo prolongado. Porém, filhos cristãos necessitam aprender a
distinguir um ambiente onde o nome de Deus está sendo adorado e outro ambiente
qualquer.
Vivenciei uma prática com meus filhos e creio poder ajudar nessa área.
Quando meus filhos eram bem pequenos eu costumava levar para a igreja uma
sacola com alguns lápis e livretos com histórias bíblicas para colorir (a Sociedade
Bíblica tem vários desses livros e são bem acessíveis), comprados por mim
especialmente para essa ocasião. À medida que iam crescendo, eles começaram a
me pedir para sentar junto com outros amiguinhos durante o culto, ao que eu

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perguntava: “Será que você já aprendeu como se deve comportar durante o culto?” e
logo eu mesmo respondia: “Eu acho que sim, mas...vamos fazer um teste e no final
lhe darei uma nota. Se ela for boa hoje, você poderá participar (não apenas assistir)
do próximo culto com seus amiguinhos, mas se for uma nota baixa você precisará
ficar junto da mamãe para aprender mais.” E ai eles se esforçavam ao máximo para
me mostrar que sabiam estar e participar no culto a Deus, e assim também não
perdiam a liberdade que eu estava lhes dando. Quando eles aprendiam a ler, eu
procurava fazer com que eles acompanhassem a leitura da bíblia ou canto do hino
para tentar manter a atenção mais voltada no culto. Lembro-me do comentário que
meu primeiro filho fez, quando ainda em alfabetização, depois do primeiro culto onde
usou seu hinário presbiteriano: “Mamãe, este hinário é legal, mas esta igreja canta
muito rápido.”
E quando for capaz de escrever agilmente, você poderá incentivar seu filho a
anotar pontos interessantes que ouviu no sermão, para posteriormente retomá-los. Tal
incentivo levou meu filho a ter um caderno que ele passou a chamar de “caderninho
de Jesus”.
No temor a Deus não somente está implícito o conceito de reverência, mas
também o desejo de agradá-lo.

(3) Desejo de agradar a Deus


Este desejo se desenvolve somente quando tomamos consciência de nossos
erros e conseqüentemente de nossas culpas. É essencial dar a seu filho uma idéia
completa de todos os atributos de Deus; seu amor, sua bondade, mas também sua
santidade e justiça.
Deus freqüentemente tem sido retratado como uma espécie de avô sempre
benigno, mais parecido com papai Noel, descaracterizando e muito o Deus revelado
nas Escrituras. Veja este exemplo de associação inadequada. Meu segundo filho
quando tinha cerca de quatro anos saiu correndo ao descer do carro em direção à
porta de nossa igreja. Em seguida ele voltou e disse: “Mamãe sabe quem está hoje
em nossa igreja?” Eu perguntei: “Quem?”, ele respondeu de imediato: “Jesus.! E eu
acrescentei: “mas filho, Jesus está todos os domingos em nossa igreja.” E ele me
respondeu: ”Mas hoje agente está vendo mesmo, ele é bem gentil, tem uma barba
enorme e está falando com todos os que entram na igreja.” Então lembrei-me que ele
estava se referindo ao pregador daquela noite, o Pr. Francisco Leonardo, cuja
fisionomia se diferenciava por ser um missionário holandês.
O desejo de agradar a Deus implica também em obediência amorosa. A
obediência dos filhos não é decorrente apenas do respeito que eles têm por nós, mas
também da certeza do nosso amor por eles. É desta maneira que, será possível aos
filhos associar a obediência a Deus ao amor por Ele. Por outro lado, se os filhos
perceberem que o relacionamento de seus pais com Deus tem como base a
reverência e a obediência amorosa, eles não se tornarão legalistas, pois verão nos
pais a prática do que estes lhes pedem.
O próprio Deus revela o seu relacionamento de Pai amoroso para conosco,
como um padrão a ser adotado no relacionamento com os nossos filhos. Em Mateus
7.11 lemos: “Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos.
Quanto mais o Pai de vocês que está no céu, dará coisas boas aos que lhe pedirem.”
Estive folheando minhas receitas culinárias e não resistir à tentação de mostrar
a vocês algo que achei e que tem tudo a ver com o conceito da obediência amorosa.
Leia a dedicatória que meu filho me fez em um pequeno caderno contendo receitas
que ele mesmo selecionou.

A maior Herança que os pais podem deixar 14


(4) Obediência ao que é melhor

O relacionamento sadio exige tanto o respeito a autoridade quanto o


reconhecimento e confiança que Deus Sempre ensina o melhor.

Seus filhos precisam se desenvolver na consciência de que:

1. Quando agirem de forma errada, isto não apenas contraria você, mas
primeiramente desobedecem a Deus que tudo vê. E para isso você precisa
mostrar na bíblia o erro que eles cometeram.
2. A desobediência produz sempre um prejuízo, grande ou pequeno, para a
vida deles.
3. Deus não deseja impedir que eles gozem a vida, os ensinos divinos visam
protegê-los de tristezas e sofrimentos ao estabelecer para eles princípios
certos e bons. (Ex.: O se guardar sexualmente para o casamento.)
4. Não há nada melhor do que as orientações divinas para se desfrutar a vida.
Leia o Salmo 11.8 – “Os ensinos do Senhor são certos e alegram o
coração. Os seus ensinamentos são claros e iluminam a sua mente.”

A maior Herança que os pais podem deixar 15


Na mente dos nossos filhos, Deus deve ocupar o lugar de Pai perfeito. O
modelo divino de Pai também deverá servir de padrão para o exercício de nossa
tarefa. Para entendermos essa prática verificamos na bíblia, por exemplo, que Deus
nunca castiga antes de advertir. Nós como imitadores de Deus (Ef 5:1) devemos
proceder da mesma forma para com os nossos filhos.

(5) Moldar para o serviço a Deus.


O objetivo final da responsabilidade dos pais em educar é apresentar a Deus
seus filhos humanamente habilitados para servi-Lo. Este objetivo é expresso na
resposta à primeira pergunta do nosso catecismo: “Qual o fim principal do homem?
Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.” Para que isso venha se tornar real, duas
ações são indispensáveis:

 Ênfase no servir a Deus como foco primário da vida - As famílias cristãs, no


que temos observado, tem pecado gravemente nesta proposta de serviço a
Deus como fim principal. O máximo que se tem conseguido com a
aplicação dos princípios cristãos é o sucesso financeiro de seus filhos com
honestidade. Onde está o erro? O erro está no fim, na mola que impulsiona
a vida, no conceito mundano de sucesso. Ganhar dinheiro, mesmo com
honestidade, não deve ser o fim principal da vida de nenhum servo de
Deus.

 Apresentar o filho a Deus como preparado para toda boa obra – Todo
esforço dos pais não deve ser apenas canalizado para apresentar seus
filhos capacitados para a viver na nossa sociedade. O conhecimento que
lhes oferecemos e os princípios de Deus que lhes ensinamos precisam ser
canalizados para uma prática de primeiro oferecer-se como obreiro
capacitado para servir a Deus. Não importa como, a vocação é um
chamado divino, seja o filho professor, pastor, engenheiro, comerciante etc.
O objetivo central é preparar bem nossos filhos para servir o Reino de
Deus. O maior e melhor exemplo disso é o próprio Jesus: “Eu não vim para
ser servido mas para servir.” (Mc 10:45)

Dessa forma os pais colaboram na decisão dos seus filhos de se apresentarem


a Deus aprovados como obreiros para toda boa obra.

CONCLUSÃO

Deus privilegiou os pais com a responsabilidade de formarem a bagagem


preciosa que seus filhos carregarão por toda a vida. Você como cristão, possui a
verdade de Deus revelada nas Escrituras e que é capaz de moldar corretamente seus
filhos (Leia II Tm 1:15; 3:16). Uma vez que você só pode deixar como herança aquilo
que você possui, vale a pena parar e refletir nas seguintes questões:

1. Você tem sede de estar com Deus, conhecer a Deus, servir a Deus, honrá-lo
em tudo?
2. O compromisso que você hoje tem com Cristo é o mesmo que você espera ver
na vida de seus filhos?

A maior Herança que os pais podem deixar 16


3. A atenção e obediência que você concede à Bíblia é o mesmo tipo de
submissão que você espera que filhos tenham?
4. A forma como você serve a Deus é aquela que você quer ver duplicada?

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