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2011
1
SUPERVISÃO
ORGANIZAÇÃO
Radamés Abrantes
Biólogo
REVISÃO
Dani Seco
Núcleo Mairiporã
11-8528-9495 ou 11-9626-9411
Maio/2011
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SUMÁRIO
1 Introdução........................................................................................................4
4 Considerações finais.......................................................................................71
Referências........................................................................................................72
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1 Introdução
Este conteúdo tem como objetivo tornar mais próximas e familiares algumas
das principais espécies existentes nas praças, logradouros públicos e parques da cidade
de São Paulo, e é dedicado a todos aqueles que aprenderam a encará-las como um
bem insubstituível na paisagem urbana.
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2 Noções de classificação e botânica básica
5
A seguir serão apresentando uma listagem com as espécies mais comuns
cultivadas e nativas nas ruas, praças, parques da cidade de São Paulo em especial as
espécies ocorrentes nos lugares visitados durante o curso.
O material listado a seguir, não visa esgotar o assunto, são muitas espécies que
não foram contempladas nesse primeiro momento, pedimos a compreensão de todos
e para minimizar essa defasagem é indicada no término desta apostila a bibliografia
básica para quem desejar conhecer mais espécies e assuntos relacionados com a nossa
notável diversidade botânica.
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3 Espécies mais comuns nas praças, ruas e parques de
São Paulo.
7
Agave
Agave sp Agavaceae
É composto por 183 espécies, algumas das quais largamente cultivadas como
o Agave sisalana (para produção de sisal), Agave tequilana (para a produção
de tequila), Agave americana e Agave attenuata para fins ornamentais.
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Alecrim-de-campinas
Holocalyx balansae Micheli Leguminosae
9
Angico
Anadenanthera sp Leguminosae
10
Araribá
Centrolobium tomentosum Guill. Leguminosae
11
Araucária
Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze Araucariaceae
Com porte de até 30 metros, é cada vez mais raros encontrar árvores com
grandes diâmetros, é facilmente reconhecida por suas características marcantes
presentes em sua copa. De fácil cultivo, a árvore que tem sexos separados (araucária
macho e araucária fêmea) começa a produzir pinhão a partir dos 15 anos de idade.
Podem chegar aos 300 anos de idade.
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Aroeira-pimenteira Anacardiaceae (Cajú)
Schinus terebinthifolia
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Bromélias Bromeliaceae
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No Brasil, algumas espécies vem sendo melhor exploradas comercialmente:
- Abacaxi Ananas comosus - onde a região nordeste é o maior produtor nacional,
atendendo a demanda interna principalmente para a agroindústria.
- Neoglaziovia variegata – conhecida como Caroá essa produz uma fibra parecida com o
sisal, gerando renda para diversas localidades do nordeste onde a fibra é utilizada por
tecelagens.
Além destas apresentadas, as bromélias devido ao seu potencial ornamental vêm
sendo bastante popularizadas principalmente como planta de uso ornamental rústica e
resistente a diversos ambientes, essa condição impulsionou o cultivo para atender este
crescente mercado.
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Café Rubiaceae
Coffea arabica L.
Arvoreta (maior que arbusto) com flores brancas e frutos vermelhos, foi trazido
da África para o Brasil pelos portugueses, juntamente com os escravos no final do
século XVIII. Marcou importante ciclo econômico no Brasil, principalmente nos estados
de São Paulo e Minas Gerais.
Os imigrantes tiveram uma importante participação na cultura do café nas
fazendas desses estados, o que contribuiu para a devastação das florestas em troca de
desenvolvimento e progresso¹.
Existem 60 espécies de café, mas apenas duas são cultivadas por seu interesse
econômico: Coffea arabica e Coffea robusta.
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Canafístula
Cassia fistula L. Leguminosae
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Canela
Ocotea odorifera Lauraceae
18
Cedro
Cedrella fissilis Meliaceae
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Chichá
Sterculia chicha St. Hill.ex Turpin Malvaceae
Encontrada ao longo das matas ciliares das regiões nordeste, sudeste e centro-
oeste.
De crescimento rápido, as flores são pequenas sem pétalas, apenas sépalas nos
tons de vermelho e amarelo.
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Cica
Cycas revoluta Cycadaceae
21
Cipreste
Cupressus sempervirens L. Cupressaceae
22
Copaíba
Copaifera langsdorfii Desf.
Leguminosae
Parque da aclimação
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Costela-de-adão
Monstera deliciosa Araceae
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Embaúba
Cecropia sp Cecropiaceae
As folhas por serem ásperas são usadas como lixa para madeira.
25
Eritrina
Erythrina speciosa Leguminosae
No jardim botânico de São Paulo, essa espécie foi escolhida para compor o
conjunto arquitetônico conhecido como Jardim de Lineu, cuja imagem é refletida no
espelho d’água existente.
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Eucalipto
Eucalyptus sp Myrtaceae (goiaba, pitanga, araçá).
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Falsa-seringueira
Ficus elástica Roxb. Moraceae
28
Figueira
Ficus microcarpa Moraceae
A figueira do largo da memória presente no mesmo local desde o século XIX fica
localizada ao lado do monumento dos “piques” resistiu às reformas do primeiro
monumento de SP, inclusive às intervenções feitas para a construção da estação
Anhangabaú do metrô. Já foi considerada "a árvore mais famosa de São Paulo".
29
Guaimbê
Philodendron bipinnatifidum Schott Araceae
Folhas ornamentais grandes, seus frutos são tóxicos pela presença de cristais de
oxalato.
30
Guapuruvú
Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake Leguminosae
31
Ipê
Tabebuia sp Bignoniaceae
Suas sementes têm até dois centímetros e são aladas, com inúmeras por fruto.
Por sua grande variedade de espécies, autores sugeriram a revisão do gênero,
de forma que ele fique restrito a árvores de flores brancas a vermelhas e que as
espécies de flores amarelas, com folhas pilosas e de madeira dura passem a pertencer
ao gênero Handroanthus.
São 253 espécies, com várias cores de flor. Nem todas são conhecidas
popularmente como ipê.
A flor do ipê amarelo é considerada a flor símbolo nacional.
32
Iris-azul
Neomarica caerulea (Ker.) Sprague Iridaceae
33
Jacarandá-mimoso
Jacaranda mimosifolia D. Don Bignoniaceae
34
Jequitibá-branco
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Lecythidaceae
35
Jequitibá-Rosa
Cariniana legalis Lecythidaceae
36
Ligustro
Ligustrum lucidum Oleaceae
37
Liquens
38
Manacá-da-serra Melastomataceae
Tibouchina mutabilis
39
Manacá-de-cheiro
Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don Solanaceae
40
Marantas
Marantaceae
41
Maria-sem-vergonha
Impatiens walleriana Hook Balsaminaceae
Dizem que foi a flor escolhida por D. Pedro I para enfeitar o caminho que o
levava à casa da Marquesa de Santos, no centro velho da cidade de São Paulo.
42
Nespeira
Eriobotrya japonica Rosaceae (maçãs)
Também conhecida como ameixa, é uma árvore pequena podendo crescer até
10 metros de altura. Floresce em pleno inverno, frutificando no início da primavera.
43
Paineira
Ceiba speciosa (A. St. Hill.) Ravenna Malvaceae (algodão)
O nome paineira provém da paina branca que lembra algodão que envolve as
sementes numerosas de cor negra. As sementes são consumidas avidamente por
periquitos.
44
Palmeira Areca-Bambu
Dypsis lutescens Arecaceae
Originária da Ilha de Bourbon, hoje em dia é uma das espécies mais comuns e
difundidas no Brasil, devido a sua rusticidade, baixa manutenção e fácil obtenção de
mudas a partir dos brotos que surgem em meio às touceiras.
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Palmeira Imperial
Roystonia oleraceae Arecaceae (Palmeiras e Coqueiros)
Originária do caribe e América Central esta espécie devido ao seu elevado porte
e rusticidade são usadas em larga escada atualmente no paisagismo. Caule reto
lembrando um poste, podendo chegar a 50 metros de altura e viver até 200 anos.
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Palmeira Indaiá
Attalea dubia Arecaceae
Sua folhagem já foi utilizada para cobrir telhados. Os índios Guarany utilizam
suas fibras como cordas para seus violinos e rabecas, tocados em suas músicas
tradicionais. Ainda usam como alimento não só o grande palmito (aproximadamente 1
metro e meio) que ela fornece, geralmente consumido com mel, como também uma
região fibrosa do seu caule mastigada como a cana de açúcar, com sabor parecido ao
da água de coco.
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Palmeira Jerivá
Syagrus romanzoffiana Arecaceae (Palmeiras e Coqueiros)
Também devido ao elevado teor de óleo nos frutos a espécie tem enorme
potencial para a produção de biodiesel, sendo já utilizado no interior como combustível
para lamparinas e lampiões.
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Palmeira Juçara
Euterpe edulis Arecaceae
Frutos muito apreciados pela fauna como o tucano, com sabor que lembra o
assai da Amazônia, mas sem dúvida o principal produto é o palmito o que levou a
espécie a figurar entre as mais ameaçadas de extinção de nossas matas. É um alimento
requintado consumido em larga escala no mundo e devido ao alto valor agregado no
produto, palmiteiros promovem a exploração predatória em larga escala nas áreas de
proteção ambiental e unidades de conservação.
49
Palmeira Leque-da-China
Livistona chinensis Arecaceae
50
Palmeira Moinho-de-vento
Trachycarpus fortunei Arecaceae
51
Palmeira Ráfia
Rhapis excelsa Arecaceae
52
Palmeira Real
Roystonea regia O.F.Cook Arecaceae
53
Palmeira Seafórtia
Archontophoenix cunninghamii Arecaceae
54
Pata-de-vaca
Bauhinia sp Leguminosae
55
Pau-Brasil
Caesalpinia echinata Lam. Leguminosae
A árvore alcança entre 10 e 15 metros de altura e possui tronco reto, com casca cor
cinza-escuro, coberta de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens.
A tintura extraída do Pau Brasil era usada para tingir sedas, linhos e algodões,
dando aos tecidos uma cor de brasa, entre o vermelho e o púrpura: a cor dos reis e dos
nobres que era notavelmente difícil de se obter naquela época. Os índios levavam
cerca de três horas para derrubá-las utilizando machados de pedra. Com a chegada dos
machados de ferro dos portugueses o tempo diminuiu para quinze minutos. De tanto
ser explorada quase deixou de existir, até hoje se encontra ameaçada de extinção na
natureza, felizmente é de fácil cultivo em praças e parques, com crescimento lento,
hoje em dia é usada para a confecção de arcos de violino.
56
Pau-de-jacaré
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr Leguminosae
57
Pau-Ferro
Caesalpinia férrea Mart. ex Tul. Leguminosae
Apresenta madeira mais dura e pesada de nossa flora, difícil de ser trabalhada,
é empregada na produção de caibros, vigas para pontes e postes.
58
Pinheiro
Pinus sp Pinaceae
59
Quaresmeira
Tibouchina granulosa Cogn. Melastomataceae
60
Sabão-de-soldado
Sapindus saponaria Sapindaceae
61
Samambaiaçu
Cyathea sp Cyatheaceae
62
Sibipiruna
Caesalpinia peltophoroides Leguminosae
Árvore de médio porte pode atingir até 18 metros de altura, não é exigente
quanto a solo, espécie nativa da Mata Atlântica.
63
Tamareira
Phoenix dactylifera Arecaceae
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Tamareira-anã
Phoenix roebelinii O'Brien Arecaceae
65
Tamareira-das-canárias
Phoenix canariensis Chabaud Arecaceae
66
Tapiá
Alchornea sidifolia Müll.Arg. Euphorbiaceae
67
Tipuana
Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze Leguminosae
É uma das espécies mais utilizadas para compor canteiros centrais de avenidas e
estendendo seu cultivo em praças e parques das grandes cidades.
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Uva-japonesa
Hovenia dulcis Rhamnaceae
Originária da Ásia (China, Coréia e Japão) é uma árvore de porte médio, muito
utilizado na arborização urbana. Sua copa é aberta, oval.
A uva japonesa possui pedúnculos carnosos, os frutos são capsulas isto também
ocorre com o caju que é um pedúnculo carnoso que sustenta a castanha que é o
verdadeiro fruto do cajueiro.
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Yucca
Yucca sp Agavaceae
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer a flora presentes em parques e praças das nossas cidades requer
muita dedicação, sempre é bom procurar aprender um pouco mais a cada dia sobre
cada espécie.
A forma mais prática de identificar espécies arbóreas é a de sempre treinar a
observação. Para treinar é recomendável gravar na memória as características mais
marcantes das principais espécies que frequentemente são utilizadas na arborização. A
maior dificuldade é quando certos exemplares não apresentem caracteres
morfológicos que permitem a correta distinção entre outros exemplares como
indivíduos sem flores, frutos e sementes, mas pode ter certeza que em algum período
do ano o mesmo produzirá e por meio de pesquisa é possível saber a espécie.
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REFERÊNCIAS
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