You are on page 1of 7

Minas II

Temas:

I. Desfazendo Mitos
II. Economia e mão de obra Império/população
III. Questão cultural no Império
IV. Mão de obra/ transição para a mão de obra livre
 Migrantes
 Nova capital
 Política
 Modernidade
 Estrutura Urbana
V. Era Vargas em Minas Gerais
VI. Ditadura Militar
VII. Greve da Polícia
VIII. Bairros
IX. Lutas Urbanas

Produção historiográfica

 Estudos sobre a economia mineira do século XIX, principalmente no


que diz respeito ao período provincial, tem desenvolvimento
sistemático somente nas últimas décadas do século XX (revisionismo).
 Rompimento com a visão de uma Minas decadente, de baixo
dinamismo, após o esgotamento da atividade mineratória, até a
expansão da cafeicultura que geraria nova fase de crescimento na
província pós 1875.
 Destaques: Roberto Martins, Douglas Libby, João Fragoso, CEPAL
(teoria do desenvolvimento voltado para as exportações).
 Fontes: dados demográficos (lista nominativas da população
mineira/anos 1830 e censo de 1872, assentos de batismo e
casamento, matriculas de escravos, etc.); crônicas (viajantes,
escritores, etc.); inventários e testamentos, dados econômicos como
dados de exportação de animais e produtos...
Escravos e trabalhadores livres

 Minas Gerais vai concentrar um numero e proporção maior de


indivíduos livres de cor em comparação a todas as demais províncias
brasileiras. A população mancípia (escravizada), também com maior
concentração na província mineira, se somava a já emancipada
compondo o maior numero de trabalhadores livres (brancos, pobres,
libertos e não brancos nascidos livres).
 Comparando escravos e libertos por sexo: entre os escravos, mais
homens; entre os libres mais mulheres. Indica o potencial de
crescimento entre a população libre de cor, que na média era também
mais jovem que os escravos.
 Os livres de cor experimentavam mobilidade econômica, não
formavam um grupo isolado ou segregado. Os pardos predominavam
entre os indivíduos livres, geralmente com destaque com relação aos
negros e brancos pobres e, experimentavam, assim, também a
possibilidade de mobilidade social.

Escravismo e negócios

 Elevadas importações de cativos no ano de 1820-30. Entre 1825 e


1830, Minas absorveu cerca de 43% dos escravos distribuídos pelo
Rio de Janeiro (12.053 cativos em 1830, ou cerca de 65% da
população residente na província).
 Crescimento dos cativos não tem relação com a economia cafeeira na
província, que só começa sua difusão significativa nos anos 1840 e
ficando praticamente restrita a zona da Mata (com destaque na
participação econômica. Em 1870 a participação mineira nas
exportações brasileiras de café chegaria a 20% na média anual) –
economia voltada para o abastecimento do mercado interno.
 O quadro das exportações e importações mineiras (1818-19) mostram
a capitania como superavitária, concentrada em direção ao Rio de
Janeiro (80%).
Medidores de riquezas em Minas

 Minas mostrava grande desigualdade social. Caracterizava-se pelo


maior numero de escravos e de homens pobres livres. Entre os pobres
a riqueza, já que a propriedade maior de escravos ficava concentrada
nas mãos de poucos proprietários, eram a terra e o mobiliário.
Entretanto os indicadores de posse de escravos mostram que o nível
de riqueza dos homens de Minas estava acima da média. A riqueza
em Minas era percebida, nessa ordem pela posso de:
1.1. Escravaria
1.2. Títulos/valores: Créditos bancários, ações e participações
1.3. Menos importante: Terras/ tamanho
1.4. Destaque na sociedade mineira (patentes militares, hábitos das ordens
militares ostentados, filiação às irmandades, cargos da administração
pública, sociedades filantrópicas, culturais e políticas, etc.): vínculos de
pertencimento coletivo muito além das formas de clientelismo herdadas
da experiencia portuguesa (BARATA,2016).
Reflexões de dados

 Importância das exportações mineiras e possibilidade de acumulação


de capitais
 Manutenção de um sistema escravista “dinâmico”, que sustentou a
aquisição e reposição de cativos em níveis idênticos aos dos principais
escravistas nordestinos.
 Dado não mostra a diversificação da província. Sabe-se que algumas
das suas regiões possuíam uma capacidade maior de inserção nas
rotas mercantis com outras capitanias (principais: Comarca do Rio das
Mortes).
 Distribuição da posse de escravos em Minas pode ser um indicador
para as conjunturas econômicas: Mariana (primeira Vila, Comarca de
Ouro Preto) e São José Del Rei (As primeiras vilas são instaladas em
1711, com a criação de três grandes comarcas: Comarca de Ouro
Preto, abrangendo Vila Rica e Ribeirão Carmo; Comarca do Rio das
Velha, sediada em Sabará; Comarca do Rio das Mortes, sediada em
São José Del Rei.

Concentração da posse de escravos por proprietários de mais de 10 cativos


nos inventários post-mortem em Mariana e São João Del- Rei (Município da
comarca do Rio das Mortes)
Município Período Escravos % Escravos % Proprietários
inventados
Mariana 1750-1770 350 88,5 51,7

Mariana 1780-1810 1.059 67,5 28,2

Mariana 1820-1850 1.449 66,6 27,8

São Jose 1750-1770 774 83,6 51,9

São Jose 1780-1810 3.612 83,4 51,5

São Jose 1820-1850 1.459 66,2 24,2


 Fontes e dados demográficos (inventários, listas nominativas da
população mineira/anos 1830 e censo de 1872)
 Indicam um rápido crescimento populacional entre os anos 1830 e
1870. A taxa média anula de crescimento em Minas (2,3%) foi superior
a taxa de média do Império (1,7%).
 Relatos de viajantes: corroboram o crescimento em Minas.
 Os dados indicam uma concentração de escravos: os proprietários
com mais de 30 escravos eram donos da maior parcela de cativos das
regiões Zona da Mato, Triangulo Mineiro e Metalurgia-Mantiqueira
(regionalização proposta por Roberto Martins, incorpora a Comarca do
Rio das Mortes). Quase 1/3 da população escrava pertencia a essas
regiões, evidenciando a concentração pela grande fazenda dedica à
agropecuária. São João Del Rei vai se tornar grande negociante no
tráfico de escravos.
 Isso tido também vai determinar uma concentração da renda e
fortunas mercantis em algumas cidades (São João Del Rey, Juiz de
Fora posteriormente).
 São José só vê declinar da posse em numero de inventariados com
mais de 10 escravos na década de 1820, que pode ser explicada pelas
diferenças de adaptação à crise aurífera, que aconteceu com mais
vigor e antecedência na Comarca do Rio das Mortes a partir de 1770.
Mostra crescimento de população, e foi considerada o celeiro de Minas
e mais promissora região da capitania, quase triplicando seus
habitantes (de 82.781 para 213.617 pessoas).
 Mariana apresentava indícios de decréscimo na posse de escravos
com decadência da mineração: Vila Rica teria perdido um percentual
superior à metade dos habitantes entre 1740 e 1808 (ALDEN,1987),
78.618 para 75.573.
 A Comarca do Rio das Mortes, que havia sido pioneira na exploração
do outro, sempre conjugou agropecuária mercantil às lavras mineiras,
capaz, portanto de mitigar os efeitos recessivos do esgotamento do
outro e demonstrava uma grande capacidade econômica para
assimilar a crise aurífera.
 O numero de negros e mulatos nessa comarca passou de 21% para
35% de sua população total dentre 1776 e 1821 (concentrando 47%
ou 84.995 cativos). A população escrava de 181.882 em Minas.
(MAXWELL,1978)
 Mudanças: organização dos sistemas bancário e sua articulação com
o setor cafeeiro na região, créditos, bancos, dividas públicas,
hipotecas, investimentos em ações e participação na Rodovia da
União e Indústria, ferrovias, fornecimento de energia e
desenvolvimento da atividade industrial. A relação dos fazendeiros de
café com o mercado acionário do município foi próxima e o capital
agrário fluiu abundantemente ate a primeira grande guerra. Empresas
de destaque: Cia Chimio Industrial Mineira, Cia Mechanica Mineira,
Cia Construtora Mineira, Cia Laticínios de Juiz de Fora, Cia Têxtil
Santa Cruz, Cia Industrias Reunidas, Sociedade Brasileira de Tecidos
entre outras.
 A movimentação da economia mineira nas últimas décadas do século
XIX, ajudada pelo desenvolvimento da cultura do café e pela revolução
que as ferrovias provocaram no sistema de transportes, deu ao
processo de industrialização regional um impulso: expansão continua
das exportações agrícolas acompanhando o aumento dos
investimentos industriais na maior parte do tempo (DULCI, 2013),
incluindo usinas de açúcar e indústrias de laticínios nos moles
modernos 1890 tem inicio a produção no ramo siderúrgico em Minas,
mesmo que ainda incipiente.
Pecuária na província de Minas

 O gado, que se concentrava no vale do Rio São Francisco no início do


século XVIII, vai ganhando espaço e vai tornar- se a atividade principal
no sul de Minas. Os dados referentes à exportação e fado bovino e
suíno de Minas para o Rio de Janeiro provem do sul de Minas
indicando o vigor alcançado pela pecuária em Minas.
 Além da exportação de reses, a produção de laticínios segue a mesma
linha de crescimento igualmente acentuada a partir da década de
1880.
 A pecuário de Minas foi uma resposta às demandas do mercado
interno.

You might also like