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1.A tribulação nos toma cônscios do fato de que somos criaturas muito dependentes.

Somente Deus
é independente e serve de lei para si mesmo. Todas as demais entidades são criaturas que
dependem de sua bondade e de seu poder divinos. As enfermidades graves, os choques severos, a
tristeza avassaladora, os desânimos no próprio coração, as desüusões, etc., são todas elas coisas
que nos ensinam a depender somente de Deus. e não de nós mesmos.

2. A tribulação também nos faz nos aproximarm os dos outros seres humanos, especialmente
daqueles que também estão sendo atribulados conosco, como nenhuma outra experiência humana é
capaz de fazer. As tribulações unem as famílias e as igrejas, as comunidades e as nações, e esses
grupos tomam propósitos de unidade, em meio à tribulação.

3. A tribulação ajuda-nos tanto a compreender como a ajudar outras pessoas que também sofrem
tribulações. A tribulação nos toma conselheiros e guias mais sábios.

4. A tribulação e a perseguição podem servir-nos de excelentes disciplinadoras, ensinando-nos os


valores espirituais certos e próprios: porquanto, é em meio a essas coisas que aprendemos a
reconhecer 0 que é importante e vital, e o que não se reveste dessas grandes qualidades. Também
podemos aprender a lição preciosa da humildade sob profunda tribulação, e assim podemos ser
espiritualmente fortalecidos.

5. A tribulação, e até mesmo a perseguição, podem resultar de uma «semeadura» má e insensata.


Nesse caso, tais tribulações servem-nos de castigo, embora também sejam meios disciplinadores
que nos ajudam a evitar erros similares. Nisso vemos a ampliação da lei divina universal da
semeadura e da colheita. Tememos como exemplo disso o fato da nação de Israel ter sido
perseguida por outras nações. Essa perseguição, com freqüência, tem sido dada como castigo e
disciplina, da parte de Deus. Alguns estudiosos têm imaginado que as severas perseguições de que
o apóstolo Paulo foi vítima resultavam, pelo menos em parte, da «colheita» daquilo que havia
semeado em seus dias de incredulidade; pois fora amargo perseguidor da igreja de Cristo, e, embora
houvesse sido judicalmente perdoado pelo Senhor, ainda lhe competia colher 0 que semeara. Esse
ponto de vista mui provavelmente está correto, embora outros defendam a noção de que o perdão
dos pecados impede qualquer mau efeito proveniente desses pecados perdoados na vida posterior
do indivíduo. Contudo, a opinião destes últimos certamente é um ponto de vista equivocado.
Pessoalmente conheci o diácono de uma igreja evangélica. Quando o conheci, levava uma vida
piedosa. Porém, carregava consigo uma enfermidade grave, em um corpo alquebrado, resultante de
uma vida anterior de dissipação. Faleceu quando ainda era comparativamente jovem, não tendo
podido escapar dos resultados inevitáveis de seus pecados passados.

6. A tribulação e a perseguição podem ensinar-nos algo acerca da seriedade e da malignidade do


pecado. Homens iníquos perpetuam atos desumanos contra outras pessoas, ações alicerçadas no
ódio, no egoísmo e na ambição. Podemos aprender a repelir esses males, observando os seus
péssimos resultados, em nossas vidas e nas vidas alheias. Grande parte da perseguição que. se
verifica na moderna igreja cristã não é de origem externa, e, sim, interna. Ás vezes é um suposto
crente que se lança contra outro, ou então são. diversos membros de uma congregação que se
voltam contra o seu pastor. Ê até mesmo verdade, algumas vezes, que pessoas indefesas são
perseguidas pela junta liderante da igreja local, por alguma ofensa mínima, ao passo que membros
de prestígio e seus familiares não sofrem disciplina alguma.
7. A tribulação pode expurgar de nossas vidas tanto o pecado como outros elementos
inconvenientes, os quais podem não ser pecaminosos em si mesmos, mas que, não obstante,
servem de obstáculos para nosso bem-estar e progresso espirituais. O bisturi da tristeza e da
tribulação é muito mais afiado do que a navalha expansiva da felicidade, e pode arrancar nossas
falhas de caráter e de ação muito mais prontamente do que quaisquer sentimentos de euforia.

8. A tribulação e a perseguição podem fazer com que nossa entrada futura, em nossa herança
celestial, seja algo muito mais jubiloso do que seria de outra maneira, se porventura não
experimentássemos também a adversidade. (Ver Rom. 8:18).

9. A tribulação e a perseguição aprofundam e fortalecem a nossa expressão espiritual íntima de um


modo que e quase impossível através de outros meios quaisquer. O sofrimento deixa uma cicatriz
boa, e não má, no caso daqueles que 0 suportam com a correta atitude, e isso lhes ensina a usarem
de simpatia para com as outras pessoas e a terem mais confiança para com Deus. Uma «alma
profunda» é aquela que tem passado por muito sofrimento. Uma «alma superficial» é aquela que
nunca experimentou a aflição. A alma que já aprendeu a ser mais profunda é melhor, tanto para 0 seu
próprio beneficio como para benefício de seus semelhantes.

10. Não nos devemos olvidar que o próprio Senhor Jesus «...aprendeu a obediência pelas cousas
que sofreu...» (Heb. 5:8). Outrossim, ele «foi aperfeiçoado» através do padecimento (ver Heb. 2:10).
Ora, se ele precisou passar por tais experiências dolorosas, quanto mais os seus discípulos!

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