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© Cosac Naify, 2015 © Amir Labaki, 2015 Coordenagio editorial Livia Lima Preparacio Claudia Cantarin Revisio Ana Lima Cecilio Projeto gréfico Paulo André Chagas ‘Tratamento de imagem Wagner Fernandes Produgio grafica Mariana Tavares Geraldo Nesta edigdo, respeitou-se 0 novo Acordo Ortogréfico da Lingua Portuguesa, Dados internacionais de catalogaco na Publicado (CiP) Labaki, Amir (org) (1963-1 Averdade de cada um: Amir Labaki (org) ‘S80 Paulo: Cosac Naity, 2015; varios tradutores 288 pp.. 6 ils. SBN 978-85-405-0873-6 1. Documentarios: Ficedo @ realidade: Cinerna Titulo cD 791.437 (21) Indices para catslogo sistematico: |. Documentério: Cinema 791.437 (21) Cosac Naity rua General Jardim, 770, 2° andar 0123-010 Sao Paulo SP cosacnaify.com.br (111 3218 1444 atendimento ao professor [11] 3218 1473 professor @cosacnaify.com.br fonte Apercu papel Pélen soft 80 g/m? impressio Geogratica O que fazer e o que nao fazer Segure firme. Use o zoom manual, nao o eletrénico. Leia tanto quanto puder o manual da camera PD 170. Leia um livro ou o capitulo de um livro de fotogra~ fia sobre enquadramento. Use 0 suporte para estabilidade da camera. Nunca use um tripé (excecao: na filmagem de fotografias, por exemplo). Aimagem sera mais firme quanto mais aberto for © Angulo da tomada. Numa tomada em movimento, use 0 Angulo mais aberto. Prolongue 0 comeco € o fim de cada tomada. O editor precisara disso. N&o use luzes. A luz disponivel 6 a mais auténtica. Aprenda as técnicas, porém — e isso é igualmente importante —, preste atenc&o para captar o momento significativo. Orson Welles: “A camera do cinegrafista deve ter atras de suas lentes o olho de um poeta”. Lembre-se: como documentarista, vocé é um observador, um autor, mas nao um diretor; um descobri- dor, nao um controlador. No se preocupe achando que sua presenca com uma camera mudaré as coisas. Nao se vocé acreditar que faz parte daquilo e entender que é em seu favor que, dos dois instintos (o de revelar ou o de manter um segredo), 0 mais forte é o de revelar. Nao se trata de “ser algo como uma mosca na parede”. Isso seria estupido. Vocé precisa travar um relacionamento ainda que nao seja por palavras, e sim por meio de contato visual e de empatia. JONAS MEKAS Lituano de nascimento, sediado em Nova York desde 1949, Jonas Mekas (1922) é o pioneiro e mestre insupera- vel do filme-diario. Seus registros obsessivos, impressio- nistas e poéticos, estruturados em mais de meia centena wen [Palestra sobre Reminiscéncias de uma viogem para.a Lituénia proferida no International Film Seminar em 26/08/1972 © posteriormente publicada com 0 titulo de “The Diary Film” em P. Adams Sitney (org) ‘The Avant-garde Film. A Reader of Theory and Criticism, Nova York: Anthology Flim Archives, 1987, pp. 190-98. Traduzido do inglés por Daniel Peluci Carrara; para o catélogo Jonas Mekas da retrospectiva promovida em 2013 pelo COBB, ‘organizado por Patricia Mourao] de documentérios de variadas duracées (Walden, tam- bém conhecido como Diaries, Notes and Sketches, 1968- ~69, Lost, Lost, Lost, 1976), representam um espelho personalissimo de mais de sessenta anos de seu proprio cotidiano, imbricadamente ligado a vida cultural e social da vanguarda nova-iorquina desde o pos-guerra. O filme-diario Reminiscéncias de uma viagem para a Litudnia [Reminis- cences of a Journey to Lithuania, Jonas Mekas, 1972] tem a forma de um caderno de notas, ou de um diario, uma forma que grande parte do meu trabalho mais recente parece assumir. Nao cheguei a ela por calculo, e sim por desespero. Durante os ultimos quinze anos fiquei tao envolvido com o cinema independente que nao tive tempo para mim mesmo, para minha propria producao cinemato~ grafica — entre a Film-Makers’ Cooperative, a Film-Makers’ Cinematheque, a revista Film Culture e agora o Anthology Film Archives. Quero dizer, nao tive longos periodos para preparar um roteiro, depois passar meses filmando, em seguida editar etc. Tive apenas fraientos de tempo que me permitiram filmar apenas fraientos de pelicula. Todo o meu trabalho pessoal tomou a forma de notas. Pensava que devia fazer tudo o que pudesse naquele momento, do contrario poderia nado achar mais tempo livre por semanas. Se posso filmar um minuto — filmo um minuto. Se posso filmar dez segundos — filmo dez segundos. Aproveito o que posso, por desespero. Mas por muito tempo nao vi o material que coletava dessa maneira. Pensava que o que estava fazendo era praticar. Eu estava me preparando, ou tentando manter o contato com a minha camera, de modo que, quando chegasse o dia em que tivesse tempo, faria entdo um filme “de verdade”. Na segunda semana apés ter chegado aqui, em 1949, peguel dinheiro emprestado de pessoas que conhecia & que tinham chegado antes e comprei a minha primeira Bolex. Comecei a praticar, filmar, e pensei que estivesse aprendendo. Por volta de 1961 ou 1962, vi pela primeira vez todo o material que tinha coletado durante todo aquele tempo. Ao ver aquele material antigo, notei que havia varias Jonas Moka

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