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COLÉGIO NOVE DE JULHO

FORMAÇÃO

TÉCNICO EM ENFERMAGEM

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – IAM

2° Semestre

2018
COLÉGIO NOVE DE JULHO

TÉCNICO EM ENFERMAGEM

Alunos: RA:
Antônio Ferreira da Silva 2417202059
Gisele Messias da Silva Oliveira 2417201525
Jéssica Cristina Novaes Da Silva 2417200683
Letícia Coutinho de Araújo 2417201007
Luana Claro de Matos Vieira 2417201648
Leticia Sthephany Calixto Prazeres 2417200325
Maura Célia de Sousa Brito 2417202095
Tatiana Regis Fernandes 2417202103

Orientadora: Prof.ª Patrícia

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Lista de Figuras

Figura 1 Faces do coração.................................................................................................... 10


Figura 2 Margem do coração ................................................................................................ 11
Figura 3 Átrios e Ventrículos ................................................................................................. 12
Figura 4 Grandes vasos cardíacos....................................................................................... 16
Figura 5 Valva tricússpide fechada .....................................................................................107
Figura 6 Valva bicúspide ou mital ........................................................................................118
Figura 7 Sistólica e diastólica...............................................................................................129
Figura 8 Artéria coronária................................................................................................20
Figura 9 Artéria coronária esquerda................................................................................21

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAS - Ácido Acetilsalicílico


DAC - Doença Arterial Coronariana
ECG - Eletrocardiograma
EAP - Edema Agudo de Pulmão
FC - Frequência Cardíaca
IAM - Infarto Agudo do Miocárdio
IECA - Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina
HDL - Lipoproteína de Alta Densidade
LDL - Lipoproteína de Baixa Densidade
PA - Pressão Arterial
SSVV - Sinais Vitais

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Sumário
1. Introdução............................................................................................................................ 8
1.1. Conceito ...................................................................................................................... 8
1.2. Objetivo ....................................................................................................................... 8
1.3. Coração....................................................................................................................... 9
2. Anatomia do coração ........................................................................................................... 9
2.1. Configuração externa ....................................................................................................... 9
2.2. Configuração interna ...................................................................................................... 11
2.3. Átrio direito ..................................................................................................................... 14
2.4. Átrio esquerdo ................................................................................................................ 14
2.5. Ventrículo direito ............................................................................................................ 15
2.6. Ventrículo esquerdo ....................................................................................................... 15
3. Valvas atrioventriculares .................................................................................................... 17
3.1. Valva tricúspide .............................................................................................................. 17
3.2. Valva bicúspide ou mitral................................................................................................ 17
4. Valvas semilunares ............................................................................................................ 18
4.1. Valva do tronco pulmonar............................................................................................... 18
4.2. Valva da aorta ................................................................................................................ 18
5. Ciclo cardíaco .................................................................................................................... 19
5.1. Sístole atrial ................................................................................................................... 19
5.2. Diástole .......................................................................................................................... 19
6. Vascularização .................................................................................................................. 20
6.1. Artéria coronária direita .................................................................................................. 20
6.2. Artéria coronária esquerda ............................................................................................. 20
7. Fisiologia do coração ......................................................................................................... 21
8. O que é IAM ...................................................................................................................... 21
8.1. Como ocorre o infarto do miocárdio ............................................................................... 22
8.2. Complicações do infarto agudo do miocárdio ................................................................. 23
8.3. Fatores de risco ............................................................................................................. 23
8.4. Sintomas precoces ......................................................................................................... 24
8.5. Diagnóstico do infarto agudo do miocárdio..................................................................... 24
8.6. Classificação do KILLIP ................................................................................................. 25
8.7. Tratamento para o infarto agudo do miocárdio ............................................................... 25
8.8. Medicamentos para o infarto .......................................................................................... 26

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9. Prevenção do infarto agudo do miocárdio .......................................................................... 27
10. Cuidados de enfermagem no IAM .................................................................................. 28
11. Referências .................................................................................................................... 29

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1. Introdução
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil infartos acontecem por
ano no Brasil e, desses, 80 mil acabam sendo fatais ou por não receberem o
tratamento adequado ou por não controlarem os fatores de risco que podem
desencadear a doença. Dados do Departamento de Informática do Sistema Único
de Saúde (DATASUS) de 2013 revelam que o IAM foi a principal causa de morte
por doença cardíaca no Brasil, tendo sido observado um aumento de 48% entre
1996 a 2011, e com a previsão de que esta patologia se torne a principal causa
isolada de morte em 2020.

1.1. Conceito
O infarto é a destruição da musculatura miocárdica, devido à deficiência
de fluxo sanguíneo para uma região do músculo cardíaco, cujas células sofrem
necrose por falta de aporte nutritivo. A interrupção do fluxo coronário quase sempre
é devido ao estreitamento repentino de uma artéria coronária pelo ateroma
(aterosclerose), ou pela obstrução total de uma coronária por êmbolo ou trombo
(coágulo sanguíneo). A destruição do músculo do coração, é causado em geral por
depósitos de placas de ateroma nas artérias coronárias. Essas placas nada mais
são do que o acúmulo de células dentro dos vasos sanguíneos, consequentes as
lesões dos próprios vasos, bem como depósitos de gordura, que vão aumentando
com o tempo, formando verdadeiras "rolhas" no interior das artérias do coração.

Sinônimos: ataque cardíaco, infarto agudo do miocárdio, parada cardíaca

1.2. Objetivo
Identificar a prevalência dos fatores de risco relacionados ao Infarto
Agudo do Miocárdio, tratamento, diagnóstico e cuidados de enfermagem.

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1.3. Coração
É um músculo involuntário, com a capacidade de contrair e relaxar,
enviando todo sangue necessário para manter a vitalidade dos tecidos. Para
realizar esse trabalho, o coração se constitui de câmaras cardíacas, válvulas
cardíacas, que fazem com que ele se contraia. O coração fica apoiado sobre o
diafragma, perto da linha média da cavidade torácica, no mediastino, a massa de
tecido que se estende do esterno à coluna vertebral; e entre os revestimentos
(pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 de massa cardíaca ficam à esquerda da linha
média do corpo. A posição do coração, no mediastino, é mais facilmente apreciada
pelo exame de suas extremidades, superfícies e limites. A extremidade pontuda do
coração é o ápice, dirigida para frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais
larga do coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás, para cima e para a
direita.

2. Anatomia do coração
O conhecimento da anatomia e da fisiologia do coração permite melhor
entendimento do tema.

2.1. Configuração externa


O coração apresenta três faces e quatro margens:

Faces

 Face Anterior (Esternocostal) – Formada principalmente pelo ventrículo direito.


 Face Diafragmática (Inferior) – Formada principalmente pelo ventrículo
esquerdo e parcialmente pelo ventrículo direito; ela está relacionada
principalmente com o tendão central do diafragma.
 Face Pulmonar (Esquerda) – Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo;
ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo.

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Figura 1 Faces do coração

Margem

 Margem Direita – Formada pelo átrio direito e estendendo-se entre as veias


cavas superior e inferior.
 Margem Inferior – Formada principalmente pelo ventrículo direito e,
ligeiramente, pelo ventrículo esquerdo.
 Margem Esquerda – Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e,
ligeiramente, pela aurícula esquerda.
 Margem Superior – Formada pelos átrios e pelas aurículas direita e esquerda
em uma vista anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar
emergem da margem superior, e a veia cava superior entra no seu lado direito.
Posterior à aorta e ao tronco pulmonar e anterior à veia cava superior, a margem
superior forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio.

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Figura 2 Margem do coração

2.2. Configuração interna


O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos.
Os Átrios (as câmaras superiores) recebem sangue; os Ventrículos (câmaras
inferiores) bombeiam o sangue para fora do coração

Na face anterior de cada átrio existe uma estrutura enrugada, em forma


de saco, chamada aurícula (semelhante a orelha do cão).

O átrio direito é separado do esquerdo por uma fina divisória chamada


septo interatrial; o ventrículo direito é separado do esquerdo pelo septo interventricular.

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Figura 3 Átrios e Ventrículos

Para expor a anatomia cardíaca de forma a facilitar a visualização


do coração, cada parte que compõe o órgão será descrita conforme sua
nomenclatura.

a) Miocárdio: tecido muscular que microscopicamente se assemelha a


um musculo estriado, mas na verdade é um musculo liso, pois seu controle é
involuntário. Possui fibras interligadas, denominadas de sincício, contraindo-se e
relaxando-se de forma coordenada.

b) Endocárdio: é a camada mais interna do coração. É uma fina camada


de tecido composto por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido
conjuntivo. A superfície lisa e brilhante permite que o sangue corra facilmente sobre
ela. O endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos
vasos sanguíneos que entram e saem do coração.

c) Epicárdico: a camada externa do coração é uma delgada lâmina de


tecido seroso. O epicárdio é contínuo, a partir da base do coração, com o
revestimento interno do pericárdio, denominado camada visceral do pericárdio
seroso.
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d) Mediastino: trata-se do espaço torácico compreendido entre os dois
pulmões, sendo a maior parte ocupada pelo coração.

e) Pericárdio: a membrana que reveste e protege o coração. Ele


restringe o coração à sua posição no mediastino, embora permita suficiente
liberdade de movimentação para contrações vigorosas e rápidas. O pericárdio
consiste em duas partes principais: pericárdio fibroso e pericárdio seroso.

O pericárdio fibroso superficial é um tecido conjuntivo irregular, denso,


resistente e inelástico. Assemelha-se a um saco, que repousa sobre o diafragma e
se prende a ele.

O pericárdio seroso, mais profundo, é uma membrana mais fina e mais


delicada que forma uma dupla camada, circundando o coração. A camada parietal,
mais externa, do pericárdio seroso está fundida ao pericárdio fibroso. A camada
visceral, mais interna, do pericárdio seroso, também chamada epicárdio, adere
fortemente à superfície do coração.

f) Líquido: pequena quantidade de liquido que preenche o espaço entre


o pericárdio e a superfície cardíaca.

g) Câmaras cardíacas: O coração possui quatro câmaras: dois átrios e


dois ventrículos. Os Átrios (as câmaras superiores) recebem sangue;
os Ventrículos (câmaras inferiores) bombeiam o sangue para fora do coração.

h) Septo: parede localizada entre átrios e ventrículos.

i) Septo interatrial: parede localizada entre os átrios.

j) Septo interventricular: parede localizada entre os ventrículos.

k) Válvulas cardíacas: direcionam o sangue em seu circuito dentro do


coração. As válvulas abrem e fecham conforme a pressão e fluxo sanguíneo. São
compostas por folhetos. As válvulas se dividem em atrioventriculares e semilunares.

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2.3. Átrio direito
O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue rico em
dióxido de carbono (venoso) de três veias: veia cava superior, veia cava inferior e seio
coronário.

A veia cava superior, recolhe sangue da cabeça e parte superior do


corpo, já a inferior recebe sangue das partes mais inferiores do corpo (abdômen e
membros inferiores) e o seio coronário recebe o sangue que nutriu o miocárdio e leva o
sangue ao átrio direito.

Enquanto a parede posterior do átrio direito é lisa, a parede anterior é


rugosa, devido a presença de cristas musculares, chamados músculos pectinados. O
sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma válvula chamada
tricúspide (formada por três folhetos – válvulas ou cúspides).

Na parede medial do átrio direito, que é constituída pelo septo


interatrial, encontramos uma depressão que é a fossa oval.

Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão piramidal


denominada aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do sangue ao
penetrar no átrio. Os orifícios onde as veias cavas desembocam têm os nomes de
óstios das veias cavas.

O orifício de desembocadura do seio coronário é chamado de óstio do


seio coronário e encontramos também uma lâmina que impede que o sangue retorne
do átrio para o seio coronário que é denominada de válvula do seio coronário

2.4. Átrio esquerdo


O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes
posteriores e anteriores lisas, que recebe o sangue já oxigenado; por meio de quatro

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veias pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo,
através da Valva Bicúspide (mitral), que tem apenas duas cúspides.

O átrio esquerdo também apresenta uma expansão piramidal chamada


aurícula esquerda.

2.5. Ventrículo direito


O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do
coração. O seu interior apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares
cardíacas chamadas trabéculas carnosas.
No óstio atrioventricular direito existe um aparelho denominado Valva
Tricúspide que serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para o átrio
direito. Essa valva é constituída por três lâminas membranáceas, esbranquiçadas e
irregularmente triangulares, de base implantada nas bordas do óstio e o ápice dirigido
para baixo e preso ás paredes do ventrículo por intermédio de filamentos.
Cada lâmina é denominada cúspide. Temos uma cúspide anterior, outra
posterior e outra septal.
O ápice das cúspides é preso por filamentos denominados Cordas
Tendíneas, as quais se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas
de Músculos Papilares.

2.6. Ventrículo esquerdo


O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No óstio
atrioventricular esquerdo, encontramos a valva atrioventricular esquerda, constituída
apenas por duas laminas denominadas cúspides (anterior e posterior). Essas valvas
são denominadas bicúspides. Como o ventrículo direito, também tem trabéculas
carnosas e cordas tendíneas, que fixam as cúspides da valva bicúspide aos músculos
papilares.

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O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através
do óstio atrioventricular esquerdo onde localiza-se a Valva Bicúspide (mitral). Do
ventrículo esquerdo o sangue sai para a maior artéria do corpo, a aorta ascendente,
passando pela Valva Aórtica – constituída por três válvulas semilunares: direita,
esquerda e posterior. Daí, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que se
ramificam a partir da aorta ascendente, levando sangue para a parede cardíaca; o
restante do sangue passa para o arco da aorta e para a aorta descendente (aorta
torácica e aorta abdominal). Ramos do arco da aorta e da aorta descendente levam
sangue para todo o corpo.
O ventrículo esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A
principal função do ventrículo esquerdo é bombear sangue para a circulação sistêmica
(corpo). A parede ventricular esquerda é mais espessa que a do ventrículo direito. Essa
diferença se deve à maior força necessária para bombear sangue para a circulação
sistêmica.

Figura 4 Grandes vasos cardíacos

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3. Valvas atrioventriculares
As valvas atrioventriculares encontram-se localizadas entre os átrios e
os ventrículos. São elas:
 Valva Tricúspide;
 Valva Bicúspide ou mitral.

3.1. Valva tricúspide


A valva tricúspide possui três cúspides (válvulas), estruturas
pontiagudas de tecido fibroso, revestidas pelo endocárdio que se projetam para dentro
do ventrículo. Está localizada entre o átrio direito e o ventrículo direito e tem a função
de impedir que o sangue retorne para o átrio direito durante a sístole ventricular.

Figura 5 Valva tricúspide fechada (círculo azul)

3.2. Valva bicúspide ou mitral


Possuindo apenas duas cúspides (válvulas), a valva tricúspide ou
mitral localiza-se entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Possui estrutura
semelhante à valva tricúspide e tem a função de impedir que o sangue retorne para o
átrio esquerdo durante a sístole ventricular.

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Figura 6 Valva bicúspide ou mitral

4. Valvas semilunares
As valvas semilunares são valvas que tem a função de impedir que o
sangue retorne para o coração durante a diástole ventricular. São duas as valvas
semilunares:
 Valva do tronco pulmonar e;
 A valva da aorta.

4.1. Valva do tronco pulmonar


Localizada no tronco encefálico, a valva do tronco pulmonar permite
com que o sangue flua para os pulmões durante a sístole ventricular e impede que
o sangue retorne ao coração durante a diástole ventricular.

4.2. Valva da aorta


A valva da aorta está localizada no óstio onde a artéria aorta se inicia, a
partir do ventrículo esquerdo. Tem a função de permitir que o sangue flua para a
circulação sistêmica durante a sístole ventricular e impedir que o sangue retorne ao
ventrículo esquerdo durante a diástole ventricular.

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5. Ciclo cardíaco
O Ciclo cardíaco é formada pelo conjunto de uma sístole e uma
diástole. Durante a sístole, o coração se contrai diminuindo a sua luz aumentando a
pressão interna forçando a saída do sangue. No final da sístole, temos o início da
diástole, que é o evento inverso, ou seja, ocorre uma dilatação cardíaca e entrada de
nova quantidade de sangue dentro do coração.

5.1. Sístole atrial


A sístole atrial refere-se -a contração dos átrios direito e esquerdo do
coração fazendo com o que o sangue saia dos átrios e vá para os ventrículos.

5.2. Diástole
Diástole é termo que referencia o relaxamento do músculo cardíaco de
modo a diminuir a pressão interna do coração possibilitando que ele se encha de
sangue. Nesta ação podemos entender que:
 O aumento da pressão provocada pela contração ventricular força o fechamento
da valvas mitrais e tricúspide impedindo que o sangue retorne aos átrios. Os
átrios neste momento estão em diástole e por isso estão recebendo o sangue
que chegam ao coração por meio das veias cavas e veias pulmonares.
 Por outro lado, a pressão ventricular induzida pela contração ventricular força a
abertura das valvas aórticas e pulmonares possibilitando a saída de sangue do
coração.

Figura 7 sistólica e diastólica

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6. Vascularização
A irrigação do coração é assegurada pelas artérias coronárias e pelo
seio coronário.
As artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas têm este nome
porque ambas percorrem o sulco coronário e são as duas originadas da artéria aortas.
A artéria, logo depois da sua origem, dirige-se para o sulco coronário
percorrendo-o da direita para a esquerda, até ir se anastomose com o ramo circunflexo,
que é o ramo terminal da artéria coronária esquerda que faz continuação desta
circundado o sulco coronário.

6.1. Artéria coronária direita


Da origem a duas artérias que vão irrigar a margem direita e a parte
posterior do coração, são ela artéria marginal direita e artéria interventricular posterior.

Figura 8 Artéria coronária direita

6.2. Artéria coronária esquerda


De início, passa por um ramo por trás do tronco pulmonar para atingir o
sulco coronário, evidenciando-se nas proximidades do ápice da aurícula esquerda.

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Figura 9 Artéria coronária esquerda

7. Fisiologia do coração
Para que o coração cumpra o seu papel no sistema orgânico, necessita
da condução de impulsos elétricos e fluxo sanguíneo. Ele possui um sistema de
condução cardíaca que parte de um nódulo localizado entre a veia cava superior e
o átrio direito denominado nódulo sinoatrial, chamado de marca-passo do coração.
Esse estímulo é conduzido para as células miocárdicas até o nódulo
atrioventricular, localizado na parede do átrio direito próximo a válvula tricúspide, e
esses impulsos são conduzidos para os ventrículos pelo feixe de HIS terminando
nas fibras de purkinge. Já a circulação para o suprimento de todos os tecidos
orgânicos é feita pela contração do músculo ventricular que ejeta o sangue do
ventrículo esquerdo para a aorta e de lá para outro organismo, retornando ao átrio
direito, válvula tricúspide, ventrículo direito, aterias pulmonares, pulmão, veias
pulmonares, átrio esquerdo, válvula mitral, ventrículo esquerdo.

8. O que é IAM
O infarto é definido como uma lesão isquêmica do músculo cardíaco
(miocárdio), que se deve à falta de oxigênio e nutrientes. Os vasos sanguíneos que
irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem apresentar depósito de gordura e
cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração. As

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placas de gordura localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura
causada por motivos desconhecidos, formando um coágulo que obstrui a artéria e
deixa parte do coração sem suprimento de sangue. É assim que ocorre o infarto do
miocárdio. Esta situação vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia
uma reação inflamatória local.

O infarto também pode ocorrer em vasos coronarianos normais quando


as artérias coronárias apresentam um espasmo, ou seja, uma forte contração que
determina um déficit parcial ou total no suprimento de sangue ao músculo cardíaco
irrigado por este vaso contraído.

8.1. Como ocorre o infarto do miocárdio


I. Tudo começa com o acúmulo de gordura na parede interna das artérias
coronárias, que têm apenas 2 milímetros de diâmetro e são responsáveis pela
irrigação do coração. A formação das placas é um processo lento – pode levar
anos -, causado principalmente pelo excesso de LDL, o colesterol “ruim”, no
sangue
II. À medida que a placa de gordura aumenta de tamanho, o calibre interno
da artéria fica mais estreito. Isso dificulta o fluxo do sangue, fazendo o músculo
cardíaco funcionar a meia bomba. O esforço extra gera a dor no peito, um dos
primeiros sintomas do infarto do miocárdio
III. A placa de gordura tem uma capa dura por fora, mas é mole por dentro.
Como o sangue continua a passar mesmo com a placa, a superfície dura se
rompe e libera a gordura. Em segundos, as plaquetas (células do sangue)
aderem ao local para tapar o buraco
IV. As plaquetas tapam o buraco formando um coágulo. Por ser muito
volumoso, ele acaba entupindo a artéria e bloqueia a passagem do sangue, que
é obrigado a fazer o caminho de volta. Resultado: a região do músculo cardíaco
que receberia esse sangue deixa de ser irrigada
V. Sem oxigênio e nutrientes, a parte afetada começa a necrosar. Esse
processo começa quando o fluxo sanguíneo é interrompido, e o estrago tem até

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seis horas para ser revertido. Se nada for feito, o coração bate
descompassadamente ou para de bombear sangue, podendo causar a morte.

8.2. Complicações do infarto agudo do miocárdio

As principais complicações
do infarto são: arritmia cardíaca, choque cardiogênico, insuficiência
respiratória, insuficiência renal ou parada cardiorrespiratória.
As complicações mais letais são as arritmias, que podem ocorrer, mais
comumente, nas primeiras 24 horas após o infarto. Por isso, é importante que,
idealmente por pelo menos 72 horas, os pacientes fiquem sob cuidados médicos em
unidades de tratamento intensivo coronariano, lá eles recebem todos os cuidados
necessários para detectar precocemente e tratar essas arritmias, através de uma
monitorização contínua das complicações do infarto.

8.3. Fatores de risco


Os fatores de risco conhecidos são:
 Colesterol alto;
 Sedentarismo;
 Tabagismo;
 Hipertensão arterial;
 Menopausa;
 Estresse;
 Excesso de peso;
 Diabetes mellitus;
 História familiar ou predisposição genética;
 Idade;
 Alterações hemodinâmicas: hipertensão
arterial, hipotensão, choque, mal-estar, etc.

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8.4. Sintomas precoces
Realizar check-ups anuais podem ajudar a afastar o risco. Veja os
sinais que o corpo dá de que você pode estar caminhando para um ataque do coração.

 Cansaço extremo e sem causa aparente;


 Tonturas, vertigens;
 Náuseas;
 Perda de apetite;
 Vômitos;
 Desmaios;
 Desconforto no peito;
 Fraqueza;
 Problemas de sono;
 Dores nos braços, ombros e costas;
 Dor de estômago;

8.5. Diagnóstico do infarto agudo do miocárdio


O diagnóstico é feito pela análise dos sintomas, histórico de doenças
pessoais e de familiares, e pelos resultados de exames solicitados. Abaixo segue uma
lista de exames para diagnóstico do infarto agudo do miocárdio:
Eletrocardiograma (ECG): na presença de um infarto, geralmente há
alterações no eletrocardiograma que o identifica. Este exame pode mostrar também a
presença de arritmias cardíacas causadas pelo próprio infarto.
Dosagem de enzimas cardíacas: quando as células do músculo
cardíaco começam a morrer, há a liberação de uma grande quantidade de enzimas
cardíacas na circulação sanguínea. Por isso faz-se a dosagem dessas enzimas para
diagnosticar o infarto. Muitas fezes são feitas três dosagens no decorrer do dia para
melhor 17 avaliação e diagnóstico. As enzimas mais pesquisadas são CK-Total, CK-
MB, Mioglobina TGO e LDH, e Troponina.

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Angiografia coronariana: consiste na passagem de um cateter através
de um vaso sanguíneo (cateterismo), que visa mapear e estudar a circulação
coronariana do coração. Caso este procedimento identifique uma obstrução
coronariana, pode ser feita uma angioplastia no mesmo momento para desobstruir a
coronária e restaurar o fluxo sanguíneo normal para o coração. Algumas vezes, durante
a angioplastia, pode ser necessária a colocação de um “stent” (um pequeno tubo em
forma de mola) para manter a artéria coronária aberta e desobstruída.

8.6. Classificação do KILLIP


No infarto agudo do miocárdio com supra de ST (IAMcST), a falência da
bomba cardíaca é a principal causa de morte intra-hospitalar. Esta insuficiência
cardíaca aguda se deve à perda de músculo cardíaco contrátil, o que leva a uma perda
da força da bomba cardíaca com diminuição do débito cardíaco e/ou insuficiência
cardíaca diastólica por redução da complacência ventricular. O efeito disto é a
congestão retrógrada e aumento da pressão da artéria pulmonar.
A classificação de Killip-Kimball é usada para avaliar esta falência e,
portanto, possui valor prognóstico, i.e., graus mais altos na classificação estão
associados à maior mortalidade.
Killip I Sem dispneia, B3 ou crepitações pulmonares.
Killip II Dispneia e crepitações pulmonares ou B3 (terceira bulha) e
pressão venosa jugular elevada.
Killip III Com edema pulmonar agudo.
Killip IV Choque Cardiogênico (PA sistólica < 80 mmHg sem
resposta a volume) e evidência de vasoconstrição periférica (oligúria, cianose ou
diaforese).

8.7. Tratamento para o infarto agudo do miocárdio


Qualquer que seja o tratamento escolhido pelo médico que vai prestar
assistência ao paciente infartado, o ideal é que ele comece dentro das primeiras 6
horas após o início da dor. Quanto mais precoce, maior é a chance de ser restabelecido

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o fluxo sanguíneo e de oxigênio nas artérias coronárias, evitando as complicações
decorrentes da necrose do músculo cardíaco.
Pontos importantes do tratamento são: alívio da dor, repouso para
reduzir o trabalho cardíaco e administração de agentes trombolíticos para melhorar o
fluxo sanguíneo.

A administração de oxigênio em fluxo contínuo nas primeiras seis


horas, reduz a dor associada à baixa concentração de oxigênio circulante. O uso de
drogas que reduzem o uso de oxigênio pelo coração faz com que o músculo cardíaco
sofra menos isquemia (ausência de sangue).
A permanência na Unidade Coronariana deve se restringir ao período
crítico, no mínimo 72 horas, pois a incidência de complicações neste período justifica a
monitorização contínua.
Superada esta fase, o paciente é encaminhado a um quarto privativo,
restringindo-se o número de visitas. Progressivamente, ele pode sentar-se durante
breves períodos, começa a deambular por volta do quarto ou quinto dia. Esta
mobilização precoce melhora sensivelmente o bem-estar, além de reduzir a incidência
de tromboembolia. Mas o paciente deve ser acompanhado de perto para detectar
possíveis alterações consequentes a esta atividade física.

8.8. Medicamentos para o infarto


Existem alguns medicamentos que são praticamente obrigatórios para
que teve infarto do miocárdio:
 AAS – Aspirina (AAS – ácido acetil salicílico) é uma das
principais medicações no tratamento do infarto do miocárdio e da
angina pectoris;
 Betabloqueadores;
 Inibidores da ECA;
 Estatinas e medicamentos para colesterol (LDL);

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 Clopidogrel e a Ticlopidina: Opcionalmente, o Clopidogrel pode
ser usado no tratamento do infarto, principalmente quando o
paciente não tolera o uso do AAS;
 Anticoagulantes: Marevan (warfarina) e outros: Esses
medicamentos só são utilizados em casos especiais, em que o
risco de embolia e trombos é alto, como na fibrilação atrial e
quando há trombos dentro do ventrículo.
 Hipolipemiantes e Remédio para Colesterol – Estatinas: As
estatinas e remédios para colesterol são a melhor opção de
tratamento para o controle dos níveis séricos da LDL-c, sendo os
medicamentos de escolha para reduzi-lo em adultos.

9. Prevenção do infarto agudo do miocárdio


Sabendo-se que o infarto é causado pelo acúmulo de gordura nas
artérias e pela formação de um coagulo em cima desta placa, podemos lançar mão de
algumas ações na tentativa de prevenir a doença isquêmica cardíaca.
Parar de fumar: fumantes apresentam uma aterosclerose até 50%
maior que não fumantes, fazendo com que o colesterol não só adira mais facilmente às
paredes das artérias, como também cresça mais rapidamente. O cigarro também causa
uma inflamação dos vasos, facilitando a rotura das placas e a formação de coágulos.
Por último, a nicotina tem um efeito vasoconstrictor, impedindo que as artérias se
dilatem quando necessário para aumentar o fluxo de sangue
Controlar o colesterol: níveis de HDL (colesterol bom) baixos e/ou
LDL (colesterol ruim) elevados estão associados a um maior risco de doença
coronariana. Dieta e controle do peso ajudam, mas muitas vezes é necessário recorrer
a medicamentos para se conseguir reduzir satisfatoriamente o colesterol. As estatinas,
principal grupo de drogas para o controle da dislipidemia, também parece aumentar a
estabilidade da placa gordurosa, reduzindo o risco de lesões da mesma.
Dieta controlada: indica-se uma dieta pobre em gorduras saturadas e
rica em fibras, vegetais e frutas. Dê preferência à carne de peixe.

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Atividade física regular: 30 minutos de caminhada diariamente são
suficientes para reduzir o risco de doença coronariana.
Controle do diabetes: o diabetes é um dos principais fatores de risco
para doença cardiovascular. Um bom controle dos níveis de glicose no sangue está
associado a uma grande redução na taxa de mortalidade.
Evitar a obesidade: Pessoas obesas (IMC maior que 30 kg/m2) têm
duas vezes mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares que a população
sem excesso de peso. A obesidade também aumenta o risco de hipertensão,
dislipidemia (colesterol alto) e diabetes, fatores de risco para doença coronária, como
expostos acima.

10. Cuidados de enfermagem no IAM

 Repouso absoluto no leito evitando movimentos bruscos;


 Oxigenioterapia (Constante, umidificado)
 Verificar sinais vitais de 2 em 2 horas (observando
alterações nos mesmos, arritmias ou choque
cardiogênico);
 Controle hídrico rigoroso (evitar sobrecarga cardíaca);
 Prestar cuidados de higiene no leito;
 Administrar medicamentos prescritos;
 Manter ambiente tranquilo;
 Orientar os familiares a evitarem conversas excessivas e
assuntos desagradáveis;
 Oferecer dieta leve, hipossódica e hipolipédica;
 Orientar o paciente para a alta;
 Evitar alimentos ricos em carboidratos e gorduras, bebidas
alcoólicas, fumo e café;
 Repouso relativo: nas 1º 8 -12 semanas, retomando
gradativamente à vida normal;

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 Manter a tranquilidade emocional, equilíbrio entre sono,
repouso e atividades física evitando excessos;
 Procurar o hospital se ocorrerem sintomas de recidiva;

11. Referências
https://coracaoalerta.com.br/infarto-2/o-que-e-infarto-miocardio/
https://mundoestranho.abril.com.br/saude/como-ocorre-um-ataque-cardiaco/
http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-
doencas/22385/infarto+do+miocardio.htm
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/doenca-cardiaca
http://sopronocoracao.com/infarto-e-suas-consequencias-ao-coracao/
http://hospitaldocoracaoms.com.br/o-infarto-da-sinais-antes-mesmo-de-acontecer-
saiba-quais-sao/
http://sopronocoracao.com/medicamentos-para-infarto-angina/
https://www.mdsaude.com/2010/11/infarto-miocardio-causas-tratamento.html
http://widoctor.com.br/classificacao-de-killip-kimball/
https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-cardiovascular/vasos-
sanguineos/sistema-arterial/
http://www.enfermagemesquematizada.com.br/valvulas-do-coracao/
http://www.enfermagemesquematizada.com.br/sistole/
https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-
cardiovascular/coracao/
FERNANDES. R.F. Cardiopatia. Editora Dirce Viana; São Paulo
2° edição 2011
CIPELLI. A.M.V. Assistência de Enfermagem em Cardiologia; Látria. São
Paulo;1° Edição: 2003

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