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Descoberta do elétron e do núcleo

Principais pontos

Os experimentos de J.J. Thomson com tubos de raios catódicos mostrou que


todos os átomos contêm partículas subatômicas minúsculas de carga negativa,
ou elétrons.

O modelo atômico do pudim de passas de Thomson tinha elétrons carregados


negativamente inseridos dentro de uma "sopa" carregada positivamente.

O experimento da folha de ouro de Rutherford mostrou que o átomo constitui-se


principalmente de espaço vazio, com um núcleo minúsculo, denso e carregado
positivamente.

Com base nesses resultados, Rutherford propôs o modelo nuclear do átomo.

Introdução: Consolidando a teoria atômica de Dalton

Em um artigo anterior sobre a teoria atômica de Dalton, discutimos os seguintes


postulados:

Toda a matéria é feita de partículas indivisíveis chamadas átomos, que não


podem ser criadas ou destruídas. Átomos do mesmo elemento têm massa e
propriedades físicas idênticas. Compostos são combinações de átomos de 222
ou mais elementos.

Todas as reações químicas envolvem a reordenação de átomos.

As ideias de Dalton mostraram-se fundamentais para a teoria atômica moderna.


Entretanto, demonstrou-se, mais tarde, que um de seus pressupostos
subjacentes era incorreto. Dalton achava que os átomos fossem as menores
unidades da matéria-−minusesferas minúsculas e duras que não poderiam ser
divididas. Esse pressuposto persistiu até que experimentos físicos mostraram
que o átomo era composto de partículas ainda menores. Neste artigo, vamos
discutir alguns dos principais experimentos que levaram à descoberta do elétron
e do núcleo.

J.J. Thomson e a descoberto do elétron

No final do século XIX


X, I, X, start superscript, end superscript, o físico J.J. Thomson começou a fazer
experimentos com tubos de raios catódicos. Tubos de raios catódicos são tubos
de vidro lacrados dos quais a maior parte do ar foi retirada. É aplicada uma alta
voltagem através de dois eletrodos em uma das extremidades do tubo, o que faz
com que um feixe de partículas flua do cátodo (o eletrodo carregado
negativamente) para o ânodo (o eletrodo carregado positivamente). Os tubos
são chamados tubos de raios catódicos porque o feixe de partículas, ou "raio
catódico", se origina no cátodo. É possível detectar o raio pintando um material
conhecido como fósforo na extremidade do tubo, além do ânodo. O fósforo emite
centelhas, ou luz, quando atingido pelo raio catódico.

Diagrama de um tubo de raios catódicos.

Diagrama de um tubo de raios catódicos.

Diagrama do tubo de raios catódicos de J.J. Thomson. O raio origina-se no


cátodo e passa através de uma fenda no ânodo. O raio catódico é desviado da
placa elétrica de carga negativa, e em direção à placa elétrica de carga positiva.
O tamanho do desvio do raio pelo campo magnético ajudou Thomson a
determinar a razão entre massa e carga das partículas. Imagem de Openstax,
CC BY 4.0.

Para testar as propriedades das partículas, Thomson colocou duas placas


elétricas ao redor do raio catódico. O raio catódico desviou-se da placa elétrica
de carga negativa e foi em direção à placa elétrica de carga positiva. Isso indicou
que o raio catódico era composto de partículas carregadas negativamente.

Thomson também colocou dois ímãs em cada lado do tubo, e observou que este
campo magnético também desviava o raio catódico. Os resultados desses
experimentos ajudaram Thomson a determinar a razão entre massa e carga das
partículas do raio catódico, o que levou a uma fascinante descoberta-−minusa
de que a massa de cada partícula era muito, muito menor que a de qualquer
átomo conhecido. Thomson repetiu seus experimentos usando diferentes metais
como materiais de eletrodo, e descobriu que as propriedades do raio catódico
permaneciam constantes independentemente do material catódico de onde se
originavam. A partir destas evidências, Thomson chegou às seguintes
conclusões:
O raio catódico é composto de partículas carregadas negativamente.

As partículas devem devem ser partes do átomo, pois a massa de cada partícula
é apenas \sim∼\dfrac{1}{2000}

2000

start fraction, 1, divided by, 2000, end fraction da massa de um átomo de


hidrogênio.

Essas partículas subatômicas podem ser encontradas nos átomos de todos os


elementos.

Apesar de inicialmente controversas, as descobertas de Thomson foram


gradualmente aceitas pelos cientistas. Por fim, suas partículas de raios catódicos
receberam um nome mais familiar: elétrons. A descoberta do elétron refutou a
parte da teoria atômica de Dalton que pressupunha que os átomos fossem
indivisíveis. Para dar conta da existência dos elétrons, um modelo atômico
completamente novo seria necessário.

Verificação de conceito: Por que Thomson concluiu que os elétrons poderiam ser
encontrados em átomos de todos os elementos?

[Mostrar resposta]

O modelo do pudim de passas

Thomson sabia que os átomos tinham uma carga total neutra. Por isso, ele
concluiu que deveria haver uma fonte de cargas positivas dentro do átomo para
contrabalancear a carga negativa dos elétrons. Isso levou Thomson a propor que
os átomos poderiam ser descritos como partículas negativas flutuando dentro de
uma sopa de cargas positivas difusas. Esse modelo é frequentemente chamado
de modelo do pudim de passas do átomo, devido ao fato de sua descrição ser
bem similar ao de um pudim de passas, uma sobremesa inglesa popular (veja a
imagem abaixo).

O modelo atômico do pudim de passas à direita, e uma foto da sobremesa pudim


de passa à esquerda.
O modelo atômico do pudim de passas à direita, e uma foto da sobremesa pudim
de passa à esquerda.

O modelo atômico do pudim de passas representa os elétrons como partículas


carregadas negativamente mergulhadas em um mar de cargas positivas. A
estrutura do átomo da teoria de Thomson é análoga a um pudim de passas, uma
sobremesa inglesa (à esquerda). Imagem from Openstax, CC BY 4.0.

Considerando o que sabemos agora sobre a verdadeira estrutura dos átomos,


este modelo pode parecer um pouco exagerado. Felizmente, os cientistas
continuaram a investigar a estrutura do átomo, inclusive testando a validade do
modelo do pudim de passas de Thomson.

Verificação de conceito: Thomson propôs um modelo atômico com cargas


negativas distintas flutuando dentro de um "mar" de cargas positivas. Você
consegue imaginar outro modelo que possa explicar os resultados experimentais
de Thomson?

[Mostrar resposta]

Ernest Rutherford e o experimento da folha de ouro

O segundo experimento mais inovador da história do átomo foi realizado por


Ernest Rutherford, um físico da Nova Zelândia que passou a maior parte de sua
carreira na Inglaterra e no Canadá. Em seu famoso experimento da folha de
ouro, Rutherford disparou um fino feixe de partículas \alphaαalpha (pronuncia-se
partículas alfa) em uma folha bem fina de ouro puro. As partículas alfa são
núcleos de hélio (_2^4\text{He}^{2+})(

He

2+

)left parenthesis, start subscript, 2, end subscript, start superscript, 4, end


superscript, H, e, start superscript, 2, plus, end superscript, right parenthesis, e
são liberadas em vários processos de decaimento radioativo. Neste caso,
Rutherford colocou uma amostra de rádio (um metal radioativo) dentro de uma
caixa de chumbo com um pequeno orifício. A maior parte da radiação foi
absorvida pelo chumbo, mas um feixe fino de partículas \alphaαalpha passou
pelo orifício em direção à folha de ouro. A folha de ouro tinha uma tela detectora
ao seu redor que piscava quando atingida por uma partícula \alphaαalpha.

[Por que a folha tinha que ser de ouro? Ele não poderia ter economizado e usado
níquel?]

0,00004\text{ cm}0, comma, 00004, space, c, m\alphaalpha

A aparelho usado no experimento da folha de ouro de Rutherford.

A aparelho usado no experimento da folha de ouro de Rutherford.

No experimento da folha de ouro de Rutherford, um feixe de partículas


\alphaαalpha foi disparado em uma folha fina de ouro. A maioria das partículas
\alphaαalpha passou direto pela folha de ouro, mas um pequeno número
desviou-se um pouco, e uma fração ainda menor desviou-se mais de 90^{\circ}90

90, degree de sua rota. Imagem de Openstax, CC BY 4.0.

Com base no modelo do pudim de passas de Thomson, Rutherford previu que a


maioria das partículas \alphaαalpha passariam direto pela folha de ouro. Isso
porque supunha-se que a carga positiva do modelo do pudim de passas
estivesse espalhada por todo o volume do átomo. Portanto, o campo elétrico da
"sopa" de carga positiva seria muito fraco para afetar a rota das partículas
\alphaαalpha, relativamente grandes e rápidas.

Os resultados do experimento, entretanto, foram surpreendentes. Enquanto a


maioria das partículas \alphaαalpha passou direto pela folha de ouro, algumas
partículas \alphaαalpha (aproximadamente 111 em 202020.000000000)
sofreram um desvio de mais de 90^{\circ}90

90, degree de sua rota! O próprio Rutherford descreveu os resultados com a


seguinte analogia: "Foi o evento mais incrível que aconteceu comigo em toda a
minha vida. Foi tão incrível como se tivesse lançado uma concha de 151515
\text{polegadas}polegadasp, o, l, e, g, a, d, a, s em um lenço de papel e ela
tivesse ricocheteado de volta e me atingido."

Os resultados esperados do experimento da folha de ouro de Rutherford de


acordo com o modelo de Thomson (esquerda), e os resultados reais do
experimento (direita).

Os resultados esperados do experimento da folha de ouro de Rutherford de


acordo com o modelo de Thomson (esquerda), e os resultados reais do
experimento (direita).

Com base no modelo atômico do pudim de passas, pressupôs-se que não havia
nada denso o suficiente no interior dos átomos de ouro que desviasse as grandes
partículas \alphaαalpha de sua rota (veja imagem à esquerda). No entanto, o que
Rutherford realmente observou não correspondia a esta previsão (veja imagem
à direita)-−minusseria necessário um novo modelo atômico!

O modelo nuclear do átomo

Com base em seus resultados experimentais, Rutherford chegou às seguintes


conclusões sobre a estrutura do átomo:

A carga positiva deve localizar-se em um volume bem pequeno do átomo, que


também deve conter a maior parte da massa do átomo. Isso explicava porque
uma fração bem pequena das partículas \alphaαalpha sofriam um desvio
drástico, provavelmente devido à colisão rara com um núcleo de ouro.

Como a maioria das partículas \alphaαalpha passou direto pela folha de ouro, o
átomo deve ser composto de espaço vazio na sua maior parte!

Imagem de elétrons vermelhos orbitando ao redor de uma pequena esfera negra


representando o núcleo.

Imagem de elétrons vermelhos orbitando ao redor de uma pequena esfera negra


representando o núcleo.

O modelo nuclear do átomo. Imagem do átomo de Rutherford de Wikimedia


Commons, CC-BY-SA-3.0.
Isso levou Rutherford a propor o modelo nuclear, no qual um átomo consiste de
um núcleo muito pequeno, carregado positivamente cercado por elétrons
carregados negativamente. Com base no número de partículas \alphaαalpha
desviadas em seu experimento, Rutherford calculou que o núcleo ocupava uma
fração muito pequena do volume do átomo.

O modelo nuclear explicava os resultados experimentais de Rutherford, mas


também levantava outras questões. Por exemplo, o que faziam os elétrons no
átomo? O que impedia os elétrons de caírem no núcleo, já que cargas opostas
se atraem? Felizmente, a ciência estava pronta para enfrentar esse desafio!
Físicos como Niles Bohr continuaram a realizar experimentos para testar o
modelo nuclear do átomo, que eventualmente desenvolveu-se no modelo
moderno da mecânica quântica.

Resumo

Os experimentos de J.J. Thomson com tubos de raios catódicos mostraram que


todos os átomos contêm minúsculas partículas subatômicas com carga negativa,
ou elétrons.

Thomson propôs o modelo do pudim de passas do átomo, com elétrons


carregados negativamente inseridos em uma "sopa" carregada positivamente.

O experimento da folha de ouro de Rutherford mostrou que o átomo constitui-se


principalmente de espaço vazio, com um núcleo minúsculo, denso e carregado
positivamente.

Com base nesses resultados, Rutherford propôs o modelo nuclear do átomo.

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