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Sergei

Her Russian Protector-05


Roxie Rivera

Sinopse

Depois de perder seu irmão mais velho em um assalto violento, a designer de


vestidos de noiva Bianca Bradshaw se recusa a namorar homens com antecedentes
criminais. Ela nunca foi tentada a cruzar a linha, até Sergei.
O gigante russo trabalha como supervisor para o chefe da máfia Nikolai
Kalasnikov e luta como campeão no circuito de boxe do submundo. Sergei é
absolutamente a última complicação que ela precisa em sua vida, mas ele é o único
homem que faz seu corpo doer de desejo.
E agora ela precisa de sua ajuda.
Quando ele descobre que alguma coisa errada está rondando Bianca, Sergei
Sakharov promete protegê-la a todo custo. Ele está tentando chegar perto da beleza
plus-size há meses, mas ela o rejeita todas as vezes. Ele está determinado a mostrar a
ela que ele vale como um homem e não por suas conexões criminosas. Mas a lealdade
de Sergei a sua família, tanto de sangue como de crimes, o coloca em desacordo com o
futuro que ele quer com Bianca.
Ele tem que escolher entre a mulher que ama desesperadamente e a sua
lealdade para com o homem que salvou sua vida. Porque as trevas do submundo que
ele habita estão prestes a derramar sobre a vida de Bianca e a escolha mais difícil pode
ser a única que permita ele protegê-la...

Tradução: Perséfone e Selene


Revisão Inicial: Selene
Revisão Final: Perséfone
Formatação: Afrodite
Disponibilização: Afrodite
Grupo Rhealeza Traduções
Capítulo Um

Eu realmente odiava casamentos.


Sorvendo meu champanhe e mordiscando o bolo de casamento
de excelente sabor e requintadamente decorado, silenciosamente
reconheci que esse pensamento era quase uma blasfêmia na minha
área. Que proprietária e estilista de uma boutique de casamento, gemia
cada vez que um convite em relevo dourado entrava em sua caixa de
correio? Não era bom para os negócios.
Cutucando o meu bolo, admiti que não era a cerimônia de
casamento que realmente eu não gostava. No início da noite, tinha
chorado como um bebê quando Ivan e Erin trocaram votos. Ver o par
fazendo promessas um para o outro, para a vida que tinham a intenção
de construir juntos, havia me tocado profundamente. Os momentos de
ternura que o casal recém-casado haviam partilhado por toda a noite,
me deixaram ansiando pela mesma coisa.
Eram as recepções que realmente arruinavam os casamentos
para mim. Agora entrando em meus vinte e poucos anos, eu parecia ter
chegado a um ponto em que já não era aceitável participar sozinha de
um casamento. Sem alguém segurando no meu braço, de repente eu
recebia olhares piedosos. Isso fazia a minha pele arrepiar.
—Você parece muito pensativa. —Vivian Kalasnikov comentou
enquanto se sentava no assento vazio ao meu lado. Vestida com o
vestido chiffon de dama de honra, minha amiga parecia absolutamente
deslumbrante. Seu cabelo escuro e olhos claros contrastavam com a cor
vibrante do chiffon fúcsia. Os detalhes em diamante sob o busto
brilhavam a luz das velas e lustres que decoravam o salão de baile do
Houston hotel.
Com minha amiga de longa data, me atrevi a ser honesta.
—Eu estou pensando que preciso encontrar alguns homens para
adicionar a minha lista de encontros passageiros. Esse negócio de
frequentar casamentos sozinha é para os pássaros.
Ela arqueou uma das sobrancelhas em forma de asa.
—Talvez seja a hora de pensar em fazer o oposto.
—Como assim?
—Talvez você devesse pensar em reduzir gradualmente essa lista
de homens para dois ou três, que você poderia levar a sério, sabe? Ou
talvez seja hora de começar tudo de novo e encontrar alguém novo e
excitante com potencial real.
A simples menção de alguém novo e excitante encheu minha
cabeça com imagens de um homem extremamente tentador. Agora,
sentada neste salão de baile lotado e cercada por centenas de foliões
que dançariam a noite toda, eu sentia sua presença. Ele apareceu em
algum lugar atrás de mim, perto de uma das mesas, onde um grupo de
homens barulhentos tinha se juntado para conversar. De vez em
quando, uma explosão de risos pontuada por uma frase em voz alta em
russo, vinha daquela direção. Cada vez, eu controlava o intenso desejo
de dar uma olhada para ele.
Como se estivesse lendo minha mente, Vivian sorriu
conscientemente.
—Você sabe que ele está morrendo de vontade de pedir-lhe para
dançar, certo?
Mesmo que ela tivesse me pegado, fingi confusão quando peguei
minha taça de champanhe.
—Quem?
Ela rolou aqueles olhos azuis brilhantes para mim.
—Isso pode funcionar com outra pessoa, Bianca, mas não
funciona comigo. Você está de olho em Sergei desde dezembro.
Seu comentário me lembrou da noite fria que Vivian e Nikolai
tinham sido atacados. Saber que minha amiga tinha sido sequestrada,
tinha sido um soco no estômago. As memórias dos dias cheios de
pânico que se seguiram enquanto esperava por qualquer notícia sobre
o retorno de Vivi foram colocadas de lado, pelas de Sergei nos
acompanhando naquela noite durante o jantar e mais tarde no Faze, a
boate mais quente de Houston.
Os olhos e cabelos escuros do gigante russo, tinham tirado a
minha respiração, desde o primeiro momento em que eu tinha olhado
para ele. No colégio, eu tinha saído com um par de jogadores de
basquete, então pensei que conhecia homens altos, mas isso foi antes
de Sergei. Com os mais amplos e sexys ombros que eu já vi, ele tinha
que ter mais de dois metros de altura. Ele tinha um forte nariz aquilino
e uma boca pecaminosa que me tentava como nenhum outro. E isso
era ruim. Muito, muito ruim.
Sentindo o olhar aguçado da Vivi, dei de ombros e bebi o meu
champanhe.
—Eu vou admitir que gostei da mercadoria, mas não tão certa a
ponto de experimentar ou levá-lo para casa comigo.
—Eu não sei. —Disse ela um pouco conspiratória. —Eu acho que
a minha curiosidade o levaria.
Eu bufei cruelmente.
—Por favor! O jeito como você olha para Nikolai a tornou cega
para qualquer outro homem na terra!
Sorrindo e nem mesmo tentando negar a minha afirmação, ela
olhou para a direita e facilmente encontrou o marido. Como se ligados
por um sexto sentido, o devastadoramente bonito russo lançou um
olhar ardente para ela antes de retornar a sua conversa com dois
homens que eu não reconheci.
Uma pontada de inveja apertou meu coração. Deus, eu queria
isso. Eu queria um homem que me olhasse como se eu fosse seu
mundo inteiro, como se não pudesse respirar sem mim.
Ao meu lado, Vivian tomou um gole da bebida clara, o
refrigerante que ela trouxe. Eu nunca percebi que ela gostava da bebida
com sabor lima-limão e marquei na lista da minha cabeça. Naquela
manhã, eu havia corrido até a casa dela para soltar o busto do vestido
de dama de honra. Em todos os anos em que eu conhecia Vivian, o peso
dela não se modificou, mas nesta manhã seu peito parecia ter inchado.
Eu estava acostumada a soltar vestidos de noiva e vestidos de
dama de honra desde o colégio, então normalmente sabia o que estava
acontecendo. Mais do que uma noiva em pânico que tinha me
chamado, ou a minha mãe em seu quarto no seu dia muito especial
para fazer os ajustes na barriga, quando o bebê começava a aparecer
no momento mais inoportuno.
Tanto quanto eu poderia dizer, a barriga de Vivian parecia
normal, magra, mas o seio que ela agora ostentava? Oh, esse era um
indício inegável. Acrescentando isso ao copo de vinho que ela não tinha
tocado durante o jantar e o refrigerante sem cafeína em sua mão
agora? Não havia muitos outros cenários em que a gravidez não se
encaixava. Mesmo assim, eu não pedi para ela confirmar a minha
suspeita. Certamente ela tinha seus motivos para manter a notícia em
segredo, e eu sufoquei minha curiosidade.
A visão de Benny Stepanov gingando para nossa mesa trouxe
diversão para os meus lábios. A cintura do vestido de dama de honra
reforçava sua figura arredondada. Grávida e para dar à luz a qualquer
momento, a pequena latina baixou seu corpo em uma cadeira com um
suspiro alto e descansou a mão em sua barriga.
—Meus pés estão latejando hoje à noite!
—Bem, por que você está usando saltos? —Vivi perguntou com
um brilho bem humorado em seus olhos. —Erin disse para usar
sapatilhas. Ela queria que você ficasse confortável e fosse com calma.
—Você viu o quão alto o meu marido é? —Ela fez um gesto em
direção ao loiro imponente. Braços cruzados e um sorriso no rosto
bonito, Dimitri exalava sexualidade crua e poder. Eu não fiquei surpresa
que ela já estivesse esperando seu primeiro bebê. Com um homem
como esse aquecendo os lençóis, como poderia qualquer mulher
resistir aos seus encantos? —Eu gostaria de ter uma ou duas fotos onde
as nossas cabeças estão niveladas, sabe?
—Então, sentem-se juntos. — Vivi apontou o óbvio. —Eu aposto
que Dimitri adoraria ter você sentada em seu colo.
Benny riu e apontou para sua barriga.
—Tenho certeza de que foi assim que eu acabei nessa situação.
Risadas e gritos excitados atraíram o meu olhar. Yuri Novakovsky
tinha tirado Erin bem debaixo do nariz de Ivan. Ela gritou rindo quando
o magnata bilionário correu com ela e Dimitri, Sergei e Nikolai
bloquearam o caminho de Ivan. O costume de roubar a noiva e o noivo
ter que resgata-la me fez sorrir. Eu tinha ido a tantos casamentos ao
longo dos anos e achava que tinha visto de tudo, mas eu tive que dar
crédito a esses russos. Seus costumes e celebrações eram tão doces e
alegres, eles realmente sabiam como fazer uma festa.
—Erin está linda, Bianca. Esse vestido é perfeito para ela. —
Benny me lançou um sorriso de aprovação. —A renda é incrível.
—Obrigada. Esse toque foi uma das sugestões da minha mãe. —
Eu imaginei o vestido abraçando o corpo esbelto de Erin. O modelo
tinha sido um assunto delicado, porque Erin queria tantas coisas
diferentes, decote, cintura baixa, véu que pudesse ser mexido, predas e
rendas. —Ela não foi uma noiva fácil de agradar, mas eu estou
emocionada com a forma como o vestido ficou.
—Este modelo vai estar disponível para outras noivas?
Eu balancei a cabeça com a pergunta de Benny e deixei o meu
olhar se dirigir para o lutador intimidante, tatuado que ganhou o
coração de Erin.
—Não, eu prometi a Ivan que nenhuma outra mulher jamais iria
usar um vestido como o dela. Ele queria que fosse um presente
especialmente para Erin e sempre dela.
—Ah. —Vivian disse com um sorriso cheio de energia. —Poderia
imaginar aquele cara sendo mais doce? Quero dizer, você olha para ele,
e ele é, tipo, o homem mais assustador do planeta e então ele faz algo
tão romântico assim! Erin é tão sortuda por tê-lo.
—Sim, ela é. —Murmurei um pouco com inveja.
Na pista de dança, Ivan uniu o corpo menor de Erin ao seu e
envolveu seus braços fortes ao seu redor, num abraço protetor. Sabia
que ela sentia muita falta de sua irmã mais velha, Rubi, mas a viciada e
presa, tinha dado resultado positivo em um teste de drogas, algumas
semanas antes, portanto, qualquer chance de ela ganhar a liberdade da
prisão havia acabado.
Erin tinha ido a minha boutique numa manhã para provar o
vestido, quando ela recebeu o telefonema do advogado de sua irmã.
Embora nós fossemos amigas, estávamos longe de ser tão íntimas como
eu era com Vivian, mas isso não me impediu de abraçar e deixá-la
soluçar no meu ombro, pelos anos de frustração reprimidos e da dor
que sua irmã mais velha tinha causado.
Eu ainda me lembrava do olhar de dor no rosto de Ivan, quando
ele apareceu de repente na sala de provas. Aparentemente, seu
advogado o havia chamado com a atualização sobre a situação de Ruby.
Ele havia percebido instintivamente que Erin precisava dele e veio
direto para ela. Quando ele a pegou em seus braços a chamou de seu
anjo com aquela voz rouca e com o sotaque, eu entendi porque Erin o
amava tanto.
Com seus dedos grossos cobertos de tatuagens, Ivan os passava
através de seu cabelo enquanto dançavam, eu decidi que era
provavelmente o casal mais incompatível que eu já conheci, mas não
havia dúvida do amor profundo e inabalável que compartilhavam.
Reluzindo felicidade, Erin se enterrou contra o peito de Ivan e fechou os
olhos enquanto eles balançavam juntos.
Enquanto eu tentava suprimir a tristeza que ameaçava arruinar a
grande noite, o universo parecia determinado a jogar um pouco mais de
sal na ferida. Dimitri e Nikolai caminharam em direção à mesa e se
juntaram a suas esposas. Nikolai passou os braços em torno de Vivi e
arrastou-a para o seu colo, para que ele pudesse acariciar seu pescoço e
sussurrar amorosamente para ela em seu idioma.
Do outro lado da mesa, Dimitri colocou os pés doloridos de Benny
em seu colo e tirou os sapatos de salto alto, enquanto delicadamente a
repreendia e massageava suas panturrilhas. Benny passou a mão em
sua barriga e disse que a sua menina estava fazendo uma tempestade.
Quando Dimitri estendeu a mão para sentir pontapés da filha, os
futuros pais trocaram um olhar que fez meu coração doer no meu
peito.
Decidindo que já tinha tido o suficiente do universo esfregando
no meu rosto o que faltava na minha vida para ser feliz, peguei minha
bolsa. Antes que eu pudesse abrir a boca para desejar a todos boa
noite, uma sombra caiu sobre mim. Eu não tive que olhar para cima
para saber que era ele.
Todos os dois metros de Sergei Sakharov deixaram-se cair na
cadeira vazia ao meu lado. Instantaneamente meu corpo traidor reagiu
à enorme quantidade de calor irradiando de sua enorme presença. O
leve cheiro de eucalipto fez cócegas no meu nariz, e tive que lutar
contra o desejo de inspirar profundamente para impregnar o cheiro
dele em meus pulmões e cérebro.
Lançando um olhar de soslaio furtivo, eu tive a visão dele naquele
smoking. Eu não acho que qualquer homem já tenha feito o conjunto
preto e branco clássico parecer tão bem. Seu alfaiate o vestiu com pura
perfeição.
Nikolai se dirigiu a ele em russo e Sergei respondeu com uma
risada enquanto tirava sua gravata borboleta e desabotoava o
colarinho. Inspirada pela visão dele se despindo só um pouquinho, me
recusei a deixar minha mente viajar pelo resto do caminho
impertinente, que ela queria seguir.
Meu coração disparou descontroladamente quando ele deslizou
seu braço maciço na parte de trás da minha cadeira e se aproximou
mais. Incapaz de evitar o encontro com o seu olhar, eu timidamente
olhei para ele. Aqueles olhos escuros me enlaçaram, e me fizeram
querer deslizar um pouco mais para que eu pudesse contar as manchas
cor de âmbar em suas íris. Sua boca se curvou sensualmente, e era tudo
que eu não precisava para sentir o impulso desesperado de beijá-lo só
para ver se seria tão incrível como eu esperava.
—Você está se divertindo? — Aquela voz de barítono profundo
fez o meu núcleo se apertar de desejo.
—Sim. Você? —De alguma forma eu consegui dizer duas palavras
sem tropeçar sobre elas.
—Eu amo casamentos.
—Sério? —Eu deixei um pouco do ceticismo invadir meu tom.
Ele fez um gesto a nossa volta.
—Quando foi a última vez que você viu as pessoas se divertindo
tanto?
Eu considerei a pergunta.
—No casamento de Vivian.
—Exatamente. —Seus dedos tocaram meu braço nu. —Você
gostaria de dançar, Bianca?
Deus, o modo como ele disse meu nome, seu sotaque russo
esticando as sílabas e rolando o som das vogais, me deu vontade de
desistir e quebrar minha regra número um de namoro. Eu queria ouvi-
lo dizer meu nome durante toda a noite, mas não me atrevi a cruzar
essa linha. O rosto de meu falecido irmão passou diante de mim, me
fazendo lembrar exatamente por que Sergei era errado para mim e eu
gentilmente recusei.
—Eu não posso. —Levantei e peguei minha bolsa. —Eu estava
realmente a caminho de casa quando você sentou aqui.
—Assim, tão cedo? —Vivi saltou do meu lado. —A noite é uma
criança e Erin não jogou seu buquê ainda.
Virei a cabeça e dei um olhar que a fez sorrir culpada. Eu sabia
exatamente o que ela estava fazendo, mas não devia se dar ao
trabalho.
—Eu tenho que levar minha mãe para a igreja na parte da manhã
e chegar cedo o suficiente para me vestir para o coral.
Os dedos de Sergei desenharam um traço na minha pele.
—Você canta na igreja?
Virei para ele e tentei ignorar a forma como o seu toque me fez
palpitar em todos os lugares certos.
—Sim.
—Então eu vou ter que ir escutar algum dia.
Minhas sobrancelhas se arquearam em direção a meu cabelo
enquanto eu tentava imaginar Sergei em um dos bancos da minha
igreja desde a infância.
—Se você está pronta para sair, eu vou te levar para casa.
—Não, obrigada. — Eu tive um pressentimento ruim de que eu
não seria capaz de afastá-lo com um aperto de mão, do jeito que fiz
quando ele tinha me levado para casa na gelada noite de dezembro,
quando ele era o guarda-costas e motorista de Vivian. —Eu estou de
carro.
—Talvez você devesse deixá-lo levá-la, Bianca. —Vivian interveio
muito sutilmente. —Ele poderia verificar sua casa e quintal e ver se tem
alguém.
Sergei endureceu e a indicação de paquera desapareceu. Sua
mandíbula visivelmente se apertou e sua grande mão segurou meu
braço.
—Tem alguém te incomodando?
Se ele fosse um lobo, suas orelhas teriam se levantado quando
ele se virou ferozmente protetor... Por mim. Surpresa com a reação
dele, eu rapidamente expliquei:
—Não é nada. Realmente. —A julgar pelo aperto de sua
mandíbula, ele não estava acreditando. —Olha, eu apenas pensei ter
visto uma coisa na outra noite.
—Na noite de ontem e na quinta-feira. —Vivi se intrometeu
novamente. —O cara que lê o medidor do relógio de energia bateu em
sua porta para avisar que ele tinha visto alguém correndo para fora de
seu quintal.
Se Vivi não estivesse sentada no colo do marido, eu teria a
beliscado por ser tão intrometida. Em vez disso, tive que enfrentar
Sergei, que tinha uma expressão de irritação total.
—Não é nada.
—Isso não soa como nada. Parece que alguém está tentando
entrar na sua casa ou atacá-la.
—Está tudo bem. Eu liguei para Kevan.
—Quem é Kevan?
Eu percebi a sua aspereza.
—Ele é um cara que eu saio, às vezes. Um oficial de polícia. —
Acrescentei.
Sergei grunhiu com irritação. Baixando a voz, ele deslizou um
pouco mais perto e perguntou:
—Por que você não me ligou?
Meus olhos se arregalaram. Ele era de verdade? Não querendo
deixar todo mundo saber do meu assunto pessoal, eu sussurrei um
pouco áspera:
—Por que no mundo eu iria chamá-lo?
Algo brilhou em seus olhos escuros. Magoa? Frustração? Por que
o pensamento de ferir seus sentimentos fez meu estômago doer tanto?
—Nós somos amigos. —Sergei insistiu.
Somos? Tentei decidir se o nosso relacionamento se encaixava
nessa categoria. Claro, passei muito tempo em sua companhia, mas foi
apenas porque Nikolai confiou a Sergei manter Vivian segura. Eu
chamava Sergei de sua sombra por isso. Eles estavam praticamente
colados o que significava que, tecnicamente, ao longo dos últimos
meses, jantei com Sergei mais vezes do que com alguns dos homens
que eu tinha namorado.
E, se eu fosse completamente honesta comigo, eu tinha gostado
daquelas noites em que ele estava sentado perto ou nos conduzindo
em torno de Houston. Sob esse exterior áspero, ele poderia ser um
amor. Isso me assustava mais do que qualquer coisa. Ele possuía muitas
das qualidades que eu queria em um homem, mas o pacote completo
estava todo errado. Ele era muito perigoso para mim e muito sexy para
seu próprio bem.
Mesmo agora, eu não conseguia entender por que este modelo
escandalosamente bonito e esculpido de macho, está perfeição, parecia
com a total intenção de se aproximar de mim. As experiências de minha
adolescência me avisavam que um cara como Sergei só queria uma
coisa de uma garota como eu. Uma parte de mim temia que tudo isso
fosse parte de alguma piada colossal ou ainda pior.
Talvez eu fosse simplesmente uma coceira que precisava ser
coçada, uma curiosidade que exigia ser satisfeita. Eu não acho que meu
coração poderia lidar comigo sendo pisoteada por seu enorme pé, se
ele estivesse simplesmente querendo saber como seria sair com uma
menina gorda ou se estivesse tentando descobrir se os estereótipos
sobre grandes meninas na cama eram verdadeiros.
—Bianca? —Sergei chamou, sua voz estava ainda mais baixa e
mais suave. —Não somos amigos?
Observando seu olhar de questionamento, eu não pude mentir.
—Sim, nós somos amigos.
As linhas apertadas em torno de sua boca relaxaram.
—Então me deixe ajudar.
Certa de que a sua ajuda era a última complicação que eu
precisava, eu estendi a mão e acariciei sua bochecha.
—Eu sou uma menina grande, Sergei. Eu resolvo isso.
Ele cobriu minha mão com a sua, o calor de sua palma queimou
minha pele. Fiquei maravilhada com a forma como as nossas mãos
pareciam juntas, sua pele bronzeada alguns tons mais claros do que a
minha e seus dedos tão longos sobre os meus.
—Isto não é um jogo, Bianca. Você pode se machucar.
Sua advertência gentil me assustou, mas eu me recusei a recuar.
—Eu não vou.
Puxando a minha mão, me levantei da cadeira e inclinei para a
bochecha de Vivian para dar um beijinho. Sussurrando contra seu
ouvido, eu disse:
—Você está na minha lista.
Ela me deu um abraço.
—Eu tinha que tentar. Além disso, nós duas sabemos que você vai
me perdoar.
—Vamos ver. —Eu peguei o olhar divertido do seu marido e
toquei seu ombro.
—Boa noite, Nikolai.
—Boa noite, Bianca. Fique bem.
—Eu vou.
Depois de me despedir de Dimitri e Benny, eu contornei a borda
da pista de dança movimentada no meu caminho em direção à saída.
Foi quando o casal glamoroso, Yuri e Lena passaram por mim. Lena se
afastou de Yuri e me envolveu em um grande abraço. Os diamantes
pendurados em suas orelhas e adornando seu pescoço pareceram
gelados sobre a minha pele. Até agora, seu dedo anelar permanecia nu,
mas eu tinha um sentimento de que Yuri estaria mudando isso muito
em breve.
Eu fui até os manobristas e fiquei esperando o meu carro.
Embora tivesse deixado a recepção cedo para escapar da visão de
tantos casais apaixonados, pareceu inútil agora. Onde quer que eu
olhasse, casais de mãos dadas riam e sussurravam docemente um com
o outro. Quando meu sedan prata parou no meio-fio, estava pronta
para um copo de vinho e um banho quente.
Depois que o manobrista desceu, me sentei ao volante e prendi o
cinto de segurança. Com a garganta apertada acelerei, me afastei do
hotel e tentei não pensar sobre a casa vazia que me aguardava e na
outra longa noite sozinha.

Sergei recostou na cadeira para que pudesse assistir Bianca sair.


Apesar de sua frustração com sua rejeição constante, ele teve que
admitir que essa visão era extremamente agradável. O vestido que ela
usava e que abraçava suas curvas, destacava alguns dos seus melhores
atrativos. Mesmo ainda agora, as pontas dos dedos queimavam com a
memória de acariciar sua pele morena sedosa. Ele queria fazer muito
mais quando deslizou para perto de sua cadeira, mas ele não se atreveu
a forçar.
Toda vez que ele a viu, Bianca Bradshaw o afastou para longe.
Esta menina tinha muita classe. Ela conseguia ser sexy pra caralho, mas
sem nunca cruzar a linha de vulgar ou fútil. Hoje à noite, ela usava um
vestido preto simples e sem adornos, e de alguma forma ela ficou mais
quente do que se usasse lingerie minúscula. Será que ela tinha alguma
ideia de como era bonita?
Ele mordeu o lábio inferior quando imaginou o que seria tirar a
roupa que vestia o seu corpo e descobrir todas as delícias suaves e
quentes sob o tecido. Seu doce traseiro gordo tinha sido feito para um
grande homem como ele. Esses quadris balançando o fizeram doer de
desejo. Imaginou-a montando em seu colo, suas mãos apertando sua
bunda incrível, enquanto suas coxas grossas amorteciam seu
acoplamento.
Ele a queria. Ele a queria tanto que podia até sentir o gosto,
merda! Desde o momento em que a viu entrando no restaurante no
final de dezembro, uma noite para se encontrar com Vivian, Sergei
tinha ficado cego para todas as outras mulheres do planeta.
Mas Bianca não queria nada com ele.
Observando ela abraçar Lena, Sergei se perguntava que diabos
ele faria para convencer Bianca que ele estava falando sério sobre ela.
Ela não era um encanto passageiro para ele. Ele tinha tido isso bastante
em seus 31 anos para saber que ela era diferente, que o que ele sentia
por ela era real.
Ele esfregou as costas de seu pescoço e lembrou que Vivian o
alertou alguns meses atrás que Bianca não se interessaria pelo tipo
dele. Consciente de que ela tinha perdido seu irmão em um ato de
violência sem sentido, ele entendeu por que Bianca se esquivava de
homens que não eram estritamente do lado certo da lei. Embora ele
possuísse parte de uma empresa de construção bem-sucedida, Sergei
permanecia firmemente na folha de pagamento de Nikolai. Ele fazia
tudo o que seu chefe lhe pedia, sem perguntas e isso não funcionaria
com Bianca.
Ela era diferente de qualquer mulher com quem ele já namorou.
Havia a questão óbvia, que ela não queria ter nada a ver com ele. A
contragosto, ele admitiu que seu ego tinha sido acostumado com o
sucesso. Ele tinha se acostumado a mulheres tropeçando para sair com
ele. O olhar correto, o sorriso certo e algumas palavras doces e ele
estava certo de que conseguiria sair com qualquer mulher que quisesse.
Mas nada disso funcionava com Bianca.
Ele sempre soube que ela estava fora de seu alcance. Talvez fosse
hora de aceitar que ela estava muito longe e nunca o veria como outra
coisa senão: o grande e mudo guarda costas que rondava e que vigiava
a amiga.
—Seryozha.
Ouvir Vivian chamá-lo pelo seu apelido de infância o fez sorrir. Ao
longo dos últimos meses, tinham se aproximado muito. Ele pensava
nela como a irmã mais nova que nunca teve, e ela tinha admitido vê-lo
como um irmão mais velho agora.
Desviando seu olhar para longe das costas de Bianca, ele olhou
para Vivian e perguntou:
—Sim, Sra. Chefe?
Ela sorriu para sua resposta provocativa e acenou com um
smartphone para ele.
—Eu acho que Bianca deixou isso para trás.
Nikolai bufou baixinho e esfregou o braço de Vivian.
—Não, eu acho que a minha esposa roubou da bolsa de Bianca,
enquanto elas estavam se abraçando.
Vivian estreitou os olhos para o marido.
—Roubou é uma palavra tão dura, Kolya. Peguei emprestado.
Nikolai passou os dedos ao longo de sua mandíbula.
—Por quê?
—Porque Bianca tem alguém espreitando em suas janelas e ela é
teimosa demais para deixar que alguém a ajude. —Vivian colocou o
telefone em cima da mesa. —Pegue, Sergei. Vá resgatá-la em seu
cavalo branco. Quero dizer, SUV.
Sergei olhou para o telefone que Vivian havia tomado de Bianca.
Era um truque dissimulado, mas ele era um homem sem opções. Antes
de pegar o telefone, ele olhou para Nikolai, que deu um pequeno aceno
de encorajamento. Sentindo uma vibração de esperança em seu peito,
ele pegou o dispositivo.
—Obrigado, Vivian.
Ela o empurrou com as mãos.
—Bem vá. Se eu conheço Bianca, ela vai abrir uma garrafa de
vinho assim que der vinte passos para dentro da porta da frente. Se
você pegá-la depois do primeiro copo, ela vai estar de bom humor e
pode até mesmo convidá-lo a entrar.
Ele riu quando Vivian sugestivamente balançou as sobrancelhas.
—Eu não vou perder minhas esperanças. Eu vou ter sorte se ela
não bater à porta na minha cara.
—Ela não vai.
—Eu gostaria de ter a sua confiança.
Pouco tempo depois, ele dirigiu pelas ruas do bairro histórico
onde Bianca morava e relembrou sua curta conversa. Ele não podia
acreditar no quão evasiva ela tinha sido sobre a situação do gatuno. Ele
se recusava a sequer pensar sobre esse cara Kevan a quem ela tinha
pedido ajuda.
Um policial. Claro. Um homem que era tudo o que Sergei nunca
poderia ser para ela. O próprio pensamento de Bianca buscando ajuda
de algum outro homem o deixou frustrado. Ele queria ser o único em
quem ela pensasse quando estivesse assustada ou precisasse de ajuda.
Inferno, a esta altura, ele queria ser o homem que podaria seu
gramado ou consertaria seu cano furado!
Dirigindo pelas ruas antigas, ele admitiu que Bianca podia estar
certa sobre a situação do gatuno. Talvez não fosse nada. Poderia ser um
adolescente cortando caminho pelo seu quintal para se esgueirar em
sua casa tarde da noite ou alguma outra coisa igualmente inocente.
Ou talvez não fosse. Ela era uma mulher solteira que vivia sozinha
em um bairro conhecido por suas casas espaçosas, repletas de
antiguidades. Sabendo que ela havia comprado sua casa em uma venda
com um grande desconto, ele duvidava que ela tivesse móveis caros e
bugigangas, mas um ladrão não sabia disso.
Se alguém estivesse vigiando sua casa, Bianca poderia estar em
uma lista de casas para um próximo assalto. Ele conhecia homens desse
tipo para saber que muitos deles preferiam invadir uma série de casas
em uma noite para melhorar suas chances de sucesso e fugir da polícia.
O pensamento de Bianca sendo aterrorizada por uma invasão de
domicílio azedou seu estômago. Ele pisou um pouco mais no acelerador
e decidiu que iria procurar saber pela manhã se algum dos suspeitos de
costume estava planejando algo neste bairro. Ele não se importava no
quanto custaria ou quantos favores ele teria que cobrar ou fazer. Ele
faria qualquer coisa para proteger Bianca, ela querendo sua ajuda ou
não.
Parando na calçada em frente à seu grande terreno de esquina,
Sergei desligou o motor e estudou sua casa. The Queen Anne precisava
de um novo telhado e um pouco de tinta, mas tinha boa estrutura. Ele
nunca tinha estado mais longe do que a porta da frente, mas o que ele
tinha vislumbrado do interior precisava de um monte de reparos. A
partir das conversas que ouviu entre Vivian e Bianca, parecia que ela
estava tentando fazer mais do que conseguia. Ele achava que era uma
maneira de Bianca ocupar sua cabeça.
Ele destrancou e abriu a porta, e correu os dedos sobre os
arabescos do portão de ferro com apreciação. Este rangeu e se fechou
atrás dele com um som muito alto para este bairro tranquilo, e ele fez
uma careta. Caminhando pelo calçamento, ele observou que a
pavimentação precisava de substituição e o paisagismo estava irregular.
Uma ideia começou a se formar, a de que poderia mostrar a Bianca que
ele valia mais como homem do que suas conexões com o lado negro.
Na porta, tocou a campainha duas vezes e bateu. Enquanto
esperava que ela respondesse, tentou pensar em algo espirituoso. Ele
não mentiria para ela sobre como o telefone tinha acabado com ele.
Vivian provavelmente o chutaria na canela antes de sua próxima
corrida, mas ele não começaria errado com Bianca. Ele não queria nada,
mas a verdade com Bianca, mesmo em algo tão pequeno como isso.
Quando ela não respondeu, ele bateu novamente, desta vez mais
alto e começou a se aproximar da campainha. Assim que a ponta do
dedo pressionou o botão, um grito de pânico atravessou a casa e fez
seu sangue gelar. Outro grito de terror, seguido de outro um segundo
mais tarde.
Dominado pelo instinto de proteção, Sergei tentou a maçaneta da
porta, mas estava trancada. Desesperado para chegar até Bianca, ele
deu um passo para trás para examinar a porta de madeira maciça e seu
batente. Ele calculou o ponto mais fraco, inalou uma respiração
profunda e plantou o pé contra o local, no lado da fechadura. O chute
explodiu de forma satisfatória e ele bateu o pé duas vezes mais. A porta
voou para dentro e quase para fora de suas dobradiças.
Enquanto corria pela casa de Bianca, ele ouviu um baque alto no
andar de cima. Correndo em direção à escada, ele pulou de dois em
dois os degraus.
—Bianca!
Capítulo Dois

Eu não deveria ter esperado para tomar um copo de vinho. O


zumbido agradável do meu vinho Shiraz favorito poderia ter suavizado
o golpe de quão ruim tinha sido a minha tentativa de reformar o
banheiro. Estando lá sob o jato irregular, o gotejamento de água morna
e examinando minhas falhas embaraçosas como encanadora, eu só
queria chorar.
O chuveiro vazava terrivelmente. Eu tinha claramente pulado
algum passo durante a instalação. A torneira parecia um chocalho com
a trepidação, e eu me perguntava quantos mais eu conseguiria usar
antes que ele finalmente morresse. A baixa temperatura e a quantidade
lamentável de pressão serpenteando através das tubulações me
convenceu que um problema no encanamento estava se formando. Eu
me encolhi com o pensamento de quanto custaria.
Correndo os dedos ao longo de uma junta irregular de argamassa,
com relutância admiti que o azulejo bonito que eu tinha
meticulosamente colocado no início da semana provavelmente teria de
ser arrancado e refeito. Não que isso fosse muito trabalhoso. Bastaria
arrancar na referida junção.
Com um suspiro, dei um passo adiante para enxaguar a espuma
do meu corpo. Quando me virei para lavar minhas costas, eu
acidentalmente bati o cotovelo contra a parede e descolei uma fileira
inteira de azulejo. Engoli em seco e tentei pegar, mas caíram bem no
meu pé. Eu gritei de dor e puxei meu pé.
Mal movimento!
Perdi o equilíbrio, e procurei freneticamente me apoiar em
qualquer coisa para parar a minha queda. Agarrando o chuveiro, eu
consegui me equilibrar por uma fração de segundos antes que a maldita
coisa encostasse à direita na minha mão. Uma explosão de água morna
salpicou meu rosto. Eu pulei para trás para escapar do jato e comecei a
cair para fora da banheira.
Em pânico, eu gritei e agarrei a cortina do chuveiro em uma
tentativa final desesperada, mas não foi o suficiente para me salvar. Os
anéis de plástico se soltaram e eu estava em queda livre.
—Ufa! —Eu bati no chão duro. Felizmente o tapete amorteceu a
minha queda, mas eu ainda fiz uma careta quando a dor apareceu na
minha bunda e nas costas. —Ai!
Entre o zumbido da água e a queda na banheira, pensei ter
ouvido um trovão. O som me confundiu, porque o céu estava claro e
não havia a menor chance de chuva na previsão. Outro grande estrondo
e depois outro chegou aos meus ouvidos. Que diabos?
E então eu ouvi o som inconfundível da voz de Sergei.
—Bianca!
Ainda atordoada com a minha queda, me perguntava se estava
tendo alucinações. Por que Sergei estava berrando para mim? Por que
ele estaria dentro da minha casa?
—Bianca! —Soou como se um touro estivesse subindo as escadas
e correndo solto no corredor. Esses passos pesados ecoaram no meu
quarto. Sem aviso, a porta do banheiro se abriu e Sergei apareceu de
repente. Eu pisquei e tentei conciliar a visão dele em minha casa.
Seu belo rosto estava marcado com preocupação, e ele examinou
a cena na frente dele antes de expirar com o que parecia ser alívio.
—Graças a Deus. Eu pensei que alguém estava tentando atacá-la,
milaya Moya.
—Não alguém. —Eu gemi minha resposta. —Só o meu chuveiro.
Muito alto para entrar pela porta sem se abaixar, Sergei também
teve de virar os ombros porque eles eram muito amplos para caberem
entre o batente. Ele agachou-se ao meu lado e passou os dedos cheios
de cicatrizes ao longo da minha bochecha.
—Você está bem? Eu preciso levá-la para a emergência? Você
bateu sua cabeça?
—Não, só o meu orgulho está ferido.
Sergei agarrou suavemente meu braço e me arrastou para uma
posição sentada. O movimento me fez estremecer com desconforto.
—Ai. Ok. Meu bumbum está provavelmente machucado.
Um sorriso travesso curvou a boca pecaminosa dele.
—Eu ficaria feliz de dar uma olhada nele para você.
Lembrando-me do meu estado escandalosamente mal vestida, eu
puxei a cortina do chuveiro que estava enrolada em volta do meu corpo
um pouco mais para cima, apenas para ter certeza de que meu decote
estava totalmente coberto. Ignorando a oferta de paquera de Sergei,
apontei para a porta.
—Você poderia, por favor, pegar meu roupão?
—Mais tarde. —Ele disse suavemente e deslizou os braços sob
meu corpo. Mostrando o quão forte ele era, Sergei me levantou do
chão e me embalou em seu peito.
Com os olhos arregalados, eu endureci.
—Ponha-me no chão! Você vai quebrar a sua coluna.
—Não seja boba. — Na verdade, ele sorriu. Girando, ele me levou
para o quarto e me colocou cuidadosamente sobre a cama. —Não se
mexa.
Abraçando a cortina do chuveiro em volta do meu corpo nu, eu
assisti ele voltar para o banheiro. Ele desapareceu atrás da porta por
um minuto, provavelmente para fazer um levantamento dos danos no
chuveiro, antes de voltar com meu roupão fofo e uma toalha dobrada.
Rindo, ele os estendeu para mim.
—Então, acho que nós aprendemos uma lição valiosa sobre como
escolher a argamassa adequada e preparar a superfície antes dos
azulejos.
Carrancuda, eu resmunguei:
—Em minha defesa, esses blogs fazem isso parecer tão fácil.
—Essa é a função deles. —Ele cruzou aqueles braços enormes. —
Eu avisei que isso era muito trabalho para ser feito sozinha.
Tentando esquecer o quão bem tinha me sentido em ter aqueles
braços me segurando firme, me lembrei da manhã de janeiro em minha
boutique, quando ele tinha ajudado a costurar a bainha do vestido de
casamento de Vivian.
—Não, você disse que era trabalho de homem. Em um tom muito
condescendente. —Acrescentei para esclarecer bem.
Seu sorriso desapareceu.
—Isso foi um erro meu. Eu não deveria ter sido condescendente.
Eu sinto muito.
Eu dei de ombros.
—Está tudo bem. Quero dizer, acho que de alguma maneira você
estava certo. — Descartando o meu olhar com vergonha, eu gesticulei
para o meu pé latejante. —Talvez eu esteja sendo presunçosa.
Sergei se aproximou e se ajoelhou na minha frente. Ele segurou
meu pé na sua mão grande e meu pulso disparou. Seu dedo traçou a
mancha inchada lá.
—Você vai ter que usar alguns sapatos confortáveis por alguns
dias, mas vai ficar bem.
Engolindo em seco, eu murmurei.
—Você ainda não viu meu armário. Um sapato sensato não pode
ser encontrado lá dentro.
Ele bufou e delicadamente baixou meu pé.
—Eu não estou surpreso. —Seu polegar desenhou um círculo em
volta do meu tornozelo. —Mas, se você deixar de usar esses sapatos
desconfortáveis, ficará muito bem também.
Seu elogio me pegou de surpresa. Com a boca seca, tentei pensar
em algo para dizer. Sergei parecia não notar como havia me afetado.
Erguendo-se em toda sua altura, ele deu um tapinha na cortina do
chuveiro.
—Você deve vestir seu robe agora. Você tem uma caixa de
ferramentas?
Eu balancei a cabeça.
—Está no quarto de hóspedes do outro lado do corredor.
Depois que ele saiu do meu quarto, eu me livrei do tremor
temporário de ser tocada por ele e rapidamente me desenrolei da
cortina do chuveiro. Eu estava amarrando a faixa do roupão quando ele
voltou. O olhar cômico em seu rosto me fez sorrir.
—O quê?
Ele levantou uma maleta de ferramentas e o martelo cor de rosa.
—Ferramentas cor de rosa? Sério?
—Elas são projetadas para a mão de uma mulher. —Disse eu,
defensivamente.
—Elas parecem brinquedos na minha.
—Bem, você parece uma criança com dois metros de altura.
Todos os tipos de coisas de tamanho normal provavelmente parecem
brinquedos para você.
Os lábios de Sergei se separaram, mas ele segurou a resposta na
ponta da língua. Eu não consegui evitar me perguntar o que foi que ele
ia dizer e porque se calou.
Ele inclinou a cabeça em direção ao banheiro.
—Eu vou fixar seu chuveiro, depois a gente conversa.
—Sobre?
O olhar ardente de Sergei tomou conta de mim.
—Nós.
Não me dando uma chance de pensar na minha rejeição habitual,
de que haja um nós, ele girou sobre os calcanhares e desapareceu no
banheiro. Sentindo-me totalmente deslocada com o grande sexy russo
arrumando minha casa, eu sequei minha pele molhada com a toalha. O
que eu faço agora?
Tinha que haver uma maneira fácil de tirá-lo pela porta da frente
sem parecer muito estranho. Enquanto eu passava hidratante e tentava
descobrir o que dizer a ele, um terrível barulho irrompeu do banheiro.
Sergei praguejou em russo e Inglês, ou foi em espanhol também?
Curiosa, me aproximei da porta e peguei-o tirando sua camisa
encharcada e os sapatos. Minha respiração ficou presa na garganta.
Meu Deus, eu não tinha ideia de que um homem poderia parecer tão
perfeito.
Ele era todo músculo, liso, sem sequer uma sugestão de gordura.
Contei os cumes ondulantes de seu abdômen e me perguntei qual seria
a sensação de correr minhas mãos por seu corpo poderoso. Oh, eu
definitivamente perderia o meu tempo para seguir aquelas tatuagens
que ele mantinha cuidadosamente escondidas sob suas roupas. O
pequeno medalhão de ouro pendurado em uma corrente fina em volta
do seu pescoço chamou minha atenção.
Imagens de Sergei debruçado sobre mim na cama, minhas coxas
envolvida em torno de sua cintura enquanto ele empurrava para dentro
de mim, me atormentou. A visão tentadora dele derreteu a parede de
gelo que eu tinha erguido entre nós. De repente, comecei a questionar
por que ele era tão errado para mim.
Como se estivesse sentindo o meu olhar intenso, Sergei se virou
para mim.
—Onde está o registro de água?
—Meu o quê? — Sua pergunta simples me pegou de surpresa.
—Para fechar a água. —Repetiu ele. —Você está com dificuldades
em abrir e fechar a água aqui na torneira do chuveiro?
—Oh. Bem... Sim. —Eu olhei para o chuveiro, onde uma explosão
de água quente saía do cano quebrado. Parecia ainda mais forte do que
antes. Não há dúvida de que tinha sido a causa da maldição de Sergei.
—Eu comprei uma torneira para substituir e as ferramentas necessárias
para fazer, mas eu não tinha certeza de como começar.
—É preciso fechar a água e esvaziar o cano em primeiro lugar.
Não há nenhum registro aqui, então vamos ter que fechar o registro
geral.
—Espere. Será que é a pequena coisa engraçada em uma caixa lá
fora?
A boca de Sergei se inclinou para um lado.
—Sim, querida, é a coisa engraçada.
Havia diversão em sua voz, sem deboche. Eu me recusei a dar
atenção à forma como a minha barriga tremeu ao som dele, me
chamando de querida. Passando rapidamente meus dedos pelo cabelo,
me afastei dele. —Isso está no jardim entre as roseiras.
—Claro que está. —Ele resmungou. —Espere, aqui. Eu trouxe isso
para você.
Girando para encara-lo eu o observei tirar meu celular do bolso
de seu smoking.
—Como é possível?
—Vivian. —Disse ele. —Ela o tomou emprestado de sua bolsa.
—Emprestado, hein? —Revirei os olhos para a interferência dele.
—Eu amo essa garota, mas ela sabe como forçar a barra.
Sergei riu.
—Tente protegê-la. É impossível para ela manter-se longe de
problemas.
—Parece estressante. —Estremeci ao pensar no que faria Nikolai,
se Vivian fosse ferida sob a proteção de Sergei.
—Você não tem ideia. —Ele segurou o meu telefone. —Acho que
devemos agradecê-la. Se eu não tivesse chegado à sua porta quando
você gritou...
—Ei, espere um segundo. —Eu levantei minha mão quando outro
pensamento me atingiu. —Como diabos você entrou na minha casa?
—Sobre isso… —Sergei esfregou as costas de seu pescoço e fez
uma cara de desculpas. —Eu conheço um cara que constrói casas. Ele
usa algumas reproduções de antiguidades. Vou ligar para ele, na
primeira hora na parte da manhã para que obtenha uma nova porta.
—Uma nova porta? —Com a boca aberta, saí do banheiro,
atravessei meu quarto e fui até a escada. Encostada no corrimão, eu
olhava para baixo, para a porta da entrada da minha casa para ver os
cacos e estilhaços espalhados pelo chão. A porta estava pendurada em
suas dobradiças. Um furacão provavelmente a derrubou. —Meu Deus.

—Sinto muito.
Assustada com a proximidade de sua voz, eu olhei para ele com
admiração. Ele agora estava a menos de dois metros atrás de mim com
apenas suas calças do smoking.
—Como você pode se mover tão silenciosamente?
Ele encolheu seus ombros largos.
—É uma habilidade útil.
Eu decidi não perguntar a ele por que ele precisava dessa
habilidade em particular. Olhando para trás em direção a minha porta
destruída, eu perguntei:
—Você usou uma marreta?
—Não, meu pé.
—Você está falando sério? —Eu me virei e analisei seus enormes
pés. Eles eram surpreendentemente agradáveis, com unhas bem
aparadas. —Você pôde derrubar a porta com as pernas?
Ele sorriu.
—Eu posso fazer um monte de coisas com meu corpo, você ficaria
surpresa.
—Uh-huh. —Eu nem sequer tentei parar o sorriso que saiu dos
meus lábios. —Você nunca para de tentar, não é?
Sergei fechou a distância entre nós e colocou suas grandes mãos
em cada lado de mim no corrimão. Encaixotada por seu enorme corpo
seminu, engoli em seco. A quantidade de calor que exalava do corpo
dele me surpreendeu. Ele baixou o rosto até que estávamos respirando
o ar um do outro.
—Não quando se trata de uma mulher tão especial como você.
Eu? Especial? Por um momento, considerei que isso fazia parte
do seu jogo, mas então percebi que ele estava falando sério. Ele
realmente achava que eu era algo especial.
Minha barriga tremia quando sua boca desceu para a minha. Com
o coração acelerado, prendi a respiração e esperei o toque dos lábios.
No último segundo, ele desviou e divertidamente bicou minha
bochecha. Mesmo que esse não tenha sido o beijo que eu queria, ainda
me sentia como se um choque elétrico tivesse me atingido.
Ele deve ter visto a ligeira decepção nos meus olhos, porque ele
sorriu docemente e deslizou o dedo ao longo da minha mandíbula.
—Eu vou lá fora desligar a água. Se você colocar uma vassoura e
uma pá de lixo perto da porta, vou limpar essa bagunça.
—Eu vou fazer isso.
Sergei sacudiu a cabeça.
—Eu fiz a bagunça. É minha responsabilidade.
Ele se afastou de mim. Imediatamente senti a perda da sua
proximidade e a queria de volta. Ao observá-lo descer as escadas e sair
pela porta que ele havia demolido com aquelas pernas, eu finalmente
entendi que Sergei era muito mais perigoso para mim do que eu tinha
imaginado.
Eu finalmente tinha sentido um gosto de como doce, gentil e
protetor ele poderia ser e já queria mais.

Grunhindo, Sergei reabriu a válvula de água da casa e limpou a


testa suada com as costas da mão. A sensação sufocante e abafada do
lugar fez com que as tarefas simples que ele tinha que fazer demorasse
dez vezes mais tempo. Pensando em por que ele não imigrou para
algum lugar mais fresco e seco, ele recolocou a tampa de metal pesada
que protegia o registro no lugar, e voltou para a varanda.
Ele usou a toalha de cozinha que estava caída sobre o parapeito
para limpar a mão suja, os dedos e as solas dos seus pés antes de entrar
na casa. Uma vez dentro da casa de Bianca, ele tentou pensar numa
solução rápida para o que tinha feito em sua porta da frente. Ele havia
encontrado um pouco de madeira extra em um dos quartos, ele a tinha
usado para consertar a porta estilhaçada. A porta antiga era uma causa
perdida, então ele pregou uma placa no local para manter a porta
fechada durante a noite.
—Tudo feito?
—Quase. —Sergei respondeu e olhou em volta para se certificar.
Quando ele se virou para ela, um traço de calor correu através de seu
estômago. Seu pau pulsava com a visão sexy diante dele. Vestida com
um robe de seda, Bianca encostou-se na porta entre a sala de estar e a
entrada. Suas pernas nuas apareciam por debaixo da bainha para
provocá-lo. O pensamento de empurrá-la contra a parede mais próxima
e ir beijando das pontas dos dedos dos pés para o V escondido entre
suas coxas o afetou bastante.
Ela estendeu uma cerveja gelada.
—Eu pensei que você poderia querer isso.
Surpreso com a oferta, Sergei aceitou a longneck gelada e tomou
um gole lento. O sabor o agradou e ele olhou para o rótulo.
—Isso é bom. Não é uma marca que eu conheço.
—Um amigo meu tem uma micro cervejaria ligada ao seu
restaurante. Eu não sou normalmente uma bebedora de cerveja, mas
vou saborear uma das suas todo o dia.
Ele odiava a simples menção de um amigo do sexo masculino, e
sentiu espetadas de ciúmes irracional nele. Ele não tinha o direito de se
sentir assim. Bianca não era dele. Ela estava livre para namorar
qualquer homem que ela quisesse, mas isso não tornava mais fácil
digerir o pensamento.
Depois de mais uma bebida, ele fez um gesto para cima.
—Vou verificar o chuveiro.
—Ok. —Ela não fez nenhum movimento para segui-lo. Tinha
medo de estar perto dele?
Voltando ao andar de cima, fez uma lista mental de todas as
coisas que precisava pegar na caixa de ferramentas. Ele ficou aliviado
ao encontrar o chuveiro ligando e desligando sem problemas. Ele
colocou a cortina do chuveiro e a haste de volta no lugar, então,
estudou o revestimento. Tudo teria que ser arrancado. Na verdade, a
banheira e o chuveiro também.
Encostado na pia, ele examinou o banheiro e começou a esboçar
mentalmente algumas ideias para renovar o espaço. Era maior do que a
maioria dos banheiros. O box com ducha e uma banheira com pés se
encaixam perfeitamente em um local bem ali. Ele imaginou um padrão
de favo de mel claro no chão, um novo conjunto de armários
personalizados e bancadas de mármore.
Sergei agarraria a chance de ajudar Bianca a restaurar sua casa,
para ela voltar à sua antiga glória, mas será que ela iria permitir que ele
trabalhasse com ela? Ele sabia que ela estava pedindo orçamentos de
outros prestadores de serviço. Mesmo que ele entrasse na concorrência
com o valor mais baixo, ela provavelmente iria rir na cara dele e mandá-
lo embora.
De frente para o espelho, ele franziu a testa para a poeira e
sujeira em suas mãos e peito. Ele conseguiu marcas de ferrugem em
seu rosto enquanto trabalhava. Lama e grama se agarraram a sua calça.
Querendo se limpar, ele tirou suas calças e cuecas boxer e entrou no
chuveiro. A água morna explodiu na sua pele, o que o fez colocar um
novo aquecedor de água quente no topo da sua lista de compras. Ele
fez uma careta ao sentir o cheiro floral do sabonete, mas se ensaboou
com ele de qualquer maneira.
Depois de secar, ele envolveu a toalha úmida em volta da cintura
e examinou seu smoking. Não havia nenhuma maneira de receber de
volta o seu depósito agora. Na verdade, ele ficaria feliz se a loja de
aluguel não o fizesse pagar pelos danos. Não havia nenhuma maneira
dele vestir aquele tecido molhado hoje. Pensou em pedir a Bianca que
corresse para o seu SUV para pegar suas mudas de roupa de ginásio. O
som dela se movendo em seu quarto lhe deu outra ideia.

A reação dela mais cedo com o beijo provocativo que ele tinha
colocado em sua bochecha o encorajou agora. E se ele ficasse assim?
Não haveria mais doçura e brincadeiras que ela poderia facilmente
descartar. Era hora de ser corajoso e talvez até mesmo pouco
impetuoso.
Vestindo apenas a toalha, ele abriu a porta do banheiro e entrou
no quarto. Ela estava de costas para ele enquanto arrumava uma roupa
na parte de trás da porta do armário. Ele podia dizer pelo corte do
vestido verde de linho, que ela planejava usá-lo para ir à igreja. Ele não
estava brincando antes, quando disse que queria ouvi-la cantar.
A julgar pelo olhar que ela lhe dera, Bianca deve ter pensado que
ele estava louco. Ele tinha há muito tempo deixado de se importar com
o que as outras pessoas pensavam dele. Quando ele queria algo, ele ia
atrás. Para o inferno as opiniões de outras pessoas.
—Acho que o chuveiro vai precisar de obras? —Ela colocou um
cinto largo sobre o suporte que prendia o vestido.
—Sim.
—Ótimo. Eu realmente queria te agradecer por... — As palavras
dela sumiram quando ela girou para encará-lo. Seus olhos escuros se
abriram, e ela fez um gesto descontrolado para o seu estado quase
completamente nu. —Onde estão suas roupas?
—Elas estão molhadas e sujas. —Ele nem sequer pensou na calça
jeans e camiseta enfiadas em seu saco de academia. Ele queria ver o
quão longe isso iria.
—Então coloque, vá para casa e jogue na máquina de secar. —
Sua voz tinha subido para um tom ligeiramente mais elevado. Do que
ela tinha tanto medo? Era seu tamanho ou seus laços criminais? Ou era
outra coisa? Ela estava com medo de quão bons eles seriam juntos e
quão difícil seria afastá-lo da cerca que ela tinha construído em torno
de si mesma?
—Eu não vou para casa hoje à noite.
Ela piscou.
—Como é?
—Eu quebrei a sua porta. —Ele apontou nessa direção. —Eu não
vou te deixar sozinha em uma casa que não pode estar devidamente
protegida, especialmente quando você tem um ladrão a incomodando.
—Ele inclinou a cabeça. —A menos que você queira voltar para casa
comigo?
—Não! —Ela rapidamente descartou essa opção.
—Então eu vou ficar aqui. —Ele deu um passo em direção a sua
cama e começou a remover os bichinhos de pelúcia e almofadas
decoradas. Ela tinha o tipo de quarto que parecia não ter nada a ver
com uma designer. O fato de uma mulher precisar de nove travesseiros
na cama, o deixou perplexo!
Ela levantou as mãos.
—O que você está fazendo?
Ele jogou um travesseiro com franjas no chão atrás dele.
—É tarde. Estou cansado. Estou indo pra cama.
—Não nessa cama. —Ela respondeu rispidamente. —Você pode ir
dormir no quarto de hóspedes no corredor. Pegue esses travesseiros e
os coloque ordenadamente naquele banco quando estiver saindo.
Reunindo os macios travesseiros femininos em seus braços, ele
levou-os para o banco estofado que ela tinha indicado. Ele
cuidadosamente alinhou os travesseiros como ela pediu, mas não
deixou o quarto.
—Não há nenhuma maneira que eu possa me encaixar em seu
sofá.
A expressão irritada em seu rosto se suavizou. Com um suspiro,
ela pegou um dos travesseiros tamanho normal.
—Eu vou. Você fica aqui.
—É isso mesmo que você quer?
Ela engoliu em seco e abraçou o travesseiro mais apertado.
—Sim.
—Você é uma péssima mentirosa, Bianca.
—Eu não tenho muita prática.
Segurando o travesseiro como um escudo, ela contornou a
beirada da cama e se dirigiu para a porta. Em três rápidos e longos
passos, Sergei a interceptou e a bloqueou. Ela olhou para ele, e um
misto de apreensão e um flash menor de excitação iluminando seus
olhos escuros. Ele agarrou o travesseiro e puxou-o de suas mãos.
Ela lambeu os lábios, traindo seu nervosismo.
—O que você está fazendo, Sergei?
—Sem mais, Bianca. —Ele jogou o travesseiro na cama atrás dela.
—Nós fomos feitos para jogar este jogo.
—Que jogo?
—Para o qual você é perfeita. —Ele chegou mais perto, e suas
mãos menores voaram para seu peito. Ele poderia ter facilmente a
dominado, mas ele imediatamente parou seu movimento para a frente.
—Bianca, eu nunca iria usar meu tamanho ou força contra você.
—Sergei…
—Não. —Ele colocou um dedo suave na sua boca, silenciando a
rejeição. —Um beijo, Bianca. Você me deixa beijá-la corretamente uma
vez. Se você não sentir nada, se você realmente não quiser, eu vou
descer e dormir no sofá. Depois que eu arrumar a sua porta de manhã,
nunca vou incomodá-la novamente.
Seus dentes brancos e perfeitos cavaram em seu lábio inferior.
Por fim, ela concordou.
—Ok. Um beijo.
Sorrindo, triunfante, ele deslizou a mão pela nuca dela e a
arrastou contra ele. Ele estava determinado a fazer deste, um beijo que
ela nunca iria esquecer. Se ele só ia ter uma chance, ele a faria valer a
pena!
Capítulo Três

O que diabos você está fazendo?


Eu silenciosamente me perguntei enquanto cautelosamente
observava Sergei. Elevando-se sobre mim, ele parecia muito mais
perigoso e delicioso.
—Venha aqui. Sou muito alto para fazer isso confortavelmente
em pé. Será melhor se eu estiver sentado. —Ele segurou minha mão e
me puxou de volta para baixo, para a ampla poltrona no canto do meu
quarto. Afundando no couro macio e desgastado, Sergei me puxou
entre seus joelhos. A toalha enrolada na cintura tinha subido bastante,
escandalosamente, mas não me atrevi a deixar o meu olhar
permanecer em seu colo.
Quando suas mãos enormes deslizaram nas minhas coxas e
seguraram meus quadris, eu engoli em seco.
—O que você está fazendo?
—Qual é a sensação do que eu estou fazendo? —Sergei acariciou
meu pescoço, sua respiração quente flutuando através de minha pele.
—Boa, mas me beije. —Arrepios deliciosos corriam através de
mim, passando por minha barriga e pelo meu peito.
—Estou chegando lá. —Ele prometeu.
Eu tive a nítida sensação de que tinha sido enganada, ao
concordar em deixá-lo ter um beijo. Algo me disse que eu estaria logo
concordando em muito mais, com ele.
Suas mãos deslizaram sob meu roupão e a camisola curta
embaixo. Ele tinha as palmas mais duras que eu já senti. Depois de
namorar somente tipos normais, era uma novidade ter mãos tão
incrivelmente viris deslizando sobre minhas curvas. Ele sussurrou algo
em russo que eu não entendi. Como se tivesse se lembrado de que eu
não compartilhava esse idioma, ele repetiu:
—Você é tão macia, Bianca.
Engoli em seco quando ele agarrou minha bunda em suas mãos
grandes e deu-lhe um aperto apreciativo. A risada curta escapou de sua
garganta enquanto ele corria as mãos sobre minha calcinha. Curvando a
cabeça escura, Sergei agarrou o cinto amarrado frouxamente do meu
robe entre os dentes e deu-lhe um puxão. Os lados do meu roupão se
abriram, e ele deixou cair o cinto de sua boca. Arrastando os lábios de
um lado para o outro ao longo da minha clavícula, ele sussurrou:
—Tire o roupão.
—Eu realmente não deveria.
Ele sorriu para a minha voz trêmula.
—Então eu vou fazer isso por você.
Abandonando meu traseiro, Sergei empurrou o robe pelos meus
braços. O tecido de seda esvoaçou em volta dos meus pés. Mesmo
sentado, ele era tão alto que estávamos olho-no-olho, enquanto eu
estava em pé. Seu olhar me aquecia e me queimava enquanto ele
percorria meu corpo.
Sem o roupão me cobrindo, me senti incrivelmente exposta na
justa e muito curta camisola. Embora eu aparentasse confiança e
normalmente fosse confortável comigo mesma, eu de repente
experimentei uma onda de insegurança. Tudo o que conseguia pensar
eram nas imperfeições que estragavam meu corpo. Será que ele estava
me comparando com todas as outras mulheres com quem ele tinha
saído? Eu temia que não fosse me sair bem.
Levantando meu queixo, Sergei olhou nos meus olhos.
—Você é mais bonita do que eu imaginava.
Seu elogio me pegou de surpresa.
—Você tem me imaginado assim?
A boca de Sergei torceu para o lado.
—Bem... Eu estive imaginando você com muito menos. — Ele
tocou as alcinhas da camisola e começou a deslizar para baixo no meu
braço. —Muito, muito menos.
—Espere. —Ofegante, eu coloquei minhas mãos em seus ombros.
—Precisamos ir mais devagar.
—Faz cinco meses, Bianca. —Ele me lembrou de quanto tempo
estávamos fazendo isso, essa dança de vai ou não. —É lento o
suficiente.
Admitindo que ele tinha razão, eu pressionei minha testa à dele.
—Então pare de brincar e me beije.
Ele riu e colocou seus enormes braços tatuados, em volta de mim.
Saboreando o calor e a energia dele, fechei os olhos e esperei pelo
primeiro toque dos lábios. Seus dedos longos se enterraram no meu
cabelo assim que sua boca roçou a minha. Sua outra mão ficou na curva
da minha espinha na parte inferior das costas.
Com um gemido baixo, Sergei me beijou. Foi o mais doce, mais
casto dos beijos, mas havia algo incrivelmente erótico nele. Talvez fosse
o conhecimento de que muito mais nos aguardava. Foi a provocação
suave, para o começo de uma noite que prometia ser uma das
melhores da minha vida.
A ponta de sua língua roçou a abertura dos meus lábios.
Eliminando todas as pretensões de não corresponder, eu me rendi ao
seu beijo. Nossas línguas se tocaram timidamente no início e depois
com mais confiança à medida que nos acostumávamos com o gosto e o
calor do outro. Embalando a parte de trás da minha cabeça, Sergei
aprofundou o acasalamento de nossas bocas até que meus joelhos
estavam balançando. Agarrei seus ombros para me apoiar e gemi sob
seu assalto sensual.
Provando que ele era um amante atencioso, Sergei apertou as
minhas coxas e me levantou antes que minhas pernas enfraquecidas de
luxúria cedessem e eu caísse no chão. Eu engasguei contra seus lábios e
comecei a protestar contra o movimento daquele “homem das
cavernas”, mas ele me calou com outro beijo incrivelmente perfeito.
Sentada em seu colo, estava feliz que eu tivesse comprado uma cadeira
bem grande e confortável para a leitura.
A carícia de suas mãos me deixou dolorida com uma fome sexual
incrível. Ele me fez sentir tão viva, com excitação e entusiasmo. Todas
essas reações ordenadamente escondidas para mantê-lo distante foram
sendo lentamente liberadas, uma a uma, a partir de uma lista que eu
tinha na minha cabeça. Isso era ruim. Isto era tão, tão ruim.
Exceto, oh meu Deus! Só que, me sentia tão, tão bem.
Suas mãos se esconderam sob a minha camisola e eu ri com o
movimento delicado de seus dedos. Ele riu contra meus lábios, mas
continuou sua exploração. Apalpando meu seio, ele escovou o polegar
sobre meu mamilo, eu gemi quando a minha carne latejante foi
apertada com um beliscão. Ele beliscou de leve, e eu balançava contra
ele.
—Sergei.
—Eu quero ver você nua. —Ele enterrou o rosto contra a curva do
meu pescoço e mordiscou a pele sensível lá. —Eu quero ver tudo de
você.
Eu comecei a dizer que precisávamos apagar as luzes, mas me
contive. Sergei parecia não se importar com o peso extra que eu
carregava. Não havia falsidade na atração e desejo refletido em seus
olhos e em seu toque de admiração. Ele me queria do jeito que eu era.
Incorporando a gatinha sexy dentro de mim, peguei a toalha
entre nós e dei um puxão brincalhão.
—Só se você ficar nu primeiro.
—Como se você precisasse pedir! — Sergei mordiscou meu lábio
inferior. —Eu vou fazer amor com você está noite.
Eu rapidamente pisei nos freios.
—Não.
Ele dirigiu seu olhar para mim.
—Não me faça implorar, Bianca. —Massageando o meu seio, ele
murmurou. —Eu quero você e eu esperei tanto tempo.
Algo em sua voz despertou meu interesse.
—Quando foi a última vez que você teve um encontro, Sergei?
Ele segurou o meu olhar.
—Eu não estive com outra mulher desde uma semana antes de te
conhecer.
Meus lábios se separaram com o choque.
—Você está falando sério?
Ele passou os dedos pela minha bochecha.
—Depois que eu vi você pela primeira vez em dezembro, eu sabia
que nenhuma outra mulher jamais chegaria perto. Parecia inútil
desperdiçar meu tempo com as outras, quando tudo o que eu queria
era você.
Sua sinceridade me surpreendeu. E a culpa me abalou.
—Você está com raiva de mim?
Sua testa se franziu.
—Pelo que, milaya moya?
—Encontrei com outros caras enquanto você estava sentado nas
arquibancadas. —Eu expliquei nervosamente.
Ele passou alguns fios do meu cabelo em torno de seu dedo.
—Eu não vou sentar aqui e mentir para você. Eu não gostei de ver
você com aqueles outros homens. —Ele hesitou. —Fiquei aliviado que
você não trouxe algum deles hoje à noite, mas isso não significa que eu
esteja com raiva de você. Irritado, talvez. —Disse ele com um sorriso. —
Mas nunca com raiva.
Eu capturei sua boca em um beijo.
—Então valeu a pena, não saí com ninguém desde o casamento
de Vivian. — Decidida a ser totalmente honesta, eu admiti. —Nenhum
outro homem me fez sentir um décimo do que você me fez sentir hoje à
noite.
—E ainda é cedo, Bianca. —Ele brincou com sua boca contra a
minha. —Eu tenho muito mais para mostrar.
Batendo o meu dedo no seu nariz, eu balancei a cabeça.
—Você ainda não pode fazer amor comigo.
—Mas…
—Eu não tenho nenhuma proteção em casa. A menos que você
tenha algo escondido em suas calças de smoking…
—Eu não. —Então, com um encolher de ombros descuidado, ele
disse: —O que eu realmente quero fazer com você não necessita de
proteção.
Meu núcleo se apertou com excitação.
—E o que seria?
—Você vai ver. Agora, você decide. Aqui na poltrona ou na cama?
—Eu acho que isso depende do que você tem em mente.
—Primeiro, eu vou tirar isso fora. — Ele agarrou a frente da
minha camisola. —Então eu vou usar minha boca para lamber cada
centímetro de você. —Sua mão deslizou entre as minhas coxas para
que ele pudesse pegar meu sexo. —Eu vou passar a maior parte da
noite com a minha língua bem aqui.
Oh! Doce. Jesus.
Uma volúpia enorme me atingiu enquanto eu imaginava tudo o
que ele havia descrito. Agitada e com a boca seca, eu consegui
sussurrar uma resposta.
—Nós provavelmente deveríamos ir para a cama.
—Boa escolha. Mas primeiro… — Pegando a frente da minha
camisola, ele empurrou com força o tecido delicado, rasgando as
rendas e seda com suas mãos temíveis. Sua exibição “alpha” de força
me deixou momentaneamente sem palavras.
Quando me recuperei do choque de ter minhas roupas rasgadas
de cima de mim, eu gaguejava.
—Sergei, você não pode simplesmente rasgar minhas roupas!
—Eu compro mais depois. — Ele disse, como se essa fosse a única
questão em jogo aqui e afastou o vestido arruinado do meu corpo para
ver meus seios nus. Suas mãos se moveram para a minha calcinha, mas
eu apertei seus pulsos para detê-lo.
—Nem sequer pense nisso.
—Então, levante-se e a tire para mim. —Ele estava falando sério.
—Agora.
Eu comecei a dizer a ele que... Mas havia algo incrivelmente
excitante na ideia dele. Tremendo como um potro recém-nascido, eu
escorreguei de seu colo e fiquei de pé na frente dele.
—Suba no puff. —Ele ordenou e recostou-se na cadeira.
Nenhum homem jamais tinha tido o poder de me dar uma
ordem. Mesmo quando era mais jovem, eu sempre fui a mandona,
intimidante e totalmente no controle. Sergei parecia se sentir atraído
por essas qualidades em mim, mas eu suspeito que aqui, no quarto, ele
queria ser o único a dar ordens e dirigir a ação.
Com minha coragem reforçada pelo desejo brilhando em seus
olhos, eu subi no pufe. Em pé aqui, eu tive uma visão clara do
impossivelmente e enorme tesão dele sob a toalha. Santo. Inferno. Eu
poderia dizer, que seu pau parecia que tinha a metade do comprimento
da coxa. Aparentemente, ele era realmente grande.
Ele passou a mão ao longo do contorno de sua ereção.
—Mostre-me, Bianca.
Minha barriga gelou, mas eu fiz como ele instruiu e tirei a
camisola rasgada do meu corpo, expondo minhas curvas plus-size para
ele. O brilho, queimando de desejo que atravessou seu rosto me disse
que Sergei gostou do que viu. Assim como algumas pessoas trocavam
sorvete de creme pelos sabores mais complexos, este
escandalosamente e sexy russo parecia gostar de meninas grandes.
E eu queria cair de joelhos e agradecer aos céus pelo meu golpe
de sorte.
Ele murmurou alguma coisa em sua língua nativa, enquanto o seu
olhar faminto percorria meu corpo nu. Eu não tinha certeza se isso era
bom ou não.
—Um... O quê?
Ele olhou para mim e fez uma cara de desculpas.
—Desculpe. Estou acostumado a falar em russo as vezes.
—Vivian tentou me ensinar a falar, mas eu só sei como dizer
algumas coisas. Saudações e coisas assim. —Eu expliquei. —Eu não
entendi nada que você acabou de dizer.
—Você está magnífica.
Minhas sobrancelhas se arquearam com seu elogio.
—Magnífica, hein?
—Sexy. —Acrescentou. —Perfeita.
—Bem, eu não sei nada sobre isso.
—Eu sei. — Ele falava com autoridade. —Algum dia, vou querer
que você dance para mim.
—Você está louco?
Ele riu.
—Por você? Sim.
Borboletas invadiram a minha barriga. A ideia de dançar e tirar a
roupa para qualquer homem nunca me passou pela cabeça, mas fui
incapaz de dizer não a Sergei.
—Talvez um dia.
Ele não forçou. Em vez disso, fez um gesto para eu girar.
—Vire e tire a sua calcinha.
Trêmula, eu fiquei de costas, trouxe meus dedos trêmulos para o
cós da minha calcinha e a arrastei para baixo dos meus quadris. Quando
cheguei às minhas coxas, Sergei rispidamente ordenou:
—Fique de quatro, Bianca. Eu quero ver você toda.
Com a face em chamas, eu afastei meus pés um pouco e mexi os
quadris enquanto descia minha calcinha para baixo, em direção a meus
pés. Deixei-as cair no chão ao som de Sergei se levantando da cadeira, o
couro rangeu quando o seu grande corpo deixou o conforto do assento.
Um segundo depois, as mãos grandes agarraram minha cintura. Ele me
levantou, de costas contra seu peito quente e duro. Deixando de lado o
meu cabelo, ele começou uma longa trilha de beijos, que seguiram a
curva da minha espinha e terminaram na minha nádega esquerda. Sem
aviso, a sua enorme mão bateu na minha nádega gorda.
—Sergei! —Engoli em seco e tentei me afastar para longe dele,
mas ele me segurou firme.
—Isto foi por você estar me tentando há meses. É o mínimo que
você merece, uma surra.
Algo primitivo acendeu dentro de mim.
—Você... Quero dizer... É algo que você gostaria de fazer?
—Não da maneira que você provavelmente está pensando. —
Disse e chupou duro no meu pescoço. Rezei para que não deixasse uma
marca de amor, mas decidi que não iria impedi-lo de me marcar. —Mas
quando eu te foder por trás, vou ter certeza de deixar a marca da minha
mão bem aqui.
Estremeci com a necessidade, quando ele bateu na minha bunda
e deu-lhe um aperto amoroso. Eu entendi que o seu estilo de fazer
amor seria mais áspero e mais intenso do que qualquer coisa que eu
tenha experimentado, eu não podia esperar para começar.
Aparentemente, Sergei compartilhava meu desejo. Ele me
carregou em seus braços e me lançou um olhar que me avisou para não
protestar. Mostrando que eu gostei da forma como ele me carregou, eu
passei meus braços ao redor de seus ombros e escovei meus lábios
contra sua bochecha.
—Potzluy menya. Beije-me.
Sua voz profunda fez coisas malucas para mim. Eu pressionei
minha boca na dele enquanto ele colocou o joelho na cama e me levou
até o colchão. Nossas línguas emaranhadas, descontroladamente. Ele se
arrastou em cima de mim na cama e pôs as mãos em cada lado da
minha cabeça. Querendo sentir sua pele na minha, eu puxei a toalha
que estava entre nossos corpos. No momento em que meus dedos
tocaram seu pênis, em russo Sergei amaldiçoou e esmagou sua boca
com a minha, introduzindo a língua fundo e gemendo tão alto que as
vibrações sacudiram na minha garganta.
Maravilhada com o tamanho dele, eu percebi que não poderia
nem mesmo envolver meus dedos em torno de seu membro. Eu
acariciava para baixo o comprimento de sua ereção. Seu pênis só ficava
indo e indo e indo. Minha buceta latejava com a ideia de ter tudo isso
enterrado dentro de mim. Isso não aconteceria hoje à noite, não sem
um único preservativo disponível, mas logo, assim eu esperava.
Cuidado. Uma pequena voz na minha cabeça me avisou para não
começar a fazer planos para muito longe, para o futuro com ele. Eu já
tinha decidido em ficar com ele hoje à noite, mas não podia me deixar
pensar em ficar com ele em qualquer outra noite. Isto tinha que ser
uma coisa de uma única vez, uma satisfação momentânea, nada mais.
Acariciando-me, Sergei fez seu caminho pelo meu corpo. Ele
sugou meu seio, puxando meu mamilo entre os lábios e lambendo com
a língua. Ele soltou a minha carne com um estouro barulhento antes de
morder suavemente me fazendo gritar. Acalmando a pequena dor com
a língua, ele beliscou meu outro mamilo, eu gemi com as sensações que
me causaram.
Com os olhos fechados, corri minhas mãos sobre seus ombros e
braços musculosos enquanto ele me lambia e mordiscava. Nenhum
homem jamais havia despertado estes tipos de sentimentos dentro de
mim. Eu me senti tão viva, as correntes elétricas de excitação e desejo
percorriam através de mim. Ele me tocou como se eu fosse alguém
extremamente precioso. Seus dedos deslizaram sobre o meu corpo e
fez uma pausa para desfrutar de lugares interessantes que descobria,
lugares que me fizeram suspirar e balançar os quadris.
Quando ele deslizou para o chão ao lado da cama, eu sabia que o
momento que ele já havia descrito para mim tinha finalmente chegado.
Eu lutava para inalar uma respiração completa em meus pulmões.
Sergei me arrastou até a beira do colchão. Ele apertou meus tornozelos
e colocou meus pés na posição que queria, espalhando as minhas
pernas bem abertas, passando as mãos para cima e para baixo nas
minhas coxas.
—Bianca. —Ele soprou meu nome com um toque de admiração e
passou o polegar ao longo da costura da minha buceta. Mostrando
como poderia ser gentil, Sergei separou cuidadosamente minhas dobras
com aqueles dedos longos e grossos para que ele pudesse contemplar o
centro úmido em mim. Ele resmungou alguma coisa em russo que soou
ser suspeitosamente impertinente, mas eu não tive a coragem de lhe
pedir para traduzir. Ele passou os dedos pelas minhas dobras
escorregadias e os ergueu para me mostrar a prova brilhante de minha
excitação. —Olha como você está molhada para mim, baby.
A maneira suave e baixa como ele pronunciou baby me fez
apertar minha buceta. Com flash de luzes em minha cabeça, eu tremia
de excitação com sua cabeça escura encaixada na minha parte íntima.
Eu não sabia o que esperar, mas tinha a sensação de que Sergei não ia
me mostrar algumas técnicas apuradas de sua língua e me abandonar
ao ressentimento e frustração.
Ele me lambeu a entrada em direção ao meu clitóris latejante e
repetiu o movimento mais duas vezes. Deixando sair um gemido da
minha garganta, ele vibrou a língua sobre o meu clitóris. Segurei as
cobertas debaixo de mim e me deleitei com a maneira maravilhosa que
ele explorava minha buceta. Com lambidas rápidas, ele pontilhou com a
ponta da língua e deu tempo para me acostumar ao seu toque íntimo.
Pouco a pouco, ele aumentou o ritmo de sua vibração e moveu
rapidamente. Ele se concentrou no ritmo e na pressão que me deixou
louca. Passando as mãos pelos meus lados, Sergei usou aquela boca
incrivelmente talentosa sua para me levar ao nível máximo. Os intensos
círculos que ele fez em torno de meu clitóris me fez cavar os dedos no
colchão.
Quando essas primeiras rajadas trêmulas começaram a balançar
o meu núcleo, eu coloquei minha mão sobre a boca para abafar o grito
que eu temia que em breve sairia. Sem perder o ritmo, Sergei estendeu
sua mão e a tirou da minha boca. Nossos olhares se chocaram
enquanto ele comia minha buceta e eu gozei bem na cara dele
—Sergei!
Ele gemeu avidamente, um som animado e começou a festa da
pulsação em minha carne. Enquanto ele atacava minha buceta com
aquela língua hábil, eu rolei meus quadris e montei nas ondas
maravilhosas do meu orgasmo. As explosões de alegria me abalaram
me fazendo gritar seu nome de novo e de novo.
Agitada e respirando com dificuldade, tentei descer do alto da
euforia que tinha sido induzida, mas Sergei não tinha terminado
comigo. Usando seus dedos, ele separou os lábios lisos de minha buceta
e expos o meu clitóris, o expondo para fora para brincar com o já
supersensível, com a língua. Eu gritei e tentei escapar, mas Sergei pôs a
mão no meu peito e me olhou.
—Não.
—Por favor. —Eu implorei.
Ele balançou a cabeça.
—Não.
E então ele prendeu os lábios em torno da pérola rosa que
aparecia para fora e chupou fortemente. Eu quase morri, meu coração
falhou no peito e o ar faltou nos meus pulmões. Sergei me lambia como
uma espécie de vibrador humano. Era inacreditável, e eu me encontrei
pressionando minha buceta contra ele em uma busca desesperada por
mais.
—Ah! —Meus quadris pularam para cima quando meu segundo
gozo chegou. As grandes mãos de Sergei deslizaram debaixo de mim,
segurando minha bunda, enquanto ele foi à loucura entre as minhas
coxas. Então, meu orgasmo foi tanto que eu comecei a ver manchas
dançando diante de meus olhos. —Oh! Oh! Oh!
Rosnando como um urso, Sergei finalmente me mostrou alguma
misericórdia, mas ele não abandonou minha buceta ainda. Não, ele
enfiou sua língua dentro do meu canal para sentir meu gosto. De boca
aberta, eu não tentei escapar dessas coisas inimagináveis e devassas
que ele fez para mim.
Soltando um suspiro, exalei alto quando finalmente ele arrastou
sua boca para longe de mim. Ele substituiu a língua por dois dedos,
trabalhando primeiro um e depois o outro em minha passagem lisa e
empurrando para dentro de mim em um ritmo tortuosamente lento.
Rastejando sobre mim, Sergei me prendeu entre suas coxas,
colocando os joelhos em ambos os lados de mim, capturou minha boca.
Eu sabia que ele sentia a minha reação ao beijo pecaminoso que nós
compartilhamos porque ele gemeu contra meus lábios quando minhas
paredes internas apertaram os dedos invasores. Ele fez amor com a
minha boca enquanto me penetrava com aqueles seus dedos longos.
O tempo todo eu suspeitava que havia esse tipo de paixão
trancada dentro de mim, mas nunca suspeitei que seria está besta
escandalosamente sexy de homem que me libertaria. Sergei me lia
como um livro aberto. Era como se as instruções para me mostrar o
extremo prazer estivessem escritas na minha pele com tinta que só ele
podia ver.
Minhas coxas ficaram bem abertas quando ele mudou de posição
em cima de mim, colocando o joelho entre ambas para um melhor
acesso ao meu corpo. Ele mordeu meu mamilo e enfiou em mim mais
rápido e mais fundo. Seus dedos se curvaram dentro da minha buceta,
e minhas mãos voaram para seus ombros. Segurando como para salvar
a vida, eu uivava como um demônio quando ele forçou um orgasmo
poderoso de mim.
—Sergei!
Ele capturou a minha boca e engoliu meus gritos de paixão. Eu
me rendi aos seus maravilhosos beijos e os sentimentos intensos que
ele despertou dentro de mim. Depois de gozar, tantas vezes, eu não
conseguia nem formar pensamentos coerentes. Cansada e dolorida, eu
olhava para ele maravilhada.
Ele sorriu e me deixou atordoada com a visão erótica dele
chupando meu reluzente néctar de seus dedos.
—Você tem um gosto bom pra caralho, Bianca.
Meu rosto queimou com embaraço ao seu comentário franco.
—Olha as coisas que você diz!
—Elas são verdadeiras. —Ele me acariciou amorosamente e
beijou meu pescoço. Pairando acima de mim, Sergei sorriu e traçou
minha bochecha com o dedo. —Você está tão bonita depois de gozar.
Estendi a mão para acariciar seu orgulhoso rosto forte e senti me
perder por este homem incrivelmente complicado. Meu cérebro gritava
para eu colocar o pé no freio, mas o meu coração? Oh, Deus. Meu
coração já estava enredado, eu não sabia se teria forças para me afastar
dele. Ou, se eu ainda queria mais.
—O que você está pensando, milaya moya?
Recusando-me a ser pega em pensamentos perturbadores, eu
empurrei seus ombros e o coloquei de costas. Acima dele de joelhos, eu
me inclinei para frente e coloquei a minha boca contra a dele.
—Eu estou pensando que agora é a sua vez.
Capítulo Quatro

Finalmente!
Com a cabeça latejando e o coração acelerado, Sergei observava
Bianca rastejar sobre ele. Ela passou a boca na dele e mordeu o lábio
inferior antes de sacudir as suas línguas juntas. Seu pênis pulsava na
mesma velocidade que seu pulso enquanto se perguntava o que ela
tinha em mente para ele. Olhando para aqueles lábios rechonchudos
dela, ele rezou para que ela planejasse envolvê-los em torno de seu
pênis muito em breve.
Agarrando um travesseiro, ele o enfiou por trás de sua cabeça
para que ele tivesse uma visão perfeita de seu delicioso corpo e rosto
lindo. O sabor da sua doce buceta ainda estava nele. Seus suspiros
choramingados e seus gritos agudos enquanto ela gozava contra sua
língua ainda ecoavam em sua cabeça. Ele já estava pensando em todas
as maneiras que ele poderia fazer Bianca gritar seu nome quando ele
fosse finalmente capaz de fazer amor com ela.
Seus seios pesados e cheios esfregaram contra seu peito.
Querendo sentir seu peso, ele o segurou. Os discos escuros de seus
mamilos o seduziam. Ele beliscou de leve a carne dela, puxando os
pontos de picos franzidos. Ela suspirou de prazer. Escarranchando sua
coxa, ela balançou em cima dele e sua boceta molhada se arrastou
contra sua perna. Ele lutou contra o impulso primitivo de transportar
Bianca um pouco mais para cima e empurrar para dentro do calor
feminino dela.
Comprar o maior caixa de preservativos disponível saltou para o
topo de sua lista de afazeres. Ele sempre foi muito cuidadoso com as
mulheres com quem dormia, nunca confiou em controle de natalidade
para proteger contra uma gravidez ou depender de nada menos do que
a barreira de látex para evitar uma DST. O clube de luta subterrânea
onde ele competia, exigia que os lutadores fossem testados
regularmente, pois as lutas geralmente deixavam os pisos
ensanguentados. Ele confiava nos resultados fornecidos pelo médico do
clube, mas nunca pediria a Bianca que confiasse neles. Ele nunca a
colocaria em risco assim. Ele teria de começar a provar, para que ela
acreditasse que ele levava a sério a segurança.
—Relaxe. —Bianca colocou as mãos pequenas em seu peito e
deslizou através de seus peitorais e para baixo de seus bíceps. —É a
minha vez de fazer você se sentir bem.
Ele gemeu quando sua mão deslizou para baixo de seu abdômen.
—Você já está.
Ela passou os dedos através do ninho de cachos lá antes de
segurar a base do seu pau.
—Olhe para o quão grande você é, Sergei.
Seu pênis sempre foi um ponto de fascínio para as mulheres. Ele
suspeitava que fosse um dos motivos de tantas delas se atirarem para
ele e usá-lo para satisfazer sua curiosidade. Ouvindo a observação de
Bianca sobre seu comprimento e espessura impressionante, sentiu um
ponto fraco em sua armadura emocional. Ele não queria pensar que ela
era assim, mas…
Seus olhos se estreitaram com preocupação, e Bianca tocou sua
mandíbula.
—O que há de errado? Será que eu...?
Emoldurando seu rosto entre as mãos, ele se sentou e olhou para
os olhos escuros que tinham lhe aprisionado muitos meses atrás.
—Por que você está me deixando ter você está noite?
Sua expressão mudou para uma de aborrecimento.
—Que tipo de pergunta é essa?
—Eu quero saber se você está deixando isso acontecer, porque
você realmente quer a mim ou se eu sou um teste que você deseja
assinalar fora de alguma lista.
—Alguma vez lhe ocorreu que eu estou me perguntando a
mesma coisa?
Ele foi pego de surpresa com a pergunta dela.
—Por que você estaria?
—Você já olhou para nós? —Ela o interrompeu. —Você é, como,
um Adonis ridiculamente sexy e eu sou baixa e gorda.
Recusando-se a ouvir Bianca se colocar para baixo, ele corrigiu
rispidamente:
—Inteligente, talentosa, empresária bem sucedida e bonita. —Ele
balançou a cabeça. —Você pode ter o homem que quiser. Eu fui o único
que teve que correr atrás de você, lembra?
Ela estudou seu rosto.
—Por que, Sergei? Por que eu?
—Se você tem que fazer essa pergunta, eu não fiz isso certo.
Talvez eu precise tomar outro rumo.
—Não. —Sorrindo, ela agarrou seu pulso e sua mão parou de
deslizar entre as coxas. —Eu acho que eu entendi a mensagem.
Sergei fechou os dedos. Mesmo que ele normalmente
desprezasse qualquer sinal de fraqueza, ele permitiu que a máscara
dura que ele usava desde a adolescência escorregasse
momentaneamente.
—Apesar de tudo, você gosta de mim, Bianca?
Ela acariciou sua bochecha, mas não respondeu imediatamente.
Eventualmente, ela admitiu:
—Eu tentei não gostar de você. Eu realmente tentei... Mas eu não
posso parar o que estou sentindo. Eu estou aqui com você agora na
minha cama e não no quarto de hóspedes ou no andar de baixo no sofá,
porque eu quero ficar aqui com você, porque eu quero você.
Bianca o beijou, em seguida, sua boca tão macia e doce estava
contra a sua. Ela arrastou a ponta dos dedos pelo rosto, a pressão foi
leve como de uma pena e aprofundou o beijo. O emaranhado erótico
de suas línguas fez seu estômago se apertar e suas bolas doerem. Com
um empurrão, ela o forçou de volta para o colchão e começou a salpicar
beijos no peito dele. Seus lábios dançavam ao redor de seu umbigo
antes de viajar ao longo dos entalhes em seus quadris.
O provocando ao se recusar a colocar os lábios onde ele
realmente queria, ela mexeu para baixo da cama, posicionando-se
entre suas pernas abertas e acariciou seu pênis. Ela espalmou seu saco
e beijou todo o seu eixo, mas não o tocou.
Gemendo, ele bombeou para cima em sua mão e implorou:
—Use a sua boca.
Bianca não o fez pedir novamente. Quando ela o chupou entre os
lábios, ele gritou uma maldição e arranhou a roupa de cama. Sua boca
quente o envolveu, a sucção era simplesmente perfeita. Sua língua
aveludada causou arrepios nele. Ela gemeu em torno de seu pênis e
Sergei sabia que ele não ia conseguir se segurar muito tempo, como ele
queria.
Usando as mãos para atormentá-lo, Bianca balançava para cima e
para baixo sobre o seu eixo, os lábios flexíveis deslizavam sobre a
cabeça de seu pênis. Ela massageava suas bolas, tendo seu pau o mais
profundo em sua boca e usando aquela maravilhosa língua dela para
estimulá-lo. Agarrando o edredom debaixo dele, Sergei tentou manter
o controle. Ele não queria assustar ou machucá-la, empurrando-se em
sua boca, mesmo se todos os impulsos do sexo masculino dentro de si o
exigiam.
—Vire para mim. —Disse ele, sua voz rouca e sem fôlego. —
Deixe-me tocar em você, Bianca.
Ela lambeu os lábios e olhou para ele por alguns segundos antes
de fazer como ele pediu. Embora ele tivesse adorado a oportunidade de
fazer um sessenta e nove com ela, ele entendeu que as diferenças de
suas alturas faziam dessa posição uma improvável para eles. Em vez
disso, ela se mudou para o lado dele, colocando os joelhos ao lado de
seu quadril direito e colocando essa bunda incrivelmente linda dela
exatamente onde ele queria.
Após molhar os dedos com a língua, Sergei começou a sondar
suas profundezas de seda enquanto ela retomou seu boquete incrível.
Sua buceta apertada apertou os dedos dele quando lentamente a
penetrou. Quando ele esfregou seu polegar contra o clitóris, sua buceta
vibrou ao redor dos dedos, dizendo a ele que ela realmente gostava
disso.
Hipnotizado por sua vagina, Sergei decidiu render-se às sensações
intensas que ela provocava com a boca e as mãos. Sugando, acariciando
e afagando, ela estava fazendo suas bolas se retraírem contra seu
corpo. As solas dos seus pés começaram a formigar e os músculos de
suas pernas a tencionar.
—Isso é tão bom, Bianca. —Ele usou a outra mão para acariciar
amorosamente seu traseiro gordo. —Não pare, baby.
Ela choramingou ao redor de seu pênis, e ele apertou de volta os
dedos enterrados em sua buceta. Sorrindo, ele deu a ela o que ela
queria, empurrando os dedos em sua vagina um pouco mais rápido e
mais fundo. Ela o recompensou ansiosamente deslizando a boca para
cima e para baixo em seu eixo e sugando-o com muito entusiasmo.
Sussurrando o nome dela, ele flexionou os pés e tentou afastar o
seu orgasmo iminente. Quando ela o levou ainda mais profundo em sua
boca e gemeu, as vibrações eróticas chegaram ao limite. No último
segundo, ele se perguntou se ela ficaria brava com ele por derramar sua
semente em sua boca. Tentando avisar, no caso de que ela quisesse
tirar, ele apressadamente grunhiu:
—Bianca! Estou goza...
Ele não conseguiu dizer o resto. Seus lábios macios apertaram em
torno de seu pênis e ela chupou com força, enquanto esfregava a língua
contra a coroa dele. A barreira construída por todos esses meses de
frustração sexual reprimida detonou e ele se rompeu. Sussurrando o
nome dela, ele gozou como um trem de carga, seus quadris se
balançaram e as pernas ficaram trêmulas enquanto ela ordenhava a
última gota de sêmen dele e engolia.
Tremendo e ofegante, Sergei gemeu enquanto ela o lambia.
Quando ela ficou de joelhos e levantou para encará-lo, ele manteve
seus dedos enterrados em sua buceta. Suas sobrancelhas se arquearam
interrogativamente, mas ele não tirou a mão. Sua boca se abriu quando
ele começou a empurrar dentro dela e dedilhar seu clitóris.
—Sergei…
—Goza para mim, baby. Mais uma vez e então eu vou deixar você
dormir.
Agarrando seu antebraço, ela o deixou ter o que queria. Ele
chegou até a palma da mão no seu peito e deu um aperto, enquanto a
outra mão a deixava louca. Mais úmida do que qualquer mulher com
quem ele já tinha estado, Bianca resistia contra seus dedos, girando os
quadris e movendo a buceta dela em cima dele. Ele não podia esperar
para chegar sua boca na fenda suculenta dela novamente, para puxar o
clitóris entre os lábios inchados e circular com a língua.
Enquanto ele a fazia perder o controle, Sergei apreciava a visão
de seu clímax. Ele não conseguia acreditar que aquilo estava realmente
acontecendo. Ele esperava acordar a qualquer momento, sozinho em
sua cama e se sentindo vazio.
Mas não era um sonho. Era real. Hoje à noite, Bianca era dele.
Quando ela caiu na cama ao lado dele, Sergei a prendeu no lugar
com a perna e teve seu tempo para amá-la com a boca e acariciar seu
corpo. Queria que Bianca soubesse que isso não era apenas um caso de
uma noite para ele. Precisava que ela soubesse que queria algo a longo
prazo com ela.
Eventualmente, ele encontrou força para separar seus corpos. Ela
correu para o banheiro. Vestindo as calças de smoking ainda úmidas,
ele desceu para verificar a casa pela última vez. Usando a entrada
lateral para a casa dela, ele saiu de seu SUV, agarrou sua bolsa de
ginástica e a arma, e trancou o veículo. Ele não esperava problemas,
mas com um ladrão à solta, ele não podia ser descuidado,
especialmente porque Bianca estava preocupada.
Satisfeito que a casa estava segura, ele subiu as escadas e
encontrou Bianca já na cama. Ele parou na porta para apreciar a cena.
Ela estava enrolada em seu lado, com a mão pousada sobre o espaço
vazio que ela deixou para ele. Seu peito estremeceu com a imagem dela
e o vislumbre de uma vida que ele sempre quis, uma mulher sua e uma
boa casa.
De um futuro que parecia de alguma forma sempre um pouco
além de seu alcance.
Sentindo-se um pouco abalado pelos pensamentos que invadiam
sua mente, Sergei deixou cair sua bolsa de ginástica no pufe e
atravessou o quarto. Ele tirou a calça do smoking, apagou a lâmpada e
deslizou na cama ao lado de Bianca. No momento em que ele abriu os
braços para ela, ela aninhou-se contra ele e bicou sua mandíbula.
—Boa noite, Sergei.
Seus lábios se curvaram em um sorriso satisfeito pelo momento
intimo que eles estavam compartilhando.
—Boa noite, Bianca.
Ela enganchou a perna na sua e descansou o rosto em seu peito.
Uma vez que ela havia se estabelecido em um local confortável, ele
pressionou um beijo carinhoso na testa dela. Apesar do cansaço, ele
descobriu que era impossível cair no sono. Acariciando seu cabelo,
Sergei olhou para o teto escuro e considerou todas as maneiras que ele
poderia usar para convencer Bianca de que ela podia confiar nele e que
por ele valia a pena quebrar sua regra.
Ele correu atrás dela por cinco meses sem sequer olhar para
outra mulher. Se ela não tivesse ficado impressionada com sua
determinação obstinada para conquistá-la, então ele simplesmente
teria que se esforçar mais.
Sergei finalmente provou seu céu pessoal e ele não desistiria dela
sem lutar.

Quando desci na manhã seguinte, hesitei em frente à entrada da


minha cozinha. Sentindo-me um pouco nervosa, arrumei meu cabelo e
a frente do meu robe. Sergei já tinha saído da cama e estava fora de
vista no momento em que eu finalmente arrastei meu traseiro grogue
para o banheiro, para minha rotina matinal. Eu não tinha ideia de como
ele podia acordar assim tão cedo, especialmente depois daquela noite
tórrida que tínhamos compartilhado.
Meu rosto queimou com as memórias de todas as coisas sujas
que tínhamos feito juntos. Não conseguia lembrar-me de mim
comportando tão desenfreadamente. Eu com certeza de que nunca
tinha feito isso em um primeiro encontro. Não que nós tivéssemos tido
um encontro real. Eu me encolhi com a lembrança de que tinha caído
na cama com ele tão facilmente. O que será que ele deve pensar de
mim?
Esperando que ele não confundisse o meu constrangimento com
vergonha, coloquei uma expressão educada e entrei na cozinha.
Vestindo uma camiseta cinza e bermuda preta, Sergei estava de costas
para mim enquanto fazia algo no fogão e ouvia uma estação de rádio de
língua russa. Eu não sabia que existia tal rádio e o som me pegou de
surpresa.
A julgar pelos aromas que enchiam a cozinha e os ingredientes na
grande ilha atrás dele, Sergei tinha feito panquecas. Impressionada com
seu doce gesto, decidi mostrar a ele algo igualmente doce. Tentei me
lembrar exatamente de como pronunciar bom dia em sua língua. A voz
de Vivian ecoava na minha cabeça. Eu não tinha certeza se poderia falar
corretamente, mas ia tentar.
—Um... Dobroye utro.
Com a espátula na mão, Sergei se virou para mim. Ele parecia
estar se divertindo quando repetiu a saudação. Em seguida, com uma
inclinação de provocação em sua boca sexy, ele acrescentou:
—Eu vou me certificar de dizer a Vivian para lhe dar notas altas
em seu próximo boletim.
Revirei os olhos e me dirigi para o pote de café em cima do
balcão.
—Muito engraçado.
Sergei aproximou-se de mim, passou o braço em volta da minha
cintura e me puxou contra ele. Abaixando, ele capturou meus lábios em
um beijo pecaminoso.
—Eu espero que você coma panquecas de cereja.
Minhas entranhas ainda estavam trêmulas do furto possessivo de
sua boca.
—Eu gosto.
Ele me soltou e deu um tapinha na minha bunda antes de
retornar ao seu posto no fogão.
—Espero que você não se importe de que eu tenha usado as
cerejas da geladeira. Depois que as joguei dentro da tigela, me ocorreu
que você poderia estar reservando para algo especial.
—Eu normalmente só as coloco no meu iogurte pela manhã. —
Derramando café em uma caneca, eu disse: —O café da manhã que
está cozinhando para mim é muito especial, Sergei.
Ele deu de ombros.
—Eu estava com fome e achei que você também.
Eu não perdi o jeito que ele desviou do meu olhar curioso. Ele
disse como uma leve defesa. Será que ele estava se sentindo tão
emocionalmente exposto como eu esta manhã? Ele estava
questionando onde essa coisa entre nós estava indo ou, se eu
simplesmente o usei do jeito que um monte de outras mulheres
fizeram?
Lembrando-me da fenda em sua armadura emocional na noite
passada, abandonei a minha xícara de café e passei meus braços em
volta de sua cintura. Ele olhou para mim, e seu olhar era quase
cauteloso.
—Estou muito feliz por você estar aqui nesta manhã.
Sergei visivelmente relaxou e deu um beijo no topo da minha
cabeça.
—Estou feliz que você me deixou ficar.
Ele se voltou para as panquecas e eu terminei a minha xícara de
café. Na mesa redonda perto da janela da sacada com vista para o
quintal, eu achei o jornal e dois talheres. Ele levou um prato cheio de
panquecas quentes, bem como um prato de manteiga e mel orgânico,
que eu preferia. Depois de mudar o rádio para um programa de notícias
em língua Inglesa, ele abaixou-se na geladeira para pegar um pouco de
suco antes de se juntar a mim. Logo, estávamos tomando o café
ouvindo rádio e lendo o jornal. Dizer que foi uma experiência surreal,
era um eufemismo.
—O que é isso, querida?
Secretamente, adorei todos os nomes carinhosos que ele usou
para mim e olhei na direção em que ele estava apontando com o garfo.
—Oh. Essa é a minha mesa de design. É o local onde recorto
todas as peças quando fico em casa.
—É boa. —Ele colocou mais suco de laranja no copo. —Que horas
você sai para a igreja?
Limpei minha boca com um guardanapo.
—Dez. Não é longe daqui, mas eu tenho que pegar a Mama antes
e isso leva um tempo nos dias de hoje.
—Como está sua mãe? A reabilitação a ajudou? — Ele deve ter
visto a surpresa no meu rosto porque ele rapidamente acrescentou: —
Vivian me contou sobre o derrame que sua mãe sofreu no ano passado.
—Oh. Bem, a reabilitação está indo bem. É um processo para o
resto da vida, eu acho.
Ele hesitou antes de perguntar:
—Amputaram sua perna?
—Foi a diabetes e pressão arterial elevada que causou o acidente
vascular cerebral, em primeiro lugar. Então, quando ela estava na UTI
se recuperando do acidente vascular, ela desenvolveu um coágulo de
sangue na perna que causou alguns problemas em seus pés. — Eu
balancei a cabeça tristemente. —Basicamente, esses primeiros quatro
meses após seu acidente vascular foram um pesadelo. Toda vez que iria
resolver um problema, outro surgia. Amputaram a perna direita quando
eles não puderam manter a infecção sob controle, e ela teve outro
pequeno acidente vascular enquanto estava na cirurgia.
Sergei praguejou baixinho e pegou minha mão.
—Sinto muito, Bianca. Isso deve ter sido difícil para enfrentar
sozinha.
—Eu não estava totalmente sozinha. Eu tinha a minha família, a
igreja, os funcionários da boutique e Vivian. Ela costumava ir depois de
suas aulas da manhã para a boutique para fazer a contabilidade e
ajudar com as noivas durante toda a tarde e, em seguida, ia direto para
o Samovar atender as mesas até as dez da noite. Às vezes, ela ainda
passava na casa da minha mãe, onde eu estava hospedada, para lavar a
minha roupa ou limpar o lugar.
—Eu não estou surpreso. A Vivian não faz nada pela metade. —
Ele colocou outra em seu prato. —Sua mãe tem ajuda agora?
—Não. Ela está em uma comunidade de vida assistida.
A faca que tinha passado na manteiga parou no meio do caminho
para o seu prato.
—Você colocou sua mãe em uma casa de repouso?
Surpresa com o seu tom, eu respondi asperamente:
—Não é uma casa de repouso, e eu não queria colocá-la lá. Ela
escolheu ir.
—Acho que é difícil acreditar que qualquer pessoa iria escolher
viver em um lugar como esse. — Ele fez um gesto em torno da cozinha
com a faca. —Sua mãe deveria estar aqui com você.
Eu comecei a dizer a ele para cair fora, mas, em seguida, pensei
que talvez isto não fosse apenas sobre mim. Inclinando para trás na
cadeira, eu perguntei:
—Onde é que sua mãe mora, Sergei?
Sua mandíbula se apertou, ele esparramou a manteiga sobre as
panquecas na frente dele. Finalmente, ele rosnou:
—Eu tive que deixá-la para trás.
A dor gravada em seu belo rosto apareceu para mim.
—Por quê?
Ele olhou para longe e fixou o olhar na parede oposta.
—Algo muito ruim aconteceu na Rússia, e eu tive que sair rápido.
Não houve tempo para fazer arranjos para a minha mãe ou o meu
irmão.
—Você tem um irmão?
Ele arrastou seu olhar de volta para mim.
—Eu tinha dois irmãos. Agora, eu... Eu só tenho um.
—Por que tenho a sensação de que temos mais em comum do
que eu suspeitava?
—Porque temos. —Disse Sergei com um suspiro. —Mas é muito
cedo para falar de toda essa feiura.
—Sim, provavelmente você está certo. —Eu não tinha vontade de
cavar as memórias dolorosas do meu passado também. —Portanto, sua
mãe e seu irmão estão em Moscou?
—Sim.
—E... Você ainda não tentou trazê-los?
A expressão dele ficou escura.
—Eu tenho tentado por dois anos. É um processo complicado e
muito caro.
Outro pensamento subitamente.
—Hum... Você está legal aqui?
Sergei bufou e cortou suas panquecas com o garfo.
—Sim. Eu tenho um Green Card. Eu sou um residente
permanente.
—Oh. Ok.
—Por quê? Você não me namoraria se eu não estivesse? —Ele
colocou um triângulo de panquecas em sua boca.
—Eu hesitaria em me envolver com alguém que poderia ser
deportado a qualquer momento. —Eu brincava com o meu garfo e
cutucava as lascas de panquecas deixadas no meu prato. —É isso o que
estamos fazendo? Namoro, eu quero dizer.
Ele engoliu seu bocado.
—Eu pensei que estávamos começando. Depois da noite passada,
eu não vou voltar para a forma como estávamos. Ou nós começamos a
sair e damos uma chance para a coisa entre nós, ou isso termina aqui
com o café da manhã.
Apesar das minhas reservas, eu não podia suportar a ideia de
mandá-lo embora. A conexão entre nós era real demais para negar.
—Eu gostaria de tentar o namoro.
—Ótimo. —Ele deu outra mordida enquanto bebia meu café.
Suspirando de novo, ele estendeu a mão e tocou meu joelho. —Eu não
deveria ter questionado você sobre a sua mãe. Isso é... Essa é a minha
bagagem. Tenho certeza de que sua mãe está muito feliz onde está
agora.
—É um lugar agradável. Realmente. — Eu adicionei ao ver o
ceticismo que brilhou em seus olhos. —Ela tem seu próprio
apartamento, o acesso a cuidados hábeis e tem local para a
reabilitação. Há um cozinheiro, arrumadeiras e um centro de recreação
incrível onde ela se reúne com outros moradores. Ela até joga
videogame agora!
Sergei riu.
—Você está falando sério?
Eu ri.
—Sim. É parte do desenvolvimento de suas habilidades motoras,
eu acho.
—Talvez eu vá ter que desafiá-la para um jogo.
Tentei imaginar Sergei e minha mãe jogando tênis virtual. A
imagem era muito cômica. —Ela provavelmente gostaria disso.
—Eu quero conhecê-la.
Engoli em seco.
—Vamos ver.
Ele sorriu conscientemente, mas não me forçou. Terminamos o
café da manhã, e eu comecei a limpar a mesa. Quando comecei a
encher a máquina de lavar louça, ele mandou parar.
—Eu vou fazer isso depois que você sair. Vem cá, Bianca.
Imaginando que ele estava brincando, voltei para a mesa. Ele
apertou minha mão e me arrastou entre suas coxas largas abertas. O
calor de suas mãos acariciou o lado do meu corpo através do tecido de
seda do meu roupão de algodão fino que eu vestia. Ele capturou a
minha boca, um beijo lento e fácil. O gosto de cereja e a doçura
açucarada do mel me provocaram.
Quando a mão dele saiu do lado da minha coxa e deslizou em
direção a minha calcinha, engoli em seco e me afastei de sua boca.
—Sergei, o que você está fazendo?
—Shhhh. —Ele gentilmente me calou enquanto deslizava os
dedos sob o algodão que guardava minha buceta. —Deixa.
Mesmo que eu conseguisse pensar em uma dúzia de razões pelas
quais devíamos parar, eu deslizei meus pés separados e aceitei o seu
toque sensual. Sergei mordiscava minha orelha enquanto sondava
minhas dobras. Quando ele segurou meu peito, eu arqueei para ele e
gemi, incentivando a sua exploração.
Com um grunhido necessitado, Sergei me levantou e me colocou
em cima da mesa. Ele varreu o jornal para o chão e empurrou de lado
os restantes dos pratos e itens do café. Como um homem em uma
missão, ele abriu meu roupão, empurrou a minha camisola e puxou
minha calcinha para baixo das minhas coxas, jogando-a por cima do
ombro. Antes que eu me recuperasse do choque de ser tão
apressadamente despida, Sergei libertou seu pau enorme e acariciou a
base até a ponta e de volta para baixo novamente.
Sem fôlego, eu o lembrei da nossa falta de proteção.
—Sergei, nós não pode...
—Nós não vamos. —Ele me assegurou. Debruçando sobre mim, o
grande e sexy russo me beijou até que eu estava tonta. —Eu não vou
fazer amor com você sobre uma mesa. — Sua boca se curvou. —Bem,
não na nossa primeira vez, pelo menos.
Ainda querendo saber o que ele tinha em mente, eu engasguei
quando ele arrastou a ponta do seu pau entre os lábios da minha
buceta. Ele reuniu um pouco de umidade na minha entrada e usou para
aliviar o atrito entre nossos corpos. Quando ele circulou meu palpitante
clitóris com a cabeça de seu pênis, eu finalmente entendi.
—Ah! —Caindo para trás contra a mesa, eu trouxe meus pés para
cima para apoiar na borda de madeira. A mão livre de Sergei deslizou
sob minha camisola para atormentar e me provocar. Ele continuou a
esfregar seu pênis entre as pétalas de meu sexo e fez questão de bater
contra o meu clitóris a cada movimento.
Eu não podia acreditar como era bom isso. Ao contrário da
pressão e firmeza de seus dedos, a ponta de seu pênis era mais suave e
flexível, mas tão quente. A largura do seu grosso pau estimulava muito
mais de mim. Querendo ele ainda mais perto, eu enlacei meus pés
contra o suas costas e o aproximei um pouco mais. Ele sorriu para mim
e acelerou o ritmo de seu pênis.
Agarrando seu antebraço, fiquei chocada com o quão perto eu
estava de gozar. De alguma forma, Sergei tinha descoberto a
combinação para eu chegar ao orgasmo. Ele rodou a cabeça de seu pau
em volta do meu clitóris, e eu gozei com um grito alto. As ondas
intensas de prazer rolaram, enquanto ele esfregava contra mim mais
rápido e mais forte.
Ainda tremendo com explosões de alegria, eu passei a minha mão
em torno de seu pênis e comecei a acariciá-lo. Sergei agarrou minhas
coxas nas suas grandes mãos e bombeou contra minha palma. Sugando
o ar, ele empurrou em direção a mim e ao clímax. O primeiro toque de
sua semente bateu na minha barriga, seguido rapidamente por outra e
outra.
Sergei caiu em cima de mim e da mesa e colou a boca na minha.
Carregando em seus braços, ele caiu na cadeira e me puxou para o seu
colo. Ele alisou meu cabelo para trás e sussurrou docemente para mim
entre seus beijos eróticos, me dizendo que eu era bonita e sexy. Eu
podia sentir as gotas do seu sêmen escorrendo na minha pele e estendi
a mão para enxugá-las com a barra da minha camisola.
—Não. —Ele me repreendeu suavemente. —Eu gosto de olhar
minha porra em sua pele.
Eu deveria me sentir ofendida pelo comentário, mas o brilho
possessivo em seus olhos me fez tremer. Com uma inclinação risonha
em minha boca, perguntei:
—O quê? Você está marcando seu território?
—Tão bonita como você é, eu provavelmente preciso. —Ele
respondeu com uma risada rouca.
—Isso vai nos dois sentidos. —Murmurei, pensando em como
absurdamente sexy ele era e como muitas outras mulheres matariam
para tê-lo.
—Você acha que eu sou bonito?
Revirei os olhos e apertei seu braço.
—Você sabe o que eu quis dizer.
—Eu sei. —Rindo, ele colocou nossas bocas juntas. —Mesmo eu
querendo levá-la para a cama, sei que tenho que deixar você ir. Você
precisa se mexer se quiser chegar à igreja a tempo.
—Considerando as coisas pecaminosas que andamos fazendo, eu
definitivamente preciso da minha dose do evangelho esta manhã.
Sergei fez um gesto em direção ao teto.
—Ouvi dizer que ele perdoa sempre.
Correndo fora de seu colo, eu biquei sua bochecha.
—Para o nosso bem, vamos esperar que sim.
Rindo, ele bateu na minha bunda antes que eu ficasse fora de
alcance.
—Eu vou ter a porta fixada em poucas horas.
—Eu não vou estar em casa até o início da noite. Mamãe e eu
sairemos para um almoço depois da igreja e, em seguida, ela gosta de ir
até a loja por algumas horas.
—Eu vou cuidar do jantar.
Meu coração disparou com a ideia de passar mais uma noite com
ele. Eu estava pronta para isso? Tínhamos combinado em tentar
namorar, mas isso não me parecia exatamente como um namoro.
Estávamos entrando em um novo território para mim. Eu nunca tinha
permitido um homem ficar na minha casa, e esse foi o primeiro,
também. Agora, ele queria me fazer o jantar?
—A menos que você prefira que eu de algum espaço hoje à
noite? — Perguntou ele com cuidado.
—Não. —A palavra estava fora da minha boca antes que eu
tivesse a chance de pensar demais na situação. Eu decidi seguir meus
instintos e eles me pediam para mantê-lo perto. —Eu gostaria de passar
mais tempo com você está noite.
Ainda sentado, ele segurou minha mão e me puxou de volta para
o seu lado. Colocando a mão na minha nuca, ele olhou nos meus olhos.
—Você está com medo.
Engoli em seco e assenti com a cabeça.
—Eu neguei toda aquela conversa de um ladrão durante a
recepção, mas honestamente? Isso me assustou, ouvir algo, alguém,
caminhando no meu quintal no escuro. Eu gostei de ter você aqui
comigo ontem à noite. Isso me fez sentir segura.
Como se estivesse fazendo uma promessa, ele apertou os lábios
contra meu pescoço à mostra.
—Eu vou mantê-la segura, Bianca.
Abraçando-o, inalei seu perfume masculino e saboreei seu calor.
—Eu sei que você vai.
Capítulo Cinco

—Bem, o que você acha? —George limpou as mãos em um pano


e fez um gesto para a bela porta de madeira que tinham acabado de
terminar de instalar.
Sergei recuou para admirar a inserção dos vitrais na madeira
polida e ricamente entalhada.
—Está perfeito. Ela vai adorar.
—Essa porta está quase igual a foto que você levou na minha
marcenaria.
Fantasticamente parecida, Sergei pensou consigo mesmo. Ele
tinha ido ver George, esperando que o mestre carpinteiro tivesse algo
que teria sobrado de uma das casa de multimilionários que pudesse
caber na casa de Bianca. Ele foi preparado para ir embora de mãos
vazias e precisando de uma porta temporária. No segundo em que
George deu uma olhada na foto que Sergei havia levado da casa de
Bianca, o homem mais velho simplesmente riu e acenou para Sergei se
juntar a ele em sua oficina enorme.
—Você sabe… —George inclinou seu ombro contra a casa: —Eu
fiz orçamento aqui há alguns meses.
—Para o que?
—Banheiro, reforma da cozinha e da garagem. Eu tenho a
sensação de que ela não estava esperando que os números fossem tão
elevados. Ela foi realmente doce sobre isso, mas se recusou a nos
contratar. É uma pena. —George correu a mão apreciativa ao longo do
lado da casa. —É uma casa antiga e bonita. Eu ainda não posso
acreditar que ela não me contratou.
Sergei suprimiu o aborrecimento que apareceu dentro dele com a
descoberta de que Bianca tinha provavelmente ido a cada empreiteiro
na cidade, exceto a ele.
—Você ainda tem uma cópia desse orçamento?
—Claro. Você quer?
—Sim.
A testa de George se levantou.
—Você está pensando em assumir o trabalho? Eu pensei que seu
pessoal só fazia serviços menores.
—Eles fazem. Não seria meu pessoal. Eu farei algumas coisas
sozinho e contrataria alguém para outras.
Depois de acertar com George o custo da porta, ele limpou a
varanda da frente e a porta de entrada antes de lavar as mãos. A água
morna que derramava sobre suas mãos o lembrou de que ele precisava
chamar um encanador aqui para olhar e substituir esse aquecedor de
água. Havia certos reparos que Sergei não se metia a encarar por conta
própria, encanamento era um desses.
Seu telefone começou a tocar, então ele o tirou do bolso e olhou
para a tela. O número que ele reconheceu sendo de Kostya fez o seu
peito apertar. A chamada do limpador em um domingo? Isso nunca era
uma coisa boa.
—Sim?
—Encontre-me no Sugar. Nós temos um problema.
A chamada terminou tão abruptamente como começou. O último
lugar que ele queria visitar numa tarde de domingo era um dos clubes
de strip de Kostya, mas ele não questionou a ordem. Com um suspiro
cansado, Sergei embolsou o telefone e deixou a casa de Bianca. Não foi
até que ele estava dirigindo por quase dez minutos que ele se lembrou
das novas chaves da porta da frente, que estavam ambas no bolso.
Felizmente, Bianca ainda poderia entrar pela porta da lateral ou pela
entrada de trás. Ele esperava voltar para casa logo, porque ele queria
ver seu rosto quando ela visse pela primeira vez a nova porta.
Quando ele chegou ao clube de strip, Sergei tinha a máscara sem
emoção que ele usava no trabalho, firmemente no lugar. Seja o que
fosse que Kostya havia chamado aqui para ver era, provavelmente,
terrível. Depois de sua incrível noite e manhã com Bianca, Sergei
começou a entender o quão difícil era para Nikolai separar as duas
metades de sua vida e por que seu chefe queria mudar os negócios da
família para mais limpo, ganhando mais limpo.
Estacionando o seu SUV na parte traseira do prédio, ele fez
questão de trancar as portas. Ao contrário de alguns dos clubes mais
sofisticados que Kostya era sócio, o Sugar estava em uma área de nível
mais baixo e clientela pobre. Na porta de trás, ele bateu duas vezes
sobre o metal amassado com seu punho fechado e esperou por uma
resposta. Um garoto magricela que parecia ter uns vinte anos abriu a
porta e o mandou entrar.
Sergei passou pelo garoto e seguiu pelo corredor estreito. As
batidas de hip-hop pesadas na área de palco e piso principal
reverberavam pelas paredes finas dos bastidores do edifício. Duas
mulheres em biquínis, de tamanhos muito pequenos, passaram por ele,
seus corpos polvilhados com glitter e os rostos cobertos por uma
espessa camada de maquiagem. Aqui e em outros clubes, ele percebeu
que a maquiagem e a iluminação no palco camuflavam as linhas de
cansaço em torno de suas bocas e olhos, os sinais sutis de
envelhecimento e a diminuição de olheiras.
Encostando-se à parede, ele as deixou passarem, mas sorriu
gentilmente. Ele entendia muito bem o que era para estar preso em um
trabalho que parecia sugar a vida de você. Até Nikolai lhe transferir
para ser o guardião de Vivian, Sergei tinha basicamente passado os
últimos anos ferindo ou intimidando qualquer um que andasse fora da
linha ou ameaçado a família. Ele fazia isso com peso na consciência. No
final, sua lealdade tinha sido recompensada com uma participação no
negócio de construções e o trabalho agradável de proteger o bem mais
precioso do patrão, mas ele permanecia firmemente sob o controle de
Nikolai.
Mostrar o corpo e ser apalpada por um punhado de notas
amassadas em uma tarde de domingo não era o trabalho dos sonho
para essas mulheres. Eles não estavam balançando suas bundas e
esfregando seus peitos nos rostos dos homens que azedavam seus
estômagos, porque elas gostavam. Não, elas queriam manter um teto
sobre suas cabeças, comida nas barrigas de seus filhos ou comprar
remédios para os seus pais doentes.
A loira mais próxima a ele, brincando, passou a mão sobre seu
estômago quando ela passou. Ele não empurrou sua mão longe,
embora o desejo fosse muito forte. Em um mundo onde flertar e passar
de mão em mão garantia um salário, ele não poderia culpá-la por
tentar, mas todo o seu corpo se rebelou com a sensação estranha de
outra mulher o tocando. Com seus beijos e carícias suaves, Bianca o
tinha com a marca dela. Como se estivessem grudados, era apenas seu
cheiro e seu calor que ele desejava.
As mulheres continuaram em seu caminho, e o nariz de Sergei se
contraiu com o cheiro de seus perfumes baratos. Seu cérebro lembrou-
se dos aromas agradáveis que giravam em torno de Bianca. Tudo o que
ela escolhia, de seu sabonete ao seu perfume e produtos de cabelo,
completavam um ao outro tão bem. Ela cheirava maravilhosamente
bem.
Kostya saiu de uma porta. O olhar sombrio no rosto do homem
não demonstrava nada de bom. Sergei se juntou ao limpador, olhou
através da porta aberta atrás dele e ficou surpreso ao encontrar Nikolai
agachado na frente de um sofá preto, onde duas mulheres soluçavam.
A visão de seu chefe em um clube de strip surpreendeu Sergei. Desde
que ele conhecia o seu chefe, ele nunca o havia visto em um lugar como
este.
Após uma inspeção mais próxima das mulheres, ele percebeu que
haviam sido espancadas ou algo pior, durante a noite. Depois de anos
lutando por dinheiro, Sergei sabia reconhecer as mudanças na cor das
contusões que se formavam após um surto de violência. As manchas
marrons e manchas roxas que marcavam seus braços lhe diziam que os
golpes mais antigos tinham acontecido em algum momento na noite
passada. Algumas das marcas mais recentes, em seus pescoços e
barrigas eram apenas de algumas horas. Fúria borbulhou na boca do
seu estômago quando ele começou a contar as contusões.
Um movimento no canto da sala chamou a atenção de Sergei. Ele
viu Besian, o cabeça recentemente promovido da família albanesa local,
encostado na parede e com olhar assassino. Olhando para trás, para as
mulheres, Sergei tentou descobrir o que diabos estava acontecendo
aqui. Ele não podia entender a conexão entre o Sugar de Kostya, as
duas strippers e os dois chefes até que Nikolai falou com uma das
mulheres em russo, dizendo-lhe que ele ia cuidar de tudo. Entendeu
que a mulher era uma deles, parte de sua comunidade unida de
imigrantes e expatriados russos. Seja qual fosse a coisa terrível que
tinha acontecido com ela, Nikolai tinha tomado isso como uma afronta
pessoal.
Ficando em pé, o chefe olhou para ele. Uma dica breve de tristeza
atravessou o rosto do outro homem. Será que ele estava pensando
como tudo tinha sido bom ontem à noite no casamento de Ivan e como
essa bagunça ia provavelmente transformar tudo? Será que Nikolai
sentia alguma culpa por isso, e o que ele ia pedir para Sergei?
Besian avançou, colocou a mão suavemente no ombro da outra
mulher e falou com ela em albanês. O som de gelo batendo contra o
plástico chamou a atenção de Sergei. Ele se inclinou para trás para uma
melhor visualização do salão e descobriu um garoto magricela trazendo
um balde de gelo do bar e um punhado de sacos plásticos e toalhas.
Enquanto as mulheres se ocupavam em limpar seus ferimentos,
Nikolai apontou para o corredor. Sergei saiu atrás dos dois chefes que
seguiam Kostya a um escritório. Quando Besian se sentou na cadeira
atrás da mesa e pareceu confortável, Sergei percebeu que o albanês era
sócio do clube. Não era a primeira vez que Kostya havia cruzado as
linhas partidárias para fazer um negócio, e Nikolai, obviamente, não se
importou. Ainda assim, Sergei duvidava que seu chefe teria deixado
alguém de sua equipe sair.
Fechando a porta, Sergei assumiu a posição de sentinela dentro
do escritório, colocando automaticamente seu corpo entre Nikolai e
qualquer perigo que pudesse vir através da porta. Após se acomodar
em uma cadeira em frente à mesa, o chefe esfregou o rosto entre as
mãos tatuadas e exalou bruscamente. Ele parecia mais tenso
ultimamente e mal-humorado. Sergei não tinha perguntado o que
estava incomodando Nikolai porque perguntas como essas não eram
pertinentes a ele, mas isso não o impediu de se preocupar com o
homem que lhe salvara a vida não muito tempo atrás.
—Ontem à noite, as mulheres foram pegas um por dois rapazes e
acabaram indo para uma noite com lobos. — Nikolai disse as palavras
com um sorriso de escárnio e nojo.
Night Wolves. Era o nome da gangue skinhead local. Eles não
eram queridos no submundo de Houston, especialmente depois de se
juntarem a Grisha em seu fracassado golpe contra Nikolai. A maioria de
sua gangue tinha sido envolvida na acusação de assassinato e tráfico de
seres humanos. Os homens que tinham evitado as complicações legais
pareciam estar em uma unidade de recrutamento para idiotas racistas,
algo que infelizmente Houston parecia ter em abundância nos dias de
hoje.
—Aparentemente, as meninas pensaram que estavam
trabalhando em uma despedida de solteiro, mas como você pode ver,
acabou sendo tudo menos isso. As duas fugiram e se esconderam na
casa de um amigo, até esta tarde. Havia outra, que não teve tanta
sorte. —Nikolai balançou a cabeça enquanto continuava o conto
macabro. —Esta manhã, eles encontraram o corpo dela atrás do clube
de Besian.
Sergei interiormente estremeceu, mas não permitiu uma única
mudança na sua fachada calma. Seu intestino revirou. Ao que essas
duas mulheres na outra sala tinham sobrevivido? E aquela que não
tinha sido capaz de fugir? O que ela tinha sofrido? Sem dúvida, esses
bastardos racistas tinham sido extremamente cruéis.
O chefe girou seu anel de casamento no seu dedo. Nikolai estava
pensando na terrível provação a qual Vivian tinha sobrevivido, quando
ela foi sequestrada e preparada para ser traficada? Ou ele estava
pensando sobre as meninas, a maioria delas menores de idade, que
haviam sido mantidas em cativeiro com Vivian e mais tarde foram
resgatadas das garras da quadrilha Night Wolves que as estavam
vendendo?
—E a polícia está até agora na minha bunda Eu posso sentir. —
Frustração encheu a voz de Besian. —Eles sabem que a mulher
trabalhava aqui, então eles estão convencidos de que eu me livrei dela.
Isso é estúpido. Shawntelle era uma dos minhas melhores ganhadoras!
Por que eu iria machucá-la?
O olhar irritado de Nikolai deslizou para Kostya.
—É exatamente por isso que eu nos mantenho fora desta linha de
trabalho. —Ele gesticulou ao redor do escritório. —Você senta aqui
neste escritório agradável e arrecada todo o dinheiro, enquanto as
outras pessoas têm que se degradar. —Ele deixou que o frio e
aterrorizante olhar caísse obre os dois parceiros de negócios. —Espero
que os milhares de dólares que pagaram antecipadamente para a
despedida de solteiro tenha valido a pena.
Kostya visivelmente se encolheu, mas não pronunciou uma
palavra em sua defesa. Mesmo Besian se contorceu um pouco
desconfortável. Pensando sobre as mulheres na outra sala, Sergei
decidiu quebrar o silêncio.
—O que vamos fazer com as meninas?
Nikolai olhou para ele.
—Danny está vindo. Leve-as para ver o médico. Eu teria preferido
que elas fossem para o lugar correto, uma sala de emergência e a da
polícia, mas elas estão se recusando, por isso, isto é o melhor que
podemos fazer por elas.
Sergei não gostou da ideia de encobrir o acontecido, mas as
mulheres não poderiam ser forçadas. Elas provavelmente pensavam
que seria mais seguro confiar na justiça da rua para a sua proteção, do
que no advogado da polícia ou distrito. Sergei desejou que seus
instintos estivessem errados, mas ele admitiu que provavelmente
estivessem certos. Sabendo o que tinha passado, ele seria extra suave
com elas.
—Eu vou cuidar delas.
—Eu sei que você vai. —Claramente, Nikolai havia escolhido a
dedo cada homem à sua disposição por um motivo. Esta era uma tarefa
que exigia alguma sensibilidade. —Quando elas forem tratadas, leve-as
para o prédio de apartamentos. Elas tiveram suas carteiras roubadas
por isso tem medo de que vão segui-las até em casa. O gerente está
esperando por elas no prédio, e Danny vai lidar com o deslocamento
que precisa ser feito.
Sergei tinha a sensação de que seriam dadas a ambas as mulheres
melhores empregos junto com seus novos lares, provavelmente pagos
por Besian. Não que os novos postos de trabalho e mais dinheiro
compensassem a surra que haviam tomado.
—E quando eu terminar com elas?
Os ombros de Nikolai se levantaram em um descuidado
movimento, encolhendo os ombros.
—Vá para casa. É o seu dia de folga.
A ordem surpreendeu Sergei. Ele tinha vindo aqui esperando
colocar suas habilidades em uso e agora o patrão estava lhe atribuindo
funções de babá.
—Não vamos atrás deles?
A testa de Nikolai se levantou com surpresa pela pergunta.
—Em meus termos, sim.
Sua declaração pôs fim à discussão. Um instante depois, ouviu-se
uma batida na porta. A voz de Danny soou através da madeira e Sergei
foi dispensado para lidar com as tarefas que lhe foram atribuídas. Levar
as mulheres para o tratamento médico e depois para o prédio de
apartamentos ocuparia suas próximas duas horas.
Enquanto Danny as encaminhava à sua nova moradia, Sergei
dirigiu ao supermercado mais próximo e pegou algumas coisas básicas.
Empurrando o carrinho em cada corredor, não conseguiu afastar os
pensamentos de Bianca. Em sua mente, as imagens dessas mulheres
machucadas se fundiam com seu rosto doce. Seu estômago se agitou
com a ideia dela sendo tocada por essa violência. Ele nunca tinha
matado um homem, mas ele nem sequer piscaria com a ideia de fazer
algo tão brutal em defesa de Bianca.
De volta ao prédio, ele separou os mantimentos, produtos de
higiene pessoal e artigos para o lar e levou-os para os apartamentos
que tinham sido destinados às mulheres. Ele viu um punhado de
homens de Besian parados no estacionamento e deduziu que haviam
assumido a tarefa de proteger as mulheres.
A observação de Nikolai sobre a resolução disso ser em seus
próprios termos dava voltas e voltas na cabeça de Sergei. Será que ele
estava pensando em convidar Darren Blake, o líder dos Night Wolves
para uma reunião? Quando os Hermanos, uma gangue de rua latina e
os albaneses tinham estado nas gargantas uns dos outros no início do
ano, Nikolai tinha intermediado uma paz, oferecendo a eles locais para
seus negócios ilícitos, em vez de avenidas, que ficaram mais seguras.
Tinha sido uma solução elegante que tinha rendido resultados
surpreendentes, especialmente quando Grisha tinha trazido sua merda
e assassinos para usurpar a posição de Nikolai. Ambos os grupos
ficaram lado a lado com Nikolai e forneceram uma quantidade enorme
de ajuda.
Sergei suspeitou que os dois chefes quisessem encontrar uma
maneira de evitar uma guerra total com os skinheads. Derramamento
de sangue e violência não era bom para o negócio hoje em dia, e Nikolai
e Besian eram homens de negócios em primeiro lugar. Se os skinheads
fossem espertos o suficiente para terem um negócio, se manteriam
escondidos. Eles eram um grupo novo e poderiam pensar que mostrar a
sua força era uma maneira fácil de construir a sua reputação, como a de
homens que não devem ser incomodados.
E eles não poderiam estar mais errados.
—Quanto devo a você por isso? — A mulher chamada Katya
perguntou enquanto olhava dentro dos sacos que ele havia colocado na
pequena mesa de jantar, que estava no apartamento escassamente
mobiliado.
—Nada.
Ela lançou um olhar dúbio em sua direção e abraçou a camisa de
grandes dimensões mais apertada a seu corpo. Ele percebeu o jeito que
ela passou seu olhar para cima e para baixo de seu corpo e deu um
passo para trás. A percepção de que algo sobre ele, seu tamanho, seu
comportamento ou simplesmente suas ligações com o submundo a ter
assustado, o deixou com a sensação de vazio e dor. Foi um lembrete
austero das razões pelas quais Bianca queria mantê-lo afastado e
quantos obstáculos ainda teria que superar para convencer a mulher a
deixá-lo ficar em sua vida.
Com uma voz cansada, ela disse:
—Eu não posso pagar de volta hoje. É... Não seria bom para você.
Volte mais tarde esta semana, e eu vou fazer valer a pena.
Horrorizado que ela tenha pensado que ele queria trocar sexo por
comida e abrigo, Sergei levantou sua mão no ar.
—Não. Quando eu disse nada, significa nada. Você não tem que
trocar favores por qualquer coisa que foi dado a você hoje. Você
entendeu? Se alguém lhe incomodar, venha a mim ou ao meu chefe.
Pagarão por incomodá-la novamente. Isso tudo é grátis. Não há dívidas.
Ela parecia cética, mas acenou com a cabeça.
—Tudo bem.
Ficando feliz em sair dali, ele se despediu dela e saiu do
apartamento. Mesmo duro e bruto como ele era, a pele de Sergei ainda
se arrepiou com a ideia de forçar uma mulher a pagar dessa maneira
por proteção. Seu estômago se apertou enquanto ele considerava a
maneira como ele havia agido para chegar até a cama de Bianca na
noite passada. Ele definitivamente tinha ultrapassado o limite quando
saiu de seu banheiro enrolado em uma toalha e, quando a tinha
seduzido para deixá-lo ter um beijo.
Mas, ele não tinha forçado Bianca. Ele tinha flertado
escandalosamente e ganhou sua chance justa. Esta manhã, ela tinha
chegado a ele por sua própria vontade, abraçando, beijando e
apreciando seu jogo sensual, juntos. Ela era uma mulher incrivelmente
forte e não teria permitido que ele tomasse quaisquer liberdades com
ela. Nos últimos cinco meses, ela tinha provado que não tinha
escrúpulos em afasta-lo.
Sergei notou o carro de Nikolai entrando no estacionamento.
Claro que seu chefe iria querer uma palavra, ele se se encostou à porta
de seu SUV e esperou. Kostya saiu do banco do motorista do carro
esportivo escandalosamente caro, mas foi direto para os apartamentos
em vez de desviar para o veículo de Sergei com Nikolai.
—Você cuidou delas? —Mexendo com o isqueiro na sua mão,
Nikolai fez como se fosse fumar. Tanto quanto Sergei sabia, o patrão
não fumava desde janeiro, mas um maço fechado de cigarros ficou
guardado em sua mesa no Samovar. Não importa o quão forte fosse o
impulso para acender, deve ter sido um vício ao longo da vida, e Nikolai
parecia estar conseguindo.
—Eu fiz tudo. O médico as tratou, mas elas não têm ferimentos
graves. São contusões.
Seu chefe hesitou antes de perguntar:
—Estavam feridas?
Sergei entendeu que significava estuprada, ele balançou a
cabeça.
—Não. Elas parecem ter escapado do pior.
—Uma pequena misericórdia, eu suponho. — Nikolai enfiou o
isqueiro de volta no bolso. —Você vai me perguntar ou não?
Sergei considerou a oferta.
—O que estamos fazendo? Por que não estamos indo atrás deles
agora?
—Estamos esperando a abertura perfeita. Este não é o momento
certo para provocação.
—Porque elas são apenas strippers?
Os olhos de Nikolai se estreitaram e Sergei percebeu que ele
havia exagerado.
—Na noite passada, foram duas dançarinas. Amanhã, pode ser
uma das nossas esposas... Ou uma namorada. —Acrescentou
incisivamente. —Estes homens não estão jogando pelas regras.
—Entendo.
Nikolai inclinou a cabeça.
—Você sabe por que eu não vou mandá-lo dar uma surra
daquelas nos skinheads hoje?
Sergei levou um momento para estudar todos os ângulos.
Finalmente, ele disse:
—Porque eu vou lutar em menos de três semanas e eu poderia
machucar minhas mãos.
—Isso é um motivo. —O chefe concordou. —Antes de sair em sua
lua de mel, Ivan me fez prometer que iria mantê-lo longe de problemas
antes deste torneio. Ele se preocupa com você, porque sabe o que é
estar dentro daquele ringue. Eu preciso de você saudável, se nós
quisermos ganhar.
Sua boca se inclinou com diversão para a forma como Nikolai
disse nós. A última vez que Sergei tinha verificado, ele era o único a ter
sucesso após sucesso e chute após chute dentro daquela gaiola. Claro, o
dinheiro que ele ganhou foi bom, e Nikolai lhe pagava um bônus gordo
após cada luta, mas a punição que seu corpo tinha sofrido ao longo dos
anos estava começando a cobrar seu preço.
Depois de estudar a forma como Ivan e Alexei Sarnov, outro
lutador notório do submundo, tinham utilizado suas habilidades e
ganhos para escaparem da máfia, Sergei tinha feito seus próprios
planos de saída. Não seria fácil e provavelmente lhe custaria algumas
amizades que mantinha, muito queridas, mas ele não poderia fazer isso
para sempre. Ele tinha que sair antes que ele acabasse na prisão ou
morto.
Agora que Bianca o tinha deixado entrar em sua vida, ele lutaria
pela chance de ficar em forma permanente, para construir algo novo e
limpo com ela.
—Como foi a noite passada?
A pergunta de Nikolai surpreendeu Sergei. O homem nunca
perguntou sobre sua vida privada.
—Bom.
O patrão não perdeu a oportunidade.
—Eu vou ter que dizer a Vee que seu estratagema deu certo.
—Não da maneira como ela tinha planejado. —Ele respondeu
rispidamente.
—Eu ainda quero saber.
Sergei olhou para longe e admitiu:
—Eu derrubei sua porta.
Os olhos do outro homem se arregalaram, traindo seu choque.
—Já que você não me ligou para tira-lo da prisão ontem à noite,
suponho que você teve uma boa razão para isso.
—Eu pensei que ela estava sendo atacada, mas ela tinha caído no
seu chuveiro.
—Entendo.
Sergei deu de ombros.
—Foi uma noite interessante.
A boca de Nikolai se contraiu com uma sugestão de um sorriso.
—Tenho certeza de que foi. —Ele fez uma pausa. —Você gosta
muito da garota. —Ele não estava perguntando, mas Sergei confirmou
com um aceno de cabeça. —É por isso que eu não lhe mandei hoje.
Agora foi a vez de Sergei franzir a testa com confusão.
—O que isso significa?
—Isso significa que você é mais sensível a essa besteira de
supremacia branca que os outros. Eu estava preocupado que você
pudesse levar isso mais pessoalmente e reagir de modo que eu não
poderia prever, especialmente uma vez que você percebesse que a
mulher que foi morta ontem à noite era negra.
Sergei começou a protestar, mas apertou os lábios. Nikolai estava
certo, é claro.
—Mas é mais do que isso, Sergei. Nós gostamos de fingir que o
nosso mundo é como o mundo que Vee e Bianca vivem, mas não é. Essa
coisa com Night Wolves, não vai acabar rapidamente ou de forma
pacífica. Vai ser confuso. Eu estou tentando evitar os danos colaterais,
mas não faço promessas. —O olhar frio de Nikolai o gelou por dentro.
—Você entende o que eu estou tentando dizer?
—Da. —Sergei entendeu a mensagem. Era só uma questão de
tempo até que os skinheads descobrissem que um membro do círculo
íntimo do patrão estava namorando uma mulher negra. Depois disso,
tudo era arriscado. Bianca se tornaria o alvo perfeito para golpear a sua
família e seria totalmente culpa dele persegui-la e colocá-la nessa
posição precária.
—Quando você considera a história de Bianca com esses
babacas...
Sergei levantou a mão.
—Que história?
Surpreso, Nikolai fez um gesto em direção a ele.
—Vee disse-me que ela explicou-lhe sobre o irmão de Bianca.
—Ela disse que ele foi morto em um assalto a uma loja de
conveniência. Ela disse que era um bando de punks de gangues.
—Sim, uma gangue de supremacia branca. O líder dos Wolves,
Darren Blake é o irmão mais velho do cara que matou o irmão de
Bianca. Eles estavam atacando uma loja de propriedade de alguns
imigrantes. Paquistaneses, eu acho.
Recuperando-se da revelação, Sergei começou a entender o quão
incrivelmente perigosa era esta situação. Ele passou a mão pelo rosto e
exalou bruscamente. Buscando o aconselhamento de um homem que
tinha visto e sobrevivido a tudo, ele perguntou:
—O que eu faço?
Nikolai não hesitou.
—Afaste-se dela.
Uma corda invisível apertou seu peito. Ele nunca tinha tido um
ataque cardíaco, mas o pensamento de andar longe de Bianca o fez
doer.
—Eu não posso.
—Eu sei. —O patrão parecia triste com isso. —Eu tentei com Vee
há anos, mas... — Sua mão roçou no peito, logo acima de seu coração e
ele balançou a cabeça. —Se você não pode deixá-la sozinha, você tem
que mantê-la perto.
—À noite, isso não é um problema, mas durante o dia, eu estou
guardando Vivian.
—Então, contrate alguém. —Nikolai sugeriu.
Pensou nos caras mais jovens que estavam entrando para a
equipe de Nikolai. Um punhado deles treinavam no ginásio de Ivan. Eles
eram fortes, inteligentes e com fome de mais oportunidades para
ganhar. Era uma boa ideia, mas ele teria que ter cuidado. Bianca odiaria
estar sendo vigiada, por isso ele teria que dar instruções claras para
ficarem fora de sua vista. A última coisa que ele queria era perturbar ou
aterrorizá-la.
Nikolai bateu em seu ombro e se virou em direção ao prédio de
apartamentos.
—Vá para casa, Sergei. Aproveite a sua mulher. — Ele olhou para
trás e acrescentou, —Vee me pediu para lembrá-lo de que ela vai correr
na parte da manhã. Ela quer fazer 10 Km.
O patrão não parecia feliz com isso. Na semana passada, Sergei
ouviu Vivian discutindo com o marido sobre suas corridas matinais e a
meia maratona de caridade que planejava concluir em junho. Ele tinha
ficado fora disso, mas o tinha deixado se perguntando sobre o estado
das coisas entre o casal.
Por razões que Sergei não podia imaginar, Nikolai parecia estar
apertando seu poder sobre a esposa. Ele estava com medo de algo
acontecer com ela, mas o quê? Sergei não achava que fossem os
skinheads. Parecia de alguma forma mais pessoal, mas Sergei não era
ousado o suficiente para pedir detalhes. Ele confiava que o chefe ou
Vivian diriam a ele quando chegasse o momento certo. Até então? Ele
estava mantendo a cabeça baixa e cuidando de seu próprio negócio.
Sergei reconheceu a ordem com um aceno de sua mão e caiu
atrás do volante do seu SUV. Ele mal saiu do estacionamento antes de
seu telefone começar a tocar. Vivian obrigou ele a deixar o seu mau
hábito de fazer malabarismos com seu telefone celular enquanto
estivesse dirigindo, insistindo para que ele aprendesse como sincronizar
o seu telefone com o sistema de som do automóvel.
—Olá?
—Seryozsh?
Ouvir a voz de sua mãe o fez sorrir. Ele tinha esquecido que era
hora de sua chamada semanal.
—Ma!
Ela imediatamente começou seu resumo usual da semana
anterior, dizendo o que seu irmão tinha feito e o que estava
acontecendo ao seu redor, no bloco de apartamentos. Ele ouviu
atentamente enquanto ela lhe contava histórias de pessoas que ele não
tinha visto em anos ou, em alguns casos nunca sequer conheceu.
Alguns dos trechos da fofoca que ela contava o fizeram rir.
—Mas, Sergei, você está tão tranquilo hoje. — Ela comentou com
conhecimento de causa. —O que está errado?
A sensação mais forte de alívio se espalhou por ele. Se alguém
pudesse ser confiável com os problemas dele, era sua mãe. Ela lhe daria
o conselho que ele precisava, não o conselho que ele queria.
Certo de que ela iria querer saber de toda a história, ele suspirou
e começou logo no início.
—Eu conheci essa garota...
Capítulo Seis

—O que você acha de um presente, mamãe? Dei-lhe um esboço


de minha pilha de novos modelos. Era um vestido com uma cintura
assimétrica e franzida. —Eu projetei com uma noiva plus-size em
mente, mas eu acho que seria ótimo em uma mulher menor também.
Mesmo tendo sido forçada a deixar de lado o meu sonho de ter
minha própria etiqueta de modelos de noiva para assumir os negócios
da família, eu não tinha parado de desenhar. Eu tinha conseguido criar
e produzir um punhado de vestidos que tinham sido incrivelmente bem
recebidos na imprensa local e até mesmo por algumas das revistas de
noivas de circulação nacional. Imaginei que o meu objetivo de um
império de criação para noivas podia demorar mais alguns anos para
conseguir, mas agora que eu estava no caminho, não ia desistir.
Ela agarrou o papel na sua mão direita, aquele com o aperto
falho, mas não deixou cair. Todos os dias, ela se esforçava mais, na
esperança de recuperar o máximo de suas capacidades físicas quanto
possível. Sua luta para a recuperação nunca deixou de me surpreender.
Mais uma vez, ela tinha me mostrado o quão profundo o seu poço de
força interior era, e me fez incrivelmente orgulhosa de tê-la como
minha mãe.
Depois de um minuto de estudo, ela finalmente deu sua opinião.
Eu estava tão acostumada a sua maneira calma em pronunciar que eu
quase não notava mais isso nos dias de hoje.
—Você vai usar seda?
—Sim.
—E a cauda?
—Eu pensei em um estilo longo.
—É um bom equilíbrio. —Ela concordou. Passando os dedos
sobre o design, ela comentou: —É muito bonito.
—Mas?
Ela hesitou. Se era seu atraso na fala causado pelo acidente
vascular cerebral ou uma mãe tentando escolher cuidadosamente a sua
crítica construtiva, eu não poderia dizer.
—Este é um vestido para uma menina com curvas. Você acha que
ela precisa mostrar tudo isso? —Sua mão trêmula apontou para o peito.
—Este decote? É demais para uma igreja!
Eu lutei contra a vontade de revirar os olhos para suas ideias
antiquadas.
—Mama, nem todas as noivas se casam em uma igreja. Algumas
delas são orgulhosas de tudo isso. —Fiz um gesto em direção ao meu
próprio busto generoso. —O que há de errado em colocar as meninas
para mostrar?
Ela clicou os dentes.
—Realmente, Bianca!
Eu ri.
—Vamos, Mama. Nem toda noiva quer laço do pescoço aos pés.
—Eu só estou dizendo que algumas meninas gostariam de manter
um pouco de mistério. Mostrar um pouco de modéstia. —Acrescentou
ela. —Desenhe uma segunda opção de busto. Algo com as mesmas
linhas limpas, mas mais elevadas. Dê as noivas uma escolha.
Confiando em seu instinto, eu peguei o esboço de volta e
coloquei em uma pilha diferente na minha mesa.
—Sim, senhora.
Ela apontou para as revistas empilhadas no canto.
—Catálogos de damas?
Eu balancei minha cabeça.
—Não, eles são, na verdade, vestidos de debutantes.
As sobrancelhas da minha mãe se arquearam.
—Entendo.
—Mama. —Eu disse com cuidado. —Eu não sei se você notou,
mas o bairro por aqui está mudando. A população latina está crescendo
e as festas de aniversário de 15 anos são um grande negócio. Já nos
encomendaram quatro vestidos de debutantes e vestidos de baile. Por
que não adicionar um ou dois vestidos assim no nosso catalogo?
Sempre uma empresária, ela perguntou:
—Você já verificou os custos?
—A maioria dos nossos fornecedores já têm linhas
especificamente para isto, então garanti alguns descontos fantásticos e
preços de atacado. Se o volume de vendas for alto o suficiente, eu
poderia procurar alguns designers diferentes para oferecer uma seleção
mais ampla.
—E sobre marketing? Promoções?
—Você conhece minha amiga Benny? A proprietária da padaria
mexicana a poucos quarteirões?
—Sim.

—Ela se ofereceu para me deixar colocar materiais promocionais


em sua loja. Ela já me colocou em contato com alguns organizadores de
eventos que fazem muitas dessas festas.
—E a publicidade?
—Estou pensando em meninas em vestidos de Cinderela com
grandes saias armadas e tiaras lindas. Eu já conversei com o fotógrafo
que usamos para a última sessão promocional sobre montar um pacote
de impressão e um comercial para as redes locais. Ele fez muitas fotos
para debutantes, e conhece bem o mercado e tem uma enorme lista de
contatos para que eu use. —Apertei a mão de Mama. —Isso vai ser
ótimo para o negócio.
Ela sorriu para mim e deu um tapinha minha mão. —Eu confio em
seus instintos. Você praticamente cresceu nesta boutique. Você
conhece o negócio por dentro e por fora. — Seu olhar se tornou
melancólico enquanto olhava ao redor do escritório. —Você se lembra
de quando nós começamos e estávamos naquele minúsculo e apertado
espaço da loja, na esquina?
—Não. —Eu admiti. O negócio tinha chegado tão longe desde
então e agora ocupava um andar inteiro em um prédio de três andares
onde fazíamos tudo, desde a concepção à criação.
—Bem... Você tinha apenas quatro anos, mas, meu Deus! Você
mexia em tudo. — Ela riu baixinho. —Eu nunca vou esquecer o dia que
você cortou um jersey estampado para fazer um vestido para sua
boneca.
—Agora eu me lembro. Eu tinha seis anos?
Ela assentiu com a cabeça.
—Isso mesmo. Nós tínhamos acabado de trazer Maggie como
costureira, eu acho.
Rememorando épocas mais felizes fez meu peito doer. Mama
deve ter percebido a minha tristeza porque ela esfregou meu braço.
—Eu não sei por que dizem que fica mais fácil, isso não acontece.
Eu coloquei minha mão sobre a dela e tentei imaginar o que deve
ter sido perder o marido e o filho, um por dirigir alcoolizado e o outro
por um ato insensato de ódio e violência. E pensar que ela tinha
superado tudo isso para apenas para ser atingida por um golpe que
quase a matou! A vida era tão injusta às vezes.
—Faz 10 anos no próximo mês.
O ligeiro tremor na sua voz tranquila trouxe lágrimas aos meus
olhos. Olhei para longe e rapidamente pisquei para limpar a umidade
pungente que ameaçou derramar sobre meu rosto. Pensando na
terrível tarde, quando aquele monstro tinha atirado em meu irmão no
peito, trouxe de volta as piores memórias. Recusei-me a deixá-las
ressurgirem e arruinar a nossa tarde.
Limpando a garganta, eu perguntei:
—Você quer fazer algo especial?
—O reverendo mencionou a possibilidade de um serviço
memorial. Pensei que poderíamos ver se alguns amigos de Perry
gostariam de vir. Você manteve contato com Kevan, não é?
Eu atirei-lhe um olhar.
—Você sabe que nós já namoramos por um tempo.
—Eu pensei que vocês dois tinham terminado em fevereiro?
—Terminamos.
—Então, quem lhe deu essa chupada de amor?
Meu rosto pegou fogo, quando toquei no ponto que pensava
estar bem escondido pela gola do meu vestido e o colar duplo de
pérolas.
—Bem! Isto é embaraçoso.
Mama sorriu maliciosamente.
—Então, qual é o nome dele?
—Sergei.
Ela pareceu surpresa.
—O menino russo que você me falou?
Eu ri com a ideia de Sergei sendo chamado de menino.
—Ele é um pouco maior do que a sua ideia de menino, Mama.
—E mais perigoso?
Suspirei e esfreguei o lado do meu rosto.
—Eu não sei. Eu pensei que sabia quem ele era, mas agora? —Eu
balancei minha cabeça. —Eu não tenho tanta certeza.
—Parece que você deveria estar mais focada no que ele é em vez
de quem ele é.
—Pode ser.
—Você gosta dele?
Não havia como negar o que ela podia ver.
—Sim.
—Talvez seja um pouco mais do que apenas gostar dele?
—Pode ser. —Eu não estava pronta para me comprometer com
qualquer outra coisa. —Ele é... Tenaz. Sinceramente estou surpresa que
ele tem me esperado por tanto tempo. Eu tinha certeza de que ele ia
encontrar alguém melhor ou...
—Melhor? —Mama se esticou. —E quem no mundo é melhor do
que a minha menina?
—Você sabe o que quero dizer, mamãe.
—Não, eu não. Você é bonita, inteligente, bem sucedida e
talentosa. Mostre outra mulher que pode projetar vestidos, gerir uma
empresa, cantar música gospel e cuidar de sua mãe, como você faz.
—Bem…
—Não há melhor para ele, querida. Há uma razão para este
menino ter sido tenaz. Ele reconheceu uma mulher que vale esperar
quando viu uma.
Passei o dedo na borda da mesa.
—Como sei se estou pronta para ser pega?
Ela sentou-se para frente e segurou o meu olhar.
—É disso que se trata? É por isso que você nunca leva a sério com
qualquer um desses meninos agradáveis? Você tem medo de
compromisso?
—Não é o compromisso que me assusta. Eu quero o que você e
papai tinham.
—Mas você está com medo de ser deixada para trás. —Ela
adivinhou.
Como de costume, ela tinha batido o prego direto na cabeça.
Todo homem que eu tinha amado havia sido tirado de mim. A ideia de
dar meu coração a qualquer homem me assustava.
—Eu assisti o que isso fez com você após o papai morrer por que
estava bêbado.
Mama soltou um longo suspiro, lento.
—Perder o seu pai foi terrível. A dor foi indescritível. —Ela
segurou minha mão. —Mas tudo antes disso? Oh, querida, você não
quer perder todo esse amor e felicidade. Se a minha vida me ensinou
alguma coisa, é que tenho que viver cada dia ao máximo. — Ela tocou
meu rosto. —Sem arrependimentos, menina.
Ela nunca tinha me guiado mal com seus conselhos, mas eu não
sabia se estava pronta para aceitá-lo ainda.
—Este menino, Sergei?
—Sim?
—Ele é um gangster?
—Ele parece ter alguns interesses comerciais legítimos, e acho
que, tanto quanto suas possíveis ligações criminosas, ele é
principalmente legalizado, mas…
—Isso é tudo o que ele quer da vida?
Eu dei de ombros.
—Eu não sei. Tenho a sensação de que ele quer algo mais, algo
melhor.
—Então eu acho que você tem que tomar uma decisão, se está
disposta a esperar por ele, fazer as mudanças que você precisa.
Ela estava certa. Depois de ontem à noite, porém, não ia ser fácil
romper com ele. Isso não era simplesmente o brilho de todo o sexo
fantástico que tivemos. Eu reconheci que nós dois compartilhamos uma
conexão que era impossível de ignorar. Havia tanta possibilidade em
nosso relacionamento se eu fosse corajosa o suficiente para dar uma
chance, o suficiente para aceitar quem e o que ele era agora, não o que
ele poderia ser em um ano, dois ou três.
O desejo de falar com Vivian era forte. Se alguém pudesse me
ajudar a resolver os meus sentimentos conflitantes em relação a Sergei
era ela, mas o gigante russo que me tinha presa em sua armadilha de
amor estava sempre a guardando. Como no mundo eu poderia ter
alguma privacidade com Vivian?
Confusa por aquele pequeno dilema, eu levei a minha mãe de
volta para o apartamento dela e fiz com que ela tivesse tudo o que
precisava para a noite. Eu esperei sua enfermeira chegar para fazer o
check-in com ela antes de sair. Mesmo sabendo que ela estava em
mãos extremamente capazes e feliz em sua situação de vida atual,
ainda me entristecia me afastar dela.
No início do dia, Sergei abalara minha crença de que era o melhor
para ela. Na verdade, eu tinha compartilhado seu desgosto com isso, no
começo, mas Mama tinha me convencido de que era isso que ela
queria. Eu tinha sido tão cética naquelas primeiras semanas, mas então
notei que ela parecia mais relaxada e à vontade com uma equipe de
profissionais em sua cabeceira. Eu tinha finalmente entendido que ela
precisava e queria se sentir segura.
Eu decidi dar em Sergei uma boa pancada na próxima vez que me
fizesse sentir culpada pelo modo de vida da minha Mama. Enquanto eu
considerava onde bateria nele, não pude negar a minha simpatia por
sua posição. Ele havia sido reticente sobre a razão pela qual teve de
deixar a Rússia ás pressas, mas eu não preciso de todos os detalhes
para ver o quanto ele sentiu em deixar sua mãe e irmão.
Mas o que tinha acontecido ali? Foi algo realmente ruim? Deve
ter sido, certo? Por que mais ele deixaria sua terra natal correndo? E o
que tinha acontecido para ter apenas um irmão agora?
Eu queria respostas. Teria sido muito fácil perguntar a Vivian. Ela
teria me dito tudo o que eu queria saber, mas eu queria ouvir a história
de Sergei. Eu precisava me sentar em frente a ele e olhar em seus olhos
quando ele falasse sobre o seu passado. Não acho que ele iria mentir
para mim, mas eu tinha que admitir que realmente não o conhecia bem
o suficiente para fazer esse pedido.
Mas isso não era exatamente verdade, não era? Talvez eu não
soubesse de cada detalhe de sua vida, mas eu o conhecia. Era quase um
sexto sentido que me permitia enxergá-lo da mesma forma que ele
parecia ser capaz de me ler. Estávamos na mesma sintonia porque
tínhamos ambos sobrevividos a algo escuro e terrível?
Anos atrás, antes que qualquer coisa remotamente romântica
tivesse ocorrido entre eles, Vivian tinha tentado explicar a conexão que
dividia com Nikolai. Eu não tinha entendido seu vínculo intenso até
então, mais do que eu realmente entendia agora. Que eles se amavam
era óbvio o suficiente para qualquer um que os visse, mas eles
pareciam estar ligados a um nível quase de alma gêmeas.
Mesmo que eu trabalhasse com casamentos, tinha sempre
zombado da ideia de almas gêmeas e considerava a ideia fantástica e
fantasiosa. Observar Nikolai e Vivian juntos havia eliminado minhas
dúvidas. Algumas pessoas estavam destinadas a ficarem juntas. Alguns
casais simplesmente não podiam ser separados, não importa o que o
mundo tentasse contra eles.
Eu não me atrevo a achar que algo tão incrivelmente maravilhoso
me aguarda. Após a longa fila de encontros e relacionamentos que
fracassaram depois de alguns meses, eu não era exatamente uma
excelente candidata para uma história de amor épica. Eu tentei tudo,
mas desisti da perspectiva de encontrar um homem que me fizesse
doer com desejo ou pulsar com a necessidade.
Até Sergei…
Naquela noite, no Faze, quando ele ficou me olhando do canto da
área VIP com esses escandalosamente braços fortes cruzados na frente
do seu peito largo, eu tinha vibrado com a consciência mais
deliciosamente pecaminosa dele. Nenhum homem jamais olhou para
mim assim. Ele olhou para mim como se quisesse me deixar nua e
adorar cada centímetro do meu corpo.
E ele tinha feito exatamente isso ontem à noite, não tinha? Sergei
não tinha a necessidade de fazer discursos elaborados para me dizer o
que ele sentia por mim. Ele me mostrou os seus sentimentos de uma
forma que tinha me deixado estremecendo com o êxtase e me sentindo
bonita e especial.
Ok. Então, derrubar minha porta foi um exagero, mas eu entendi
por que ele tinha feito isso. Perceber que ele era protetor comigo tinha
me cativado. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa para chegar até
mim, quando pensou que eu estava em apuros. Depois de tantos anos
sendo independente e por conta própria, havia algo terrivelmente
sedutor em ter um homem tão forte e protetor na minha vida. Sem
sombra de dúvida, eu sabia que podia contar com Sergei para tudo.
Eu ainda estava pensando sobre as possibilidades quando me
virei para o beco estreito que dava acesso à parte traseira da minha
casa. O portão se abriu ruidosamente, lembrando-me de que eu
precisava ter alguém aqui para consertá-lo, eu entrei. Eventualmente,
eu esperava ser capaz de usar a cobertura de carro como uma garagem,
mas a estrutura estava em ruínas e precisava de um monte de reparos.
—Quando foi a última vez que as dobradiças do portão foram
lubrificadas?
A voz profunda de Sergei me assustou quando eu saí do meu
carro. Saltando, virei e o encontrei em pé ao lado da cobertura de carro
caindo aos pedaços. Com a mão no meu peito, eu resmunguei para ele.
—Você quase me deu um ataque do coração!
Ele ofereceu um sorriso de desculpas.
—Desculpe. —Acrescentou rapidamente. —Eu não queria
assustá-la.
Fechei a porta do carro com um solavanco do meu quadril.
—O que você está fazendo aqui?
—Eu estava dando uma olhada em sua estrutura. Esta terrível,
Bianca.
—Eu sei. Eu chamei dois empreiteiros que fazem reformas em
casa antigas para virem aqui para dar uma olhada, mas a maioria deles
sugeriu que eu salvasse o que pudesse e depois a derrubasse. Só um
cara tinha um plano para consertá-la, mas seu preço foi tão baixo que
eu tive dúvidas de que ele pudesse terminar o trabalho dentro do
orçamento.
Sergei fez um grunhindo baixo, que parecia acompanhar qualquer
coisa que ele não gostasse.
—Ele provavelmente estava tentando enganá-la. Ele teria
chegado até a metade do trabalho, tornado a sua vida miserável e, em
seguida, pediria mais dinheiro, até mesmo mais do que a sua melhor
oferta.
—Eu não sei nada sobre isso. — Ele me lançou um olhar
duvidoso. —Não, realmente. Marcus, o empreiteiro, disse que cresceu
por aqui e queria ver este lugar restaurado do jeito que era quando ele
era criança.
—Isso soa como uma história boba para te comover e fazê-la
assinar um contrato com ele para que ele pudesse jogar fora.
—Uau! — Eu disse com um barulho exagerado. —Alguém está
cinzento esta noite?
Sergei estremeceu e esfregou as costas de seu pescoço. O
movimento esticou sua camiseta preta apertada sobre o peito largo. A
flexão dos músculos enormes em seus braços me fez sentir um pouco
tonta.
—Eu sinto muito, Bianca.
Percebendo que algo estava errado, eu diminuí a distância entre
nós e peguei sua mão. Entrelacei nossos dedos e olhei para o meu
grande gigante sexy.
—O que há com você?
—Foi um longo dia para mim. Eu tive que cuidar de uma coisa
muito feia.
Engoli em seco.
—Algum dia vamos falar sobre o que você faz? Sobre o que você
é?
Seus dedos apertaram ao redor dos meus.
—Eu acho que você sabe o que eu sou e o que eu faço.
—Eu não sei detalhes.
—E você não vai saber. —Alertou. —Eu não vou envolver você
nessa parte da minha vida.
—Você não acha que mereço saber no que estou entrando se...
—Se? —Ele aproveitou a palavra. —Eu ainda estou em avaliação
por você?
—Eu não sei, Sergei. Você não pode ficar aqui e me dizer que
você teve que fazer algo feio hoje e, em seguida, se recusar a me dar
mais detalhes. O que eu estou imaginando é provavelmente mil vezes
pior.
—O que você está imaginando? —Quando eu não respondi, ele
falou com aquela sua voz retumbante. —Bianca, o que você acha que
eu faço todos os dias?
—Eu sei que você protege Vivian. —Depois de alguma hesitação,
acrescentei: —Ouvi dizer que você luta por dinheiro.
—Eu luto.
—E que você às vezes, você sabe, bate nas pessoas.
—Não há às vezes nisso, Bianca. Quando alguém pisa fora da
linha, eu sou o único que os convence a voltar.
—Ao surrá-los?
—Eu não tenho que bater-lhes muitas vezes.
Avaliando-o, eu percebi que provavelmente era verdade. Se
Sergei atravessou minha porta e eu sou amiga de seu chefe, com os
outros seria muito persuasivo.
—Você gosta de fazer isso?
Ele visivelmente se encolheu, apertou as bochechas e franziu os
lábios.
—Você realmente acredita que eu gosto de magoar as pessoas?
Eu balancei minha cabeça.
—Mas por que fazer isso?
Seus ombros largos saltaram.
—O que mais eu poderia fazer? Quando eu cheguei aqui, tinha
muito poucas opções, Bianca. Eu trabalhei no Samovar como uma
máquina de lavar louça até que Nikolai me viu lutando. Mandou-me
para Ivan para ser treinado, e, eventualmente, fui transformado em seu
executor. Esta não era a vida que eu queria, mas não havia outra
escolha para mim.
—Eu não acredito nisso. Há sempre escolhas.
Sua mandíbula ficou tensa quando ele esfregou seu polegar sobre
meus dedos.
—Você está certa. Eu poderia ter tomado um caminho diferente,
mas eu não o fiz. Aqui é onde estou agora, Bianca. Se você quiser ficar
comigo, este é o lugar onde nós começamos nossa jornada.
—Para onde estamos indo?
Ele engoliu em seco, seu pomo de Adão deslizando para cima e
para baixo enquanto ele escolheu cuidadosamente suas palavras.
—Eu tenho um destino em mente... E isso nos leva muito longe
deste ponto para algum lugar muito melhor. Para um lugar onde você
pode ser tão orgulhosa de mim como eu sou de você.
Seu doce elogio me tocou. A promessa do que poderíamos ter se
eu tivesse que ter um pouco de fé nele, me levaria para algo muito
maior. Eu queria acreditar que Sergei podia encontrar uma maneira de
sair habilmente da vida que prendia e ser livre.
Meus pensamentos se voltaram para Erin e Ivan. Pelo que Vivian
tinha me dito, Ivan tinha estado em um ponto quase idêntico ao de
Sergei uma vez. Ele tinha saído e fez algo de si mesmo, tornando-se
extremamente bem sucedido e rico. Se isso já foi feito antes, talvez
Sergei pudesse seguir os passos de Ivan.
Agarrando a frente da camisa de Sergei, logo acima de sua
cintura, eu o arrastei para um beijo. Antes de nossos lábios se
encontrarem, eu senti um aroma de perfume barato, desagradável. Era
o tipo misturado com álcool muito forte de farmácia, uma mistura que
eu fazia quando era menina e usava para ir à escola. Eu tinha uma ideia
de que tipo de mulheres ainda podia usar, e eu não gostei nada disso.
Recuando do fedor dele, dei um passo para trás e soltei sua
camisa. Foi quando notei o brilho cintilando na frente de sua camisa e
agora preso a palma da minha mão. Segurando minha mão, eu exigi
com raiva:
—Que diabos é isso, Sergei?
—Olha, não é o que você pensa, Bianca.
—É melhor não ser. —Eu avisei. —Porque você parece e cheira
como se tivesse saído de um clube de strip!
—Tudo bem. —Disse ele com cuidado. —Eu estava em um clube
de strip, esta tarde. Mas... —Ele interrompeu rapidamente, frustrando
o meu desabafo indignado: —Eu não estava lá por prazer. Era trabalho.
—A trabalho?
Ele vacilou antes de confessar:
—Duas dançarinas foram espancadas em uma festa privada. O
clube é, em parte, de propriedade de um amigo meu e ele precisava de
ajuda. Eu levei as dançarinas para verem um médico e, em seguida, fiz
com que fossem instaladas em um lugar seguro. É isso, Bianca, isso é
tudo o que aconteceu.
Estudei seu rosto bonito e sincero. Ele estava dizendo a verdade,
mas eu sentia que de alguma maneira havia mais por trás dessa
história.
—Eu acredito que nada aconteceu com as strippers.
Ele parecia aliviado. Deslizando a mão ao longo da minha nuca,
ele olhou nos meus olhos.
—Eu não quero nenhuma mulher, só você, Bianca. Às vezes tenho
de ir a lugares que não são muito agradáveis de trabalhar, mas eu não
estou interessado em qualquer coisa que as mulheres têm para
oferecer.
Segurando a frente de sua camisa de novo, eu o puxei para baixo.
—Me convença.
E ele fez. Com um beijo tão eroticamente sensual que minha
calcinha ficou úmida, Sergei mostrou sua posse e provou que ele só
queria a mim. Sua língua vibrou contra a minha antes de mergulhar
mais fundo. Ele chupou meu lábio inferior e deu uma mordidela, me
fazendo levantar na ponta dos pés e segurar em seus braços
musculosos.
Embora eu quisesse que o beijo durasse para sempre, ele
terminou suavemente e ele deixou sua mão deslizar pela minha espinha
até descansar na minha bunda. Ele deu um tapinha no meu traseiro e
sorriu infantilmente.
—Eu quero lhe mostrar uma coisa.
—Ok.
Segurando minha mão, ele me levou para baixo na calçada e
contornamos a casa. Na frente, vi o seu SUV estacionado na rua.
—Você pode estacionar lá atrás, se você quiser. Há muito espaço
atrás do meu carro.
Ele sorriu para mim.
—É essa a sua maneira de me convidar para passar a noite?
Olhando para longe dele, eu me senti subitamente tímida.
—Bem, eu quero dizer, se você quiser ficar…
Ele curvou o braço em volta dos meus ombros.
—Eu vou ficar.
Eu tinha uma suspeita de que ele quis dizer por muito mais
tempo do que uma noite.
Quando virei na lateral da casa e olhei para a varanda da frente,
eu imediatamente vi a nova porta. Meus lábios se separaram com o
choque.
—A porta! Você encontrou minha porta!
Sergei riu alegremente e roçou a ponta dos dedos no meu
pescoço.
—Eu tirei a foto de sua porta como modelo. O meu amigo tinha
uma porta que parecia quase exatamente como a que você tinha.
—Está é uma muito melhor! —Corri até mais perto para um olhar
mais atento. Incapaz de me controlar, corri minhas mãos ao longo da
madeira altamente polida e tracei os painéis lindos do vitral.
—É tão bonita, Sergei.
Suas mãos quentes colaram em meus ombros. Um momento
depois, ele deu um beijo delicado no lado do meu pescoço.
—Estou feliz que você gostou. —Outro beijo me fez tremer com
antecipação. —Vem para dentro. O jantar está esperando.
Deixei ele me levar para dentro da casa, o tempo todo querendo
saber o que esta noite reservava para mim.
Capítulo Sete

Mais tarde naquela noite, eu procurava no meu armário a roupa


perfeita para a manhã seguinte. A porta do banheiro que dava para o
meu quarto estava aberta, apenas o suficiente para eu ficar de olho no
banho de Sergei. Eu tinha escapado da maioria de seus avanços
amorosos, incluindo suas tentativas de entrar no chuveiro comigo, mas
minhas defesas estavam caindo rapidamente. Depois que ele saísse
daquele chuveiro, eu me deixaria ter exatamente o que nós dois
queríamos.
Bater nossos quadris enquanto preparávamos um jantar simples,
foi o início do nosso flerte. Ele acariciava minha mão enquanto nós
tomamos vinho no sofá após o jantar e conversamos sobre os meus
planos e sonhos para a casa. Eu tinha escapado para tomar meu banho,
enquanto ele recolheu seu SUV e espiou o meu aquecedor de água.
Desejando o calor e o toque de Sergei como uma louca, escolhi
minha roupa. A blusa ostentava uma estampa de girafa e a saia era cor
de ferrugem. Eu gostava da forma como ela abraçava meus quadris e
diminuía a minha cintura. Mas que sapatos? Tirei um par de sandálias
de tiras dourada e de salto alto e um par peep toe.
—As douradas. —Disse Sergei, entrando no quarto. —Elas são
mais bonitas.
Olhando para ele, lutei contra a vontade de lamber meus lábios
enquanto comia com os olhos seu corpo quase nu. Ele tinha uma toalha
pendurada em torno de seus quadris, mas elas ameaçavam cair a
qualquer momento. Logo, eu esperava.
Levantando as sandálias douradas, eu disse:
—Mais bonita, sim, mas não tão confortável. Segundas feiras são
sempre agitadas na loja, especialmente em maio.
Ele deu de ombros.
—Então use os peep toe.
Segurei os peep toe contra a saia e os comparei com as sandálias.
Eles pareciam ficar bem, mas não me convenceram.
—Não, eu acho que vou com a bonita.
—Boa escolha. —Ele veio em minha direção e se inclinou para
bicar a minha bochecha. —Suas pernas ficam surpreendentes quando
você as usa.
Minhas sobrancelhas se juntaram.
—Você já me viu nesses sapatos antes?
Ele balançou a cabeça e atravessou a sala em direção à bolsa de
ginástica que tinha deixado sobre a poltrona mais cedo.
—Você às usava algumas semanas atrás, quando você e Vivian
foram naquela mostra de arte do pintor brasileiro. Você estava com um
vestido roxo e brincos grandes de argola, mas suas pernas? —Ele
praticamente rosnou. —Eles estavam foda, sexys!
Virei meu olhar em direção às minhas pernas.
—Sério?
—Sim. —Ele tocou sua orelha. —Você deve usar os brincos
novamente. Gostei da maneira como eles ficaram em você.
Surpresa pela sua lembrança da minha roupa, eu sorri para ele.
—Ok. Eu vou.
—Você pode usá-los na sexta-feira.
—O que tem na sexta-feira?
—Nós vamos sair para um encontro adequado.
—É assim?
—Sim. —Ele começou a mexer na sua bolsa, totalmente alheio à
minha frustração com ele.
—Você não acha que deveria me convidar em primeiro lugar?
Ele olhou para mim.
—Você quer sair na sexta-feira?
—Sim, mas...
—Então, qual é o problema? Eu quero sair. Você quer sair. Eu fiz
planos. Está resolvido.
Revirei os olhos.
—Não está resolvido, Sergei. Eu não sei como você fez as coisas
com outras mulheres, mas eu não sou o tipo de garota que gosta que
lhe digam o que fazer.
—Você parecia gostar ontem à noite. —Seu olhar correu para a
cadeira onde ele se sentou na noite passada e me mandou me despir
para ele.
Meu rosto inflamou de vergonha.
—Isso foi diferente.
—Mas você gostou. —Sergei rebateu. —Você estava toda
molhada para mim na hora que eu levei você pra cama. Você gostou de
ser mandada, não é?
Ele não ia parar até que eu admitisse que ele estava certo.
Mesmo agora, quando ele descreveu como eu estava molhada, eu
podia sentir meus mamilos endurecendo.
—Sim, eu gostei muito.
—Mas você não gosta quando eu assumo o controle do lado de
fora do quarto?
Eu mexia com a manga do meu robe de seda.
—Eu não sei. Eu estou acostumada a fazer as coisas do meu jeito.
Eu gosto do seu jeito de fazer as coisas aqui, mas tenho certeza de que
eu nunca vou ser o tipo de mulher que apenas acena com a cabeça
sempre que seu homem toma uma decisão.
Sergei me estudou por alguns segundos enervantes.
—Ok.
Eu pisquei.
—O quê? Só isso? Você está bem com isso?
—Eu não sou um ogro, Bianca, mas eu sou um homem e gosto de
estar no controle.
—Mas?
—Mas uma das coisas que me atraiu para você é a sua confiança
e a maneira que você vive a sua vida. —Explicou ele. —Você é
perfeitamente capaz de cuidar de si mesma.
—Sim, eu sou. Eu não preciso de um homem.
—Não, você não precisa. —Ele olhou com expectativa para mim,
como se esperasse que eu dissesse alguma coisa.
Engoli em seco, nervosa e decidi ser honesta com ele.
—Eu gostaria de um homem a quem pudesse confiar a minha
vida. Alguém que quisesse cuidar de mim, eu quero dizer.
—Eu quero cuidar de você, Bianca. Eu quero ser o homem que
você pode contar para tudo e qualquer coisa que você precise.
—Eu sei que você é. —Eu disse em voz baixa.
—E?
Segurando seu olhar, eu murmurei.
—Eu sei que posso contar com você.
—Qualquer coisa que você quiser, eu vou te dar.
Ele não estava falando bugigangas caras. Ele quis dizer tudo. Ele
estava me oferecendo tudo o que eu sempre quis, mas tinha muito
medo de procurar. Tudo o que eu tinha que fazer era pedir.
—Eu sei.
Afastando-me dele, terminei escolhendo os acessórios para a
minha roupa, enquanto ele arrumava as roupas no braço da minha
cadeira de leitura. Quando fechei a porta do armário, peguei-o
segurando a maior caixa de preservativos que eu já tinha visto. Incapaz
de me controlar, eu comecei a rir.
—Oh meu Deus! Isso é sério?
—O quê? —Sergei descuidadamente jogou a caixa em cima da
cama. —Eu queria estar preparado.
—Para quê? Seis meses?
Ele bufou e começou a rondar em minha direção.
—Seis meses? Bianca, vamos ter sorte se isso durar uma semana.
Meu queixo caiu.
—Você está louco.
Sergei levantou cinco dedos enquanto caminhava em direção a
mim.
—Conte, Bianca. Durante cinco meses fiquei sem sexo. —Ele
parou bem na minha frente e olhou para baixo nos meus olhos. —
Durante cinco meses, tenho esperado que você me deixasse entrar em
seu quarto. —Ele deslizou um braço em volta da minha cintura e me
arrastou para seu corpo quente e duro. —Tenho a intenção de
recuperar todo o tempo perdido.
Tremendo por dentro, corri minhas mãos ao longo de seus braços
musculosos e em seu peito impressionante. Eu coloque os dedos no
medalhão de ouro pendurado em seu pescoço.
—O que é isso?
—Hmm? —Ele acariciou meu pescoço e mordiscava minha pele.
—É São Sergius, meu xará. Minha mãe me deu quando eu era mais
jovem.
—Para a proteção?
—Eu suponho.
Eu deixei cair o medalhão de meus dedos.
—Você é religioso?
—Não particularmente. —Respondeu ele. —Nada como Vivian.
— Ele traçou a veia no meu pescoço, onde meu pulso batia
descontroladamente. —Bianca, você está enrolando.
Olhei para ele por debaixo dos esvoaçantes cílios.
—Estou?
—Sim. —Ele puxou o cinto do meu roupão e arrastou a roupa dos
meus braços. Ele o deixou cair no chão e o empurrou de lado com o pé
descalço. Seu dedo seguiu as conchas rendadas adornando o corpete da
minha camisola. —Você sempre dorme em camisolas como esta ou
você escolheu para mim?
—Eu gosto de coisas sexys, coisas bonitas, mas eu procurei um
presente na minha gaveta apenas para você.
—Eu aprecio o pensamento. —Segurando a barra da minha
camisola frágil, ele puxou para cima e sobre a minha cabeça. —Você
aprova este método de remoção?
Sorrindo com a lembrança dele rasgando minha camisola, eu bati
no seu peito.
—É bom saber que você não é um homem das cavernas total.
Ele riu contra os meus lábios.
—Você pode querer ver o que eu tenho planejado para você
antes de me elogiar. — Colocando suas grandes mãos sobre meus
ombros, ele apertou suavemente.
—Ajoelhe-se.
Como ontem à noite, meu corpo inteiro vibrou com sua ordem
falada rispidamente. Eu não tinha certeza de como ele exercia tanto
poder sobre mim ou até mesmo por que eu gostava tanto, mas escolhi
não questionar. Abraçando essa nova consciência, sensual e lentamente
me abaixei no chão.
Lambendo meus lábios, eu olhava para ele, o vendo em um
quadro maravilhosamente esculpido. Ele olhou para mim e acariciou
minha bochecha. Tirando a toalha, ele a jogou de lado e fez um gesto
para seu pênis semiereto.
—Me deixe duro, Bianca.
Com dedos trêmulos, eu acariciava o comprimento dele, ao
mesmo tempo maravilhada com o tamanho. Eu quase quis correr para
o outro lado do corredor para pegar uma fita métrica no meu kit de
ferramentas para satisfazer a minha curiosidade. Mesmo com as duas
mãos em volta do seu eixo grosso, eu ainda precisava de pelo menos
mais uma mão para cobrir tudo dele. Minha buceta pulsava com a
perspectiva de ter o seu enorme pau enterrado dentro de mim.
Lambendo seu pênis com a minha língua, eu apreciava os
gemidos baixos que ele fazia. Chupei a ponta grossa dele em minha
boca e cantarolei com apreço. Ele resmungou alguma coisa em russo
antes de enfiar os dedos pelo meu cabelo e afastar mais os seus pés.
—Me chupe, Bianca.
Frissons de excitação estremeceram através de mim com a ordem
áspera. Subindo e descendo sobre o seu eixo, levei-o mais profundo
com cada chupada e esperava que eu lhe agradasse. Oferecer a minha
cabeça nunca tinha sido um ato sexual que eu gostasse, mas a forma
como Sergei me incentivou e elogiou foi tão emocionante. Relaxando
meu queixo, eu coloquei minhas mãos em suas coxas e silenciosamente
o pedi para meter na minha boca, puxando-o para mim.
Respirando com dificuldade, Sergei deslizou para frente apenas
uma ou duas polegadas. Meus lábios esticados para aceitar sua
grossura, mas ele não tentou entrar muito longe. Em vez disso, ele
bateu no meu nariz e ordenou:
—Olhe para mim.
Com seu pênis na minha boca, eu olhei para Sergei. A adoração
absoluta gravada em seu rosto me pegou de surpresa.
—Você é tão bonita. —Ele saiu de minha boca e abaixou para
capturar meus lábios em um beijo apaixonado e feroz. —Fode tão..
Linda.
E então ele me levantou do chão e me jogou em cima da cama.
Saltando sobre o colchão, gritei com o choque, mas depois dei uma
risadinha quando Sergei rastejou sobre mim, prendendo-me na cama e
me beijando. Fechando os olhos, eu me alegrei com as sensações que
ele evocava com as mãos e boca magistrais. Ele mordiscou, beijou e
lambeu todos os pontos sensíveis, maravilhosamente, no meu corpo
até que eu estava ofegante e me agarrando a ele.
Sentado sobre os calcanhares, Sergei estendeu a mão para a caixa
de preservativos e a abriu. Ele pegou uma embalagem e abriu.
—Abra suas pernas.
Engolindo em seco, fiz como instruído, separando minhas coxas
para ele e deixei que contemplasse a minha molhada buceta. Seu
enorme pau se preparou para ser inserido em mim. Ele passou as mãos
sobre o seu pau e segurou suas bolas antes de colocar o preservativo.
Se lançando entre as minhas pernas, ele colocou as mãos em minhas
coxas e as abriu ainda mais.
—Mostre para mim onde você quer o meu pau, Bianca.
Envergonhada, eu sussurrei:
—Sergei!
—Mostre onde você quer o meu pau, ou então eu vou escolher e
você pode não gostar tanto.
Engolindo com a ideia de seu pênis grosso entrar no lugar onde
eu nunca tinha deixado qualquer homem tocar, eu rapidamente me
abaixei para tocar minha buceta.
—Eu quero você aqui.
—Deixe-me ver. Abra para mim.
Latejando com o desejo, eu separei as lisas pétalas quentes do
meu sexo para lhe mostrar exatamente onde eu queria o pau grande
dele.
—Aqui. Sergei, eu quero você aqui.
Segurando a base de seu eixo, meu amante russo colocou a
cabeça grande de seu pênis entre meus lábios. Flashbacks do nosso
jogo impertinente sobre a mesa esta manhã apareceram diante dos
meus olhos. Eu me perguntei se seria capaz de comer uma tigela de
cereal lá sem pensar nas coisas sujas que este homem incrivelmente
apaixonado tinha feito para mim.
—Unnhhh. — Eu gemia alto quando Sergei finalmente entrou em
mim. Minha buceta nunca tinha tido algo tão grande, e protestou
contra a invasão repentina de seu eixo monstruoso. Minhas mãos
voaram para seu peito enquanto ele se abateu sobre mim. —Espere!
Oh! Espere!
Sergei ficou imóvel. A preocupação escureceu seu rosto.
—Estou machucando você?
Eu balancei a cabeça e mordi meu lábio inferior. Deslizando
minhas mãos até os ombros, eu o puxei para um beijo.
—Calma. —Eu implorei. —Basta ir devagar.
—Qualquer coisa que você quiser. —Ele sussurrou e reivindicou
um beijo carinhoso. Balançando lentamente, ele empurrou mais
profundo, em seguida, retirou e enfiou em mim novamente. Ele levou o
seu tempo, aumentando o seu ritmo e vigor de forma gradual.
Nossas testas se tocaram e ele soltou um gemido necessário.
—Querida, você é tão fodidamente apertada. Está me matando.
—Sua língua se enroscou com a minha. —Tão bom, bebê.
Eu acho que jamais me cansarei de ouvir Sergei me chamar de
seu bebê. Segurando seus ombros, envolvi minhas coxas em torno dele
e segurei firme para o passeio da minha vida. Ele moveu os quadris e
passou as mãos sobre meus seios. Quando ele beliscou meu mamilo,
gritei e arqueei contra ele.
—Oh!
Ele enterrou seu rosto na curva do meu pescoço e sussurrou meu
nome. Sua mão viajou até a minha barriga e para o local onde os nossos
corpos estavam unidos. Ele emoldurou meu clitóris entre dois dedos e
estimulou o cerne pulsante até que me quebrou debaixo dele. Com a
cabeça jogada para trás, eu uivava e estremecia de êxtase total.
—Sergei!
Seus lábios se arrastaram ao longo do meu pescoço e na minha
bochecha antes de encontrar os meus. Ainda empurrando para dentro
de mim, ele fodeu minha boca com a língua, imitando a maneira como
nossos corpos ondulavam juntos em cima da cama. Assim que eu
comecei a descer do clímax do meu orgasmo, ele saiu da minha boca e
começou a esfregar meu clitóris mais rápido.
—Mais uma vez, Bianca. Goze para mim de novo.
Tentei afastar sua mão. Eu estava tão sensível, e seus dedos
circulando me fizeram tremer e ofegar.
—Eu não posso.
—Você pode. —Ele mordiscou meu lábio inferior. —Vem, Bianca.
Aperte-me com a sua buceta e goze.
Olhando fixamente em seus olhos escuros, percebi o quanto ele
me controlava, completamente controlava. Aqui, no meu quarto, eu
parecia estar totalmente à sua mercê. Não havia nada que eu não
fizesse para ele, especialmente quando ele me mandava com aquela
voz de barítono sussurrando.
Deus, tudo o que ele fez para mim, me senti tão bem. Meu corpo
cantarolava sob o seu. Aqueles dedos me empurravam para gozar
novamente. Minhas coxas ficaram tensas quando ele meteu em mim.
Seu pênis esticado e duro me encheu e me levou a um clímax
alucinante.
—Sergei!
Ele se esfregou em mim até que eu caí contra a cama, mole e
incapaz de me mover, mas ele ainda não tinha terminado comigo.
Saindo de mim, Sergei caiu de costas, estendeu a mão e me puxou para
cima dele. Engoli em seco quando ele agarrou meus quadris e me
empurrou para a posição que ele queria.
De repente preocupada com o meu peso, eu balancei a cabeça.
—Não, eu sou muito pesada. Esta não é uma boa...
Ele bateu no meu traseiro com ambas as mãos, as palmas das
mãos ficaram marcadas no meu traseiro.
—Silêncio.
—Ai!
Ele acalmou a dor com as mãos amorosas.
—Eu sou um homem grande, Bianca. Eu posso pegar tudo que
você tem para me dar. — Ele entrou no meu liso calor úmido. —
Mulher, você foi feita para um homem como eu.
Com o coração acelerado, olhei para seu rosto sincero e percebi
que ele quis dizer cada palavra. Ele agarrou minha bunda com as duas
mãos, me puxou para cima e depois me empurrou de volta em seu colo.
—Me foda, Bianca. É a sua vez de me fazer gozar.
Sem qualquer experiência nesta posição, me mexi sem jeito no
início. Sergei pareceu sentir que eu precisava de alguma ajuda, então
ele guiou os meus movimentos com as suas mãos fortes. Não demorou
muito tempo para descobrir o que ele gostava. Eu fiquei mais confiante
nas minhas capacidades e montei no seu pau como uma cowgirl
condenada.
Abaixo de mim, Sergei gemeu e massageou meu ânus. Quando
seu dedo caminhou entre as minhas bochechas, eu fiquei tensa, minha
buceta agarrou seu pênis enquanto ele abria uma parte de mim que
nunca tinha sido violada.
—Você nunca?
—Não! — Eu o interrompi antes que ele pudesse terminar esse
pensamento. —E não tenha ideias sujas, Sergei. Você não vai colocar o
seu…
—Pau?
—Sim.
—Neste perfeito, rabo apertado?
—Não!
Ele me lançou um daqueles sorrisos travessos pecaminosamente.
—Vamos ver.
—Não, nós não vamos.
—Mais tarde. —Disse ele e sentou para me beijar. —Neste
momento, estou mais interessado em gozar dentro desta buceta rosa e
doce sua.
—Sergei! —Eu não podia acreditar na maneira como ele disse
essas palavras com tanta facilidade. No entanto, não podia negar o
quão quente soou e quanto eu amava as coisas que ele fazia para mim.
—Dê a minha boca outra coisa para fazer e eu vou parar de usar
essas palavras sujas que fazem você se envergonhar. —Ele me abraçou
apertado e passou a sua língua na minha. Com seu pênis totalmente
envolto em meu canal, nós trocamos beijos carregados de erotismo,
beijamos até que nós estávamos ofegantes e agitados.
Sergei caiu de volta para a cama e colocou-se em mim
novamente. Plantando os pés no colchão, ele embalou minha bunda
com as pernas dobradas e começou a bater na minha buceta.
Boquiaberta, eu gritei de novo e de novo quando ele me mostrou
exatamente o que o seu corpo tonificado poderia fazer.
Eu não esperava chegar ao clímax novamente, mas Sergei
arrancou um orgasmo chocantemente inesperado de mim, apenas
alguns segundos antes de penetrar dentro de mim com tanta força que
quase me levantou de seu colo. Com esses braços de aço me cercando,
ele rosnou meu nome e empurrou embaixo de mim enquanto ele
gozava.
Suando e bufando, ele entrou em colapso comigo no centro da
minha cama. Sergei afastou os fios úmidos de cabelo do meu rosto e
me beijou docemente. Sorrimos um para o outro alguns momentos
após o gozo. Quando ele se afastou de mim e foi para o banheiro, eu
rolei para o meu lado e apreciei a vista de sua bunda dura. Rindo como
uma tola, eu tentei me convencer de que isso não era um sonho e que
ele, na verdade, pertencia a mim.
Ele pegou a caixa destruída de preservativos, apagou as luzes e
voltou para a cama alguns minutos mais tarde. Eu não tinha deixado de
perceber o jeito que ele tinha escolhido o lado da cama entre mim e a
porta. A ação treinada de colocar seu corpo entre mim e qualquer
perigo me garantiu que ele provavelmente tinha verificado todas as
portas e janelas da casa, enquanto eu tomava banho. Parecia que ele
quis dizer cada palavra sobre me proteger e me manter segura.
Apesar de ter acabado de fazer amor comigo, Sergei não pareceu
satisfeito com apenas ficar me abraçando até que adormecia. Na
escuridão, ele acariciava meu corpo e me beijava até que eu vibrei com
desejo. Seu pênis não ficou satisfeito por muito tempo. O comprimento
escaldante dele cutucou minha barriga e esfregou contra a minha coxa.
Quando o ouvi procurando em torno da mesa de cabeceira pela
tira de preservativos que ele havia colocado lá, eu não pude deixar de
rir.
—Sergei! Acabamos de ter sexo. Você não pode seriamente
querer de novo.
—Você vai ter sorte se eu deixar você ter quatro horas de sono
hoje à noite.
—Eu pensei que você ia correr com Vivian na parte da manhã.
Você não precisa descansar?
O barulho do invólucro ecoou no silêncio do meu quarto.
—Eu prefiro ficar enterrado no fundo de sua buceta do que ter
uma hora extra de sono. Agora venha aqui.
—Não! —Em jeito de brincadeira tentei escapar de suas mãos,
mas Sergei venceu com facilidade a batalha simulada. Rindo, eu
empurrei contra o peito dele, mas era impossível mover sua estrutura
sólida. Ele desceu para um beijo, o rosto destacado pelo luar fluindo
através das minhas cortinas, mas eu virei o rosto no último segundo,
negando seu prêmio. —De jeito nenhum! Eu estou cansada.
—Silêncio.
Pensando que ele estava tentando calar meus protestos, me virei
na direção dele. Eu esperava que ele me beijasse agora, mas em vez
disso eu o encontrei olhando para a porta do quarto aberta. Todo o seu
corpo tinha ficado rígido.
—O que é....?
Eu não falei resto da minha pergunta. Ele colocou as pontas dos
dedos contra a minha boca, gentilmente me calando enquanto ouvia
alguma coisa. Segurando minha respiração, me esforcei para ouvir o
que quer que fosse que tinha matado seu estado de espírito amoroso.
Um longo ranger perfurou a noite. Meu coração pulou na minha
garganta quando o som inconfundível de passos chegaram aos meus
ouvidos. Alguém estava atravessando a varanda dos fundos
diretamente abaixo do meu quarto!
Em um lampejo de movimento, tão rápido que me assustou,
Sergei saiu da cama. Ele me levantou para fora do colchão e
rapidamente me empurrou em direção ao banheiro. Depois de largar
um rápido beijo no topo da minha cabeça, ele me empurrou dentro.
—Tranque a porta.
Fechei suavemente a porta atrás dele quando ele desapareceu.
Chocada com a maneira como ele tinha mudado de amante a um
protetor, em um piscar de olhos, eu olhava para a porta fechada.
Poucos segundos depois, eu controlei o medo e me perguntei o que eu
deveria fazer agora.
Trancar a porta e esperar pelo retorno de Sergei era,
provavelmente, a ação mais segura... Mas e se ele se machucasse? E se
quem estava rondando minha casa estivesse armado? O pensamento
de Sergei sendo baleado ou esfaqueado me deixou doente.
Desobedecendo a ordem direta de Sergei, saí do banheiro e corri
para o meu quarto em busca do meu telefone. Vestindo minha camisola
e o robe, disquei 9-1-1 e orei para que a polícia chegasse aqui antes que
qualquer coisa ruim acontecesse.
Capítulo Oito

À procura de sangue, Sergei lentamente destrancou a porta da


frente e foi para a varanda. A porta recém-instalada se abriu com
apenas um sussurro de ruído, permitindo-lhe sair da casa sem alertar o
babaca que estava rastejando em torno da propriedade de Bianca.
Permanecendo nas sombras, ele saiu da frente da casa e
cuidadosamente virou a esquina do alpendre ao lado.
Enquanto se arrastava ao longo do lado direito da casa, ele ouvia
atentamente por qualquer indicação de que o ladrão estivesse andando
em direção a ele. Não ouvindo nada, ele se perguntou se o homem
tinha ido para a grama ou se ele já tinha ido para o lado esquerdo da
casa. Acima da trilha sonora de grilos e cigarras, Sergei detectou um
ruído, um ranger de um passo em uma madeira velha. Um segundo
depois, a madeira se quebrou e se estilhaçou, e um gemido de dor
encheu o ar.
Te peguei!
Mais cedo, quando voltou para estacionar o seu SUV, Sergei tinha
notado uma parte da calçada de trás que precisava ser retirada e
substituída. Ele tinha realmente se surpreendido por seu peso não ter
partido a madeira ao meio. Aparentemente, o ladrão não teve tanta
sorte.
Correndo em volta da varanda, Sergei viu a sombra irregular de
um homem agachado no chão.
—Hey!
A cabeça do ladrão se levantou, mas estava muito escuro no
quintal para Sergei dar uma boa olhada nele. Ele parecia ser um homem
de tamanho médio. O bastardo tinha reflexos rápidos e ficou em pé
rapidamente, correu para a lateral da casa e desapareceu.
Enquanto Sergei fazia a perseguição, ele percebeu que o homem
conhecia bem o bairro porque tinha tomado um atalho no quintal de
Bianca para pegar a rua lateral. Irritado por ter perdido o homem,
Sergei contou com seus instintos e tomou uma rápida decisão.
Vestindo apenas seus shorts de corrida e tênis, ele
silenciosamente repreendeu a si mesmo por não ter pego algo para
defender a si mesmo. Ele havia deixado a arma escondida em seu
veículo porque tinha estado mais interessado em entrar no chuveiro
com Bianca. Se Nikolai pudesse vê-lo agora, ele certamente faria uma
piada sobre ele pensar com a sua pequena cabeça em vez da maior.
Indo pela lateral, Sergei desacelerou seu ritmo. Ele seguiu a curva
com cautela e avistou um beco à frente. A pista escura entre a
privacidade das cercas altas era muito sombria para ele fazer o
reconhecimento adequadamente. O homem a quem ele estava
perseguindo tinha provavelmente tomado uma posição lá para
emboscá-lo e causar-lhe uma lesão.
O som de passos correndo ricocheteou nas cercas. O som ficou
mais alto e mais nítido, dizendo a Sergei que o homem estava indo
direto para onde ele estava. Alcançando o muro mais próximo, Sergei
se preparou para atacar o homem quando ele irrompeu das sombras.
Com as mãos cerradas, ele ergueu os braços para o alto e contou os
segundos até que ele o atacasse. Os passos se aproximaram, e Sergei
balançou os braços em direção ao homem que se aproximava, com a
intenção de agarrar o sacana.
Mas quando o homem estourou para fora do beco, os olhos de
Sergei se arregalaram em choque. Não era um ladrão. Era um oficial de
polícia em uma perseguição a pé! Ele parou o movimento descendente
de seus braços antes que fosse tarde demais, e reagiu com a velocidade
da luz para evitar bater no homem que poderia fazer sua vida muito
miserável. O policial o avistou e saltou para trás, puxando a arma e
apontando-a direto para o peito de Sergei.
—Mãos ao alto!
Merda.
Cumprindo instantaneamente, Sergei levantou as mãos.
—Eu pensei que você fosse o ladrão incomodando a minha
namorada. Eu não estava tentando prejudicá-lo.
O oficial não abaixou a arma nem mesmo um centímetro. Com a
arma apontada para o coração de Sergei, o oficial deu um passo para
frente, na luz. Ele estava perto da idade de Sergei e tinha a pele do
mesmo tom de Bianca. Não estando para brincadeiras, o homem gritou
uma ordem.
—Vire-se. As mãos na parte de trás de sua cabeça. Afaste seus
pés.
Irritado com a besteira de ser revistado, Sergei, no entanto, fez
como ordenado. Ele sempre tinha conseguido ficar no lado certo da lei
e não estava disposto a correr esse risco hoje à noite. O oficial se
aproximou e revistou Sergei, mas não encontrou nenhuma arma.
—Vire-se de frente outra vez.
Olhando para o policial, Sergei manteve as mãos na cabeça. —
Você viu o homem que eu estava perseguindo?
—Eu vi. Coisa engraçada. Ele se parecia com você.
—Não. — O alarme interno de Sergei soou. Seria um dia frio no
inferno antes que ele deixasse a polícia prendê-lo.
—Se eu fosse um ladrão, eu estaria vestido assim? Não! O cara
que eu estava perseguindo era mais baixo do que eu e não tão grande.
Eu o segui para fora do quintal da minha namorada e por esta rua.
—Certo. — O oficial não estava acreditando na história de Sergei.
—Eu tenho que acreditar que um filho da puta assediador como você
tem uma namorada que vive nesta vizinhança? Eu pensei que vocês
todos se encontrassem com strippers do Sugar e com as garçonetes do
Samovar?
Os olhos de Sergei se estreitaram. Sem se incomodar em negar ou
discutir com o homem, ele continuou a falar, mas era óbvio que o
policial sabia quem ele era. O fato de o oficial tê-lo reconhecido o
deixou um pouco nervoso. Isto era algo que Nikolai iria querer saber.
Será que houve algum novo problema legal com a fabricação de
cerveja?
—Leve-me de volta à casa da minha namorada. Ela vai dizer a
verdade.
—É? E quem é essa sua namorada?
—Bianca Bradshaw. Ela vive em...
—Eu sei onde Bibi vive. —O policial o interrompeu bruscamente.
—E eu sei que ela não tem nada a fazer com um marginal como você. —
Andando até ele, e com a arma ainda engatilhada, o policial rosnou. —
Você estava tentando roubá-la? Estuprá-la? Talvez você esteja tentando
agredi-la para que ela venda seu negócio para vocês. Porque vocês
russos mafiosos querem seu edifício?
Bibi? Com ciúmes de que este policial tivesse tido alguma coisa
com sua mulher e de que o babaca estava insinuando que ele faria algo
tão cruel com ela, Sergei rosnou: — Você está louco. Ela é minha
namorada. Eu estava tentando protegê-la.
—Vamos ver sobre isso. — O oficial puxou com sua mão livre algo
do seu cinto e fez um gesto para Sergei abaixar as mãos. —Eu tenho
certeza de que você sabe o que fazer.
Cerrando os dentes, Sergei virou e apresentou seus pulsos para
serem algemados. O policial fez questão de apertar bem as algemas.
Empurrando Sergei pelos polegares em uma posição de estresse que
enviou dor em seus braços, o oficial o levou de volta para o beco até a
viatura em marcha lenta. Ele empurrou Sergei para banco traseiro
apertado e fez contato pelo rádio com o centro de expedição.
—Eu não acho que você tem a sua licença escondida em sua
cueca, tem?
Com os joelhos para cima em direção do peito e os ombros
curvados, Sergei olhou para o agente de polícia pelo reflexo do espelho
retrovisor e disse o seu nome, endereço, data de nascimento e número
da carteira de motorista. O policial mostrou surpresa quando o
despachante retransmitiu que Sergei não tinha mandados pendentes.
Verificando a tela do computador montada logo acima do console, o
oficial expressou sua dúvida quando viu que Sergei não tinha nem
mesmo uma multa de estacionamento.
Mantendo sua boca fechada, Sergei olhou para fora da janela
enquanto o policial dirigia de volta para a casa de Bianca. Quem quer
que fosse esse cara, ele parecia decidido a embaraçar Sergei. Ele ia ter
que fazer muito pior do que isso. Não que Sergei tivesse adorado a ideia
de aparecer na porta de Bianca algemado. Depois de tentar mostrar a
ela que ele era melhor do que seus laços criminais, este episódio não ia
ajudar o seu caso.
A viatura andou até parar na frente de sua casa. As luzes no
quarto do casal, sala de estar e porta de entrada estavam acesas o que
significava que ela tinha ido contra a sua ordem e deixado o banheiro.
Ele a tinha colocado lá por um razão. Ele precisava saber que ela estaria
lá no caso de encontrar o ladrão dentro da casa. Se ele tivesse atingido
cegamente a figura sombria, ele teria estado confiante de que Bianca
não seria pega no fogo cruzado.
O policial arrastou-o para fora do banco de trás e o escoltou até a
calçada. Eles ainda não tinham atingido o degrau mais alto antes da
porta da frente se abrir e Bianca aparecer em um turbilhão de seda
rosa. Ela tinha um telefone no ouvido e rapidamente terminou a
chamada. Foi até a varanda e lançou um olhar chocado para ele.
—Sergei!
Antes que ele pudesse explicar seu estado algemado, o policial
chegou ao seu lado. A ingestão aguda de ar de Bianca advertiu Sergei
que ele estava prestes a ouvir algo que não gostaria.
—Kevan!
O nome refrescou sua memória. Claro. Ela não tinha mencionado
um ex-namorado que tinha pedido ajuda quando o ladrão começou a
incomodá-la? Agora, o ex-namorado perfeito o tinha algemado. Ótimo.
Muito. Bom. Caralho.
—Hey, Bibi. — Kevan era todo charme agora. —Desculpe
incomodá-la tão tarde.
—Está tudo bem. — Torcendo as mãos, ela perguntou: — Existe
uma razão para Sergei estar algemado?
—Eu era o cara mais próximo de sua casa quando a ligação para o
9-1-1 sobre um ladrão foi recebida pelo rádio. Eu vi um movimento
suspeito em um beco, então fui atrás e esse cara pulou das sombras e
tentou me dar um soco.
De boca aberta, Bianca encarou Sergei. Seu peito estava apertado
enquanto ele esperava que ela chegasse à conclusão errada.
—Não, isso não soa como Sergei. Ele não teria atingido um
policial.
Os cantos da boca de Sergei se levantaram em um sorriso
satisfeito. Uma vez que ele tinha descoberto que Bianca tinha uma
história com esse policial, Sergei tinha certeza de que ela iria tomar a
palavra do oficial sobre a sua. Não era frequente que ele tivesse que
provar que estava certo, mas ele saboreou a sensação não natural
deste momento.
—Você sabe quem é esse cara? —Kevan não parecia muito feliz.
—Ele é problemas, Bibi.
—Eu não tenho 12 anos de idade, Kevan. Eu não preciso de uma
palestra.
O policial deu um passo para frente, movendo-se perto o
suficiente de Bianca para que os instintos alfa de Sergei gritassem para
que ele reagisse. Empurrando seus instintos de lado, ele recusou-se a
morder a isca. Em vez disso, ele olhou mortalmente para as costas do
policial enquanto o homem sussurrava para Bianca.
—Perry era meu melhor amigo, e eu sei que ele gostaria que eu
cuidasse de você.
Bianca chegou a tocar em Kevan, esfregando suavemente seu
braço em um gesto muito familiar que fez uma guinada no estômago de
Sergei.
—Eu aprecio que você mantenha um olho em mim, mas sou uma
menina grande, Kevan. —Baixando a voz, ela acrescentou rapidamente:
—Nós já conversamos sobre isso antes, lembra?
O oficial ficou ereto, e sua reação foi semelhante a de um homem
que tinha levado um tapa. Sergei admirava a interação entre os dois
conhecidos. Por que, exatamente, Bianca teve que acabar as coisas com
o amigo de seu irmão? Pelo que Sergei poderia dizer, o cara era
basicamente o homem dos sonhos dela. Kevan caberia em sua vida
muito mais do que ele jamais caberia. Recuando para o lado de Sergei,
Kevan pegou suas chaves.
—Uma vez que você está na minha área, tenho adicionado
passadas extras por aqui quando estou no meu turno. Eu vou fazer com
que os outros caras desta ronda façam a mesma coisa. Vamos pegar
esse cara, Bibi.
—Obrigada, Kevan.
—Não é nenhum problema, Bibi. Estou sempre aqui para você.
Tudo que você tem a fazer é me chamar, e eu virei correndo.
—Eu sei. Eu aprecio isso.
Kevan abriu as algemas apertadas de Sergei e as removeu.
Quando ele colocou as algemas no coldre em sua cintura, ele virou-se
para Bianca e ofereceu um sorriso malicioso.
—Estou feliz que finalmente a vi com o robe de seda rosa. Eu
sabia que ia ficar bonito em você.
Saber que Bianca estava vestindo o lingerie que este homem
tinha comprado para ela atingiu Sergei como um soco no estômago. Ela
recusou-se a olhar para ele, mas sorriu timidamente para Kevan.
—Hum... Obrigada.
—Seu aniversário está chegando. Talvez eu te dê alguma coisa em
vermelho.
As narinas de Sergei queimaram quando o homem
descaradamente disse isso para Bianca. Se ele não tivesse usando um
uniforme, o pequeno presunçoso bastardo teria visto o punho de
Sergei. O cara tinha cruzado a linha várias vezes. Apresentando-o à
porta de Bianca com as algemas tinha sido ruim o suficiente, mas ficar
lá e flertar com ela? Era demais.
Como se sentisse que Sergei estava por um fio, Bianca agarrou
sua mão e puxou-o para si. Ela lançou um olhar suplicante, e ele exalou
a respiração estufando o peito. Deslizando o braço em volta de seus
ombros menores, ele publicamente a reclamou como dele. Ele colocou
uma mão em seu estômago e a acariciou com círculos lentos.
Segurando o olhar irritado de Kevan, Sergei lembrou ao homem quem
Bianca queria agora.
—Vamos, Bianca. Vamos voltar para a cama.
—Ok. — Sorrindo para o oficial, ela lhe disse adeus. —Boa noite,
Kevan.
—Boa noite, Bianca. Espero te ver no casamento da Lulu e Corey.
Se você precisar de uma carona e de qualquer coisa...
—Ela tem carona e um acompanhante.
Sergei entrou na frente de Bianca, impedindo-a de ver Kevan.
—Boa noite, oficial. Tenho certeza de que você tem criminosos
para perseguir.
—Sim. — Kevan se afastou da casa. —Na verdade, eu tenho um
na minha mira agora.
Sergei observou o policial regressar a sua viatura antes de virar
em direção a Bianca. Agarrando o roupão em suas mãos, ela olhou para
ele com apreensão e medo. Respirando com exasperação, ele
perguntou: —Você está realmente com medo de mim?
Ela analisou atentamente seu rosto. Tudo o que ela viu acalmou
seus nervos. Seus ombros se relaxaram, e ela soltou o aperto em seu
robe. —Não.
—Eu nunca iria machucá-la. Nunca. —Segurando seus longos
cachos negros, e os empurrando para trás de sua orelha, ele
acrescentou: — Especialmente depois da maneira como você me
defendeu.
—Você é muito inteligente para bater em um policial e muito
cuidadoso para obedecer cegamente. —Ela puxou sua mão. — Vamos
entrar.
Ele a seguiu para dentro da casa e trancou a porta. De frente para
ela, ele recostou-se contra a porta e decidiu colocar tudo em pratos
limpos.
—Então, este policial Kevan...
Para seu crédito, ela não evitou seu olhar. —Ele e meu irmão
eram melhores amigos. Depois que Perry foi assassinado, ele se tornou
mais do que um irmão mais velho para mim. Eventualmente, nossa
relação mudou, e tentamos o namoro.
—Mas?
Ela encolheu os ombros. —Ele é um grande cara, mas não é o
certo para mim.
—Por quê?
—Eu não sei. Eu não sentia que era o certo. —Ela fez uma pausa
e, em seguida, fez um gesto entre seu corpo e o dela. —Nunca senti
nada como o que temos.
Sua irritação com Kevan sumiu.
—O que temos é melhor?
Ela assentiu com a cabeça. —Maior. Mais profundo. Real.
Tentando não sair com um sorriso bobo pela sua admissão, ele
olhou para longe brevemente. Seu olhar se fixou totalmente na sala de
estar iluminada. —Por que você me desobedeceu?
—Eu sinto muito. Você é meu pai agora?
Ele viu pelo seu olhar que ela estava irritada.
—Não, mas eu estava tentando mantê-la segura.
—Bem, eu estava tentando mantê-lo seguro. Você saiu correndo
para fora da casa sem sapatos ou uma camisa ou uma arma. Você
poderia ter sido baleado ou esfaqueado!
O coração de Sergei inchou ao ouvi-la dizer que ela queria
protegê-lo. Mesmo assim, ela precisava ser mais cautelosa.
—Nós vamos colocar um celular pré-pago barato em seu
banheiro e mantê-lo conectado lá. Dessa forma, você sempre terá um
telefone para ligar para o 911, mesmo que você esteja se escondendo
atrás de uma porta fechada.
—Sério?
—Sim. — Após uma análise mais aprofundada, ele disse: —Na
verdade, nós provavelmente devemos converter esse armário no
quarto principal em um quarto do pânico. Poderíamos colocar uma
porta blindada...
—Sergei, isto é Houston, não um território devastado da Somália!
Eu não preciso de um quarto do pânico na minha casa.
—Toda casa precisa de um lugar seguro. — Ele respondeu.
—Sergei...
Ele fez um sinal para ela parar com a mão. —É tarde. Vamos
discutir o assunto amanhã.
Ela revirou os olhos, mas não discutiu com ele. —Tudo bem.
Vamos para a cama.
—Ainda não. —Disse ele empurrado a porta. Tocando o robe de
seda rosa, ele experimentou uma nova onda de ciúme. —Tire isso.
Seus olhos escuros brilharam com surpresa e emoção. —Você
está falando sério?
—Agora, Bianca.
Ela engoliu em seco e fez o que ele pediu. Depois de tirar o robe,
ela o entregou a ele. Sem ser convidada, ela tirou a camisola bonita
também. Quando ela a segurou em sua mão, ela não o deixou ir
imediatamente. Ele se perguntou se ela estava tendo dúvidas sobre sua
reação possessiva, mas ela parecia curiosa.
—Você quis dizer isso mesmo, Sergei?
—Dizer o que, milaya moya?
—Que você vai me levar para o casamento de Lulu e Corey?
—Nós estamos juntos agora, não estamos?
—Sim.
—Então vamos para o casamento juntos. —Ele respondeu
simplesmente. —Claro, eu provavelmente devo perguntar quem são
essas pessoas.
Ela sorriu. —Lulu é minha prima, e Corey é um dos amigos de
Perry. —A boca dele se fechou em uma linha nervosa. —Kevan vai
estar lá. Ele é um dos padrinhos de Corey, por isso, se isto for um
problema...
—Não vai ser um problema. Eu vou estar em meu melhor
comportamento. —Ele desenhou uma cruz sobre o coração. —
Prometo.
—Eu vou acreditar em você. — Ela lançou a camisola em sua mão.
—Então, e agora? Você vai rasgá-los e queimá-los?
—Não. — Ele fez uma pausa para reconsiderar a sua pergunta. —
Bem, definitivamente não vou queimá-los.
Ela riu suavemente. —Você é uma coisa, sabia disso? É apenas
uma camisola. Isso não significa nada.
—Isso significava algo para Kevan quando ele a deu para você. —
Até mesmo dizer as palavras, lhe deu azia. —Foi um presente especial?
—Ele me deu antes do Dia dos Namorados, logo antes de nós
terminarmos. Eu... Uh... Não estava pronta para essa etapa com ele e
ganhar a caixa com a bela camisola selou o negócio para mim. Eu sabia
que era hora de colocar um fim ao nosso relacionamento.
Saber que ela não tinha dormido com Kevan acalmou seus nervos
crus. Era uma reação completamente primitiva, mas ele não pôde se
segurar. Ele gostava de saber que ela tinha confiado nele mais do que
no policial.
Dando um passo à frente, Bianca acariciou seu peito. —Eu
realmente não queria ferir seus sentimentos, Sergei. Era apenas uma
bela camisola no fundo da minha gaveta. Só isso. Sinceramente, eu nem
sequer pensei em Kevan quando a peguei. Só pensei que poderia ficar
bonita em mim.
—E ficou. — Ele se inclinou e capturou sua boca. —De agora em
diante, eu compro todos suas coisas bonitas e sexys, ok? Se tiver mais
alguma coisa em seu armário ou gavetas, se livre delas também.
Ela desenhou uma forma em seu peito. —Eu devia estar
realmente irritada com esta sua raia possessiva.
—Mas?
—Eu meio que gosto disso.
—Mais ou menos?
—Ok. Eu realmente gosto disso.
—Bom.
Beijando-a novamente, ele bateu em seu traseiro gordo. Ela
saltou e pressionou os seios gostosos dela contra ele. Enquanto ele
massageava sua bunda, ela choramingava como um gatinho. Rompendo
com sua boca, ele sorriu e roçou seus narizes juntos.
—Vá lá para cima e espere por mim. Eu vou para dar-lhe uma
vantagem, enquanto desligo as luzes aqui embaixo.
—Por que eu preciso de uma vantagem? — Ela perguntou
ofegante.
—Assim, você pode pensar em uma maneira de... —Ele deu uma
chacoalhada nas roupas em suas mãos. — ...me compensar.
Com um grito de emoção, Bianca correu para cima.
Ainda empolgado com a adrenalina tão facilmente despertada
por ela, Sergei gemeu com a visão de seu corpo voluptuoso em direção
ao quarto. Rindo, pensando em quanta diversão eles iriam ter juntos,
Sergei apagou as luzes e verificou as janelas e portas novamente.
Parado na varanda, ele olhou para fora, para o quintal escuro. Seu
olhar se fixou na garagem em ruínas que de alguma forma parecia
ameaçadora. Aquele ladrão ainda estava lá fora. O que ele queria com
Bianca era um mistério, mas Sergei estaria condenado antes que ele
deixasse aquela aberração chegar perto dela.
As melhorias que ele tinha planejado colocar em ação a partir de
amanhã já não pareciam suficientes. Não eram apenas aqueles racistas
idiotas que representavam uma ameaça para Bianca. Era esse
desconhecido, sem rosto e sem nome que se refugiava na noite.
Sergei não podia decidir quem era mais perigoso.

Colocando um pé na frente do outro, Sergei seguiu Vivian ao


longo de sua rota de corrida matinal. Não muito atrás, Danila Cherevin,
um dos homens de confiança de Nikolai, seguia em um sedan preto.
Sergei pensava que a escolta era um exagero. Eles nunca tinham
encontrado quaisquer problemas durante a corrida, mas o chefe tinha
ordens muito específicas quando se tratava de guardar sua esposa. Ao
invés de arriscar a sua ira, ou a vida de Vivian, eles trabalhavam em
pares e faziam com que ela fosse intimamente assistida.
Embora tivesse certeza de que preferia fazer amor com Bianca do
que dormir, Sergei estava sentindo os efeitos dessa escolha esta
manhã. Não que ele quisesse ter mudado alguma coisa. Mesmo agora,
ele sonhava acordado sobre ter suas bolas coladas em seu calor úmido
e sedoso novamente. Apesar de sua noite ter começado com sua tímida
e insegura participação, ele havia terminado com Bianca fazendo o sexo
de forma confiante como uma deusa que ele sempre suspeitou que
estivesse dentro dela.
Deixando de lado esses pensamentos luxuriosos, ele se
concentrou no balançar do rabo de cavalo de Vivian. Normalmente, ele
estaria colado nela neste ponto na corrida. Embora Ivan o obrigasse a
correr como parte de seu regime de treinamento, Sergei sempre tinha
sido melhor em sprints curtos do que longa distância. É aí que Vivian se
destacava. Pequena e ágil, ela tinha feito cross-country e maratonas
desde a sua adolescência.
Mas hoje ela parecia estar perdendo o gás muito mais cedo do
que ele já tinha visto. Lembrou de sua última corrida. Seu ritmo tinha
sido ruim o suficiente para que ele a alcançasse no momento em que
atingiram o seu habitual ponto de descanso. Preocupado com ela,
Sergei aumentou sua velocidade.
Quando se aproximou, Vivian o deixou atônito quando ela saiu da
pista de corrida e correu em direção à lixeira mais próxima no parque.
Agarrando os lados da lata, ela fez um terrível som e começou a
vomitar.
Sergei se encolheu e colocou a mão na parte superior de suas
costas, esfregando entre suas omoplatas enquanto seu estômago se
esvaziava. Assim que ela se aproximava do fim da erupção, ela começou
a vomitar em seco violentamente. O som o fez estremecer com
simpatia. Tudo o que ela tinha comido no café da manhã deve ter feito
mal.
A menos que...
Ele rapidamente reuniu os sinais. Seu enjoo, a maneira como ela
não tinha tomado um copo de vinho com o almoço, seu horário de
dormir mais cedo, a superproteção de Nikolai, tudo isso se encaixava
para formar um resultado muito claro.
—Hey! Ela está bem? — Danny correu pela grama verde para se
juntar a eles no banco perto da árvore. Em suas mãos, ele segurava
uma garrafa de água e um pacote de lenços umedecidos. — Aqui.
Pensei que ela pudesse precisar deles.
Sergei abriu a tampa da água e colocou a garrafa em sua mão.
—Aqui, querida. Pegue isso.
Ela aceitou a garrafa e enxaguou sua boca antes de tomar alguns
goles lentos. Danny entregou-lhe um par de lenços umedecidos que
Sergei usou para limpar seu rosto e a parte de trás do seu pescoço.
—O carro está bem ali. —Danny apontou para o local onde ele
tinha ilegalmente estacionado. —Devemos levá-la para casa.
Bebendo mais água, ela sacudiu um dedo.
—Eu preciso esfriar e caminhar ou então vou começar ter cãibra.
—Eu não acho que seja uma boa ideia. Você está doente. Você
precisa ir para casa.
Ela franziu a testa para Danny.
—Eu não estou doente. Eu vou ficar bem.
Sergei franziu os lábios enquanto Vivian passava por eles e se
dirigia para a calçada.
Ele bateu no ombro de Danny.
—Pegue o carro, ande três quarteirões e espere por nós.
—Mas ela disse que não?
—Eu vou buscá-la e jogá-la em cima mim até chegarmos ao banco
de trás do carro. — Se afastando de Danny, Sergei correu em direção a
Vivian e finalmente a alcançou. Ela tinha suas mãos descansando em
sua cabeça enquanto caminhava.
Ele notou sua palidez pelas linhas desenhadas ao redor de sua
boca.
—Você deve entrar no carro e descansar. Você não tem que
provar nada, Vivian.
Ela olhou para ele.
—Você soa como Kolya.
—Ele está certo. Se você está grávida, deve ser cuidadosa.
Vivian parou em sua trilha e estreitou os olhos azuis brilhantes
nele.
—Ele te disse?
Sergei sacudiu a cabeça.
—Eu juntei as pistas. —Curioso, ele perguntou: — Por que o
sigilo?
Ela começou a andar novamente e ele acompanhou seu ritmo.
—Eu só queria algo que fosse nosso e só nosso por um tempo.
Sem ofensa... —Ela olhou para ele — ...Mas com você e Danny me
seguindo por toda parte, eu nunca conseguiria guardar qualquer coisa
para mim. Eu queria que isso fosse para nós e só nosso por algumas
semanas.
—Eu entendo. — Garantiu ele.
—E então, sabe, Erin e Ivan estavam prestes a se casarem, Benny
e Dimitri ainda estão à espera do seu bebê nascer. — Ela continuou. —
Eu não queria anunciar nossa notícia feliz e diminuir a deles. Eles
merecem ter seus momentos especiais em nosso grupo de amigos sem
terem que competir com a notícia de outro bebê.
Sergei não estava surpreso que ela estivesse pensando nos
sentimentos de Erin e Benny. Às vezes, ele temia que ela pensasse
demais nas outras pessoas. Considerando algumas das discussões que
ele teve com Nikolai sobre sua esposa, o chefe pensava a mesma coisa.
—Além disso... — Ela lhe tirou a palavra e parecia estar oscilando
entre completar seu pensamento ou manter para si mesma.
—Além disso? — Ele disse com cuidado, certo de que ela
precisava desabafar o que quer que a estivesse incomodando. Eles
tinham desenvolvido uma amizade bastante próxima e ele podia ler
facilmente hoje em dia.
Ela finalmente respondeu:
—Eu acho que Nikolai está tentando aumentar as defesas para
ter certeza de que estou protegida durante a gravidez. Tenho a
sensação de que ele está desconfortável com as consequências do que
aconteceu em janeiro. Eu quero manter esta tranquilidade tanto
quanto possível para que ele tenha tempo de fazer o que ele precisa
fazer.
Sergei não foi oficialmente informado sobre esse acordo entre o
casal, quando ele foi conversar com o patrão sobre assuntos
particulares, mas ele assumiu que Nikolai não disse tudo a ela. Vivian
era inteligente o suficiente para preencher a maior parte dos espaços
em branco. Com um pai como Romero Valero, um dos homens mais
infames e violentos do submundo, ela tinha aprendido sobre a
escuridão do mundo da maneira mais difícil. Quanto é que ela sabia
sobre os problemas com os Night Wolves até agora? Após a maneira
como os skinheads tinham espancado as duas dançarinas, ficou claro
que os Night Wolves sabiam que Besian e Nikolai estavam por trás da
prisão deles pelos assassinatos que Grisha tinha cometido. Será que
eles também suspeitavam que Vivian tinha sido a única a pôr as mãos
nas provas incriminatórias que fizeram com que os agentes federais os
atacassem e libertassem aquelas meninas traficadas?
De repente, o comportamento de Nikolai nas últimas semanas fez
sentido. Sergei não podia sequer imaginar quanto estresse o homem
vinha sofrendo tentando se certificar de que sua esposa e filho a nascer
estivessem a salvo. Após a agitação durante o inverno, Nikolai não
podia mais fingir que as pessoas que amava eram intocáveis. Grisha
tinha quebrado regras antigas. Todos temiam que pudesse em breve
ser aberta a temporada de caça às famílias dos homens que se
encontravam no submundo de Houston.
Uma visão inesperada de uma Bianca grávida passou diante dele.
Antes desse momento, considerar qualquer mulher grávida de seu filho
tinha o deixado em pânico. Ele sempre foi extremamente cuidadoso em
seus flertes para evitar exatamente esse resultado. Mas ele não podia
negar que havia algo estranhamente intrigante sobre partilhar tal
conexão com Bianca.
Podia imaginar seu doce rosto sorridente e sua barriga redonda e
alta. Aproveitando o devaneio, ele imaginou os dois largados no grande
e confortável sofá em frente à lareira. Ela teria a cabeça descansando
em seu colo, enquanto ele acariciava a curva de sua barriga e eles
conversavam sobre decorar um quarto ou sobre nomes de bebês.
Outro pensamento, este mais horripilante, o gelou. Um homem
com a cabeça raspada e tatuagens escuras atacando Bianca do lado de
fora de sua boutique de noivas. Grávida, ela seria muito desajeitada e
lenta para escapar. Seus olhos se fecharam brevemente e ele engoliu
em seco, engolindo a bile que ameaçava entrar em erupção em sua
garganta.
Deus! Não é de admirar que Nikolai tivesse estado no limite.
Sergei não estava nem perto de chegar a um ponto em que as partes
boas de seu sonho pudessem se tornar uma realidade, mas Nikolai
estava vivendo. Nikolai amava Vivian profundamente. Não havia
dúvidas de que ele amava o bebê que crescia dentro dela, muito. O
patrão deve ter estado se consumindo pela necessidade de manter os
dois seguros.
—Eu não vou dizer uma palavra a ninguém. Este segredo fica
aqui.
Ela sorriu agradecida.
—E quanto a Danila?
—Nós vamos dizer que era algo você comeu no café da manhã.
Ele não vai questionar. Mesmo que ele não acredite, ele sabe que é
melhor não dizer uma única palavra.
Ela assentiu com a cabeça.
—Eu confio nele.
—Nós vamos cuidar de você, Vivi. Você não precisa se preocupar.
Basta se concentrar no bebê e nós faremos o resto.
Vivian deslizou um braço em torno de sua cintura e abraçou.
—Olhe só você! Um grande russo, mole como marshmallow!
Ele bufou e puxou seu rabo de cavalo.
—Marshmallow, hein? Se eu sou assim tão mole, é melhor dizer
ao seu marido para retirar o dinheiro que ele vai apostar em mim em
um par de semanas.
Seu braço caiu de sua cintura.
—Será que Bianca sabe?
Sua mandíbula ficou tensa.
—Não. Eu não disse a ela ainda. Eu tenho o final de semana de
treino, mas vou dizer esta noite. Ela vai perguntar o que estou fazendo.
—Você precisa dizer a ela, hoje à noite.
—Ela não vai aprovar.
—Não, ela não vai. — Vivian concordou. —Mas ela realmente
gosta de você. Se for honesto com ela agora, ela pode processar seus
sentimentos antes do torneio. Ela vai querer estar lá com você.
—Nem no inferno! — Sergei sacudiu a cabeça. —Eu não a quero
nem perto daquele lugar.
— Ok, então, talvez não fisicamente, mas ela vai querer apoiá-lo,
especialmente considerando as razões pelas quais você luta. —Ela deve
ter visto o jeito que ele se mexeu, desconfortavelmente. —Sergei, você
contou a ela sobre sua mãe e seu irmão, certo?
—Eu os mencionei, sim, mas não entrei em detalhes. —Antes que
Vivian pudesse forçar sobre o assunto, ele a lembrou. —Você não me
disse que o irmão de Bianca foi morto por um cara com laços com
Nochniye Volki!
Ela revirou os olhos.
—Você não pediu detalhes. Se você quiser todos os horríveis
detalhes, você precisa falar com a menina que estava realmente lá
quando isso aconteceu.
Sergei não gostou de pensar em descobrir os segredos de Bianca
ou em pedir a ela para contar tudo, mas precisava ser feito. Eles
estavam no início de sua relação, mas com as bases necessárias para se
construir um relacionamento sólido, não um instável com mentiras.
—Eu vou dizer esta noite.
—Bom. —Eles caminharam em silêncio durante alguns minutos.
—Então, está indo tudo bem entre vocês dois?
Ele riu.
—Como se você não tivesse ligado ou mandado suas cinquentas
mensagens de textos por dia para perguntar!
Ela bateu no seu braço.
—Eu não mandei! Decidi ficar de fora disso.
—Me perguntando como tudo está indo?
—Perdoe por eu ser curiosa a respeito das minhas duas pessoas
favoritas.
—Tudo bem. —Disse ele com uma risada. —Está indo bem.
Estamos trabalhando nisso.
—Estou muito feliz em ouvir isso. Você dois ficam bem juntos.
—Eu gosto de pensar que sim.
O carro em marcha lenta de Danny apareceu, mas ele bateu no
ombro de Vivian para pará-la antes que chegassem mais perto. Ela
olhou para ele com expectativa.
—Sim?
Nervoso, ele esfregou as costas de seu pescoço e, finalmente,
conseguiu a coragem para perguntar uma coisa um pouco estranha.
—Aonde eu iria para comprar algumas coisas realmente
agradáveis, extremamente elegantes, como lingeries para Bianca?
Um sorriso divertido apareceu na boca de Vivian.
—Oooh! Isso parece emocionante!
Ele gemeu.
—Vamos, Vivian. Não tire sarro de mim.
—Eu não estou. — Ela deu um tapinha em seu braço. —Eu vou
levá-lo até minha loja favorita depois que nós tomarmos banho e nos
trocarmos. Eu tenho ido lá com Bianca, então sei que eles têm suas
medidas em arquivo. É um lugar muito bom. Você vai encontrar muita
coisa bonita para ela.
Considerando que Nikolai só permitia que Vivian comprasse o
melhor, Sergei sabia que teria coisas da melhor qualidade para Bianca.
Ele não tinha nenhuma dúvida de que ia ser escandalosamente caro,
mas ela valia a pena. Além disso, ele tinha prometido substituir a
camisola que tinha rasgado de seu corpo naquela primeira noite.
Depois daquela confusão com Kevan, ele nunca mais queria pensar em
qualquer outro homem quando ele estivesse arrancando dela aquelas
coisas de seda e babados que ela gostava de usar. Ele queria saber que
era algo que ele tinha escolhido especialmente para que Bianca usasse
para ele.
Enquanto ele guiava Vivian em toda a rua até o carro em marcha
lenta de Danny, ele se perguntava sobre essa possessividade
esmagadora que ele sentia por Bianca. Ele tinha tido muitas namoradas
antes dela e nunca tinha experimentado tal onda de ganância. Ele se
surpreendeu, considerando que tinha compartilhado mulheres na
cama, às vezes com outras mulheres e às vezes com outros homens, em
pelo menos meia dúzia de ocasiões. Ele não tinha sentido nem um
pouquinho de ciúmes durante esses encontros.
A ideia de deixar outra pessoa tocar Bianca do jeito que ele
gostava de tocá-la fazia seu coração se partir. Seus dedos se
enroscaram em punhos apertados. Inferno. Caralho. Não.
Lembrou-se de uma vez Ivan dizendo a ele sobre o momento em
que Erin tinha entrado em sua vida. Seu treinador e mentor confessou
que Erin o agarrou com um sorriso simples e fácil. Ivan jurou que sabia,
no momento em que ele limpou as lágrimas de seu rosto, que ela seria
sua sempre e para sempre.
Mas a reação intensa de Sergei em relação a Bianca o deixou
perplexo. Desde seu primeiro encontro quando era um jovem
adolescente e inocente até agora, ele só tinha sentido este nível de
posse com Bianca. Ele tinha saído com algumas mulheres bonitas, doces
e adoráveis ao longo dos anos, mas só Bianca o fez sentir desse jeito.
Lá no fundo, ele suspeitava que a resposta era bastante simples.
Na verdade, era uma palavra de quatro letras que ele nunca tinha
proferido a ninguém, exceto para sua família. Em vez de ficar com
medo ou pânico, a descoberta caiu em cima dele como um abraço
caloroso.
Bastante certo de que Bianca precisaria de muito mais tempo,
Sergei decidiu manter esta descoberta para si mesmo. Ele não se
atrevia a confessar a profundidade de sua afeição, ainda. Ela ainda era
muito arisca e forte para rejeitá-lo sem rodeios.
Coisas como estas não poderiam ser apressadas. Depois de
esperar cinco meses para que ela o deixasse entrar em sua vida, ele
poderia encontrar a paciência para esperar um pouco mais. Os últimos
dias tinham provado que Bianca valia bem a pena esperar.

Capítulo Nove

Verificando meu espelho retrovisor, desliguei a ignição e deslizei


para fora do meu carro. Olhei em volta do calmo e incrivelmente
privado bairro onde Vivian vivia. Eu esperava ver o sedan marrom ou a
caminhonete azul que jurei que tinha me seguido durante todo o dia,
mas a rua estava vazia. Decidi que a visita do gatuno tinha me colocado
nervosa e até paranoica, fui pela calçada e toquei a campainha.
Quando a porta esculpida se abriu para revelar Nikolai, eu sorri
nervosamente. Apesar de nunca ter sido nada além de gentil comigo,
ele tinha um ar intimidante. As mangas de sua camisa cinza estavam
enroladas até os cotovelos, revelando uma faixa de tatuagens que eu
nunca tinha visto. Duas delas eram semelhantes às marcas que
decoravam a pele de Sergei, mas eu suspeitava que Nikolai tinha dez
vezes mais do que o russo que aquecia meus lençóis.
Fazendo o meu melhor para não olhar para os seus braços, eu
encontrei seu olhar convidativo.
—Oi, Nikolai.
—Olá, Bianca. — Ele se afastou e fez um gesto em direção à porta
de entrada. —Por favor, entre. Vee está em seu estúdio. Ela está
esperando por você.
—Ótimo. — Eu passei por ele, mas não fui mais do que alguns
metros à frente dele. Ele provavelmente não teria se importado se eu
tivesse ido direto até o recentemente convertido espaço em estúdio,
mas eu não teria me sentido confortável ficando muito à vontade em
sua casa.
Depois que ele trancou a porta, Nikolai fez sinal para eu andar
com ele.
—Como está seu negócio?
—A temporada de casamento está em pleno andamento por isso
está uma loucura na loja.
—Estamos com o Samovar totalmente reservado com jantares de
ensaio e encomendas de buffet. Posso imaginar que sua programação
deve ser parecida.
—Eu prefiro estar trabalhando feito louca a estar implorando por
trabalho, entende?
—Oh, eu entendo.
A batida fraca da música eletrônica era ouvida através da porta
francesa fechada que selava o estúdio. Ele chegou até a maçaneta, mas
não a abriu imediatamente. Em vez disso, ele olhou para mim e
perguntou:
—Há quanto tempo você está tendo esse problema com o
ladrão?
Surpresa com o seu interesse, respondi:
— Apenas há algumas semanas. Por quê?
Seus ombros se mexeram despreocupadamente.
—Você é uma das melhores amigas da Vee. Ela se preocupa com
você, é importante para mim que as pessoas com quem ela se preocupa
estejam seguras.
—Oh. Bem... Obrigada.
Ele inclinou a cabeça em reconhecimento e bateu com suas juntas
contra a porta antes de abri-la.
—Vee? Bianca está aqui.
Ela apareceu com manchas de tinta nos dedos e uma blusa velha
suja de tinta seca. Girando uma faca de paleta, ela me acenou para
entrar.
—Ei! Estou quase terminando. Você quer me ajudar a limpar os
pincéis?
Eu emiti um risinho.
—Claro.
—Vee... — Nikolai falou com cuidado. —Eu vou cuidar disso para
você mais tarde. — Ele gesticulou ao redor do estúdio. —Os vapores,
solnyshko moyo.
Então, ele estava preocupado com os vapores de solvente de
tinta? Eu marquei outro X na minha lista de sintomas de gravidez. Agora
eu estava mais do que certa de que Vivi tinha um pouco de Nikolai
dentro dela.
Vivian colocou a mão suja de tinta em cima de seu marido parado
na porta em um gesto de amor.
—Tudo bem, Kolya. Vou deixar os pincéis para você.
Ele abaixou, beijou a bochecha dela e, em seguida, passou os
lábios ao longo da curva da garganta de uma maneira sensual, íntima.
Sorrindo para nós, Nikolai se afastou da porta.
—Bianca, você vai ficar para o jantar?
—Oh, eu não quero me intrometer.
—Você não vai. —Ele me assegurou. —Eu vou colocar um terceiro
lugar na mesa do jantar.
—E quanto a Sergei? — Vivian perguntou. —Ele está livre hoje à
noite?
—Não, ele vai ficar até tarde no ginásio. Ele me disse que ia fazer
um lanche com alguns dos caras do armazém.
—Você gostaria de um copo de vinho, Bianca? Eu ficaria feliz em
trazer um para você. —Nikolai ofereceu.
—Não, mas eu vou tomar um com o jantar. —Eu levantei um
dedo. — É meu único limite quando estou dirigindo.
—Menina esperta. —Disse ele e nos deixou.
Vivian segurou minha mão e me levou para o estúdio.
—Eu estou tentando terminar algumas peças novas para minha
exposição em Londres.
—Oh! Certo! — Depois de seu sucesso espetacular em janeiro,
Vivi tinha conseguido várias exposições com um importante benfeitor
no mundo da arte internacional.
Niels Mikkelsen, o bilionário dinamarquês colecionador de arte e
magnata, tinha amado sua arte e tinha feito contatos no exterior para
conseguir para ela um convite para mostrar suas peças em uma das
melhores galerias de Londres. Era uma enorme realização para ela, eu
não podia estar mais orgulhosa.
—Você vai vir?
—Para Londres?
—Sim.
—Ah...
—Vamos! Você sabe que você quer ir.
—Bem...
—Você e Sergei poderiam dar uma escapadela romântica. —Ela
sugestivamente balançou as sobrancelhas. —Vocês dois precisam de
um período de férias.
A ideia me tentou o suficiente para que eu não a descartasse
imediatamente.
—Nós vamos ver.
Sorrindo triunfante, ela abaixou os pincéis sujos em um recipiente
de plástico e colocou as tampas de volta nos tubos de tinta abertos.
Examinei as telas apoiada sobre os cavaletes. Inspecionando mais de
perto, percebi que ela estava reavivando antigas técnicas que eu não a
tinha visto usando desde o colegial.
—Você está usando técnicas mistas nesta coleção?
—Estou construindo a história das tatuagens nesta coleção e
fazendo a minha interpretação de tudo isso. —Ela segurou uma paleta
de cores. —Você sabe, esta minha vida bizarra e a posição do lado bom
de Houston com, bem, o lado mais obscuro da cidade. Parecia a coisa
certa me direcionar para algo mais corajoso, mais texturizado. —Ela
estudou suas obras. —Camadas, sabe? Na arte e na vida.
—Eu entendo. Eu gosto disso.
—Eu sabia que você iria gostar. — Ela sorriu para mim. —Então...
Me conta sobre Sergei.
Encostei na sua mesa de trabalho e brinquei com uma toalha de
papel.
—É realmente bom.
—Ouvi dizer que ele chutou sua porta. —Ela começou a rir. —Eu
teria gostado de ter visto seu rosto quando você viu a porta suspensa
sem suas dobradiças.
Eu não pude deixar de rir com ela.
—Ele fez tudo certo e substituiu a porta.
—E, correu atrás de seu ladrão na última à noite?
—Sim. Ele lhe contou sobre quase ser preso?
—Não! O que aconteceu? — Ela tirou sua blusa suja. —Eu deveria
estar preocupada?
—Não. Foi uma coisa estúpida com Kevan. Sergei estava
perseguindo o ladrão e eu liguei para o 911. Kevan era o oficial de
polícia mais próximo. Kevan não acreditou em sua história de modo que
algemou Sergei e levou para a minha casa para provar que ele era um
mentiroso. Honestamente, acho que ele provavelmente reconheceu
Sergei como um dos..., bem, funcionários de Nikolai. Kevan sabe que
sou sua amiga, então acho que ele estava tentando fazer um ponto
sobre Sergei ser o tipo de cara errado.
Ela me deu um olhar.
—Bem, isso é estranho.
—Você não tem ideia. — Eu decidi não dizer sobre como Sergei é
talentoso me despindo e fazendo amor comigo até que eu pensei que
fosse desmaiar. Eu percebi que ela não gostaria de receber os detalhes
das habilidades de Sergei como um amante, especialmente desde que
ela o considerava quase um irmão. —O que quer que Kevan estivesse
tentando fazer, não funcionou comigo.
Vivian veio até mim e pegou minha mão. Ela não disse nada, mas
parecia estar escolhendo as palavras com cuidado.
—Eu sei que é muito difícil para você quebrar sua regra. Eu
entendo e respeito suas razões para isso.
Querendo saber onde isso ia chegar, eu fiz uma careta.
—Eu sei que você respeita.
—E eu não vou ficar aqui e dizer que os homens de Nikolai são
diferentes dos homens que levaram seu irmão para longe de você. Eu
só vou dizer que Sergei é um dos melhores homens que eu já conheci.
—Ela ergueu a mão. —Ok. Sim, sei que ele cruza a linha de vez em
quando, mas eu sei que ele nunca cruzou essa linha.
—Mas ele fez tantas coisas ilegais. —Eu tentei mascarar meus
medos. — Como faço para ignorar isso?
Ela engoliu em seco.
—Aceito Nikolai por aquilo que ele é e pelo que não é. Eu o amo,
e estou disposta a seguir com ele, onde quer que isso nos leve.
—Você soa como Sergei. —Eu disse suavemente. —Ele diz que
temos de começar a nossa jornada aqui, onde estamos agora.
—E onde esta viagem está indo?
—Eu não sei, Vivi.
—Está tudo bem. — Ela apertou meu ombro. —Você ainda está
sentindo os parâmetros. É um relacionamento muito novo.
—É? — Falei em voz alta um pensamento que eu tinha tido
durante todo o dia. —Sergei e eu estamos dançando em torno disso
durante meses. Vamos ser realistas aqui. Eu estive obcecada por este
homem desde o primeiro momento em que o vi. O que eu sinto por ele
agora? Isso me assusta. É tão forte.
—Você diz isso como se fosse uma coisa ruim.
—É perturbador para mim.
—Então fale com Sergei. —Vivi sugeriu. —Ele é um bom ouvinte.
Eu converso em sua orelha durante todo o dia. Ele sempre dá bons
conselhos quando eu preciso.
—Sério?
—Sim. — Ela apertou minha mão. —Eu sei que Sergei parece
forte e assustador, mas ele é uma alma gentil. Se você quer que ele
saiba que você precisa de algum tempo, ele vai esperar por você.
—Eu já o fiz esperar por cinco meses por um único beijo, Vivi.
—E ele estava feliz por esperar. —Ela insistiu. —Ouça-me. Caras
como Sergei e Nikolai..., você sabe o que eles querem? Eles só querem
uma mulher forte, sexy e inteligente para que eles possam amar e
mimar. Se você acha que isso é algo que você pode querer...
—É. Só que... Ainda não.
—Então diga a ele.
—Eu vou.
Nikolai bateu na porta e colocou a cabeça dentro do estúdio.
—O jantar está pronto.
Sentar-me com o casal para jantar foi uma experiência agradável.
Eu não tinha ideia de que Nikolai cozinhava tão bem. Talvez eu devesse
ter suspeitado considerando que ele possuía um dos melhores e mais
populares restaurantes da cidade. Eu observei a maneira como ele
derramou meio copo de vinho para Vivian e do jeito que ela não o
tocou. Eu queria muito matar minha curiosidade, mas segurei minha
língua e não comentei sobre seu segredo.
Enquanto apreciava a minha sobremesa e uma xícara de café, eu
a peguei bocejando e decidi terminar a minha visita. Ambos
caminharam comigo para a porta, mas, na verdade, Nikolai saiu para a
calçada, quase como se ele quisesse ter certeza de que eu entrasse em
meu carro sã e salva. Eu achei que era um pouco estranho, mas acho
que era por ele ser superprotetor.
Quando cheguei ao meu carro, olhei para a rua a frente e vi o
maldito carro marrom parado mais abaixo. Frustração brotou dentro de
mim. Que diabos?
Colocando minha bolsa no ombro, abandonei meu carro e
marchei para frente. Eu tinha tido o suficiente de esquisitos tentando
me assustar esta semana. Independentemente de quem cara era, ele
estava prestes a levar uma bronca minha.
—Bianca! — Nikolai chamou meu nome. —Pare! Volte!
Mas eu já estava na porta lateral do passageiro. Puta, bati duro
no vidro de lentes escuras.
—Hey! Idiota! Abaixe essa janela agora mesmo!
Em vez de baixar a janela, a porta do lado do motorista se abriu, e
a última pessoa no mundo que pudesse esperar, saiu. Era Eric Santos,
primo de Vivian e um detetive que se especializou em gangues de
Houston.
—Eric? — Eu gaguejei seu nome com a surpresa.
Ele ofereceu um ligeiro sorriso.
—Eu prefiro a idiota.
Atordoada, eu perguntei:
—O que você está fazendo aqui?
O olhar de Eric deslizou para Nikolai que finalmente havia
chegado até nós.
—Eu estou a negócios.
Olhei para Nikolai e imediatamente reconheci sua expressão
tensa. Havia alguma história antiga e muito complicada entre estes dois
e eu realmente não queria pisar no meio disso.
—Santos.
—Nikolai.
Com um suspiro agravado, Nikolai disse:
—Santos, eu deixei claro várias vezes que você é bem-vindo em
minha casa.
—Sua casa, hein?
A boca de Nikolai se apertou.
—Nossa casa.
—Uh-huh.
—Você não tem que se esconder na minha rua cada vez que
quiser visitar Vee.
—Sua rua? — Eric olhou para cima e abaixo da estrada. —Eu
tinha a impressão de que estas ruas pertenciam à cidade de Houston.
Nikolai não respondeu essa. Em vez disso, ele disse:
—Vee gostaria de ver você. Já faz algumas semanas desde que
vocês almoçaram juntos. Você deveria ir lá e dizer Olá.
Eric parecia querer dizer sim, mas ele balançou a cabeça.
—Eu não posso. Estou de serviço.
—Em frente da minha casa?
—Não. Eu não estou em frente da sua casa.
Se ele não estava de olho na casa de Nikolai, então quer dizer...
O olhar de Nikolai foi para mim, um calafrio subiu no meu
pescoço. Com a boca seca, fiz a pergunta óbvia a Eric.
—Por que você está me seguindo?
Eric parecia estar pesando em suas palavras com muito cuidado.
—Eu tenho algumas preocupações com a sua segurança.
Meu estômago caiu.
—O que você quer dizer?
—Você teve uns relatórios múltiplos sobre um gatuno nas últimas
semanas. O aniversário de dez anos da morte de seu irmão está
chegando muito rapidamente. Depois do ataque a Adam Blake...
Ouvir o nome do assassino do meu irmão causou arrepios gelados
na minha espinha.
—Que ataque?
Agora era Eric que parecia chocado.
—Kevan não te disse? Eu tinha certeza de que...
—Ele não disse nada. — Traição atingiu meu peito. Por que Kevan
não tinha mencionado algo assim para mim? Isso era importante, e eu
precisava saber!
—Adam Blake foi atacado em uma luta no pátio da prisão. Eles
chegaram até ele com um canivete e quase foi eviscerado. Ele está mal.
Estão dizendo que ele não vai andar de novo e vai ter que usar uma
bolsa de colostomia pelo resto de sua vida miserável.
Se fosse qualquer outra pessoa, eu poderia ter sentido alguma
simpatia. Em vez disso, senti a sensação mais estranha de justiça. Talvez
fosse vingança. De qualquer forma, me senti bem por causa do
sofrimento que ele tinha feito para o meu irmão e por que ele havia
tirado da minha família. Lá no fundo, eu sabia que era errado me sentir
dessa maneira, que eu deveria mostrar alguma misericórdia e perdão,
mas eu simplesmente não conseguia.
—E daí? Você acha que alguns de seus amigos estão tentando me
assustar? —Isso não fez sentido para mim. Estreitando os olhos com
desconfiança, eu tentei obter mais informações. —O que não está me
dizendo, Eric?
Seu olhar aguçado se fixou em Nikolai.
—O prisioneiro que eles apontaram como o principal atacante
está vinculado com a tripulação albanesa.
—E daí? Eu não conheço nenhuma dessas pessoas.
—Não, você não conhece, mas o homem que está passando um
tempo em sua cama com certeza conhece.
Meus dentes cerraram instantaneamente com a insinuação
desagradável de Eric.
—Você seriamente vai me acusar de contratar um assassino?
—Adam Blake atirou em seu irmão a sangue frio na sua frente
quando você tinha 14 anos de idade, Bianca. Pessoas organizaram
visitas à prisão por muito menos.
A ira me queimou.
—Eric, fique feliz por ter um carro maldito entre nós. Caso
contrário, eu estaria batendo na sua cabeça com a minha bolsa por
dizer algo tão feio para mim.
Um lampejo de arrependimento cruzou seu rosto.
—Se vale alguma coisa, eu não acho que você teve alguma coisa a
ver com isso, mas os Night Wolves? Eles não vão ser tão indulgentes. —
Ele olhou para Nikolai novamente antes de se concentrar totalmente
em mim. —Você provavelmente não vai querer o meu conselho, mas
vou dar de qualquer maneira. Arranje um cachorro grande, uma arma e
um sistema de segurança. Inferno, contrate um guarda costas se puder
pagar. Mas o mais importante, Bianca: Fique longe de Sergei Sakharov.
—Você está certo, Eric. Eu não quero seu conselho. —Girando no
meu calcanhar e ainda chateada com ele por me acusar de arranjar um
assassinato, eu rosnei sobre meu ombro. —E pare de desperdiçar os
dólares dos contribuintes me seguindo. Vai procurar os verdadeiros
criminosos.
—Como aquele que tem andado em seu carro?
Eu não podia acreditar que ele teve a coragem de me dar esse
tiro de despedida. Para seu crédito, Nikolai não mordeu a isca. Ele
acompanhou meus passos e manteve o olhar fixo para frente. Quando
chegamos ao meu carro, destranquei a porta, mas não deslizei para o
banco do motorista. Com a mão na porta, me virei para o marido da
minha melhor amiga e tentei fazer uma leitura sobre ele. Ele era
impossível de se decifrar.
—Você sabia?
—Sobre o ataque a Adam Blake? Sim.
—Por que você não me contou?
—Eu assumi que o seu advogado ou que seu ex-namorado policial
tivesse dito a você. Parecia improvável que você não ouvisse sobre isso
através de seus próprios funcionários.
—Bem, eu não.
—Eu sinto muito, Bianca. Eu posso ver o quão abalada você está.
Ele parecia sinceramente chateado por mim.
—É por isso que você me perguntou há quanto tempo o ladrão
estava aparecendo?
—Sim. Eu estava preocupado que os nochniye Volki, desculpe,
que os Night Wolves iriam tentar prejudicá-la.
—E Sergei? Será que ele sabe sobre Adam Blake? —Pensar que
Sergei manteria algo assim de mim fez meu estômago dar nó.
—Não. Na verdade, ele nem sabia que você tinha laços com a
tripulação dos skinhead até ontem. Ele ficou muito surpreso e
perturbado com isso.
O nó no estômago se afrouxou um pouco. Pelo menos Sergei não
estava mentindo para mim.
—Perturbado? Por quê?
Nikolai tamborilava os dedos sobre o teto do meu carro.
—É uma situação complicada, Bianca, e que, francamente, estou
desconfortável em explicar os detalhes para você. Tudo o que posso
dizer é que ela se liga com o sequestro de Vee no ano passado. Eles
estão fazendo as coisas difíceis para alguns dos meus parceiros de
negócios...
—Você quer dizer sobre aquelas dançarinas que Sergei teve que
ajudar?
Nikolai não parecia satisfeito com a minha interrupção.
—De certa forma, sim.
Eu estava empurrando minha sorte tentando obter mais
informações, mas decidi jogar o cuidado para o vento e ser intrometida.

—E sobre os albaneses? Eles estão realmente por trás do ataque


a Adam?
—Não. — Havia um ar de finalização em sua resposta. Movendo
sua parte superior do corpo, Nikolai levantou a mão. Nesse momento,
um par de faróis apareceu na nossa direção. Engoli em seco quando
reconheci a forma do veículo, o caminhão azul acinzentado que tinha
estado me seguindo.
—Sim. —Disse ele suavemente. —Sergei se preocupa que os
skinheads saibam que um dos meus homens de maior confiança está
namorando uma garota como você.
—Como eu? Oh. — Fiz um gesto em direção ao meu rosto. —
Você quer dizer uma garota negra, hein?
A contração em seu rosto me disse que eu tinha batido o prego
direto na cabeça.
—Esse tipo de coisa não interessa a ninguém na minha família,
você entende? São aquelas pessoas. Não nós. Mas, sim, a sua raça
torna esta uma situação complicada. Você é o alvo perfeito para a
retaliação por causa da sua cor de pele e por causa de sua história com
Adam Blake.
Olhei para os faróis brilhantes.
—E daí? Sergei colocou alguém na minha cola?
—Você é tudo para ele, Bianca. Ele quer protegê-la e garantir a
sua segurança. Ele não pode estar com você durante o dia, porque está
cuidando da coisa mais preciosa do mundo para mim, por isso ele
escolheu homens de sua confiança para olhar por você.
Eu não sabia se ficava tocada por ele estar tão preocupado com
meu bem-estar ou chateada por ele não ter dito nada disso para mim.
—Ele devia ter me contado. Eu os vi me seguindo. Ambos os
veículos. —Acrescentei e olhei para trás em direção ao sedan de Santos.
—Isso me assustou.
—É melhor estar apavorada do que machucada, Bianca.
—Eu acho que você tem razão.
—Depois do que passei de quase perder Vee? —Ele balançou a
cabeça com veemência. —Eu prefiro meus homens arriscando a ira das
suas mulheres do que deixá-las vulnerável.
Pensando no que Vivian tinha sobrevivido e que meu irmão não
tinha, eu a contragosto admiti para mim mesma que Nikolai estava
certo.
—Escute, Nikolai, não vamos dizer a Vivian sobre isso, ok? —
Olhando para trás em direção à casa, eu disse: —Eu fico feliz por ela
não ter me visto correndo pela a rua como uma senhora louca. Se ela
tivesse, tenho certeza de que ela teria saído aqui para investigar.
—Por que você não quer que eu diga a Vee sobre isso?
—Eu não quero que ela se preocupe comigo, especialmente em
sua condição.
Seus olhos se arregalaram um pouco.
—Sua condição? Ela te disse?
—Não. Eu adivinhei. Depois que ela me pediu para alargar o
vestido de dama de honra, eu tive minha suspeitas. —Ousando tocar
seu braço, prometi: — Eu não vou contar a ninguém. Eu acho que vocês
dois têm uma razão para mantê-la tranquila.
—Nós temos. Eu aprecio sua discrição, Bianca.
Fiz um movimento como se estivesse fechando meus lábios.
Então, com um sorriso provocante, acrescentei:
— Vou até mesmo praticar meu rosto surpreendido para quando
vocês dois fizerem o anúncio.
—Eu tenho certeza de que você vai. — Ele me deu um abraço. —
Obrigado, Bianca. Você deve ir para casa. Fique segura, por favor.
—Eu vou.
Nikolai deu a volta no meu carro e pisou na calçada onde ficou
até que eu virei a esquina e ele desapareceu do meu retrovisor. O
caminhão dirigido por minha babá me acompanhou de perto, atrás de
mim. Sem dúvida, Santos avançava atrás do caminhão. Meu cérebro
trabalhou horas extras para desembaraçar a bagunça que tinha criado
para mim mesma. A retaliação da família de Adam Blake à quadrilha
racista Night Wolves não poderia ser evitada, mas Sergei? Oh, isso era
tudo minha culpa.
Se eu quisesse manter Sergei na minha vida, estes tipos de
episódios seriam provavelmente mais frequentes. Será que eu poderia
lidar com isso? Eu queria aceitar? Aquelas eram as verdadeiras
questões que eu precisava responder.
Uma coisa eu sabia com certeza. Sergei tinha um inferno de um
monte de explicações a dar.
Capítulo Dez

Com as pernas pesadas e cansadas, Sergei deslizou para fora de


seu SUV e esticou os braços lá no alto. Ele fez uma careta para o ligeiro
puxão em suas costas e silenciosamente admitiu que talvez o seu
treinador Paco estivesse certo sobre suspender as atividades no quarto
até após o torneio. Não que ele fosse ouvir, é claro. Até que Ivan
retornasse de sua lua de mel e colocasse um freio no pau de Sergei
antes das lutas, ele tinha toda a intenção de aproveitar cada minuto
que tivesse com Bianca.
Ele pegou as sacolas da boutique cheias de lingerie sexys e a mala
de viagem que tinha embalado antes de trancar seu SUV. Depois de
verificar o portão, ele começou a andar até a casa, com seus tênis
esmagando o tijolo da calçada. Quando ele tinha entrado na rua de
Bianca, Sergei tinha dispensado os dois caras que ele havia contratado
para protege-la. Ele não tinha ouvido um pio deles durante todo o dia, o
que ele tinha assumido que tudo tinha ido bem.
É claro que, quando ele entrou na cozinha e ouviu Bianca batendo
gavetas, Sergei pensou duas vezes sobre essa suposição.
Ficando fora de sua vista, Sergei estudou Bianca. Com seu cabelo
em um coque bagunçado, ela usava um short de algodão pequeno e
uma camiseta folgada. Era a primeira vez em que ele a via usando um
look tão casual. Ela era deslumbrante em seus vestidos, que abraçavam
suas curvas e em suas camisolas femininas, mas havia algo
estranhamente sedutor sobre esse quase amarrotado lado dela.
Quando ela se abaixou para pegar uma colher que tinha caído,
Sergei teve que morder um gemido. Aquele short apertado desceu na
parte de trás o suficiente para que ele desse uma espiada na sua parte
inferior. Ele decidiu que esta noite ia tê-la exatamente assim, inclinada
com essa bunda doce pressionada contra suas coxas enquanto ele a
fodia forte e duro.
Ignorando a ereção pressionando a frente de sua bermuda, Sergei
entrou na cozinha e imediatamente chamou sua atenção. Franzindo a
testa para ele, ela disse:
—Ah, você está aqui.
Surpreendido pela sua saudação fria, ele não se aproximou.
Obviamente, ele tinha perdido algo enorme.
—O que está errado?
—Essa é uma boa pergunta, Sergei.
Ela jogou a colher que tinha deixado cair na pia, onde aterrissou
com um barulho alto e pegou uma limpa da gaveta. Sem poupar outro
olhar para ele, ela abriu o freezer e pegou um litro de sorvete.
Com o peito apertado e o corpo tenso, Sergei largou a mala e as
sacolas de lingerie. Ele cruzou o espaço entre eles e tirou o sorvete e a
colher de suas mãos, colocando-os no balcão de granito. Colocando as
mãos sobre seus ombros, ele olhou para baixo e perguntou
simplesmente:
— O que eu fiz para te machucar?
Ela agarrou a frente de sua camisa e olhou para ele com uma
expressão ferida, expressão que cortou seu coração.
—Por que você não me disse que estavam me seguindo? Por que
você não me disse sobre os problemas que você está tendo com os
Night Wolves?
Sua pergunta o chocou.
—Como você...?
—Eric Santos. —Ela o interrompeu. —O detetive primo da Vivi,
você conhece?
—Sim, eu conheço o detetive Santos.
Memórias do armazém e do homem que Nikolai e Kostya haviam
interrogado para obter informações sobre o desaparecimento de Vivian
passou diante dele. Essa foi a única vez em que ele tinha visto o
detetive cruzar a linha.
—Eric achou que eu precisava saber que Adam Blake tinha sido
atingido dentro do pátio da prisão e que sua facção criminosa racista
pode pensar que eu sou a única que pagaria por essa tentativa de
golpe.
—O quê? — O grito indignado de Sergei a fez pular para trás. Com
sentimento de culpa, ele acariciou o braço dela. —Eu sinto muito. Eu
não queria assustá-la.
Ela ignorou sua explosão e enfiou a colher no seu peito.
—Você deveria ter me dito que estava tendo problemas com os
racistas lunáticos! Eu tive que ir na internet para descobrir sobre a
dançarina que foi morta. Você não acha que eu precisava saber sobre
isso?
—Eu disse a você que não ia envolvê-la nessa parte da minha
vida, Bianca. Eu não acho que você precisava saber dos detalhes
horríveis da morte da mulher. —Com a mão no peito, ele jurou: — Eu
não sabia sobre o ataque a Adam Blake. Eu só sabia que os Night
Wolves estavam vindo atrás de nós como retaliação, eu estava
preocupado com você. Eu coloquei dois homens te vigiando por
excesso de cautela.
—Sim, bem, eles precisam praticar suas abordagens furtivas. Eu
notei que estava sendo seguida por dois veículos diferentes hoje. Um
caminhão e um carro. —Ela esclareceu. —Quando saí da casa de Vivi
hoje à noite, vi um carro parado do outro lado da rua e fui investigar.
Foi quando Eric saiu do carro e decidiu me encher com toda esta
loucura.
—Você fez o quê? — Indignado por ela ter colocado em risco sua
vida, ele segurou seu rosto. —Nunca mais faça algo assim novamente!
Você me entendeu? E se não tivesse sido o detetive? E se tivesse sido
um desses idiotas racistas com uma arma visando seu peito?
—Bem, eu não sabia que deveria estar atenta a eles, sabia? —Ela
jogou de volta para ele e bateu no seu peito com a colher. —Eu pensei
que devia estar atenta ao ladrão perseguidor e assustador.
—Mesmo que fosse o seu perseguidor, você não deveria ter
tentado confrontá-lo, Bianca. Não era seguro.
—Nikolai estava bem atrás de mim. Ele não deixaria nada
acontecer a mim.
—Por mais que eu quisesse que Nikolai fosse infalível, ele não é.
Você parece estar se esquecendo de que eu estava lá na noite em que
Nikolai e Vivian foram atacados. Mesmo com uma arma para se
defender e todos seus guarda costas nas proximidades, Nikolai ainda
perdeu Vivian. Eu tive que assistir esses monstros tirarem Vivian e a
jogarem em um SUV, sabendo que não havia nada que pudesse fazer
para ajudá-la.
Ela deve ter ouvido a culpa em sua voz, porque sua raiva pareceu
diminuir. Ela arrastou a ponta dos dedos suaves ao longo de sua
mandíbula. Buscando seu calor e conforto, ele baixou o rosto e
esfregou sua bochecha.
—Isso não foi culpa sua, Sergei.
—Ele confiou em mim para protegê-lo e para proteger Vivian. Eu
falhei com eles naquela noite. Eu não vou falhar novamente. —Ele
colocou os dedos em seu cabelo espesso e preto, inclinou a cabeça para
trás o suficiente para provocar a boca na dela. —Eu não vou permitir
que você seja prejudicada. Custe o que custar, Bianca, vou mantê-la a
salvo.
Ela se derreteu nele e permitiu que ele tivesse o beijo que ele
tanto queria. Quando terminaram, ela bateu no seu peito e suspirou.
—Eu acho que nós precisamos conversar.
As palavras colocaram medo em seu coração. Era isso? Era este o
momento em que ele estava temendo? A experiência de hoje tinha a
ajudado a lembrar de todos os motivos que ela tinha para não ter nada
a ver com ele? Uma bola invisível formou em sua garganta e ameaçou
sufocá-lo. Ele tentou engolir, mas não conseguiu. Com a boca seca e
coração acelerado, ele decidiu ser corajoso e levar logo o soco na porra
do queixo.
—Não, Bianca. Se é isso, se você está pronta para romper comigo,
apenas o faça. Não tente poupar meus sentimentos.
Ela não disse nada no começo. Ela simplesmente olhou para ele
com uma estranha expressão em seu rosto.
—Romper com você é provavelmente o mais inteligente a se
fazer, mais seguro para eu fazer.
Seu estômago doeu e ele cerrou os dentes. Ela foi direta. Ele não
podia discutir com ela sobre isso.
—Mas eu não vou fazer isso.
Seus batimentos cardíacos aceleraram quando essas palavras o
acertaram. Finalmente ele foi capaz de engolir, e limpou a garganta.
—Não?
—Não. — Ela sorriu para ele e bateu no seu peito com a colher
novamente.
—Vamos tomar sorvete e conversar.
—Eu não posso. — Por causa de sua carranca, ele
apressadamente explicou: — Eu não posso tomar sorvete. Tenho que
comer o mais saudável possível até as lutas.
—Lutas?
Balançando a cabeça, ele pegou o pote de sorvete de baunilha em
uma mão e agarrou seus dedos na outra.
—Você disse que precisamos conversar, então vamos conversar.
Ele a levou até a mesa de madeira e deu um tapinha na
superfície.
—Sente aqui.
Ela lançou um olhar de consternação.
—Sergei, nós não vamos fazer isso agora.
Ele bufou com diversão e golpeou seu traseiro.
—Isso não é o que eu quero agora. Mais tarde? Faremos o que eu
quiser.
—Tudo o que você quiser, não é?— Ela franziu os lábios com
irritação, mas não havia como ela esconder o vislumbre de emoção em
seus olhos.
Certo de que ela gostava de ser mandada por ele, ele apontou
para a mesa.
—Sente-se. Agora.
Depois de sua ordem, ela mexeu sua bunda gorda e deslizou para
a mesa. Ele arrastou uma cadeira e a colocou na frente dela. Seus pés
delicados, com as unhas pintadas no mais brilhante tom de laranja,
repousavam sobre suas coxas. Ele tirou a tampa do pote de sorvete de
baunilha e pegou a colher de sua mão. O delicioso aroma o tentou, mas
ele planejava comer algo ainda mais saboroso mais tarde.
Mergulhando a colher no cremoso sorvete de baunilha, ele reuniu
uma pequena quantidade e levantou para sua boca.
—Abra.
Uma de suas delicadas sobrancelhas se levantou com surpresa.
—Você realmente vai me alimentar?
—Sim, eu vou realmente.
Ela riu e se inclinou para pegar a colherada que ele oferecia.
Depois que ela engoliu, ela lambeu os lábios, aparentemente
inconsciente da imagem tentadora que ela estimulou com a simples
ação.
—Você é cheio de surpresas, não é?
Ele deu de ombros e passou a colher em todo o sorvete
novamente.
— O que posso dizer? Eu sou um homem complicado.
—Sim você é.
Ele a alimentou com outra colherada antes de exalar com
resignação.
—Quase seis anos atrás, meu irmão mais velho, Vitali, se
envolveu com um pessoal corrupto do governo. Ele sempre teve
grandes sonhos, sabe? Dinheiro, sucesso, poder, queria tudo, mas ele
não queria trabalhar por isso. Então ele pegou o caminho mais fácil e
terminou trabalhando como um intermediário entre uma gangue de
mafiosos e alguns funcionários do governo que queriam limpar dinheiro
sujo.
—Hum... Sua gangue de mafiosos? — Ela perguntou em voz
baixa.
—Não. — Foi a primeira vez em que ele tinha abertamente
confirmado para ela seus laços com a máfia. Não que ela não soubesse
desde sempre, claro. —Uma equipe rival que conhecia algumas pessoas
do nosso governo russo que eram consideradas terroristas.
—Jesus! —Ela sussurrou. —Isso soa perigoso.
—Era. — Balançando a cabeça, ele levou outra colherada de
sorvete para os lábios carnudos. —Vitya... —Ele usou o apelido de seu
irmão. —...Foi longe demais. Depois de uma situação com reféns que
correu mal, o governo rachou e os funcionários que ele havia ajudado a
lavar dinheiro foram apanhados em um arrastão.
—Oh, não.
—A gangue decidiu que ele era uma ponta solta que precisava ser
amarrada, então eles foram até seu apartamento para lidarem com o
problema, mas ele não estava lá.
Seu olhar preocupado o atingiu.
—Quem estava?
—Sua esposa e meus dois sobrinhos.
Ela colocou a mão na boca.
—Não.
Ao ouvir a palavra abafada, ele assentiu e rangeu os dentes.
Tentando segurar os sentimentos dolorosos que ameaçavam trazer
lágrimas aos seus olhos, ele asperamente pigarreou e continuou com a
história.
—Eu tive que identificar o que foi deixado deles. Foi...
Ela apertou sua mão e entrelaçou seus dedos. Inclinando para
frente, ela beijou sua testa.
—Baby, pare. Você não tem que fazer isso com você mesmo.
Foi a primeira em vez que ela utilizou um apelido carinhoso com
ele. De alguma forma, a doçura aliviou a dor dentro dele.
—Eu preciso te dizer tudo. Agora mesmo. Esta noite. Vamos
começar e terminar com isso.
—Tudo bem. — Bianca o beijou, tocando seus lábios nos dele
com pouca pressão. Ela acariciou a parte de trás de seu pescoço e, em
seguida, sentou para deixa-lo terminar sua história.
Ele colocou outra colherada do creme em sua boca.
—Antes que eu pudesse alcançar o meu irmão mais novo Vladimir
e minha mãe, eles já os tinham levado. Vitya tinha ido se esconder
como um covarde. Eu não sabia o que fazer, então chamei o único
homem que poderia me ajudar.
—Nikolai?
—Sim. — Ele ofereceu um pouco mais sorvete, mas ela balançou
a cabeça. Depois de colocar a tampa de volta na embalagem de sorvete,
ele explicou: — Nikolai e Ivan tinham sido um desafio em minha vida.
Eles tinham vivido em nossa vizinhança. Mantiveram as coisas calmas e
seguras. Quando saíram para Houston, o grande chefe Maksim se
certificou de que as coisas ficassem assim.
—Então você não foi sempre parte..., da família?
—Não. Eu fiquei de fora. Eu passei alguns anos no exército e fui
para a faculdade...
—Você foi para a faculdade? — Ela parecia surpresa. —É por isso
que você fala o inglês tão perfeito? Você terminou?
Ele balançou a cabeça.
— Eu estive perto, mas não terminei.
—O que você estudou?
—Eu queria ser um arquiteto. Agora, construção é o mais próximo
que vou chegar disso.
—Isso não é verdade. Você poderia voltar para a escola.
—É tarde demais para isso, Bianca.
—Não é, não.
Certo de que ela não ia deixar isso de lado, ele finalmente disse:
—Eu vou pensar sobre isso.
Ela não parecia muito convencida. Batendo em seu estômago
com o dedão do pé, ela perguntou:
— Então, você chamou Nikolai e....?
—Ele me enviou para ver Maksim. O velho estava procurando um
motivo para enfrentar a gangue e acabar com eles. Eu sabia que eles
estavam me usando, mas eu não tinha outra escolha. Eu já tinha
perdido três membros da minha família. Isso tinha que parar.
—O que você fez? — Sua voz era quase um sussurro. O medo em
seus olhos questionavam, o que ela pensava que ele fosse capaz de
fazer.
—Eu me vendi para Maksim.
—Você o quê?
—Os homens que prenderam a minha mãe e irmão concordaram
em um resgate, mas era demais para eu conseguir esse dinheiro. Então,
Maksim me comprou em troca do dinheiro e dos recursos para libertá-
los. Ele fez a transação e os trouxe de volta.
—Então você é como seu escravo? — Ela arregalou os olhos. —
Sergei, isso não é certo!
—Não é tão simples assim.
—Você pertence a Maksim. Ele é seu dono. É muito simples,
Sergei.
—Eu não pertenço mais.
Ela piscou.
—Espere. Espere. Você está prestes a me dizer que o marido da
minha melhor amiga é seu dono agora?
Sergei assentiu rigidamente.
—Depois que Maksim salvou a minha família, eu comecei
trabalhando para o velho. Era um típico executor no início, mas quando
ele me pediu para matar um homem e sua namorada que tinham
roubado dele, eu não pude fazer. Liguei para Nikolai e implorei por sua
ajuda.
—E ele o comprou?
—Minha dívida. —Ele a corrigiu. —Nikolai possui minha dívida
com a família.
Sem palavras, ela olhou para ele por um bom tempo. Ele não
sabendo o que dizer, manteve sua boca fechada e esperou. Finalmente,
ela pegou sua mão e arrastou para o seu colo. A ponta dos dedos
traçavam as velhas cicatrizes em seus dedos.
—Então, é por isso que você luta?
—Sim.
—Para pagar a sua dívida?
Ele assentiu com a cabeça.
—E para arrecadar dinheiro para trazer a minha mãe e meu irmão
para cá.
Ela suspirou e balançou a cabeça. Ela queria dizer alguma coisa,
mas não o fez. Em vez disso, ela perguntou:
—E quanto a seu irmão mais velho? O que aconteceu com Vitali?
—Eu não pude salvá-lo. A outra gangue o pegou e o mataram.
—Eu sinto muito, Sergei. Isso é... É terrível. —Ainda assim,
segurando sua mão, ela disse: — Eu acho que é a minha vez, né?
—Você não tem que me dizer se você não estiver pronta.
—Eu estou pronta para lhe dizer. Foi realmente estúpido. —Ela
olhou para o teto e piscou rapidamente. —Mesmo depois de todos
estes anos, eu não posso acreditar que perdi meu irmão por causa de
uma caixa de doces.
Ele franziu o cenho.
— Eu não entendi.
—Nós não estamos juntos tempo suficiente para falar de
dinheiro, mas eu sou uma bonita menina econômica.
—É por isso que está tentando fazer o trabalho com a casa
sozinha? Porque, Bianca, não é muito econômico ter que pagar um
profissional para entrar e consertar tudo uma segunda vez.
—Sim, eu estou muito consciente disso. Algumas das coisas por
aqui que eu queria tentar fazer era uma forma de provar que eu podia
fazer tudo sozinha.
Reconhecendo essa raia teimosa e independente dela, ele deu
um beliscão na sua coxa.
—Você não tem que provar nada para mim ou a qualquer outra
pessoa. Está tudo bem em pedir ajuda.
Ela o beliscou de volta.
—Eu estou começando a descobrir isso.
—Bom.
—Eu não quero que você pense que eu estou quebrada ou sei lá
mais o quê. Na verdade, estou bastante confortável e tenho poupança,
fundos e aposentadoria. —Ela encolheu os ombros. — Eu só não vejo
motivo em gastar dinheiro em coisas que eu posso fazer ficar mais
barato. Como meu carro. —Disse ela e fez um gesto para trás. —Ele
tem dois anos e tem menos de 10.000 km rodados, mas o comprei por
uma pechincha. Eu tenho uma casa adquirida em um leilão, livre de
impostos e por um preço absurdamente baixo. A mesma coisa com a
minha roupa. Eu faço um monte de vendas rápidas dos projetos on-line.
Ele não tinha ideia do que era uma venda rápida. Juntando os
vislumbres do que ela havia dado a ele, ele tinha um palpite sobre a
tarde que tinha mudado sua vida.
—Você não quis pagar os preços exorbitantes dos doces no
cinema então você pediu a seu irmão que parasse na loja de
conveniência?
—Sim. Isto foi alguns anos antes da Mama mudar a loja para sua
nova localização. A antiga loja ficava a poucas quadras de uma grande
loja de conveniência. Perry e eu paramos para comprar doces e
bebidas. Fomos aos fundos da loja, perto dos coolers, quando nós
ouvimos o barulho desses caras rudes entrando.
—Quantos?
—Três. —Disse ela e seus dedos estavam apertando a mão dele.
—Eu não vi um com uma arma no início. Eu só vi dois com bastões de
beisebol. Eles estavam estraçalhando lugar, derrubando as prateleiras e
quebrando as vitrines. O Sr. Mirwani estava gritando com eles. Sua
esposa estava se escondendo atrás do balcão e chamando a polícia.
Perry notou que a porta que dava para o almoxarifado estava aberta,
então ele me empurrou para dentro e foi assim que eles nos viram.
Sergei poderia dizer que ela precisava de algum encorajamento
para terminar, então ele curvou sua mão contra o pescoço dela e
esfregou o polegar para cima e para baixo ao longo da veia que pulsava
loucamente lá. Em breve, ele planejava acelerar seu coração com algo
muito melhor e prazeroso.
—O que aconteceu depois?
—Aquele que não tinha um taco de beisebol nos perseguiu. A
porta que dava para o beco estava trancada, e eu não pude abri-la
rápido o suficiente. Perry e o cara Adam Blake começaram a lutar. Meu
irmão caiu com força. Adam estava de costas para mim, então eu
peguei uma vassoura e acertei na parte de trás da sua cabeça.
Ela parou e fechou os olhos. Uma única lágrima escorreu pelo seu
rosto. Sergei se angustiou por ela, então ele deslizou para um pouco
mais perto. Ele a abraçou e limpou a umidade brilhante de seu rosto.
—Vá em frente, Bianca.
—Então, eu agarrei a mão de Perry e tentei tirá-lo do chão, para
que pudesse correr, mas ele estava muito mal e atordoado. Adam
levantou-se primeiro e me empurrou para uma pilha de caixas. Eu caí e
então ele estava em cima de mim. Ele colocou as mãos no meu pescoço
e começou a me sufocar, então eu agarrei seu rosto e arranhei sua
bochecha e pálpebras. Foi quando ele me bateu.
A mandíbula de Sergei se apertou tanto que por pouco seus
dentes não se estilhaçam.
—Mas então Perry o tirou de cima de mim e eles começaram a
brigar novamente. Era uma bagunça e tudo foi acontecendo tão rápido.
—Ela esfregou a testa. —Perry levou outro soco e caiu no chão. Quando
vi que Adam estava prestes a bater na cabeça de Perry, eu pulei em
suas costas. Estávamos ambos batendo e girando e gritando. De alguma
forma acabei contra a parede. Ele bateu minha cabeça para trás e
quebrou meu nariz e lascou o meu dente.
Manchas vermelhas nublaram a visão de Sergei. Se Adam Blake
não tivesse trancado na prisão, ele teria matado o homem por ferir
Bianca.
—Ele se afastou de mim e eu caí no chão. Eu não sabia que ele
tinha uma arma enfiada na parte de trás de sua calça jeans até que ele
se afastou de mim, ela caiu. Eu não sei o que estava pensando. Gostaria
de nunca disparar uma arma na minha vida, mas eu pulei até ela.
—E?
—Ele a alcançou primeiro. Ele me chamou... Ele disse algo
realmente terrível e a apontou para minha cabeça. Eu fechei meus
olhos.
Ela os fechou agora, no presente, como se revivesse a lembrança.
—E então eu ouvi Perry gritando meu nome. Ele pulou entre nós
e levou a bala bem no peito.
Seus olhos se abriram. O brilho de lágrimas o encheu de tristeza.
Ele desesperadamente tentou consolá-la.
—Lyubimaya.
Ela fungou ruidosamente enquanto limpava seu rosto com a parte
inferior da camisa.
—Perry caiu em meus braços. Adam apenas olhou para mim. Ele
parecia atordoado. Era uma reviravolta completa para o viciado
sanguinário e pequeno bastardo que ele tinha sido. Em seguida, ele
correu para fora de lá. Não muito tempo depois, a Sra. Marwani correu
para o quarto e caiu ao meu lado. Eu não sabia disso na época, mas
Adam tinha atirado no marido dela no caminho para sair de lá. Ele
morreu instantaneamente.
Seus olhares se encontraram, o dela tão ferido e o seu tão aflito
pela perda que ela suportou. Por fim, ela disse:
— Nos filmes, eles sempre fazem da morte um momento nobre,
sabe? Não é como na vida real. Perry não disse nada. Ele apenas se
agarrou a mim, enquanto ele se engasgava e chiava. Seu sangue
derramava sobre as minhas pernas e embebia meu vestido. Ele não
disse: adeus ou suas últimas palavras. Ele apenas engasgou... E foi isso.
Esse foi o fim da vida do meu irmão.
Ele começou a dizer que sentia muito por sua perda, mas as
palavras não iriam tirar sua dor. Fazia tantos anos desde o assassinato
de Perry que os dias para oferecer condolências estavam muito longe.
Em vez disso, ele traçou seu polegar ao longo da maçã de seu
rosto e perguntou:
—Qual é a sua memória favorita do seu irmão?
Surpresa passou pelo seu belo rosto.
—Eu não sei. — Ela considerou sua pergunta. —Talvez a vez em
que ele me convenceu a ir acampar com ele.
—Você? Acampando? — Ele não estava acreditando. —Onde
você colocou todos seus produtos de cabelo, maquiagem e roupas?
De brincadeira, batendo em seu braço, ela riu.
—Sim, eu sei. Eu odiei a maioria disso. Ele queria ir para sua velha
escola com uma tenda e sacos de dormir. Foi uma lástima, mas de
alguma forma acabei adorando. Foi uma das últimas vezes em que
ficamos juntos e um dos melhores fins de semana da minha vida.
Feliz em vê-la sorrindo novamente, ele segurou alguns fios soltos
do cabelo dela em torno de seu dedo.
—Diga o que mais o detetive Santos disse a você?
—Ele disse que os Night Wolves acham que eu poderia ter
contratado um prisioneiro para atacar Adam Blake. Aparentemente,
este presidiário está vinculado a algumas pessoas da gangue Albanesa.
Sergei facilmente conectou os pontos.
—E, porque eu estou com você, eles pensam que você me usou
para ordenar um ataque. —Seu intestino se torceu. —Merda.
—Sim. Eu perguntei a Nikolai se os albaneses estavam por trás do
ataque, mas ele disse que não.
Ele não achava que Nikolai tinha alguma razão para mentir para
ela.
—Então ele deve saber quem ordenou o ataque e por quê.
—Eu imagino que sim.
—Bianca... —Ele falou com cuidado. — Nós temos que ser
extremamente cautelosos até que este assunto se resolva. Você pode
continuar a trabalhar, mas tem que me prometer que não vai a lugar
nenhum sem mim ou os homens que contratei para proteger você. —
Antes que ela pudesse protestar, ele colocou o dedo na boca dela. —
Por favor, Bianca, não lute contra mim por isso. Deixe-me mantê-la a
salvo.
Ela tirou a mão de seus lábios.
—Eu não ia lutar com você. Eu estou lamentavelmente afundada
nisso. Eu preciso de sua ajuda. —Em seguida, com aquela boca sexy
dela, ela acrescentou: — Mas talvez você pudesse dar a esses dois caras
que estão me seguindo um curso de reciclagem.
—Querida, eles vão receber mais do que um curso de reciclagem
quando eu conseguir falar com eles de manhã. —Ele ainda estava bravo
além da medida pelo fato do homem não ter mandando nem uma
mensagem de texto ou feito uma ligação sobre o encontro de Bianca
com Santos.
Olhando fixamente para as mãos entrelaçadas, ela perguntou:
— Quando você vai lutar de novo?
Ele gostou da visão de seus dedos entrelaçados. Seus pulsos nus
inspiraram pensamentos em joias. Ela precisava de algo delicado e em
ouro para decorá-los. —Na primeira semana de junho. É um torneio
que dura duas noites.
—Há torneios?
—Todos os anos, os chefes nos juntam para fazerem um torneio.
É uma maneira de introduzir novos lutadores e pontuá-los para futuras
apostas.
—Você só terá que lutar duas vezes? Uma vez a cada noite?
Sergei podia ouvir o medo em sua voz.
—Vou lutar quatro vezes se eu ganhar.
Bianca acariciou sua articulação com o polegar.
—Pelo que ouvi, você nunca perdeu.
—Eu nunca perdi. É por isso que sou tão valioso.
—Você não é um cavalo de corrida, Sergei. Você é um ser
humano. Eles não deveriam fazer dinheiro com você desse jeito.
Tocado por suas palavras, ele admitiu:
— Eu ganho dinheiro com isso, também.
—Para pagar a sua dívida mais rapidamente?
—Não, para trazer Vladimir e minha mãe para cá. O último
advogado não funcionou muito bem. —Ele não quis entrar em detalhes
de como mal a experiência tinha terminado. —Eu preciso do dinheiro
para pagar um novo advogado de imigração, vistos e....
—Há maneiras mais fáceis do que ficando se matando em uma
gaiola, Sergei.
—Mais fáceis, sim, mas o dinheiro não é tão rápido. Eu estou
cansado de esperar. Eu quero minha família aqui o mais rápido possível.
—Eu não gosto disto.
—Eu não esperava que você gostasse.
—Então o quê? Você quer que eu fique em um canto, torça por
você enquanto rezo para que você não se mate?
—Eu não vou ser morto e eu não a quero lá também. Lá nas lutas,
não é o lugar para uma mulher como você.
Ela arrastou o dedo em seu peito.
—Uma mulher como eu, hein? Que tipo de mulher é essa?
A energia sexual entre eles cresceu. Gostando do rumo em que
sua discussão estava tomando, Sergei deu beijos ao longo da pele dela
exposta do pescoço e mandíbula.
—Maravilhosa. Sexy. Elegante.
—Continue. —Disse ela com um sorriso em sua voz.
Ele chupou duro na curva de sua garganta e um pouco para baixo
suavemente. Seu pau pulsava com seu suspiro animado.
—Se eu continuar assim, vamos acabar fodendo na porra desta
mesa.
Um brilho malicioso iluminou seus olhos.
—Você diz isso como se fosse uma coisa ruim.
Sorrindo, ele se levantou e caminhou em direção à sua mala para
pegar alguns preservativos extras que tinha guardado lá em vez de
correr até o andar de cima para pegar um. No momento em que ele
tinha agarrado o que precisava, Bianca tinha se despido e estava
empoleirada como uma ninfa erótica sobre a mesa de madeira. Seus
mamilos estavam pesados, ele a empurrou de volta à mesa para que
pudesse ter um melhor acesso aos lugares que ele mais queria tocar
com a língua.
—Sergei. — Ouvi-la gemer seu nome quando ele sugou seu seio,
fez suas bolas doerem. Ele chupou duro o mamilo, passando a língua
sobre o pico, em seguida liberou um para atacar o outro. Ela passou a
mão em seu couro cabeludo, suas unhas deslizando sobre sua pele
enviaram arrepios na espinha.
Molhado e franzidos, os mamilos estavam duros com a atenção
dada por ele. Ele apertou um e depois o outro antes de prendê-los com
força suficiente para fazer seus quadris pularem para fora da mesa.
—Devíamos furar eles. Pode imaginar um par de diamantes aqui
mesmo?
—Você está louco. — Ela assobiou quando ele beliscou o mamilo
um pouco mais forte do que o habitual. —Não vai acontecer.
—Há cinco meses, você me disse que namoro nunca ia acontecer.
Talvez a gente revisite a ideia de piercings daqui um ano.
—Não. — Ela passou o pé descalço sob sua camisa. —Tire isso. —
Seu pé viajou até sua bermuda. —Isso também.
Ele abaixou-se para capturar sua boca.
—Eu acho que você está se esquecendo de quem está no
comando aqui.
—Oh. — Ela ofereceu um sorriso contrito. —Certo.
—Eu não disse que era uma má ideia. — Ele tirou a roupa e
empurrou a cadeira para mais perto da mesa. Sentando-se, ele ainda
era mais alto, mas em um ângulo mais confortável para o que ele tinha
em mente. Forçando-a a abrir as coxas, ele contemplou o rosado
brilhante de sua vagina. Sua boca encheu de água para ter um sabor
dela e ele decidiu não negar a si mesmo mais esse momento.
Ele sondou a abertura lisa dela com a ponta da língua. Ela gritou e
se mexeu quando ele começou a transar com ela com a língua. Apesar
de sua história de namoro, Sergei poderia dizer que ela não tinha tido
muita experiência em relação a sexo. A ideia de um homem
simplesmente se satisfazer fazendo amor com Bianca numa mesma
posição o surpreendia. Com seu corpo delicioso e sua doce resposta, ela
era a mulher mais quente que ele já tinha tido e o que ele planejava
fazer era que fosse o primeiro e único.
—Sim! — Ela apertou sua buceta, encorajando-o com seus
pequenos gemidos e suspiros. —Sergei, é tão bom.
Ele gemeu contra sua buceta e deslizou sua língua através de suas
dobras para encontrar seu clitóris. Usando seus dedos para enquadrar a
pequena protuberância, ele deu um chupão na ponta e vibrou a língua
sobre o broto inchado. Bianca gritou e levantou os quadris. Ele sorriu
contra sua buceta e foi à loucura entre suas coxas. Ela gozou em tempo
recorde, e o seu clitóris pulsava debaixo de sua língua e seus gritos
ecoavam de prazer pela casa. Sem lhe dar um momento para recuperar
o fôlego, Sergei empurrou dois dedos em seu canal escorregadio. Ele
atacou seu clitóris com a língua enquanto fodia a buceta dela com os
dois dedos.
Batendo na mesa e agarrando-o pelos ombros, Bianca o deixou
fazer a sua maneira com ela. Podia sentir sua passagem apertando seus
dedos, quando ele encontrou o ritmo perfeito com sua língua.
—Sergei. Sergei. Sergei!
Seus dois orgasmos tão rápidos fizeram ele se sentir um pouco
realizado. Sorrindo vitoriosamente, ele limpou a boca em sua barriga
macia, levantou-se e chutou a cadeira para fora do caminho. Ele a
colocou para uma posição sentada, puxou-a para fora da mesa e a virou
de costas. Um rápido olhar entre o corpo dela e o seu lhe disse que ela
era muito baixa para esta posição funcionar corretamente.
A menos que...
—Volte para cima da mesa. —Ele rosnou.
Ela engasgou quando ele a pegou e a colocou sobre a mesa.
Ajoelhada lá, ela olhou para trás estupefata.
—Por que estou aqui em cima?
—Coloque os cotovelos sobre a mesa e me ofereça sua buceta,
Bianca.
Ela engoliu em seco, mas fez o que ele tinha pedido. Ele colocou o
preservativo e sorriu para o perfeito posicionamento de seus corpos
agora. Às vezes sua altura extraordinária era uma verdadeira dor no
traseiro mas, por vezes, um verdadeiro prazer.
Segurando seus quadris, ele a puxou alguns centímetros. Ele
alisou a mão ao longo de suas coxas grossas e acariciou seu traseiro.
Lembrando da forma como ela tinha reagido ontem à noite, quando ele
a tocou lá, Sergei decidiu ver o quão duro seria cruzar essa linha. Ele
reuniu um pouco do creme liso de sua buceta e passou no centro da sua
bunda. Sua ingestão aguda da respiração encheu a cozinha. Ele
desenhou círculos em torno de seu ânus. Solavancos minúsculos
correram através de sua pele como calafrios. Parte dele queria saber o
que ela estava pensando agora. Imaginou que seu cérebro estava
pensando em todas as razões para que ela não permitisse que ele
jogasse com ela assim.
Ao observar com cuidado, ele lentamente penetrou com o dedo
em sua bunda virgem. Ele não tinha intenção de ir mais longe do que
isto esta noite. Aquela buceta incrivelmente apertada dela mal podia
aguentar. Não havia como ela estar pronta para recebe-lo aqui, mas
isso não significava que ele não poderia ensinar-lhe o quão bom seria
quando ele a estimulasse lá.
Quando ela não o impediu, Sergei empurrou um pouco mais
profundo.
—Diga-me como se sente, Bianca.
—Perversa. —Disse ela finalmente. —Pecaminosa.
—Perversamente boa ou perversamente má? —Ele perguntou,
empurrando lentamente o dedo para dentro e para fora dela.
—Boa. —Ela admitiu em um longo suspiro.
—Vamos ver como você se sente com isso. — Alinhando seus
corpos, Sergei penetrou nela plenamente com seu pênis. Não tinha
como parar o gemido que escapou de sua garganta enquanto ele
apreciava o ajuste confortável e quente. — Eu não me canso da sua
buceta. Você é como a minha droga, Bianca. Eu imploro por você. —Ele
recuou quase completamente, deixando apenas a cabeça de seu pênis
enterrada dentro dela antes de mergulhar profundamente. —Eu quero
você.
—Eu sou sua. — Ela empurrou de volta para satisfazer seus
impulsos. —Eu sou toda sua, Sergei.
A antiga mesa debaixo deles começou a ranger quando Sergei
aumentou sua velocidade. Essa ia ser uma noite muito longa e muito
agradável.

Capítulo Onze

—Eu não posso acreditar que você nunca comeu no Samovar. —


Sergei segurou minha mão enquanto me levava pela calçada até o
restaurante cinco estrelas do marido de Vivian.
Nós íamos nos encontrar com os amigos, Benny e Dimitri uma
última vez antes do bebê chegar.
—Comida russa não é realmente minha praia. Além disso, quando
Vivi queria sair para jantar, o último lugar que ela queria ir era o local
em que ela trabalhava.
—Tem razão. — Ele fez uma pausa antes de alcançarmos as
portas principais e deu um peteleco nos meus brincos de argola de
ouro. —Me desculpe por nossos primeiros planos de encontro terem
que ser colocados em espera.
—O bebê está vindo a qualquer momento. Esta provavelmente
será a última vez para que saiam com Benny e Dimitri por um bom
tempo. —Rindo, acrescentei: — Além disso, eu não sei quanto a você,
mas Lena me assusta. Eu não tive coragem de lhe dizer não.
Ele riu e deslizou a mão para minhas costas, me puxando contra
ele em um gesto protetor. Baixando a cabeça, ele sussurrou:
—Não diga a ela que eu disse a você isso, mas os caras no clube
em que ela trabalhava costumavam chamá-la de Lady Dragon.
Meu queixo caiu.
—Você está brincando!
Ele balançou a cabeça e sorriu.
—Alguns homens têm medo de uma mulher forte.
—Não Yuri. — Eu disse, avistando o casal assim que entramos no
lobby do restaurante.
O magnata bilionário estava sentado a alguns metros atrás dela,
seu tornozelo apoiado em seu joelho, enquanto Lena conversava com
um casal de homens do petróleo. Vivi em Houston toda a minha vida, e
eu tinha desenvolvido uma espécie de sexto sentido para reconhecer
esses tipos.
Ela pegou um cartão de visita de um deles e o colocou em sua
bolsa antes de acariciar seus braços. Yuri sorriu para ela quando ela se
aproximou e ele disse algo que fez Lena sorrir. Ela se abaixou para
ajustar o nó da gravata, mas ele não a deixou recuar a mão até que ele
tivesse beijado cada ponta de seus dedos.
—Bianca! — Lena sorriu para mim e me arrastou para um abraço.
Não querendo manchar minha bochecha com seu batom vermelho
exuberante, ela beijou o ar no meu rosto. —Estou tão feliz que você
pôde vir. —Seu olhar pulou para Sergei antes de voltar para o meu
rosto. Com um sussurro conspiratório, ela disse: — Eu tenho que ouvir
essa história.
—Mais tarde. —Eu prometi e virei para cumprimentar Yuri.
Eu ainda estava apertando a mão dele quando Nikolai apareceu
para nos levar para uma das melhores mesas do restaurante. Senti as
mãos de Sergei entre minhas omoplatas enquanto nós cruzamos o
salão para nos juntarmos a Dimitri, Benny e Vivian. Eu estava caindo
rápido por Sergei e me tornando irremediavelmente viciada por sua
presença. Quando tinha jogado os lençóis na máquina de lavar hoje
pela manhã, tinha ficado realmente triste por tirar o cheiro de eucalipto
dele. Só de saber que o meu grande e delicioso russo iria aquecer
aqueles lençóis novamente tinha aliviado a tristeza.
Eu não acho que era possível, mas a barriga de grávida de Benny
parecia ainda maior do que no casamento de Erin e Ivan apenas uma
semana antes. Ela parecia adorável em seu vestido e tinha um enorme
sorriso no rosto enquanto nós nos abraçávamos, mas eu sentia que ela
estava se aproximando de um ponto em sua gravidez onde ela estava
cansada e pronta para ter seu bebê.
Como sua estrutura extremamente pequena conseguiu suportar
essa carga me deixou perplexa. Por conta própria, percebi que
provavelmente teria que perder peso antes de pensar em engravidar.
Eu tinha certeza de que o bebê seria saudável com 3 kg, mas algo me
dizia que a suposição bizarra de 4 kg de Erin ia provavelmente chegar
mais perto da realidade.
Sentando entre Nikolai e Sergei, eu dei ao marido de Vivian um
sorriso agradável. Nós não tínhamos nos falado desde aquela noite fora
de sua casa. Tanto quanto eu sabia, Vivian permanecia completamente
no escuro sobre o que tinha acontecido. Eu queria que ficasse desse
jeito. Quando Nikolai devolveu o sorriso, eu não pude deixar de pensar
que ele possuía o meu homem. Ouça você! Eu não pude acreditar que
estava pensando em Sergei como o meu homem. Claro, eu suspeitava
que Sergei pensava em mim como sua mulher desde antes da noite em
que ele tinha chutado minha porta. Esse era simplesmente o seu jeito.
Quando a nossa garçonete se aproximou da mesa, notei um
ligeiro aperto na boca de Vivian. Era essa micro expressão de frustração
que ela às vezes tinha, isso desapareceu rapidamente. Sorrindo para a
garçonete, ela se dirigiu a ruiva deslumbrante em russo.
O que quer que elas tenham dito, não pareceu incomodar
qualquer outra pessoa na mesa, então achei que era como uma
daquelas coisas de trabalho. Pode ser que a mulher, que de acordo com
seu crachá se chamava Lidia, tivesse sido uma dor na bunda de Vivian
quando ambas atendiam mesas aqui.
Ou talvez Lidia tivesse errado em tentar dar em cima de Nikolai...
O braço de Sergei se moveu para a parte de trás da minha
cadeira, lembrando-me da noite do casamento.
—Você quer alguma ajuda com o cardápio?
Fiquei aliviada ao ver que tinha sido impresso em russo e em
inglês, mas não tinha ideia do que era bom e o que poderia ser demais
para o meu decididamente paladar sulista.
—Por Favor?
Enquanto Sergei apontava os pratos que poderiam me interessar,
mantive o ouvido nas conversas ao nosso redor. Todo mundo estava
falando sobre promover novos negócios, expansões, sucessos recentes
e dicas de investimento. Bem. Todo mundo menos Sergei.
Quando fui arrastada para uma conversa com Benny sobre fazer
vestidos para festas de quinze anos, não pude me abalar com a
sensação de que Sergei pudesse estar se sentindo deixado de fora esta
noite. Ele estava em uma estranha posição. Claro, ele era amigo de
Vivian, e Nikolai o tratava como família, mas isso não mudava os fatos.
Nikolai era proprietário do corpo de Sergei e o usava, como ele faria
com qualquer outra arma em seu arsenal.
Como se isso não fosse bizarro o suficiente, Sergei era o único
homem na mesa que tinha significativamente menos dinheiro do que
sua parceira e que não era proprietário de uma empresa de algum tipo.
Eu acredito que Sergei estava orgulhoso do meu sucesso, mas será que
ele estava um pouco constrangido ou decepcionado com sua situação
ou carreira?
Depois de saber que ele tinha ido para faculdade para perseguir
seus sonhos de ser um arquiteto, eu só podia imaginar o quão difícil a
pílula amarga de sua posição como um executor era de engolir. Será
que ele imaginava como sua vida poderia ter sido se seu irmão mais
velho não tivesse sido tão miseravelmente estúpido?
Com esse pensamento desconfortável chocalhando na minha
cabeça, olhei para cima, para o meu cardápio e peguei Sergei
encarando a garçonete quando ela se aproximou da mesa. Eles
trocaram um sorriso antes dele baixar o olhar para o copo de água.
Pelo fato de ele ser amigável com todos, não pensei muito nisso...
Até que Lidia caminhou ao redor da mesa para ficar atrás de Sergei
enquanto ela tomava nossos pedidos. A linda e esbelta garçonete
colocou a mão no ombro de Sergei com um toque que era muito
familiar.
Uma ideia indesejável começou a se formar. Eu mandei para
longe, me recusando a ir por essa linha e considerei que não ela nada
mais do que amizade. Sergei passou muito tempo com Nikolai, seu
chefe ficava, provavelmente, no Samovar a maior parte do dia. Era
normal que Sergei fosse amigável com a equipe.
Sempre um macho alfa, Sergei fez o pedido por mim e me serviu
um copo de vinho. Eu belisquei a sua coxa sob a mesa, mas ele se
antecipou deslizando sua grande palma áspera debaixo da minha saia.
As pontas dos dedos encontraram o tecido fino e suave da minha
requintada calcinha que ele tinha me dado. Eu tinha quase morrido de
rir quando tinha descoberto as calcinhas maravilhosas sem fundilhos,
de cetim e renda, mas depois de um pouco de persuasão de Sergei, eu
tinha prometido dar a elas uma chance.
Reconhecimento brilhou em seus olhos escuros. Ele tentou
afastar o tecido para descobrir a parte secreta minha, mas eu apertei
meus joelhos juntos, prendendo a mão e lhe negando. Deixando a mão
direita lá, ele atirou em mim um olhar que prometia mais uma noite
para o livro dos recordes.
Depois de seu celibato auto imposto, Sergei parecia estar fazendo
pelo perdido tempo. Eu não acho que tinha tido tanto sexo em todos os
anos em que tinha sido ativa como tivemos na última semana. O
homem era insaciável e inventivo. Algumas das coisas que tínhamos
feito juntos me fizeram corar enquanto pensava sobre isso. No calor do
momento, seu sorriso megawatt e charme sexy me induziam a tentar
qualquer coisa. Até agora, eu não tinha me decepcionado com seu
espírito aventureiro ou habilidade.
Quando os nossos aperitivos chegaram, o conversa em torno da
mesa virou para o bebê e sua precária posição invertida. Benny ainda
estava esperançosa de que o bebê iria decidir virar, mas tinha a
sensação de que o bebe estava tão grande que não havia espaço para
manobra. Eu entendi o seu medo de uma cesária, especialmente com a
possibilidade de complicações e demora na recuperação, mas eu sentia
que Dimitri preferia este caminho a tentar um parto pélvico que
poderia ser difícil.
Pensando na situação de Benny, não pude deixar de me imaginar
dando a luz algum dia. Com a minha carreira em recuperação e as
exigências do negócio crescente, assumi que maternidade estava a
alguns anos de distância.
Bebendo meu vinho, olhei para Sergei que estava em profunda
conversa com Dimitri e me perguntei como ele seria como pai. O
pensamento fez meu coração fraquejar. Eu não devia estar se quer
pensando nisso agora, era muito cedo na nossa relação para estar
pensando em carrinhos e berços, mas eu não podia deixar de pensar.
Depois de ouvir o quão longe Sergei estava disposto a ir para
salvar sua mãe e irmão e de ter visto com meus próprios olhos o que
ele estava disposto a fazer para me proteger, eu não tinhas dúvidas
sobre seus instintos para nos prover e amar. Mas sua atual linha de
trabalho era muito arriscada para se criar uma família. Assim, muitas
coisas ruins poderiam acontecer com ele ou com as pessoas que ele
amava por causa de sua associação com Nikolai.
Empurrando esse estranho pensamento de lado, me perguntava
se essa era a razão para Vivian teimar em manter sua gravidez em
segredo. Ela já tinha sobrevivido a tanta violência em sua curta vida. O
desejo de proteger seu bebê dos inimigos de Nikolai deve ter sido forte.
O som da voz rouca de Lidia me tirou dos meus pensamentos. Ela
tinha parado para encher os copos e levar os pratos vazios. Eu
observava a maneira como ela falava com Sergei, fazendo questão de
conversar em sua língua compartilhada, de forma que eu não pudesse
entender o que ela estava dizendo. A mão esbelta dela deslizou de seu
ombro para alisar um certo ponto acima do colarinho do seu blazer
azul.
Ela é de verdade? Eu não conseguia decidir se esta senhora era
apenas ignorante ou estava ativamente tentando me atingir. Sergei
parecia totalmente alheio à sua intenção, assim decidi deixar isso por
agora. Me recusando a fazer uma cena, fingi não perceber e deixei Lena
me colocar em uma discussão sobre sua empresa de relações públicas
em uma crise incipiente mergulhando seus dedos dos pés nas águas da
moda.
Quando Lidia voltou com nossas entradas, ela me deu outro
ponto de flexão para conversar com Sergei. Desta vez, eu realmente
entendi uma das palavras que deixou sua boca. Era um termo que
muitas vezes ouvi Vivian chamar Nikolai, que era totalmente
inadequado para a situação.
A risada baixa de Sergei murmurada em resposta me atingiu
como um picador de gelo no peito. Eu reconheci que não eram
simplesmente termos amigáveis. Não, eles tinham estado muito, muito
mais perto do que isso. Tão perto que ela se sentia confortável em
chamá-lo de querido...
Até aquele momento, eu tinha tido apenas uma vaga ideia das
mulheres que Sergei tinha namorado antes de mim. Sentada aqui,
olhando para este homem com uma figura esbelta e com pernas longas
bem torneadas, eu só queria chorar. Como no inferno ia competir com
isso?
A resposta veio rapidamente. Eu não podia.
Lidia era um dez, e eu era, no meu melhor dia, um sete. Minha
autoconfiança teve um grande baque, eu comecei a desinflar. O vestido
dourado lindo que eu tinha pensado que parecia tão bem em mim, de
repente parecia ser muito pegajoso e apertado. Eu pensei na maneira
como ele não abraçava tão bem minhas curvas, e nos locais que
balançavam precisavam de um modelador corporal.
Se Sergei podia ter uma supermodelo como Lidia, o que diabos
ele estava fazendo comigo?
Todos aqueles velhos sentimentos de inadequação começaram a
se aproximar de mim. Eu nem sequer considerei os “e se?”. Eu queria
desesperadamente acreditar que Sergei me queria com a celulite, falhas
e um grande traseiro porque ele gostava de mim. Confrontada com
Lidia e as evidências de que ele poderia fazer e tinha feito muito
melhor, comecei a me perguntar quanto tempo eu poderia segurar o
seu fascínio. Com todas as complicações que eu trouxe a sua vida, agora
que meus laços com os Night Wolfes eram certos, ele iria se cansar de
mim e se lembrar de como bom seria se ele estivesse com uma mulher
bonita que compartilhava sua herança e sua língua?
Cada fibra do meu ser gritava para eu demonstrar publicamente o
meu poder sobre ele e colocar Lidia no lugar dela, mas eu me recusei a
me rebaixar a esse nível. Eu não estava prestes a começar brigas por
causa de um homem, até mesmo um homem que me preocupava tanto
como Sergei, em um restaurante cercada por nossos amigos. Eu tinha
muito auto respeito para fazer algo assim tão sem classe.
Olhando em volta da mesa, parecia apenas que Vivian tinha pego
no ar as estranhas vibrações. Ela estreitou seus gelados olhos azuis em
Lidia, mas esperou para dizer algo para a nossa garçonete até que a
mulher se abaixou para colocar um prato na frente de Vivian. O que
quer que Vivian tinha sussurrado no ouvido de Lidia, a atingiu em cheio.
A garçonete ficou ereta e se afastou da mesa.
—Vee... — Nikolai se dirigiu à sua esposa em uma voz que eu mal
pude ouvir sobre o barulho de talheres e das conversas baixas ao nosso
redor. O olhar fulminante de Vivian o dissuadiu a continuar o que quer
ele havia planejado dizer. Aparentemente, havia uma pessoa em todo o
vasto mundo que poderia assustar Nikolai. Infelizmente para ele, era
sua esposa.
Optando por não fazer disso uma grande coisa, eu dei ao meu
jantar um teste e decidi que não era tão ruim. Eu duvidava que os
sabores da comida russa jamais fossem agradar ao meu paladar, mas
gostei da experiência de tentar coisas novas. Uma vez, peguei Lena
atirando um olhar de simpatia que nos fez sorrir. Parecia apenas que
Benny tinha desenvolvido um amor verdadeiro para os pratos
requintadamente preparados. Ou talvez fosse só uma coisa da
gravidez...
—Como estava? — Sergei se inclinou para falar comigo e roçou a
pontas dos seus dedos ao longo da minha nuca, enquanto esperávamos
que nossos pratos fossem retirados. Com um sorriso provocante que
fez minha barriga se apertar, ele perguntou: —Será que vou ter que
fazer ovos mexidos e torradas para você quando chegarmos em casa?
—Não. —Eu disse com uma risada curta. —Estava bom. Foi
diferente, mas eu gostei um pouco.
Ele pegou o pequeno cardápio das sobremesas e o colocou na
minha frente.
—Vamos encontrar algo que você goste.
—Oh, você vai me deixar escolher desta vez?
—Sobremesa deve ser sempre a escolha da senhora. —Seu olhar
ardente me aqueceu por dentro. Sua mão sorrateira deslizou na minha
coxa e chegou ao seu destino antes que eu pudesse pará-lo. Os cantos
de sua boca sexy se levantaram com a sugestão de um sorriso.
Com ele estudando minhas feições, consegui não reagir ao ataque
furtivo das pontas dos seus dedos ao longo do tecido que cobria meu
sexo. Havia renda suficiente para impedir sua exploração, mas eu
duvidava que ele fosse deixar uma coisa tão pequena como isso detê-lo.
—O que você recomenda?
—Algo suave, quente e doce. —Ele murmurou, as pontas dos
dedos mergulharam por baixo da renda para deslizar sobre meu clitóris.
Minhas coxas ficaram tensas em torno de sua mão, eu tive que
morder o lábio inferior. Isso estava realmente acontecendo? Eu estava
aqui sentada em um restaurante deixando meu namorado brincar com
a minha buceta? Que diabos Sergei tinha feito para me fazer comportar
assim desenfreadamente? Por que eu não podia detê-lo?
Porque você não quer...
Mantendo meu olhar focado no cardápio, eu tentei não
demonstrar nada. Eu morreria de vergonha se uma pessoa na mesa
percebesse o que Sergei estava fazendo com sua mão pecaminosa. Feliz
pelas longas toalhas de mesa e pela parede à nossa volta que nos
mantinha na maior parte escondidos, pensei em Sergei desistindo de
suas sobremesas até depois das suas lutas.
—Eu realmente não deveria pedir sobremesa. Seria cruel fazer
você me assistir a comer.
Embora a declaração tivesse significado para Sergei, foi Lidia
quem bufou ironicamente enquanto se abaixava para recolher os
pratos entre Sergei e Yuri. Consciente de que ela estava tirando sarro
do meu peso, eu endureci com o embaraço. Meus lábios se separaram
para esclarecer a minha declaração, mas Sergei me parou.
Sem um único olhar em direção a sua ex, Sergei manteve o olhar
fixo em mim. Ele arrastou um dedo na minha bochecha. Não tinha
dúvidas de que ele podia sentir o rubor do meu embaraço. Sua
respiração fez cócegas no meu ouvido quando ele falou tão perto que
ninguém mais poderia nos ouvir. Com a outra mão, ele segurou minha
buceta na forma mais possessiva.
—Você come a sobremesa agora, e eu tenho a minha mais tarde,
não é?
Olhando em seus olhos, eu senti um pouco do meu embaraço se
derreter.
—Sim.
—Perfeito. — Ele beijou minha bochecha e arrancou o cardápio
da minha mão.
Entregando a Lidia, ele nem sequer olhou para ela quando ele
pediu algo para mim. A mão que estava sensualmente me
atormentando deslizou para baixo da minha coxa em um confortante
gesto. Eu raramente me focava nos números que iluminava a minha
balança de banheiro, mas Lidia tinha encontrado esse ponto fraco na
minha armadura e cravou sua vara pontuda direto nela.
Sergei pareceu sentir que minha autoconfiança estava sob ataque
e para me acalmar continuou me acariciando delicadamente com a
mão. Feliz de que todos os outros na mesa pareciam alheios ao que
acabara de acontecer, escutei a discussão da próxima exposição de
Vivian em Londres.
—Bianca, você decidiu se vocês dois vão? —Vivian distraidamente
correu o dedo para trás e para frente ao longo da aliança de casamento
de Nikolai.
Olhei para Sergei que parecia surpreso com a pergunta.
—Isso passou pela minha cabeça.
—Se você quiser voar com a gente, há espaço de sobra no jato, e
adoraríamos ter você. —Disse Yuri.
—Oh! Obrigada, Yuri. — Sorri para o bilionário escandalosamente
gracioso. —Nós vamos pensar sobre isso.
Sergei falou com Yuri em russo, provavelmente para lhe
agradecer a oferta, Yuri acenou com a mão. Em Inglês, Yuri respondeu:
— Qual é a utilidade de ter todos esses brinquedos à minha
disposição, se eu não puder usar para marcar pontos com os amigos de
Lena?
Lena brincando revirou os olhos.
—E você diz que eu sou competitiva.
—Isso não é tudo o que eu digo, Lyubimaya.
Yuri entrelaçou seus dedos em cima da mesa e beijou sua testa.
Olhando de relance para o resto de nós, ele perguntou:
— Gostariam de ir para o Faze depois do jantar?
—Nós não. —Disse Dimitri com seu braço curvado
protetoramente ao longo das costas da cadeira de Benny. —Tenho a
sensação de que isso vai me manter ocupado massageando suas pernas
e buscando antiácidos a noite inteira, então eu devo voltar para casa
mais cedo.
Benny apenas riu e deu de ombros.
—Você não pode discutir com os fatos.
Eu sabia que Nikolai odiava ir a lugares como clubes e cinemas,
então fiquei surpresa quando ele olhou para Vivian antes de descartar a
ideia de imediato.
—Coby está tocando hoje à noite? — Ela perguntou a Yuri.
—É claro. —Disse ele. Aparentemente curioso, ele perguntou: —
Você a conhece?
Vivian se inclinou para o lado para que seu prato de sobremesa
pudesse ser colocado na sua frente por Lidia.
—Nós temos um amigo em comum, Hadley Rivera, e,
obviamente, somos um tanto fãs da música eletrônica.
—Então você vai ter um tempo fantástico hoje à noite. Ela está
com algumas novas faixas de mixagens. —O olhar de Yuri deslizou para
mim. — E você, Bianca? Você quer ir ao Faze? —Ele sorriu para Sergei.
— Eu não vi vocês dois dançando no casamento. É uma noite perfeita
para a primeira dança, não acha?
Antes que eu pudesse responder, Lidia acidentalmente bateu seu
braço no copo cheio de vinho de Nikolai enquanto ela colocava a minha
sobremesa na minha frente. O rico vinho tinto derramou no meu colo e
no meu corpete.
Ofegante, sentei rapidamente, mas o estrago estava feito. Em
meio a uma Lidia falando um monte de desculpas, Nikolai me deu uns
guardanapos para limpar o estrago enquanto Sergei abria mais
guardanapos e tentava enxugar a bagunça.
Eu peguei seu pulso e o detive de esfregar o tecido.
—Você deve encostar. —Eu disse pegando o guardanapo dele. —
Nunca esfregar.
Ele não parecia satisfeito com a minha correção, mas eu não tive
tempo para pensar sobre machucar seu ego agora.
—Eu sinto muito. Eu não vi o copo. —Lidia se desculpou
falsamente. —Eu não posso acreditar que fiz isso!
—Está tudo bem, Lidochka. Acidentes acontecem.
Pisquei quando as palavras de Sergei foram registradas no meu
cérebro. Ele estava realmente desculpando ela? E Lidochka? Eu não
sabia muito sobre sua língua, mas sabia que essas pequenas
terminações engraçadas para nomes eram comumente aplicadas para
formar apelidos carinhosos e demonstrar afeto.
Meu olhar entrou em confronto com o de Sergei, e Vi
imediatamente o arrependimento em seus olhos escuros. Cerrando os
dentes, olhei para longe dele e continuei limpando o meu vestido. A
raiva subiu através de mim. Lidochka, hein? Engula isso.
—Eu vou pegar algumas toalhas e um refrigerante de soda. —De
cara feia para Lidia, Vivian empurrou sua cadeira e correu para longe da
mesa.
Ela desapareceu de vista antes que eu pudesse dizer que
refrigerante de soda não ia ser o suficiente para tirar uma mancha
como essa. Nikolai pareceu entender, pois me entregou um guardanapo
seco e empurrou o molhado em Lidia.
—Me envie as instruções de lavagem a seco. Se não puder ser
limpo, vou substituir o seu vestido.
—Não se preocupe com isso, Nikolai. — Eu sorri para ele e
terminei borrando mais a mancha. Eu precisava ficar longe da mesa e
limpar a minha cabeça. Já o meu coração estava acelerado e meu
estômago estava em nós. Mostrando indiferença, eu disse: — Esse é o
risco que uma menina corre quando sai para jantar e beber.
—Isso pode ser verdade em outros estabelecimentos, mas não é
no meu. —Seu olhar gelado se deslizou para Lidia que teve o bom senso
de manter a boca fechada. Será que ele suspeitava que ela tinha feito
isso de propósito como eu?
Peguei minha bolsa e me levantei da cadeira.
—Desculpe, Yuri. Parece que não haverá qualquer dança para
mim hoje à noite.
Desculpando e largando a mão de Sergei, eu fui para o banheiro
para que eu pudesse enxugar o vinho que escorreu pelas minhas coxas
e espirrou nos meus seios. Eu ignorei o olhar de piedade de outros
clientes. Quando tive a chance de me olhar por inteiro no espelho,
compreendi essas carrancas tristes. As manchas marrons arruinaram o
meu vestido dourado que parecia horrível.
A porta se abriu e Lena se juntou a mim.
—Garota, esse vestido não tem salvação.
—Sim. —Eu disse com um suspiro. Em seguida, com um encolher
de ombros indiferente, acrescentei: —Tá tudo bem. Eu o comprei com
setenta por cento de desconto durante uma venda flash.
Ela pegou um punhado de papel toalhas e os molhou na torneira
mais próxima.
—Bem, não diga a Nikolai isso! Vai fazê-lo pagar o custo pleno do
vestido. Essa ved'ma com cara de limão em sua folha de pagamento fez
isso em propósito.
—Cara de limão o quê?
—Ved'ma — Disse ela novamente e empurrou as toalhas de papel
na minha mão. —Significa bruxa.
—E você sabe russo?
—Estive lendo um monte de livros russos infantis, ultimamente.
—Por quê?
—Eu estou tentando praticar minha compreensão e
competências linguísticas. —Ela me enxotou em direção a uma cabine.
—É melhor você se apressar ou vai ficar tudo pegajoso.
Eu entrei na cabine e tranquei a porta. Ouvi a porta de uma
cabine ao lado se abrir e fechar e percebi que Lena era multitarefa.
—Então, qual é a história entre sua grande fera russa e o
demônio ruivo?
Sorrindo com a descrição de Lena da situação, eu admiti:
—Eu não tenho certeza. Eu acho que eles devem ter namorado.
A imagem de Sergei beijando Lidia torceu no meu peito como
uma faca mergulhava profundamente no meu coração. Eu não queria
nem pensar sobre os dois fazendo amor. Eles estavam tão
perfeitamente enquadrados na altura e aparência. A minha imagem
gordinha, gingando na cama com o adonis russo parecia quase cômica
agora.
—Aparentemente, a garçonete não recebeu o memorando que
estava acabado. Foi uma coisa recente?
Eu limpei o vinho de minhas pernas.
—Eu não penso assim. Sergei me disse que não tinha tido um
encontro ou sido íntimo de uma mulher desde dezembro.
—Sério? Você acreditou nele?
Mesmo magoada como eu estava pelo apelido carinhoso, disse a
verdade.
—Sim.
—Foi quando você dois se conheceram? Em dezembro, eu quero
dizer.
—Sim.
—Bem, você tem que amar um homem que está comprometido,
certo?
—Sim. — Eu concordei em voz baixa. Ele estava comprometido
com isso? Conosco? Eu queria acreditar que era verdade, mas como
poderia ele não estar tendo segundos pensamentos depois de sua
interação com Lidia?
A porta rangeu quando ela se abriu novamente. Supondo que
Vivian tivesse finalmente me rastreado, abri minha cabine e saí para
pegar uma daquelas toalhas que ela tinha ido buscar.
Só que não era Vivian que estava me esperando. Era a ved'ma
ruiva. Com os braços cruzados, ela olhou para mim com um olhar
arrogante em seu rosto. O que no mundo Sergei tinha achado atraente
nessa mulher?
—Você nunca vai ser capaz de fazê-lo feliz.
—Ah, então é disso que se trata, huh? —Fiz um gesto para o meu
vestido manchado. —Veja, eu pensei que talvez você estivesse apenas
um pouco ciumenta sobre Sergei me levar ao Faze. Tive a sensação de
que você nunca tinha sido convidada para seção VIP de lá, assim você
quis ter certeza de que eu não chegasse a ir também.
Lidia rolou seus olhos de cor clara.
—Grande coisa maldita. Todas as garçonetes daqui sabem que
tudo que elas têm que fazer é oferecer a Yuri Novakovsky uma olhada
em suas calcinhas e ele vai dara pulseiras VIP.
Eu não acreditei nisso nem por um segundo. Claro, a reputação
de playboy de Yuri tinha sido lendária, mas isso foi antes de Lena. Ele
nunca tinha a traído. Um casal não sobrevivia a uma experiência de
quase morte sem formar um vínculo inquebrável. As garçonetes por
aqui poderiam andar nuas e Yuri não iria dar-lhes um segundo piscar de
olhos.
Pensando em Lena escondida em sua cabine, percebi que Lidia
tinha acabado de fazer uma inimiga que não precisava.
—Querida, acho você deve voltar ao trabalho antes de piorar a
situação por si mesma.
—E eu acho que você deve cair na real. —Lidia estalou. —Você
realmente acha que vai ter um futuro com Sergei? — Ela gargalhou. —
Olhe para você. Uma vez que a apelação exótica se desgastar, ele vai se
cansar de foder uma menina gorda todas as noites.
Irritada, eu perguntei:
— Será que é só por isso? Você tem certeza de que não quer tirar
sarro da minha pele mais escura também? Não? Piadas apenas para a
gordura? Bem, vamos lá. Comece jogando esses dardos no meu
caminho. Eu sou uma menina grande. Eu posso aguentar.
Ela pareceu desinflar quando percebeu que não poderia me
atingir. Sendo desagradável agora, ela zombou:
— Você vai apenas constrangê-lo. O que você acha que sua mãe
vai dizer quando ela se encontrar com você? Ela nunca vai aprovar
alguém como você para seu filho. Não, ele precisa de uma mulher que
pode se orgulhar de ter a seu lado.
Alguém como você? Que diabos isso significa? Algo me dizia que
ela não estava falando sobre minha figura plus-size mas sim sobre a
minha cor de pele. Era a primeira vez em muitos anos que alguém tinha
feito uma observação tão ignorante em relação a mim. Honestamente,
eu estava muito chocada com o comentário.
Antes que eu pudesse descobrir como responder, a porta da
cabine se abriu e Lena se revelou a Lidia. A mandíbula da outra mulher
caiu quando percebeu a merda que tinha acabado de fazer.
Sempre fresca e calma, Lena caminhou até a pia e começou a
lavar as mãos.
—Uma mulher a quem ele pode se orgulhar, huh? Quer dizer,
como, oh, uma bem-sucedida pequena empresária que levou o
primeiro lugar na lista Os Empresários Com Menos de Trinta de
Houston?
Quando Lidia não respondeu, Lena estalou os dedos na pia e
estendeu a mão para pegar algumas toalhas.
—Ou talvez uma mulher que entrou no programa de design de
moda mais prestigiado do mundo e estudou no exterior em Paris e
Milão. Tipo uma mulher que desenha vestidos de casamento e os vende
por milhares de dólares cada e que foram incluídos na revista de noivas
com centenas de milhares de assinantes?
Lidia engoliu nervosamente.
—Bem...
—Não. Não. Espere. — Lena ergueu a mão e sorriu
maliciosamente. —Deixe-me adivinhar. Você quer dizer uma mulher
com menos de trinta que ainda serve mesas para ganhar a vida
enquanto espera que algum homem rico a encontre e a salve da merda
de vida que ela está vivendo com um salário mínimo, certo?
Eu não podia acreditar que Lena tinha ido direto à sua jugular
assim. Mesmo Lidia tendo sido escandalosamente má para mim, eu não
achava que era certo Lena atacá-la no mesmo nível. Era por isso que
eles costumavam chamá-la de Dragon Lady? Em todo o tempo que eu a
tinha conhecido, ela nunca tinha sido tão cruel.
—Minha amiga ali é muito doce e elegante para se rebaixar ao
seu nível, mas, querida, eu não tenho medo de ficar suja aqui na sarjeta
com você.
Lena pegou minha bolsa e deu um tapa na minha mão.
—Vamos, Bianca.
Puxando-me para trás dela, ela olhou para Lidia.
—Você pode querer procurar anúncios de emprego no período da
manhã. Eu tenho a impressão de que seu tempo no Samovar está
prestes a acabar.
Fora no corredor, nós corremos direto até Sergei. Ele tinha uma
bolsa pendurada de um lado e seu blazer no outro. Ele se aproximou e
colocou sua jaqueta em volta dos meus ombros. O tecido ainda quente
mantinha o cheiro dele, eu o puxei mais apertado em volta do meu
corpo.
A porta atrás de nós se abriu e Lidia saiu para fora do banheiro.
Enxugando seu rosto, ela lançou um lamentável olhar em nossa direção
antes de se afastar batendo seus saltos altos. Eu tive que dar a ela
crédito. A mulher sabia como trabalhar a multidão.
—Bianca, o que você fez? — Sergei olhou para mim, com os olhos
fixos e sua testa franzida. —Será que você vai faze-la ser demitida?
—Essa é a primeira coisa que você me pergunta? —Eu fiquei
boquiaberta para ele e sem acreditar. —Essa doida arruinou meu
vestido e você está preocupado sobre o que eu fiz?
—Seu vestido pode ser substituído. E não é tão simples encontrar
um novo emprego.
—Então, talvez ela não devesse sair jogando copos de vinho nas
pessoas que ela depende para obter gorjetas!
—Foi um acidente!
—Você deve ter tomado muitas pancadas na cabeça. Eu acho que
você está ficando cego. Não havia nenhuma maneira nesta terra de
Deus que isto... —Fiz um gesto para o meu vestido manchado. —
...tenha sido um acidente.
—Por que ela iria arriscar seu emprego com isso? Você não a
conhece. Ela é uma boa pessoa. Ela não faria isso.
—Você está certo. Eu não a conheço. —Balançando a cabeça, tirei
seu blazer e empurrei-o de volta para suas mãos. —E é evidente que eu
não sei o que você quer.
Girando em meu calcanhar, segurei minha bolsa com força na
minha mão e o deixei lá no corredor com Lena, que, pelos sons, ela
estava despejando tudo nele. Com a sensação de dormência e
completamente atingida pelo estranho rumo que a noite tinha tomado,
eu saí do restaurante e me dirigi pela calçada. Eu não sabia onde diabos
estava indo. Eu só sabia que eu tinha que me manter em movimento.
Longe de Sergei.

Capítulo Doze

—O que há de errado com você?


Sergei franziu a testa para Lena Cruz. — O que você disse a Lidia
lá dentro?
—O que foi que eu disse? — Lena gargalhou em voz alta. —Você
deveria estar me perguntando o que sua preciosa Lidochka disse a
Bianca.
Ele silenciosamente se amaldiçoou por deixar escapar o estúpido
apelido carinhoso. Ele não queria dizer nada, mas, obviamente, Bianca
pensava que sim.
—O que Lidia disse para Bianca?
—Bem, vamos ver. — Lena ergueu a mão e começou marcando
pontos em seus dedos bem cuidados. —Ela chamou Bianca de gorda.
Ela insinuou que você está apenas com Bianca porque você está
satisfazendo alguma curiosidade estranha sobre meninas negras. Oh, há
a parte sobre sua mãe odiando Bianca por causa de sua pele marrom.
Surpreso, Sergei começou a protestar que Lidia nunca diria
qualquer coisa assim, mas o olhar de Lena o deteve.
—Eu a conheço há anos. Ela nunca disse nada parecido para mim.
Ela não é racista e nem minha mãe é. —Acrescentou, com um tom de
raiva.
—Por que diabos você está me dizendo isso? —Lena apontou
para o lobby. —Diga a Bianca. Ela é a única que teve que se afastar da
obsessão da sua ex-namorada. Ela é aquela que veio aqui fora
esperando que você a consolasse, mas só encontrou você brigando com
ela. E, Sergei, fui eu quem fiz Lidia chorar. Bianca, por razões que eu
nunca vou entender, a deixou falar todas essas besteiras e não disse
uma coisa feia de volta.
Merda. Merda!
Deixando Lena sem outra palavra, Sergei correu para alcançar
Bianca. Ele examinou o lobby, mas não a encontrou. Se ela tivesse ido lá
fora? Empurrando através da multidão, ele foi até a calçada. Grato por
sua altura incomum, ele a procurou em ambas as extremidades da rua.
Encontrei você!
Com seu olhar fixo na parte de trás de seu vestido dourado,
Sergei correu em sua direção, com cuidado evitando as pessoas mais
lentas que se deslocavam pela calçada. Quando estava perto o
suficiente, ele gritou para ela.
—Bianca! Por favor. Pare!
Para sua surpresa, ela realmente parou.
Ela girou para encará-lo. Felizmente, não estava chorando, mas a
expressão furiosa em seu rosto o assustou. Ele tinha realmente fodido
tudo desta vez. Colocando as mãos em seus ombros, ele tentou
acariciar seu pescoço, mas ela virou a cabeça para o lado. Engolindo a
dor da sua rejeição, ele se lembrou de que merecia.
Ele não tinha acabado de fazer o mesmo com ela?
—Eu sinto muito, Bianca.
—Eu não me importo. Apenas me leve para casa. Agora.
A vontade de resolver isso era forte, mas não achou que era algo
que devesse ser feito numa calçada pública. Ele começou a deslizar sua
mão nas costas dela para guiá-la de volta ao seu SUV, mas ela se
adiantou e o deteve. Aceitando seu comportamento frio, Sergei
caminhou ao seu lado até que chegaram à garagem. Ela o deixou
destrancar a porta, mas bateu de lado a mão que ele ofereceu para
ajudá-la a subir para o banco da frente.
Tentando não deixá-lo chegar até ela, ele a deixou quieta. Alguns
dos mais dolorosos e tensos minutos de sua vida ocorreram durante a
viagem de volta para a casa dela. Ele não podia acreditar que tinha sido
tão estúpido. Talvez Bianca estivesse certa. Talvez ele tivesse tomado
muitas pancadas na cabeça.
—Quantas outras garçonetes do Samovar você namorou?
Sergei estremeceu, mas respondeu sinceramente.
—Três, incluindo Lidia.
—Entendo.
—Elas não eram a longo prazo, Bianca. Foram dois ou três
encontros.
—Você dormiu com elas?
—Sim. — Temendo o que poderia vir, ele relutantemente
confessou. —Duas delas ao mesmo tempo.
Bianca fez um som de asfixia próxima a ele.
—Você está falando sério?
—Sim. — Ele se recusou a se sentir mal sobre isso. —Estávamos
todos consentindo como adultos. Não há nada de errado no que
fizemos.
—Se você diz...
—Você sabia que eu tinha uma vida antes de você, Bianca. Eu
aceitei que você teve namorados antes de mim. Inferno, um deles até
me algemou a outra noite.
—Já tive namorados, sim, mas não deixei que dois deles me
fodessem de uma vez.
Ele se encolheu com a descrição vulgar.
—Não foi assim.
—O que seja. Você deveria ter me alertado sobre Lidia. Eu teria
ido de preto e mantido um olho nos copos de vinho ao meu lado. Ugh.
—Ela fez um som de nojo. —Eu espero que ela não tenha cuspido na
minha comida.
—Ela não faria isso.
—Ah, mas jogou vinho nos convidados?
—Se isso não foi um acidente, foi muito estúpido da parte dela.
Eu conheço a equipe da cozinha de lá. Nenhum dos cozinheiros deixaria
a comida fora de suas vistas tempo suficiente para ela fazer algo assim.
—Se você diz...
—Olha... —Disse ele com um suspiro pesado. —...Eu estava
errado sobre Lidia, ok? Eu não achei que ela fosse assim. Eu nunca vi
esse lado dela quando estávamos namorando.
Bianca fez um barulho frustrado.
—Nós estávamos sentados na mesma mesa. A mulher estava
tocando você todas as chances que teve.
Ele percebeu que ela não tinha mencionado o deslize de Lidia
sobre a sobremesa. Lidia tinha exagerado, ele tinha planejando falar
com ela da próxima vez que ele a visse sobre respeitar o seu novo
relacionamento com Bianca. Fazer lá na mesa teria simplesmente
chamado mais atenção para um assunto delicado e que teria ferido
mais a Bianca.
Lembrando-se da agressão verbal que Lena tinha descrito, ele
estendeu a mão para pegar a mão de Bianca. Para sua surpresa, ela o
deixou pegá-la.
Escolhendo suas palavras cuidadosamente, ele disse:
— Bianca, eu gosto de você do jeito que você é.
—Oh, Jesus! — Bianca puxou a mão da dele. —Podemos não
fazer isso agora? Ok? Não vamos mais falar sobre isso.
Apesar da escuridão, ele podia ouvir a dor e humilhação em sua
voz. Se ele estendesse a mão agora para acariciar seu rosto, ele estava
certo de que seus dedos iriam encontrar a umidade quente das
lágrimas.
Se odiando-se por tornar isso tudo pior, ele tentou
desesperadamente pensar em uma maneira de corrigir isso. Enquanto
esperava que o portão de trás de sua casa se abrisse, lhe ocorreu que
só havia uma maneira de fazer isso certo. Ele tinha que mostrar a ela o
quão bonita e desejável ela era.
—Você pode me deixar aqui.
—Nem pensar. — Sergei agarrou o saco que continha a sua
sobremesa intocada e deslizou para fora do banco da frente antes que
ela pudesse discutir com ele. Ele marchou direto para a parte de trás
até a porta e esperou que ela abrisse.
Ao contrário da porta da frente, ele não tinha as chaves desta.
Esse era um problema que ele iria resolver pela manhã. Ela deu um
passo para dentro da sala e tentou fechar a porta.
—Boa noite, Sergei.
—Não. — Mais rápido e mais forte, ele segurou a mão ao longo
da borda da porta para impedi-la. —Isso não vai acontecer.
—Esta é a minha casa! Se eu digo boa noite, significa boa noite,
Sergei.
—Você pode estar chateada comigo. Deus sabe que eu mereço.
—Ele cuidadosamente empurrou a porta, consciente de seus pés, e
forçou para entrar na casa. —Mas você ainda tem um predador que
pode estar ligado a um bando de criminosos racistas que querem
machucar você. Você pediu a minha proteção, eu estou dando ela a
você.
Ela, na verdade, bateu o pé como uma criança petulante.
—Você não pode simplesmente fazer o que quiser, Sergei! Esta é
a minha casa!
— Se você realmente quer que eu saia, por que você não chama
Kevan para me expulsar? —Balançando a bolsa com a sobremesa, foi
ele quem ligou o interruptor de luz mais próximo e começou sua ronda
noturna nas portas e janelas.
—Você é ridículo! Você sabia disso?
—Sim.
Ela ainda não tinha se acalmado quando ele tinha acabado a sua
varredura do andar térreo. Braços cruzados e pé batendo, ela olhou
para ele enquanto ele ia para a escada.
—Você acabou?
—Não. — Decidido realmente a não irritá-la, ele olhou por cima
do ombro e disse: — A menos que você esteja esperando Kevan
aparecer na porta para me prender de novo, sugiro que você venha
para cima comigo.
—O que no mundo faz com que você pense que eu quero ir lá
para cima com você?
Ele acenou com o saco de sobremesa.
—Eu tenho a sua sobremesa aqui e você tem a minha escondida
sob a sua saia.
Ela não foi de imediato, mas estava tudo bem para ele. Sergei
colocou a bolsa no pufe e cobriu a cama com travesseiros extras,
tirando os lençóis de cima. Ele jogou uma tira de preservativos no
colchão. Pegando um antigo espelho que guardava em um canto, Sergei
o moveu para frente da cama e, em seguida, tirou os sapatos e a
camisa. Ele estava tirando a calça quando Bianca finalmente apareceu
na porta.
Com uma bufada em voz alta, ela disse:
— Você não pode resolver tudo com sexo, Sergei.
—Nem tudo. —Ele concordou. —Mas isso? Sim.
—E o que é isso?
Trajando apenas sua cueca boxer, ele estendeu a mão.
—Vem cá, Bianca.
Ela hesitou apenas um momento antes de atravessar o quarto.
Em algum ponto do caminho, ela havia tirado os sapatos para que seus
passos fossem abafados. Ela franziu a testa para o espelho que ele havia
movido.
—Por que isso está aqui?
Segurando sua mão, ele a arrastou e enfiou os dedos em seu
cabelo. Ele abaixou-se e aninhou seu pescoço antes de salpicar beijos
suaves em sua pele sedosa.
—Eu vou mostrar o quanto sexy você é para mim.
—O quê? — Ansiedade fez sua voz oscilar.
—Você é uma mulher tão forte, mas sei que você tem seus
pontos fracos, Bianca. Hoje à noite, Lidia os encontrou, ela te machucou
com eles. —Tocando a testa dela, ele disse: — Eu sinto muito por isso.
Ela engoliu em voz alta, sem dúvida sufocando a dor de ser
intimidada sobre seu peso.
—Eu tento não deixar esse tipo de coisa me machucar, mas às
vezes...
—Eu sei. — Segurando seu rosto, ele a beijou com ternura,
pressionando todo o amor durante o acasalamento suave de suas
bocas. Ele pode não ser corajoso o suficiente para dizer como ele
realmente se sentia, mas isso não significava que ele não podia mostrar
esta noite.
Quebrando o beijo, ele cuidadosamente a virou de frente para o
espelho. Como se desembrulhasse um presente na manhã de Natal, ele
lentamente despiu Bianca. Ela ficou em silêncio enquanto ele abaixava
seu zíper, desabotoava o sutiã e empurrava as calcinhas rendadas por
suas coxas.
De pé atrás dela, Sergei acariciou suas curvas nuas com suas mãos
muito maiores, ao mesmo tempo estava maravilhado com a imagem
bonita que fizeram juntos. Acariciando seu pescoço, ele beliscou sua
pele sensível e sussurrou uma promessa.
—No momento em que eu terminar com você hoje à noite, nunca
mais vai duvidar como sexy e linda você é.

Oh doce Senhor.
Com minhas pernas tremendo e trêmula, eu reconheci o olhar
inegável de desejo de Sergei no reflexo do espelho. Embora ainda ferida
pelo ataque de Lidia, eu não podia negar o que eu via bem na minha
frente.
Sergei moveu suas mãos sobre meu corpo como um escultor
admirando seu melhor trabalho. Ele olhou para mim como se ele não
pudesse ter o suficiente. Me deixando apenas tempo suficiente para
pegar o saco com a minha sobremesa, Sergei voltou para mim
segurando uma pequena caixa de plástico. Ele abriu a tampa e me
deixou ver o triângulo em forma de fatia pontilhada com cerejas e
envolta em creme fofo. O que era que ele pretendia fazer?
Ele se ajoelhou na minha frente e colocou a caixa na cama atrás
de mim, apenas ao seu alcance. Arrastando o dedo através do chantilly,
ele usou uma quantidade que ele tinha reunido para pintar meu
mamilo. O frio do creme fez meu pico franzir firmemente. O creme
branco parecia tão brilhante contra a minha pele mais escura.
Boquiaberta com o choque de ser adornada com minha sobremesa, eu
olhava para Sergei em descrença.
—O que você está fazendo?
—Eu estou comendo a minha sobremesa.
—Mas... Oh! — Levantei-me na ponta dos pés quando Sergei
passou a língua contra o meu mamilo. Ele sugou meu seio e lambeu
todos os vestígios do creme. Pesados e doendo, meus seios
responderam ao seu mais leve toque. Ele beliscou meu úmido mamilo
ao pintar o outro com mais da mistura branca e fofa.
Deslizando os dedos pelos seus cabelos, deixei que ele me usasse
como seu prato para a sobremesa, manchando meu corpo com
pinceladas do chantilly e lambendo e chupando minha pele. Quando ele
cansou desse jogo sensual, ele reuniu uma última quantidade da
sobremesa no dedo e empurrou entre meus lábios.
—Chupe isso, Bianca.
Fiz o que pediu, chupando duro em seu áspero e grosso dedo o
tempo todo imaginando outra parte longa e grossa dele que eu queria
colocar na minha boca. Ele deve ter visto o clarão de interesse porque
riu e colocou um barulhento beijo na minha barriga.
—Em breve, milaya moya, mas você em primeiro lugar.
Deixando de lado a sobremesa, ele arrastou-me para cima da
cama e subiu atrás de mim. Ele me manobrou para uma posição
ajoelhada, segurando o interior das minhas coxas e empurrando
separadas. Pegando minha buceta com sua grande mão, Sergei se
certificou de que eu estivesse olhando para ele no espelho.
Ele abriu as pétalas do meu sexo como um jardineiro cuidando de
algumas delicadas flores de estufa. Colocando os lábios do outro lado
da minha orelha, ele murmurou com voz rouca:
— Você tem a buceta mais doce que eu já provei.
—Oh Deus. —Eu tinha uma respiração instável e tentei abrandar
o meu coração acelerado.
—Olhe como você é rosada. —Ele disse e me mostrou
exatamente sobre o que ele estava falando enquanto deslizava seu
dedo através do néctar brilhante que vazava do meu núcleo. —E
molhada pra caralho.
Ele mordeu meu pescoço, me marcando como sua.
—Eu não posso esperar para colocar minha língua aqui
novamente.
Seu longo dedo escorregou dentro de mim. Minha passagem
segurou seu dedo enquanto eu rebolava meus quadris.
— Sergei...
—Eu estive com um monte de mulheres, Bianca. — Ele não estava
dizendo isso para se gabar ou me machucar. Ele parecia estar fazendo
um ponto. —Você é a primeira que me deixa tão duro que até dói. Você
é a única que sempre atormentou meus sonhos. —Ele deslizou outro
dedo dentro mim e começou a empurrar. —Esta buceta é a única que
eu quero.
Agarrando seu antebraço, não quebrei nem uma vez o nosso
olhar compartilhado no reflexo do espelho. Sua outra mão serpenteava
em volta da minha frente. Ele colocou os dedos para dedilhar meu
clitóris enquanto continuava a empurrar para dentro de mim. Meu
corpo estava em chamas agora, e eu não tinha chances contra o seu
ataque sensual.
—Sergei! — Eu gozei forte, meu corpo empurrando contra o seu
enquanto ele usava as mãos magistrais para trabalhar em mim em um
estado frenético. O poder do clímax tirou o ar dos meus pulmões.
Quando as últimas ondas rolaram em mim, Sergei gentilmente tirou as
mãos e eu caí para a cama, meus braços mal me segurando.
Eu percebi o meu erro um momento tarde demais.
Sergei agarrou meus quadris e segurou-me no lugar enquanto ele
mergulhava na minha buceta com essa incômoda língua sua. Nunca me
ocorreu que um homem faria isso em uma mulher por trás, mas Sergei
me mostrou exatamente que ângulo de ataque era tão
pecaminosamente bom.
—Oh. Oh. Oh! — Segurando os lençóis abaixo de mim, tentei não
gritar muito em voz alta quando o segundo clímax me bateu.
Toda vez que tentava me livrar dele, Sergei usava a sua força
bruta para me segurar exatamente onde ele me queria. Sua língua fazia
coisas em mim que eram provavelmente ilegais na maioria dos estados.
Com a gatinha devassa dentro de mim desencadeada por ele, eu
pressionei para trás contra sua língua invasora e o deixei fazer o que
diabos ele queria porque me sentia tão bem.
Quando caí para frente tremendo, Sergei limpou a boca na minha
bunda gorda e pegou um preservativo. Ele embainhou-se em tempo
recorde e apertou minha cintura, me puxando de volta para ficar de
joelhos. Com apenas um pequeno empurrão de aviso, ele entrou em
mim, enterrando seu chocantemente longo pau.
—Ah!
—Leve-me, Bianca. — Ele retirou-se e empurrou para frente
novamente. —Pegue meu pênis.
Assistir Sergei fazer amor comigo no espelho foi uma experiência
que eu nunca vou me esquecer. Ele olhou para o meu corpo com tal
apreciação e adoração e passou as mãos sobre a minha pele como se
ele quisesse memorizar cada centímetro de mim. Os brilhantes e
ondulados músculos do seu peito, braços e pernas me encantaram.
Ele era a perfeição absoluta na forma masculina e me queria.
Fazer amor comigo assim tinha demolido aquelas paredes
remanescentes que eu tinha erguido em volta de mim. Não importava o
que o resto do mundo pensava sobre o tamanho do meu vestido, ou o
número na minha balança de banheiro. Sergei pensava que eu era bela
e perfeita. Ele me fez sentir feminina e desejada. Ele reforçou minha
própria crença de que eu estava bem do jeito que eu era.
Muito tempo depois, gozamos juntos, eu em primeiro lugar e ele
alguns golpes depois. Emaranhados em cima da cama, nós nos
abraçamos ao tentar respirar normalmente de novo. Meu corpo
latejava, e eu tremia toda vez que a palma calejada de Sergei deslizava
sobre a minha barriga e ao longo de minhas coxas.
—Você está convencida?
—Sim. — Minha garganta estava tão crua que eu estremeci.
Sergei riu com diversão e beijou meu pescoço.
—Nós vamos ter sorte se seus vizinhos não tiverem chamado os
policiais depois de toda essa gritaria.
Corando, enterrei meu rosto contra seu peito.
—Desculpe.
—Nunca se desculpe por isso. Me sinto bem em saber que posso
fazer você perder o controle assim. —Beijando minha testa, ele
murmurou: —Eu sinto muito sobre o que aconteceu no Samovar. Vou
falar com Lidia e fazer com que saiba que foi inaceitável. Pela minha
parte, prometo que não vou duvidar de você de novo.
—Eu te agradeço por isso.
—Você acredita em mim agora, Bianca?
Sorrindo, aconcheguei mais perto do homem que me fazia sentir
tão bonita e desejada.
—Sim.

Capítulo Treze

Quando desci pela manhã, minhas pobres pernas bambas mal me


seguraram, eu esperava entrar em colapso a qualquer momento. A
terapia sensual de Sergei havia me curado de quaisquer dúvidas sobre o
seu desejo ou sua atração por mim. Esta manhã, enquanto tomava
banho, tinha decidido deixar Lidia de lado.
Encontrei-o na cozinha preparando legumes para as omeletes.
Passando os braços ao redor da sua cintura, beijei suas costas.
—Bom dia.
Ele levantou o braço para que eu pudesse esgueirar sob um
ângulo melhor para beijá-lo. Nossos lábios permaneceram juntos por
alguns segundos antes dele beijar minha testa e voltar a cortar um
pimentão vermelho.
—Você dormiu bem?
Eu sorri e fui para a jarra de café.
—Eu tenho certeza de que não me mexi nenhuma vez.
Ele riu.
—Eu acho que não me mexi também. Minhas pernas estão me
matando esta manhã.
—A minha também! — Derramando o café em minha caneca
favorita, eu disse:
— Talvez eu precise começar a malhar.
—Não é uma má ideia. — Sergei respondeu com cuidado.
Adocei meu café com açúcar e me juntei a ele. Deslizei sobre um
dos bancos e o assisti preparar algumas cebolas verdes. Convencida de
que ele aceitava e adorava minha figura mais cheia, eu confessei:
— Eu tentei perder peso e fui bem sucedida em um curto período
de tempo. Eu fico tão cansada de fazer dieta, Sergei. Contar calorias e
negar comida? Me preocupar todos os dias com o trabalho e Mama? Eu
não posso fazer isso.
—Por isso não vamos fazer dieta ou quantidades excessivas de
exercício. —Disse ele rapidamente. —Nós vamos fazer pequenas e
sustentáveis mudanças.
A maneira como ele disse isso me fez sorrir e me encheu de calor.
—Como?
—Cortar o açúcar do seu café. —Sugeriu ele. — Trocar os
refrigerantes que você bebe no almoço por chá sem açúcar ou água
aromatizada com uma lima ou limão seriam um bom começo. Você
poderia tentar comer uma salada no almoço alguns dias por semana.
Poderíamos tentar alguns lanches da tarde diferentes.
—Bem... Isso soa melhor do que bolos de arroz e sopa e nunca
tocar em pão de novo. —Eu concordei. — E quanto a exercícios? E nem
sequer pense em sugerir que eu comece a ir à academia de Ivan!
Sergei riu.
—Em primeiro lugar, a única mulher permitida naquele lugar é
Erin. Em segundo lugar, isso é demais para você. Por que você não tenta
andar à noite depois do trabalho? Ou podemos escolher alguns DVDs
de fitness para você experimentar aqui em casa. Você pode trabalhar
isso, três dias por semana para começar. Quando você se sentir mais
confortável, vamos aumentar até quatro e depois cinco dias.
—Eu acho que poderia fazer isso. — O que ele estava me
oferecendo era sensato, escolhas realistas que eram o contrário de
algumas dietas e exercícios insanos que eu tinha tentado ao longo dos
anos.
—O que fez você pensar que seu modo militante sobre sua dieta
iria funcionar em longo prazo? —Ele parecia genuinamente interessado.
—Eu não sei. Eu fiz aqueles regimes insalubres sempre que eu
tinha uma grande função social que se aproximava. Houve uma época
em que eu teria feito qualquer coisa para tirar rapidamente 3 kilos do
meu corpo. Hoje em dia, estou mais preocupada com meu negócio e
reabilitação da Mama. Perder peso é uma prioridade baixa.
—Eu não acho que deveria ser sua principal prioridade na vida
agora, Bianca, mas acho que deveria ser uma prioridade para ficar mais
saudável. —Ele olhou para mim com uma expressão que traiu seu medo
de que ele pudesse ter ultrapassado seus limites novamente. —Eu não
me importo se você não perder uma única grama, milaya moya, mas
quero que você esteja comigo para sempre.
—Para sempre, é? — Suas palavras me tocaram de uma maneira
que eu não podia nem mesmo expressar.
—Eu me preocupo com você, Bianca. Sua mãe quase morreu por
causa da pressão arterial alta e a diabetes. Você tem tido sorte e ainda
é muito jovem. É hora de fazer mudanças, isso vai nos ajudar a
desfrutar de uma vida longa juntos.
—Se você me ajudar, vou tentar realmente duro. —Eu duvidava
que jamais seria verdadeiramente magra, mas saudável? Isso parecia
um objetivo que eu poderia atingir com alguma dedicação e meu
próprio personal trainer.
—Eu vou te ajudar. Eu vou fazer de tudo por você.
Engoli em seco, nervosa.
—Qualquer coisa?
De repente, ele tinha um olhar cuidadoso, mas assentiu.
—Sim. Qualquer coisa.
—Você quer que eu faça mudanças que me fará mais saudável
para que possamos estar juntos para sempre. Bem, você precisa fazer
mudanças, também. —Engoli em seco novamente quando percebi o
que eu estava perguntando a ele. —Eu não estou dizendo que você tem
que escolher a mim, ok? Eu sei que é uma batalha que eu não posso
ganhar por inúmeras razões. Não, eu estou apenas pedindo que você
pense sobre uma estratégia de saída.
Sergei pegou a faca e começou a cortar cogumelos.
—Eu já estou pensando em estratégias de saída, Bianca.
—Você está? — Sua admissão me pegou de surpresa.
—Eu estive pensando em como sair disso desde que fui forçado a
esta vida. Agora, com você, quero sair muito mais cedo. Estou
tentando, Bianca. —Ele olhou para mim com tal anseio. —Eu estou
fazendo tudo o que posso. Estou preparando o terreno, mas vai levar
algum tempo.
—Quanto tempo?
Ele balançou a cabeça.
—Eu não sei. Ele hesitou. —Pode ser alguns anos, dois ou três. —
Tristeza caiu sobre seus ombros, ele voltou cortar. —Se você não puder
esperar tanto tempo, eu...
—Eu posso esperar. — Cheguei até ele e estendi minha mão. Ele
olhou para ela, incrédulo, mas finalmente colocou sua palma sobre a
minha. —Eu vou esperar por você.
—Eu não te mereço, Bianca. Você está tão longe do meu alcance.
Você é a mulher que todo homem sonha em ter, uma mulher que o
faça melhor, simplesmente permitindo ele em sua vida. —Espremendo
meus dedos, ele disse: — Nikolai chama Vivian de seu sol. Eu nunca
realmente entendi por que ele escolheu esse nome carinhoso para ela,
mas eu o entendo agora. É melodramático, eu sei, mas ela traz luz em
sua vida escura. —Levantando minha mão, ele se inclinou para beijá-la.
—Você é minha luz, Bianca.
Meu lábio inferior tremeu e meus olhos ardiam quando sua
confissão incrivelmente romântica tomou conta de mim como o calor
do sol.
—Obrigada.
Ele piscou para mim e voltou a fazer nosso café da manhã.
Limpando a garganta, ele disse:
— Então, enquanto você estiver no trabalho hoje, vou começar
alguns projetos na casa. Eu tenho alguns encanadores que virão para
desligar o aquecedor de água e me dar uma estimativa sobre os tubos.
Eu vou medir o banheiro e esboçar algumas ideias para você sobre as
reformas de lá...
Ouvindo-o dizer sobre as maneiras que planejava atacar todos os
problemas da minha casa, não podia parar de sorrir. Eu não sabia como
nós iríamos fazer este trabalho, mas tinha fé que iríamos descobrir isso
de alguma forma. Repetindo as coisas doces que dissera para mim,
decidi que Sergei valia a pena. Por ele valeria a pena lutar.

Selecionando amostras de azulejos na manhã seguinte, Sergei


sentiu seu telefone vibrar no bolso. Bianca tinha se afastado para olhar
torneiras e banheiras de estilo antigo, ele achava que era ela, que
estava tentando encontrar as melhorias que queria na loja. Ele cavou o
telefone do bolso, olhou para a tela e suspirou. Não era Bianca. Era
Nikolai.
—Sim?
—Sergei, nós temos um problema e preciso de sua ajuda.
Ele queria salientar que este era o segundo domingo consecutivo
em que ele tinha sido chamado para lidar com um problema, mas não o
fez.
—Eu estou escolhendo azulejo do banheiro com Bianca. Vai
demorar menos do que uma hora.
—Isso é bom. Não há pressa. Kostya está começando. Vá até a
casa de gelo.
O telefonema terminou e Sergei fez uma careta de desgosto. De
todas as maneiras que ele queria passar sua tarde de domingo, esta não
era uma delas. Depois de passar a manhã na academia com Paco, ele
vinha planejando arrancar alguns azulejos, fazer amor com Bianca
provavelmente duas vezes e, em seguida, assar alguns bifes. O que quer
que o aguardasse na casa de gelo ia estragar todo o seu dia.
—Boo! — Bianca cutucou-o no lado e riu.
Afastando os pensamentos do telefonema, ele sorriu para ela e
beijou o topo de sua cabeça.
—Será que você encontrou a banheira que você queria?
—Eu encontrei algumas que eu gostei. Deram-me alguns folhetos.
Eu percebi que você poderia me ajudar a descobrir quais caberiam
melhor...
Eles terminaram escolhendo algumas amostras que
complementaram algumas das cores de tinta que ela gostou e saíram
da loja. Ele esperou até que eles estivessem chegando a casa para lhe
dizer.
—Olha, Bianca, eu preciso ir ver Nikolai.
Ela suspirou baixinho.
—Eu não vou perguntar por quê.
Ele odiava a si mesmo por colocá-la nesta posição.
—Eu não sei quando estarei casa. Pode ser tarde.
—Ok.
—Me desculpe, Bianca. Eu realmente sinto muito. Eu não queria
que nosso dia terminasse assim.
Ela apertou sua mão e arrastou-a até seu colo.
—Eu disse que iria esperar você sair. Então, vou esperar e
acreditar que toda essa porcaria vai acabar algum dia.
—Vai, Bianca. — Ele desejou poder dar uma data, mas ele se
recusava a quebrar uma promessa a ela.
Quando chegaram a casa, ele ficou surpreso ao encontrar Arty,
um dos homens mais confiáveis de Nikolai, parado do outro lado da
rua, com alguns de seus companheiros. A princípio, ele pensou que eles
estavam lá para buscá-lo, mas, em seguida, Arty levantou dois dos três
dedos da mão direita para os olhos e gesticulou em direção à casa.
Sergei entendeu a mensagem silenciosa. Nikolai tinha arranjado
proteção para Bianca.
Por um lado, Sergei estava aliviado por ter alguém como Arty, um
homem que tinha sobrevivido a horríveis guerras de gangues, cuidando
de Bianca. Por outro lado, Sergei sabia o que isso significava. Ele havia
sido chamado para ajudar em algo que envolvia os Night Wolves.
Nikolai esperava problemas e ele esperava que eles acabassem aqui.
Esfregando a parte de trás do seu pescoço, Sergei se inclinou
sobre Bianca e abriu o porta-luvas. A visão de seu revólver a fez ofegar.
Quando ele pegou a mão dela, ela puxou-a de volta.
—De jeito nenhum, Sergei!
—Bianca... —Disse ele com firmeza. —Eu me sentiria melhor
sabendo que você tem isso.
—E eu me sentiria melhor sabendo que meu namorado não está
enroscado com a Máfia russa, mas você sabe o que eles dizem sobre
desejos, cavalos e pobres pessoas.
Ele não sabia, na verdade, mas ele deixou isso de lado.
—Alguma vez você já disparou uma arma?
—Não.
—Devemos corrigir isso.
—Como o inferno!
—Bianca
—Não, Sergei.
Explicando a grosso modo, ele segurou a arma longe deles.
—Esta é a trava de segurança. Aqui é onde você trava e destrava.
Ela está carregada. Você tem dez tiros, então os use com sabedoria.
—Você está louco se pensa que eu vou levar essa coisa para
minha casa.
—Então é melhor você pedir uma camisa de força porque isso vai
acontecer. Sergei colocou a pistola em sua bolsa. —Vamos.
Ela não saiu do SUV imediatamente. Por um momento, ele se
perguntou se teria que jogá-la sobre seu ombro e levá-la de volta para
dentro. Com uma bufada dramática e uma batida de porta, ela saiu do
veículo e foi até a porta da frente. Ele a seguiu para dentro, verificou a
casa e devolveu a bolsa.
—Eu vou voltar mais tarde. Não deixe ninguém que você não
conheça entrar na casa. Aqueles homens lá fora? Os que estão no
carro? Eles estão vigiando a casa para que possa se sentar na varanda
ou dar uma volta pé em torno da garagem, especialmente se eu não
voltar logo.
Ela fez um som irritado.
—O que meus vizinhos vão pensar?
—Provavelmente que você tem um gosto muito ruim para
homens. —Ele respondeu honestamente. Certo de que ela estava
chateada com ele, beijou sua bochecha e saiu da casa. Ele tinha
chegado apenas na varanda quando ela o chamou e o deteve.
Segurando a frente de sua camisa, ela arrastou-o para baixo para
um profundo beijo apaixonado.
—É melhor você ter cuidado com seja lá o que é que você está
prestes a fazer.
Tocando os lábios em sua testa, ele prometeu:
— Eu vou voltar.
A longa viagem para a casa de gelo fez pouco para dissipar a raiva
e frustração com sua situação. Isto não ia ficar mais fácil. Em breve,
Bianca iria começar a ressentir-se por Nikolai chamá-lo. O que isso ia
fazer para sua amizade com Vivian? Não ia ser bom.
No momento em que ele chegou a casa de gelo, ele ainda não
tinha descoberto uma maneira de acelerar seu plano de saída. O antigo
edifício localizado entre duas cidades pequenas era exatamente o que
seu nome dizia, um lugar que vendia gelo. Antigamente, o prédio
abrigou um bar e uma churrascaria.
Agora, era uma sombra de sua antiga glória, cheio de placas
podres e ervas daninha no mato. Ninguém nunca mais andou pela
solitária estrada particular. Nikolai tinha visto que se tirasse toda a terra
em torno da casa de gelo, ela teria utilidade para seu uso particular.
Sergei estremeceu ao pensar que segredos Kostya havia enterrado aqui.
Ele não estava surpreso ao ver alguns dos homens de Besian do
lado de fora, fumando e conversando fiado um com o outro. Ele acenou
para eles enquanto entrava no prédio em ruínas, esquivando-se para
evitar uma lesão ao bater a cabeça nas vigas e portas baixas. Ele
atravessou o chão empoeirado da sala que outrora abrigou os freezers
e parou com a visão de Kostya arrancando seu avental de couro preto.
O limpador tinha uma reputação em Houston, inferno,
provavelmente em torno da porra do mundo por seu trabalho. Sergei
não achava que o homem gostava de ferir outras pessoas. Na verdade,
Kostya parecia ser capaz de separar-se de toda a realidade daquilo, para
evitar complicações morais por sua obra. Sergei tinha sofrido o
infortúnio de ver o homem usar suas habilidades em muitas ocasiões
para contar, mas ele nunca tinha visto Kostya levá-lo tão longe quanto a
sua reputação sombria e sem alma.
Às vezes, Sergei suspeitava que a teatralidade de Kostya dava a
ele mais cooperação do que qualquer quantidade de tortura. O avental
de couro preto, as luvas, as capas nos sapatos, os kits preenchidos com
o material de tortura completavam a mostra convincente. Na maioria
das vezes, um par de dentes arrancados, um corte aqui ou ali e uma
boa surra faziam um homem derramar seus segredos.
O plástico que cobria o chão amarrotou sob as botas de Sergei.
Ele rapidamente examinou a cena diante dele. Nikolai e Besian estavam
quase ombro a ombro e olhou para o pobre coitado nu, amarrado a
uma cadeira. Ele tinha sido torturado, mas quase não havia sangue para
ser visto. Alguns respingos de alguns socos, mas nada
escandalosamente violento. No fundo de sua mente, Sergei reconheceu
que o pensamento era mais do que prova suficiente de que era hora de
começar nova vida.
A suástica tatuada no peito do jovem segurou sua atenção.
Então... Ele era um deles. Ao mesmo tempo em que Sergei viu as
tatuagens feias, o homem tornou-se consciente da presença dele e
parecia como se fosse urinar em si mesmo. Se era o seu tamanho ou
sua reputação no submundo por ser um lutador brutal no ringue, ele
não poderia dizer.
Olhando de relance para Nikolai, ele disse:
— Chefe.
—Ah, Sergei, venha aqui. Eu quero que você conheça o nosso
novo amigo. O nome dele é James, ele tem algumas fotos que eu acho
que você achará muito interessante.
—Nikolai acenou com um telefone celular.
—Não. —O homem disse, nervoso. —Não olhe, por favor. Eu sou
apenas o cara que tinha a missão de reconhecimento. Só isso. Eu nunca
quis machuca-la.
À menção dela, Sergei ficou rígido. Ele cruzou o chão em quatro
rápidos passos e arrancou o telefone da mão do seu chefe. Correndo o
polegar em toda a tela, ele quase vomitou quando imagens de Bianca
apareceram. Tela após tela, imagens encheram a tela com seu belo
rosto. Em algumas delas, Vivian estava presente.
Batendo o telefone de volta na mão de Nikolai, Sergei foi em
direção ao outro homem e chutou direto em sua cadeira para trás. O
homem resmungou em voz alta quando a cadeira bateu seus pulsos
amarrados no chão. Colocando sua bota contra a porra da tatuagem
feia no peito do homem, Sergei pressionou para baixo com algum peso.
—Por que você está seguindo a minha mulher?
O homem tossiu e gemeu, assim Sergei aliviou o suficiente para
que ele pudesse dar uma respirada. Depois moveu a ponta da bota para
a garganta do homem.
—O que você quer com Bianca?
—Darren. —Ele tossiu o nome. —Darren disse que ela é a chave.
Ela tem que pagar.
Ele empurrou com mais força.
—A chave? Para pagar o quê?
Com os olhos esbugalhados, o homem engasgou e Sergei desistiu.
O homem mais jovem deu um suspiro e começou a soluçar.
—Ela nunca deveria ter tentado matar Adam!
Todo o corpo de Sergei ficou gelado com a certeza de que aqueles
brancos malucos realmente acreditavam que Bianca estava por trás do
ataque a Adam Blake.
—Ela não mandou. —Besian o cortou em voz alta. —Eu sei disso e
a porra do Darren Blake deveria saber disso, também.
James começou a engasgar quando o peso de Sergei esmagou seu
pescoço.
—Não o mate ainda, Sergei. Ele ainda é útil para nós. —Nikolai
acenou com a mão de maneira imperiosa.
Sergei tirou a bota da garganta de James e levantou a cadeira e o
homem amarrado de volta para a posição sentada. Ele estava atrás dele
e esperava para ver o que os dois chefes queriam.
—Veja, Sergei. — Besian puxou um cigarro e isqueiro do bolso. —
O jovem James não sabe, mas eu tenho um espião dentro de sua
gangue desde janeiro. Depois que eles mataram Afrim, meu agiota. —
Acrescentou. — A coisa é, James, eu sei que de fato Darren contratou
um homem que costumava ser um dos meus para matar seu próprio
irmão. Ele tinha esperança de que o ataque atingisse minha
organização.
Besian pegou um cigarro e guardou o pacote de volta no bolso.
—Você sabe por que Darren realmente queria matar Adam?
James balançou a cabeça.
—N-não.
Besian acendeu o cigarro e deu uma longa tragada. Em seu exalar
barulhento, ele disse:
— Essa é uma coisa entre irmãos. Eles têm uma maneira de foder-
se em planos em longo prazo. —Sorrindo maliciosamente, Besian
gesticulou em direção a ele. —Não é verdade, Sergei?
Apertando a mandíbula, Sergei não respondeu.
—Não? — O patrão Albanês deu de ombros e apontou o palito
cancerígena para a cabeça do skinhead. —Há uma história, James. Uma
que lhe interessa, mas nós não temos tempo para convencer Sergei a
nos contar sobre o seu irmão mais velho. —Ele chupou o cigarro
novamente. —Veja, meu homem dentro da prisão me disse que Adam
Blake estava repensando suas maneiras racistas. Ouvi dizer que ele está
considerando fazer um acordo para participar de um caso contra a sua
gangue.
—Isso é besteira! Adam nunca viraria as costas para nós.
—Isso é para contos de fadas, garoto.
O olhar de Nikolai deslizou para o cigarro de Besian de uma
maneira que parecia quase saudosa. Seu olhar pousou em James
novamente.
—Quando a única coisa que une os homens é o ódio, não pode
haver lealdade.
Como se para fazer o seu ponto, Nikolai apontou para Sergei.
—Você acha que o homem deixou o amor de sua vida para vir
aqui e lidar com esta merda, porque ele me odeia? Porque ele tem
medo de mim? Não. —Encontrando seu olhar, Nikolai perguntou: —
Por que você está aqui, Sergei?
Era imaginação de Sergei ou o chefe fez um som genuinamente
incerto? Ele tinha conhecimento das dúvidas de Sergei? Do desejo de
Sergei em sair e seguir em frente com a sua vida?
—Estou aqui porque você salvou a minha vida. Estou aqui porque
você salvou a minha mãe e meu irmão. —Ele engoliu duro. —Eu estou
aqui porque jurei servir a você.
—Você vê, James? Isso é lealdade. É por isso que sua gangue de
merda vai acabar rapidamente quando isso vier à tona. Um: você não
tem nada que una seus homens, exceto o ódio, um tolo ódio. Dois: falta
em seus homens o companheirismo. Vocês não sangram ou se
sacrificam um pelo outro. E três? Você é estúpido e corre riscos
desnecessários... Como seguir a minha mulher de casa até a igreja. —
Clicando os dentes, Nikolai avançou sobre o homem. —Isso foi
incrivelmente estúpido de vocês.
—Eles me disseram para seguir as meninas e descobrir suas
rotinas de domingo. É a única vez em que as duas estão sozinhas.
Quando elas estão na igreja. —Disse James, soluçando agora. —Eu só
estava tirando fotos!
Agachando-se na frente de James, Nikolai estendeu a mão. Kostya
colocou uma de suas facas nela. Arrastando a ponta afiada pelo peito
do homem racista, Nikolai fez uma pergunta muito simples.
—Até que ponto você está disposto a ir pelos seus irmãos, James?
—O-o quê? — o homem mais novo nervosamente gaguejou.
—Você está disposto a sangrar por eles? —Ele cavou a faca
apenas o suficiente para fazer o outro homem assobiar. —E se eu
dissesse que iria deixá-lo voltar para sua gangue agora e oferecer-lhes a
paz entre meus homens e os seus? —Ele fez um gesto para Besian? —E
se eu lhe disser que você poderia avisá-los do caso RICO e a guerra que
vou trazer na sua porta, se eles não deixarem minha família em paz?
Tudo que você tem que fazer para ganhar essa chance é fazer um
sacrifício. O que você faria, James?
Ele não respondeu. O covarde bastardo estava realmente
pensando sobre isso. O nariz de Sergei enrugou com nojo. Não importa
o quanto ele quisesse sair dessa vida, ele teria dado a última gota de
sangue para salvar qualquer membro desta família.
—Se eu disser não? — James perguntou em voz baixa.
—Nós o colocaremos em um carro e você vai dirigir para uma
casa segura em San Antônio com dois dos homens de Besian. Eles vão
prendê-lo lá até os nossos planos serem concluídos e então você estará
livre para ir em frente com sua vida.
—Sério?
—Sim.
Sergei conhecia aquele tom de voz. Nikolai estava absolutamente
sério. Ele deixaria esse otário sair daqui e escapar do que quer que irá
ser o inferno que viria. Foi o bebê que tinha trazido essa misericórdia
recém-descoberta? Casar com Vivian tinha suavizado o patrão um
pouco. Será que se tornar um pai iria mudá-lo também? Algo lhe dizia
que o chefe seria ainda mais implacável nas suas relações com os
outros se isso significaria manter sua esposa e filho em segurança.
—Eu quero a casa segura.
Com um profundo suspiro de decepção, Nikolai levantou-se.
—Sim, eu pensei que você iria querer. — Sacudindo seus dedos,
ele disse: — Venha, Sergei. Temos negócios em Houston.
—Espere. Você não vai me soltar?
Nikolai considerou a faca em sua mão.
—Besian, o carro está abastecido?
—Sim.
Ele bateu a faca contra peito do outro chefe.
—Em seguida, certifique-se de que ele possa dirigir quando tiver
terminado com ele. Não há nenhuma razão para seus homens se
cansarem.
—Espere! Não! Você disse que eu poderia sair intocado.
—Ele disse que você ia sair intocado. —Besian fez a distinção. —
Você deveria ter prestado mais atenção quando o meu amigo lá falou
sobre ser estúpido...
Com Kostya os seguindo, eles deixaram a casa de gelo com os
sons de James gritando. Sergei não queria imaginar o que o albanês ia
fazer com o cara. Se ele absolutamente tivesse que adivinhar, ele
colocaria o seu dinheiro em Besian desfigurando as tatuagens de James.
—Quando isto termina, comece com os pacotes, sim?
—Da.
—E se certifique de que tudo fique limpo, Kostya. —Nikolai fez
uma varredura da área. —Nós vamos ter que vender este lugar em
breve e encontrar um novo local.
—Eu vou começar a procurar no setor imobiliário. Fazendo sinal
de volta para a casa de gelo, ele prometeu: — Vai ser perfeito.
Nikolai deu um tapinha no ombro do outro homem.
—Eu sei que vai. Sergei? Vamos.
Sergei levantou a mão.
—Eu não tenho a minha arma. —Pelo olhar incrédulo de Nikolai,
ele explicou: — Eu dei a Bianca antes de sair.
—Há uma extra no meu carro. —Kostya ofereceu. —Está limpa.
Leve-a.
—Obrigado. — Sergei encontrou a arma em questão, a verificou e
levou-a de volta ao seu SUV. Ele não tinha planejado dirigir para o
patrão para qualquer lugar, estão estar armado não tinha sido uma
prioridade.
Grato por Kostya sempre estar preparado, ele deslizou atrás do
volante e olhou para Nikolai. Ele queria perguntar sobre os pacotes que
Kostya ia preparar, mas não o fez. Em vez disso, ele perguntou:
—Onde estamos indo?
—Ver Alexei.
Como havia cerca de cinquenta Alexeis que ambos conheciam, ele
rapidamente reduziu a dois mais prováveis.
—Alexei da lavagem de carro ou Alexei da concessionária?
Nikolai sorriu e colocou o cinto de segurança.
—Alexei Sarnov da concessionária.
—Certo. — Sergei saiu do local e se virou para a estrada privada.
—Você vai pegar uma Ferrari ou um Bentley?
O patrão deu uma risadinha.
—Nenhum dos dois. Nós vamos lá para que Alexei possa pagar
um favor que ele me deve.
Sergei estranhou o favor Nikolai esperava extrair. Alexei Sarnov
tinha entrado na família antes dele. Na verdade, ele suspeitava que a
única razão para Nikolai tê-lo trazido e pago suas dívidas era porque ele
precisava de um homem grande e forte e Sergei cabia nessa descrição.
Ele tinha ouvido rumores da saída de Alexei da equipe de Nikolai, mas
ninguém parecia saber a verdade. Talvez Ivan ou Kostya, mas aqueles
dois nunca fofocavam.
O que Sergei sabia ser absolutamente verdade era que Nikolai
tinha ajudado Alexei a comprar sua primeira concessionária de luxo.
Agora as concessionárias de Alexei ocupavam a interestadual que
atendia a elite de Houston. Além disso, ele possuía duas empresas de
transporte e tinha as mãos em alguns outros negócios em torno da
cidade. Como Ivan, Alexei tinha feito muito bem e era um modelo para
Sergei.
Nikolai puxou o isqueiro e rolou para trás e para frente entre as
suas palmas. Aquele cigarro de Besian tinha lhe dado um desejo?
—Você conhece Kelly Connolly?
A pergunta o pegou de surpresa.
—Mais ou menos. Quando estou com Vivian, eu encontro com
ele. Ele é um cara legal. Por quê?
—Seu pai deve meio milhão a Besian. Eu ouvi que o velho deve
mais ainda para John Hagen.
Sergei xingou baixinho.
—Será que Kelly sabe?
—Ele sabe agora. — Nikolai brincou com o isqueiro aberto e
fechado. —Vee me ouviu falando com Dimitri sobre isso esta manhã.
Ela me pediu para intervir em nome de Kelly. —O aperto na voz do
chefe disse a Sergei que ele não ficou emocionado com o pedido. —
Aparentemente, Besian fez a Kelly uma oferta e ele não está susceptível
a recusar.
Sergei teve que ouvir isso.
—E?
—Paulie, seu lutador, ainda está no hospital depois do naufrágio.
Ouvi de Besian que seu segundo lutador é uma merda tão absoluta e
ele quer que Kelly substitua Paulie no torneio.
O olhar de Sergei alternou entre a estrada e seu chefe e vice-
versa.
—Sério?
—Sim. Você já o viu lutar?
—Kelly? — Ele balançou a cabeça. —Não. Ouvi dizer que ele foi
bem em alguns dos torneios menores. Eu não estou dizendo que ele
não tem coração. Ele era um fuzileiro naval, você tem que respeitar o
que eles sobreviveram ali, mas isto? Ele não está pronto para isso.
—Eu não acho que ele esteja. — Nikolai fechou o isqueiro e
colocou-o no bolso. —Vee não me deixaria em paz, se seu amigo se
machucar. Eu não posso pedir a Ivan para treiná-lo, porque,
obviamente, eu quero que você ganhe, você precisa de toda a sua
atenção quando ele voltar de sua lua de mel.
—Então você vai pedir para Alexei treiná-lo?
—Sim.
—Huh.
—Eu entendo. — Nikolai passou a mão pelo seu rosto.
—Ele é um bom treinador. Eu o vi no armazém. Se alguém pode
deixar Kelly em forma tão rápido, esse alguém é Alexei.
—Pelo amor de Kelly, vamos esperar por isso.
Nikolai ajustou a ventilação do ar condicionado para atingi-lo com
uma rajada de ar frio.
—Eu não despedi Lidia, mas se ela fizer algo assim de novo? —
Nikolai fez um som como uma cortada e fez um movimento com
polegar arremessando-o. —Ela estará demitida e vai ter que aprender a
viver de vale-refeição.
Sergei achou a observação desnecessariamente dura.
—Eu nunca tinha visto ela assim.
—Claro que não. —Nikolai disse o assunto com naturalidade. —
Você era o prêmio que ela queria. Ela viu você como a resposta para
todos os seus problemas. Antes de você? Foi Arty.
—O quê? Artyom Três Dedos?
—Sim. — Nikolai olhou para ele com surpresa. —Eles namoraram
na primavera passada e verão. Então você veio farejando no outono, e
ela meteu o pé na bunda. Ele foi descartado friamente. Arty amou essa
mulher. Inferno, ele ainda a ama.
Culpa atingiu Sergei.
—Eu nunca teria chegado a ela se soubesse que ela estava
namorando Arty.
—Ela se manteve quieta. Eu sempre tive a sensação de que ela o
estava mantendo um como seu plano de backup. Em seguida, sua
melhor oferta veio e....
—Eu nunca fiz uma oferta. — Sergei o interrompeu. —Nós
namoramos. Foi isso.
—Ela falou no Samovar que vocês dois iam se casar...
—Não. — Ele enfaticamente cortou sua mão no ar. —Isso nunca
esteve nas cartas para nós.
—Mas com Bianca está?
Sergei grunhiu e deu de ombros.
—Vamos ver.
Eles dirigiram por mais dez minutos sem se falarem. Finalmente,
Sergei perguntou:
—Nochniye Volki?
—Eu estou lidando com isso.
—E eu?
—Você cuida da Vee durante o dia, protege Bianca à noite, e
treina para o torneio. Pinta algumas paredes. Coloca novos azulejos. Vai
para o casamento do primo de Bianca na noite de sábado. É isso aí.
Nada muda para você.
Surpreso, mas ao mesmo tempo feliz que Nikolai estava tirando-o
do circuito como um presente, Sergei pensou naquelas fotografias
sinistras.
—Você acha que eles vão tentar sequestrar Bianca?
—Sim. — Nikolai nem sequer tentou mentir. —Infelizmente para
eles, eles não vão ter a chance. Em poucos dias? O patrão fez uma linha
através de sua garganta. —Acabou.
Segurando o volante, o estômago de Sergei se apertou enquanto
imaginava quanto perigo Bianca estava no momento. Ele orou para que
Nikolai estivesse certo e que isto teria um fim muito em breve.
Capítulo Quatorze

—Então Sergei, Bianca me disse que sua mãe é costureira. É isso?


Sentada na segunda fileira de bancos em seu SUV, eu me encolhi
interiormente enquanto a minha mãe continuava seu interrogatório
com Sergei enquanto nós íamos da igreja onde Lulu e Corey tinham se
casado para o salão da recepção. Ela tinha sentado no banco da frente,
provavelmente para me impedir de interferir.
Desde que ele nos pegou em seu apartamento, Mama tinha
estado em cima dele como a CIA. Ele tinha lidado com seu estranho
interrogatório nos primeiros minutos, mas agora ele parecia responder
a suas peculiaridades sem intimidação. Eles estavam conversando como
dois velhos amigos. Eu não conseguia decidir se isso era uma coisa boa
ou uma coisa ruim.
—Sim, ela é. — Ele lhe deu sorriso que Mama parecei se derreter.
—Eu estou esperando que ela seja capaz de se aposentar depois que
ela vier para cá.
—Oh, isso vai ser tão bom. Ela virá em breve?
—Acredito que sim.
Mama pareceu sentir que era um assunto delicado para ele e
recuou.
—Eu ouvi que você está fazendo algum trabalho na casa de
Bianca. Ela me mostrou as fotos do banheiro depois de ter sido
remodelado. O azulejo é lindo.
—Obrigado. Tem sido uma grande experiência para nós dois. —
Ele me olhou no espelho retrovisor. O brilho de fome em seus olhos me
fez corar. Oh, ele definitivamente me ensinou uma coisa ou duas sobre
o uso de cavaletes para outras coisas que não segurando a madeira!
—Isso é bom. —Disse ela. —Realmente bom.
—Bianca e eu estávamos discutindo sobre a garagem, na verdade.
—Ele comentou. —Ela tem alguns empreiteiros que virão fazer alguns
orçamentos diferentes, do que fizeram da última vez. Ela está pensando
em transformar em um apartamento.
—Sério? Para alugar?
—Talvez. —Eu disse, não querendo definir uma posição ou outra
ainda. —Eu tenho que verificar as regras de zoneamento e ver o que a
associação do meu proprietário diz sobre esse tipo de coisa em
primeiro lugar.
—Bem, apenas certifique-se de que você pode fazer algum
investimento, querida.
—Eu vou, mamãe.
Eu tinha avisado a Sergei que ela não gostaria da ideia de
reformar o espaço com ela em mente, então atirei nele um olhar que
dizia para mudar de assunto. Ela gostava de sua independência e não
faria que ela se sentisse um fardo para mim, embora eu gostaria muito
de tê-la perto.
Quando chegamos ao hall da recepção, observei a maneira que
Sergei saiu do SUV e esquadrinhou a área em torno de nós com seu
olhar de falcão. Desde sua chamada no domingo, ele parecia tão tenso
em qualquer momento que estávamos em público. Ele não me contou o
que tinha acontecido naquele dia, eu com certeza não tinha sido
corajosa o suficiente para perguntar, mas tinha a sensação de que tinha
algo a ver com aqueles racistas.
Por duas vezes, ele me pediu para ir com ele ao campo de tiro,
mas eu tinha vetado essa ideia. Eu já tinha visto em primeira mão o que
uma arma poderia fazer e não queria fazer parte dela. Eu tinha a
sensação de que ele pensou que eu estava sendo ingênua e insegura,
mas esta era uma coisa que não abriria mão.
Uma coisa que eu tinha sido intrometida foi sobre esse negócio
com Kelly Connolly. Eu tinha conhecido o ex-guarda-costas e fuzileiro
durante anos. Ele e Perry tinham jogado beisebol juntos no colégio.
Tínhamos nos encontrado há um pouco mais de um ano e parecia
estarmos sempre nos encontrando ao redor dos pontos quentes da
cidade. Vivian gostava dele, como um amigo e nada mais, portanto,
sempre se certificava de convidá-lo quando ele estava na cidade e não
em missão com empresa de segurança privada de Dimitri.
Vivian tinha me dito sobre a bagunça com o seu pai viciado em
jogos de azar e bêbado. Quando ela me disse que Kelly poderia,
eventualmente, ter que lutar contra Sergei no próximo torneio, eu não
pude acreditar. Sergei tinha estado relutante em me contar os detalhes,
mas ele tinha confirmado que era verdade.
Eu não gostei nada disso. De alguma forma, não saber as
identidades dos homens com quem Sergei lutaria tornava um pouco
mais aceitável. Pensar em meu russo dando uma surra em Kelly era
muito terrível de se imaginar, mas eu nutria ilusões de que Kelly
poderia bater em Sergei. Meu homem era simplesmente poderoso
demais e cruel para perder. Preocupei-me que Kelly poderia dar uns
bons socos que poderiam realmente machucar Sergei. Não importa
quantas vezes ele tinha prometido que iria ficar bem, eu acreditei nisso.
Libertando-me de meus pensamentos perturbadores, Sergei abriu
primeiro a minha porta e me ajudou a descer. Ele não perdia a
oportunidade de me acariciar ou dar-me um tapinha carinhoso antes de
beijar minha bochecha e ir para bagageiro do SUV para pegar o andador
da minha Mama. Eu queria que ela viesse de cadeira de rodas, mas ela
parecia estar caminhando muito bem com a ajuda de seu andador e
fazendo uso em lugares disponíveis.
Eu estava de volta quando Sergei usou aqueles braços musculosos
para ajudar Mama suavemente a sair do SUV. Ele foi extremamente
paciente com ela e parecia pronto para atacar ao primeiro sinal de uma
oscilação em sua perna protética.
—Você está bem?
—Eu estou bem, querido. — Mama afogou-lhe a mão. —Agora dê
a minha bolsa para Bianca. Rosa não é a sua cor.
—Sim, senhora. — Sorrindo, Sergei deslizou a alça da bolsa de seu
braço e estendeu-a para mim. Depois que eu tinha colocado a segunda
bolsa no meu ombro, ele pegou minha mão e enfiou-a na curva de seu
braço. Feliz em tê-lo comigo esta noite, eu entrei na sala da recepção
com um sorriso no meu rosto.
Nosso trio incompatível não virou tantas cabeças como eu
esperava. Fizemos o nosso caminho pelo salão da recepção com apenas
um, realmente estranho, encontro com Kevan. Mama deve ter sentido
a vibração estranha porque ela se apressou em encontrar um lugar para
sentar. Eu fiquei muito feliz em apressá-la até a nossa mesa.
Nós tínhamos sentado com as duas irmãs mais velhas viúvas da
minha mãe e seus dois filhos, ambos jogadores universitários de
basquete e suas namoradas. Shawn estava se preparando para
medicina e Trey estava estudando administração. Uma das namoradas
estava estudando marketing de moda. A outra queria ser advogada.
Uma vez que as apresentações foram feitas, as inevitáveis
perguntas sobre Sergei começaram. Ele ordenadamente respondeu que
trabalhava na construção civil e conseguiu encerrar essa questão. É
claro, as minhas tias queriam saber onde tinha nascido e por que ele
tinha vindo para Houston. Onde é que sua mãe mora? Você tem família
aqui? Você vai para a igreja?
Eu queria rastejar para debaixo da mesa e me esconder. Sergei
levou tudo na esportiva e parecia muito feliz em conversar com elas. Da
mesma forma que ele havia impressionado a minha mãe, ele
conquistou minhas tia Sara e tia Penny. Eu não perdi o tímido sorriso
das duas namoradas entre as mesas. Algo sobre os olhares de Trey e
Shawn tinham me alertado. Será que eles sabiam o que realmente
Sergei era? Será que tinham o visto lutar, talvez?
Na última semana, eu tinha feito um pesquisa e soube que havia
um pesado processo de apostas das universidades. Vivian tinha me
informado que haviam fraternidades selecionadas que tinham convites
exclusivos para as lutas, porque a maioria dos membros tinha muito
dinheiro. O pensamento de Trey e Shawn apostando seu dinheiro suado
em lutas não me deixava feliz. Talvez eu precisasse conversar com os
dois mais tarde...
Embora esta recepção de casamento não era nem de longe tão
grandiosa como a de Erin e Ivan, ainda era uma bela noite. A comida, as
flores, o bolo, a banda, tudo era de alto nível. Quando a pista de dança
foi aberta após a primeira dança com o pai da noiva tinha sido
concluída, Sergei inclinou-se e segurou meu rosto em sua mão enorme.
—Você me deve uma dança, milaya moya.
—Sim, acho que eu devo.
Sergei levou-me para a pista de dança e me segurou perto. A
diferença em nossas alturas fez coisas interessantes. Eu considerei me
arrastar sobre uma cadeira para que eu pudesse descansar minha
bochecha em seu ombro. Olhando em volta, notei que muito poucos
dos homens hoje à noite eram altos com acompanhantes mais baixas.
Nenhum deles era tão grande como Sergei, mas então, ele parecia ser
um verdadeiro tipão. Depois de algumas danças comigo, Sergei foi
dançar com a tia Sara e tia Penny. Ele era um bom dançarino, mesmo
quando a tia Sara ficou um pouco tonta depois de todo o champanhe
que havia tomado e beliscou seu traseiro tenso. Pensei que o pobre
Trey ia cair fora de sua cadeira quando viu sua mãe ficando tão
abusada.
—Preciso de ar. —Disse Trey se levantando de sua cadeira. —Eu
preciso respirar um pouco. —Batendo a mão contra as costas de Sergei,
ele disse: — Cara, venha. Vamos fazer uma pausa de todo esse
estrogênio, ok?
Quando Sergei olhou para mim para ver se eu me importava, eu
acenei minha mão. Eu tinha um pressentimento de que ele precisava da
fuga e teria vontade de conhecer alguns membros mais masculinos da
minha família. Ele tinha sido monopolizado durante toda a tarde e à
noite e tinha ganhado algum tempo livre. Eu duvidava que ele teria
achado a conversa na mesa muito interessante de qualquer forma.
Sozinha com minhas tias e mãe fofocando, tomei um gole de
champanhe e olhei a pista de dança. Meu olhar pousou em Kevan que
dançava com uma mulher que eu não conhecia. Ele tinha claramente
bebido demais. Eu me perguntava por que nenhum dos padrinhos de
casamento tinham lhe controlado e o colocado em um canto para
deixá-lo sóbrio, com um pouco de café.
Kevan rudemente apalpou o peito da mulher com quem ele
dançava, ela deu um tapa em sua mão. Esperei para ver se alguém iria
salvá-lo de si mesmo, mas ninguém se adiantou. Ele se afastou a pista
de dança e desapareceu da minha vista. Eu tinha a sensação de que ele
ia estar em apuros. Devo persegui-lo e ver se ele precisa de uma carona
para casa?
—Eu gosto dele, Bianca.
A observação da minha tia Penny interrompeu meus
pensamentos. Não sabendo o que ela quis dizer, eu perguntei:
— Senhora?
—Sergei. —Disse ela, elevando seu queixo em sua direção. —Ele
é doce como uma torta.
—Bem, eu não sei nada sobre isso.
Ela diria a mesma coisa se eu contasse a ela que ele ganhava a
vida sendo um executor para a Máfia russa?
—Eu sei. —Respondeu tia Penny confiante. —Eu posso dizer que
um homem é bom quando vejo um. Aquele? Ele é inteiro bom.
—E bonito! — Tia Sara comentou com um suspiro de inveja. —Ele
vai fazer alguns lindos bebês com você, Bianca.
—Oh, Senhor doce! — Rindo, coloquei ambas as mãos na mesa e
levantei-me do meu assento. —Falando nisso, vou dar o fora daqui.
Mama, você quer um pedaço de bolo?
—Não, querida.
Deixando minhas duas tias e minha mãe cacarejando, eu balancei
minha cabeça e fui da borda a pista de dança para a mesa de bolo. Eu
reconheci as flores de açúcar delicadas como o trabalho de um padeiro
que eu respeitava e antecipei a primeira mordida de seu perfeitamente
úmido e não muito doce bolo de creme italiano.
Com o prato na mão, me virei para sair da mesa e topei com
Kevan. De alguma forma, consegui não deixar o bolo entre nós.
—Kevan! Whoa!
—Desculpe, Bibi. — Seu bafo de cerveja azeda soprou sobre mim,
e ele olhou de soslaio para o meu peito. —Você está muito bonita esta
noite.
—Obrigada, Kevan. Quantas você já bebeu?
Ele bateu a mão.
—Está tudo bem. Eu não posso entrar em apuros por beber.
—Porque você tem carona? —Eu perguntei, esperançosa.
Ele estufou o peito.
—Não. Porque eu tenho um crachá! Não há nada que eu não
possa fazer. —Afirmou orgulhosamente. —Só você esperar para ver!
Eu não gostei do som disso.
—Kevan, eu não sei o que você está planejando fazer com todo
esse superpoder de policial que você tem, mas é melhor que não seja
nada que me machuque.
A expressão dele mudou para raiva.
—Você me machucou.
—Como?
—Você terminou comigo.
—Realmente, Kevan? O que temos? Quinze anos? Adultos param
de namorar o tempo todo. Nós não estávamos sérios.
—Talvez você não estivesse, mas eu estava.
Sua voz subiu de tom e volume quando ele ficou mais agitado. Em
seu estado de embriaguez, não sabia o que ele diria então decidi livrar-
me com cuidado da situação.
—Bem, eu sinto muito não ser mais clara quando começamos a
namorar, Kevan. Eu nunca quis machucar você, mas eu não estava
procurando nada sério.
Segurando meu prato de bolo para o lado, passei por ele e me
dirigi de volta à mesa onde minha mãe estava agora me olhando com
preocupação. Infelizmente, o meu plano para escapar de Kevan sem
causar uma cena não funcionou. Ele me acompanhou de perto, atrás de
mim, tagarelando e chamando a atenção indesejada.
—Mas você está procurando algo sério agora, hein? Com ele? —
Ele rosnou com raiva. —O que ele tem que eu não tenho?
Eu não caí nessa. Não, eu continuei com meus olhos para frente e
os meus pés se movendo. Por favor, apenas dê meia volta e volte para
seus amigos.
—Eu pensei que você fosse algo especial, Bibi. Eu pensei que você
valesse a pena esperar, mas agora percebo que você é apenas uma boa
puta.
A última palavra ecoou no salão da recepção. A música tinha
abaixado a um mero sussurro, enquanto o DJ estava se preparando
para fazer um anúncio de algum tipo, assim, quase todas as pessoas no
salão de festas ouviram meu ex-namorado me chamar de um nome
assim tão terrível.
Em meio a suspiros de indignação, vi minha mãe se levantando e
vindo para falar para Kevan poucas e boas. Minhas tias estavam bem
atrás dela. Trey e Shawn vinham caminhando pela pista de dança com
expressões chateadas. Na esperança de evitar uma luta que iria apenas
arruinar a noite da noiva, eu me virei para dizer a Kevan para ir embora,
mas era tarde demais.
Só Deus sabe de onde, Sergei tinha aparecido por trás Kevan. Ele
bateu no ombro do policial.
—Hey.
O rosto de Kevan registrou o reconhecimento da voz profunda de
Sergei. Girando em torno com o punho erguido, ele atingiu Sergei. Foi
um movimento estúpido. Com a habilidade de um experiente lutador,
Sergei recuou e deu um soco no lado direito do rosto de Kevan. A
cabeça de Kevan recuou, e ele caiu como um saco para trás.
De queixo caído, eu olhava para Sergei.
Santo. Merda.
E, em seguida, o mundo desabou.
As pessoas estavam batendo palmas e gritando e assobiando. A
noiva começou gritar quando Corey correu para defender seu amigo.
Dois dos padrinhos se juntaram a ele, mas Sergei levantou um dedo em
advertência.
Por cima do barulho da multidão, ele calmamente advertiu:
—Vocês três pensem duas vezes antes de vir para mim, porque
eu posso fazer isso a noite toda. Ninguém fala com Bianca assim,
entenderam?
O noivo assentiu.
—Sim, cara. Eu entendi. —Olhando para Kevan, sacudiu sua
cabeça. —Ele ultrapassou o limite. Eu sabia que isso ia acontecer.
Embora Corey houvesse resolvido a situação, a noiva exigiu que
saíssemos da recepção. Eu não culpava minha prima Lulu por querer-
nos fora de sua celebração. Mesmo assim, foi embaraçoso como o
inferno ser mandada embora assim. Enquanto Sergei ajudava minha
mãe em seu SUV, eu não parava de olhar ao redor, esperando que a
polícia chegasse a qualquer momento para prendê-lo por agressão.
Apenas algumas palavras foram faladas entre Sergei e Mama no
caminho de volta para o apartamento dela. Sentei no banco de trás,
olhei para fora da janela e tentei resolver os meus sentimentos
conflitantes. À medida que o choque de ver Sergei achatar Kevan
começou a passar, eu ficava cada vez mais chateada.
Ter alguém me chamando de vagabunda na frente de centenas
de pessoas da minha família e amigos, foi além de humilhante. Eu
odiava pensar o que eles estavam todos dizendo sobre mim agora.
E Sergei? O que eles estariam dizendo sobre ele? Conhecendo
meus dois primos que rugiam, Trey e Shawn estavam provavelmente
contando todos os tipos de histórias sobre ele. Os amigos de Corey e
Kevan eram todos policiais. Não dúvida de que eles estavam puxando o
nome de Sergei agora e descobrindo todos os sórdidos detalhes de sua
vida para espalhar pelo casamento. A essa altura, amanhã, ele
provavelmente teria uma reputação que incluiria três passagens pela
cadeia federal, um assassinato e mandados em circulação
internacional!
Por que ele tinha reagido com os punhos em primeiro lugar? Será
que ele não entendia que ele estava pedindo por problemas? Com suas
conexões, nocautear um policial era a última complicação que ele
precisava. Era este o modo de agir dele? Atire primeiro, pergunte
depois?
Chegamos ao complexo de apartamentos e depois de Sergei me
ajudar a levar Mama para dentro, ele saiu para a passarela entre os
apartamentos para fazer um telefonema. Imaginei que esta era uma
daquelas coisas que ele precisava relatar ao seu chefe. Uma vez que
Kevan estivesse sóbrio, ele provavelmente ia trazer problemas para
Sergei e seus amigos.
—Não fique bravo com ele. — Mama disse enquanto eu a ajudava
com sua camisola. —Ele defendeu a sua honra.
—Eu sou uma mulher adulta, Mama. Não preciso de um homem
batendo em alguém em defesa da minha honra.
—Talvez você não precise... —Ela admitiu. —...mas às vezes isso
precisa ser feito. Kevan estava sem limites. Ele não tinha o direito de
falar com você assim. O que você faz acha que Perry teria feito?
Meus lábios se separaram, mas eu não tinha como responder.
Dando de ombros, eu admiti:
— Eu não faço ideia.
—Ele teria feito a mesma coisa que Sergei fez. Não há nenhuma
maneira que ele teria permitido que qualquer homem dissesse tal coisa
desagradável.
—Talvez, mas isso não significa que seja o certo.
Mama suspirou e se sentou em sua cadeira favorita na sala de
estar.
—Bem... Você sabe a intenção de Sergei. Ele é um menino bom, e
eu gosto dele.
—Tudo bem, mamãe. — Olhei ao redor da sala. —Você quer que
eu pegue seus remédios?
Ela balançou a cabeça e deu um tapinha no telefone na mesinha
ao lado dela.
—Eu vou chamar Agnes. Ela vira me arrumar para a noite. Você
vai para casa.
A porta do apartamento se abriu e Sergei entrou. Envergonhado e
claramente arrependido, ele agachou-se em frente da minha mãe.
—Sinto muito, senhora Bradshaw. Eu não queria arruinar a sua
noite.
—Você não arruinou nada. Kevan fez isso, não você. —Ela se
abaixou e sussurrou algo a Sergei que eu não pude ouvir. Os segredos
que compartilharam apenas me irritou mais.
—Boa noite, mamãe. — Beijei sua bochecha e a abracei. —Eu vou
ligar pela manhã.
—Tudo bem, querida. Boa noite. Eu amo você.
—Eu também te amo.
No lado de fora, na noite ainda quente, Sergei inteligentemente
não disse uma única palavra. Nós entramos na minha casa em completo
silêncio e ele ainda não havia dito uma sílaba. Sergei me arrastou pela
porta de entrada e me observou tirar os sapatos e soltar minha bolsa
em seu lugar de sempre sobre a mesa.
Finalmente, ele encontrou a coragem de falar.
—Baby, eu sinto muito.
—Nem sequer comece com baby e essas coisas de milaya moya,
Sergei. Você não vai corrigir isso, nem me seduzir para me fazer
esquecer porque estou chateada com você.
—O que eu deveria fazer, Bianca? —Ele parecia realmente
perdido.
—Nada.
—Nada? — Ele repetiu em descrença. —Bianca, o homem
insultou você.
—É? Você acha que essa é a primeira vez que alguém me insulta?
Notícia rápida, Sergei! Isso acontece o tempo todo. Lembra-se de Lidia?
—O olhar ácido em sua cara me disse que sim. —Eu não dei um soco
nela mesmo que eu estivesse extremamente tentada.
—Isso foi diferente.
—Foi?
—Ele chamou você de... — Como se não fosse possível até
mesmo pronunciar a palavra em minha presença, Sergei sacudiu a
cabeça. —Ninguém diz isso sobre você. Ninguém! Você é minha
namorada e eu vou lutar contra qualquer homem que disser algo tão
desagradável para você.
—Você não pode simplesmente sair por aí golpeando as pessoas
porque elas mijam fora, Sergei. Essa não é a forma como isso funciona
no mundo civilizado. Talvez no submundo seja assim que vocês
resolvem as coisas, mas você não pode fazer isso no meu mundo.
—É disso que se trata? Você acha que eu não sei a diferença?
Que eu não posso dizer quando um homem merece ser atingido e
quando ele não merece?
—Será que qualquer homem realmente merece ser espancado,
Sergei?
—O inferno que sim! Se eles te insultam, eles merecem mais do
que isso.
Desejando saber o que ele pensava, eu simplesmente perguntei:
— Por quê?
—Por quê? — Ele repetiu. —Bianca, você é minha. Você pertence
a mim. Eu protejo o que é meu. —Ele engoliu de uma forma que
parecia quase nervoso. —Eu te amo, Bianca. Eu vou te amar até o
momento em que eu der meu último suspiro, e, mesmo assim, vou
provavelmente continuar a amá-la até o fim dos tempos.
O ar entre nós chiou. Eu não conseguia respirar quando a sua
admissão de amor girou em torno de mim como uma seta me
abraçando. Isso não foi tão assustador como imaginei que seria. Não,
foi exatamente o oposto. Em vez de temer que essas três palavras
mudasse as coisas entre nós, eu as apreciei. Ocorreu para mim que eu
estava esperando para ele dizê-las o tempo todo. Pela primeira vez em
minha vida, eu não queria jogar pelo seguro ou fácil. Não, eu queria a
coisa mais impossivelmente complicada do mundo. Eu queria Sergei.
Por que...
—Eu te amo, Sergei.
Seu rosto diminuiu com o choque. Um segundo depois, ele sorriu.
—Ama?
Balançando a cabeça, eu sorri para ele.
—Sim.
—Lyubimaya. — Utilizando sua força bruta, Sergei me levantou
do chão e capturou minha boca em um beijo carinhoso. Eu passei meus
braços ao redor de seus ombros e as minhas pernas em volta de sua
cintura. Ele usou a parede mais próxima para encostar minhas costas
enquanto ele atacava minha boca cada vez mais com beijos
apaixonados.
—Diga isso de novo, Bianca.
Sua súplica ofegante fez meu coração vibrar.
Deus, esse homem me amava tanto. Tudo o que ele queria era
que eu o amasse de volta. Era isso.
Acariciando seu rosto, olhei em seu orgulhoso rosto bonito.
—Eu te amo, Sergei.
—Eu vou fazer o certo por você, Bianca. Custe o que custar, eu
vou sair e dar-lhe a vida que você merece.
Surpresa com o voto que ele tinha jurado para mim, eu
reivindiquei sua boca. Isso não seria tão simples e eu temia o que
custaria a ele, mas eu sabia que ele não iria quebrar essa promessa. De
alguma forma, ele ia sair da máfia e construir um futuro comigo.
Pontilhando beijos ao longo da curva do meu pescoço, ele disse:
—Eu acho que nós devemos levar isso para o quarto. Isto é o tipo
de coisa que um casal comemora com uma maratona de fazer amor,
não é?
—Oh, eu realmente espero que sim.
Um sorriso iluminou seu rosto.
—Eu pensei que você disse que eu não poderia corrigir isso
seduzindo você?
—Aparentemente, eu estava errada. — Eu beijei seu pescoço e
mordisquei seu queixo.
—Leve-me lá para cima, Sergei. Mostre-me o quanto você me
ama.
Ele riu e facilmente me levou até o segundo andar.
—Pode levar anos até que eu deixe você sair da cama.
—Promessas, promessas...
Capítulo Quinze

Cantarolando baixinho para mim mesma no almoxarifado, eu


apertei o botão das prateleiras automatizadas que guardavam nosso
inventário nupcial e esperei para abordar o próximo vestido da minha
lista. Após a magia do meu fim de semana com Sergei, eu não queria
realmente ir para o trabalho hoje, mas ter um pequeno negócio,
mesmo com a incrível equipe daqui, fazia minha presença necessária.
Estávamos na época mais movimentada da temporada de casamentos,
assim todas as mãos eram bem vindas.
A prateleira desacelerou para uma parada, eu passei os dedos ao
longo das etiquetas presas em cada cabide até que encontrei a pasta.
Tirei a mesma, a coloquei em cima da mesa onde eu estava me
preparando para um compromisso à tarde. A noiva estava grávida de
dois meses e preparando-se para uma cerimônia rápida no South Padre
Island. Ela queria algo com luz e glamour com cobertura suficiente na
frente para fornecer alguma camuflagem.
Felizmente, tínhamos cerca de uma dúzia diferentes de vestidos
em estoque que estavam prontos para ela com apenas alterações
mínimas.
Uma porta rangeu atrás de mim. Pensando que era um dos
consultores, não prestei muita atenção. Havia sete deles no andar neste
momento, era comum para eles entrarem no almoxarifado para pegar
mais quatro ou cinco vestidos para a noiva não se cansar.
—Bibi?
Assustada com a voz de Kevan, eu girei e franzi o cenho.
—O que você está fazendo aqui?
Vestido com seu uniforme de agente da polícia, ele apontou para
seu rosto machucado e mandíbula.
—Vim pedir desculpas pelo que eu disse. —Seu olhar abatido
mostrou seu pesar e constrangimento. —Eu não devia ter bebido assim.
Isso trouxe à tona o pior de mim.
—Com certeza. — Eu disse com firmeza.
—Eu não quis dizer aquilo, Bibi. Eu sei você não é... Você sabe.
—Bem, isso é bom, Kevan. Infelizmente, uma sala inteira cheia
com nossos amigos ouviu você me chamar disso, de modo que dizer
que está arrependido agora não vai exatamente consertar isso, não é?
—Não. —Ele respondeu calmamente.
Esses sentimentos de humilhação tomaram conta de mim.
—Você me chamou de puta na frente da minha mãe, Kevan.
Ele se encolheu.
—Eu sinto muito, Bianca. Se eu pudesse voltar atrás...
—Sim, eu sei.
Segurando as mãos, ele disse:
— Eu não vou apresentar acusações contra seu... Contra Sergei.
—Uau. Isso é muito gentil da sua parte.
Ele franziu a testa para mim, a expressão chamou a atenção para
o seu lábio inchado.
—Ele me bateu e me nocauteou. Eu poderia prendê-lo.
—Então, por que não?
Ele prevaricou.
—Bem...
—Sabe o que eu acho? Eu acho que você sabia que estava errado
e não queria que todos no trabalho soubessem como maldito e
desagradável você foi. —Quando ele não concordou ou discordou, eu
acrescentei: — Eu não desculpo o que Sergei fez. Eu não gosto que ele
tenha resolvido o problema com os punhos, mas eu sei por que ele fez
isso.
Kevan parecia estar esperando que eu explicasse o porquê da
situação, mas isso não era da sua conta. Ele suspirou asperamente.
—Você sabe que ele é o problema, Bianca. Esse homem está
amarrado a alguma merda muito ruim. Você não precisa disso em sua
vida.
—Eu sei o que eu faço e preciso na minha vida, Kevan.
—E você precisa dele?
—Sim.
Clicando os dentes, ele balançou a cabeça e olhou para a parede
oposta. Estourando uma respiração ruidosa, ele disse:
—Nós vamos ter que concordar em discordar quando se trata
dele.
—Sim, acho que nós vamos.
—Olha, eu não gosto de como as coisas estão entre nós. Nós
costumávamos ser bons amigos. Você me contava tudo. Eu gostaria de
voltar a isso.
—Eu não tenho certeza de que podemos voltar a forma como as
coisas eram, Kevan.
—Eu gostaria de tentar. — Ele hesitou. —Talvez eu pudesse levar
o jantar e nós poderíamos pintar esse banheiro que você esteve falando
em fazer.
—Pintamos este fim de semana.
Flashes do encontro fumegante que eu tinha compartilhado com
Sergei vieram à mente. Observando os músculos ondulando enquanto
ele pintava as paredes tinham feito coisas malucas em mim. Entre
demãos, tínhamos encontrado algumas maneiras muito agradáveis para
matar o tempo.
Esta manhã, no chuveiro, eu ainda tinha tinta na minha pele, mas
oh! Eu gostei bastante dos truques que Sergei estava me ensinando.
—Eu entendo. — Ele não parecia feliz, mas isso não era o meu
problema. —E quanto ao ladrão? Você já teve mais algum
desentendimento com ele?
—Não. — Pensando na maneira que ele tinha mantido a
informação de mim, eu perguntei: —Será que existe uma razão para
que você não tenha me contado sobre o ataque a Adam Blake?
Seus olhos se arregalaram.
—Você sabe sobre isso? Bibi, eu estava apenas tentando protegê-
la. Não há nada a ganhar sabendo de todo esse absurdo.
—Isso não é uma decisão sua, Kevan. Você sabia que a polícia de
Houston tem alguém me seguindo por aí agora, porque eles estão
preocupados que aqueles skinheads vão vir atrás de mim?
—O quê? Você tem certeza?
—Sim, eu tenho certeza. Eu falei com o detetive Santos sobre
isso. Ele não podia acreditar que você não me contou sobre o ataque a
Adam Blake.
Os olhos de Kevan se estreitaram.
—O que mais ele disse?
Não querendo entrar em detalhes com Kevan, eu dei de ombros.
—É isso aí. Ele disse-me para ter cuidado e ter um cachorro, um
sistema de segurança e uma arma.
—Então, você saiu e arranjou um mafioso russo, em vez disso?
Enfiei as duas mãos na minha frente.
—Ok. Nós terminamos aqui. Adeus, Kevan.
—Bibi, um destes dias você vai perceber que é um erro o que
você está fazendo. Você vai precisar de mim.
—Eu duvido disso, mas obrigada pelo aviso. —Eu assisti Kevan
sair e fiquei ali balançando a cabeça com a virada bizarra que a nossa
amizade tinha tomado. Eu aceito que não estava totalmente inocente
aqui. Obviamente não tinha tido o cuidado suficiente em deixar Kevan
saber que eu não queria nada sério.
Isso foi cem por cento minha culpa. Mesmo assim, isso não lhe
dava o direito de ser um idiota total. Ponderando em cortar os laços
com Kevan ou encontrar uma maneira de seguir em frente, conclui que
era melhor selecionar os vestidos de noiva para a minha cliente
agendada.
Levantando, eu levei os cabides para a área de vestir que eu
estaria usando e fiz com que o espaço fosse preparado para a chegada
da minha cliente.
—Hey, Bianca? — A nossa recepcionista Mindy me cutucou
dentro do closet que eu estava arrumando. —Tem um cara na recepção
que quer falar com você. Ele disse que é um empreiteiro. Algo sobre um
lance em uma garagem?
—Oh. Diga que eu já vou. —Surpreendida pela visita de um
empreiteiro, eu arrumei as flores no quarto de vestir, arrumei o espelho
e pendurei um novo manto para a noiva.
Eu me desviei do caminho para a recepção para a mesa de um
consultor, que precisava de um pouco de ajuda com uma noiva plus-
size que queria um vestido específico. A amostra sereia era muito
pequena para ela, ela parecia prestes a explodir em lágrimas.
—Pegue o projeto da Arianna da minha coleção, Jackie. O
tamanho da amostra deve ter um bom ajuste. —Esfregando os braços
nus da noiva, eu sorri para ela no espelho. —O vestido que Jackie está
trazendo é um de meus projetos. É um pouco mais simples do que este
vestido que você está vestindo, mas vai dar-lhe uma ideia de como vai
parecer em uma silhueta tipo sereia.
—Mas eu posso começar com este vestido no tamanho certo?
—Absolutamente. —Eu assegurei-lhe. —Se este é o vestido dos
seus sonhos, Jackie vai ter alguém aqui para medir você. Assim que o
depósito for pago, o designer recebe a ordem e eles vão começar a
fazer um vestido especialmente para você.
Ela se olhou no espelho, e seu olhar crítico era um que eu
reconhecia muito bem.
—Eu só quero estar muito bonita no dia do meu casamento.
—Querida, você vai estar. Eu prometo a você. Nós vamos ter
certeza de que o seu vestido de casamento seja perfeito. Você já é
linda. É nosso trabalho acentuar isso.
Sorrindo, ela balançou a cabeça.
—Ok. Obrigada.
Jackie voltou com o vestido sereia da minha coleção de design,
então me despedi deixando uma noiva visivelmente mais calma. Fora
da área da recepção, vi um homem de calça jeans, botas robustas e
uma camisa azul. Quando ele se virou para mim, consegui colocar um
nome para o seu rosto. Estendendo a mão, eu o cumprimentei.
—Marcus, certo?
Ele parecia aliviado por eu ter me lembrado dele.
—Sim, senhora.
—O que posso fazer por você?
—Eu recebi um telefonema antes de um homem chamado Sergei
Sakharov. Ele queria que eu passasse por aqui para dar uma olhada em
sua garagem. —Ele hesitou. — Eu queria me certificar de que tudo
estava certo com o que ouvi.
Um pouco irritada por ele ter feito suposições como essas, eu
expliquei:
—Sergei é o meu namorado. Ele também é dono de uma empresa
contratante, mas eles trabalham principalmente no varejo. Você sabe,
centros comerciais, restaurantes. Ele assumiu o controle sobre os
projetos de remodelação da minha casa.
—Ok. — Marcus ofereceu um sorriso de desculpas. —Eu não quis
me intrometer nas suas coisas. Eu sei que você é uma jovem mulher
que vive sozinha e eu queria me certificar de que algum empreiteiro
não estava tentando enganá-la.
—Esse não é o caso, eu lhe garanto.
—Bom. Eu estou contente. Bem suponho que vou voltar a ter
contato com o Sr. Sakharov e ver quando seria um bom momento para
eu passar por aqui e ajustar minha proposta para o projeto.
—Ótimo e obrigada pela visita.
Após o empreiteiro sair, eu não pude deixar de me abalar pela
estranheza da situação. Olhando para o relógio, percebi que não tinha
tempo para chamar Sergei e conversar com ele sobre isso. Mais tarde,
eu prometi a mim mesma e fiquei pronta para a minha noiva agendada.
Claro, um compromisso virou em três e, em seguida, tinha um
projeto de consulta que atropelou meu tempo. Entre as questões de
inventário, seguir Gladys até nosso departamento de faturamento e
prometer a Maggie alterações que gostaria de ver para colocar mais
algumas costureiras no orçamento, eu mal encontrei tempo para comer
o lanche que Sergei tinha me embalado. A seleção de pedaços de fruta
e o pequeno recipiente com nozes mistas não era exatamente o saco de
folhados de queijo que eu tinha desejado, mas ele estava certo sobre
isso me satisfazer por muito mais tempo.
Eu estava andando pela casa quando meu telefone tocou.
Apertando-o entre a minha orelha e ombro, eu respondi enquanto
empurrava a porta com o pé.
—Olá?
—Como foi o trabalho, querida?
A voz de Sergei me fez sorrir e me deixou sentindo um
formigamento.
—Foi muito bom. E o seu?
—A mesma velha história. —Disse ele com uma risada. —Eu
mantive Vivian fora de problemas de modo que vou colocar um ponto
na coluna da vitória para hoje.
Sabendo a dor que poderia sentir, eu perguntei:
— Você vem para casa jantar?
—Não, estou indo para a academia. Depois, Prometi a Nikolai que
eu o ajudaria a executar certa incumbência.
—Ah, é?
—Não é nada disso, Bianca. É para Kelly Connolly.
—Eu entendo. — Considerando o que eu sabia da atual situação
de Kelly, eu duvidava que queria ouvir mais detalhes do que esta
missão poderia acarretar. —Você vai chegar tarde?
—Provavelmente. —Disse ele, já parecendo cansado.
Não querendo sobrecarregá-lo com o aparecimento de Kevan na
loja e a estranha visita do empreiteiro, eu mantive as histórias para
mim mesma.
—Eu vou esperar por você.
—Você não tem que fazer isso.
—Eu quero, Sergei. Eu senti sua falta hoje.
—Vou tentar chegar a casa o mais rapidamente possível. Eu
preciso parar no meu apartamento para pegar algumas roupas.
A menção de seu apartamento estimulou o pensamento de um
tema que não tinha sequer chegado perto para discussão. Desde a
noite que ele tinha chutado minha porta para me salvar da minha
cortina de chuveiro, Sergei tinha basicamente vivido aqui.
Definitivamente não era algo que já tinha planejado acontecer, mas o
pensamento de não ter ele aqui todas as noites, mesmo que não tivesse
esse problema com o ladrão ou o Night Wolves arranhando a minha
porta da frente, me deixava muito triste.
—Talvez você devesse embalar mais roupas e trazê-las para cá.
Você pode usar o armário no quarto de hóspedes no outro lado do
corredor, por agora. —Com todas as roupas que eu tinha no closet,
simplesmente não havia espaço para ele no quarto em que estávamos
partilhando.
No outro lado da linha, Sergei ficou quieto por um tempo.
—Você tem certeza?
—Sim. — Eu não tinha. Na verdade, as palmas das mãos estavam
ficando suadas só de pensar em tomar este primeiro passo para
coabitação. —É a melhor solução para nossa situação atual. Basta trazer
o que você precisa e nós vamos encontrar um lugar para isso aqui.
—Tudo bem. Eu tenho que ir. Eu vou te ver mais tarde.
—Fique bem.
—Eu vou, milaya Moya. Eu te amo.
Essas três palavras simples ainda não tinham perdido sua magia.
—Eu te amo.
Depois de encerrar a chamada, fui para a cozinha olhar os
classificados que peguei na caixa de correios na frente. Eu pensei em
jantar, mas não estava com vontade de cozinhar. Eu considerei pedir
algo, talvez uma pizza ou alguma comida chinesa.
Olhando para fora das janelas da frente, avistei o carro escuro
que me seguia em todos os lugares. Sergei tinha me apresentado Arty
alguns dias antes. Ele era um cara legal, um pouco mais velho do que
Sergei, e de fala mansa. Algo que Sergei havia dito sobre Arty me deixou
curiosa.
Com a noite inteira pela frente, decidi ser amigável e saí de casa.
Eu tinha andado até a metade da calçada quando Arty saiu de seu carro
e veio em minha direção. Olhando para mim, ele perguntou:
— Há algo errado? Você precisa da minha ajuda?
—Está tudo bem, mas acho que preciso de sua ajuda.
—Ok. O que eu posso fazer por você?
—Sergei disse que recentemente você ajudou sua mãe e sua irmã
a virem para cá. Eu queria saber se você poderia estar disposto a entrar
e me dizer como você fez isso. Você sabe, o escritório de advocacia que
você usou, os passos e tudo isso. —Melhorando a oferta, eu
acrescentei: —Eu vou pedir algo para o jantar, assim você não tem que
se sentar aqui e comer em seu carro.
Ele pareceu surpreso com a oferta, mas concordou.
—Sim. Ok.
—Ótimo.
Enquanto Arty voltou ao carro para pegar algumas coisas, eu
voltei para casa. Sergei tinha o seu próprio plano de saída em
andamento, mas eu estava olhando para o quadro geral. Ele nunca ia
ser feliz aqui até que sua mãe e seu irmão estivessem seguros aqui com
ele, com a gente. Tudo o que eu pudesse fazer para que isso
acontecesse, eu tinha que tentar.
—O que você está lendo?
Sergei olhou para o espelho retrovisor e encontrou Nikolai
olhando para ele com interesse. Eles estavam estacionados do lado de
fora da Connolly Fitness, a academia de propriedade do irmão mais
velho de Kelly. A palavra na rua era que o agiota John Hagen iria
receber metade do edifício, se o empréstimo não fosse reembolsado.
Sergei tinha dúvidas de que Hagen iria forçá-los a vender, a fim de obter
o edifício e o terreno por baixo dele.
—Registros de propriedade e a planta da casa de Bianca. —Ele
respondeu. —Há algo de engraçado na garagem na parte de trás.
—Como é isso?
—As dimensões não estão certas.
—É um prédio antigo. Os carpinteiros que a projetaram, não
cumpriram os códigos, Sergei.
Ele fez um som de zumbido em acordo.
—Provavelmente é isso.
—Você não parece convencido.
—Eu não sei. — Sergei hesitou antes de admitir. — Há algo de
estranho lá.
—Estranho?
—Sim, estranho. — Ele não estava disposto a dizer ao chefe que
ele sentia um nó em seu estômago quando estava no lugar.
—Talvez seja a fumaça dos velhos canos de descarga ou a pintura.
—Nikolai sugerido. —A menos que você acha que tem algo
sobrenatural.
Ele podia ouvir o tom de provocação na voz do chefe.
—Nyet.
—Então o quê?
—Eu não sei.
—Eu acho que você está estressado demais. Você está fazendo
malabarismos com Bianca, seus deveres com Vivian, esta ameaça dos
nochniye Volki, o ladrão, o torneio, é muita coisa, Sergei. —Esticando as
pernas, Nikolai exalou um suspiro longo e lento.
—Quando o torneio terminar e essa bagunça com aqueles
racistas estiver acabado, quero que você leve Bianca em férias. Vá para
Londres. Paris. Vá visitar uma praia. Só saia por um tempo.
Sergei se retorcia em seu assento para uma melhor visão de seu
patrão.
—Você está falando sério?
—Você merece. —Olhando para fora da janela, ele disse: — Ah.
Eles chegaram.
Sergei inclinou-se para ver a janela e viu Kelly Connolly e seus dois
irmãos, deixando sua academia. Ele abriu a porta, saiu do assento do
motorista e deu a volta ao outro lado do veículo. Braços cruzados, ele
esperou que os três irmãos o visse.
Kelly caminhou em direção a ele, eles se olharam com cuidado. Se
o homem fez isso através de jogos suficientes, eles se enfrentariam no
ringue e em seguida Sergei teria de machucá-lo. Provavelmente muito.
Talvez até mesmo de forma irreparável. Ele odiava o pensamento disso,
mas não havia nada a ser feito.
Sem dizer uma palavra, ele abriu a porta e gesticulou para Kelly
entrar. Ele se manteve do lado de fora do veículo enquanto o chefe
entregava informações sobre o homem que estava chantageando a
namorada de Kelly. Era a última parte da ajuda que Kelly teria dos
russos sobre este problema. Sergei esperava que ele usasse isso
sabiamente.
Quando foi feito, Sergei observava Kelly se reunir com seus
irmãos antes de deslizar atrás do volante. Nikolai pediu para ser
deixado no Samovar. Depois que o chefe estava fora de suas mãos,
Sergei foi até seu apartamento para recolher algumas roupas e outras
necessidades.
Ele ficou pensando no convite de Bianca para manter mais de
suas coisas em sua casa. Ela estava se sentindo bem com a possibilidade
de oferecer um lugar permanente lá? Estavam prontos para essa etapa?
Dirigindo pelas ruas na noite movimentada, Sergei contemplou
seu relacionamento. Parecia que eles estavam se movendo fora dos
horários prescritos da maioria dos casais. Ele confiava que iria encontrar
seu próprio caminho e deixou por isso mesmo.
Quando ele se virou para o beco atrás da casa de Bianca, ele
desligou os faróis e foi ao longo do caminho estreito. Olhando para a
velha e apodrecida garagem, ele nem sequer viu a sombra se movendo
no quintal de Bianca no início. Colocando o pé no freio, Sergei colocou
seu SUV perto do gazebo. Em meio à escuridão, viu o tamanho da
forma de um homem em movimento mais perto da casa.
Estimulado pelos pensamentos de proteger Bianca, Sergei abriu a
porta e deslizou para fora de seu veículo. Ele correu para o portão de
trás, colocou as duas mãos sobre a estrutura de ferro resistente e
pulou. O pouso forçado abalou seus tornozelos, mas ele ignorou a dor
em seus joelhos. Andando pelo chão com passos largos, Sergei correu
para interceptar o ladrão antes que ele pudesse chegar a porta dos
fundos da casa de Bianca. Ele se lançou para o homem, envolvendo os
braços em volta dele e levando até a grama.
—Peguei você!
O ladrão lutou, torcendo e chutando para escapar dos braços de
Sergei. Um joelho na barriga de Sergei o fez rosnar, mas ele
simplesmente apertou mais forte. O homem conseguiu uma mão livre e
deu um tapa no rosto de Sergei. Rolaram em torno do quintal, com
socos e arranhões e gritando. A porta traseira se abriu, e Bianca correu
para a varanda dos fundos.
—Sergei!
—Volte para dentro! — Ter sua concentração quebrada permitiu
que o homem enfiasse seu cotovelo nas costelas de Sergei e se libertar.
—Merda.
Sergei segurou o ladrão pelo tornozelo. O homem escorregou na
grama e caiu com força. O ladrão chutou descontroladamente, e seu
sapato saiu na mão de Sergei. O homem lutou com a grama até que,
finalmente, conseguiu ficar de pé. Sergei se levantou e continuou a
perseguição.
Antes de chegarem ao portão, outro homem apareceu no
corredor. Ele pulou o portão e foi iluminado pelos postes. Sergei nunca
tinha estado mais feliz em ver o Detetive Eric Santos em sua vida.
—Polícia de Houston! Mãos ao ar! Com a arma apontada para o
ladrão, Eric forçou o outro homem a parar. —Sergei, mãos para cima
também. Não se mexa até eu resolver isso.
Contente em obedecer, Sergei ergueu ambas as mãos e tentou
recuperar o fôlego. O ladrão parecia estar prestes a fugir, mas ele
finalmente levantou as mãos. Eric avançou ao ladrão e rapidamente
algemou o homem.
—Você está armado, Sergei?
—Não. Minha arma está no meu carro.
—Sergei! — Bianca correu em direção a ele. —Você está bem?
—Eu lhe disse para voltar para dentro. — Ele pegou a mão dela e
a arrastou para trás dele, protegendo seu corpo com o seu, apenas no
caso.
—Eu voltei. — Ela abraçou-o por trás e beijou suas costas. —Eu
liguei para 9-1-1. Eles estão enviando duas unidades agora. —Ela espiou
ao redor dele para olhar o ladrão. —Eric? O que você está fazendo
aqui?
—Eu decidi passar por aqui para verificar sua casa. Tem sido
tranquilo com os Night Wolves, mas eu não confio neles. Foi quando vi
um carro estacionado a alguns quarteirões descendo a rua. Decidi vir
até o beco e vi o SUV de Sergei. Eu percebi que não havia uma única
razão que ele abandonasse seu carro lá em baixo.
—Ele é um deles? — Sergei precisava saber quem era o ladrão e o
que ele estava fazendo aqui.
—Vamos descobrir. — Eric tirou a máscara de esqui preta da
cabeça do homem e Bianca engasgou.
—Kevan! Que diabos você está fazendo aqui?
Sergei queria saber a mesma coisa. Eric, no entanto, não parecia
tão surpreso. Olhando para o detetive, ele perguntou:
— Você sabia?
—Eu suspeitava. —Admitiu Eric relutantemente. —Eu estive de
olho em Bianca então tenho o arquivo dela e o arquivo do irmão
sinalizado no sistema. Kevan tem feito um monte de investigações em
casos que não são da conta dele. Eu tinha um pressentimento ruim e o
segui essa noite. Ele veio aqui, um bloco mais abaixo, e apenas ficou lá a
noite toda.
—Por que, Kevan? — Bianca chegou mais perto de seu ex-
namorado e puxou seu robe mais apertado em torno de seu corpo. —
Por que você faria isso comigo?
—Eu acho que sei. —Disse Sergei com os dentes cerrados. —Ele
está obcecado por você, e ele sabia que a única maneira de ter você de
volta era deixando você assustada. Ele sabia que se você tivesse um
ladrão atrás de você, você iria chamá-lo para pedir ajuda. Ele continuou
vindo para assustá-la, porque ele queria que você o chamasse de volta
para sua vida.
—Mas você não fez. —Kevan falou com raiva. —Você ligou para
ele. Você o deixou ajudá-la. —O policial em desgraça abanou a cabeça.
—Você é tão estúpida, Bibi. Você não tem ideia do quão perigoso ele é?
Ele vai te matar.
—Como ele é perigoso? Você é aquele que quase me deu um
ataque cardíaco! Você é o único que me fez pensar que os Night Wolves
estavam rastejando ao redor da minha casa para me matar por
vingança.
—Eu estou tentando salvar sua vida.
—Sim, bem, é melhor você começar a pensar sobre como você
vai salvar sua carreira. —Eric o interrompeu. Sirenes soaram quando se
aproximaram da casa, e o detetive suspirou. —Você realmente está
fodido, Kevan.
Segurando Bianca contra o seu lado, Sergei ficou com ela
enquanto eles responderam às perguntas e deram seus relatórios. Ele
ainda não conseguia acreditar que tinha sido Kevan o tempo todo. Por
um lado, ele ficou aliviado por ser algo tão ridículo e não os Night
Wolves, depois de tudo. Era uma ameaça a menos na vida de Bianca.
Mas, à medida que deslizavam juntos para a cama algumas horas
depois e Bianca trabalhava em seu corpo, beijando e lambendo e,
finalmente, chupando seu pênis profundamente com sua boca, ele não
conseguia parar de pensar sobre algo que Kevan tinha dito.
Ele vai te matar.
E se Kevan estivesse certo? O pensamento de Bianca ser ferida
por causa dele deflacionava sua ereção. Seu peito doía, ele achou difícil
de respirar.
—Baby? — Bianca abandonou o incrível boquete que ela vinha
dando nele e mordeu o caminho de volta para seu peito. —Você está
comigo?
—Sim. — Ele estava feliz pela escuridão do quarto que escondeu
a sua expressão tensa e preocupada. —Venha, milaya moya.
Ela montou em seus quadris e arrastou a boca para um beijo
sensual. Suas línguas dançavam enquanto ele bebia dos lábios para
saciar sua sede por ela. Apalpando seu seio, ele acariciou com o polegar
seu mamilo e se deliciou com os sons choramingados que ela fazia.
—Eu te amo tanto, Bianca.
Ela passou os dedos por seu cabelo curto enquanto ele
amamentava em seu seio.
—Eu sei que você me ama.
—Eu não quero nunca mais que as coisas ruins em minha vida
toquem em você. —Ele beijou o local logo acima do coração.
—Elas não vão.
Ela parecia tão certa. Sua crença inabalável em sua capacidade de
proteger e mantê-la segura o encheram de emoções em conflito. Por
um lado, ele amava que ela confiasse nele completamente. Por outro
lado, ele estava com medo de que sua vida estava em suas mãos. Um
movimento errado, ele perderia tudo.
Agarrando seus quadris, Sergei bombou em seu corpo até que
seu pênis cutucou entre suas dobras lisas. A cabeça do seu pau deslizou
para dentro dela e ambos gemeram. Dando em uma respiração afiada,
Bianca levantou e tirou sua ereção de dentro dela.
—Sergei, você esqueceu-se de colocar o preservativo.
—Eu não esqueci. — Ele queria estar dentro dela, sem nada entre
eles. —Deixe-me fazer amor com você, Bianca. Permita-me entrar em
você.
Mesmo enquanto ele implorava pela chance de marcá-la com a
sua semente, para compartilhar algo com ela que ele nunca tinha
compartilhado com qualquer outra mulher, ele totalmente esperava
que ela dissesse não. Quando Bianca pressionou em seu eixo,
permitindo seu pau nu deslizar mais profundamente de sua doce e
confortável buceta, ele perdeu a capacidade de respirar. De boca
aberta, ele fechou os dedos dos pés contra o colchão e ficou
maravilhado com o liso calor úmido envolvendo-o.
—Bianca!
Ela choramingou ao som dele gemendo o nome dela e colocou as
duas mãos no peito para se apoiar. Balançando lentamente, ela rodou
seus quadris e esfregou seu clitóris contra seu corpo.
—Oh, Sergei. —Ela exalou com tanto prazer em sua voz. —Eu te
amo tanto.
Deslizando suas mãos ao longo de seus seios e, em seguida,
colocando-a de costas, ele empurrou-se dentro dela. Ele mordeu o lábio
e orou para essa experiência durar para sempre. Ele queria agrada-la e
saborear cada segundo deste acoplamento. A cama rangia debaixo
deles quando o ritmo de Bianca se apressou e ela perseguiu seu clímax.
Querendo ajudá-la a encontrar a libertação, ele lambeu o dedo e
colocou-o contra seu clitóris. Ela engasgou e pressionou contra o
polegar, incitando-o a estimulá-la.
—Faça-me gozar, Sergei.
Querendo dar a ela muito mais que isso, ele rodou o polegar
sobre a pequena pérola e se alegrou com o aperto rítmico da sua
buceta ao redor seu pênis. No primeiro espasmo de vibração, ele sorriu
triunfante e ouviu-a desmoronando em cima dele.
—Sergei Sergei!
Não havia som mais doce no mundo do que Bianca gozando em
seu pênis. Quando ela caiu para frente contra ele, ele virou as suas
posições, abriu suas coxas ainda mais e enfiou duro em sua boceta. Ela
gritou e arranhou seu bíceps.
—Oh! Oh! Oh!
Ela gozou de novo, a sua buceta apertou o levando a ficar
selvagem. Abaixando seu corpo, ele plantou suas mãos em ambos os
lados de sua cabeça e saqueou sua boca. Ele tomou-a com estocadas
longas, sem pressa, mergulhando dentro dela uma e outra vez, e
segurando seu orgasmo o maior tempo possível. Ele sentiu o zumbido
familiar em sua parte inferior do estômago e sabia que era hora.
Enterrando o rosto em seu pescoço, ele bateu o mais
profundamente possível, pressionando a cabeça de seu pênis até contra
a entrada do seu ventre, e permitiu que as ondas de ecstasy viessem
sobre ele e arrastassem para uma aprazível profundidade. Tremendo e
acariciando um ao outro, eles se abraçaram no silêncio da noite e
deram beijos ternos.
Sergei finalmente encontrou forças para rolar para fora dela.
Encolheu-se de costas e passou os braços em volta dela. Ela rebolou seu
bumbum até que encontrou uma posição confortável e suspirou
contente. Ele beijou a bochecha e se perguntou se ela estava pensando
o mesmo que ele.
Eles tinham acabado de brincar com fogo e havia apenas dois
possíveis resultados, que iriam mudar as coisas entre eles para sempre.

Capítulo Dezesseis

—Você vai ficar até tarde hoje?


Olhei para cima de meu esboço para sorrir para Gladys.
—Sim. Eu estou um pouco atrasada neste projeto e eu preciso
classificar alguns tecidos. Também tenho que entrar no almoxarifado
separar as amostras que vão para a liquidação.
—Você quer que eu fique? — Embora Gladys liderasse o lado
comercial da loja, ela tinha começado como consultora quando Mama
abriu as portas pela primeira vez. Ela estava sempre disposta a ajudar
onde quer que ela fosse necessária.
—Não. Vá para casa. Eu cuido disso.
—Tudo bem, querida. Se você tem certeza.
—Eu tenho certeza. Você se importaria de trancar a entrada de
funcionários?
—Nem um pouco. —Disse ela com um sorriso.
—Vejo você na parte da manhã.
—Boa noite.
Sozinha na loja, me sentei confortavelmente na minha mesa e
esbocei alguns detalhes de um corpete. Desenhar sempre foi a minha
paixão, mas cuidar da loja enquanto Mama se recuperava tinha me
feito crescer. Ela havia insinuado a ideia de me vender o negócio para
que ela pudesse se aposentar totalmente. Eu tinha sido totalmente
contra isso, mas ultimamente encontrava me perguntando se não era a
hora.
Terminando meus esboços, decidi dar uma olhada inicial sobre a
triagem das amostras na parte de trás. Eu vinha adiando essa tarefa por
semanas, mas ia receber novas remessas para as coleções de primavera
que estrearam recentemente, eu precisaria de mais espaço nos racks.
Além disso, nossas liquidações bianuais foram um enorme
sucesso e trouxeram muitos negócios. Eu só tinha escolhido quatro
vestidos das prateleiras quando meu celular começou a tocar. O belo
rosto de Sergei preencheu minha tela e eu rolei o dedo para atender.
—Olá?
—Hey, baby. — Sua voz retumbante deixou meus joelhos fracos.
—Ei, o que você está fazendo?
—Eu estou esperando o patrão sair de uma reunião. Depois que
eu deixá-lo em casa, pensei em pegar algo para jantar e encontrá-la na
loja. Se você é ainda for ficar até mais tarde.
—Eu estou na parte de trás, agora, escolhendo amostras para a
liquidação.
—Ok. Então, vou pegar alguma coisa e então, talvez, eu possa
ajudá-la.
—Você? Ajudar a classificar vestidos de casamento?
—Claro. Por que não?
—Hum... Bem. Tudo bem.
Ele riu. Depois, mais sério, ele disse:
—Bianca, sobre a noite passada...
Nós ainda não tínhamos discutido sobre termos feito amor sem
proteção. Eu senti que ele estava cheio de culpa sobre isso agora que o
momento cheio de luxúria tinha passado.
—Eu não me arrependo, Sergei.
—Não? — Ele pareceu surpreso.
—Não. — Correndo os dedos ao longo do plástico de proteção
que cobria os vestidos, eu perguntei: — E você?
—Não. Sinto-me culpado por pressionar você, mas estou
contente em ter compartilhado essa experiência só com você.
—Você não deve se sentir culpado. Eu...
Um rangido e chiado de metais me interromperam.
—Bianca, o que foi isso?
—Eu não sei. — Eu tinha baixado minha voz para um sussurro por
instinto. —Soa como se estivesse vindo da zona de descarga na sala ao
lado.
—Se esconda. —Ele deu a ordem imediatamente. —Fique muito
tranquila. Não diga uma palavra. Nem mesmo para mim. Apenas se
esconda. Não estamos muito longe.
Feliz por ter deixado meus saltos altos no meu escritório, me
acomodei abaixada no canto mais distante da sala dos fundos e apertei
meu corpo para trás das três prateleiras sobrepostas de vestidos. Eu
nunca tinha sido tão grata por nosso estoque abundante do que
naquele momento.
—Se você está escondida, pressione um botão.
Bati em uma tecla na minha tela. Sergei exalou com alívio.
—Nikolai está comigo. Ele está chamando Kostya. Ele está mais
perto do que nós. Basta ficar escondida.
Agarrando meu celular contra o meu peito, enrolei meu corpo
como uma bola o mais quieta possível e esperei. Meus ouvidos me
alertavam a cada ruído estranho. Um guincho alto ricocheteou através
do edifício. Eu sabia que era da zona de descarga e prendi a respiração.
Era difícil ouvir sobre o sangue latejando na minha cabeça, mas peguei
três conjuntos distintos de passos.
Oh, Deus.
Tentando não surtar, me convenci de que eu estava segura aqui
no meu esconderijo. Sergei iria chegar aqui rapidamente. Ele iria me
salvar. Como a loja era muito grande e eu tinha deixado as luzes acesas
na maioria dos escritórios, parecia que os homens estavam se
concentrando sua procura ali. Eles estavam procurando dinheiro?
Mercadoria para vender? Ou era algo muito mais sinistro? Eles estavam
procurando por mim? Meu estômago se contorceu. Meu sexto sentido
me dizia que os bichos papões dos meus pesadelos tinham finalmente
me encontrado. Aqueles malucos racistas estavam aqui. Eles vieram ter
sua vingança e eu estava sozinha.
Passos ecoaram na sala de trás. O espaço era enorme, tendo três
salas em todo o comprimento do edifício, então eles tinham uma
grande área de pesquisa antes de me encontrarem. Eu apertei os meus
dedos em punhos apertados e mordi a minha parte inferior do lábio
com tanta força que eu podia sentir o gosto de sangue.
—Essa cadela está aqui. Vasculhe este lugar. Encontre-a.
O rosnado masculino fez meu sangue gelar. Fechei os olhos e
orei. Por Favor. Por favor, depressa, Sergei. Havia três homens na sala
agora, todos eles olhavam os racks e as caixas de materiais. Era só uma
questão de tempo. Eu não tinha para onde fugir. Eu estava encurralada
e presa.
—Te peguei!
Os vestidos e racks foram jogados de lado. Com o coração
acelerado e a boca seca, saltei para ficar em pé e segurei as minhas
mãos. Meu telefone caiu no chão e saltou.
—Não. Por favor, por favor! Não!
O skinhead que tinha me descoberto deu um passo para o lado e
deixou que outro homem, aquele que tinha uma semelhança
assustadora com Adam Blake, me agarrar. Eu gritei, mas foi inútil. O
irmão do homem que havia matado Perry me tinha em suas mãos, e ele
não ia me deixar ir.
Seus dedos agarraram meu cabelo e ele me arrastou enquanto eu
chutava e gritava até a sala ao lado. Um de seus comparsas tirou do
bolso um par de algemas de plástico, e o usou para segurar meus
tornozelos juntos. Eles forçaram meus pulsos para cima da minha
cabeça e os prenderam também. Um rack para vestidos foi trazido, e
meus pulsos presos foram amarrados à barra horizontal do
comprimento.
A posição dolorosa fez meus ombros queimarem muito.
Soluçando histericamente, eu queria implorar por minha vida, mas
sabia que era inútil. Eu estava em desvantagem e não poderia negociar
com esses homens. Eles absolutamente me odiavam. Eu podia ver o
nojo queimando em seus olhos quando eles olhavam para mim.
—Você sabe quem eu sou? — O que se parecia com Adam Blake
olhou em expectativa para mim.
Eu balancei a cabeça e chorei.
—Você é o irmão de Adam Blake.
—Darren Blake. — Ele puxou uma faca da bainha de sua bota e
arrastou a lâmina super afiada na frente da minha blusa. O tecido
dividido se abriu revelando o sutiã rosa delicado que Sergei tinha me
dado.
—Por que você está fazendo isso?
Darren riu na minha cara.
—Por eu estou fazendo isso? —Ele zombou de mim em uma voz
cantante que fez a minha pele arrepiar. —Porque eu posso, porra! Puta
estúpida. —Eu vacilei com suas palavras cruéis. —Eu sei que o seu
namorado e seu chefe tem James. Mandei-o seguir aquela garota
magricela de olhos azuis, mas ele nunca mais voltou.
Eu suspeitava que a sua descrição vulgar fosse para Vivian.
—Eu não sei de qualquer coisa sobre os negócios de Sergei. Ele
não me diz essas coisas.
—Eu não me importo se você sabe ou não. Não é por isso que
estou aqui. —A borda da lâmina foi pressionada contra o meu pescoço,
e eu prendi a respiração. —Você é a razão do meu irmão estar virando
as costas para sua família.
—O-o quê?
—Adam me disse que o seu rosto o persegue. —Seus lábios se
curvaram em um esgar ameaçador. —Eu posso ver o porquê. Eu tenho
visto algumas negras feias...
Ele não conseguiu terminar essa imunda, desagradável, e horrível
frase. O sopro afiado de balas disparadas de uma pistola com
silenciador o interrompeu. O homem de pé atrás de Darren caiu para
frente quando duas balas atravessaram sua cabeça. O outro skinhead
reagiu instantaneamente e correu em direção à traseira da sala,
escapando da morte por agora.
Kostya passou pela entrada e abaixou a arma. Ele disparou mais
duas vezes, acertando as rótulas de Darren fazendo o homem cair no
chão. Se contorcendo e gritando de dor, Darren agarrou as pernas que
sangravam enquanto Kostya chutou de lado a faca que o homem mau
estava carregando. O russo assustadoramente tranquilo olhou
brevemente para mim verificando se eu precisava de alguma ajuda
imediata e em seguida, caminhou calmamente para a sala de trás.
—Não! Não! Não!
Outras duas balas foram disparadas, e as súplicas do terceiro
homem pararam. Poucos segundos depois, foi a voz de pânico de Sergei
que ecoou na loja.
—Bianca!
Ele entrou na sala com Nikolai bem atrás dele. Eles rapidamente
esquadrinharam o espaço, olhando os homens mortos na minha frente
e um Darren chorando de dor. Sergei correu em minha direção
enquanto Nikolai foi até o skinhead líder. Sacando uma faca do bolso de
trás da calça jeans, Sergei cortou as algemas que espremiam meus
pulsos e tornozelos. Ele me abraçou com seus braços fortes e me
embalou. Eu o abracei com tanta força e chorei contra seu pescoço. O
perfume suave dele tirou meu medo e me convenceu de que eu estava
segura.
—Você precisa tirá-la daqui. Agora. —Nikolai ordenou.
Eu cometi o erro de olhar sobre o ombro de Sergei. Kostya tinha
embrulhado o terceiro homem em um dos sacos plástico dos vestidos e
o levava sobre seu ombro como um tapete enrolado. Eu assumi que o
outro homem morto em breve receberia o mesmo tratamento. Eu nem
queria pensar sobre o que eles iam fazer com Darren.
—Você tem um alarme de segurança?
Kostya baixou a homem morto no chão e esperou eu responder.
—S-sim.
—Eu vou precisar do código.
—Está na primeira gaveta da minha escrivaninha. Em uma nota
cor de rosa. —Acrescentei, ainda muito afetada pela minha experiência
terrível.
Olhando fixamente o massacre, perguntei:
— O que é que você vai fazer?
—Depois que eu limpar essa bagunça... —Kostya gesticulou ao
redor dele. — ...vou encenar um assalto. Vamos levar alguns vestidos e
equipamentos. Você não precisa se preocupar.
Engolindo em seco, eu me agarrei ao abraço protetor de Sergei.
—Que horas eu fui embora?
Kostya franziu a testa no início, mas, em seguida, assentiu quando
entendeu. Ele olhou para o relógio.
—Quinze para as onze, ok? Deixe o seu carro e as chaves. Vou
levá-la de volta para sua casa, para nossos vizinhos verem que você
chegou a casa no momento certo. Dessa maneira, ambos terão álibis,
ok?
Kostya tirou meu telefone do seu bolso e entregou-o para Sergei
que estava olhando para Darren. Eu nunca vi na minha vida tanta fúria
no rosto de um homem. Eu sabia que, se deixasse Sergei sozinho, ele ia
matar Darren. Seria sangrento e brutal e isso mudaria o homem que eu
amaria para sempre.
—Leve-me para casa, Sergei. Por favor.
Minha voz suave pareceu romper essa névoa de sede de sangue.
Ele me levou em seus braços para fora da loja. Eu não sabia como iria
voltar aqui na parte da manhã e fingir que nada tinha acontecido. Eu
poderia realmente seguir com a história do assalto?
Você não tem uma escolha.
Eu aceito que não houve decisão aqui. Aqueles homens iam me
matar. Eles poderiam ter até mesmo me estuprado ou me torturado
antes de cortarem minha garganta ou me esfaqueado.
Ainda... Culpa me gelou. E se eu tivesse chamado 9-1-1?
Eles teriam chegado lá a tempo de me salvar? Será que eles
terminariam com eles de uma maneira diferente? Atormentada por
esses pensamentos, nem percebi que tinha chegado a minha casa e
estávamos estacionados em frente a garagem até que Sergei tocou
minha mão.
—Bianca?
Esfreguei o rosto e senti a bile subindo na minha garganta.
—Eu preciso tomar um banho.
—Vai ajudar. — Ele soou como se falasse por experiência. —
Vamos entrar. Vou preparar um chá, e então você pode dormir. —Eu
duvidava que fosse ter uma noite completa de sono novamente.

Sergei não conseguia dormir.


Sua mente insistia em repassar a cena onde havia encontrado
Bianca na loja em um loop infinito. Seu estômago enjoado se agitou
implacavelmente. O chá que ele tinha bebido ameaçava entrar em
erupção a qualquer momento.
Esfregando o rosto entre as mãos, Sergei encostou-se à cadeira
de couro e apoiou os pés doloridos sobre a poltrona. Ele tinha duas
armas totalmente carregadas ao alcance da mão entre a cama onde
Bianca dormia e a porta onde qualquer problema poderia aparecer. Ela
tinha se revirado na cama, antes de finalmente se sucumbir à exaustão.
E era tudo culpa dele.
Enquanto Sergei admitia que a rixa entre Darren Blake e Bianca
tinha iniciado anos atrás, ele também acreditava que Darren tinha
especificamente direcionado Bianca em suas maquinações fraudulentas
e jogos de poder por causa de seus laços com ele e seus laços com
Nikolai. O que quer que Nikolai e Besian estivessem planejando, iria pôr
um fim a esse problema com os skinheads, mas e sobre a próxima
guerra de gangues?
E ia haver outra. Sempre haveria outra. Nikolai se esforçava muito
para manter a cidade do submundo calmo, mas havia sempre forças
externas que não poderiam ser controladas. Sergei se recusava a
colocar Bianca no caminho do perigo mais uma vez.
—Sergei? — A voz sonolenta e doce de Bianca interrompeu seus
pensamentos conturbados.
Movendo o seu olhar em direção à cama, ele percebeu que o sol
já estava sobre ela. Ele tinha perdido a noção do tempo tão facilmente?
Ele olhou seu cabelo bagunçado, sua camisola de algodão feminina e a
área sombreada de roxo. Ocorreu-lhe que esta era a última vez em que
ele iria vê-la assim, então ele tentou imprimir essa visão em seu cérebro
para sempre.
—Sim, milaya moya?
—Você não veio para a cama.
—Não. — Ele apontou para a porta. —Eu queria ter certeza de
que estava a salvo.
Ela puxou o lençol para cima.
—Eu estou segura agora?
—Você estará. — Dormência propagou através de seu corpo,
começando pela dor, quebrando seu coração com rajadas pulsantes. —
Quando eu for embora.
Ela franziu a testa.
—Ir embora?
Baixando os pés no chão, Sergei ficou de pé. Ele levou sua mão
atrás de seu pescoço e soltou o medalhão de ouro que sua mãe tinha
lhe dado muitos anos atrás. Sua garganta estava tão apertada que mal
conseguia respirar, mas ele obrigou-se a falar.
—Acabou, Bianca. Não podemos mais fazer isso.
Ela piscou rapidamente.
—O quê?
—Eu estou indo embora. Para sempre. —Acrescentou, no caso
dela não ter entendido. —Isto? — Ele fez um gesto entre eles. —Nós?
Acabou. Nós terminamos aqui.
—Mas eu te amo. — Suas palavras sussurradas cortaram mais
profundamente do que qualquer faca possivelmente poderia ter
cortado.
—E eu te amo. —Ele respondeu honestamente. —E porque eu te
amo, que tenho que deixá-la. Eu nunca quis essa vida para você. Eu te
amo demais para te condenar a isso.
—Mas eu...
—Não, Bianca. — Ele ergueu a mão para silenciá-la. Movendo-se
perto o suficiente para tocá-la, ele agarrou sua mão pequena e apertou
o medalhão na palma da mão dela antes de fechar seus dedos em torno
dele. Certo de que ele não iria sobreviver ao beijo final, ele pegou suas
armas e moveu-se para a porta. —Eu vou pegar minhas coisas depois
que você tiver ido para o trabalho.
—Sergei...
Olhando seu belo rosto uma última vez, ele sorriu para ela.
—Você merece muito mais, Bianca. Eu sei que você não vai ter
problemas para encontrar um homem melhor do que eu.
Quebrado e agredido por dentro, Sergei girou sobre seus
calcanhares e deixou para trás a mulher que ele amaria até que desse
seu último suspiro de vida.
Capítulo Dezessete

Parada no saguão do Samovar poucos dias depois, eu brincava


com o medalhão de ouro de São Sérgio que eu não tinha me separado
desde que Sergei tinha terminado comigo. Olhei para uma das pinturas
de Vivi penduradas em uma proeminente posição. Era uma das peças
que ela tinha feito durante o seu primeiro ano de faculdade.
Visualizando a tela hoje, tive uma sensação diferente da arte agora do
que tinha há quatro anos.
É claro que, há quatro anos, eu não estava sofrendo com o mais
miseravelmente coração partido. Meus olhos se fecharam brevemente
quando uma nova onda de dor tomou conta de mim e tentou me
arrastar sob as melancólicas correntes que vinham tentando me afogar
desde que Sergei me deixou.
Espremendo o medalhão na minha mão, tentei obter o controle
sobre as minhas emoções. Eu ainda tinha dificuldades em acreditar que
ele tinha feito isso. Quando a dormência inicial tinha passado, eu tinha
ficado enfurecida pelo jeito que ele tinha virado as costas para mim e
caminhado para fora da minha vida. Mais tarde, quando tinha me
acalmado, tinha finalmente entendido a motivação para a sua dura e
inesperada reação.
Ele me amava tanto que se recusou a me colocar em risco. Não
havia nenhuma maneira que nós pudéssemos fingir que sua vida no
submundo nunca tocaria a minha. Esse sonho otimista infantil tinha
sido esmagado sob o peso de dois corpos mortos e um gravemente
ferido que eu temia que nunca seria visto vivo novamente.
—Bianca?
Meus olhos se arregalaram ao som da voz de Lidia. De todas as
pessoas com quem eu nunca queria lidar, ela estava no topo da lista.
Suspirando, relutantemente me virei para encará-la. Instantaneamente,
percebi o jeito que ela torcia o avental em suas mãos.
—Sim?
—Posso falar com você?
—Claro. — A segui até um canto tranquilo do saguão. —Então?
Seu olhar se demorou no medalhão pendurado em meu pescoço,
mas ela não disse nada sobre isso. Ela colocou alguns fios rebeldes de
cabelo atrás da orelha.
—Eu queria pedir desculpas a você pela outra noite. O que fiz
para você e o que disse a você estava errado, eu sinto muito.
Seu pedido de desculpas me pegou desprevenida. Ela parecia
sincera, então eu aceitei sem reservas.
—Obrigada.
—Eu sou uma pessoa ciumenta por natureza. Não é uma coisa
fácil para eu admitir, mas é verdade. —Ela engoliu em seco. —Eu queria
Sergei para mim. Ele me quis uma vez e eu pensei que ele seria o único
a se casar comigo. Quando ele te conheceu, bem, tudo isso mudou.
Essa provavelmente seria a conversa mais estranha da minha
vida, mas eu decidi avançar com isso.
—E sobre Arty?
Surpresa atravessou seu rosto.
—Você conhece Arty?
—É uma longa história, complicada. — Eu acenei com a minha
mão. —Ele me disse que vocês dois haviam namorado por um tempo.
—Nós namoramos. — Sua expressão se suavizou, e eu poderia
dizer que ela ainda tinha sentimentos por ele. —Ele é um cara legal,
mas eu o tratei mal.
—Então se desculpe com ele. —Eu sugeri. —Você estava certa.
Ele é bom. Tenho certeza de que ele vai estar disposto a se sentar com
você e ouvir o que você precisa dizer.
—Talvez. —Disse ela, hesitante. —Por que você está sendo tão
boa para mim depois das coisas ruins que eu disse a você?
—Somos todos humanos e todos nós cometemos erros. Minha
mãe está sempre pregando o perdão e eu acho que é um bom passo
para começar qualquer relacionamento. —Eu toquei em seu braço e
sorri. —Eu não acho que você é uma pessoa má. Eu realmente sinto
muito sobre a maneira como Lena foi em cima de você.
Ela balançou a cabeça.
—Eu mereci. Era uma mentira. O que eu disse sobre Yuri. —Ela
explicou. — Ele era um grande namorador antes dela. Ele tinha vindo
aqui e provocado a todas nós. Às vezes, ele mesmo levava as meninas
mais bonitas para fora por um bom tempo, mas, em seguida, ele
conheceu Lena e tudo isso parou. —Ela deu de ombros. —É difícil ver
outras mulheres conseguindo o que você quer. Faz uma mulher esfriar
por dentro.
—Só se você deixar. —Eu lembrei a ela.
—Sim. —Ela concordou em silêncio. O olhar dela foi até a porta
atrás de mim onde uma grande festa de negócios na hora do almoço
estava acontecendo. —Venha comigo. Vou levá-la para ver Nikolai.
Segui Lidia para os escritórios na parte traseira do restaurante,
bati minhas junções contra a porta e esperei.
—Sim?
Abri a porta e espreitei o interior.
—Nikolai?
—Bianca! — Ele levantou-se e gesticulou para as cadeiras na
frente de sua mesa. —Entre. Sente-se.
Eu fechei a porta atrás de mim e apertei sua mão antes de sentar
em uma das cadeiras.
—Obrigado por me receber.
—Não é nenhum problema. Gostaria de algo para beber? Água?
Café? Chá? Vodka? —Ele disse a última com um sorriso maroto.
—Não, eu estou bem, obrigada.
Ele voltou para sua cadeira e inclinou-se para trás.
—Você já foi ver o bebê?
Eu sorri com a lembrança do bebê de Benny e de Dimitri. Sofia
Natalya Stepanov fez sua estreia antecipada ontem de manhã. No final,
Benny tinha se submetido a uma cesariana planejada para trazer o bebê
de quatro quilos ao mundo.
—Não, vou passar lá mais tarde hoje. Imaginei que Benny
estivesse cansada ontem depois da cirurgia da manhã. Eu gostaria de
ter passado hoje pela manhã, mas não queria me encontrar com Vivian
e Sergei.
—Oh. Certo. —Um flash de arrependimento tocou seu rosto. Tão
rapidamente quanto apareceu, desapareceu. —Sofia é a menina mais
bonita que eu já vi.
—É?
—Tão bonita... —Repetiu ele. —Ela possui cabelo escuro como os
de Benny mas os olhos azuis de Dimitri.
—Eu acho que todos os bebês têm olhos azuis quando nascem.
—Esse vai ficar azul, eu acho.
Batendo as pontas dos dedos sobre a mesa, ele disse:
—Sobre os reparos na sua loja...
Acenei com a minha mão.
—Está pronto. Os empreiteiros terminaram em um dia.
—Se houvesse qualquer outra forma, Bianca
—Está tudo bem, Nikolai. — Eu realmente não queria falar sobre
o que tinha acontecido naquela noite ou o rescaldo que se seguiu. A
encenação impecável de Kostya facilmente enganou a polícia e a
companhia de seguros. Felizmente, o que não foi levado do estoque da
loja permitiu continuar a servir as nossas noivas. Kostya tinha apenas
levado os vestidos destruídos que não tinham sido aprovados pelos
clientes.
—Isso não está bem. Isso nunca deveria ter acontecido. —Ele
passou os dedos pelos cabelos cor de areia. —Eu esperei muito tempo
para agir e você quase pagou o preço final.
Não me atrevi a perguntar o que ele tinha esperado muito tempo
para fazer. A notícia foi preenchida com histórias de um grande
incêndio na loja de carros que os Night Wolves operavam e com um
tiroteio em um bar de propriedade deles fora da cidade quando os
federais tinham invadido e prendido o resto da gangue. As únicas baixas
tinham sido aqueles racistas que não pareciam estar muito
preocupados com o derramamento de sangue e com a violência das
gangues.
—Ele sente falta de você. —Disse Nikolai. —Eu nunca o vi assim,
nem mesmo quando teve que deixar sua mãe e irmão para trás.
Ouvir que Sergei estava perdido sem mim fez crescer a minha
coragem. Eu nunca tinha enfrentado um chefe da máfia antes, então eu
precisava de cada gota de bravura que eu pudesse espremer de mim.
—É por isso que estou aqui.
—Você o quer de volta?
—Eu nunca lhe pedi para sair.
Nikolai se sentou para frente.
—Você não rompeu com ele?
Eu balancei minha cabeça.
—Ele me deixou.
—Para protegê-la?
—Sim.
Balançando a cabeça, Nikolai amaldiçoou suavemente em sua
língua materna.
—Ele está sempre sendo um bastardo tão honrado. —Voltando
sua atenção para mim, ele perguntou: — O que posso fazer para ajudá-
la?
—Você pode começar me dizendo exatamente o valor da dívida
que segura Sergei a você.
—Por quê?
Peguei minha bolsa e tirei meu talão de cheques e uma caneta.
—Porque tenho a intenção de comprá-lo de você.
Nikolai piscou.
—Você está falando sério?
—Sim.
O chefe da máfia olhou para mim por alguns segundos muito
enervantes antes de cair na gargalhada. Com a cabeça jogada para trás,
ele olhou para o teto e riu.
—Deus, Bianca, eu sempre soube que você era uma caixinha de
surpresas.
Eriçada com sua diversão, eu insisti:
—Eu estou falando sério, Nikolai.
Ele abaixou a cabeça e olhou fixamente para mim.
—Eu sei que você está.
—Quanto?
—É muito, Bianca.
—Bem, felizmente para você, eu tenho bolsos profundos.
—É mesmo?
Eu provavelmente estava mostrando a minha mão muito cedo,
mas não achava que Nikolai iria me enganar.
—Quando papai foi morto, o motorista bêbado que se chocou
com ele sobreviveu e nossa família levou ele e sua companhia de
seguros para o tribunal. Nós recebemos um grande pagamento que
Mama investiu sabiamente. Mais tarde, quando Perry foi assassinado,
minha mãe processou a família de Blake. Eles entraram em acordo com
a gente, dando-nos alguns pedaços de terra no sul do Texas. Você já
ouviu falar da Águia Ford Shale?
—Sim.
—Então você sabe que tipo de royalties recebemos disso. —Eu
continuei. —Dê o seu preço, Nikolai. Estou não vou sair daqui até que
eu possua Sergei.
O chefe da máfia pegou um papel e uma caneta. Ele rabiscou uma
figura e deslizou o papel para mim.
—Não comece a preencher o cheque ainda, Bianca. Você não
pode simplesmente me dar dinheiro assim. Vai atrair atenção
indesejada.
Eu entendi o que ele quis dizer. Olhando para o papel, eu mantive
o choque através de meu rosto.
—Como vamos fazer isso?
Nikolai parecia estar ponderando tudo. Um sorriso começou a
levantar os cantos de sua boca.
—Eu tenho um pouco menos de sessenta acres de terra em
Waller County que eu preciso passar para frente.
—O quê? Perto de Hempstead?
—Perto. —Disse ele. —Seria melhor se esta terra permanecesse
na família.
—Uh-huh. —Eu respondi infeliz. —Eu suponho que não quero
saber por quê.
—Provavelmente não. —Ele concordou. —Eu posso prometer a
você que essa terra estaria... Limpa... Antes que ela ficasse em sua
posse.
—Então eu compro a terra...
—E você tem Sergei, livre, é claro.
—Você está certo disso?
—Eu preciso dele para lutar na sexta-feira e sábado. —Nikolai
respondeu honestamente. —Há muito dinheiro envolvido, incluindo o
seu, para correr esse risco. Depois de sábado, ele é todo seu.
A menção do dinheiro de Sergei amarrado nas lutas me fez
pensar em sua família.
—Isso é outra coisa que eu queria discutir. Como faço para trazer
a família de Sergei para cá?
Eu poderia ter imaginado isso, mas parecia que os olhos claros de
Nikolai realmente se aqueceram em minha direção.
—Vladimir poderia facilmente imigrar sob um visto de trabalho
para a empresa de Dimitri, mas é a mãe de Sergei que será mais difícil,
porque ela é apenas uma costureira. Até Sergei torna-se um cidadão,
ele não poderá patrocinar sua imigração. Os irmãos não querem sua
mãe deixada para trás. —Ele hesitou. — Ele disse a você sobre o último
advogado?
—Não.
—O bastardo enganou muitos russos e ucranianos aqui em
Houston. Ele enfiou o rabo entre as pernas e fugiu antes que eu
pudesse colocar minhas mãos sobre ele. Sergei perdeu uma tonelada
de dinheiro e tempo. Ele começou tudo de novo agora, e isso vai levar
tempo, mesmo se Sergei receber sua cidadania em breve. A menos
que...
—A menos que o quê?
—Há maneiras de saltar essa linha, mas isso custa dinheiro,
Bianca.
—Caminhos legais?
Ele balançou a cabeça e abriu um livro de endereços. Pegando um
cartão de visitas do Samovar em um canto de sua mesa, ele virou e
anotou um nome, número de telefone e endereço. Ele deslizou o cartão
para mim.
—Esse cara trabalha para uma empresa que Yuri usa. Ele é seguro
e totalmente honesto. Ele vai trazer a família de Sergei para cá, por um
preço.
—Obrigada. — Coloquei o cartão na minha bolsa junto com meu
talão de cheques. —Qual corretor de imóveis preciso visitar para
colocar essa bola para rolar?
—A terra não está oficialmente à venda, ainda. Vou pedir para
Vee chamá-la quando for a hora.
Apertei os olhos.
—Essa é sua maneira de segurar Sergei por mais tempo?
—Não, esta é a minha maneira de me certificar de que todos nós
estaremos protegidos nesta transação. Quando Sergei tiver terminado,
no sábado, ele será todo seu, se você ainda o quiser.
—Eu o quero.
—Eu sei. — Nikolai se levantou de sua cadeira e me acompanhou
até a porta. Tocando meu rosto, ele sorriu para mim. —Estou feliz que é
você, Bianca. Você é a única mulher corajosa o suficiente para lutar por
ele.
—Ele vale a pena.
—Sim, ele vale. — Nikolai segurou minhas costas. —Foi bom fazer
negócios com você, Srta. Bradshaw.
—E você, Sr. Kalasnikov.
Sentindo um pouco da tensão sair do meu corpo, fui até a saída e
peguei meu telefone na minha bolsa. Percorrendo os meus contatos,
encontrei o número de Erin. Ela era a segunda fase do meu plano.
Um pouco sem fôlego, ela respondeu:
— Você ligou para a Sra. Ivan Markovic. Como posso impressionar
você hoje?
Eu não pude deixar de rir.
—Cara, você está realmente dentro dessa coisa de recém-casada.
—Bianca! Hey, você quer ir ver o bebê comigo mais tarde?
—Claro. Você quer que eu te dê uma carona?
—Sim. Isso é ótimo.
—Escute, eu queria saber se você pode me ajudar com uma coisa.
—É sobre a luta de Sergei este fim de semana? Ivan disse que
vocês dois estavam separados, e, honestamente, estou chocada.
Quando Lena me disse que vocês dois estavam juntos, tinha certeza de
que estava tudo bem, sabe? Enfim. Estou divagando. Basicamente,
estou totalmente à sua disposição. Tudo o que você precisar, eu vou
fazer.
Eu ri de sua oferta.
—Eu sabia que podia contar com você.
—Você sabe! Olha, me dê uma hora para me vestir e, em seguida,
venha me buscar. Vamos ver o bebê e, em seguida, vamos jantar. O que
acha disso?
—Soa como um bom plano. —Eu disse e combinei os detalhes.
Largando meu telefone na minha bolsa, fui para o
estacionamento. Determinação floresceu dentro de mim. Sergei
pensava que a única maneira de me proteger era me cortando de sua
vida e de seu coração para sempre. Mal sabia ele que ele ainda estava
prestes a conhecer o seu pior oponente.
Eu amava aquele homem, e não ia entregá-lo sem um inferno de
uma briga.

Capítulo Dezoito

Com a cabeça latejando e as mãos queimando, Sergei tentou


abafar o ruído da multidão e colocar seus nervos sob controle. Em um
curto espaço de tempo, ele caminhou pelo corredor mal iluminado para
o ringue de metal para enfrentar seu terceiro oponente. Ontem à noite,
ele havia vencido suas duas primeiras lutas, mas isso não o fez sentir a
onda habitual de orgulho masculino que seguidas vitórias duramente
conquistada lhe dariam.
Não, ele não sentiu nada, mas uma profunda e oca dor sugadora
de alma em seu peito. O vazio pulsante lembrou-lhe da única coisa que
ele sempre verdadeiramente quis e a única coisa que ele simplesmente
não podia ter.
Ivan entrou no improvisado vestiário como o grande urso que ele
era. Ele jogou um segundo balde de gelo na pia antes de vir para o
banco onde o treinador e mentor de Sergei estava, se agachou na
frente dele e colocou as mãos em ambos os lados do rosto de Sergei.
—Deixe-me ver esse corte.
Sergei olhou para as telhas sombrias do teto, enquanto Ivan
cutucava o corte em sua bochecha.
—Está tudo bem.
—Por enquanto. —Disse Ivan infeliz.
—Isto é o que acontece quando os campeões ficam desleixados e
esquecem de bloquear.
—Da.
Estalando os dedos golpeados, Ivan soltou uma respiração
reprimida e sentou no local ao lado dele no banco.
—Eu sei que você está com dor, Sergei. Eu sei que você perdeu a
sua mulher, mas isso não é desculpa para colocar sua vida em risco.
Você tem que começar a colocar a porra da sua cabeça no lugar ou eu
vou jogar a toalha agora.
O olhar de Sergei estalou para Ivan de rosto.
—Você não faria isso.
—Eu vou.
—Mas o dinheiro...
—Foda-se o dinheiro, Sergei. — Ivan Balançou a cabeça e passou
o dedo em uma das tatuagens que decoravam a parte de trás de sua
mão. —A única razão pela qual eu o treino agora e mantenho um pé no
negócio sujo é porque eu queria mantê-lo seguro. Se você não vai olhar
para fora dessa gaiola, então eu vou fazer isso por você.
Sergei pensou no dinheiro que ele tinha amarrado em apostas.
—Eu vou ficar seguro.
—É melhor você ficar ou então vou chutar sua bunda todo o
caminho para o hospital.
Sergei bufou.
—Da.
Ivan bateu com a mão contra as costas de Sergei.
—Sinto muito sobre a menina. Eu sei que dói.
Sergei olhou para a parede oposta. Se alguém podia entender o
que ele estava passando, esse alguém era Ivan.
—Foi estúpido pensar que eu poderia ter algo normal.
—Não é estúpido ter sonhos ou querer coisas melhores, Sergei.
Como diabos você acha que cheguei onde eu estou em minha vida?
Deixei de sonhar em como poderia ser algum dia. —Ivan hesitou. —
Mas eu nunca me deixei me apaixonar quando ainda estava metido
com a família.
—Isso foi inteligente.
—Não, foi simplesmente a hora certa. Se Erin tivesse entrado na
minha vida a essa altura? Não há nenhuma maneira que eu pudesse ter
ignorado o que eu sinto por ela. Seria árduo não cruzar essa linha, mas
eu iria tentar. Eu teria lembrado a mim mesmo que ela merecia algo
melhor. Mesmo agora, luto com o ideia de manchar a sua vida com os
meus pecados.
Sergei olhou para Ivan.
—Ela ama você. Eu não acho que ela se importa.
—Se ela se importa, ela está em paz com isso. Deus sabe que eu
não mereço seu abnegado amor, mas ela nunca para de me dar. —Ivan
apertou o ombro de Sergei. —Você é um bom homem, Sergei, mas não
se pode ter tudo. Em algum momento, você terá que escolher a família
de Nikolai ou seu próprio país.
Depois de ter um gosto de liberdade e um vislumbre das
possibilidades, Sergei só queria ficar livre.
—Como?
—Eu não tenho essa resposta, Sergei. É diferente para todos nós.
—Você sente falta de lá? Você já se sentiu culpado por ir
embora?
Ivan considerou as perguntas.
—Eu tenho saudades das amizades, mas não sinto falta da
violência ou do medo que sentia todas as noites. E a culpa? —Ele
encolheu os ombros. —Nos primeiros dias, sim, eu me senti culpado
por me afastar da única vida que conhecia e de deixar todos os outros
para trás. Agora? —Ele balançou sua cabeça. —Eu vou para casa todas
as noites por Erin. Eu subo na cama com ela e faço amor com ela e
sonho com os bebês que vamos ter, sem preocupar em levar um tiro ou
ser esfaqueado no trabalho.
Ivan esfregou atrás da cabeça de Sergei.
—Se você tiver a chance de sair, pegue-a, Sergei. E então, corra
como o diabo. —Você pode ter essa chance mais cedo do que você
espera.
O olhar de Sergei saltou para a porta onde Nikolai estava
encostado. Quanto tempo ele tinha estado lá? Obviamente, tempo
suficiente para ouvir os conselhos de Ivan. Sergei não queria causar
nenhum problema, especialmente, nesta noite, ele não queria Nikolai
duvidando de sua lealdade.
—Eu sou seu homem, chefe.
—Não, Sergei, você não é.
Seu estômago revirou com ansiedade. Esse era o tipo de
declaração que geralmente precedia quando um homem era demitido.
—O que você quer dizer? É porque eu levei Vivian para ver
Hagen?
Dois dias atrás, a namorada de Kelly Connolly tinha chegado ao
estúdio de Vivian procurando ajuda. Quando Vivian tinha pedido a ele
para levá-la para ver o agiota Hagen, ele tinha discutido com ela, mas
ela não foi facilmente seduzida uma vez ela já estava decidida. Ao invés
de arriscar deixá-la ir sozinha com a menina, ele havia levado Vivian e a
acompanhado para dentro. É evidente que, o patrão não tinha ficado
satisfeito em saber sobre a sua excursão.
—Não é sobre isso. — Nikolai se afastou da porta e colocou a
mão sob o paletó para pegar algo escondido no bolso. Sergei viu apenas
um flash de algo escuro antes de ter na palma da mão de Nikolai. Seu
coração pulou algumas batidas, enquanto olhava para o chotki
descansando na mão do chefe. O Cordão de Oração ortodoxo era o
presente dado aos homens que saíam da família com a bênção de seu
chefe.
Certo de que estava tendo alucinações, Sergei não se atreveu a
tocá-lo.
—Eu não entendi.
—Sua dívida foi liquidada. Você é um homem livre, Sergei. Após a
luta, você pode ir embora sem amarras.
—Liquidada? Mas, como?
Nikolai lhe lançou um olhar.
—Como você acha? —Quando Sergei não respondeu, o chefe
disse um nome. —Bianca.
Ele quase caiu do banco.
—Bianca?
—Aparentemente, ela é bastante rica. —Nikolai o estudou. —
Você sabia?
Ele balançou a cabeça.
—Ela disse que estava confortável. Eu nunca pensei..., mas por
quê?
—Porque ela te ama. —Nikolai respondeu com naturalidade. —
Ela quer um futuro com você. Se você estiver fora da família, não
haverá nenhum risco para ela. Vocês podem ficar juntos.
—E você disse que sim?
—Você veio para esta família sob coação. Não foi sua escolha,
Sergei. Quando a dívida fosse paga, eu planejava deixar você sair.
Bianca simplesmente acelerou essa data. —Em seguida, com um
encolher de ombros descuidado, ele acrescentou: — A oferta veio na
hora certa para mim. Sabe aquela terra que eu precisava repassar?
Fizemos um negócio justo. Ela ficou com você e a terra. Eu recebi o
dinheiro e a paz de espírito.
Atordoado, Sergei pegou o chotki de Nikolai.
—Eu não sei o que dizer.
—Você provavelmente deve começar dizendo obrigado a Bianca.
—Eu vou.
—Isso vai ter que esperar. —Ivan o interrompeu. —Você lutará
em breve, Sergei. É hora de limpar sua cabeça. Este primeiro lutador é
um lixo, mas acho que Kelly Connolly irá chegar às finais. Ele tem
coração, e está lutando por algo real. Ele está lutando por sua família.
Pelo que você está lutando, Sergei?
Beijando as contas do cordão que lhe deram a liberdade de ir
embora e começar de novo, Sergei experimentou a mais forte onda de
esperança.
—Estou lutando pela minha família.

—Tem certeza de que seremos capazes de entrar? —Eu olhei


cautelosamente para as portas duplas do armazém abandonado onde o
torneio estava sendo realizado.
—Sim. —Disse Vivian, agarrando minha mão um pouco mais
forte. —Uma das vantagens de ser a esposa de Nikolai é que ninguém
terá coragem de me dizer não.
—Nós vamos entrar em muitos problemas por isso. —Alertou
Lena enquanto Erin a empurrava para frente. —Já posso ouvir o sermão
de Yuri.
—Eu pensei que Kolya ia ter um acidente vascular cerebral
quando ele descobriu sobre a minha saída para ver Hagen, mas isto? Ele
vai pirar quando me ver.
—Sim, bem, Ivan provavelmente vai me atirar em seu joelho e
beijar minha bunda por esta façanha. —Erin manteve perto enquanto
nós abríamos caminho pela multidão barulhenta.
Lena bufou.
—Eu sabia que esse seu russo sujo era um bastardo pervertido.
Nós alcançamos a porta e Vivian tomou a dianteira. Os dois
rapazes tipo leão de chácara não a reconheceram de imediato. Eles
pareciam incertos sobre o bom protocolo e vacilaram um momento.
—Você vai abrir a porta ou vou ter que chamar meu marido para
vir me buscar?
Eles pediram desculpas exageradamente por nos fazer esperar e
abriram as portas duplas para nos deixar passar e rapidamente a
fecharam atrás de nós.
Todas nós estávamos com nossos narizes enrugados por causa do
terrível fedor que permeava o lugar. Era velho e mofado e cheirava a
suor, álcool e coisas piores. Uns homens que estavam juntos em grupos
no corredor riram de nós.
—Ok, eu sei que isso é realmente criancice, mas vamos dar as
mãos e manter o sistema de parceria. —Lena sugeriu.
—Para onde nós vamos agora? —Eu perguntei quando meus
olhos se adaptaram à iluminação sombria.
—Eu acho que nós vamos seguir o barulho. —Vivian disse nos
levando para frente.
Seguindo a nossa líder intrépida, nós fomos pelo corredor
assustador até um enorme espaço aberto. Pela aparência, com
manchas de sangue velhas no concreto, deduzi que este era o andar
principal do massacre. Nojento. Uma enorme multidão de homens
cercava uma gaiola de metal elevada com as laterais revestidas com
tela de arame. Engoli em seco com a visão dela. Sergei, meu Sergei,
logo estaria preso lá dentro. A única saída era acabar com o outro
homem ou bater nele até que ele desse sinal de rendição.
—Existem as arquibancadas que Danny me falou. —Disse Vivian e
apontou para o que parecia estar reservado para as apostas dos pesos
pesados e VIPs. —Vamos para lá. É provavelmente o lugar mais seguro
para nós.
—Isso não quer dizer muito. —Disse Erin nervosamente olhando
ao redor para a multidão enlouquecida. —Agora sei porque Ivan disse
que esse lugar era proibido para mim.
De mãos dadas, nós nos movemos como uma unidade sólida em
direção às arquibancadas. Quando nós nos aproximávamos das
arquibancadas metálicas, Kostya pisou na nossa frente. Ele franziu a
testa para o nosso grupo e balançou a cabeça. Sem dizer uma palavra,
ele fez um gesto para que o seguíssemos.
Ele apontou para uma fileira de assentos. Uma vez que nós nos
sentamos, ele rosnou:
— Não se movam daqui.
Nós não ousaríamos. Kostya atribuiu dois homens para nos vigiar
e, em seguida, foi para o meio da multidão, empurrando os caras para
fora do caminho para forçar sua passagem. Ele provavelmente estava
correndo para fofocar sobre nós. Quando Nikolai, Dimitri e Yuri
apareceram pouco tempo depois, todos os três deles aparentando
pesar e com expressões de desaprovação, percebi que o meu instinto
estava certo.
Como a rainha maldita do submundo, Vivian levantou de seu
assento sempre tão calma e fez um gesto para o local vazio ao lado
dela. Ela estendeu a mão em um convite silencioso para Nikolai se
juntar a ela. Seus olhos se estreitaram antes de um sorriso quase
imperceptível levantar o canto de sua boca. Apesar de toda sua
intimidação e crueldade, estava claro para qualquer um que Vivian era
dele, de corpo e alma.
Quando ele se sentou ao lado dela, ele enrolou o braço em volta
de sua cintura e a puxou para o seu lado. Segurando seu rosto, ele disse
algo que fez Vivian abaixar seu olhar quase submisso. Ele traçou o lábio
inferior com o dedo e em seguida, capturou sua boca de uma forma
muito pouco pública e deu em beijo muito possessivo.
Yuri balançou a cabeça enquanto tomava um espaço ao lado de
Lena. Ele parecia saber que não era melhor tentar controlá-la em
público. Depois de ver Lena em ação, eu duvidava que Yuri quisesse
uma amostra da língua irritadiça de sua Dragon Lady, onde outros
poderiam ouvir. Não que ele parecia se importar com seu mau humor.
Eu suspeitava que ele achava um pouco sexy.
Olhando para o rosto do novo e cansado pai, Dimitri sentou-se
entre mim e Erin. Ele suspirou e deu um tapinha nos nossos joelhos.
Dirigindo-se a Erin primeiro, ele disse:
—Ivan disse para lhe dizer que é para você ficar aqui comigo até
isso terminar. Eu não vou deixá-la fora da minha vista. Ele olhou para
mim. —Você também, Bianca.
—Eu não vou a lugar nenhum. —Eu prometi.
Música de rock alta soou dos alto-falantes montados em torno do
armazém. Eles pareciam indicar o início da primeira luta da noite,
porque os homens moveram-se para pegar as melhores posições ao
redor da gaiola. Aqui nas arquibancadas elevadas, tínhamos uma visão
desimpedida. Meu estômago começou a se agitar violentamente. Eu
poderia realmente assistir a isso?
Mas eu tinha que fazer isso. Eu tinha que deixar Sergei saber que
eu estava aqui por ele e que eu faria o que fosse preciso para fazer um
futuro possível para nós. O homem que saiu do túnel primeiro parecia
muito forte. Ele tinha um bom tamanho para um homem, quase da
altura e peso de Ivan, tinha uma aparência grisalha. Eu concentrei a
minha atenção na largura de seus quadris e decidi que ele não tinha
nada a ver com Sergei que estava magro e musculoso.
—Ele luta pelo clube de motociclistas fora da lei. —Explicou
Dimitri, inclinando-se perto o suficiente para que eu pudesse ouvi-lo
sobre a multidão. Ele tocou em seu braço para indicar a tatuagem que o
lutador tinha lá. —Ele é um bandido.
Notei que o grupo de homens altos com roupas de couro estava
aplaudindo. Seus coletes foram embelezados com a mesmo tatuagem.
Eles não pareciam pessoas com quem eu gostaria de cruzar. Quando a
multidão foi à loucura, eu olhei para o túnel novamente e vi Sergei
vindo. Ele usava um calção vermelho e nada mais. Eu esperava que suas
mãos estivessem com luvas de proteção, mas os dedos nus estavam
claramente visíveis, mesmo a esta distância. Quanto mais perto ele
estava da gaiola, mais fácil era para eu vê-lo sob as luzes brilhantes que
iluminavam o espaço central.
Ele não tinha se barbeado em dias. A leve barba que cobria seu
rosto era uma visão estranha para mim, porque eu só tinha o visto
estando barbeado. Eu percebi o ferimento ao longo de sua mandíbula e
o corte feio acima do seu olho. Seria mais uma cicatriz que ele iria levar.
Dentro da gaiola, ele avançou para o seu canto, enquanto Ivan o
seguia para ocupar o seu lugar de treinador. Estando lá, à espera de sua
luta começar, Sergei procurou por mim na arquibancada. Nossos
olhares se encontraram e minha barriga gelou. Ele lentamente trouxe
dois dedos aos lábios e os beijou antes de apontá-los em minha direção.
Sorrindo, eu abri a boca para pronunciar as únicas três palavras que
importavam agora.
EU TE AMO.
Revirando os ombros, Sergei enfrentou seu adversário. Comecei a
respirar mais rápido quando o locutor saiu e a briga começou. Havia
poucas regras que ele listou. Compreendi então como
escandalosamente perigosas eram essas lutas. Quando o árbitro acenou
o braço para sinalizar o início e um sino soou, eu pensei que ia vomitar.
Meu estômago embrulhou dolorosamente quando o homem que
eu amava foi para cima do seu adversário. No primeiro socos trocados,
eu quase desmaiei. Dimitri pareceu sentir meu nervosismo e colocou a
mão nas minhas costas. Ele gentilmente esfregou círculos lá e me deu o
apoio que eu precisava para continuar. Isso era muito pior do que o
soco que eu tinha testemunhado Sergei dar no casamento de Lulu.
Mais cedo, Erin tinha explicado que parte da razão por Sergei ser
tão bom nisso era porque ele entendia de exibicionismo. As pessoas
que apostavam nestas lutas queriam que seu dinheiro valesse a pena e
ele fazia com que valessem. É por isso todos o amavam. Ele teve a
energia para dar-lhes as brigas de rua sangrentas que eles queriam e a
habilidade para evitar sair gravemente ferido.
A luta desagradável dentro da gaiola era pior do que eu
imaginava que seria. A multidão aplaudia toda vez que Sergei conseguia
um golpe. Quando o segundo round começou, o piso já estava
salpicado de sangue. Quando Sergei levou uma pancada nas costelas,
eu me encolhi. Eu queria que essa luta acabasse agora.
Assim que o segundo round se aproximou de seus segundos
finais, Sergei deu um soco poderoso que enviou o outro homem
girando à sua esquerda. Ele vacilou antes de cair para frente. Sergei na
verdade, pegou o seu adversário antes dele cair, evitando um ferimento
desagradável na cabeça dele, e o abaixou suavemente para o chão de
concreto.
Aliviada por estar tudo acabado, eu saltei para ficar em pé,
assobiei e gritei. Companheiros do outro cara se apressaram para
entrar na gaiola para ajudá-lo. Ouvi alguém gritar para chamar uma
ambulância, mas eu tinha a sensação de que nenhuma viria. Todos ao
meu redor, gritavam e aplaudiam e iam à loucura.
Sergei caminhou até a cerca, agarrou com suas mãos enormes e
brutais e olhou diretamente para mim. Um dedo longo fez um
movimento de “vem cá”. Sem forças para recusar o pedido do homem
que possuía meu coração, saí lentamente da arquibancada para
encontrá-lo na gaiola.
Vários olhos caíram em mim enquanto eu me arrastava através
da multidão. Lena tinha sugerido que me vestisse de vestido preto e
enfeites de ouro, para que eu pudesse ser vista como uma unidade
coesa, tanto pelas gangues quanto pelos outros homens aqui. Mais de
um assobio alto e agudo cortou o ruído da multidão. Considerando a
forma como Sergei olhava para mim, eu poderia dizer que ele tinha
aprovado meu vestido preto que abraçava minhas curvas e o cinto de
ouro, que marcava minha cintura.
Ele abaixou-se até que estávamos olho a olho. Seu olhar se fixou
no medalhão em volta do meu pescoço.
—Venha aqui. — Ele ordenou com voz rouca.
Eu cuidadosamente esfreguei o machucado em seus dedos
ensanguentado e me inclinei para frente até que nossas testas estavam
se tocando através da cerca.
—Eu realmente te amo, Sergei.
—Eu sei o que você fez por mim, Bianca. Eu vou passar o resto da
minha vida me certificando de que você nunca se arrependa.
Sorrindo para o seu rosto amoroso, eu disse:
—Basta passar por esta última luta e nós poderemos ir para casa
e colocar tudo isso para atrás, Sergei.
—Feito. — Beijando meus dedos, ele deu uma instrução final. —
Mantenha-se perto de Vivian. Ninguém vai te tocar, se você estiver com
ela.
—Eu vou. — Percebendo a impaciência de Ivan, eu me afastei da
cerca. —Boa sorte.
Sergei assentiu e saiu da gaiola. Ivan arrastou-o para dentro do
túnel e eles desapareceram de vista. Voltei para os meus amigos e
consegui sentar-me para ver a luta de Kelly. Assistir a um amigo era tão
ruim quanto assistir o amor da minha vida. Sabendo que Kelly tinha sido
forçado a esse torneio para salvar sua família acabou fazendo essa coisa
toda impossível de suportar.
O adversário de Kelly, um lutador atarracado, aterrou alguns
chutes poderosos, incluindo um que pegou nas costelas. Estremeci e
pedi silenciosamente que Kelly atingisse a perna do cara. Os dois
lutadores trocavam socos e, em seguida, Kelly me surpreendeu por
levar o homem ao chão. O cara gritou de dor quando seu ombro bateu
no concreto.
Segurando o braço de seu adversário entre suas coxas, Kelly
puxou com força. Eu tinha certeza de que ele ia deslocar o ombro do
rapaz. Incapaz de observar, desviei o meu olhar e ouvi a multidão em
busca de pistas.
Ao meu lado, Dimitri saltou e ficou de pé. Ele queria animar Kelly.
Não que Dimitri não apoiasse Sergei, mas Kelly era seu empregado e
estava em uma posição incrivelmente insustentável entre seu pai e os
dois agiotas do velho.
—Vamos lá, Kelly. Mais forte. Mais forte. Sim!
Eu olhei para cima e vi Kelly desembaraçar-se do outro lutador.
Ele tentou ajudar o homem que tinha se rendido, mas o cara cuspiu
nele e mostrou-lhe o dedo. Jesus. Que falta de espírito esportivo!
O intervalo entre as lutas quase não foi tempo suficiente. Meu
estômago estava ainda em nós quando Sergei e Kelly marcharam de
volta para a gaiola. Com muito medo, assisti os dois homens ficarem
frente a frente, enquanto o árbitro falava com eles. Eles bateram os
punhos, e Sergei disse algo que fez a estoica expressão de Kelly se
amenizar.
E, em seguida, a batalha começou.
As duas lutas anteriores não tinham sido tão brutais quanto a
briga que ocorria diante de mim agora. Kelly conseguiu dar o primeiro
soco, mas Sergei respondeu golpeando Kelly logo depois. Sangue
salpicou a partir do contato entre seus corpos e eu fiz uma careta com a
visão horrível.
Kelly se livrou de levar mais um soco. Ele deu um soco em Sergei
nas costelas e bateu com o joelho na barriga de Sergei. Eu vi meu
homem rugir e exalar de dor e senti as lágrimas molhando meus olhos.
Um segundo depois, Sergei arrebatou a perna de Kelly e empurrou o ex-
fuzileiro naval para o chão. Kelly bateu a bunda no concreto primeiro,
mas ele foi mais rápido do que Sergei e conseguiu evitar ser preso.
O sino soou, sinalizando o final do round. Ambos os homens
voltaram a seus cantos para receber a atenção de seus treinadores. Em
um momento depois, eles foram trazido de volta para o centro da
gaiola. O segundo round começou, eu não estava tão certa sobre
quanto mais eu poderia aguentar. Somente o conhecimento de que
Sergei precisava de mim para mostrar o meu apoio manteve meu
bumbum grudado naquele banco.
Dentro da gaiola, eles estavam chutando e socando. Um dos
poderosos chutes de Sergei deixou Kelly mancando quando entraram
no terceiro round. Eu não acho que Sergei esperava que Kelly durasse
tanto tempo. Meu grande e bonito russo estava respirando com
dificuldade e parecia frustrado.
Os dois homens trocavam socos e pontapés. Sergei tropeçou para
trás após um bom chute de Kelly e o guarda costas saltou sobre a
vantagem que lhe foi dada. Ele passou os braços em torno de Sergei e
empurrou-o em cima do muro.
—Não!
Eu assistia com admiração quando Sergei usou sua incrível força
para se libertar. Sergei bateu com o cotovelo nas costelas de Kelly, e o
ex- fuzileiro parecia que ia morrer. Ele ofegava e vacilava em seus pés.
Sedento de sangue, Sergei se jogou em Kelly e seguiu-o até o piso de
concreto onde eles lutaram na forma mais brutal.
—Oh Deus!
Eu vacilei quando Kelly deu um soco em Sergei repetidamente na
têmpora. Sergei perdeu o controle sobre Kelly e o outro homem
escapou e se pôs de pé. Sergei cuspiu um bocado de sangue misturado
com a saliva num lado da gaiola e passou as costas de sua mão no
sangramento no seu rosto.
Os dois homens atacaram um ao outro novamente. Sergei
acertou um soco que fez Kelly balançar. Sergei chutou Kelly direto nas
costelas e o homem começou a segurar seu lado direito. Eu
testemunhei uma mudança definitiva em Sergei. Como um predador
que avistava uma fraqueza em sua presa, ele pulou sobre Kelly. Com um
soco e um estrangulamento, ele Kelly trouxe para o chão.
Com minhas mãos em posição de oração, as pressionei contra
meus lábios e olhei com horror enquanto esperava Sergei matar Kelly.
Nossos olhares se chocaram e a sede de sangue pareceu se desvanecer
dos olhos de Sergei. Ele baixou os lábios para os ouvidos do ex-fuzileiro
e disse algo apenas para que o outro homem pudesse ouvir. Ele repetiu
as palavras de novo, e desta vez Kelly reagiu.
Fracamente, Kelly bateu no braço de Sergei três vezes antes de
desmaiar. Com os olhos fechados de alívio, Sergei inalou uma longa
respiração e cuidadosamente colocou Kelly ao seu lado. Agachou-se
sobre ele de forma protetora até que Jack e Finn Connolly chegaram ao
lado de seu irmão. Só então ele se afastou e deixou o seu adversário.
Enquanto o árbitro levantava a mão de Sergei e todos ao meu
redor comemoravam, eu simplesmente sorri e segurei seu olhar. Estava
acabado. Ele estava fora da máfia e agora ele pertencia a mim e só a
mim.

Capítulo Dezenove

Um ronco alto no assento do passageiro do meu carro me fez


sorrir. Eu esfreguei a perna de Sergei enquanto parava na calçada atrás
da minha casa e esperava o portão se fechar atrás de mim.
—Sergei? Baby, estamos em casa.
—Huh? — Ele deu um salto e, em seguida, assobiou com dor.
Colocando a mão nas costelas, ele gemeu. Elas não estavam quebradas,
mas era evidente que ainda doía como o inferno. —Eu não tive a
intenção de cair no sono.
—Sergei, você teve um longo dia. Está tudo bem. —Eu
cuidadosamente toquei em seu braço. —Eu não queria assustá-lo.
Bocejando, ele tentou se esticar, mas foi impedido pelo espaço
apertado do meu carro.
—Nós temos que conseguir algo maior do que isso, se você for
me conduzir pela cidade. Isso é pior do que um assento de avião.
—Hey! —Eu disse com mágoa simulada. Passando minhas mãos
sobre o couro, eu comentei: — Isso é um luxo, baby.
—Luxo, hein? Não, luxo é voltar para casa com você hoje à noite
sabendo que eu nunca terei que cruzar essa linha novamente. —Ele
segurou meu rosto em suas agredidas mãos e esfregou a boca na
minha. —Eu nunca vou ser capaz de lhe agradecer o suficiente, Bianca.
—Bem, eu posso pensar em algumas maneiras que você pode
começar. —Murmurei contra os seus lábios quebrados. —Mas você não
tem que me pagar de qualquer maneira. Eu fiz isso por nós. Isso foi
investir em nosso futuro.
Ele apontou para a boca machucada com as mãos inchadas.
—Você pode me dar alguns dias para eu começar a pagar essa
dívida. Eu não vou estar muito bem até que isso comece a se curar.
Uma faixa invisível apertou meu peito como uma teia. Eu odiava
que ele estivesse com dor e eu queria fazê-lo se sentir melhor.
—Vamos, vou levar você para dentro. Você precisa tomar um
banho e tomar alguns anti-inflamatórios. Então eu vou fazer uma
massagem como Ivan descreveu para mim.
Mesmo abatido assim, Sergei ainda não conseguia controlar sua
luxúria furiosa por mim.
—Eu tenho algo que adoraria ter sua massagem.
Eu queria estar aborrecida com ele, mas eu não conseguia parar
de sorrir.
—Você é um menino muito sujo. Agora, se levante desse banco
da frente e marche até a casa.
—Deus, você é tão sexy quando você dá ordens. —Ele se inclinou
e plantou um beijo bem na minha boca. —Tudo bem. Vamos ver se
consigo deixar fluir um pouco de sangue de volta para as minhas
pernas.
Revirei os olhos para a dramática descrição do meu assento
apertado da frente.
—As pessoas de porte normal se encaixam muito bem neste
carro. Muito obrigada.
—Milaya moya, você me conhece bem. Eu sou grande por toda
parte.
Balançando a cabeça com seu absurdo, eu deslizei para fora do
banco do motorista e tentei ignorar seu riso de paquera. O cara
precisava descansar e se curar, mas eu tinha uma sensação de que ele
ia tentar tirar minha calcinha na primeira oportunidade que tivesse.
Não que eu quisesse brigar com ele por isso...
Dentro da casa, me ofereci para fazer algo para comer, mas ele se
recusou. Eu tentei levar sua bolsa de ginástica pesada, mas ele se
recusou a me deixar levar. Depois de um copo de leite e alguns anti-
inflamatórios, Sergei passou pela casa para verificar as portas e janelas.
Divertida, eu o segui em sua ronda noturna.
—Você deve ter levado um golpe duro que deve ter mexido com
a sua memória. Eu não tenho mais um ladrão por aqui e os Night
Wolves estão muito longe.
—E daí? — Ele me lançou um olhar que dizia que sua
superproteção nunca ia desaparecer. —Essas não são as únicas coisas
ruins que existem nesta cidade. Acredite em mim. —Ele murmurou. —
Eu sei.
Certa de que ele sabia, esperei que ele terminasse e depois o
levei para cima, para o nosso quarto. Ele baixou a bolsa de ginástica
sobre a poltrona e eu percebi o quanto tinha sentido falta de vê-la lá. A
porta do meu armário estava aberta, ele recuou depois de andar por
ele para dar uma olhada melhor. Acendendo a luz, ele estudou as
prateleiras e gavetas recém reorganizadas.
—Bianca?
Chegando para ficar ao lado dele, eu estendi a mão para tocar em
algumas das roupas que ele tinha deixado para trás.
—Elas estavam na secadora. Comecei a pendurá-las no armário
do quarto de hóspede, mas então decidi que iria mover tudo o que eu
não estava usando para lá e coloquei suas coisas aqui. —Eu engoli
ansiosamente. —Onde elas pertencem.
Ele colocou a mão na parede e virou-se para olhar para mim. Seus
olhos estavam brilhando e desconfiados.
—Você está falando sério?
—Sim. — Enfiei minha mão sob sua camisa para acariciar
gentilmente seu peito. —Eu queria você aqui comigo.
—As pessoas vão dizer que eu estou abusando de você e de sua
bondade e generosidade.
—Eu não me importo com o que as pessoas dizem.
—Não?
—Não. — Só porque eu gostava de provocá-lo, acrescentei: —
Além disso, eu gosto de manter meus investimentos por perto.
Ele resmungou, mas abaixou-se para beijar em cima da minha
cabeça de qualquer maneira.
—Eu tenho a sensação de que isso vai ser uma munição que você
vai usar contra mim pelos próximos anos.
—Bem, sim! — Eu disse com uma risada. —Foi um monte de
dinheiro. — Eu cautelosamente o abracei, cuidando de não machucar
suas costelas e saboreei o calor e a força dele. —Mas você vale cada
centavo, Sergei.
—Eu vou te fazer feliz, Bianca. Eu juro. Vou passar cada segundo
do resto de nossas vidas fazendo tudo o que puder para fazer você
sorrir.
—Eu estou me agarrando a essa promessa.
Inclinando-se para trás, eu olhei para ele.
—Venha comigo. Vamos deixá-lo limpo. Então? Cama.
Assim como eu esperava, Sergei tentou seduzir-me, uma vez que
estávamos nus e juntos no chuveiro. Felizmente o meu chuveiro era
pequeno demais para ele conseguir fazer qualquer coisa. Em jeito de
brincadeira, bati em suas mãos provocantes e o segurei enquanto
esfregava todas as partes dele que eu podia alcançar. Ele mesmo
limpou o seu cabelo, rosto e pescoço, porque ele era muito alto para eu
limpar adequadamente essas áreas.
A água tingida de sangue que caía em torno de nossos pés e se
esvaia pelo ralo me deixou com náuseas. Eu lembrei a mim mesma de
que era essa vida que eu tinha salvado e que isso nunca, nunca mais iria
acontecer novamente.
Com o tempo, seu corpo abusado se curaria, mas eu não me
esqueceria da visão de todo aquele sangue e então eu sempre me
lembraria onde começamos nossa jornada juntos.
—Não coloque isso. — Sergei admoestou quando nós nos
secamos após o nosso banho.
Olhei para a camisola em minhas mãos.
—Mas isso é um presente que você comprou para mim.
—Eu não a vejo ou sinto há dias, Bianca. Eu quero sentir sua pele
nua na minha hoje à noite. —Ele cortou sua mão no ar daquela maneira
imperiosa e masculina sua. —Sem roupas hoje à noite, e durante pelo
menos uma semana.
—Sim, senhor. —Eu disse com um rolar de meus olhos.
Secretamente emocionada, deixei cair minha camisola em cima
do balcão e o segui para fora do banheiro. Sergei fez um rápido
trabalho em tirar as almofadas decorativas da minha cama. Por esta
noite somente, escolhi não repreendê-lo por ser tão bagunçado, mas
afastei os travesseiros que caíram entre a cama e o banheiro, apenas no
caso de um de nós tiver que se levantar no meio da noite. Uma queda e
uma viagem para a sala de emergência não eram atraentes no
momento.
—De costas. —Eu disse, lembrando-me da maneira que Ivan tinha
descrito a massagem. —Vou começar com suas costas.
Parecendo um morto em pé, Sergei se arrastou para a cama e fez
como instruído. Selecionei uma única loção sem cheiro que eu tinha e
subi no colchão. Ciente de que Sergei tinha muitas contusões e lesões,
eu cuidadosamente massageei seus músculos tensionados. De vez em
quando ele resmungava ou assobiava e se mexia embaixo de mim. Eu
seguia se movimento e ajustava minha técnica para dar-lhe mais alívio.
—Vire-se, baby.
Sergei rolou de costas e esticou suas pernas.
—Comece com as minhas pernas?
—Claro. — Eu o ajudei a esticar seus músculos tensos como Ivan
havia me mostrado, segurando o calcanhar na minha mão e aplicando
uma pressão suave nos dedos dos pés. Sergei estremeceu, mas
começou a lentamente relaxar, enquanto as câimbras melhoravam.
Com as palmas das mãos lambuzadas de loção, eu massageei suas
enormes pernas, enquanto me maravilhava com a inacreditável força
sob as minhas mãos. Embora Sergei não fosse lutar mais por dinheiro,
ele não estava disposto a deixar isso. Eu tinha uma suspeita de que Ivan
iria tentar persuadi-lo a se juntar a ele como um instrutor para aqueles
legítimos lutadores de artes marciais em sua academia. Agora que
Sergei tinha opções, eu esperava que ele explorasse todas elas.
—Unnnhhh. — Sergei soltou um gemido gutural quando comecei
a correr o meu polegar para cima e para baixo na planta do pé.
Quanto mais pressão eu aplicava, mais ele parecia se divertir. Eu
não perdi a forma que seu grande pau começou a crescer. Divertindo-
me com sua reação, usei bem minhas mãos em seu pé sensível,
trabalhando os meus polegares em círculos lentos ao longo de seu arco.
Sua ereção pulsava para a vida, de pé, brilhando alto e orgulhoso, e
soltando gotas de pré-semém.
Decidindo saciar meu lado impertinente, eu me inclinei para
frente e chupei seu dedão do pé. Uma cadeia explosiva de palavras de
maldição disparou de sua boca. Sergei ergueu-se nos cotovelos para me
assistir. Ele gemia e respirava com dificuldade.
—Você está me matando, Bianca.
—Como?
Suas pálpebras se abaixaram, escondendo seus olhos escuros e
perigosos.
—Você sabe como. Não me provoque, milaya moya. Estou por
um fio hoje à noite.
—Quem está provocando? — Eu coloquei o pé na cama e
comecei a beijar o caminho até suas pernas robustas. Empurrando suas
coxas, deslizei para o meio delas e arrastei minha língua para cima, para
baixo e para os lados ao longo de seu pesado saco.
Xingando novamente, Sergei caiu para os travesseiros e abriu
mais suas coxas.
—Chupe-me, Bianca. Coloque em sua boca.
Sorrindo para o meu poder sobre esse gigante russo, dei-lhe o
que ele queria. Meu pobre bebê havia sofrido um inferno de uma
semana. Certamente ele merecia algum prazer agora. Eu lambi todo
aquele seu enorme pau, tirando o pouco pré-semem de sua fenda antes
de enfiá-lo na minha boca. Ele gemeu e estendeu a mão para acariciar
meu cabelo, me elogiando em voz baixa com sussurros. Deixando a
saliva encher na minha língua, eu alisei o comprimento impressionante
dele e envolvi os meus lábios em torno de seu eixo. Ele estava tão
empolgado hoje à noite. Eu não acho que ia levar muito tempo para ele
explodir.
Faminta por seu esperma, usei minha mão para acariciar a
metade inferior de sua ereção, enquanto concentrava todos os meus
esforços via oral na parte mais sensível dela. Enquanto a minha mão se
movia para cima e para baixo, a minha boca seguia o mesmo
caminho, o estimulando de uma maneira que fez Sergei gritar e
sussurrar o meu nome como uma ladainha.
Quando eu o levei mais fundo na minha boca, deixando-o
ofegando, Sergei perdeu o controle. Levantando um pouco os quadris
ele gozou. Engoli seu esperma, gemendo alegremente ao redor do seu
eixo pulsante que esticava meus lábios e me deleitei com o som do meu
nome gritado em seus lábios.
Depois que eu o limpei todo com minha língua, dei beijos leves
em sua barriga e no seu peito. Parecendo sonolento e relaxado, Sergei
colocou a mão contra meu rosto e sorriu para mim.
—Você é tão incrível.
—Eu realmente nunca gostei de fazer isso. —Admiti. —Até você
aparecer. —Acrescentei, quando sua testa se franziu. —Você faz
parecer como se fosse um presente. Você aprecia isso.
—Você não tem ideia de quanto. —Ele disse, beijando-me com
ternura. Enfiando seus dedos no meu cabelo, ele emitiu um comando
brusco. —Mostre-me o quanto você gostou de chupar meu pau, Bianca.
Calor correu pelo meu rosto. Eu queria balançar a cabeça e dizer
não, mas aqueles olhos escuros me encantaram. Colocando a mão
entre as minhas coxas, deixei meus dedos vagarem pela curva da minha
buceta para reunir a evidência da minha excitação. Levantando minha
mão, mostrei-lhe a umidade brilhante nos meus dedos. Sergei me
surpreendeu quando segurou meu pulso e levou minha mão à sua boca.
Ele lambeu meus dedos e rosnou com apreço.
—Eu senti tanto a falta do gosto da sua buceta.
—Sergei! — Eu me perguntava se iria um dia me acostumar com
as coisas sujas que ele dizia. Provavelmente não...
—Vire de lado. —Ele ordenou. —E abra as pernas para mim.
—Sergei! —Eu disse, hesitante. —Você está em má forma. Você
precisa descansar.
—Eu preciso sentir suas coxas segurando minha cabeça enquanto
eu fodo você com a boca, Bianca. Agora venha e me dê o que eu quero.
Tremendo, excitada de expectativa e emoção, eu fiz exatamente
como ele disse. Sergei deslizou para baixo da cama e descansou a
cabeça contra o interior da minha coxa. A posição em que estávamos
permitia a ele ter o que queria, sem ter que depender de seus braços
cansados para segurar meu corpo pesado em cima dele.
O primeiro movimento de sua língua celestial no meu clitóris
latejante me fez querer chorar de alívio. Finalmente! De olhos fechado,
eu me rendi ao hábil assalto oral de Sergei. Ele mordiscou o meu clitóris
e passou sua língua em torno dele em círculos lentos antes de me sugar
de modo longo e lento que fez meus dedos dos pés se curvarem. Assim
como ele prometeu, ele sondou a minha entrada até que eu comecei a
ver estrelas.
Quando sua língua voltou ao meu clitóris, eu me perdi. Gritando
seu nome, balancei meus quadris e sorri enquanto rajadas de pura
alegria irradiavam de mim. Mesmo depois do meu orgasmo passar,
Sergei continuou a passar aquela maravilhosa língua nas minhas dobras.
Aparentemente, ele não estava brincando sobre a falta de meu gosto.
Rastejando de volta ao meu lado, Sergei me puxou para perto e
descansou a cabeça no meu ombro. Pela primeira vez, eu era a única
que o afagava. Eu entendia que ele tinha sobrevivido a um turbilhão
emocional selvagem esta semana.
Colocando todo o amor que eu tinha por ele no meu abraço,
passei meus braços em torno dele e o segurei apertado até que ele
adormeceu. Não demorou muito para eu segui-lo para o reino do sono
pacífico.
Mas um som estranho me acordou algum tempo depois. Confusa
e desorientada, olhei para o relógio de cabeceira. Já era tarde, quase
três da manhã. Estremeci quando meu pescoço protestou contra a
posição estranha que eu tinha adormecido e me apoiei em meu
cotovelo. Ao meu lado, Sergei murmurou algo e caiu de costas, seus
braços longos bateram contra o colchão.
Eu ouvi o som de novo. Era um barulho abafado que me deixou
perplexa. Certa de que estava vindo de fora na parte de trás, decidi
investigar. Segurei a vontade de acordar Sergei. Agarrando sua camisa,
coloquei-a juntamente com uma calcinha antes de pegar meu roupão
na cadeira no canto. Na ponta dos pés, calmamente deixei o quarto e
desci as escadas.
A casa estava escura ainda quando fui para a cozinha e depois
para a varanda. Eu ouvi uma pancada soar uma terceira vez e localizei a
origem do ruído.
Ele estava vindo da garagem.
Curiosa agora, destranquei a porta e alcancei a maçaneta. A
súbita consciência do calor corporal de outra pessoa fez os cabelos
finos na parte de trás do meu pescoço se levantarem. Uma mão se
fechou sobre a minha boca quando um grito de pânico irrompeu da
minha garganta.
—Querida, fique quieta. Sou eu. — O sussurro rouco de Sergei
ecoou na minha orelha.
Aliviada, eu me inclinei para trás contra seu peito nu. A sensação
do seu peito rígido atravessou meu robe. Ele abaixou sua mão e beijou
o lado do meu pescoço.
Dando um tapa na minha bunda, ele falou:
—Nunca mais faça isso de novo. Quando você ouvir alguma coisa,
você me acorda.
—Você estava cansado.
—E você é teimosa. —Ele retrucou firmemente. —Fique aqui,
enquanto eu vou ver o que inferno é isso.
—De jeito nenhum. Eu quero saber o que é.
—Bianca.
—Sergei, eu vou. — Eu podia imaginar sua expressão frustrada,
mas a escuridão me impediu de confirmar minhas suspeitas.
Rosnando, ele gentilmente me empurrou para trás dele e colocou
meu telefone em minhas mãos. A sensação do metal frio me
surpreendeu. Ele estava armado? É claro que ele estava. Sergei não ia
investigar um barulho estranho sem uma forma de nos defender.
—Fique atrás de mim. Ao primeiro sinal de problemas, ligue para
o 911 e corra.
—Sim, querido.
Ele bufou e deu um beijo na minha cabeça.
—Venha.
Segurando minha mão, Sergei levou-me para fora da casa. Nós
dois seguimos pela calçada e pulamos sobre a grama. Escondida pelas
sombras e feliz com a lua nova que deixou o céu tingido de preto, eu o
segui em frente ao quintal para a garagem. A estrutura em ruínas
parecia tão sinistra na escuridão. Sergei tinha brincado uma vez que eu
deveria alugar o espaço para alunos, para um filme de terror. Eu
precisei admitir agora que ele estava certo.
O som de batida ficou mais alto à medida que nos
aproximávamos da garagem. Espreitando através de uma das janelas
sujas, nós vimos o brilho de uma lanterna. Um homem de costas para
nós atacava uma das paredes de alvenaria. Eu não tinha ideia do que
ele pensava que ia encontrar lá, mas tinha certeza de que eu queria
descobrir.
Eu senti Sergei relaxar ao meu lado. O que quer que esse cara
estivesse fazendo, ele não estava aqui para matar ou nos atacar. Ele só
queria o que estava por trás dessa parede. Sergei me puxou de lado,
mas não me deixou passar pela porta. Ele me empurrado para a parede
adjacente e colocou um dedo em meus lábios. Eu entendi a sua
instrução e dei um aperto em sua mão para que ele soubesse que eu
iria ficar parada.
Apressando-se para a porta, Sergei usou as paredes como um
escudo para seu corpo. Com sua profunda e estrondosa voz, ele emitiu
uma ordem clara.
—Vire-se lentamente com as mãos ao alto, ou eu vou atirar em
você.
Esforcei-me para ouvir os movimentos dentro da garagem. O
homem lá deve ter feito exatamente como Sergei ordenou porque ele
se afastou de onde estava para vê-lo melhor. Com a arma apontada e
pronta para disparar contra o primeiro sinal de problemas, Sergei
estendeu a mão.
—Vem cá, Bianca. Você conhece este homem?
Juntando-me a Sergei, pisquei algumas vezes para deixar meus
olhos se acostumarem com a nova fonte de luz. Quando o meu olhar se
fixou no homem empoeirado e sujo, eu engasguei.
—Marcus?
—Quem é ele? — Sergei perguntou com mais força.
—Ele é um dos contratantes que deu um orçamento. Aquele que
disse que cresceu por aqui. —Eu esclareci. Confusa, eu abri meus
braços. —O que você está fazendo?
Como um homem prestes a chorar, o contratante Marcus passou
os dedos pelo cabelo e as mãos sujas pelo seu rosto. O suor tinha se
misturado com a sujeira e poeira formando riachos lamacentos que se
espalhavam pelo seu rosto.
—Por favor. —Ele implorou. —Apenas me deixe pegar o meu pai,
e eu vou embora.
—Seu pai? — Sergei e eu falamos juntos.
Marcus deu um passo para o lado e apontou para a parede de
tijolos atrás dele que ele tinha parcialmente desmontado. Ofegante, eu
pulei para trás e coloquei as duas mãos sobre minha boca para abafar
um grito de puro terror quando vi o esqueleto seco como uma múmia
sepultada ali. Mesmo Sergei sempre tão sereno exalou com o choque e
murmurou com descrença em russo.
Seu momento de choque rapidamente passou. Sergei não tirava
os olhos de cima de Marcus a quem ele agora via como uma ameaça.
—Bianca, me dá o telefone e volta para a casa, agora.
Eu não discuti com ele. Entreguei o meu telefone e me afastei da
garagem muito lentamente. Uma vez que estava livre daquele casarão
de louco, eu girei sobre os calcanhares e corri de volta para a casa.
Olhando lá para fora da janela, mordi o lábio e esperei.

De todas as coisas que Sergei esperava encontrar aqui neste


assustador edifício, um corpo preso por trás de camadas de tijolos não
tinha sido uma delas.
—Eu notei que as dimensões não estavam certas. —Disse ele
finalmente. — Quando eu comparei as especificações das licitações
com as plantas antigas, descobri a discrepância. —Olhando para o
homem, ele fez a única pergunta que importava. —Porque é que o seu
pai está na parede?
Marcus esfregou as costas do pescoço e deixou cair seu pé de
cabra em derrota.
—Será que isso importa?
—Sim. —Disse Sergei, ainda incerto da atitude que ele tomaria. —
Dê-me uma razão para não chamar a polícia para prender você por
assassinato.
—A casa nunca deveria ter sido comprada por qualquer pessoa
fora da família. Mamãe e eu pensamos que tínhamos tudo acertado
com um advogado que deveria cuidar e manter nossas contas fiscais
pagas. Depois que a mamãe morreu, eu deixei Houston e me mudei
para Seattle com a minha família. Eu sequer sabia que o lugar tinha ido
para leilão por causa de impostos até que já era muito tarde.
—Então, você tentou um contrato com Bianca para renovar este
lugar para que você pudesse tirar o corpo antes que fosse descoberto.
—Sergei adivinhou. — Eu me perguntei por que sua empresa era tão
nova e não tinha referências. Eu pensei que vocês eram uma farsa.
Marcus balançou a cabeça.
—Eu sou empreiteiro em Seattle. Eu tinha um negócio aqui há
anos por isso foi fácil falsificar alguns cartões de visita e papel timbrado.
—Passando a mão na frente dele, o homem desesperado insistiu: — Eu
nunca quis assustá-la. Eu tentei vir em uma noite, há algumas semanas,
mas apareceu um policial que me pôs para correr e eu saí daqui
rapidamente.
Então Kevan tinha começado a se fingir de ladrão depois que
Bianca tinha visto Marcus e relatado a ele.
—Eu dirigi por aqui outras vezes, esperando poder entrar aqui e
fazer o que precisava ser feito, mas sempre havia homens vigiando a
casa ou você estava aqui. Eu não vi o seu SUV esta noite então assumi
que era seguro.
—Obviamente que não.
—Não. —Marcus concordou.
—Você ainda não respondeu à minha pergunta. Por que seu pai
está na parede?
Marcus não queria responder. Sergei reconheceu a vergonha que
passou nos olhos do homem tão sombrio. Mas depois, o contratante
disse:
—Ele era realmente um homem mau. Ele machucava minha mãe
o tempo todo. Às vezes, ele me machucava. Depois que ele fez a minha
mãe perder o bebê, decidi que ele nunca iria machucá-la novamente.
Eu o peguei tentando estuprá-la e eu reagi.
Sergei não disse uma palavra quando a história saiu da boca do
homem. Agora ele sabia por que este lugar sempre lhe deu uma
sensação ruim. O corpo sepultado na parede pertencia a um monstro.
—Eu tinha apenas treze anos. Eu não conhecia minha própria
força. Depois que foi feito, mamãe me ajudou a envolvê-lo em uma
lona. Eu o trouxe até aqui e.. Bem. —Marcus passou as mãos sobre as
juntas desiguais dos tijolos. —Esse segredo tem estado enterrado aqui
por 42 anos.
—Ninguém nunca perguntou onde ele tinha ido?
—Todo mundo achava que ele tinha nos deixado. Ele era um
mulherengo conhecido e um jogador. Algumas pessoas pensaram que
ele poderia ter sido morto por suas dívidas.
Marcus hesitou antes de nervosamente perguntar:
— O que você vai fazer comigo?
Sergei considerou suas opções e decidiu que havia apenas uma
maneira de acabar com aquilo. Ele usou o telefone de Bianca para
discar um número que ele tinha memorizado.
—Quem diabos é? — A resposta rosnada de Kostya fez Sergei
estremecer.
—Sou eu. Preciso de sua ajuda.
—Sergei? O que há de errado? Alguém está atrás de você e
Bianca?
—Não, nós precisamos de um tipo diferente de socorro.
Eliminação. —Disse ele com cuidado.
Ele ouviu barulho de roupas ao fundo.
—Dê-me 20 minutos.
—Venha até a parte de trás da casa de Bianca. Vou abrir o portão
para você.
—Da.
Marcus olhou para ele com apreensão e Sergei percebeu que o
homem não tinha entendido uma única palavra do russo que ele tinha
falado.
—Meu amigo está vindo para ajudá-lo. Ele é um limpador. Você
entende?
Marcus assentiu fracamente.
—Sim. Por que você está me ajudando?
Sergei não respondeu por que ele não tinha uma resposta para
essa pergunta. Ele sinceramente não podia identificar o motivo.
Apontando para a parede, ele disse:
— É melhor você começar a cavar. Vai amanhecer muito em
breve e eu quero você fora daqui antes da primeira luz.
O empreiteiro não teve que ser mandado duas vezes. Ele voltou a
trabalhar, arrebentando os tijolos que sepultavam seu pai e
empilhando-os ordenadamente de um lado. Incerto se o homem era
confiável, Sergei manteve sua arma em Marcus. Ele não queria
nenhuma surpresa, não esta noite, quando o mundo inteiro de
possibilidades foi erguido em frente dele.
Quando Kostya chegou, o limpador estava na porta e olhou a
cena macabra.
—Foda. Isto é inédito.
Sergei olhou para Kostya.
—Sério?
Balançando a cabeça, Kostya entrou na garagem para fazer o
levantamento do trabalho.
—Uma hora no máximo, e eu estou fora daqui.
Confirmando sua estimativa, Kostya ajudou Marcus a remover e
enrolar o corpo mumificado em quarenta minutos. Perfeccionista,
Kostya verificou a cavidade na parede por quaisquer peças de reposição
ou de provas.
Ele ajudou Marcus a carregar o embrulhado para a parte traseira
de seu SUV. Segurando o olhar do contratante, ele disse:
— Eu vou enterrá-lo adequadamente.
Marcus deu de ombros.
—Eu não me importo com o que você faz com ele.
A resposta fria não surpreendeu Sergei. Após Kostya sair, ele
levou Marcus até o outro lado do portão. Segurando a frente da camisa
do homem, ele levantou o contratante na ponta dos pés e deu um aviso
final.
—Se você alguma vez voltar aqui novamente ou até mesmo uma
merda de um sussurro sobre isso aqui, eu vou atrás de você. Então você
vai ser o único envolto em plástico e cobertores. Entendeu?
—Sim. — Marcus engoliu em seco. —Eu vou deixar Houston
agora. Você nunca mais vai me ver de novo.
—Essa é uma promessa que é melhor você manter. —Sergei
largou a camisa do homem e empurrou-o para fora do portão. Ele
esperou até que o homem desaparecesse no beco antes de voltar para
a casa.
Cansado e abatido, ele lavou as mãos na pia da cozinha, verificou
as portas e se arrastou para o andar de cima. Ainda vestindo sua
camisa, Bianca estava sentada na borda da cama e nervosamente
balançava os pés para trás e para frente.
—E aí?
—Está feito. Kostya cuidou dele.
—Oh.
—Sim.
—Eu quero saber por que Marcus estava usando minha garagem
como a cripta da família?
—Não. — Ele não queria falar sobre nada disso. Apontando para
sua camisa, ele disse: —Tire isso. Despida por uma semana, lembra-se?
Com um acesso de raiva, ela tirou a camisa e jogou-a para ele.
—Feliz?
—Eu estou agora. — Ele olhou para seu delicioso corpo e
começou a planejar todas as maneiras que eles passariam a tarde de
domingo.
Ela moveu-se para debaixo das cobertas em seu lado da cama, e
ele apagou a luz. Deitou ao lado dela, ele puxou-a com força contra ele.
Contente por abraçá-la, ele acariciou o braço e pensou no final bizarro
de um dia já estressante.
—Então, eu estava pensando sobre a garagem...
—Não se preocupe. —Sergei a cortou. —Eu planejo trazer alguém
aqui para derrubar toda essa porra logo que possível.
—Graças a Deus! Porque, uau, eu não posso sequer tolerar olhar
para ela de novo.
—Eu me sinto da mesma maneira.
—Então, eu tinha dois ladrões, hein?
—Parece que sim. Kevan colocou Marcus para correr na primeira
vez e, em seguida, ele tomou a identidade do ladrão para assustá-la
para que ele pudesse ficar perto de você.
—Isto é tão ferrado. —Ela murmurou. —Eu quero voltar para o
minha vida chata e normal.
—Você vai. — Prometi.
—E quanto a Darren Blake?
Ela perguntou de uma maneira que ele achava que ela tinha
descoberto a resposta por si mesma.
—Ele nunca poderá machucar ninguém, nunca mais.
—E os Night Wolves?
—Eles foram apanhados. —Ele não disse a ela que Nikolai e
Besian tinham escondido James, assim ele poderia fornecer as provas
aos federais necessárias para apanhar aqueles skinheads bastardos.
Tanto quanto Sergei sabia, o cara mais jovem estava se recuperando de
alguma cirurgia plástica no México como um convidado VIP de Romero
Valero. Tudo tinha sido ordenadamente ocultado por Nikolai e Besian
de forma que os federais costumavam usar para fazer um transplante
facial.
Ela desenhou formas preguiçosas em seu peito por um tempo. —
Você sabe, talvez nós devêssemos procurar na área de construção
algum imóvel para sogras.
—Para sua mãe?
—Não, para a sua.
Sergei balançou com surpresa.
—Minha?
—Mama está falando sobre se mudar com a tia Penny e a tia
Sara. Elas estão de olho em uma dessas novas casas naqueles conjuntos
habitacionais no clube de campo. Ela parece muito animada com isso,
então eu estava pensando que talvez pudéssemos fazer algo para a sua
mãe.
—Bianca, a minha mãe está presa na Rússia. Pode levar anos até
que ela seja capaz de imigrar.
Bocejando, Bianca se aconchegou e enganchou a perna por cima
dele.
—Não se preocupe com isso. Eu tenho um plano.
—Um plano?
—Mmhmm. —Ela murmurou sonolenta.
Embora ele quisesse interrogá-la, Sergei segurou a sua
curiosidade. Ela lutou tenazmente para salvá-lo. Só Deus sabia o que ela
iria fazer para trazer sua mãe e Vladimir.
Fazendo uma oração silenciosa em agradecimento a tudo, ele
embalou Bianca e sonhou com o brilhante futuro pela frente.

Epílogo

—O que você acha deste hotel? —Girei a tela do meu laptop para
que Sergei pudesse vê-lo. —É perto da galeria onde Vivian estará
mostrando suas pinturas. Ele tem algumas opções privativas que vão
funcionar melhor para nós, pois nós vamos ser um grupo de quatro.
—É bom. Se você gostar, eu gosto.
Sergei piscou para mim antes de enfiar pedaços de abobrinha nos
espetos. Estávamos nos preparando para fazer o nosso primeiro
churrasco juntos como um casal e ele estava terminando a preparação
dos alimentos.
—Será que Vladimir acertou as passagens de avião?
—Sim, eles vão voar até Londres um dia depois de chegarmos lá.
Teremos quatro dias juntos antes de se dirigirem de volta.
—Perfeito. — Selecionei para nós a suíte necessária para abrigar
todos os quatro e comecei o processo de reserva. —Não se esqueça de
que o advogado remarcou a reunião para amanhã de manhã, Sergei.
—Eu não me esqueci.
—E você preencheu todas as papeladas de cidadania, certo?
—Sim, milaya moya. —Divertimento encheu sua voz. —Eu
também tenho uma consulta com Yuri para descobrir como colocar o
dinheiro para o investimento que Mama vai fazer nos meus negócios de
construção.
Uma das coisas que o novo advogado tinha sugerido era
transformar a mãe de Sergei em uma investidora com dinheiro que ela
queria usar para criar empregos aqui. Sergei planejava usar o dinheiro
que ele tinha ganhado em bolsas de apostas das suas lutas para
financiar seu investimento. Se isso não funcionasse, Sergei estava a
apenas alguns passos de completar a sua cidadania.
Ele podia legalmente patrocinar sua mãe com esses papéis. Uma
vez que o advogado tivesse a situação da mãe de Sergei resolvida, seria
relativamente simples trazer Vladimir. O ex-comandante das forças
especiais russas tinha facilmente arranjado um trabalho na empresa de
Dimitri para que ele pudesse se qualificar para patrocinar a imigração
dele através da Lone Star Group.
O processo não seria simples ou rápido, mas seria bem sucedido.
Até então, Sergei e eu tínhamos acordado que ele iria se encontrar com
sua família toda em dois meses na Europa. Ele não se sentiu seguro
para retornar a Moscou, por isso foi o melhor compromisso.
—Você vai dizer a sua mãe, sobre...? —Sergei me olhou com
cuidado enquanto ele enfiava pedaços de cebola vermelha nos espetos.
Minhas mãos caíam para minha barriga. Como um verdadeiro
macho alfa, Sergei plantou sua semente dentro de mim com apenas
uma tentativa. Eu ainda não conseguia acreditar que era verdade. Meu
período estava apenas com um dia de atraso quando eu tinha feito o
teste por capricho. As linhas duplas tinham me surpreendido. Um
exame de sangue na manhã seguinte tinha confirmado o resultado.
Nós íamos ter um bebê. Mesmo que eu soubesse que tínhamos
flertado com perigo, eu nunca em um milhão de anos pensei que iria
acontecer depois de apenas uma única vez. Obviamente eu deveria ter
prestado mais atenção às estatísticas no quesito sexo!
—Hoje não. —Eu disse finalmente. —Isso é algo que eu quero
compartilhar com ela quando estivermos sozinhas.
Eu não tinha certeza de como ela ia receber a notícia. Ela ficaria
desapontada que eu tinha me metido em problemas, como ela dizia,
sem ser casada. Eventualmente, porém, ela me apoiaria. Eu já podia
imaginar a avó coruja que ela seria. Uma vez que a mãe de Sergei
estivesse aqui, ela provavelmente seria da mesma forma. Nossa criança
ia ser tão mimada.
—Nós três. — Sergei me corrigiu. —Eu quero que sua mãe saiba
que eu levo as minhas responsabilidades a sério.
—E a sua mãe? Você disse a ela?
Ele balançou a cabeça.
—Eu vou dizer a ela pessoalmente quando voarmos para Londres
no final deste mês. —Abandonando os espetos, Sergei caminhou ao
redor da ilha e girou minha banqueta de modo que estávamos
enfrentando um ao outro. Sua grande mão se curvou protetoramente
contra a minha barriga. —Eu sei que isso é ainda um choque e não é a
época ideal, Bianca, mas eu te amo. —Ele esfregou a mão sobre o lugar
onde o bebê estava crescendo. —Só se passaram quatro dias, eu já
estou amando este bebê. Vamos fazer isso funcionar.
Passando meus braços em torno dele, eu fechei os olhos e
respirei seu cheiro familiar. Seu calor calmante e força acalmaram os
temores remanescentes.
—Você está certo. Não é o ideal, mas eu mantenho dizendo a
mim mesma que nós vamos dar a este bebê uma boa vida.
—Vamos. —Ele me assegurou. —Eu estou fora daquela vida
agora. Seu negócio está crescendo. Vou passar mais tempo ativamente
trabalhando na empresa de construção civil em vez de simplesmente
passar por lá. Vou pegar um pouco de trabalho extra com Ivan,
também. —Ele fez um gesto em torno de nós. — Nós vamos abordar os
projetos prioritários por aqui e deixar a casa pronta para o bebê. Ele vai
ficar bem, Bianca. Você vai ver.
Amando a maneira como Sergei me acalmava e me tranquilizava
tão facilmente, acariciei seu rosto bonito. O futuro prometia algumas
mudanças grandes para nós, mas eu estava pronta para enfrentá-las.
Estávamos iniciando nossa jornada juntos e eu não podia esperar para
ver onde esse caminho nos levaria.

FIM

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