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SUMARIO
1. Introdução .............................................................................................. 04
2. Justificativa ............................................................................................ 05
3. Objetivos ................................................................................................ 09
3.1. Geral
3.2. Específicos
4. Referencial Teorico................................................................................. 10
5. Metodologia e Fontes ............................................................................. 14
6. Cronograma ........................................................................................... 16
7. Bibliografia ............................................................................................. 17
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INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por objetivo analisar o câncer na cidade de Teresina
no ano de 1990. Os principais aspectos a serem analisados diz respeito ao medo
gerado pela doença, evidenciado pelo silencio em relação a doença, por parte da
população. Pois mesmo que a o conhecimento e o tratamento da doença tenham sido
ampliados, segundo Aquino, Montenegro e Santos (2008, pag. 76), “Apesar do avanço
tecnológico da medicina, o seu diagnóstico ainda é encarado, muitas vezes, como
sentença de morte”.
Há também que se perceber o câncer como estigma, representado pelo medo
dos indivíduos de que a doença pudesse causar algum tipo de deficiência, e que ele
também pudesse ser contagioso. Mas outro aspecto a ser analisado é a relação entre
câncer e morte, que estão intimamente relacionados. Pois ao se constatar o medo de
determinada doença, percebe-se também que por trás desse medo, há o medo da
morte.
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JUSTIFICATIVA
O interesse de pesquisar sobre as emoções surgiu a partir de leituras feitas
sobre a ideia de Burocracia a partir da definição por Max Weber. Através da obra “um
toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber (QUINTANEIRO, 2002) ”, na qual é
dedicado um capitulo as principais ideias de Weber, as emoções surgiram como um
possível tema de pesquisa.
Segundo Quintaneiro:
futuras pesquisas venham a se beneficiar com essa pequena luz, de forma que as
pesquisas no campo das emoções sejam ampliadas.
Mas o medo sendo algo abstrato, é necessário vincula-lo a algo que possa
gera-lo. E foi a partir do estudo sobre a Idade Média, e mais especificamente sobre
uma epidemia, a “grande peste”, que assolou a Europa entre 1347 a 1350, que as
doenças surgiram como um fator que pode gerar esse medo.
Após as delimitações apresentadas anteriormente, surgiu outra delimitação a
ser feita, que diz respeito a doença que poderia ser causadora desse medo. Após se
pensar a respeito das principais doenças que assolaram e ainda assolam a
humanidade, chegou-se ao câncer. O câncer é uma doença que já é mencionada em
estudos da escola hipocrática grega, no século IV a.c., sendo definido nesse momento
como um tipo de “tumor” (que era como o desequilíbrio dos fluidos do organismo), que
se alastrava para diversas partes do corpo, levando o paciente a morte. Essa definição
só muda no século XVIII, quando a doença passa a ser entendida como uma doença
de caráter local, afetando uma parte especifica do corpo, que ocorreu com o
desenvolvimento da anatomia patológica e dos conhecimentos sobre células.
Mesmo com o maior conhecimento da doença, não haviam formas eficazes
de tratamento, gerando assim um grande medo nos indivíduos, que poderiam apenas
esperar pela morte. Mas essa situação começa a mudar, a partir do século XIX,
quando houve avanços na cirurgia, com o maior cuidado com a limpeza dos ambientes
cirúrgicos e com a descoberta dos raios X, que permitiram um grande avanço no
diagnóstico e para a criação de possíveis tratamentos para a doença. Em relação ao
Brasil, segundo Teixeira:
eficácia da medicina, surgiu uma maior preocupação com o câncer, nas sociedades
médicas do Rio de Janeiro e São Paulo.
E após essas delimitações, prosseguiu-se com a escolha do recorte espacial
e temporal. A cidade de Teresina foi definida como o recorte espacial da pesquisa. E
foi a partir da leitura da obra “De doença desconhecida a problema de saúde pública:
o INCA e o controle do câncer no Brasil (TEIXEIRA, 2007) ”, que começou-se a pensar
o recorte temporal. O recorte temporal selecionado foi o ano de 1990, pois na pesquisa
pretende-se utilizar fontes orais, o que impossibilita um recorte temporal anterior,
devido à dificuldade de encontrar indivíduos ainda vivos. advindos dessas iniciativas
citadas anteriormente, pode-se pensar que o medo do câncer poderia ter diminuído,
já que a doença passa a ser mais conhecida. Mas segundo Teixeira:
negra”, que era causado pelo medo da morte, e consequentemente, o medo de ter a
alma condenada a padecer no inferno. Mas apenas os dois primeiros medos é que
serão contemplados na pesquisa.
Após as leituras das referências bibliográficas, surgiram questionamentos,
que servirão como base para a pesquisa: como se manifestava esse medo? As
iniciativas governamentais em 1990 para o combate do câncer, proporcionaram uma
diminuição do medo gerado por essa doença?
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Específicos
Analisar a relação entre câncer e morte no imaginário da sociedade da época.
Discutir as políticas públicas referentes ao combate do câncer, no período em estudo.
Problematizar o câncer como estigma.
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REFERENCIAL TEÓRICO
“Uma ênfase menor do que no passado nas fontes escritas (embora elas
continuem sendo as mais usadas, no conjunto, pelos historiadores, sem
excluir os dos Annales), favorecendo a ampliação do uso da história oral,
dos vestígios arqueológicos, da iconografia etc” (1997).
e que acabara por mudar tanto a mentalidade quanto os costumes da época. Pois
segundo Reis, em relação aos mortos, “entre as primeiras providencias figurava a
expulsão destes da cidade dos vivos, das igrejas e cemitérios intramuros”. A partir
disso, percebe-se que mesmo que o enterro dentro da cidade e mais especificamente
dentro das igrejas, seja algo enraizado na cultura e na mentalidade da época, não
perdurou diante do medo das doenças e da morte. E isso evidencia a grande influência
do medo no social e no cultural.
Mas além das transformações ocorridas no campo historiográfico no que diz
respeito a novas fontes e métodos, também novas temáticas de pesquisas foram
agregadas a esse campo. Segundo Silva:
METODOLOGIA E FONTES
O levantamento das fontes, foi iniciada pela visita ao Arquivo Público do Piauí,
localizado na cidade de Teresina. As primeiras fontes a serem observadas foram os
jornais. Inicialmente, pretendia-se utilizar os principais jornais existentes no arquivo.
Mas percebeu-se, que devido ao recorte selecionado, tornou-se inviável o uso de
determinados jornais. O principal é o jornal “O Dia”, que devido ao ano de sua
fundação, 1º de fevereiro de 1951, torna-se inviável de ser utilizado na pesquisa.
Para a pesquisa, também serão utilizadas fontes documentais on-line. Essas
fontes podem ser acessadas no site da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição
criada em 1900. Ela é a mais importante instituição de ciência e tecnologia em saúde
da América Latina. Após algumas visitas ao site da instituição, percebeu-se a
grandeza do acervo documental da instituição. Os documentos existentes são desde
textuais, a iconográficos, cartográfico, sonoro e filmográfico, que abrangem desde o
ano de 1803 até os dias atuais. Mas até a elaboração do presente trabalho, não foi
obtido o acesso a documentação presente nesse acervo documental.
Após a verificação dos tipos de fontes utilizadas pelos autores do
levantamento bibliográfico, percebeu-se que uma das principais fontes para o
historiador que tem por objetivo pesquisar o campo das emoções, são as fontes de
caráter pessoal (diários íntimos, memorias e correspondências). Após um prévio
levantamento documental, percebeu-se que esses tipos de fontes são inexistentes no
Arquivo Público do Piauí.
Para além das fontes escritas, outro tipo de fonte a ser utilizada será a fonte
oral. Para Pinsky (2005): “a história oral é hoje um caminho interessante para se
conhecer e registrar múltiplas possibilidades que se manifestam e dão sentido a
formas de vida e escolhas de diferentes grupos sociais, em todas as camadas da
sociedade”. A fonte oral pode contribuir de forma significativa para a pesquisa
histórica, principalmente em pesquisas sobre as emoções, por oferecer um contato
direto com os indivíduos que passaram por determinado fato histórico, oferecendo
suas memorias ao pesquisador. Segundo Matos e Senna:
CRONOGRAMA
MAIO/2016
AGO/ 2016
NOV/ 2015
NOV/ 2016
OUT/ 2015
OUT/ 2016
MAR/2016
DEZ/ 2015
DEZ/ 2016
AGO/2015
FEV/ 2016
JAN/ 2016
JUN/ 2016
SET/ 2015
SET/ 2016
JUL/ 2016
ABR/2016
ATIVIDADES
Levantamento
bibliográfico e X X X X X X X X
documental
Leitura da
bibliografia e X X X X X X X X X X X X X
análise das fontes
Produção do pré-
projeto de X X X
pesquisa
Produção do
projeto de X
pesquisa
Entrega do
projeto de X
pesquisa
Entrevistas
temáticas para as X X X X X
fontes orais
Pesquisa de
campo nos X X X X X X X X X X X X
arquivos
Redação da
X X X X X X X X X X
monografia
Revisão e
entrega oficial do X X X
trabalho
Apresentação do
trabalho X
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BIBLIOGRAFIA
AQUINO, Thiago Antonio Avellar de; SANTOS, Roberta Montenegro dos; SILVA,
Shirley de Souza. O paciente com câncer: cognições e emoções a partir do
diagnóstico. REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS, 2008, Volume 4, Número 2.
Pag. 73 a 88.
MATOS, Júlia Silveira; SENNA, Adriana Kivanski de. História oral como fonte:
problemas e métodos. Historiæ, Rio Grande, 2 (1): 95-108, 2011.
SILVA, Iêda Moura da. Hospital Getúlio Vargas: a atuação da política de saúde
pública em Teresina, 1937-1945 / Iêda Moura da Silva. – 2013. 100 f.