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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Fabiano Pinheiro de Amorim


Fernanda Monique Gomes Aguiar

MECN0041 – MÁQUINAS TÉRMICAS

MOTORES DE 4 TEMPOS E 2 TEMPOS COM


SISTEMA DE INJEÇÃO DIRETA DE COMBUSTÍVEL

Juazeiro – BA
Fevereiro de 2018
Fabiano Pinheiro de Amorim
Fernanda Monique Gomes Aguiar

MECN0041 – MÁQUINAS TÉRMICAS

MOTORES DE 4 TEMPOS E 2 TEMPOS COM


SISTEMA DE INJEÇÃO DIRETA DE COMBUSTÍVEL

Trabalho apresentado à disciplina de Máquinas


Térmicas ministrada pela Prof. José de Castro
Silva da Universidade Federal do Vale do São
Francisco, como critério de avaliação da mesma.

Juazeiro – BA
Fevereiro de 2018
CONCEITOS BÁSICOS DE MOTORES QUATRO TEMPOS E DOIS TEMPOS

Motores de combustão interna

Os motores de combustão interna (MCI) são responsáveis pela transformação da


energia interna dos combustíveis em trabalho mecânico, através da realização de
um ciclo termodinâmico. O motor de combustão interna transforma energia térmica
(calorífica) em trabalho mecânico (energia mecânica).

Ciclos e Tempos

Fases dos ciclos dos motores: admissão, compressão, expansão e


descarga/escape.

Admissão: o pistão se movimenta do PMS ao PMI, permitindo a entrada de ar ou ar


mais combustível através da válvula de admissão.

Compressão: o pistão se movimenta do PMI ao PMS comprimindo o ar ou a mistura.

Expansão: os gases resultantes da combustão se expandem realizando trabalho


sobre o pistão, que se movimenta do PMS ao PMI. Válvulas de admissão e escape
fechadas.

Escape ou Descarga: o pistão se movimenta do PMI ao PMS, a válvula de escape é


aberta e os gases de combustão são exauridos do cilindro.

De acordo com a posição relativa do êmbolo (pistão) e da árvore de manivelas,


podem ser distinguidas as diferentes etapas do ciclo termodinâmico dos motores. A
movimentação do pistão do PMS ao PMI corresponde a meio giro da árvore de
manivelas (180º). A cada meio giro (180º) correspondem diferentes condições de
pressão e volume na câmara do cilindro, definindo assim, os tempos do motor.
Tempo do motor: corresponde a um giro de 180º na árvore de manivelas (eixo
virabrequim).

02 TEMPOS: Ciclo realizado em 01 volta da árvore de manivelas (360º).


04 TEMPOS: Ciclo realizado em 02 voltas da árvore de manivelas (720º).
Principio do funcionamento do ciclo Otto.

Motores normalmente alimentados por gasolina e álcool; A ignição é provocada por


uma centelha elétrica emitida pela vela. O combustível não deve entrar em ignição
antes que a centelha seja emitida; O combustível é misturado com o ar fora da
câmara de combustão. Motores de ciclo Otto de quatro tempos admitem uma
mistura de ar mais combustível.

Primeiro tempo – Admissão: Ar mais combustível.

Segundo tempo – Compressão: Ao final da compressão o sistema de ignição


dispara uma centelha através da vela de ignição.

Terceiro tempo – Expansão: Ignição da mistura e expansão dos gases realizando


trabalho sobre o pistão.

Quarto tempo – Descarga ou Escape

Terminado este ciclo, tem início o primeiro tempo de um novo ciclo. O motor de 04
tempos requer para cada ciclo 04 cursos do pistão proporcionados por dois giros
completos na árvore de manivelas.

Principio do funcionamento do ciclo Diesel.

Diesel queria desenvolver um motor com uma razão de compressão alta o suficiente
para que o combustível entrasse em autoignição. Nos motores de ciclo diesel o ar é
admitido e comprimido até ultrapassar a temperatura de ignição do combustível. O
combustível é injetado no interior da câmara de combustão e, uma vez em contato
com o ar aquecido, se inflama.

Também segue: admissão, compressão, expansão, escape.

Principais componentes
Os fixos:

 Bloco do motor - O bloco é a parte central do motor e suporta as demais


partes. Normalmente construído de ferro fundido, o que lhe proporciona boa
resistência, trabalho a altas temperaturas, facilidade de usinagem e um menor
custo.
 Cabeçote - São fabricados em ferro fundido ou alumínio. A união do bloco
com o cabeçote é feita por meio de parafusos e uma junta de vedação de cobre
asbesto, que veda os gases de combustão, o óleo e a água. Apresenta na sua
parte inferior: parte da câmara de combustão, orifícios para o alojamento das
válvulas, bicos injetores, canais para a água de arrefecimento ou aletas, canais
de admissão, de escape e para óleo lubrificante.
 Cárter - Parte inferior do motor. A bomba de óleo lubrificante está localizada
no cárter. Nos motores de quatro tempos é basicamente o reservatório de óleo.
Nos motores de dois tempos funciona também como pré-câmara de admissão.
 Cilindro - Contido no interior do bloco: serve de guia do pistão que se desloca
dentro dele com movimento retilíneo alternado. Camisas do cilindro: tubos
removíveis onde se deslocam os pistões. É uma das partes mais exigidas do
motor: suporta grandes temperaturas e pressões.
 Câmara de combustão e a vela -

Os móveis:

 Virabrequim - Virabrequim ou árvore de manivelas: mecanismo de


transmissão responsável pelo movimento de rotação do motor. Possui mancais
de dois tipos: – Excêntricos: ligados à cabeça das bielas (moentes); – De centro:
apoiam o virabrequim ao bloco (munhões).
 Volante - Disco de ferro fundido de grande massa. Acumula energia cinética e
mantém uniforme a velocidade angular da árvore de manivelas. A energia
acumulada mantém o eixo do motor girando nas fases do ciclo em que não
ocorre combustão nos cilindros. Partida inicial do motor através da cremalheira
que é acoplada ao motor de partida.
 Pistão - É a parte do motor que recebe o movimento de expansão dos gases.
Normalmente, é feito de ligas de alumínio e tem um formato aproximadamente
cilíndrico. Está preso à biela através do pino do êmbolo. Possui movimento
retilíneo alternado que através da biela é transformado em movimento rotativo
contínuo.
 Biela - Parte do motor que liga o pistão ao eixo virabrequim. Transforma o
movimento retilíneo do pistão em movimento circular contínuo do virabrequim.
Construída em aço forjado.
 Anéis de segmento – anéis de vedação e de lubrificação.
Anéis de vedação: anéis maciços localizados mais próximo do topo do pistão.
São responsáveis pela vedação da câmara de combustão, evitando a penetração
de óleo do cárter e a perda de compressão.
Anéis de lubrificação: localizados abaixo dos de vedação. São responsáveis pelo
controle do fluxo de óleo entre o pistão e o cilindro. Possuem canaletas que
durante a ascensão do pistão lubrificam o cilindro.
 Válvulas – válvulas de admissão e de descarga,
Válvulas de admissão: entrada da mistura ar + combustível em motores do Ciclo
Otto, ou somente ar em motores do ciclo Diesel.
Válvulas de descarga: responsáveis pela saída dos gases gerados durante a
combustão.
Normalmente, duas por cilindro (admissão e descarga); Quando estão em
número ímpar, existe uma válvula de admissão a mais que de escape.
 Comando de válvulas - Comanda a abertura e o fechamento das válvulas por
meio de ressaltos no eixo. Possui um ressalto ou cames para cada válvula.
Acionada por meio de correias e polias pela árvore de manivelas. Para cada
duas voltas da árvore de manivelas o eixo de comando de válvulas da uma.

Motores 04 tempos

Ciclo Diesel – 4 tempos


O motor a combustão interna de pistão que funciona segundo o ciclo Diesel
apresenta, durante o funcionamento, quatro fases:
1a – Admissão
2a – Compressão
3a – Combustão
4a – Escape
A série dessas quatro fases consecutivas é chamada de ciclo do motor. O
detalhamento das fases é o seguinte.
1a – Admissão
Nesta fase, o pistão desce, estando a válvula de admissão aberta e a de escape
fechada.
Ao descer, o pistão cria uma depressão no cilindro. O ar é então forçado pela
pressão atmosférica a entrar no cilindro, passando pelo filtro de ar e pela tubulação
de admissão. A quantidade de ar admitida é sempre a mesma, qualquer que seja a
potência que estiver sendo utilizada ou a posição do acelerador.
2a – Compressão
Então, o pistão sobe, as válvulas de admissão e de escape estão fechadas.
O ar admitido na fase de admissão é comprimido até ocupar o volume da câmara de
combustão. Devido à compressão, o ar se aquece.
No final da compressão, o bico injetor injeta finamente pulverizado, o óleo diesel no
interior da câmara de combustão.
O óleo diesel, em contato com o ar aquecido, se inflama, iniciando assim a
combustão.
3a – Combustão
O pistão desce acionado pela força de expansão dos gases queimados.
As válvulas de admissão e de escape estão fechadas.
A força de expansão dos gases queimados é transmitida pelo pistão à biela e desta
ao virabrequim, provocando assim o movimento de rotação do motor.
A expansão é o único tempo que produz energia, sendo que os outros três tempos
consomem uma parte dessa energia. A energia produzida é acumulada pelas
massas do virabrequim e do volante.
4a – Escape
O pistão sobe, estando a válvula de escape aberta e a de admissão fechada.
Os gases queimados são expulsos através da passagem dada pela válvula e
escape.
Motores 02 tempos

Ciclo Diesel – 2 tempos


Num motor de 2 tempos a admissão e o escape ocorrem ao mesmo tempo da
compressão e expansão. A parede do cilindro de um motor de 2 tempos contém
uma fileira de janelas de admissão de ar.
No 1º tempo, o pistão está em seu movimento descendente, e descobre as janelas
de admissão, dando entrada ao ar, que está sendo empurrado por um soprador. O
ar que entra expulsa os gases queimados, que sairão através da passagem aberta
pelas válvulas de escape.
O fluxo de ar em direção às válvulas de escape causa um efeito de limpeza,
deixando o cilindro cheio de ar limpo, por isso, é muitas vezes esse processo é
chamado de “lavagem”.
No 2º tempo, o pistão está em seu movimento ascendente e cobre as janelas de
admissão (fechando-as) ao mesmo tempo em que as válvulas de escape fecham-se.
O ar limpo admitido é submetido à compressão.
Um pouco antes de o pistão alcançar sua posição mais alta, certa quantidade de
óleo diesel é atomizada na câmara de combustível pela unidade injetora de
combustível. O intenso calor, causado pela alta compressão do ar, inflama
imediatamente o combustível atomizado no cilindro.
A pressão resultante força o pistão para baixo, no curso de expansão. As válvulas
de escape vão se abrir quando o pistão estiver na metade do curso descendente,
permitindo que os gases queimados saiam pelo coletor de escapamento.
Quando o pistão, em seu curso descendente, descobre as janelas de admissão, o
cilindro é novamente “lavado” pelo ar limpo.
O ciclo completo de combustão é concluído em cada cilindro durante cada volta do
virabrequim, ou em outras palavras, em 2 tempos.

Calculo da cilindrada

É o volume deslocado pelo pistão do ponto morto superior (PMS) até o ponto morto
inferior (PMI) multiplicado pelo número de cilindros do motor.
𝜋. 𝐷². ℎ. 𝑛
𝑉=
4
Onde:
V = cilindrada, expressa em cm3, litros ou pol³.
D = diâmetro do pistão, em cm ou pol.
h = curso do pistão do PMI ao PMS, em cm ou pol.
n = número de cilindros.

Figura 1 - Coordenadas para cálculo da cilindrada.

Taxa de compressão (relação) - é a relação entre o volume inicial e o volume final na


compressão.

A câmara de combustão é o espaço livre depois da cabeça do pistão quando este


atinge o PMS.
A compressão do ar contido no cilindro é feita pelo pistão durante seu curso do PMI
ao PMS no tempo de compressão. O volume inicial ocupado pelo ar é somente o da
câmara de combustão.
A relação (ou taxa) de compressão é a relação entre o volume inicial e o volume
final. A relação de compressão da gasolina é 6:1 a 8:1; do álcool é 12:1 a 14:1 e do
óleo diesel é de 16:1 a 18:1.
𝑉+𝑣
𝑅𝑐 =
𝑣

Onde:
RC = relação de compressão (adimensional).
V = cilindrada individual (de um pistão), em cm³, pol³, litros.
v = volume da câmara de combustão, em cm³, pol³, litros.
Para que a queima do combustível ocorra dentro dos padrões técnicos do ciclo e a
expansão dos gases produza a pressão e o trabalho desejados, é necessário que a
massa de combustível injetada no motor seja misturada a uma quantidade de ar.
Forma-se assim a mistura combustível-ar, cuja dosagem é feita pela injeção
eletrônica ou pelo carburador.

Figura 2 - Coordenadas para cálculo da relação de compressão.


REFERENCIAS

Oliveira Junior, Durval Piza. MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA. FATEC-SP.


Piracicaba, 1997.

Câmara, Júlio César Chaves. Motores de Combustão Interna. SENAI CIMATEC.


Salvador, 2003.

Santos Junior, Enoch Dias. Motor Diesel. SENAI CIMATEC. Salvador, 2006.

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