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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: TEORIA SOCIAL CLÁSSICA

ESTADO MODERNO: SEU ASPECTO POLÍTICO E SOCIAL

Introdução

Este trabalho tem por objetivo verificar o Estado moderno, por meio da análise do
pensamento político e social de alguns autores que contribuíram para o estudo da formação e
consolidação do Estado. Para isso, este autor se valeu da bibliografia referida do curso de
Teoria Social Clássica, da professora Maria Sarah Telles, da PUC-Rio, bem como de outras
obras sobre o tema.

Qual a importância de compreendermos o que é, como surgiu e quais ações do Estado


sobre a sociedade? Tal questionamento se justifica, pois se observarmos a vida social com um
todo percebe-se que o Estado regula e define o que é permitido ou não de boa parte das ações
do homem.

O tema do Estado é recorrente na área das Ciências Sociais, entretanto, sua abordagem
perpassa os limites dessa área, cuja incorporação remonta aos pensadores políticos que
trataram do tema desde o século XVI. O objetivo deste trabalho propõe rever a discussão
contratualista sobre a origem do Estado, assim como verificar a visão dos cientistas sociais
sobre as funções do Estado e as sociedades contemporâneas.

O termo Estado foi reconhecidamente imposta em face da difusão da obra “O Príncipe”,


de Maquiavel, entretanto, o emprego deste termo já se observava nos séculos XV e XVI. O
termo Estado, que através de modificações no tempo “passou de um significado genérico de
situação para um significado específico de condição de posse permanente e exclusiva de um
território e de um comando sobre seus respectivos habitantes” (BOBBIO, 1987, p. 67).
Mas o que é o Estado moderno? Para responder a esse questionamento, procurou-se no
dicionário de política que diz que o Estado moderno é “uma forma de organização do poder
historicamente determinada e, enquanto tal, caracterizada por conotações que a tornam
peculiar e diversa de outras formas, historicamente também determinadas e interiormente
homogêneas, de organização do poder” (BOBBIO, 1998, p. 425-26).

O Estado também é uma organização em que se define como aquelas que aplicam a
coerção, distintas da organização familiar ou outras formas de parentesco, que em alguns
casos exercem prioridade declarada sobre todas as outras organizações dentro de grande
extensão territorial, cuja soberania são reconhecidamente legítimas (TILLY, 1996).

Percebe-se nessas duas definições, dadas pelo filósofo italiano Norberto Bobbio e outra
pelo sociólogo e cientista político norte-americano Charles Tilly, que o Estado foi
estabelecido e consolidado como uma forma de organização política com características
próprias e diferente das formas de organização política anteriores. Percebe-se, também, que as
palavras-chave que qualifica o Estado estão relacionadas com o poder, a coerção, legitimidade
e organização social. Sobre isso, é que serão tratados nos capítulos seguintes.

O estado de natureza do homem forma o Estado

Iniciaremos a abordagem do problema do Estado com as concepções dos teóricos


contratualistas. Esta escola de pensamento teve marco inicial no século XVI e seus integrantes
mais conhecidos são os britânicos Thomas Hobbes(1588-1679) e John Locke(1632-1704) e o
francês Jean-Jacques Rousseau(1712-1778).

Para entender de forma clara a concepção do pensamento dos contratualistas, deve-se


salientar dois pontos-chave: as noções de estado de natureza e a de contrato social. Deve-se
mencionar, ainda, que as formas divergentes que os pensadores têm de compreender o mesmo
problema, estão ligadas ao momento histórico e à visão de mundo que cada um deles possui
do que é a natureza humana e de como deve-se estabelecer o contrato social.

Apesar das divergências entre os contratualistas, há convergência quanto à ideia de


contrato ou o pacto social da seguinte forma: grosso modo, o contrato é um sistema de direitos
e deveres tomadas de forma voluntária pelos indivíduos com a finalidade de regular as ações
do homem, isto é, o Estado existe a partir do momento em que os homens decidem se associar
e formar para si mesmos um conjunto de regras com o objetivo de conter os instintos da
maldade e conservar a natureza humana ou, na linguagem jurídica, o direito natural. Assim
sendo, o contrato social é determinado pelos homens que fundamentam o Estado.

Hobbes(2014) formula dois pressupostos sobre os quais estrutura sua teoria sobre o
Estado: a natureza fez os homens iguais; e o homem tem liberdade em face de sua natureza.
Em face desses dois pressupostos, os homens têm os mesmos interesses e os mesmos
objetivos.

Por meio da relação entre essas verdades ou axiomas, percebemos que os homens estão
em um potencial estado de guerra de todos contra todos, dado que o seres humanos são
naturalmente iguais e têm liberdade para fazer o que quiserem, caso os interesses venham a se
conflitar e não haja o medo de um poder coercitivo superior que os faça refrear seus instintos.
(HOBBES, 2014)

Porém, para se contrapor à vontade dos homens de dominar os outros, os indivíduos


têm de abrir mão de suas liberdades, para construir um pacto de confiança mútua que, em
última instância, será o fiador de uma autoridade à qual todos devem se submeter. Este pacto
é a garantia de que haverá a limitação da ação dos homens, preservando a integridade física de
cada indivíduo e a conservação da propriedade, como direito de todos a todas as coisas.
Grosso modo, os indivíduos abrem mão de sua liberdade e de seus direitos naturais para
garantir sua existência, do contrário os homens destruiriam-se uns aos outros. (HOBBES,
2014)

Esse contrato se apresenta de forma concreta na figura do Estado, instituição social que
regula a ação e impõe sobre as vontades dos homens. É aquele ao qual todos os seres
humanos concedem a sua liberdade em troca de proteção e segurança. Assim, os homens só
podem se proteger uns dos outros se todos concordarem em entregar sua liberdade natural a
um poder superior aos homens, isto é, o Estado. Desta forma, o Estado é o responsável por
trazer a ordem onde havia anarquia que a natureza humana e a liberdade inata, por si só,
desencadearia.

Segundo Hobbes(2014), o poder do Estado é inquestionável. Qualquer homem que


quebrar o contrato social que funda o Estado será lhe imposta uma sanção ou castigo capaz de
refrear seus desejos naturais. Dessa forma , o poder do Estado, depois de fundado, está para
além das vontades individuais, agindo de forma coercitiva sobre essas vontades ao regular as
paixões naturais dos homens, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus
pactos e ao respeito àquelas leis de natureza.

Para Locke(1998), os homens também são iguais e livres em seu estado natural,
contudo, isso tampouco acarreta um estado de guerra de todos contra todos, conforme
observava Hobbes, isto é, apesar dos homens gozarem naturalmente da igualdade e de
desfrutar de uma liberdade total de dispor de si mesmo ou de seus bens, não lhes dá a
permissividade de destruir sua própria espécie, nem qualquer criatura que se encontre sob sua
posse.

No pensamento filosófico de Locke, o que define a natureza humana não é o valor, mas
o direito à propriedade privada. O estado de Natureza é orientado por um direito natural que
se impõe a todos e, no que diz respeito à razão, a que esse direito consiste, ensina à toda
humanidade que todos são iguais e independentes, em face disto, ninguém deve lesar o outro
em sua vida, sua saúde, sua liberdade ou seus bens. Caso não exista um conjunto de regras
que garantam o direito inato do homem à propriedade, pode ocorrer o conflito. Isto é, se a
propriedade não for violada, o homem viverá em um estado de paz, do caso contrário, haverá
a guerra. Dessa forma, se faz necessária o estabelecimento de um conjunto de regras e
controles sociais para garantir a propriedade e evitar os inconvenientes gerados pela eventual
violação da propriedade.(LOCKE, 1998)

Para Locke(1998), o Estado é fundado por um contrato para garantir a perpetuação do


direito natural do homem: conservação da vida e da propriedade privada. No caso de Hobbes,
ocorre fato contrário, é o Estado que é fundado não para garantir as capacidades inatas do
homem, mas para limitá-las. Ainda segundo Locke(1998), o Estado não teria um poder
ilimitado diante do indivíduo, mas é o Estado que serve ao indivíduo. É aqui que é preciso
realizar um pacto, um contrato entre as partes que vivem em sociedade. O contrato social
funda o Estado, que tem como único fim a garantia aos homens do direito à propriedade
privada e à conservação da humanidade, assim sendo, garantindo esse direito natural, garante
a paz entre os homens.

De acordo com Jean Jacques Rousseau(1999), ele argumenta que o homem nasce livre
e dessa liberdade surge como um direito natural, isto é, o homem é bom por natureza. No
entanto, é a sociedade que o corrompe por intermédio da educação. Assim, a ideia de
liberdade é um conceito compartilhado entre os contratualistas, como direito natural dos
homens, mas diferencia-se radicalmente de Hobbes, que entende que a natureza humana é má,
e de Locke que acredita ter o homem direito inato à propriedade.

Entretanto, como pode ser o homem naturalmente livre se por toda parte ter sua
liberdade cerceada? Como pode a realidade do homem ser regida pela coação e, ao mesmo
tempo, os homens terem como direito natural à liberdade? Rousseau, desenvolveu sua teoria
sobre essas questões, buscando compreender o processo de passagem de uma natureza
humana essencialmente livre para uma vida socialmente regulada (ROUSSEAU, 1999).

Para explicar como ocorre esse processo de transformação, Rousseau não toma como
ponto de partida nenhum caso histórico, mas sim ao homem selvagem, ao qual ele denomina
de estado primitivo, que consegue tudo o que precisa no seu estado de natureza. Porém,
quando o homem se apropria do que a natureza lhe oferece, quando toma para si os recursos
que estavam disponíveis a todos de forma igualitária, isto é, que “os homens tenham chegado
ao ponto em que os obstáculos prejudiciais à conservação no estado de natureza, sobrepujam,
por sua resistência, as forças que cada indivíduo pode empregar para se manter nesse estado”
(ROUSSEAU, 1999, p. 20), o estado primitivo não pode subsistir, então a liberdade cessa e a
coerção tem início.

Para Rousseau a propriedade privada dá início à desigualdade entre os homens, dito de


outro modo, todos ambicionam a propriedade, mas poucos a detêm. Essa desigualdade básica
está na origem da coerção social, e elas existem para garantir a desigualdade, a distribuição
desigual dos bens. A origem dos maiores males da vida do homem estaria, portanto, no
advento da propriedade privada. Quando surge a propriedade privada, surgem todos os males,
tais como o egoísmo, o interesse e a desigualdade entre os homens.

Nesse sentido, pode-se compreender como Rousseau trabalha sua noção de contrato
social. Segundo ele, os homens não podem retroagir ao estado primitivo, assim deve se unir e
dirigir a forma atual da sociedade, sendo o único meio de conservação é por agregação ou de
comum acordo, num somatório de forças para um só fim, sobrepondo-se às resistências. O
contrato serve para garantir ao homem a sua liberdade natural. O Estado, fundado por meio do
pacto social, deve evitar que o homem seja privado da sua liberdade em função do convívio
social. Assim, percebe-se que, nesse pensamento de Rousseau, o Estado está a serviço da
liberdade humana (ROUSSEAU, 1999).
Autoridade, soberania e legitimidade

Quando os Estados são legítimos? Qual a base de sua alegada legitimidade? Sobre essas
questões, verifica-se que existem três princípios básicos do poder do Estado, por meio dos
quais ele consegue limitar a vontade e as ações dos homens: a autoridade, a soberania e a
legitimidade.

Os Estados proclamam soberania e exigem considerável lealdade de seus súditos ou


cidadãos, pois seu poder é relativamente considerável, para isso, recorre frequentemente ao
uso da força para assegurar a sua vontade. Nesse contexto, Weber(1974, p. 98) comenta que
“o Estado é uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo
da força física dentro de um determinado território. Note-se que território é uma das
características do Estado. Disso, decorre que a jurisdição das instituições do Estado se estende
diretamente a todos os residentes ou membros desse território, isto é, no espaço
sócio-geográfico delimitado.

A legitimidade1, por sua vez, é o meio do qual o Estado assegura o exercício do seu
poder e garante a obediência dos seus dominados, na crença da vigência do poder de mando
sobre eles. Dito de outro modo, segundo Weber(2012), a crença na legitimidade do poder do
Estado é a probabilidade de que os interesses dos indivíduos, a partir do estabelecimento de
uma relação associativa racional entre os seus membros e dentro de um território político, estão
proporcionando a aplicação das funções fundamentais do Estado, conforme se verifica no
trecho a seguir:

[...] o estabelecimento do direito legítimo, a proteção da segurança pessoal e da


ordem pública (polícia), a proteção dos direitos adquiridos (justiça), o cultivo de
interesses higiênicos, pedagógicos, político-sociais e outros interesses culturais (os
diversos ramos da administração) e, por fim e sobretudo, a proteção organizada, por
meios violentos, contra inimigos externos (administração militar). (WEBER, 1999, p.
158)

“Quando e por que os homens obedecem?” Essa é um dos questionamentos que o


próprio Weber(1974, p. 99) faz quando se refere a obediência dos homens à autoridade
alegada pelos detentores do poder político do Estado. A autoridade institucional como, por
exemplo, o presidente eleito do Estado ou ministro representante do povo, é a pessoa pela
qual os cidadãos do Estado, ou membros de uma associação política, recebem ordens

1
Legitimidade é derivada do latim lex e tem a mesma raiz que legislação.
impessoais e estas estão obrigados à obediência dentro da competência funcional da
autoridade e dentro dos limites racionais que lhe forem atribuídos. Desta forma, o Estado
estabelece o exercício da sua autoridade quando este mobiliza os meios do uso da força que
lhes são próprios, com o fim de intimidar as ações contrárias dos indivíduos.

Sabe-se que o Estado é uma relação de homens dominando homens, onde a relação
mantida por meio da violência legítima, nesse sentido, para que o Estado exista, os dominados
devem obedecer à autoridade alegada pelos detentores do poder, assim sendo, Weber
estabelece três legitimações do domínio do Estado: o domínio tradicional, o domínio
carismático e o domínio racional legal. (WEBER, 1974)

Este último, o domínio se exerce em virtude da legalidade e na crença da validade do


estatuto legal e da competência funcional, baseada em regras racionalmente criadas pelos
membros do Estado. Nesse caso, espera-se a obediência no cumprimento das obrigações
estatutárias e o domínio é exercido pelo moderno funcionário ou servidor do Estado e por
todos que, por acaso, portarem o poder. (WEBER, 1974)

Por fim, segundo Weber (2012), a dominação burocrática deriva da sua legitimidade, da
sua legalidade estatutária e das regras racionais e impessoais que devem gerir toda associação
política burocrática como o Estado.

Reciprocidade e solidariedade

Sabe-se que nas comunidades políticas contemporâneas, isto é, nos Estados modernos,
há uma forma de organização social em que os indivíduos compartilham crenças e valores em
comum como, por exemplos, a religião e a língua, – segundo Mauss(2003, p. 434 ), é “um dos
sinais mais certos pelos quais se reconhece uma individualidade coletiva, tribo ou nação, é a
linguagem distintiva” –, e engajam-se em relações sociais diretas e múltiplas, praticando a
reciprocidade entre seus membros.

Nas sociedades ditas modernas, a maioria das relações sociais tende a ser especializada,
como a interação entre um lojista e seu cliente nas relações privadas, como também, na
interação entre o cidadão e o seu representante político nas relações de caráter públicas.
Assim sendo, a reciprocidade refere-se a sistemas de relações sociais cooperativas, dito de
outro modo, as pessoas ajudam-se mutuamente na expectativa da reciprocidade(MORRIS,
2005).

Segundo Mauss(2003), as dádivas voltam, são recíprocas e necessariamente devolvidas


ou retribuídas, nesse sentido, a reciprocidade implica na preocupação pelo outro para
estabelecer a retribuição, produzir valores como a compreensão, a confiança mútua e os laços
afetivos. A troca, segundo o autor, utiliza esses valores para se prevenir da violência. Trata-se,
portanto, de uma relação de interesses, mas que também se supõe uma relação de
reciprocidade.

Nesse contexto, pode-se observar que a racionalidade nos Estados modernos estabelece a
relação de interesses forjada na confiança, na paz e na compreensão mútua elaboradas pelas
relações de reciprocidade, seja esta entre pessoas dentro dos limites do Estado ou até mesmo
fora deste contexto, no campo da política internacional, particularmente. Assim sendo, a
reciprocidade entre os homens, neste caso, ao invés de ser uma preocupação com o outro,
busca em primeiro lugar, realizar-se a si mesmo.

Na questão da solidariedade, segundo Durkheim(1999), a divisão do trabalho não é


exclusividade do mundo econômico, pode-se se observar a especialização no mundo da
política, do judiciário e nas funções administrativas. Durkheim comenta que a divisão do
trabalho é, ao mesmo tempo, uma lei da natureza e uma regra moral da conduta humana, pois
o homem percebe que a divisão do trabalho “se torna cada vez mais uma das bases
fundamentais da ordem social.” (DURKHEIM, 1999, p. 4)

Da divisão do trabalho, deve-se levar em consideração o efeito moral que ela produz e a
função social que se estabelece, criando em duas ou mais pessoas um sentimento de
solidariedade. Cita-se, por exemplo, uma associação de amigos em que cada um tem seu papel
social ou um intercâmbio de serviços, de acordo com o caráter individual, isto é, conforme a
partilha de funções ou a divisão do trabalho: um executa, outro protege, este aconselha, aquele
consola e outras mais funções sociais segundo o número de indivíduos (DURKHEIM, 1999).

Daí se questiona: e os membros de uma associação política, como os cidadãos de um


Estado, como é possível que um aglomerado de indivíduos se unam para se estabelecerem
como sociedade em um território? Quais as condições para haja uma solidariedade social
como fator essencial para a coesão entre seus membros? Para esses questionamentos,
Durkheim(1999) comenta que é necessário, inicialmente, comparar os diferentes vínculos
sociais, classificando em diferentes espécies de solidariedade.

Para se perceber os tipos de solidariedade, observa-se as características específicas e a


natureza do grupo cuja a unidade ou a coesão ela assegura, portanto varia segundo os
diferentes tipos sociais, assim, desta forma, seja no seio da família e nas sociedades políticas
as solidariedades que unem as mesmas pessoas não são da mesma espécie. (DURKHEIM,
1999).

MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. Sexta parte: “As técnicas do corpo”,
p. 399-422.

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