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D0066C13
GOIÂNIA
2013
PEDRO HENRIQUE MONTEIRO CELESTINO
D0066C13
GOIÂNIA
2013
Aos meus pais, Walter e Ana, minha irmã
Marina e minha amada Fernanda...
AGRADECIMENTOS
Aos Engenheiros Civis Ricardo Mortari Faria, Ivo Corrêa Faria e Wesley de Andrade Galvão,
pela abertura das portas da empresa permitindo a execução do trabalho proposto e por
abraçar a causa visando à aplicação de uma idéia sustentável dentro do canteiro de obra.
Ao mestre-de-obras Miguel e ao então estagiário e futuro engenheiro Paulo Victor Sbroggio,
pela ajuda com a logística dentro do canteiro na produção dos blocos utilizados nesta
pesquisa. À Pontal Engenharia Construtora e Incorporadora Ltda., pelo suporte financeiro e
por todos aqueles de sua equipe que ajudaram direta ou indiretamente no desenvolvimento
deste trabalho.
Ao Geólogo Carlos Campos, Engenheiro Civil Denilson Pereira da Rocha e toda a equipe do
Laboratório Carlos Campos, pela ajuda na execução de ensaios laboratoriais e
disponibilização de espaço físico, equipamentos e materiais, aos quais, sem estes, não seria
possível viabilizar a presente pesquisa.
Aos meus colegas do mestrado, em especial aos companheiros de jornada: Murillo Batista,
José Henrique e Mário Henrique, ao apoio nos momentos de dificuldades e dúvidas.
À toda minha família, em especial aos meus pais, Walter e Ana, por todo o amor e pela
incansável batalha na educação dos filhos, à minha querida irmã Marina pelo apoio,
companheirismo e amizade ao longo destes 25 anos e à minha amada e companheira
Fernanda pelo estímulo, compreensão e paciência... Obrigado.
Pedro Henrique
RESUMO
O crescente aumento da população urbana gera demanda por moradias e por infra-
estrutura, que, por sua vez, aquecem o mercado da Indústria da Construção Civil. Tal
indústria, semelhante a qualquer outra produtora de bens de consumo, produz significativo
volume de resíduos que serão descartados no final dos seus ciclos de produção, fator este a
ser considerado ao se almejar uma produção sustentável. Portanto, devido à maior
preocupação da sociedade em se produzir sem afetar o curso normal da natureza, o objetivo
principal desta dissertação é avaliar a incorporação dos resíduos de cimentícios (RC),
gerados dentro do canteiro de obra, na produção de blocos de concreto de vedação. Desta
forma, Resíduos de Concreto provenientes da quebra de blocos de concreto, para
modulação das alvenarias, e restos de argamassa utilizadas no serviço de reboco, gerados
dentro do próprio canteiro de obra de uma edificação de múltiplos pavimentos foram
utilizados na presente pesquisa como matéria-prima na produção de um agregado misto. O
agregado produzido é constituído de uma parcela predominantemente miúda e alguns grãos
com dimensões de agregado graúdo, que posteriormente foram utilizados em diferentes
níveis de substituição (30%, 40%, 50%, 60%, 70%, 80%, 90% e 100%) em relação ao
agregado miúdo natural (areia artificial), na produção de blocos de concreto de vedação
(Classe D f bk ≥ 2,0 MPa). O resíduo cimentício foi beneficiado dentro do próprio canteiro de
obra e foi utilizado em dois traços avaliados neste trabalho, o primeiro com utilização de
areia artificial, agregado reciclado e pedrisco e o segundo com utilização exclusiva de areia
artificial e agregado reciclado. Características dos blocos referência (aqueles produzidos
somente com agregados naturais) foram mensuradas e a partir destes parâmetros pode-se
dar prosseguimento ao programa experimental desenvolvido em laboratório com a produção
de corpos de prova cilíndricos. A partir dos resultados do traço que obteve as melhores
características (1:18 proporção cimento : agregados), produziu-se blocos de concreto,
prosseguindo-se com a avaliação de diferentes tipos de cura (ambiente; cura com lona; cura
com lona em ambiente úmido), a fim de se obter blocos com resistências maiores em idades
mais jovens. Os resultados da produção de blocos que passaram pelo processo de cura
com lona se mostraram satisfatórios, o que comprovou a boa qualidade do agregado
reciclado que é produzido no canteiro e a eficácia do processo de cura.
P. H. M. CELESTINO
ABSTRACT
The growing urban population generates demand for housing and infrastructure, which in
turn heat the market Construction Industry. This industry, like any other producer of
consumer goods, produces significant volume of waste to be disposed at the end of their
production cycles, a factor to be considered to be long for sustainable production. So due to
greater concern in society occur without affecting the normal course of nature, this work aims
at assessing the incorporation of waste concrete (RC), generated within the construction site,
in the production of concrete blocks sealing . Concrete waste from breaking concrete blocks,
for modulation of masonry, mortar and debris used in the service of plaster, generated within
the construction site of a building multiple floors were used in this study as a raw material in
the production of an aggregate mixed with a portion mainly and some tiny grains with
dimensions of coarse aggregate, which were later used in different levels of substitution
(30%, 40%, 50%, 60%, 70%, 80%, 90% and 100%) compared to aggregate (sand artificial)
in the production of concrete sealing (Class D fbk ≥ 2.0 MPa). The residue was benefited
concrete inside the construction site and was used in two traits evaluated in this study, the
first to use artificial sand, gravel and recycled aggregate and the second with exclusive use
of artificial sand and recycled aggregate. Were evaluated the characteristics of the concrete
block produced without the use of residue (reference block) and from these parameters it is
possible to proceed to the experimental program developed in the laboratory with the
production of cylindrical specimens. From the results of the trace that got the best features
(1:18 ratio cement: aggregate), was produced concrete blocks, continuing with the evaluation
of different types of healing (environment; healing with canvas; healing with canvas humid
environment) in order to obtain blocks with higher strengths at younger ages. The results of
the production of blocks that have passed through the healing process were satisfactory with
canvas, which proved the good quality of the recycled aggregate that is produced in the bed
and effectiveness of the curing process.
P. H. M. CELESTINO
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 2
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
Figura 3.10 – Bloco de concreto na condição saturado superfície seca antes do início do
ensaio: (a) secagem da superfície do bloco; (b) bloco preparado para imersão. 89
Figura 3.11 – Determinação do volume: (a) Recipiente preenchido com água e dotado de
extravasor para imersão dos blocos de concreto; (b) Balde posicionado abaixo
da caixa preenchida com água para medir volume de água deslocado. ............. 89
Figura 3.12 – Determinação do volume: (a) Bloco de concreto imerso em água; (b) Coleta da
água deslocada para determinação do volume. ................................................. 90
Figura 3.13 – Equipamentos utilizados na moldagem dos CPs cilíndricos. ............................... 91
Figura 3.14 – Sequência de moldagem dos CPs cilíndricos (Adaptado de: FRASSON JR.,
2000). ................................................................................................................. 92
Figura 3.15 – Moldagem: (a) Equipamentos utilizados no preparo do concreto seco; (b)
Corpo de prova recém-moldado. ........................................................................ 93
Figura 3.16 – Esquema do equipamento a ser utilizado no ensaio de coesão do concreto no
estado fresco...................................................................................................... 93
Figura 3.17 – Ensaio de coesão sendo executado no laboratório: (a) CPs sob ação de
carregamento uniforme; (b) CPs esmagados ao final do ensaio......................... 94
Figura 3.18 – Determinação da densidade ótima de moldagem: (a) Equipamentos utilizados
na moldagem e pesagem do concreto; (b) CPs após moldagem dispostos
para cura ao ambiente. ...................................................................................... 96
Figura 3.19 – Determinação da umidade ótima de moldagem: (a) Equipamentos utilizados
na moldagem; (b) CPs após moldagem dispostos para cura ao ambiente. ........ 97
Figura 3.20 – Variação do teor de resíduo no Traço B: (a) e (b) CPs após moldagem
dispostos para cura ao ambiente........................................................................ 98
Figura 3.21 – Blocos de concreto produzidos com Traço C: (a) blocos com processo de cura
por aspersão manual de água; (b) blocos com cura ao ambiente (lado
esquerdo da gaiola).......................................................................................... 100
Figura 3.22 – Blocos de concreto produzidos com Traço C com processo de cura envolto em
lona. ................................................................................................................. 101
Figura 3.23 – Gaiola de cura com blocos e seus elementos. .................................................. 103
Figura 3.24 – Vista Frontal e Lateral da gaiola de cura com dimensões aproximadas em
centímetros. ..................................................................................................... 103
Figura 3.25 – Vista Superior da gaiola de cura com dimensões aproximadas em centímetros.104
Figura 3.26 – Esquema do processo de cura em gaiola envolta com lona. ............................. 104
Figura 3.27 – Esquema do processo de cura em gaiola envolta com lona e bandeja com
lâmina d’água. .................................................................................................. 105
Figura 3.28 – Esquema do processo de cura ao ambiente. .................................................... 105
Figura 3.29 – Blocos posicionado nas gaiolas de cura: (a) blocos preparados para o
processo de cura com lona; (b) blocos preparada para o processo de cura ao
ambiente. ......................................................................................................... 106
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
Figura 3.30 – Blocos preparados para o processo de cura com lona e presença de bandeja
com lâmina d’água. .......................................................................................... 106
Figura 3.31 – Início do processo de cura para as cinco séries produzidas: (a) cura com lona;
(b) cura ao ambiente; (c) cura com lona e presença de bandeja com lâmina
d’água. ............................................................................................................. 107
Figura 3.32 – Prensa hidráulica: (a) posicionamento do bloco; (b) ensaio sendo realizado. .... 108
Figura 3.33 – Preparação dos blocos para o ensaio de determinação da resistência à
compressão: (a) blocos sendo secados em estuda. (b) blocos capeados com
nata de cimento prontos para serem ensaiados. .............................................. 109
Figura 3.34 – Determinação da resistência à compressão para os CPs cilíndricos: (a) ensaio
sendo executado; (b) CP após finalização do ensaio. ...................................... 109
Figura 3.35 – Determinação da massa m2: (a) tanques de imersão dos blocos; (b) blocos
submersos em água por um período de 24 horas. ........................................... 111
Figura 3.36 – Determinação da massa m2: (a) drenagem dos blocos em tela por 60
segundos; (b) remoção da água superficial com pano seco. ............................ 111
Figura 3.37 – Pesagem do bloco para determinação da massa m 2......................................... 111
Figura 3.38 – Esquema do aparato utilizado para determinação da massa aparente. ............ 112
Figura 3.39 – Determinação da massa aparente: (a) aparato utilizado para determinação da
massa aparente; (b) bloco submerso em água para determinação da massa
aparente. .......................................................................................................... 113
Figura 3.40 – Determinação de massa da amostra de concreto fresco. .................................. 115
CAPÍTULO 4
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
Figura 4.9 – Nível -1,50 m: (a) estocagem de agregado reciclado; (b) passagem do nível
0,00 para o nível -1,50 m.................................................................................. 126
Figura 4.10 – Nível -1,50 m (balança e misturador) e nível -3,00 m (cura, estoque e máquina
vibro-prensa). ................................................................................................... 127
Figura 4.11 – Layout da etapa de preparo do concreto seco para produção dos blocos. ........ 128
Figura 4.12 – Máquina de vibro-compressão: (a) vista lateral; (b) detalhe para a passagem
de concreto até a gaveta alimentadora............................................................. 128
Figura 4.13 – Produção dos blocos: (a) moldagem dos blocos na vibro-prensa; (b) carrinho
para retirada das pranchas de madeira. ........................................................... 129
Figura 4.14 – Área de cura ao ambiente: (a) gaiolas de cura; (b) processo de cura sendo
realizado. ......................................................................................................... 129
Figura 4.15 – Estoque de blocos prontos para utilização no nível -3,00 m. ............................. 129
Figura 4.16 – Envio de bloco ao estoque: (a) paletização de blocos endurecidos; (b) palete
com primeira fiada ordenada. ........................................................................... 130
Figura 4.17 – Estoque de blocos prontos nos paletes para serem levados aos pavimentos. .. 130
Figura 4.18 – Relação entre a densidade de moldagem e a resistência à compressão (Traço
A - Referência). ................................................................................................ 134
Figura 4.19 – Resistência à compressão em função da umidade de moldagem do Traço B. .. 136
Figura 4.20 – Resistência à compressão em função da umidade de moldagem do Traço C. .. 137
Figura 4.21 – Resistência à compressão em função do teor de substituição de areia artificial
por agregado reciclado no Traço B. ................................................................. 138
Figura 4.22 – Resistência à compressão em função da variação da quantidade de cimento
empregada no Traço C. ................................................................................... 140
Figura 4.23 – Resistência à compressão média, com desvio padrão para os blocos
produzidos com Traço C (1:18), ensaiados aos 7 dias. As linhas tracejadas
definem os grupos. ........................................................................................... 144
Figura 4.24 – Resistência à compressão média, com desvio padrão para os blocos
produzidos com Traço C (1:18), ensaiados aos 28 dias. As linhas tracejadas
definem os grupos. ........................................................................................... 145
Figura 4.25 – Resistência à compressão média, com desvio padrão para os blocos
produzidos com Traço C (1:18), ensaiados aos 28 dias. Separação dos
grupos pela comparação múltipla de médias.................................................... 149
Figura 4.26 – Resistência à compressão média, com desvio padrão para os blocos
produzidos com Traço C (1:18), ensaiados aos 28 dias. Separação dos
grupos pela comparação múltipla de médias.................................................... 152
Figura 4.27 – Variação de comprimento dos blocos avaliados no ensaio de determinação da
retração por secagem. ..................................................................................... 153
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
CAPÍTULO 5
Figura 5.1 – Areia artificial sendo estocada sem proteção contra intempéries. ....................... 155
Figura 5.2 – Piso pavimentado por onde transitam os carrinhos depressões que devem ser
corrigidas. ........................................................................................................ 156
Figura 5.3 – Esquema simplificado da implantação do processo de cura com lona nas
gaiolas de cura. ................................................................................................ 157
Figura 5.4 – Esquema simplificado da implantação do processo de cura com lona nas
gaiolas de cura. ................................................................................................ 157
Figura 5.5 – Exemplo de escova giratória que pode ser instalada no final do processo de
moldagem (Foto do autor). ............................................................................... 158
Figura 5.6 – Alguns blocos produzidos no item 3.5.2 apresentaram fissuras nas paredes
centrais devido ao desgaste das formas. ......................................................... 159
Figura 5.7 – Empilhamento dos blocos antes da paletização. O empilhamento deve ser feito
em pilhas baixas. ............................................................................................. 159
P. H. M. CELESTINO
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2
Tabela 3.1 – Check-list utilizado para coleta de dados relativos ao processo de produção de
blocos de concreto. ............................................................................................ 74
Tabela 3.2 – Traços utilizados na pesquisa de acordo com a relação cimento:agregado (em
massa). .............................................................................................................. 78
Tabela 3.3 – Composição granulométrica do agregado miúdo.................................................. 82
Tabela 3.4 – Composição granulométrica do agregado graúdo. ............................................... 83
Tabela 3.5 – Composição granulométrica do agregado reciclado. ............................................ 84
Tabela 3.6 – Características químicas, físicas e mecânicas do cimento utilizado na pesquisa. 85
Tabela 3.7 – Caracterização do aditivo. .................................................................................... 86
Tabela 3.8 – Proporções cimento:agregado (em massa) utilizadas como variáveis no Traço
C. ....................................................................................................................... 98
CAPÍTULO 4
Tabela 4.1 – Resultados de caracterização dos blocos sem resíduos produzidos em obra,
utilizando o cimento CP II Z – 32. ..................................................................... 119
Tabela 4.2 – Materiais empregados na produção dos blocos de concreto. ............................. 119
Tabela 4.3 – Traços empregados na produção dos blocos de concreto. ................................. 120
Tabela 4.4 – Equipamento e equipe para produção dos blocos de concreto .......................... 120
Tabela 4.5 – Produção dos blocos de concreto ...................................................................... 121
Tabela 4.6 – Outras informações referentes à produção dos blocos de concreto. .................. 122
Tabela 4.7 – Características dos agregados utilizados na pesquisa. ...................................... 131
Tabela 4.8 – Resultados de caracterização dos blocos de referência. .................................... 133
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
Tabela 4.9 – Resultados de caracterização dos blocos produzidos com Traço C 1:18. .......... 141
Tabela 4.10 – Teste ANOVA para os blocos ensaiados aos 7 dias de idade. ......................... 143
Tabela 4.11 – Teste ANOVA para os blocos ensaiados aos 28 dias de idade. ....................... 143
Tabela 4.12 – Resultados de caracterização dos 5 lotes de blocos produzidos. ..................... 147
Tabela 4.13 – Teste ANOVA para os cinco lotes de blocos ensaiados aos 7 dias de idade.... 148
Tabela 4.14 – Teste ANOVA para os cinco lotes de blocos ensaiados aos 28 dias de idade. . 149
Tabela 4.15 – Teste ANOVA para os blocos com processo de cura em gaiola com lona, aos
7 dias de idade. ................................................................................................ 150
Tabela 4.16 – Teste ANOVA para os blocos com processo de cura em gaiola com lona, aos
28 dias de idade. .............................................................................................. 151
Tabela 4.17 – Retração por secagem dos blocos produzidos com Traço C (1:18), gaiola de
cura com lona e presença de bandeja com lâmina d’água. .............................. 153
APÊNDICE A
Tabela B.1.1 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 7 dias de idade. ..... 177
Tabela B.1.2 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 28 dias de idade. ... 177
Tabela B.1.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de
idade. ............................................................................................................... 178
Tabela B.1.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 178
Tabela B.1.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.179
Tabela B.1.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 179
Tabela B.1.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade. ......... 180
Tabela B.1.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade. ....... 180
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
Tabela B.2.1 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 7 dias de idade. ..... 181
Tabela B.2.2 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 28 dias de idade. ... 181
Tabela B.2.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de
idade. ............................................................................................................... 182
Tabela B.2.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 182
Tabela B.2.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.183
Tabela B.2.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 183
Tabela B.2.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade. ......... 184
Tabela B.2.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade. ....... 184
Tabela B.3.1 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 7 dias de idade. ..... 185
Tabela B.3.2 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de
idade. ............................................................................................................... 185
Tabela B.3.3 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.186
Tabela B.3.4 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade. ......... 186
APÊNDICE C
Tabela C.1.1 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 7 dias de idade. ..... 188
Tabela C.1.2 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 28 dias de idade. ... 188
Tabela C.1.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de
idade. ............................................................................................................... 189
Tabela C.1.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 189
Tabela C.1.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.190
Tabela C.1.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 190
Tabela C.1.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade. ........ 191
Tabela C.1.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade. ...... 191
Tabela C.2.1 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 7 dias de idade. ..... 192
Tabela C.2.2 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 28 dias de idade. ... 192
Tabela C.2.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de
idade. ............................................................................................................... 193
Tabela C.2.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 193
Tabela C.2.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.194
Tabela C.2.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 194
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
Tabela C.2.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade. ........ 195
Tabela C.2.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade. ...... 195
Tabela C.3.1 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 7 dias de idade. ..... 196
Tabela C.3.2 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 28 dias de idade. ... 196
Tabela C.3.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de
idade. ............................................................................................................... 197
Tabela C.3.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 197
Tabela C.3.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.198
Tabela C.3.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 198
Tabela C.3.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade. ........ 199
Tabela C.3.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade. ...... 199
Tabela C.4.1 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 7 dias de idade. ..... 200
Tabela C.4.2 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 28 dias de idade. ... 200
Tabela C.4.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de
idade. ............................................................................................................... 201
Tabela C.4.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 201
Tabela C.4.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.202
Tabela C.4.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 202
Tabela C.4.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade. ........ 203
Tabela C.4.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade. ...... 203
Tabela C.5.1 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 7 dias de idade. ..... 204
Tabela C.5.2 – Resultados individuais de resistência à compressão, aos 28 dias de idade. ... 204
Tabela C.5.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de
idade. ............................................................................................................... 205
Tabela C.5.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 205
Tabela C.5.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.206
Tabela C.5.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de
idade. ............................................................................................................... 206
Tabela C.5.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade. ........ 207
Tabela C.5.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade. ...... 207
APÊNDICE D
Tabela D.1.1 – Custo de aquisição dos insumos para a construtora. ...................................... 209
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
Tabela D.1.2 – Composição do custo dos insumos dado o traço utilizado na produção. ........ 210
Tabela D.1.3 – Composição do custo dos insumos para o Traço B e Traço B com utilização
de 100% de agregado reciclado. ...................................................................... 211
P. H. M. CELESTINO
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 20
1.1. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 25
1.2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 26
1.3. METODOLOGIA ADOTADA E DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ......................... 27
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 27
CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 29
2.1. RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD) ..................................... 30
2.2. HISTÓRICO COM RELAÇÃO AOS RCD ............................................................ 32
2.3. PROCESSAMENTO DE RCD ............................................................................. 33
2.4. GESTÃO DOS RCD E LEGISLAÇÃO VIGENTE NO BRASIL ............................ 38
2.5. AGREGADOS RECICLADOS ............................................................................. 41
2.6. APLICAÇÕES PARA OS AGREGADOS RECICLADOS .................................... 44
2.7. BLOCOS DE CONCRETO .................................................................................. 48
2.7.1. Histórico ............................................................................................................. 48
2.7.2. Classificação...................................................................................................... 49
2.7.3. Materiais utilizados na dosagem de concreto para blocos ............................ 50
2.7.4. Fabricação de blocos de concreto ................................................................... 52
2.7.5. Metodologias de dosagem ................................................................................ 55
2.7.5.1. Método da Besser Company ............................................................................... 56
2.7.5.2. Método de dosagem da ABCP............................................................................. 58
2.7.5.3. Método de dosagem do IPT/ EPUSP ................................................................... 59
2.7.5.4. Método de dosagem proposto pela Columbia ...................................................... 61
2.7.5.5. Metodologia de dosagem proposta por Frasson Júnior (2000) ............................ 63
2.8. FABRICAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO COM UTILIZAÇÃO DE
AGREGADOS RECICLADOS ............................................................................. 65
CAPÍTULO 3 METODOLOGIA ................................................................................................. 73
3.1. CARACTERIZAÇÃO da empresa e DO CANTEIRO DE OBRA ........................ 74
3.2. VARIÁVEIS ......................................................................................................... 77
3.3. MATERIAIS ......................................................................................................... 81
3.4. ESTUDO DE DOSAGEM .................................................................................... 87
3.4.1. Determinação da densidade de moldagem dos blocos com o concreto
referência ............................................................................................................ 87
3.4.2. Moldagem ........................................................................................................... 90
3.4.3. Determinação da coesão do concreto de referência....................................... 93
3.4.4. Determinação da densidade ótima de moldagem ........................................... 94
3.4.5. Determinação da umidade ótima de moldagem .............................................. 96
3.4.6. Variação do teor de resíduo no Traço B .......................................................... 97
P. H. M. CELESTINO
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como Agregado
P. H. M. CELESTINO
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P. H. M. CELESTINO
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Com o crescente aumento populacional das áreas urbanas nas últimas décadas, as cidades
se tornaram grandes pólos geradores de resíduos. Segundo o último censo demográfico
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) a população
urbana brasileira é aproximadamente cinco vezes maior do que a população rural. Tal
aumento populacional nos aglomerados urbanos gera grande demanda por moradias e
infra-estrutura que, por sua vez, colabora com o crescimento da indústria da construção civil,
produtora de bens de consumo duráveis, grande consumidora de recursos naturais e grande
geradora de resíduos (BUTTLER, 2007; ZANUTTO; SERRA; PALIARI, 2010).
1
CARNEIRO, A. P.; QUADROS, B. E.; OLIVEIRA, A. M.; BRUM, I. A.; SAMPAIO, T. S.; ALBERTE, E.
P.; COSTA, D. B. Características do Entulho e do Agregado Reciclado. Capítulo V do livro:
Reciclagem de entulho para a produção de materiais de construção – Edição CEF (2001).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 1
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 22
Uma busca eficaz na melhoria destes problemas seria um amplo investimento em novas
tecnologias e em pesquisas visando o desenvolvimento de programas de gestão da
qualidade, que possam gerar retornos econômicos benéficos, pela melhoria do produto final
produzido, aumento da produtividade e redução do desperdício, consequentemente
refletindo em uma menor geração de resíduos. Além de todas as vantagens citadas
anteriormente, também se pode vislumbrar um retorno ecológico, o que pode ser utilizado
como instrumento de publicidade e marketing vislumbrando a imagem da empresa
ecologicamente correta (ARAÚJO; CARASEK; CASCUDO, 2010).
Visando uma melhor gestão para os resíduos gerados pela indústria da construção, as
esferas públicas também vêm demonstrando preocupação com tal temática, sendo esta
responsável pela criação de resoluções e leis que abrangem a questão dos RCD, como a
Resolução no 307 do CONAMA (BRASIL, 2002) e a Lei Federal no 12.305 (BRASIL, 2010).
O corpo acadêmico e o corpo técnico das empresas construtoras envolvidos com a temática
começam a dar seus primeiros passos diante a regularização de alguns aspectos
envolvendo os RCD, como pode ser evidenciado pela criação de normas técnicas que
entraram em vigor desde 2004, sendo estas as NBR 15112 a NBR 15116 (ABNT, 2004),
tratando do gerenciamento e reaproveitamento destes resíduos. Estas ações visam
melhorar o gerenciamento dos resíduos provenientes das atividades de construção e
demolição, impondo regras para a deposição final dos resíduos e reduzindo a quantidade de
áreas de deposição irregular denominadas popularmente de “bota-fora”. A partir da
Resolução no 307 do CONAMA, publicada em 5 de Julho de 2002, o Brasil se posicionou em
vanguarda quando comparado a outros países da América Latina, salientando-se que não
existiam propostas semelhantes para os outros países deste mesmo continente (LOTURCO,
2004).
As normas técnicas servem de parâmetro balizador, dando respaldo técnico, para aqueles
que querem fazer utilização de resíduos reciclados, produzindo produtos com qualidades
finais semelhantes àqueles produzidos utilizando-se insumos naturais. As NBRs 15112 a
P. H. M. CELESTINO Capítulo 1
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 23
Buttler (2007) cita algumas das principais fontes geradoras de resíduos de concreto, sendo
elas: fábricas de pré-moldados e blocos, usinas produtoras de concreto pré-misturado e
pavimentos rodoviários. O RC é vislumbrado como material de grande potencialidade para
reciclagem, devido ao seu menor grau de contaminação com outros materiais, o que facilita
os processos de segregação, triagem, processamento, determinação das propriedades
físicas e mecânicas deste material. Devido a esta alta potencialidade de reaproveitamento
os RC foram alvo de estudos de vários autores como Ajdukiewicz e Kliszczewicz (2002)3,
Barra e Vázquez (1996)4, De Vries (1993)5, Hansen e Narud (1983)6, Katz (2002),
2
Resíduos volumosos segundo a NBR 15112 (2004) são aqueles constituídos basicamente por
material volumoso não removido pela coleta pública municipal, como móveis e equipamentos
domésticos inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira, podas e outros assemelhados,
não provenientes de processos industriais.
3
AJDUKIEWICZ, A.; KLISZCZEWICZ. Influence of recycled aggregates on mechanical properties of
HS/HPC. Cement and Concrete Compsites, v. 24, p. 269-279, 2002.
4
BARRA, M.; VAZQUEZ, E. The influence of retained moisture in aggregates from recycling on the
properties of new hardened concrete. Waste Management, v. 16, n. 3, p. 113-117, 1996.
5
DE VRIES, P. Concrete recycled: crushed concrete as aggregate. Concrete, p. 9-13, maio – jun.
1993.
6
HANSEN, T.; NARUD, H. Strength of recycled concrete made from crushed concrete coarse
aggregate. Concrete International – Design and Construction, v. 5, n. 1, p. 79-83, jan. 1983.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 1
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 24
Soroushian e Tavakoli (1996)7, Gonçalves (2001 apud BUTTLER, 2007) e Buttler (2003),
que analisarem as propriedades dos agregados reciclados e de concretos produzidos a
partir da utilização destes agregados.
Com base na literatura encontrada é possível evidenciar várias alternativas para o emprego
destes agregados reciclados no ciclo da construção civil. Pinto (1999) relata sobre a
utilização de “masseiras-moinho” dentro do próprio canteiro de obra, para reciclagem de
resíduos na produção de argamassas. Baldan et al. (2009) cita a utilização de resíduos da
construção como matéria-prima de Usinas de Reciclagem de Resíduos da Construção na
produção de agregados, que posteriormente podem ser utilizados em diversas aplicações,
tais como base e sub-base de pavimentações asfálticas, controle de erosões, concretos não
estruturais, enchimento de fundações e aterro de vias de acesso.
Outra utilização que começa ser amplamente difundida para os agregados reciclados é a
produção de artefatos de concreto, como blocos de vedação e estrutural, pisos
intertravados, canaletas, guias, bancos de concreto dentre outros. Como o objetivo deste
trabalho é a avaliação da utilização de agregados reciclados na produção de unidades de
alvenaria tem-se como referência na literatura trabalhos desenvolvidos por Pimienta e
Delmotte (19988 apud BUTTLER, 2007); Fonseca (2002); Souza et al. (2002); Poon, Kou e
Lam (2002); Albuquerque (2005); Farias et al. (2005); Ribeiro (2005); Patto e Oliveira (20069
apud BUTTLER, 2007); Soutsos (2004); Soutsos (2011) e Buttler (2007) que analisaram as
propriedades físicas e mecânicas destas unidades. Dos autores citados somente Poon, Kou
e Lam (2002) e Buttler (2007) focaram suas pesquisas na utilização exclusiva de RC na
produção dos agregados reciclados que foram utilizados na produção dos blocos de
concreto.
Diante do exposto pode-se vislumbrar uma alternativa mais sustentável para a destinação
adequada dos resíduos provenientes da indústria da construção, assim como discutido
pelos pesquisadores Rao, Jha e Misra (2007), que discorrem sobre como está sendo
7
SOROUSHIAN, P.; TAVAKOLI, M. Strengths of recycled aggregate concrete made using fiel-
demolished concrete as aggregate. Journal of American Concrete Institute Proceedings, v. 93, n.
2, p. 182-190, 1996.
8
PIMIENTA, P.; DELMOTTE, P.; TRAN, T.; COLOMBARD-PROUT, M. Recycled aggregate used for
making building blocks. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM: “SUSTAINABLE CONSTRUCTION: USE
OF RECYCLED CONCRETE AGGREGATE”, 1998, Londres. Proceedings… Grã Bretanha: Thomas
Telford, 1998, p. 297-307.
9
PATTO, A. L.; OLIVEIRA, M. J. E. Produção de blocos de concreto com agregado reciclado e
minimização de impactos ambientais. In: SEMINÁRIO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A
RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 7., 2006, São Paulo. Anais... São Paulo: Comitê Técnico
CT-206 Meio Ambiente (IBRACON), 2006.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 1
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 25
realizada a gestão destes resíduos em vários países no mundo expondo alternativas para a
destinação do RCD.
1.1. JUSTIFICATIVA
As construções estão cada vez mais presentes na realidade dos brasileiros, sejam elas para
suprir a falta de moradias ou para levar infra-estrutura até a população, contudo a visão
sustentável da sociedade está cada vez mais aguçada, o que acaba pressionando as
esferas públicas na criação de legislações ambientais cada vez mais rigorosas, impactando
na maneira com que as pessoas tratam os seus resíduos de uma maneira geral. A partir do
momento em que as legislações taxarem valores para que se faça a deposição deste tipo de
resíduo em aterros públicos, o setor da construção civil irá encontrar mais um grande
empecilho no descarte do seu resíduo, fazendo com que todos tenham uma segunda opção
na destinação deste material, sendo que o reaproveitamento ou a reciclagem passará ser
mais viável, do ponto de vista econômico, do que o simples descarte em aterro.
Além destes fatores também é conhecido que os aterros públicos urbanos das cidades
brasileiras têm capacidade finita de absorção de resíduos, sendo que em alguns municípios
brasileiros, como no caso da cidade de Belo Horizonte – MG, houve casos de esgotamento
de aterros (ZORDAN, 1997), o que acaba forçando os envolvidos na cadeia construtiva a
pensarem em outra destinação para o grande volume de resíduos gerados em suas obras.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 1
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 26
Outro fator de relevância é o fato de que as jazidas de agregados naturais são finitas, sendo
estas passíveis de esgotamento se seus recursos não forem utilizados com certa cautela,
portanto será apresentada uma alternativa para que seja feita a reinserção do RCD dentro
da cadeia produtiva da Indústria da Construção Civil, de modo a estudar a viabilidade
técnica da incorporação de agregados reciclados de resíduos cimentícios no traço de
concreto a ser utilizado na fabricação de blocos de concreto de vedação.
Considerando-se a problemática envolvida neste tema, tem-se aqui uma justificativa para a
necessidade do desenvolvimento deste estudo.
1.2. OBJETIVOS
A presente pesquisa tem como objetivo geral estudar e aprimorar o processo de produção,
em canteiro de obra, de blocos de concreto para alvenaria de vedação utilizando-se
agregados reciclados provenientes de resíduos cimentícios (RC), a partir do estudo de
dosagem realizado com corpos de prova cilíndricos (CPs).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 1
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 27
Assim, pretende-se apresentar uma utilização alternativa para os RC, ao invés do seu
simples descarte nos aterros públicos, agregando valor comercial a um produto que antes
era tido como um problema decorrente das atividades de construção.
A avaliação das unidades de alvenaria a partir dos resultados obtidos na pesquisa baseou-
se na resistência à compressão, sendo caracterizadas outras propriedades a fim de se ter
respaldo nas explicações de comportamentos não esperados, não sendo objetivo desta
pesquisa a avaliação das perdas e gargalos do processo de fabricação dos blocos.
A estrutura da dissertação é apresentada a seguir de acordo com a ordem dos capítulos que
fazem parte do corpo do texto:
P. H. M. CELESTINO Capítulo 1
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 28
Nos Apêndices são apresentadas as tabelas com quantitativos de materiais utilizados nas
distintas etapas da pesquisa.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 1
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Pode-se notar que a quantidade de resíduos gerados no setor da construção civil é grande,
sendo os RCD responsáveis por 54% a 70% do total de resíduos sólidos gerados na maioria
dos municípios brasileiros (HALMEMAN, SOUZA e CASARIN, 2009), sendo que este
número tende a crescer seguindo a tendência de crescimento do mercado, com isso devem-
se buscar formas economicamente e tecnicamente viáveis para o correto destino dos
resíduos gerados, sendo apresentada neste capítulo uma revisão bibliográfica acerca desta
temática.
A utilização destes resíduos na fabricação de agregados reciclados é uma das formas que
os envolvidos no ciclo de produção da construção vêm adotando como possibilidade para
destinação final dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD). Na revisão bibliográfica
que se segue discorre-se sobre os RCD de maneira geral e suas propriedades, bem como
de sua utilização como matéria-prima na produção de blocos de concreto, sendo que será
abordado primeiramente, de forma mais ampla a título de contextualização, os RCD,
seguindo-se com o enfoque para os RC, sendo este último o resíduo foco utilizado neste
trabalho e classificado como um tipo específico de RCD.
Também é contemplado nesta revisão um breve histórico sobre os blocos de concreto, suas
classificações e as etapas necessárias para fabricação destes. Ao final discorre-se sobre as
principais metodologias de dosagem de concretos secos e sobre as pesquisas
desenvolvidas acerca da produção de blocos com utilização de agregados reciclados.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 30
Há diversas definições para este tipo de resíduo sólido, porém todas elas tratam do mesmo
material. Segundo a Resolução n o 307 do CONAMA (BRASIL, 2002) os RCD:
Esta Resolução utiliza a mesma classificação para resíduos de construção civil utilizada pela
NBR 15114 (ABNT, 2004), que divide os resíduos em quatro classes distintas, sendo elas:
Resíduos do tipo Classe A: resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
Resíduos do tipo Classe B: recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel,
papelão, metais, vidros, madeiras e outros.
Resíduos do tipo Classe C: resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação.
A Lei Federal no 12.305 (BRASIL, 2010) classifica os resíduos sólidos quanto à sua origem,
definindo os resíduos da construção civil como sendo aqueles resíduos gerados nas
construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os
resultantes da preparação e escavação de terrenos de obras civis.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 31
Além das classificações realizadas pela legislação nacional, têm-se também aquelas
classificações adotadas por autores que estudam a temática envolvendo os RCD.
Baldan et al. (2009), no entanto, denominam este tipo de resíduo como Resíduos de
Construção Civil (RCC) e definem que estes podem ser compostos basicamente por
concretos, argamassas, rochas, blocos, tijolos e cerâmicas, solos, areais, argila, asfalto,
metais ferrosos, madeiras dentre outros materiais.
Por sua vez, Santos (2007) não cria uma definição específica para os RCD, dizendo que tal
definição gera discordâncias entre diversos autores. O autor discorre sobre as diversas
definições já relatadas na literatura para este tipo de resíduo como as definições dadas pela
Resolução no 307 do CONAMA (BRASIL, 2002) e pela normativa técnica da NBR 10004
(ABNT, 2004).
Relatando sobre a dificuldade da aplicação dos agregados reciclados, tendo como matéria-
prima os RCD, Angulo (2000) diz que estes têm grande variabilidade em suas composições
sendo formados por argamassas, concretos, materiais cerâmicos, gesso, asfalto, madeira
dentre outros.
10
BIOCYLE. Opportunities for recycling C & D debris. v. 31, n. 7, jul. p. 56-58, 1990.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 32
Buttler (2007) inicia sua classificação fazendo uma diferenciação entre os resíduos de
concreto e os resíduos de construção e demolição, sendo que o foco deste trabalho é o
mesmo do trabalho feito pelo autor: a utilização de resíduos de concreto para a fabricação
de blocos de concreto de vedação. De acordo com Buttler (2003) os resíduos de concreto
são aqueles provenientes de demolições de estruturas de concreto, de usinas de fabricação
de concreto, fábricas de peças pré-moldadas e pavimentos de concreto.
A idéia de reciclar RCD provém do século I a.C., quando os romanos não provinham de
materiais vulcânicos para empregar em suas construções, faziam uso de tijolos, telhas ou
cerâmicas moídas como agregado para se misturar com a cal produzindo argamassas de
pozolana e cal (RODRIGUES et al., 2000; SCHULZ e HENDRICKS, 199211 apud LEITE,
2001). Já Devenny e Khalaf (199912 apud LEITE, 2001) fazem referência aos primeiros
relatos da utilização de blocos de concreto na produção de novos concretos, na Alemanha
em meados de 1860. A utilização em ampla escala destes materiais, na Alemanha, se deu
no fim da Segunda Guerra Mundial, dando-se uma destinação adequada ao acúmulo de
resíduos produzidos pela destruição das edificações. Segundo Leite (2001), os resíduos
produzidos no pós-guerra também foram utilizados em algumas cidades da Inglaterra, sendo
que a partir deste marco vários trabalhos foram desenvolvidos comprovando o potencial
destes resíduos como matéria-prima na produção de agregados para a construção.
De acordo com Leite (2001), o primeiro estudo nacional realizado para comprovar a eficácia
na utilização de RCD foi feito pelo arquiteto Tarcísio de Paula Pinto no ano de 1986 (PINTO,
1986)13, sendo que na sequência pode-se citar, dentre outros, estudos feitos por Silveira
(1993), Zordan (1997), Latterza (1998) e Lima (1999). Juntamente com o desenvolvimento
destes estudos pode-se evidenciar a utilização empírica no canteiro de obras de “masseiras-
moinho” a partir dos anos 1980, como equipamentos para reciclagem de pequenos volumes
de RCD gerados dentro do próprio canteiro, utilizando o agregado reciclado como parte
constituinte de novas argamassas, como pode ser visto na Figura 2.1 (ZORDAN, 1997).
11
SCHULZ, R. R.; HENDRICKS, Ch. F. Recycling of mansory rubble. In: HANSEN, T. C. Recycling
of demolished concrete mansory. London: Chapman & Hall, 1992. Part Two, p. 161-255. (RILEM
TC Report 6).
12
DEVENY, A.; KHALAF, F. M. The use of crushed brick as coarse aggregate in concrete. Mansory
International, v.12, n. 3, p. 81-84, 1999.
13
PINTO, T. P. Utilização de resíduos de construção. Estudo do uso em argamassas. São
Carlos, 1986. 140 p. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Arquitetura e Planejamento da
Universidade de São Carlos – Universidade de São Paulo. 1986.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 33
Figura 2.1 – Argamasseira e moinho para reaproveitamento de RCD: (a) Masseira-moinha; (b) produção de
argamassa com agregados reciclados em obra (Fonte: http://www.anvi.com.br – Acessado em: 25/07/2012).
(a) (b)
No Brasil usinas de reciclagem de RCD são as mesmas usinas que reciclam o RC, tendo
em vista que não existem em território nacional usinas específicas para a reciclagem
somente de resíduos cimentícios, por tal motivo nesta revisão bibliográfica o processamento
dos RC será visto de maneira abrangente, englobando todo o resíduo proveniente das
atividades de construção que são beneficiados dentro de uma usina de reciclagem.
Podem-se ver inúmeros casos de processamento dos RCD em usinas de reciclagem, tanto
em outros países como no território nacional. O processamento destes resíduos é algo
benéfico para a sociedade e o meio ambiente, pois tudo aquilo que antes era tido como um
problema para o município pode se converter em uma nova fonte de renda, sem citar os
benefícios ecológicos, onde todo aquele material deixará de sucumbir a capacidade de
absorção dos aterros públicos urbanos, sendo este último o destino final de grande parte do
RCD gerado nos municípios brasileiros.
Há distintas aplicações para o RCD reciclado, bem como diferenças nos seus processos de
segregação, triagem e reciclagem. A escolha do maquinário a ser empregado no pátio da
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 34
usina de reciclagem irá ocorrer em função do volume a ser reciclado e do tipo de agregado
que será produzido. Alguns autores como Latterza (1998), Lima (1999), Leite (2001), Angulo
(2005) e Baldan et al. (2009) discorrem sobre as fases inerentes do processamento dos
RCD, bem como dos aparelhos comumente utilizados.
Por sua vez, Angulo (2005) separa as atividades de processamento de RCD em quatro
operações unitárias de tratamento de minérios, sendo elas: redução de tamanho,
separação, concentração e auxiliares.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 35
Figura 2.2 – Esquema da planta de uma usina de reciclagem de RCD (Fonte: http://reciclagemdeentulho.net.br –
Acessado em: 20/03/2012).
1. Alimentador vibratório;
2. Transportador de correia (retirada de
material fino);
3. Pilha de material fino;
4. Britador;
5. Correia radial (distribuição do
material);
6. Material vermelho;
7. Peneira vibratória;
8. Saída de agregados cinzas de
diferentes granulometrias;
9. Pilhas finais de agregados cinza
(provenientes de resíduos cimentícios).
Na segunda operação citada por Angulo (2005), a separação por tamanho, são utilizados
equipamentos como peneiras ou classificadores, sendo estes de funcionamento hidráulico
ou pneumático. O peneiramento geralmente é realizado por via seca, podendo também ser
feito a úmido garantindo assim uma separação mais eficiente entre a fração fina e a fração
graúda. Já os classificadores podem ser do tipo pneumáticos gerando uma corrente
ascendente de ar para separação de partículas leves como plásticos e papéis, ou
hidráulicos para separação de partículas finas.
A concentração é a terceira operação citada por Angulo (2005), tendo como finalidade
aumentar a concentração útil do mineral de interesse, removendo contaminantes. Para as
usinas de reciclagem de RCD a concentração pode ser realizada de acordo com as
seguintes etapas:
Por fim, Angulo (2005) cita as operações auxiliares, sendo estas aquelas necessárias para
se promover o transporte do material dentro da usina de reciclagem por meio das correias
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 36
Tabela 2.1 – Operações e equipamentos empregados nas principais usinas de reciclagem de RCD do Brasil,
tabela do autor com informações de Angulo (2005) e Prefeitura de Belo Horizonte (2011).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 37
Para os equipamentos de pequeno porte, Latterza (1998) cita a utilização das masseiras-
moinho. Estes equipamentos promovem o reaproveitamento do entulho dentro do próprio
canteiro de obras, produzindo argamassas e diminuindo a quantidade de resíduos gerados.
O autor faz referência ao estudo desenvolvido por Levy (199714 apud LATTERZA, 1998), em
que as propriedades das argamassas produzidas com estes equipamentos foram avaliadas,
comprovando a viabilidade técnica de sua produção, obtendo-se incremento nas
propriedades mecânicas destas argamassas, juntamente com a economia de 30% no
consumo de cimento utilizado.
Leite (2001) discorre sobre os processos de separação de resíduos dentro de uma usina de
reciclagem, além de fazer uma classificação dos distintos tipos de britadores, ressaltando
que este equipamento é determinante em relação às propriedades dos agregados obtidos.
O autor separa os britadores em quatro tipos distintos, sendo que Lima (1999) faz a mesma
classificação para os três primeiros tipos. A seguir será exposta a classificação feita por
Leite (2001) com as principais propriedades agregadas pelo autor a cada tipo de
equipamento.
14
LEVY, S. M. Reciclagem do entulho de construção civil, para utilização como agregado de
argamassas e concretos. São Paulo, 1997. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. 1997.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 38
Figura 2.3 – Usina de reciclagem de Belo Horizonte: (a) Visão geral da planta de produção de agregados; (b)
Britador (Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte, 2011).
(a) (b)
A gestão dos RCD é algo preocupante para os geradores, porém acaba envolvendo também
a responsabilidade das esferas públicas e a sociedade inserida neste mesmo contexto.
Medidas preventivas e punitivas vêm sendo tomadas pelos governantes de vários países
com relação à correta gestão dos resíduos provenientes das atividades de construção.
Pode ser citado aqui o exemplo da União Européia, em que foram evidenciados os primeiros
casos de utilização de agregados reciclados. Existem relatos por volta de 1860 sobre a
utilização, na Alemanha, de blocos de concretos britados como matéria-prima para produção
de agregados que iriam dar origem a novos artefatos de concreto. Já a utilização em maior
escala deste tipo de reciclado se deu no mesmo país após a Segunda Guerra Mundial,
satisfazendo duas necessidades da época: a grande demanda por materiais de construção
e a remoção de escombros das cidades destruídas pela guerra (PINTO, 1999).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 39
Outro exemplo citado por Zordan (1997) é o programa de reciclagem implementado pela
prefeitura de Belo Horizonte em Minas Gerais. Neste programa a prefeitura realizou um
planejamento adequado, utilizando como dados balizadores de projeto o diagnóstico feito
sobre os pontos de deposição clandestinos de RCD, concluindo-se que a cidade
necessitaria de quatro usinas de reciclagem e 17 pontos de recepção intermediários destes
resíduos. A primeira das quatro usinas que seriam instaladas iniciou suas operações em
dezembro de 1995 com processamento de 100 toneladas diárias em 1997. Atualmente
existem três usinas em operação na cidade, a Usina de Pampulha, Estoril e da BR-040
(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE, 2011). Segundo o portal eletrônico da prefeitura de
Belo Horizonte as usinas são instaladas em terrenos públicos localizados estrategicamente
com uma área mínima de 6000 m².
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 40
No Brasil já existem em vigor leis federais, municipais e resoluções que tratam sobre a
gestão dos resíduos de construção e demolição. A Resolução nº 307 (BRASIL, 2002) foi
criada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que é um órgão ligado
diretamente ao Ministério do Meio Ambiente.
A Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010) institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
dispondo sobre diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, incluindo os perigosos, as responsabilidades dos geradores e do poder público e
aos instrumentos econômicos aplicáveis. Portanto, em nível federal já existe a lei que
regulamenta a Resolução nº 307. Entretanto, todos os Estados, Municípios e Distrito Federal
devem criar suas leis próprias e adequadas às realidades regionais. No caso do município
de Goiânia, onde foi desenvolvido este trabalho, existe um projeto de lei municipal referente
à gestão de resíduos da construção, que está em fase de aprovação junto à câmara
municipal. A morosidade na aprovação de leis ambientais por parte das autoridades públicas
goianas toma contornos históricos, já que o Código Ambiental, idealizado e por vezes
repensado, tem mais de uma década e ainda não foi aprovado.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 41
Como as propriedades dos agregados reciclados irão variar nas mesmas proporções como
as propriedades dos resíduos que deram origem a estes agregados, é pertinente se fazer
uma análise qualitativa dos materiais que fazem parte dos resíduos utilizados como matéria-
prima, para se obter um parâmetro da qualidade final dos agregados produzidos. Com base
nisto, Pinto (1999) faz uma classificação dos principais materiais constituintes de amostras
de resíduos coletadas em diferentes localidades, evidenciando não somente o tipo de
resíduo gerado, mas também a cultura local de desperdício de materiais, esta sendo
atrelada às técnicas executivas de cada localidade. Ainda segundo Pinto (1999), no Brasil
existem grandes perdas de materiais cerâmicos e de argamassas, enquanto em outros
países como Bélgica e Canadá as parcelas referentes às perdas de argamassas são
desprezíveis.
Quanto à origem:
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 42
Forma;
Textura;
Influência sobre a demanda de água de amassamento.
Quanto à granulometria:
Angulo (2005) faz uma vasta busca pela bibliografia disponível traçando recomendações na
utilização dos agregados reciclados e relatando as principais dificuldades na aplicação de
normas técnicas em usinas de reciclagem. Na Tabela 2.2 é mostrado as principais
recomendações para a utilização de agregados reciclados na produção de concretos,
levantadas pelo autor de acordo com Hansen (1992)15, a recomendação 27 da RILEM
(1994)16, Hendriks (2000)17 e Lima (199918 apud ANGULO, 2005).
15
HANSEN, T. C. Rilem report 6 – recycling of demolished concrete and mansonry. London: E&
FN SPON/Chapman & Hall, 1992. 305p.
16
RILEM RECOMMENDATION. Specification for concrete with recycled aggregates. Materials and
Structures, n.27, p.557-559, 1994.
17
HENDRIKS, C. F. The building cycle. Holanda: Aeneas, 2000. 231p.
18
LIMA, J. A. R. Proposição de diretrizes para a produção e normalização de resíduo de
construção reciclado e de suas aplicações em argamassas e concretos. 1999. 204p. Dissertação
(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos, 1999.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 43
com que a qualidade final destes seja inferior, quando comparados aos agregados naturais.
O autor ainda recomenda que a utilização destes agregados, sem a caracterização e
conhecimento de suas propriedades, seja feito somente para concretos sem função
estrutural, tendo como exemplos: blocos de concreto com fins de vedação, em obras de
pavimentação, guias e sarjetas, regularização de ruas de terra, obras de drenagem,
execução de contrapisos, contenção de encostas dentre outras.
Tabela 2.2 – Recomendações para utilização de agregados reciclados em concreto, adaptada de Angulo (2005).
Pode-se perceber que os autores estão de acordo com relação à maior heterogeneidade
dos agregados reciclados quando comparados aos agregados naturais. Foi mostrado que
estes podem ser utilizados para produção de concretos com fins estruturais, tomando-se
alguns cuidados na sua utilização como a caracterização de suas propriedades físicas e
mecânicas garantindo assim maior durabilidade ao concreto produzido. Para produção de
peças de concreto sem função estrutural, está comprovado que a utilização dos agregados
reciclados é benéfica, tanto para a imagem do setor da construção civil como para o meio
ambiente, tendo uma indústria que promove a correta gestão dos seus resíduos gerados e
poupando de maneira significativa as jazidas naturais de agregados.
19
Building Contractors Society of Japan.
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D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 44
Apesar do exemplo citado anteriormente ter sido positivo na aplicação dos agregados
reciclados, Levy (2001) cita um caso não tão bem sucedido desta aplicação, onde pode-se
perceber problemas graves em duas pontes construídas na Bélgica, devido a reações álcali-
agregado, resultando na demolição destas obras. Neste mesmo estudo o autor relata que a
partir de 1988 a Comunidade Européia concebeu várias obras empregando agregados
reciclados, sendo algumas delas destacadas na Tabela 2.3.
Uma das obras citadas pelo autor que comprova de maneira efetiva, tanto pela quantidade
empregada quanto pela dimensão da obra em si, a viabilidade técnica do emprego de
agregados reciclados é a obra da Eclusa de Berendrecht na Bélgica, onde foi produzido
650.000 m3 de concreto com a utilização de 80.000 m3 de agregados reciclados na
construção das paredes da eclusa. O resíduo que deu origem aos agregados reciclados
utilizados é proveniente da demolição das antigas paredes da eclusa de Zandvliet. Foi
comprovada a viabilidade técnica pela confecção de concretos com resistência à
compressão de até 35 MPa, porém para se conseguir tal feito foram realizados estudos
determinando-se a caracterização detalhada dos resíduos, otimizou-se a instalação para o
processamento do entulho e se desenvolveu sistemas de controle da qualidade do material
processado.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 45
Tabela 2.3 – Aplicações de agregados reciclados como matéria-prima, adaptada de Levy (2001).
Volume de
País Obra concreto Local de aplicação Ano
(m3)
Viaduto da rodovia RW-32
500 Muretas laterais 1988
(próximo a Meppel)
Eclusa da hidrovia Haandrick
2.000 Laje submersa 1988
próximo a Almelo
Interligação entre barragem e
3.000 Laje submersa 1989
eclusa em Nieuw Statenzijl
Holanda20
2o viaduto na rodovia RW-32 11.000 (20- Todos os componentes da
1990
(próximo a Meppel) 80%) estrutura
Delftse Zoom Housing Project Painéis pré-moldados de
272
Construção de unidades concreto
unidades 1997-
habitacionais de médio padrão
habitaciona Agregado utilizado com 1998
com substituição de 100% do
is granulometria entre 4-16 mm
agregado natural por reciclado
Concreto usinado com
Edifício do meio ambiente do agregados reciclados
1.500 Fundações: fck = 25 MPa 1996
BRE
Lajes e pilares: fck = 35 MPa
Em publicação editada por Vyncke (2000), foram apontadas algumas diretrizes que devem
ser utilizadas de maneira a ajudar os governantes a melhorarem a gestão dos RCD, como
por exemplo, restringir a deposição em aterros, promover a segregação dento do próprio
canteiro com intuito de futura reciclagem daquele material, desenvolver sistemas de
reciclagem, desenvolver programas de treinamento e de pesquisa sobre a temática, dentre
outros.
Krezel e Mcmanus (200021 apud BUTTLER, 2007), com o objetivo de combater a poluição
sonora, produziram barreiras de concreto com utilização de agregados reciclados, obtendo
20
COLENBRANDER, W; Rijkswaterstaat Demonstration Projects The Netherlands 1988-1992,
Use of recycled materials as aggregates in the construction industry- v2 publ. 3 e 4.
Bruxelas ETN Recycling in construction, Março Setembro 2000.
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D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 46
Zordan (1997) também cita o caso das usinas de reciclagem da cidade de Belo Horizonte,
que recebem o entulho gerado nas construções espalhadas pela cidade e processam este
entulho produzindo agregados de diferentes granulometrias. De acordo com Buttler (2007)
os agregados cinzas, produzidos pelas usinas, são utilizados por uma cooperativa de ex-
moradores de rua para se fabricar blocos de vedação não-estruturais, produzindo 30.000
blocos por mês, sendo estes comercializados a R$0,80 (19 cm x 19 cm x 39 cm), R$0,65
(14 cm x 19 cm x 39 cm) e R$0,50 (9 cm x 19 cm x 39 cm).
Citando mais um exemplo de iniciativa pública tem-se o caso da prefeitura de São Paulo,
que em 2003 construiu um alojamento empregando 4000 blocos de concreto produzidos
com agregados reciclados, sendo que após um prazo de cinco anos foi constatado que o
comportamento destes elementos de alvenaria se demonstrava satisfatório quando
comparados aos elementos convencionais (COELHO, 200122 apud BUTTLER, 2007).
Jadovski (2005) relata sobre sua visita realizada na usina de reciclagem de entulho que
opera na cidade de Piracicaba, São Paulo. Recebe-se no pátio da usina cerca de 120 m3/dia
de RCD, sendo estes processados por britador primário de mandíbulas com capacidade de
25 t/h e britador secundário de martelos. A usina opera em um terreno de 10.000 m 2 em
conjunto com uma fábrica de blocos de concreto, que tem produção diária de 2.000 blocos.
Segundo o autor a usina produz quatro tipos de agregados, sendo eles com os seus
respectivos custos de produção23: bica corrida (R$17,11 por m3), brita 1 (R$21,77 por m3),
pedrisco (R$24,88 por m3) e areia (R$19,44 por m3), sendo que o valor para venda destes
materiais na região onde foi desenvolvido este trabalho seria de R$62,00 por m³ para a
brita 1, R$62,00 por m³ para o pedrisco e R$50 por m³ para a areia.
21
KREZEL, Z. A.; MCMANUS, K. J. Recycling demolition waste to fight noise pollution. In: ANNUAL
AUSTRALIAN ENVIRONMENTAL ENGINEERING RESEARCH EVENT, 4., Proceedings... Australia:
Victor Harbos, Nov. 2000.
22
COELHO, P. E. Reciclagem de entulho: o melhor ainda está por vir. Revista Limpeza Pública.
ABLP – Associação Brasileira de Limpeza Pública, v. 51, 1999.
23
Valores corrigidos para o ano de 2013 utilizando-se o Indíce Nacional da Construção / FGV, sendo
este de 55,54%, acumulado entre os anos de dez/2005 a dez/2012 (Fonte: Câmara Brasileira da
Indústria da Construção - http://www.cbic.org.br/ - Acessado em: 02/04/2013).
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D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 47
Buttler (2007), assim como Baldan et al. (2009), também citam o caso da usina de
reciclagem da cidade de São Carlos, que opera em conjunto com a fábrica de artefatos de
cimento, produzindo blocos de vedação para o projeto Moradia Solidária. O projeto faz
previsão para construção de 224 unidades habitacionais, cada uma com 54 m 2 utilizando-se
1800 blocos em sua construção. A construção das unidades pode ser vista na Figura 2.4.
Figura 2.4 – Casas construídas utilizando-se blocos de agregados reciclados: (a) Fundação em radier; (b) e (c)
Elevação de alvenaria; (d) e (f) Vista interna; (e) Reboco (Fonte: BUTTLER, 2007).
Ainda segundo Buttler (2007) na fábrica de artefatos de cimento de São Carlos são
produzidos 3.100 blocos geralmente com dimensões de 14 cm x 19 cm x 29, meio-blocos de
14 cm x 19 cm x 14 cm e canaletas, aplicando uma taxa de substituição de
aproximadamente 70% de agregados reciclados em relação ao total de agregados da
mistura, alcançando-se resistências médias à compressão aos 28 dias de 3 MPa a 4 MPa.
Os blocos são ilustrados na Figura 2.5.
Figura 2.5 – Artefatos de cimento produzidos na fábrica de São Carlos: (a) Blocos; (b) Meio-bloco; (c) Canaletas
(Fonte: BUTTLER, 2007).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 48
2.7.1. Histórico
Em seu boletim técnico Medeiros e Sabbatini (1993) fizeram um breve histórico com relação
à indústria de blocos de concreto. O autor relata que primeiro equipamento desenvolvido
para a produção de blocos de concreto foi fabricado por Harmon S. Palmers no ano de 1882
(LEFER25, 1976 apud MEDEIROS; SABBATINI, 1993). Por volta desta mesma época Jesse
Besser, das empresas Besser Company, incentivou o avanço dos blocos de concreto dentro
do mercado norte-americano, fabricando as primeiras máquinas semi-automáticas para
produção destas unidades, o que levou sua empresa a ser uma das maiores do mercado.
24
RACIONAL ENGENHARIA. Projeto reciclar é construir um futuro melhor. São Paulo, 2003.
(Relatório técnico, DCO-009/24).
25
LEFER, H. What’s new on the old block. Progressive Architecture, v.12, p.82-88, 1976.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 49
Ainda segundo Medeiros e Sabbatini (1993), os blocos de concreto passaram a ser um dos
componentes mais utilizados dentro da indústria da construção civil, desde sua criação a
mais de cem anos atrás. Os blocos de concreto foram inseridos no mercado nacional na
década de 50 quando a primeira máquina de produção foi importada dos Estados Unidos 26.
De acordo com Buttler (2007), a primeira fábrica nacional de blocos de concreto para
alvenaria estrutural, foi instalada na cidade de São Paulo no ano de 1966, porém a
consolidação deste produto dentro do mercado brasileiro só veio acontecer na década de
70, através da divulgação das primeiras obras executadas com blocos estruturais.
2.7.2. Classificação
Os parâmetros utilizados pela norma supracitada para separar as classes de blocos são a
função estrutural dos mesmos, seu local de aplicação na edificação e sua resistência
característica, sendo classificados como:
Classe A: blocos com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima
ou abaixo do nível do solo com resistência característica f bk ≥ 6,0 MPa;
Classe B: blocos com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima
do nível do solo com resistência característica f bk ≥ 4,0 MPa;
Classe C: blocos com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima
do nível do solo com resistência característica f bk ≥ 3,0 MPa;
Classe D: blocos sem função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima
do nível do solo com resistência característica f bk ≥ 2,0 MPa.
Outro parâmetro de grande relevância abordado pela NBR 6136 (ABNT, 2007) é o valor
máximo de absorção de água , sendo este fixado para todas as classes em ≤ 10,0% quando
da utilização de agregados normais e ≤ 13,0% (média) ou ≤ 16,0% (individual) quando da
utilização de agregados leves, sendo este último o valor a ser considerado para blocos com
agregados reciclados. O valor máximo para retração é facultativo e fica fixado em ≤ 0,065%.
26
MEDEIROS, J. S. et al. Alvenaria estrutural de blocos de concreto. São Paulo, EPUSP, 1989. /
Seminário apresentado à Disciplina Alvenaria Estrutural, Departamento de Construção Civil. 1989.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 50
Ribeiro (2005) faz uma classificação dos principais materiais utilizados na fabricação de
blocos de concreto, sendo estes os mesmos utilizados na confecção de concreto estrutural
convencional, tomando-se algumas medidas balizadoras na determinação da dosagem.
Portanto têm-se os aglomerantes (cimento hidráulico), agregados graúdos, agregados
miúdos, água e na maioria das vezes os fabricantes fazem utilização de aditivos redutores
de água e/ou plastificantes para melhorar as condições de moldagem e desfôrma dos
blocos. Há casos da utilização de pigmentos inorgânicos para a fabricação de blocos
decorativos, incrementando somente coloração diferenciada ao produto final.
Cimento
De acordo com as especificações da NBR 6136 (ABNT, 2007) todos os tipos de cimento
Portland podem ser utilizados como aglomerantes na dosagem de concreto para fabricação
de blocos, sendo que independente do tipo de cimento adotado este deve atender as
recomendações das seguintes normas: NBR 5732 (ABNT, 1991), NBR 5733 (ABNT, 1991),
NBR 5735 (ABNT, 1991), NBR 5736 (ABNT, 1991) ou NBR 11578 (ABNT, 1991). Apesar da
NBR 6136 (ABNT, 2007) não fazer restrições quanto ao tipo de cimento a ser utilizado na
fabricação de blocos de concreto, a grande maioria dos fabricantes utilizam o cimento
Portland CP V – ARI (alta resistência inicial) devido ao rápido ciclo de moldagem, desfôrma,
cura e estocagem das unidades de alvenaria.
Agregados
Devem ter suas características conhecidas, de maneira que estas não intefiram
negativamente nos processos de fabricação dos blocos, tendo em vista que são as
características dos agregados que determinam as relações de aderência destes com a
pasta de cimento. Não se faz restrições para a utilização dos agregados, devendo-se
somente lembrar que estes devem estar livres de substâncias deletérias como: torrões de
argila, materiais friáveis, materiais pulverulentos e substâncias orgânicas, segundo as
recomendações da NBR 7211 (ABNT, 2009). Na Tabela 2.4 tem-se um resumo das
características recomendadas.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 51
Tabela 2.4 – Recomendações para agregados destinados a concretos secos, adaptada de Sousa (2001)
Tolerâncias
Características
Agregado miúdo Agregado graúdo
Atender uma das faixas Atender à faixa granulométrica da
granulométricas da NBR NM 248 NBR NM 248
Granulometria
Módulo de finura variar mais que 0,2 Dmax ser menor ou igual à metade da
para materiais de mesma origem espessura do molde da prensa
Torrões de argila 1,5% NBR 7218 1,0%
Impurezas
300 ppm NBR NM 49 -
orgânicas
Material
5,0% NBR NM 46 1,0%
pulverulento
Água
A NBR 6136 (ABNT, 2007) somente especifica que a água de amassamento utilizada na
mistura deve ser limpa e isenta de produtos nocivos à hidratação dos compostos do
cimento.
Com relação à quantidade de água a ser utilizada na fabricação de concretos secos, sabe-
se que ao contrário do que se tem para concretos plásticos, a relação água / cimento para
este tipo de concreto deve ser máxima, desde que seja garantido a trabalhabilidade de
mistura, definindo-se tal trabalhabilidade como aquela ideal para que seja executada a
moldagem, desforma, transporte e alocação para cura dos blocos.
Segundo Kokubo, Cabrera e Ueno (199627 apud RIBEIRO, 2005) a quantidade de água a
ser utilizada na produção de concretos secos deve variar entre 4% a 7% da massa de
materiais secos, o que pode corresponder na maioria dos casos em quantidades de água
entre 110 l/m³ a 130 l/m³ de concreto.
Aditivos
Os aditivos mais utilizados na dosagem de concretos para blocos são os aditivos redutores
de água e/ou plastificantes. Estes agregam maior trabalhabilidade na mistura e reduz a
quantidade necessária de água de amassamento, o que irá garantir resultados satisfatórios
no ganho de resistência do concreto e na aparência superficial dos blocos em estado seco,
promovendo também bom desempenho no processamento dos blocos, principalmente nas
etapas de moldagem e desmoldagem no equipamento de vibro-prensagem. A NBR 6136
27
KOKUBO, K.; CABRERA, J. G.; UENO, A. Compaction properties of roller compacted concrete.
Cement & Concrete Composites. P. 109-117, 1996.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 52
(2007) não faz restrições quanto à utilização de aditivos, contando que estes estejam de
acordo com a NBR 11768 (2011) e não promovam a deterioração do concreto.
No Brasil existe um grande número de fábricas que produzem blocos de concreto, porém a
maioria delas não possui controle rigoroso sobre o seu processo produtivo. No estado de
Goiás existem somente quatro fábricas que possuem o selo de qualidade da Associação
Brasileira de Cimento Portland (ABCP, 2011). Frasson Júnior (2000) propõe uma
metodologia de dosagem para concretos de consistência seca que consiste exclusivamente
em moldagem de corpos de prova, eliminando-se a exaustiva e trabalhosa verificação com
testes reais realizados na fábrica, método este que ajudaria no controle de qualidade das
fábricas.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 53
Figura 2.6 – Sequência de produção de blocos de concreto em uma vibro-prensa (Fonte: SOUSA, 2001).
Desfôrma dos blocos com ascensão dos moldes metálicos. Os blocos permanecem
nos palets;
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 54
Figura 2.7 – Sequência de produção de blocos em uma fábrica de artefatos de cimento: (a) Silo de estocagem de
agregados; (b) Correia transportadora de agregados; (c) Misturador; (d) Transporte do concreto fresco; (e) Vibro-
compressão dos blocos; (f) Desforma dos blocos; (g) Bloco; (h) Blocos sendo encaminhados para gaiola de cura;
(i) Gaiola de cura (Fotos do autor).
Albuquerque (2005, apud BUTTLER, 2007) faz uma comparação entre diferentes tipos de
vibro-prensagem e correlaciona qual é o seu efeito referente à resistência à compressão dos
blocos. Na Figura 2.8 é ilustrado os resultados alcançados pelo autor.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 55
Figura 2.8 – Correlação entre tipo de vibro-prensagem e resistência à compressão (Fonte: BUTTLER, 2007).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 56
faixa ideal de umidade para os concretos de consistência seca ficaria em torno de 6,0% a
8,0%.
Jesse Besser foi o fundador das empresas Besser Company, pioneira na fabricação de
máquinas automáticas para produção de blocos de concreto. Tal empresa recomenda uma
metodologia de dosagem desenvolvida por Pfeiffenberger (1985 28 apud BUTTLER, 2007),
que se baseia no ajuste do traço pela granulometria final da mistura, focando-se no seu
módulo de finura. Segundo Buttler (2007) esta metodologia de dosagem foi muito utilizada
pela empresa Encol, onde inicialmente se pré-estabelece uma proporção de 40% de
pedrisco e 60% de areia média, em massa, prosseguindo-se com a variação desta
proporção de acordo com a análise granulométrica dos materiais. Após tal
proporcionamento se persistir deficiência na granulometria desejada, ou seja, falta de finos
na mistura, pode-se introduzir um terceiro material, como a areia fina, na tentativa de ajustar
o módulo de finura, que segundo a metodologia deve estar entre 3,60 e 3,75. Abaixo são
explicitadas as equações para obtenção das porcentagens necessárias de cada material
para se fazer o proporcionamento entre os materiais utilizados:
( ) ( ) (2.1)
em que:
X = porcentagem de agregado miúdo
Y = porcentagem de agregado graúdo
A = M.F. do agregado graúdo
28
PFEIFFENBERGER, L. E. Aggregate graduations used for various products formed on the block
machine. Besser Block, Alpena, Set./Out. 1985. P. 3 – 5.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 57
Frasson Júnior (200?b) comenta que este método se apresenta sob uma forma simples,
necessitando-se basicamente das curvas granulométricas dos materiais a serem
utilizados. Porém fixar um parâmetro em curvas pré-definidas é algo de difícil
reprodutibilidade, pois exige agregados de granulometrias específicas. Além disso, por não
levar em consideração a contribuição do cimento como material fino participante na mistura
e nem o formato dos grãos, podendo estes se apresentarem como graúdos lamelares ou
miúdos irregulares, a utilização deste método pode resultar em concretos ásperos, que irão
dificultar os processos de moldagem das peças, com provável textura superficial não atende
aos padrões exigidos.
29
MEDEIROS, J. S. Alvenaria estrutural não armada de blocos de concreto: produção de
componentes e parâmetros de projeto. São Paulo, 1993. Dissertação (Mestrado) – Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo.
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D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 58
Tabela 2.5 – Traço sugerido para cada classe de resistência aos 28 dias. Fonte: Medeiros e Sabbatini (1993
apud FRASSON JR., 2000).
Resistência à compressão
4,5 MPa 6,0 MPa 8,0 MPa 9,0 MPa
média
Traço seco (cimento:agregados) 1:9 a 1:12 1:8 a 1:10 1:7 a 1:9 1:6 a 1:8
30
FERREIRA JÚNIOR, S. Produção de blocos de concreto para alvenaria: prática recomendada.
ABCP – Boletim Técnico 107/95. São Paulo, 1995.
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Figura 2.9 – Curva do menor volume de vazios para determinação de proporção entre agregados (Fonte:
FRASSON JÚNIOR, 200?b).
Frasson Júnior (200?b) relata que este método é prático e fácil de ser aplicado, pois o
mesmo se baseia única e exclusivamente em uma mistura que apresente maior
compacidade. As falhas que podem ser observadas nesta metodologia são referentes a não
consideração das características particulares dos agregados, como o teor de finos, e a não
utilização do cimento nos estudos para determinação da composição. Devido a estes
fatores, a metodologia pode levar a uma mistura com pequeno volume de vazios, porém
sem coesão resultando em desperdícios devido ao elevado número de quebras e trincas
nos blocos quando no estado fresco. A utilização de um terceiro agregado, também pode
ser algo maléfico na determinação da mistura, pois com o incremento de finos há um
aumento da superfície específica o que irá refletir negativamente nas resistências,
principalmente para os traços com baixo teor de cimento.
Esta metodologia de dosagem foi desenvolvida por Tango (1994)31 apud Buttler (2007). O
autor desenvolveu uma adaptação do método de dosagem para concretos plásticos do
IPT/EPUSP, aplicando a metodologia para o proporcionamento de uma mistura de concreto
de consistência seca.
Segundo Buttler (2007), o autor coloca a compacidade da mistura fresca como função do
equipamento de vibro-prensagem a ser utilizado, do método de moldagem e do teor de água
31
TANGO, C. E. Fundamentos de dosagem de concreto para blocos estruturais. In:
INTERNATIONAL SEMINAR ON STRUCTURAL MASONRY FOR DEVELOPING COUNTRIES, 5.,
1994, Florianópolis. Anais… Santa Catarina, 1994.
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D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 60
/ materiais secos, afirmando que para dado traço de concreto existe um teor ótimo de
umidade que irá resultar em uma mistura de maior compacidade. Basicamente o método se
subdivide em seis etapas principais (FRASSON JÚNIOR, 200?b; RIBEIRO, 2005;
BUTTLER, 2007), sendo elas:
1. Primeiramente é realizado um ajuste dos agregados que irão compor a mistura, sendo
recomendada a utilização de agregados com diâmetro máximo inferior que a metade do
menor vazio entre as paredes das fôrmas;
(2.2)
em que:
fbd,j = resistência média visada ou resistência de dosagem na idade de “j” dias;
fbk,j = resistência característica requerida na idade de “j” dias;
knt.s = desviao padrão da produção, dado pela Tabela 2.6.
Tabela 2.6 – Valores de knt.s em função do controle de produção da fábrica, adaptada de Tango (1994 apud
BUTTLER, 2007) e Frasson Júnior (200?b)
3. Determinação da estimativa dos teores de agregado / cimento (m). Sugere-se definir pelo
menos três traços de referência (rico, médio e pobre), cuidando-se para que a resistência
média de dosagem na idade de interesse fique dentro das resistências obtidas com estes
três traços.
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5. Confecção das misturas experimentais tomando-se como base os dados obtidos nos
passos anteriores e posterior moldagem dos blocos com estas misturas para realização de
ensaios de resistência à compressão;
6. Com base nas informações obtidas com os resultados dos ensaios à compressão, traça-
se o diagrama de dosagem para determinação dos traços a partir das resistências
características.
Frasson Júnior (2000) tece alguns comentários sobre esta metodologia de dosagem,
deixando claro que esta é bastante criteriosa em seus métodos, principalmente pela fixação
de uma umidade ótima e pelo controle de massa dos blocos. O que o autor considera falho
dentro desta metodologia é o fato de não se considerar a energia de adensamento dos
blocos, sendo esta dependente do tipo de maquinário a ser utilizado na fabricação, pois ao
se ignorar tal fator pode-se levar a desgastes excessivos dos equipamentos e perda da
produtividade devido ao aumento no tempo do ciclo de produção.
Como a metodologia foca seus esforços nas características dos agregados, são delimitados
alguns pontos para a utilização destes, sendo eles enumerados abaixo:
É sugerido que a mistura entre os agregados graúdos e miúdos tenha 100% do seu material
passante na peneira de malha 9,5 mm, com 20% a 30% da mistura ficando retida na peneira
de malha 4,8 mm;
Possuir uma quantidade mínima de finos entre 12% a 15% em volume passante na peneira
de malha 0,3 mm, em relação à mistura total, incluindo o cimento;
32
WILK, B.; GRANT, W. Proportioning concrete for product plants. Rock Products. Fevereiro, 1948,
p. 172-176.
33
MENZEL, C. A. Test of the fire resistance and strength of walls as concrete mansory units. Portland
Cement Association, 1934.
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D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 62
Tabela 2.7 – Sugestões de faixas granulométricas recomendadas para a produção de blocos, os dados contidos
na tabela são provenientes dos trabalhos de Buttler (2007) e Frasson Júnior (200?b)
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proporções de cimento / agregados totais variando entre 1:6, 1:7, 1:8, 1:9, 1:10 e 1:11. Os
ajustes nos equipamentos de vibro-prensagem devem ser feitos com a produção de alguns
traços determinados nos passos anteriores.
Frasson Júnior (2000) propôs em seu trabalho uma metodologia de dosagem que se baseia
única e exclusivamente em testes laboratoriais para determinação de uma composição entre
os materiais a serem utilizados nos concretos para produção de blocos. O que diferencia
sua metodologia das outras citadas anteriormente e a coloca em posição de destaque é o
fato de que esta dispensa testes em escala real, o que gera uma enorme economia de
tempo, esforço de trabalho e materiais.
O autor avaliou misturas e proporções de concretos secos que fossem mais adequadas para
a produção de blocos, para tal foram utilizados corpos de prova cilíndricos com dimensão de
5 cm x 10 cm, obtendo-se valores de resistência à compressão, coesão da mistura e
avaliação visual da textura superficial.
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Em seguida procede-se com o teste de coesão da mistura, que é feito pela compressão
diametral dos CPs em seu estado fresco, sendo proposto pelo autor o esquema mostrado
na Figura 2.10, onde será gerado um carregamento uniforme de aproximadamente 1 kg/s,
tendo o intervalo de valores mínimos de coesão entre 5 kg e 8 kg de carregamento no
recipiente a ser preenchido por água.
Figura 2.10 – Esquema do ensaio para determinação da coesão das misturas (Fonte: FRASSON JÚNIOR,
200?c).
Finalmente o autor propõe uma formulação que permite prever a resistência média dos
blocos, partindo da resistência encontrada para os corpos de prova cilíndricos:
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D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 65
(2.3)
em que:
Fbm = resistência dos blocos a serem moldados;
fcp = resistência média dos CPs cilíndricos de 5 cm x 10 cm;
Aliq = área líquida dos blocos;
Abrut = área bruta dos blocos
Abaixo serão enumeradas algumas pesquisas realizadas por distintos autores, avaliando-se
a incorporação dos agregados reciclados nos concretos para fabricação de blocos. A
utilização deste tipo de agregado é algo benéfico tanto do ponto de vista ambiental, como do
ponto de vista econômico (JADOVSKI, 2005), além de se fazer jus à imagem da engenharia
civil, que fica sendo bem vista por estar se preocupando com o reaproveitamento dos
resíduos gerados em suas atividades construtivas.
Porém como visto no exemplo citado por Levy (2001), sobre duas pontes construídas com
utilização de concreto fabricados com agregados reciclados, não se pode fazer utilização
deste tipo de agregado para fins estruturais sem um conhecimento prévio de suas
características e propriedades.
Poon, Kou e Lam (2002) avaliaram em seu estudo a incorporação de agregados reciclados,
provenientes principalmente de resíduos cimentícios, na mistura para produção de blocos de
vedação e blocos para pavimentação. Os autores utilizaram resíduos provenientes de dois
aterros públicos da cidade de Hong Kong para fabricação dos agregados reciclados
utilizados em sua pesquisa.
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Foram moldados corpos de prova cúbicos com dimensões de 225 x 105 x 75 mm para a
realização dos ensaios de resistência à compressão. Também foram produzidos blocos de
pavimentação na fábrica de artefatos de concreto, para verificação da viabilidade de
produção do traço desenvolvido na própria indústria.
Como conclusão os autores notaram que para níveis de substituição entre 25% a 50% a
incorporação de agregados reciclados tem pequeno efeito nos resultados de resistência à
compressão, porém para níveis mais altos de substituição a resistência a compressão
começa a ficar comprometida, em relação aos resultados esperados, porém ainda
demonstra valores altos de ruptura. Já para a resistência à flexão, seus valores aumentam
de acordo com o aumento da porcentagem de substituição de agregados reciclados.
Também foram obtidos resultados satisfatórios para os ensaios de retração por secagem em
todos os níveis de substituição.
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Dando continuidade à pesquisa iniciada por Araújo, Carasek e Cascudo (2010), os autores
Celestino, Araújo e Carasek (2012) produziram unidades de alvenaria com os traços
desenvolvidos na primeira pesquisa citada, variando-se também a quantidade de água de
amassamento e avaliando o quanto isto impactaria na resistência à compressão dos blocos.
Os blocos foram moldados com o mesmo traço desenvolvido anteriormente alcançando
bons resultados de resistência à compressão. Outro fator também avaliado pelos os autores
foi o aumento do teor de substituição de agregado natural por agregado reciclado, elevando
os valores até um total de 60%, o que resultou em concretos com resistências à compressão
satisfatórias, acima dos 6 MPa esperados inicialmente.
O autor avaliou várias propriedades físicas e mecânicas dos corpos de prova cilíndricos (5
cm x 10 cm), prosseguindo-se para a próxima etapa aonde seriam utilizadas as dosagens
que obtiveram os melhores resultados, perante as diversas análises de variância estudadas
pelo autor. As dosagens que apresentaram os melhores resultados foram utilizadas na
produção de 1600 blocos com dimensões de 140 mm x 190 mm x 290 mm, para as três
seguintes classes de resistência: 4,5 MPa; 8,0 MPa e 12,0 MPa aos 28 dias de idade.
Prosseguindo-se com a pesquisa foram feitas as seguintes avaliações físicas e mecânicas
dos blocos: análise dimensional; absorção de água e área líquida; massa específica e índice
de vazios; taxa de absorção inicial (IRA); absorção capilar; resistência à compressão;
resistência à tração indireta; módulo de deformação; retração por secagem. Além dos testes
com os blocos o autor avaliou o desempenho de mini-paredes de três fiadas com dimensões
de 60 cm x 60 cm, ensaiando-as pela resistência à compressão e módulo de deformação.
Foram também avaliadas as mesmas propriedades para prismas de três blocos.
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reciclados encontrada foi maior do que para os blocos produzidos com agregados naturais,
porém a magnitude deste fenômeno foi compatível com as recomendações normativas.
Para o estudo de viabilidade econômica feita pelo autor, todas as hipóteses adotadas
comprovaram a eficácia na utilização de agregados reciclados.
Pimienta et al. (199834 apud BUTTLER, 2007) trabalharam com a produção de blocos de
concreto, utilizando como matéria-prima o RCD. Em seu trabalho os autores avaliaram
propriedades como resistência à compressão, massa específica, variação dimensional,
34
PIMIENTA, P.; DELMOTTE, P.; TRAN, T.; COLOMBARD-PROUT, M. Recycled aggregate used for
making building blocks. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM: “SUSTAINABLE CONSTRUCTION: USE
OF RECYCLED CONCRETE AGGREGATE”, 1998, Londres. Proceedings… Grã Bretanha: Thomas
Telford, 1998, p. 297-307.
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Após moldagem dos blocos e avaliadas as suas propriedades, o autor concluiu que apesar
dos agregados reciclados apresentarem alta absorção de água os valores de absorção
ficaram próximos a 8,5%, ou seja, abaixo do que é recomendado na NBR 12118 (1991),
sendo que o processo de cura úmida utilizado foi extremamente importante ao impedir a
rápida perda de água dos blocos, favorecendo assim a hidratação dos compostos do
cimento o que refletiu diretamente em níveis de resistência à compressão aos 7 dias de
idade das amostras muito próximos àqueles encontrados quando as amostras foram
ensaiadas com 28 dias.
Farias et al. (2005 apud BUTTLER, 2007) publicaram seu artigo relatando o trabalho
realizado com blocos de concreto e prismas, utilizando os RCD como fonte de matéria-
prima. O RCD utilizado foi proveniente da demolição de uma residência e por tal motivo era
composto prioritariamente por materiais cerâmicos contendo uma pequena parcela de
argamassa e concreto.
Na produção dos seus blocos os autores utilizaram cinco tipos distintos de traços, sendo
eles: 1:6; 1:7; 1:8; 1:10,6 e 1:13, utilizando como matéria-prima ambas as frações miúdas e
graúdas dos agregados reciclados, procedendo-se com a pré-saturação dos agregados,
devido a sua elevada absorção de água. Todos os blocos obtiverem valores de absorção de
água superior a 12%, sendo que somente os blocos produzidos com traço 1:6 alcançaram
resistências à compressão superiores a 3,0 MPa, porém para as outras unidades os valores
encontrados para este ensaio ficou entre 1,5 MPa e 2,8 MPa.
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Patto e Oliveira (200635 apud BUTTLER, 2007) também produziram unidades de alvenaria a
partir de componentes reciclados, estes advindos de RC de obras civis. Foram encontrados
valores de resistência à compressão em torno de 3,25 MPa, porém a absorção de água dos
blocos ficou acima do recomendado pelas normas vigentes, sendo encontrado pelos autores
valores como 16,2%.
Outros autores que trabalharam com blocos de concreto utilizando agregados provenientes
de RCD foram Sousa et al. (2002). Empregaram inicialmente corpos de prova 10 x 20 cm,
adensados em mesa vibratória, para definição das dosagens da mistura do concreto,
prosseguindo com a produção de blocos de concreto de 9 cm x 19 cm x 39 cm. Foram
avaliados parâmetros como a umidade de moldagem, massa específica, absorção de água
e resistência à compressão dos blocos.
Como conclusões, os autores encontraram para os CPs, que nas misturas com 30% de
substituição do agregado natural pelo agregado reciclado de RCD, os resultados não
obtiveram grandes alterações quando comparados aos resultados encontrados para os CPs
de referência, produzidos somente com agregados naturais. Em relação à avaliação
realizada para os blocos, pode-se observar que para as séries com utilização de fração
graúda e miúda, com níveis de substituição de 30% e 50% de agregado natural por
agregado reciclado, os resultados de absorção e resistência à compressão ficaram abaixo
daqueles recomendados na NBR 6136 (2007). Entretanto, para as séries que utilizaram
somente a fração graúda reciclada, para um nível de substituição de 40% em relação ao
total de agregados, os resultados encontrados foram satisfatórios, atendendo as
recomendações da NBR 6136 (2007). Por fim os autores comprovam a potencialidade da
utilização de agregados reciclados, alertando para a utilização da fração miúda (< 2,4 mm),
sendo esta responsável por resultados indesejados.
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Em outro trabalho mais recente, Soutsos, Tang e Millard (2011) investigaram a adição de
agregados reciclados na produção de concretos secos para moldagem de blocos de
concreto, tendo como objetivo inicial a determinação dos níveis de substituição em que as
características mecânicas dos blocos produzidos não fossem afetadas, sem proceder com
maior adição de quantidade de cimento na mistura.
Pode-se concluir a partir da literatura que os autores estão em concordância sobre alguns
fatores: a utilização de agregados reciclados para produção de blocos de concreto é algo
tecnicamente viável, desde que sejam conhecidas previamente as propriedades dos
agregados; utilizando-se agregados provenientes de RC, podem-se produzir blocos de
concreto com níveis de substituição variando entre 25% e 50% sem prejuízo nas
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
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propriedades físicas e mecânicas dos blocos, porém quando os agregados utilizados são
provenientes de RCD, deve-se fazer uma correta caracterização do resíduo e dos
agregados produzidos, sendo que os níveis de substituição para este tipo de agregado
sempre será menor do que para os agregados provenientes de RC; de maneira geral os
blocos produzidos com agregados reciclados tendem a terem maiores taxas de absorção de
água e maior retração por secagem quando comparados aos blocos produzidos com
agregados naturais, devido à maior porosidade dos agregados reciclados.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 2
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
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A primeira parte da metodologia desenvolvida teve como objetivo fazer uma análise global
do processo de produção dos blocos de concreto na obra. Para isto, inicialmente, foi
realizada uma reunião, dentro do próprio canteiro de obra, com a presença do pesquisador e
seus orientadores e do engenheiro responsável pela execução da edificação, a fim de se
coletar informações inerentes ao processo produtivo dos blocos, no qual a construtora
objetivava implementar melhorias.
Foram feitas visitas à obra para preenchimento de um check-list dos serviços inerentes ao
processo produtivo dos blocos de concreto, também sendo coletadas informações a partir
de entrevistas feitas com o engenheiro da obra, mestre de obra, encarregado e operários
envolvidos no processo. Na Tabela 3.1 são apresentados os itens que foram verificados
nesta avaliação.
Tabela 3.1 – Check-list utilizado para coleta de dados relativos ao processo de produção de blocos de concreto.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
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P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
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Para melhor entendimento do leitor sobre o layout de produção dos blocos no canteiro de
obra, o autor dividiu toda a área em cinco níveis distintos, sendo estes: o nível de
recebimento e estocagem de materiais, produção do agregado reciclado, produção do
concreto, produção dos blocos pela máquina de vibro-compressão e, finalmente, o nível de
cura e estocagem dos blocos.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 77
Figura 3.2 – Vista geral da edificação cuja produção de blocos no canteiro de obra foi objeto de estudo da
pesquisa.
3.2. VARIÁVEIS
Para atingir os objetivos desta pesquisa foram arbitradas as variáveis descritas a seguir.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 78
substituição de 30%, 40%, 50%, 60%, 70%, 80%, 90% e 100%. Para o Traço C foi alterada
a proporção cimento:agregados, acrescentando maior quantidade de agregado reciclado e
mantendo-se a proporção de areia artificial, colocando proporções de agregado reciclado
que variaram de 3,75 a 11, de uma em uma unidade, resultando em traços de 1:13,75 a
1:21.
Tabela 3.2 – Traços utilizados na pesquisa de acordo com a relação cimento:agregado (em massa).
PROPORCIONAMENTO DE MATERIAL
MATERIAL
TRAÇO A TRAÇO B TRAÇO C
Cimento 1 1 1
Areia artificial 11,5 0a8 10
Agregado reciclado - 3,5 a 11,5 3,75 a 11
Pedrisco 6,5 6,5 -
Relação
1:18 1:18 1:13,75 a 1:21
cimento:agregados
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
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A quantidade de cimento empregada nos traços de concreto para produção de blocos influi
diretamente na resistência à compressão destes, sendo que quanto menor a quantidade de
cimento a ser utilizada, menores são os valores de resistência à compressão esperados,
porém este proporcionamento deve ser estudado e balanceado a fim de se encontrar um
valor mínimo a ser utilizado que garanta as características exigíveis, pois a utilização em
maior quantidade do que aquela necessária deste material impacta nos custos dos materiais
utilizados na produção.
Tipo de cura – o tipo de cura foi a última variável analisada nesta pesquisa,
objetivando a comprovação de que se pode alcançar resistências maiores em idades
mais jovens, o que reflete nos períodos do ciclo de produção dos blocos dentro do
canteiro, possibilitando a utilização dos blocos em poucos dias após a produção
eliminando um dos gargalos na produção, devido ao reduzido espaço no canteiro.
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3.3. MATERIAIS
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AREIA ARTIFICIAL
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PEDRISCO
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
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10%
20%
30%
70%
80%
90%
100%
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Cimento Portland: o cimento escolhido para a pesquisa foi de único tipo, corrente no
mercado regional – cimento Portland CP V-ARI, cuja caracterização foi fornecida
pelo fabricante e está apresenta na Tabela 3.6.
ENSAIOS QUÍMICOS
ENSAIOS METODOLOGIA UN. RESULTADO EXIGÊNCIAS
Resíduo Insolúvel - RI ABNT NM 15/04 % --- ≤ 1,0
Perda ao Fogo - PF ABNT NM 18/04 % 2,50 ≤ 4,5
Óxido de Magnésio - MgO ABNT NM 21/04 % 1,38 ≤ 6,5
Trióxido de Enxofre – SO3 ABNT NM 16/09 % 2,89 ≤ 4,5
Anidrido Carbônico – CO2 ABNT NM 20/09 % --- ≤ 3,0
ENSAIOS FÍSICOS
ENSAIOS METODOLOGIA UN. RESULTADO EXIGÊNCIAS
Área específica (Blaine) ABNT NM 76/98 cm² / g 4.276 ≥ 3.000
Massa específica ABNT NM 23/01 g / cm³ 3,12 não aplicável
ABNT NBR
Resíduo na peneira #200 % 0,18 ≤ 6,0
11579/91
ABNT NBR
Resíduo na peneira #325 % 1,70 não aplicável
11826/93
Água de consistência normal ABNT NM 43/03 % 30,0 não aplicável
Início de pega ABNT NM 65/03 minutos 90 ≥ 60
Fim de pega ABNT NM 65/03 minutos 140 ≤ 600
ABNT NBR
Expansibilidade à quente mm 0,00 ≤ 5,0
11582/91
ENSAIOS MECÂNICOS
DESVIO
ENSAIOS Unidade. RESULTADO EXIGÊNCIAS
PAD.
Resistência à compressão – 1 dia MPa --- 28,6 14,0
Resistência à compressão – 3 dias MPa --- 42,8 24,0
Resistência à compressão – 7 dias MPa --- 49,9 34,0
Resistência à compressão – 28
MPa --- 57,7 n. aplicável
dias
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Figura 3.6 – Separação de todo material utilizado no programa experimental laboratorial: (a) agregado miúdo;
(b) agregado graúdo; (c) agregado reciclado; (d) cimento.
(c)
(d)
(a)
(b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
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Figura 3.7 – Agregados utilizados na pesquisa: (a) agregado miúdo; (b) agregado graúdo; (c) agregado
reciclado.
escala: 10mm
3.4. ESTUDO DE DOSAGEM
O estudo de dosagem da presente pesquisa ficou dividido em duas grandes partes, sendo a
primeira destas desenvolvida no canteiro de obra e a outra parte desenvolvida em
laboratório. Ambas as partes do estudo de dosagem se complementaram, sendo
necessários estudos preliminares realizados em obra, possibilitando assim o início de todo o
programa experimental. Após caracterizados as condições de moldagem da máquina vibro-
prensa e ensaiados os blocos referência, pode-se iniciar a parte experimental laboratorial de
moldagem de corpos de prova cilíndricos segundo metodologia desenvolvida por Frasson Jr.
(2000), sendo moldado um total de 136 corpos de prova (CPs) cilíndricos.
Para se proceder com a moldagem dos corpos de prova, fez-se necessário conhecer a
densidade média de moldagem dos blocos de concreto produzidos na máquina de vibro-
compressão (FRASSON JR., 2000). A densidade de moldagem é uma característica única
de cada modelo de máquina de bloco e ao se determinar esta densidade é possível
reproduzi-la na moldagem dos corpos de prova cilíndricos, garantindo uma analogia entre
CP e bloco de concreto. Como o molde metálico a ser utilizado na moldagem dos CPs tem
volume fixo, para se determinar a densidade de moldagem basta saber qual o valor da
densidade que se deseja moldar o CP e pesar os materiais antes do início do processo de
moldagem, garantindo que todo aquele material previamente pesado ocupe o volume final
do CP que possuí 5 cm de diâmetro e 10 cm de altura.
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D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 88
Figura 3.8 – Determinação da massa dos blocos recém-moldados: (a) Blocos antes da pesagem; (b) Conjunto
blocos e prancha de madeira sendo pesados.
(a) (b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 89
Figura 3.9 – Blocos imersos em água por 24 horas: (a) tanque 1; (b) tanque 2.
(a) (b)
Figura 3.10 – Bloco de concreto na condição saturado superfície seca antes do início do ensaio: (a) secagem da
superfície do bloco; (b) bloco preparado para imersão.
(a) (b)
Figura 3.11 – Determinação do volume: (a) Recipiente preenchido com água e dotado de extravasor para
imersão dos blocos de concreto; (b) Balde posicionado abaixo da caixa preenchida com água para medir volume
de água deslocado.
(a) (b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 90
Figura 3.12 – Determinação do volume: (a) Bloco de concreto imerso em água; (b) Coleta da água deslocada
para determinação do volume.
(a) (b)
3.4.2. Moldagem
A moldagem dos corpos de prova cilíndricos (CPs) seguiu a metodologia proposta por
Frasson Jr. (2000). Para se proceder com a moldagem dos CPs de 5 cm de diâmetro e
10 cm de altura, foram utilizados moldes tripartidos com dimensões de 50 mm de diâmetro
interno e 130 mm de altura. Os CPs foram produzidos com concreto “seco” e por este
motivo foram retirados das formas logo após sua moldagem, procedimento este que foi
facilitado pelo molde tripartido.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 91
2 3
4
5 6 7
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 92
Após homogeneização da massa de concreto, esta era subdividida em quatro partes iguais
que eram adensadas separadamente dentro do molde cilíndrico em quatro camadas, sendo
compactadas com soquete metálico aplicando-se 20 golpes em cada camada. A força
aplicada em cada camada foi distribuída igualmente a fim de se ter um CP com altura final
de 103 mm, onde o acabamento final da altura era executado com um “picolé de technyl”
que tem curso de penetração dentro do molde metálico de 30 mm, aplicando-se de 10 a 15
golpes com o martelo de borracha até se alcançar a altura final do CP de 100 mm.
Para determinação da resistência média de cada série estudada eram moldados quatro
CPs, sendo que o valor da resistência adotada era aquele obtido a partir da média aritmética
simples dos valores de cada corpo de prova, excluindo-se aqueles valores que se
apresentavam como espúrios a partir do Teste de Grubbs e Teste de Dixon aplicados para
cada grupo de valores.
Figura 3.14 – Sequência de moldagem dos CPs cilíndricos (Adaptado de: FRASSON JR., 2000).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 93
Figura 3.15 – Moldagem: (a) Equipamentos utilizados no preparo do concreto seco; (b) Corpo de prova recém-
moldado.
(a) (b)
Figura 3.16 – Esquema do equipamento a ser utilizado no ensaio de coesão do concreto no estado fresco.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 94
Figura 3.17 – Ensaio de coesão sendo executado no laboratório: (a) CPs sob ação de carregamento uniforme;
(b) CPs esmagados ao final do ensaio.
(a) (b)
A importância deste ensaio para a pesquisa se dá pelo fato de que a partir de valores
numéricos para a coesão da massa de concreto, pode-se excluir suspeitas das causas de
fissuração e quebra de blocos no estado fresco, uma vez que se a massa produzida
apresenta boa coesão não é o proporcionamento dos agregados que deve ser alterado
como maneira viável de se corrigir o problema. Frasson Jr. (2000) relata que os valores
mínimos para a coesão devem estar em um faixa variando entre 5 kg a 8 kg.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 95
sua resistência à compressão (FRASSON JR., 2000), porém deve-se evitar densidades
elevadas, pois estas irão impactar no tempo de ciclo de produção dos blocos e no desgaste
pré-maturo da máquina vibro-prensa.
Os CPs moldados nesta etapa foram produzidos com concreto referência (Traço A), sendo
este o mesmo utilizado na produção dos blocos ensaiados para determinação da densidade
de moldagem da máquina vibro-prensa. Foram produzidos um total de 12 corpos de prova,
sendo quatro CPs para cada série avaliada (M1S1; M1S2 e M1S3).
Nesta etapa o procedimento de cura utilizado para os CPs foi o mesmo utilizado no canteiro
de obra nos blocos que foram ensaiados para determinação da densidade de moldagem
(item 3.4.1), ou seja, cura ambiente sendo que o ensaio de resistência à compressão foi
realizado aos 28 dias de idade. O objetivo de se executar o mesmo procedimento de cura e
ensaiar estes CPs com a mesma idade dos ensaios realizados nos blocos do item 3.4.1, foi
que desta maneira seria possível se determinar uma correlação entre os resultados dos
blocos e dos CPs. Na Figura 3.18 é ilustrado a moldagem dos CPs desta etapa. A equação
3.1 representa a determinação do Coeficiente de Previsão de Resistência entre CPs e
blocos.
(3.1)
em que:
CPfb = coeficiente de previsão de resistência entre CPs e blocos de concreto;
fc CPs = valor médio da resistência a compressão obtida no corpo de prova cilíndrico;
fb = valor médio da resistência à compressão obtida no bloco de concreto.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 96
Figura 3.18 – Determinação da densidade ótima de moldagem: (a) Equipamentos utilizados na moldagem e
pesagem do concreto; (b) CPs após moldagem dispostos para cura ao ambiente.
(a) (b)
Nesta etapa as variáveis foram separadas de acordo com o traço avaliado. Para o Traço B
foram avaliadas umidades de moldagem variando-se entre 6% e 8%, em intervalos de 0,5%.
Já para o Traço C as umidades variaram entre 6% e 9,5%, em intervalos de 0,5%. Devido
ao fato do agregado reciclado possuir uma maior quantidade de finos, conforme ensaio de
caracterização realizado no item 3.3, este demanda maior quantidade de água no momento
da mistura do concreto, por este motivo a umidade do Traço C (que não tem em sua
composição o pedrisco – agregado graúdo) foi variada até o valor de 9,5%. Nesta etapa
foram moldados 4 CPs para cada umidade de moldagem, resultando no total de 52 CPs
moldados (séries M2S1 a M2S13). Na Figura 3.19 é ilustrado o processo de moldagem
desta etapa da pesquisa.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 97
Figura 3.19 – Determinação da umidade ótima de moldagem: (a) Equipamentos utilizados na moldagem; (b) CPs
após moldagem dispostos para cura ao ambiente.
(a) (b)
36
TANGO, C. E. Fundamentos de dosagem de concreto para blocos estruturais. In:
INTERNATIONAL SEMINAR ON STRUCTURAL MASONRY FOR DEVELOPING COUNTRIES, 5.,
1994, Florianópolis. Anais… Santa Catarina, 1994.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 98
Figura 3.20 – Variação do teor de resíduo no Traço B: (a) e (b) CPs após moldagem dispostos para cura ao
ambiente.
(a) (b)
Tabela 3.8 – Proporções cimento:agregado (em massa) utilizadas como variáveis no Traço C.
PROPORCIONAMENTO DE MATERIAL
MATERIAL
1:13,75 1:15 1:16 1:17 1:18 1:19 1:20 1:21
Cimento 1 1 1 1 1 1 1 1
Areia artificial 10 10 10 10 10 10 10 10
Agregado reciclado 3,75 5 6 7 8 9 10 11
SÉRIE M3S9 M3S10 M3S11 M3S12 M3S13 M3S14 M3S15 M3S16
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 99
Outro objetivo desta fase da pesquisa foi a avaliação do efeito da cura dos blocos de
concreto nos resultados dos ensaios de resistência à compressão. Para isto, a presente
etapa ficou subdividida em outras duas, sendo a primeira àquela definida pela produção de
blocos e avaliação de três distintos tipos de cura em escala reduzida e a segunda com a
produção de blocos, utilizando-se o mesmo traço, com a avaliação de outros três tipos de
cura em escala real de produção do canteiro.
Nesta etapa foram produzidos três lotes de blocos de concreto com a utilização do Traço C
Ótimo. Cada lote teve o seu processo de cura executado de maneira distinta, sendo estas:
cura úmida por aspersão manual de água, utilizando-se brocha; cura ao ambiente; e cura
com lona, envolvendo-se os blocos em lona juntamente com a prancha de madeira, ou seja,
foram envolvidos de quatro em quatro unidades.
No início das avaliações para execução desta etapa da pesquisa, pensou-se em controlar a
umidade dos agregados utilizados no proporcionamento do concreto, porém a partir de
observações feitas na rotina do canteiro de obra e das dificuldades encontradas na tentativa
de determinação da umidade dos agregados in loco, optou-se por se executar este controle
da mesma maneira na qual estava sendo executado antes do início da pesquisa, sendo
utilizado o tato do operador do misturador de concreto, assim como foram produzidos os
blocos referência com Traço A. A fim de se garantir homogeneidade na produção do
concreto, os mesmos testes qualitativos realizados com a massa de concreto produzida no
estudo de dosagem dos CPs cilíndricos foram executados nesta etapa com o concreto
produzido em obra.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 100
Além dos blocos de vedação, também foram produzidos 8 CPs com o mesmo concreto
produzido na obra, objetivando-se comprovar a aplicabilidade do coeficiente de previsão de
resistência entre CPs e blocos, correlação esta proposta no item 3.4.4. Os CPs foram
produzidos com a mesma densidade média determinada no item 3.4.1 e ensaiados com
idades de 7 e 28 dias, sendo estas as mesmas idades de realização de ensaios nos blocos.
Foram executados ensaios de determinação da umidade e absorção, área líquida, análise
dimensional e resistência à compressão, segundo a NBR 12118 (ABNT, 2011). Cada série
produzida recebeu uma nomenclatura específica, assim como no estudo de dosagem.
Foram produzidas quantidades determinadas de blocos para cada série, sendo estas:
Para as séries de cura com aspersão de água e cura ao ambiente foram produzidos 20
blocos, para realização de ensaios de determinação da resistência à compressão e
absorção de água nas idades de 7 e 28 dias, porém para a série de cura envolto em lona
produziu-se blocos para serem ensaiados somente com 7 dias de idade, devido ao fato de
que esta é mais representativa no ciclo de produção de blocos executado no canteiro de
obra. As Figuras 3.21 e 3.22 ilustram os blocos produzidos e os seus distintos processos de
cura.
Figura 3.21 – Blocos de concreto produzidos com Traço C: (a) blocos com processo de cura por aspersão
manual de água; (b) blocos com cura ao ambiente (lado esquerdo da gaiola).
(a) (b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 101
Figura 3.22 – Blocos de concreto produzidos com Traço C com processo de cura envolto em lona.
Uma das condições fixas nos três processos de cura executados foi o posicionamento dos
blocos na gaiola de cura. Uma segunda avaliação realizada nesta etapa foi a influência do
posicionamento dos blocos em prateleiras próximas ao solo (prateleira baixa) e prateleiras
mais altas dentro da gaiola de cura, sendo que esta avaliação somente foi feita para o
processo de cura com lona.
Os blocos de concreto desta etapa foram produzidos com o mesmo Traço Ótimo utilizado
na produção dos blocos do item 3.5.1. Foram produzidos blocos para execução de ensaios
de determinação da umidade e absorção, área líquida, análise dimensional, resistência à
compressão e retração por secagem segundo a NBR 12118 (ABNT, 2011), para as idades
de 7 dias e 28 dias.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 102
Na etapa descrita no item 3.5.1 a cura com lona realizada nos blocos foi executada com o
envolvimento das pranchas de madeira em lonas plásticas, porém este procedimento foi
adotado a fim de se ter um parâmetro inicial de avaliação, sendo que este não representa
fielmente o que seria realizado no canteiro de obra, pois a lona teria que estar envolvendo
toda a gaiola de cura, o que implica em um ambiente de cura um pouco diferenciado
daquele avaliado no item 3.5.1. Com o objetivo de se reproduzir com maior fidelidade o
procedimento que poderia ser adotado na produção dos blocos em obra, foram realizados
três distintos tipos de processos de cura, utilizando-se as gaiolas de cura utilizadas
rotineiramente no processo de produção.
Nesta etapa da pesquisa foram produzidos 5 lotes de blocos de concreto, ou seja, 5 séries,
sendo que cada série produzida recebeu uma nomenclatura específica, assim como no item
3.5.1, produzindo-se uma quantidade determinada de blocos para cada série, sendo estas:
Processo de cura em gaiola envolta com lona, blocos da prateleira alta – 20 blocos
(MB5S2);
Processo de cura em gaiola envolta com lona, blocos da prateleira baixa – 20 blocos
(MB5S3);
Processo de cura em gaiola envolta com lona e bandeja com lâmina d’água (3 blocos
foram ensaiados quanto à retração por secagem - MB5S4) – 23 blocos;
A fim de se facilitar o entendimento na Figura 3.23 é ilustrado a gaiola de cura com os seus
elementos.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 103
As Figuras 3.24 e 3.25 ilustram as três vistas da gaiola de cura com suas dimensões
aproximadas em centímetros. Observe que existem 5 prateleiras para disposição dos
blocos.
Figura 3.24 – Vista Frontal e Lateral da gaiola de cura com dimensões aproximadas em centímetros.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 104
Figura 3.25 – Vista Superior da gaiola de cura com dimensões aproximadas em centímetros.
Para cada série avaliada foram produzidos 10 blocos por idade a ser ensaiada, sendo que
7 blocos eram destinados aos ensaios de resistência à compressão e 3 blocos para
determinação da umidade, absorção, área líquida e análise dimensional. Somente na série
MB5S4 (cura em gaiola envolta com lona e bandeja com lâmina d’água) foram produzidos
3 blocos a mais do que nas demais séries, pois estes foram os blocos destinados ao ensaio
de determinação da retração por secagem. As Figuras 3.26, 3.27 e 3.28 ilustram o esquema
de posicionamento dos blocos para os distintos processos de cura executados.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 105
Figura 3.27 – Esquema do processo de cura em gaiola envolta com lona e bandeja com lâmina d’água.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 106
Figura 3.29 – Blocos posicionado nas gaiolas de cura: (a) blocos preparados para o processo de cura com lona;
(b) blocos preparada para o processo de cura ao ambiente.
(a) (b)
Figura 3.30 – Blocos preparados para o processo de cura com lona e presença de bandeja com lâmina d’água.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 107
Figura 3.31 – Início do processo de cura para as cinco séries produzidas: (a) cura com lona; (b) cura ao
ambiente; (c) cura com lona e presença de bandeja com lâmina d’água.
(a) (c)
(b)
3.6. MÉTODOS
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 108
Figura 3.32 – Prensa hidráulica: (a) posicionamento do bloco; (b) ensaio sendo realizado.
(a) (b)
O capeamento dos blocos foi executado com nata de cimento, sendo executado sobre
bancadas de granito para garantir a planicidade do capeamento. Outro cuidado que foi
levado em consideração foi a umidade dos blocos no momento dos ensaios, pois segundo a
NBR 12118 (ABNT, 2011) o teor de umidade relativa média deve atender à condição de (35
± 10)%, devido ao surgimento de pressões hidrostáticas de origem secundária em
carregamentos axiais, o que invalidaria os resultados. Para que os blocos não
apresentassem teores de umidade altos, todas as unidades foram secas em estufa durante
um período de 24 h antes da realização do ensaio. A secagem dos blocos em estufa e os
blocos capeados são apresentados na Figura 3.33.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 109
Figura 3.33 – Preparação dos blocos para o ensaio de determinação da resistência à compressão: (a) blocos
sendo secados em estuda. (b) blocos capeados com nata de cimento prontos para serem ensaiados.
(a) (b)
Com relação aos corpos de prova cilíndricos, estes foram ensaiados segundo sua
compressão axial em prensa hidráulica com as mesmas características da prensa utilizada
para determinação da resistência à compressão dos blocos de concreto descrita no item
3.6.1.1. Todos os CPs do estudo de dosagem tiveram o mesmo processo de cura, sendo
este a cura ao ambiente até a idade de realização do ensaio. Na Figura 3.34 é ilustrado o
ensaio sendo realizado nos CPs cilíndricos.
Figura 3.34 – Determinação da resistência à compressão para os CPs cilíndricos: (a) ensaio sendo executado;
(b) CP após finalização do ensaio.
(a) (b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 110
Para determinação da massa dos blocos foi utilizada balança da marca Scala com precisão
de 1 g, sendo que está mesma balança foi acoplada a um aparato a fim de se determinar a
massa da amostra imersa em água, ou seja, massa determinada por uma balança
hidrostática. Outro equipamento utilizado neste ensaio foi estufa com capacidade de elevar
a temperatura dos blocos a 110 oC com variação de ±5oC.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 111
Figura 3.35 – Determinação da massa m2: (a) tanques de imersão dos blocos; (b) blocos submersos em água por
um período de 24 horas.
(a) (b)
Figura 3.36 – Determinação da massa m2: (a) drenagem dos blocos em tela por 60 segundos; (b) remoção da
água superficial com pano seco.
(a) (b)
Para se proceder com a determinação da área líquida dos blocos fez-se necessário a
determinação das dimensões das amostras, sendo anotados os valores das médias de pelo
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 112
(3.2)
em que:
a = é a absorção total, expressa em porcentagem (%);
m1 = massa do bloco seco em estufa, expressa em gramas (g);
m2 = massa do bloco saturado, expressa em gramas (g).
(3.3)
em que:
Aliq = é a área líquida, expressa em milímetros quadrados (mm²);
m2 = massa do bloco saturado, expressa em gramas (g).
m4 = massa aparente do bloco, expressa em gramas (g);
h = altura média do bloco, expressa em milímetros (mm);
ᵞ = massa específica da água utilizada no ensaio, expressa em gramas por cm cúbico
(g/cm³).
Figura 3.38 – Esquema do aparato utilizado para determinação da massa aparente.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 113
Figura 3.39 – Determinação da massa aparente: (a) aparato utilizado para determinação da massa aparente;
(b) bloco submerso em água para determinação da massa aparente.
(a) (b)
Inicialmente foram coladas às paredes dos blocos, próximas aos eixos das duas faces
longitudinais externas, bases de medida com uma barra de referência. Dando-se
prosseguimento ao ensaio o procedimento de medida foi executado da seguinte maneira:
a) Os blocos foram imersos em água com temperatura (23 ± 1)oC por um período de 48
horas;
c) Determinou-se a massa do bloco saturado com superfície seca, assim como descrito
no item 3.6.2;
d) Após retirados do tanque com água, os blocos foram mantidos por um período de
48 horas em ambiente com temperatura de (24 ± 8)oC e umidade relativa do ar
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 114
( ) (3.4)
em que:
S = é a retração linear por secagem, expressa em porcentagem (%);
L = é a variação média da dimensão do bloco entre a condição saturada e o ponto de
constância de massa ou de comprimento, expressa em milímetros (mm);
G = é o comprimento médio das bases de medida do bloco, expresso em milímetros (mm).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 115
Para determinação da massa da amostra de concreto foi utilizada balança da marca Bel
com precisão de 0,1 g. Outro equipamento utilizado neste ensaio foi estufa com capacidade
de elevar a temperatura da amostra a 105oC com variação de ±5oC.
O procedimento realizado é de simples execução e foi feito com uma amostra do concreto
seco dosado em obra. A amostra em questão foi levada ao laboratório dentro de um
recipiente plástico, para que desta maneira fossem mantidas as características reais da
homogeneização do concreto em obra. Deve-se salientar que a obra onde foi produzido o
concreto está localizada próximo ao laboratório no qual foi executado o ensaio, distando
cerca de 500 m, devido a este fator o tempo de transporte não poderia ser responsável por
alterações nos resultados obtidos.
( ) (3.5)
em que:
w = é a umidade da amostra de concreto, expressa em porcentagem (%);
mu = é a massa úmida da amostra de concreto, expressa em gramas (g);
ms = é a massa seca da amostra de concreto, expressa em gramas (g).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 116
O teste ANOVA proporciona a avaliação da influência das variáveis, que neste caso é o tipo
do processo de cura aplicado a cada conjunto de blocos, sendo que o proporcionamento de
materiais (traço), umidade de moldagem e processo de fabricação foram os mesmos para
os blocos ensaiados com 7 e 28 dias. O resultado obtido no teste ANOVA permite afirmar se
as variáveis analisadas possuem ou não influência dentro do estudo que foi realizado.
Neste tipo de análise estatística dois valores são gerados nos resultados finais, sendo eles o
F e o Fcrítico. O valor de F é calculado a partir dos valores de variáveis presentes no
estudo, sendo que o valor de Fcrítico é uma variável dependente do nível de significância
adotado para o estudo, sendo utilizado neste caso o valor de 5%. Após calculado o valor de
F, a partir dos dados de resistência à compressão de cada grupo, este deve ser comparado
com o valor de Fcrítico, sendo que se F > Fcrítico, é possível afirmar que o parâmetro
avaliado influi significativamente no processo em questão, porém se F < Fcrítico pode-se
afirmar que o parâmetro avaliado não influi significativamente no processo. Quanto maior a
diferença entre os valores de F e Fcrítico, maior será a influência do parâmetro avaliado,
neste caso o tipo de cura.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 3
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por último, são apresentados os resultados dos ensaios de compressão axial, absorção de
água e retração por secagem dos blocos produzidos a partir do traço otimizado no programa
experimental laboratorial, bem como as análises estatísticas referentes aos resultados
obtidos com os distintos processos de cura avaliados.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 118
Na primeira visita realizada no canteiro pode-se observar alguns aspectos iniciais com
relação à estocagem dos agregados reciclados que não estava sendo executada da
maneira mais adequada, tendo em vista que estes eram estocados em baias ao ar livre o
que permitia a molhagem dos agregados nos períodos chuvosos. Uma das primeiras
melhorias vislumbradas foi a proposição de uma cobertura nesta área, pois mesmo sem
controle de umidade na produção do concreto dos blocos, isto evitaria que a massa de
concreto fosse produzida com umidade excessiva, o que poderia acarretar em perdas na
desforma e transporte das peças.
Inicialmente, utilizava-se na produção dos blocos o cimento CP II Z-32, o que não é ideal
para a produção de artefatos pré-moldados de concreto, pois as unidades são utilizadas
com poucos dias de idade. Por esta razão, sugeriu-se à equipe de produção que fosse
utilizado o cimento CP V-ARI, cimento este que proporciona um ganho de resistência inicial
mais rápido e que pode contribuir com a melhoria do processo produtivo, reduzindo as
quebras e fissuração dos blocos de concreto no seu manuseio nas primeiras idades. A partir
desta intervenção iniciou-se a pesquisa em laboratório; desta forma, neste trabalho não
foram avaliados traços com a utilização de CP II Z-32 como aglomerante.
Apesar da largura preconizada na norma NBR 6136 (ABNT, 2007) para os blocos de Classe
D ser de 11,5 cm, os blocos produzidos no canteiro, que foram objeto de estudo deste
trabalho, possuem dimensão de 12 cm X 19 cm X 39 cm. A opção, pelos engenheiros da
empresa, por utilizar blocos de 12 cm teve como objetivo reduzir custos com serviços de
requadração no reboco, pois as vigas de concreto armado possuem esta mesma largura da
base. Partindo-se deste pressuposto, os blocos não irão atender aos requisitos da norma
quanto à análise dimensional, porém se forem observados as dimensões medidas das
larguras dos blocos é possível concluir que estes seguem os padrões de tolerância exigidos
pela norma (± 2 mm para largura e ± 3 mm para altura e comprimento).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 119
Tabela 4.1 – Resultados de caracterização dos blocos sem resíduos produzidos em obra, utilizando o cimento
CP II Z – 32.
Materiais
Cimento (tipo/marca) No início da produção utilizava-se: CP II – Z
Ao decorrer da pesquisa passou a utilizar: CP V- ARI da marca
Nacional
Brita / areia Agregado graúdo: Pedrisco / Fornecedor: Pedreira Araguaia
(tipo/fornecedores) (Micaxisto)
Agregado miúdo: Areia artificial / Fornecedor: Pedreira Britenge
Agregado reciclado substitui Substitui agregado miúdo em proporções que giram em torno de
graúdo, miúdo ou ambos? 30% de substituição
Volume de agregado Recicla todo o resíduo de blocos e argamassa gerado no canteiro
reciclado produzido / mês
Volume de resíduo gerado Entre 22 a 23 m³/mês
Resíduo (material Argamassa de assentamento e pedaços blocos de concreto
predominante)
Água Da concessionária - Saneago
Aditivos Aditivo plastificante e desmoldante – Metal Desmold 114 (Metal
Chemical)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 120
Traço
Traço A: 1 : 11,5 : 6,5 = 1 : 18 (cimento:agregados)
20 kg de cimento CP-V ARI (Marca: Cimento Nacional)
230 kg de areia artificial
Para blocos convencionais
130 kg de pedrisco
50 mL de aditivo (Aditivo plastificante: Metal Desmold 114 – Metal
Chemical)
São utilizados dois traços:
Traço B: 1 : 8 : 3,5 : 6,5 = 1:18 (cimento:agregados)
20 kg de cimento CP-V ARI (Marca: Cimento Nacional)
160 kg de areia artificial
70 kg de agregado reciclado
130 kg de pedrisco
50 mL de aditivo (Aditivo plastificante: Metal Desmold 114 – Metal
Para blocos com resíduo Chemical)
Traço C: 1 : 10 : 3,75 = 1 : 13,75 (cimento:agregados sem
pedrisco)
20 kg de cimento CP-V ARI (Marca: Cimento Nacional)
200 kg de areia artificial
75 kg de agregado reciclado
50 mL de aditivo (Aditivo plastificante: Metal Desmold 114 – Metal
Chemical)
Controle de umidade Não há nenhum tipo de controle de umidade dos materiais e nem
(materiais / mistura) da mistura
Dosado em massa ou Dosagem feita em massa para a areia artificial e para o pedrisco
volume Dosagem feita em volume para o agregado reciclado e cimento
Equipamento e Equipe
Máquina de vibro- Máquina do tipo semi-automática hidráulica
compressão, tipo
(pneumático, mecânico,
hidráulico)
Marca / modelo MC Máquinas – MCH-01
Produção (hora / dia) A produção pode variar de acordo com a disponibilidade de
operários, porém como produção média pode se considerar o valor
de 2000 blocos por dia.
O equipamento tem capacidade para produção diária de 5000
peças.
Tempo preenchimento dos Aproximadamente 6 segundos
moldes?
Tempo de vibração / Aproximadamente 3 segundos
prensagem
Limpeza da superfície? Não é realizado o arrasamento da parte superior dos blocos
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 121
Características gerais
Dificuldades enfrentadas no - Escassez de espaço no canteiro de obras, por tal motivo
processo produtivo necessita fazer a cura em gaiolas verticais, o que gera a
necessidade de mais 2 (dois) operários para empilhar os blocos;
- Nível de instrução dos operários;
- Manutenção dos equipamentos e tempo de fluxo na troca das
matrizes.
Problemas evidenciados nos - Quebra excessiva logo após a desforma;
blocos - Dificuldade de se fazer controle da umidade;
- Dificuldade de controle dimensional das peças (padronizar altura);
- Fissura vertical nas paredes da largura do bloco evidenciadas em
diversas unidades.
Como se apresenta a textura Um pouco porosa (mais aberta)
superficial (+ aberta/fechada)
Há problemas com Há problemas na desforma, quebra excessiva de blocos. Deve-se
moldagem e/ou desforma? investigar se a coesão da mistura se encontra satisfatória.
(coesão)
Produção dos blocos está Sim, ao lado
próxima do local de cura?
Via de acesso produção-cura Sim, está regularizada com concreto desempenado, porém há
está regularizada? presenças de depressões e desníveis no piso.
Pavimentado?
Processo de cura
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 122
Outras informações
Quanto produz e quanto No início da pesquisa produzia-se 900 blocos/dia e comprava-se
compra de blocos? 1100 blocos/dia
Ao longo da investigação, em alguns dias foram produzidos uma
média de 2000 blocos/dia
Quais as dimensões dos - Bloco 12 x 19 x 39 cm (peso de ±12 a 13 kg saturado) 1 traço
blocos produzidos? (meio produz de 21 a 26 blocos;
blocos, blocos de amarração?) - Bloco 9 x 19 x 39 cm (peso de ±10 kg no estado fresco) 1
traço produz 32 blocos;
- Dois tipos de blocos de canto – 12 x 19 x 20 cm
- Consumo por laje: 3.900 unidades de 9 x 19 x 39 cm
3.400 unidades de 12 x 19 x 39 cm
Tem projeto de alvenaria de Existe projeto que auxilia na modulação de fiadas e aberturas
vedação? Ver modulação como janelas e portas.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 123
Figura 4.1 – Layout da etapa de recebimento e separação de materiais (desenho sem escala).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 124
Figura 4.2 – Baia de estocagem de agregados: (a) pedrisco; (b) areia artificial.
(a) (b)
Figura 4.3 – Furos na laje para passagem de agregados até a gaveta de pesagem da balança: (a) areia artificial;
(b) barra de aço para facilitar condução do material à balança.
(a) (b)
Figura 4.4 – Baia de estocagem de resíduo: (a) escada para condução até o nível +1,70 m; (b) detalhe do duto
vertical de descarte de resíduo.
(a) (b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 125
Figura 4.5 – Agregado reciclado: (a) britadores de mandíbula; (b) baia de estocagem de agregado reciclado,
detalhe ao fundo para passagem de agregado reciclado para o nível -1,50 m.
(a) (b)
O pedrisco e a areia artificial que foram separados na etapa anterior seguem para a gaveta
de pesagem da balança, caindo por gravidade do nível +1,50 m para o nível -1,50 m. O
agregado reciclado produzido pelos britadores é depositado, também por gravidade, em
uma pequena baia que fica no nível do misturador (nível -1,50 m), onde este tem seu
volume medido em baldes de volume fixo e despejado dentro do misturador (o peso do
balde completamente cheio com agregado reciclado foi previamente determinado). No
misturador trabalham de um a dois operários, dependendo da frequência de necessidade de
concreto na máquina vibro-prensa. Na Figura 4.6 é apresentado o layout do nível do
misturador e balança, para melhor ilustrar também são apresentadas as Figuras 4.7 a 4.10.
Figura 4.6 – Layout da etapa de preparo do concreto seco para produção dos blocos.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 126
Figura 4.7 – Pesagem dos agregados: (a) Furo para passagem de agregado direcionando o agregado até a
gaveta de pesagem da balança; (b) balança acoplada à gaveta.
(a) (b)
Figura 4.8 – Misturador de eixo vertical: (a) detalhe para alavanca da portinhola de passagem do concreto até a
máquina de bloco; (b) homogeneização do concreto.
(a) (b)
Figura 4.9 – Nível -1,50 m: (a) estocagem de agregado reciclado; (b) passagem do nível 0,00 para o nível
-1,50 m.
(a) (b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 127
Figura 4.10 – Nível -1,50 m (balança e misturador) e nível -3,00 m (cura, estoque e máquina vibro-prensa).
Nível -1,50 m
Nível -3,00 m
Ao final do processo de moldagem os blocos estão dispostos sobre uma pequena prancha
de madeira que é retirada do corpo da máquina por um operário com o auxílio de um
carrinho com garras, sendo encaminhados às gaiolas verticais de cura. Os blocos
permanecem de 24 h a 48 h nas gaiolas passando pelo processo de cura ao ambiente. Após
as 48 h os blocos são empilhados e posteriormente paletizados e no prazo de 48 h a 72 h os
blocos já estão no pavimento onde serão utilizados como elemento de vedação. Cada gaiola
vertical tem capacidade para 12 pranchas de madeira, podendo acomodar de 48 a 72 blocos
dependendo do seu tipo. Em cada palete são transportados 40 blocos. Na Figura 4.11 é
apresentado o layout do nível da máquina de vibro-compressão e das gaiolas de cura, para
melhor ilustrar também são mostradas as Figuras 4.12 a 4.17.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 128
Figura 4.11 – Layout da etapa de preparo do concreto seco para produção dos blocos.
Figura 4.12 – Máquina de vibro-compressão: (a) vista lateral; (b) detalhe para a passagem de concreto até a
gaveta alimentadora.
(a) (b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 129
Figura 4.13 – Produção dos blocos: (a) moldagem dos blocos na vibro-prensa; (b) carrinho para retirada das
pranchas de madeira.
(a) (b)
Figura 4.14 – Área de cura ao ambiente: (a) gaiolas de cura; (b) processo de cura sendo realizado.
(a) (b)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 130
Figura 4.16 – Envio de bloco ao estoque: (a) paletização de blocos endurecidos; (b) palete com primeira fiada
ordenada.
(a) (b)
Figura 4.17 – Estoque de blocos prontos nos paletes para serem levados aos pavimentos.
A partir dos dados apresentados no item 3.3 desta pesquisa, foi possível compor a
Tabela 4.7 onde são apresentados os resultados das dimensões máximas características,
massa específica, material pulverulento e absorção de água para cada agregado utilizado
no estudo de dosagem, a fim de se comparar os resultados de cada material.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 131
A amostra de concreto fresco coletada na moldagem dos blocos referência (Traço A) foi
levada ao Laboratório de Materiais de Construção da Escola de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás dentro de um recipiente plástico, com o intuito de não haver
perda de umidade em seu transporte.
Umidade
O valor de umidade determinada para o concreto fresco foi de 6,0%, sendo este valor
comumente adotado como umidade ótima na produção de blocos de concreto sem utilização
de agregados reciclados (FRASSON JR., 2000). Os valores individuais para determinação
da umidade da massa de concreto fresco estão apresentados no apêndice A desta
dissertação.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 132
Coesão
Foram executadas duas leituras neste ensaio; na primeira delas os CPs recém-moldados
foram esmagados com carga de 8,18 kg e na segunda 8,72 kg. Os resultados comprovaram
a boa coesão da massa que deveria apresentar resultados mínimos variando entre os
valores de 5 kg a 8 kg (FRASSON JR., 2000). Este resultado descarta as suspeitas feitas no
levantamento inicial de produção no canteiro de falta de coesão da mistura para o
surgimento de fissuras verticais nas paredes dos blocos e perdas com a quebra destes no
transporte entre a máquina de vibro-compressão e as gaiolas de cura.
Os blocos atenderam aos requisitos da norma quanto à absorção de água, sendo que o
valor médio de absorção foi de 8,6% e a norma especifica que este valor seja menor ou
igual a 10%. Também foram atendidos aos requisitos de análise visual e análise
dimensional, sendo que para a análise dimensional pode-se observar que os blocos
seguem os padrões de tolerância exigidos pela norma NBR 6136 (ABNT, 2007) (± 2 mm
para largura e ± 3 mm para altura e comprimento).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 133
A partir dos resultados obtidos pode-se observar que os blocos de referência atenderam a
todos os requisitos da norma NBR 6136 (ABNT, 2007), sendo que o único problema
detectado foram as fissuras verticais e as quebras de blocos advindos do transporte destes
em seu estado fresco até as gaiolas de cura.
Serão apresentados aqui os resultados obtidos no estudo de dosagem descrito no item 3.4.
Mais especificamente, trata-se dos resultados do estudo de dosagem laboratorial, sendo
este desenvolvido em quatro etapas, descritas anteriormente nos itens 3.4.4, 3.4.5, 3.4.6 e
3.4.7 da metodologia.
Nesta etapa o traço de referência (Traço A), produzido para a fabricação dos blocos de
referência, foi reproduzido em laboratório seguindo-se a mesma proporção de materiais
utilizada em obra e a mesma umidade de moldagem (6%), sendo que a única variável
avaliada na moldagem foi a densidade de cada corpo de prova produzido. Na Figura 4.18 é
apresentado o gráfico com os resultados dos ensaios.
Os CPs tem diâmetro de 5 cm e altura de 10 cm, ou seja, seu volume é fixo com 0,196 dm³.
Para garantir as densidades requeridas de moldagem o material foi previamente pesado,
obtendo-se a seguinte quantidade de material para cada série:
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 134
Figura 4.18 – Relação entre a densidade de moldagem e a resistência à compressão (Traço A - Referência).
Resistência à compressão (MPa)
6,00
5,35
5,00
4,00 4,15
y = 10,055x - 17,845
3,33
3,00 R² = 0,9878
2,00
1,00
0,00
2,05 2,10 2,15 2,20 2,25 2,30 2,35
Densidade de moldagem (kg/dm³)
Observa-se que a resistência à compressão dos corpos de prova aos 28 dias de idade
apresentou uma boa correlação (R2 = 0,99) com a densidade de moldagem.
A partir dos dados desta etapa pode-se verificar, conforme esperado, que quanto mais
denso os blocos moldados melhores serão seus resultados de resistência à compressão
(FRASSON JR., 2000).
Na moldagem da série M1RS3 (densidade alta) com densidade de 2,3 kg/dm³ observou-se
certa dificuldade em se executar o acabamento da altura final do CP, porém para a série
M1RS1 (densidade baixa) moldada com densidade de 2,1 kg/dm³ faltou material para o
acabamento da altura final do CP. Para a série M1RS2 (densidade média) moldada com
densidade de 2,2 kg/dm³ foi possível realizar o acabamento da altura final do CP com 3 a 5
golpes do martelo de borracha no “picolé de technyl”, concluindo-se que a densidade ótima
de moldagem estaria entre os valores de 2,2 kg/dm³ a 2,3 kg/dm³.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 135
(4.1)
Na segunda etapa do programa experimental, a moldagem dos CPs foi realizada com a
densidade média de 2,25 kg/dm³, sendo este o valor intermediário entre as séries 2 e 3 da
moldagem executada no item 4.5.1. O valor inicial de partida para variação dos teores de
umidade foi de 6%, correspondente à umidade determinada no concreto produzido no
canteiro de obra e utilizado na produção do bloco de referência, sendo este valor
apresentado no item 4.4.1.
A partir das características qualitativas observadas chegou-se a conclusão que para o traço
dosado com utilização de agregados reciclados, areia artificial e pedrisco (Traço B) a
umidade ótima de moldagem seria de 7% e para o traço dosado com utilização
exclusivamente de agregado reciclado e areia artificial (Traço C) esta estaria entre valores
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 136
de 8,0% a 8,5%, pois as duas umidades apresentaram boas características tanto na massa
de concreto como no processo produtivo de moldagem.
Assim, os valores destes CPs com 6% de umidade devem ser desconsiderados na análise,
pois a moldagem de blocos com estas características na massa de concreto fica
inviabilizada devido ao alto grau de esforço mecânico que seria necessário no momento da
moldagem, por este motivo estes valores assim como o valor da umidade de 7,5% na
moldagem do Traço C foram considerados como espúrios e retirados da representação dos
gráficos. As Figuras 4.19 e 4.20 apresentam os gráficos com os resultados de resistência à
compressão para os traços B e C.
4,95
Resistência à compressão (MPa)
4,90 4,91
4,85
4,80
4,75
4,70
4,65
4,63 4,62
4,60
4,55 4,56
4,50
6,00% 6,50% 7,00% 7,50% 8,00% 8,50%
Umidade (%)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 137
6,20
Resistência à compressão (MPa)
6,10 6,11
6,07
6,00
5,90 5,91
5,80
5,72
5,70
y = -2179,9x2 + 350,55x - 8,0112
5,65
R² = 0,8793
5,60
5,57
5,50
6,00% 6,50% 7,00% 7,50% 8,00% 8,50% 9,00% 9,50%
Umidade (%)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 138
Nesta etapa os CPs foram moldados com densidade de 2,20 kg/dm³ devido às dificuldades
enfrentadas na produção de alguns CPs da etapa correspondente à determinação da
umidade ótima. A umidade de moldagem utilizada foi àquela determinada na etapa descrita
no item 3.4.5, cujo resultado está apresentado em 4.4.2, ou seja, 7% para o Traço B.
Na Figura 4.21 é ilustrado o gráfico das resistências à compressão obtidas para o Traço B,
variando-se o teor de substituição da areia artificial por agregado reciclado.
37
Figura 4.21 – Resistência à compressão em função do teor de substituição de areia artificial por agregado
reciclado no Traço B.
5,00 5,01
Resistência à compressão (MPa)
4,95
4,90
4,83 y = 0,8394x + 4,1898
4,80
R² = 0,7735
4,70
4,65
4,60
4,50
4,47
4,40 4,42
4,30
30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Porcentagem de substituição de areia artificial por agregado reciclado (%)
No gráfico da Figura 4.21 pode-se observar que os valores de resistência à compressão dos
CPs moldados com o Traço B não seguiram uma linha de tendência natural esperada, que
seria do decréscimo da resistência com o aumento do teor de substituição de agregados
reciclados (ARAÚJO; CARASEK; CASCUDO, 2010; RIBEIRO, 2005). No entanto, não se
pode esquecer a natureza do agregado reciclado empregado nesta pesquisa, que é de
natureza cimentícia e não cerâmica.
Observa-se que o agregado reciclado interfere positivamente na resistência dos CPs, fator
já comprovado em outras pesquisas devido à alta qualidade do resíduo cimentício ao se
37
Para os níveis de substituição em 50% e 90% não foram apresentados os resultados de resistência
à compressão no gráfico ilustrado, pois estes foram tidos como espúrio do ponto de vista da
engenharia, sendo que as resistências determinadas foram respectivamente 4,35 MPa e 4,33 MPa.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 139
utilizar este como matéria-prima na produção de agregados reciclados (POON; KOU; LAM,
2002; BUTTLER, 2007).
A variação encontrada nos valores médios dos resultados é tida como normal, sendo que os
valores máximos e mínimos de resistência encontrados variaram entre si somente 15%, o
que é aceitável tendo em vista que o processo de moldagem e compactação dos CPs é feito
manualmente, o que abre possibilidades para variações no processo produtivo (FRASSON
JR., 2000).
Com esta moldagem pode-se concluir que mesmo utilizando 100% de agregado reciclado
na composição do Traço B, em substituição a areia artificial, é possível obter valores de
resistência à compressão satisfatórios, que estariam entre 3,30 MPa a 2,47 MPa para os
blocos de concreto produzidos com o mesmo proporcionamento de materiais (levando-se
em consideração a variação do valor do coeficiente de previsão de resistência determinado
no item 4.5.1 que estaria entre 1,5 a 2,0).
Na última etapa do estudo de dosagem laboratorial, a moldagem dos CPs foi executada com
as mesmas características dos CPs moldados em 4.5.3, ou seja, densidade de moldagem
de 2,20 kg/dm³, porém para o Traço C a umidade ótima é de 8%, determinada em 4.5.2.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 140
6,60
6,41
Resistência à compressão (MPa)
6,20
5,80 5,88
5,78
5,40
5,25 5,17
5,00
4,60
4,20
3,96
3,80
3,58
3,40 y = -0,4683x + 13,071
R² = 0,9508
3,00 3,09
13 14 15 16 17 18 19 20 21
Relação agregado / cimento
Na análise dos resultados do gráfico apresentado na Figura 4.22 pode-se concluir que
quanto maior a proporção cimento:agregados, ou seja, quanto menor a quantidade de
cimento empregada no Traço C, menores foram os valores de resistência obtidos nos
ensaios, o que era esperado. A partir dos dados encontrados pode-se afirmar que a
produção de blocos de concreto com Traço C na proporção 1:18 iria garantir bons
resultados perante os ensaios de determinação da resistência à compressão, levando-se em
consideração o valor mais alto do coeficiente de previsão de resistência determinado no
item 4.5.1, ou seja, selecionando o traço mais econômico que apresentará resultados
satisfatórios com certa margem de segurança. Desta maneira objetivou-se na próxima etapa
da pesquisa a produção de blocos com o Traço C na proporção 1:18.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 141
Neste item serão apresentados os resultados obtidos nas duas etapas realizadas para
avaliação do processo de cura executado no canteiro de obra com blocos produzidos
in loco. Na primeira etapa foi realizado um estudo em escala reduzida, sendo que a partir
dos resultados obtidos propõe-se um esquema real do processo de cura desenvolvido em
canteiro, a fim de obter-se resultados condizentes com a realidade de produção dos blocos.
De acordo com o que foi descrito no item 3.5.1, foram produzidos CPs cilíndricos com o
mesmo concreto utilizado na produção dos blocos desta etapa, por este motivo a umidade
de moldagem foi determinada em laboratório, sendo esta de 9%, valor 1% acima da
umidade determinada como ótima no item 4.5.2, porém não sendo prejudicial na garantia de
bons resultados nos blocos produzidos (ARAÚJO; CARASEK; CASCUDO, 2010; RIBEIRO,
2005; SOUSA, 2001; FRASSON JR., 2000). Na Tabela 4.9 é apresentado os resultados de
absorção e resistência à compressão características e médias determinadas para cada lote
de blocos, sendo apresentados os valores individuais dos ensaios no Apêndice B desta
dissertação.
Tabela 4.9 – Resultados de caracterização dos blocos produzidos com Traço C 1:18.
*fbmed = resistência à compressão média em MPa, para cada lote de seis blocos ensaiados.
Observam-se que os valores considerados como tolerância da norma NBR 6136 (ABNT,
2007) para absorção média dos blocos é de 13%, ou seja, blocos de concreto produzidos
com agregados leves, sendo que, apesar dos blocos com cura ao ambiente apresentarem
valores médios de absorção de 14% para a idade de 7 dias, os valores individuais não
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 142
A partir dos valores obtidos nos ensaios de resistência à compressão para os três lotes de
blocos, conclui-se que a cura por aspersão de água não obteve resultados satisfatórios em
relação à cura realizada ao ambiente que justificasse sua execução, pois com este tipo de
cura o que deve ser respeitado é a não interrupção da molhagem dos blocos, a fim de não
permitir que estes percam umidade para o ambiente (BUTTLER, 2007), porém para a
realidade do clima em que a produção dos blocos é executada a perda de umidade dos
blocos acontece rapidamente, inclusive no período noturno, quando não há operários para
executar a aspersão de água. A cura com lona promoveu um ambiente de maior umidade e
temperatura, fatores que refletiram positivamente na resistência à compressão destes, o que
justificaria a aplicação deste processo de cura nos blocos produzidos.
Foi possível observar que não houve acréscimo na resistência dos blocos que foram
submetidos ao processo de cura ao ambiente da idade de 7 dias para a idade de 28 dias,
fator este que pode ser explicado pelo clima local, pois na data em que se executou a
moldagem dos blocos o clima se encontrava quente e com baixa umidade, o que
proporciona a secagem rápida das unidades de alvenaria resultando em pouca água para se
permitir a plena hidratação do cimento. Segundo Neville (1997) e Mehta e Monteiro (1994), a
hidratação plena do cimento somente é conseguida se os capilares do concreto estiverem
preenchidos com água e quando a pressão de saturação for suficientemente alta, portanto
se não houver água disponível no sistema para a correta hidratação das partículas de
cimento o acréscimo de resistência em maiores idades fica prejudicado.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 143
Tabela 4.10 – Teste ANOVA para os blocos ensaiados aos 7 dias de idade.
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
CU 6 11,958 1,993 0,024
CA 6 11,465 1,910 0,040
CL 6 16,033 2,672 0,101
ANOVA
Total 2,925 17
em que:
CU = cura úmida;
CA = cura ao ambiente;
CL = cura envolto com lona
Tabela 4.11 – Teste ANOVA para os blocos ensaiados aos 28 dias de idade.
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
CU 6 13,857 2,309 0,146
CA 6 10,977 1,829 0,028
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 0,691 1 0,691 7,881 0,018 4,964
Dentro dos
grupos 0,877 10 0,087
Total 1,568 11
em que:
CU = cura úmida;
CA = cura ao ambiente;
CL = cura envolto com lona
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 144
Na análise realizada pode-se observar que houve, para ambos os casos, influência
significativa entre os distintos processos de cura aos quais os blocos foram submetidos,
comprovando as observações iniciais de que ao se implantar um processo de cura mais
eficaz é possível obter melhorias nos resultados de resistência à compressão dos blocos de
concreto produzidos em canteiro em idades mais jovens.
Figura 4.23 – Resistência à compressão média, com desvio padrão para os blocos produzidos com
Traço C (1:18), ensaiados aos 7 dias. As linhas tracejadas definem os grupos.
3,50
3,00
Resistência média dos blocos (MPa)
2,7
2,50
1,9 2,0
2,00 CURA AO AMBIENTE
0,50
0,00
Blocos ensaiados aos 7 dias de idade
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 145
Figura 4.24 – Resistência à compressão média, com desvio padrão para os blocos produzidos com
Traço C (1:18), ensaiados aos 28 dias. As linhas tracejadas definem os grupos.
3,00
2,4
Resistência média dos blocos (MPa)
2,50
2,00 1,9
0,50
0,00
Blocos ensaiados aos 28 dias de idade
(4.2)
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 146
Para os CPs ensaiados com 28 dias a resistência média à compressão encontrada foi de
3,80 MPa e para os blocos que se correlacionam com estes encontrou-se resistência média
de 1,83 MPa, comprovando mais uma vez ser válida a aplicação do coeficiente de previsão
de resistência. A equação 4.3 ilustra a determinação do coeficiente de previsão de
resistência de acordo com a equação apresentada no item 3.4.4 da metodologia.
(4.3)
A partir dos resultados determinados no item 4.5.1, pode-se concluir que o processo de cura
dos blocos tem influência significativa em suas características no estado endurecido. Nesta
etapa da pesquisa serão apresentados os resultados dos blocos que foram submetidos ao
processo de cura em escala real na obra.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 147
*fbmed = resistência à compressão média em MPa, para cada lote de seis blocos ensaiados.
Nesta etapa de produção de blocos pode-se observar que todos os lotes de blocos
produzidos obtiveram resistências médias acima dos 2 MPa esperados, o que, mais uma
vez, comprova a boa qualidade do agregado reciclado utilizado no traço e a confiabilidade
em se utilizar o Traço C (1:18) na linha de produção do canteiro de obra.
A partir dos valores obtidos nos ensaios de resistência à compressão para os cinco lotes
avaliados, conclui-se que a cura com lona executada em escala real obteve os melhores
resultados quando comparados aos outros processos de cura, independentemente da
posição onde os blocos se encontravam dentro da gaiola de cura. Esperou-se que o
processo de cura com lona contendo bandeja com lâmina d’água dentro do ambiente de
cura resultasse nos valores mais altos de resistência à compressão, o que não aconteceu
de acordo com os resultados apresentados. A execução deste processo de cura é viável,
porém não justifica aplicá-la no canteiro de obra, pois este processo não agregou valor ao
bloco produzido.
Novamente comprovou-se que os processos de cura com lona são mais eficazes do que a
simples cura ao ambiente, pois desta maneira permitiu-se a criação de um ambiente de cura
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 148
A partir dos valores das resistências à compressão de cada lote de bloco produzido
calculou-se o valor de F, concluindo-se que para a idade de 7 dias os diferentes tipos de
cura executados não influenciaram significativamente no processo de produção. No entanto,
para a idade de 28 dias observou-se que o processo de cura influenciou significativamente
no processo de produção dos blocos.
Tabela 4.13 – Teste ANOVA para os cinco lotes de blocos ensaiados aos 7 dias de idade.
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
CL 6 17,583 2,930 0,202
CLA 6 14,531 2,422 0,128
CA 6 15,555 2,593 0,126
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 0,804 2 0,402 2,647 0,104 3,682
Dentro dos
grupos 2,278 15 0,152
Total 3,082 17
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 149
Tabela 4.14 – Teste ANOVA para os cinco lotes de blocos ensaiados aos 28 dias de idade.
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
CL 6 20,088 3,348 0,185
CLA 6 15,070 2,512 0,173
CA 6 12,598 2,100 0,193
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 4,854 2 2,427 13,227 0,0005 3,682
Dentro dos
grupos 2,753 15 0,184
Total 7,607 17
em que:
CL = cura em gaiola envolta com lona;
CLA = cura em gaiola envolta com lona e presença de bandeja com lâmina d’água;
CA = cura ao ambiente.
Figura 4.25 – Resistência à compressão média, com desvio padrão para os blocos produzidos com
Traço C (1:18), ensaiados aos 28 dias. Separação dos grupos pela comparação múltipla de médias.
GRUPO 2
4,00
GRUPO 1 3,4
Resistência média dos blocos (MPa)
3,50
3,00
2,6
2,50 CURA AO AMBIENTE
2,1
2,00 CURA COM LONA E ÁGUA
1,50
CURA COM LONA
1,00
0,50
0,00
Blocos ensaiados aos 28 dias de idade
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 150
No agrupamento das médias realizado para o tipo de processo de cura nos quais foram
submetidos os blocos de concreto, observa-se a existência de três grupos distintos, no que
diz respeito aos seus efeitos na resistência à compressão. Este resultado vem comprovar a
importância deste fator na produção dos blocos de concreto.
Na região onde foram produzidos os blocos o clima entre os meses de Abril a Outubro
usualmente são caraterizados pela alta temperatura e baixa umidade relativa do ar, fatores
estes que combinados proporcionam perda rápida de umidade dos blocos recém-moldados,
restringindo a quantidade de água disponível para hidratação dos compósitos do cimento.
Ao se executar o processo cura em gaiola envolta com lona plástica, cria-se um microclima
com elevada temperatura, devido às reações de hidratação do cimento que são
características por liberarem calor ao ambiente, e de elevada umidade, pois a água
superficial existente nos blocos que estaria sendo evaporada para o ambiente externo fica
enclausurada dentro do microclima da gaiola com lona, fatores que ao serem combinados
refletem positivamente na resistência à compressão dos blocos, pois desta maneira garante-
se a adequada hidratação dos compósitos do cimento.
Tabela 4.15 – Teste ANOVA para os blocos com processo de cura em gaiola com lona, aos 7 dias de idade.
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
CL - PI 6 18,147 3,024 0,351
CL – PA 6 17,583 2,930 0,202
CL – PB 6 16,861 2,810 0,178
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 0,138 2 0,069 0,284 0,757 3,682
Dentro dos
grupos 3,657 15 0,244
Total 3,795 17
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 151
Tabela 4.16 – Teste ANOVA para os blocos com processo de cura em gaiola com lona, aos 28 dias de idade.
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
CL - PI 6 15,629 2,605 0,161
CL – PA 6 20,088 3,348 0,185
CL – PB 6 18,351 3,059 0,135
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 1,683 2 0,842 5,246 0,019 3,682
Dentro dos
grupos 2,407 15 0,160
Total 4,090 17
em que:
CL – PI = cura em gaiola envolta com lona, prateleira intermediária;
CL – PA = cura em gaiola envolta com lona, prateleira alta;
CL – PB = cura em gaiola envolta com lona, prateleira alta;
Pode-se observar a partir dos resultados da análise de variância feita entre os lotes de
blocos com processo de cura com lona, o mesmo que pode ser observado na análise feita
ao se analisar todos os processo de cura em conjunto, sendo que para a idade de 7 dias o
posicionamento dos blocos nas prateleiras de cura intermediária, alta ou baixa não
influenciaram significativamente no processo de produção, porém para a idade de 28 dias o
posicionamento teve influência no processo de produção.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 152
Figura 4.26 – Resistência à compressão média, com desvio padrão para os blocos produzidos com
Traço C (1:18), ensaiados aos 28 dias. Separação dos grupos pela comparação múltipla de médias.
4,00
GUPO 2
GRUPO 1 3,4
3,50
Resistência média dos blocos (MPa)
3,1
3,00
2,7
2,50 CURA COM LONA - PI
1,50
CURA COM LONA - PA
1,00
0,50
0,00
Blocos ensaiados aos 28 dias de idade
Dentro do microclima da gaiola de cura envolta com lona, observa-se que nos pontos mais
altos a temperatura é mais elevada do que nos pontos mais baixos, isto ocorre por um efeito
físico de ascensão da massa de ar quente pelo fato desta ser menos densa do que a massa
de ar frio, o que explicaria a diferença encontrada nas resistências médias dos blocos de
concreto que foram posicionado em distintos níveis dentro da gaiola de cura. Os blocos
posicionados em locais de temperatura mais elevada estariam sofrendo efeitos semelhantes
àqueles realizados nos processos de cura térmica, o que aceleraria as reações de
hidratação do cimento, refletindo em resistências à compressão mais elevadas em idades
mais jovens, fator desejado no processo de produção devido ao rápido ciclo de utilização
dos blocos dentro do canteiro.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 153
Tabela 4.17 – Retração por secagem dos blocos produzidos com Traço C (1:18), gaiola de cura com lona e
presença de bandeja com lâmina d’água.
A partir dos resultados do ensaio realizado pode-se observar que os blocos produzidos com
o Traço C na proporção 1:18 atenderam aos requisitos preconizados na norma
NBR 6136 (ABNT, 2007), sendo que todos valores individuais e o valor médio da retração
determinados foram menores que 0,065%, sendo melhor ilustrado no gráfico da Figura 4.27.
Figura 4.27 – Variação de comprimento dos blocos avaliados no ensaio de determinação da retração por
secagem.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 154
seu bloco de referência, sendo que o valor da retração por secagem para os blocos
produzidos com agregado reciclado foram de 0,036% e 0,037%, ambos para substituições
de 100% do agregado natural pelo agregado reciclado, sendo que os dois resultados estão
ligados aos dois tipos de agregado reciclado utilizado em sua pesquisa.
Buttler (2007) também determinou valores de retração por secagem para blocos de concreto
com utilização de agregados reciclados proveniente de resíduos cimentícios, ele encontrou
valores de 0,025% e entre 0,030% e 0,040% respectivamente para blocos sem (referência)
e com agregados reciclados.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 4
CAPÍTULO 5
RECOMENDAÇÕES PARA MELHORIA NO PROCESSO
PRODUTIVO EM OBRA
Figura 5.1 – Areia artificial sendo estocada sem proteção contra intempéries.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 5
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 156
Implementar o controle de umidade dos agregados, mesmo que seja com secagem
diária em frigideira para se descontar, na dosagem, a água adsorvida às partículas;
Figura 5.2 – Piso pavimentado por onde transitam os carrinhos depressões que devem ser corrigidas.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 5
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 157
Colocar rodinhas nas bases das gaiolas verticais de cura dos blocos, o que facilitaria
na mudança de posição destas na área de estocagem de blocos frescos;
Implantar o processo de cura com lona nos blocos para garantir que estes estejam
com resistência mais elevada no momento da paletização e transporte até os
pavimentos, isto contribuirá para a redução de quebras de blocos, reduzindo
desperdícios e retrabalhos. Nas Figuras 5.3 e 5.4 é apresentado um procedimento
de fácil execução no canteiro de obra;
Figura 5.3 – Esquema simplificado da implantação do processo de cura com lona nas gaiolas de cura.
Figura 5.4 – Esquema simplificado da implantação do processo de cura com lona nas gaiolas de cura.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 5
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 158
Figura 5.5 – Exemplo de escova giratória que pode ser instalada no final do processo de moldagem (Foto do
autor).
P. H. M. CELESTINO Capítulo 5
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 159
Figura 5.6 – Alguns blocos produzidos no item 3.5.2 apresentaram fissuras nas paredes centrais devido ao
desgaste das formas.
Figura 5.7 – Empilhamento dos blocos antes da paletização. O empilhamento deve ser feito em pilhas baixas.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 5
CAPÍTULO 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1. CONCLUSÕES
No traço com utilização de areia artificial, pedrisco e agregado reciclado (Traço B) foi
feita a substituição de 100% da areia artificial pelo agregado reciclado, obtendo-se
um ganho na resistência à compressão de 12%, que pode ser explicado pela
utilização de um agregado de mesma origem, incorporando parte de cimento ainda
não hidratado, bem como pelo efeito fíler que propiciou maior compacidade ao
concreto, devido à maior quantidade de finos presentes no agregado reciclado. Para
o Traço B a inserção de maior parcela de agregado reciclado em seu
P. H. M. CELESTINO Capítulo 6
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 161
P. H. M. CELESTINO Capítulo 6
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 162
A moldagem dos CPs cilíndricos foi executada manualmente, o que exigiu certa
sensibilidade do operador, buscando-se distribuir de maneira equilibrada a força entre as
camadas de moldagem e aplicar esforços semelhantes entre distintos CPs a fim de se obter
espécimes com características similares, sendo possível observar ganho de experiência do
operador da moldagem, ao longo do estudo de dosagem, devido à redução do coeficiente
de variação dos resultados.
No início do plano de moldagem o autor cogitou viabilizar um aparato no qual fosse possível
executar a compactação mecanizada dos CPs, com o intuito de fixar a energia de
compactação entre as camadas, porém conclui-se que o processo de fabricação envolve
distintas variáveis (controle da qualidade dos agregados, controle da produção do concreto,
tempo de vibro-compressão da máquina semi-automática, que é determinado pelo operador)
fatores estes que refletem diretamente na correlação dos resultados obtidos entre os CPs e
o daqueles obtidos a partir dos blocos, portanto ao se proceder com a moldagem manual
dos CPs, garantindo somente padronização entre os espécimes moldados, observou-se ser
satisfatória a moldagem manual dos CPs cilíndricos, desde que a pessoa responsável pela
moldagem seja a mesma do início ao fim da pesquisa. A metodologia adotada foi
considerada satisfatória, pois em diversas correlações feitas entre CPs e blocos de concreto
o fator de previsão de resistência ficou em torno de 2,0, comprovando desta maneira que a
moldagem manual executada em laboratório, assim como a moldagem mecanizada da
máquina de vibro-compressão se correlacionam.
Outro fator que se pode observar a partir do processo de produção dos blocos é que a
sensibilidade do operador no momento da produção do concreto seco não pode ser
descartada, sendo que, mesmo sem a utilização de controle da umidade da mistura
produzida em obra observou-se que a umidade ótima determinada de maneira quantitativa
em laboratório estava coincidindo com aquela determinada de maneira qualitativa em obra a
partir de testes sensoriais no tato da massa de concreto fresca.
P. H. M. CELESTINO Capítulo 6
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 163
P. H. M. CELESTINO Capítulo 6
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 164
P. H. M. CELESTINO Capítulo 6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004.
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peneira 75 μm, por lavagem. Rio de Janeiro, 2003.
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Amostra Massa 4 blocos + prancha (g) Massa prancha de madeira (g) Massa de cada bloco (g)
Amostra Massa Balde (g) Massa Total (g) Vol. (cm³ou mL)
P. H. M. CELESTINO Apêndice A
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 173
A partir dos valores médios do volume e da massa dos blocos determina-se a densidade
média de moldagem da máquina de vibro-compressão a partir da seguinte equação:
(A.1)
em que:
Dmédia – densidade média de moldagem da máquina de blocos;
Mmédio – massa média dos blocos determinado a partir de 10 medições;
Vmédio – volume médio dos blocos determinados a partir de 10 medições.
Tabela A.2.1 – Umidade da amostra de concreto fresco utilizada na produção dos blocos de referência.
UMIDADE (TRAÇO A)
Massa do Massa úmida (m1) Massa seca (m2)
Amostra
recipiente (g) (g) (g)
1 521,1 1521,1 1460,8
Umidade = 6,0%
Tabela A.2.2 – Coesão do concreto fresco utilizado na produção dos blocos de referência.
ENSAIO DE COESÃO
P. H. M. CELESTINO Apêndice A
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 174
Tabela A.3.1 – Resultados individuais de resistência à compressão dos blocos de referência (Traço A).
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
Tabela A.4.1 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos de referência (Traço A).
P. H. M. CELESTINO Apêndice A
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 175
Tabela A.5.1 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos de referência (Traço A).
Tabela A.6.1 – Resultados individuais da área líquida dos blocos de referência (Traço A).
P. H. M. CELESTINO Apêndice A
APÊNDICE B
Caracterização dos blocos produzidos para avaliação do tipo de
processo de cura em escala reduzida
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 177
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 178
Tabela B.1.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela B.1.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 179
Tabela B.1.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela B.1.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 180
Tabela B.1.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela B.1.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 181
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 182
Tabela B.2.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela B.2.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 183
Tabela B.2.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela B.2.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 184
Tabela B.2.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela B.2.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 185
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
Tabela B.3.2 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 186
Tabela B.3.3 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela B.3.4 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice B
APÊNDICE C
Caracterização dos blocos produzidos para avaliação do tipo de
processo de cura em escala real
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 188
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 189
Tabela C.1.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.1.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 190
Tabela C.1.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.1.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 191
Tabela C.1.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.1.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 192
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 193
Tabela C.2.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.2.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 194
Tabela C.2.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.2.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 195
Tabela C.2.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.2.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 196
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 197
Tabela C.3.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.3.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 198
Tabela C.3.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.3.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 199
Tabela C.3.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.3.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 200
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 201
Tabela C.4.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.4.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 202
Tabela C.4.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.4.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 203
Tabela C.4.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.4.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 204
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
NBR 6136 - item 6.5.1 f bk,est < (f b1 x Ψ6), então fbk = (f b1 x Ψ6); ou fbk = f bk,est Valor Ψ6 = 0,89
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 205
Tabela C.5.3 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.5.4 – Resultados individuais da análise dimensional dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 206
Tabela C.5.5 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.5.6 – Resultados individuais da absorção de água dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 207
Tabela C.5.7 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 7 dias de idade.
Tabela C.5.8 – Resultados individuais da área líquida dos blocos, aos 28 dias de idade.
P. H. M. CELESTINO Apêndice C
APÊNDICE D
Composição do custo dos blocos de concreto
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 209
PREÇO DE INSUMOS
MATERIAL UNIDADE VALOR DENSIDADE VALOR P/ 1KG
CIMENTO Saco 40kg R$ 16,40 - - R$ 0,4100
AREIA ARTIFICIAL m³ R$ 56,00 2,82 g/cm³ R$ 0,0199
PEDRISCO m³ R$ 56,00 2,80 g/cm³ R$ 0,0200
AG. RECICLADO m³ R$ 20,00 2,70 g/cm³ R$ 0,0062
P. H. M. CELESTINO Apêndice D
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 210
Tabela D.1.2 – Composição do custo dos insumos dado o traço utilizado na produção.
PROPORCIONAMENTO DE MATERIAL
MATERIAL TRAÇO C
TRAÇO A TRAÇO B TRAÇO C
ÓTIMO
Cimento 1 1 1 1
Areia artificial 11,5 8 10 10
Agregado reciclado - 3,5 3,75 8
Pedrisco 6,5 6,5 - -
Relação cimento :
1:18 1:18 1:13,75 1:18
agregados
Observe que para o Traço B executou-se a substituição de 100% da areia artificial pelo
agregado reciclado no item 4.4.3 desta dissertação, sendo avaliado o custo do Traço B com
utilização exclusiva de agregado reciclado e pedrisco, determinando-se desta maneira um
custo unitário de R$0,78 para cada bloco de concreto produzido, valor este que quando
comparado ao Traço B original (R$0,91 / bloco) representa redução de custo na ordem de
14,30%. A Tabela D.1.3 apresenta a composição do custo dos insumos para cada bloco de
concreto produzido para os Traços B e B com utilização de 100% de agregado reciclado.
P. H. M. CELESTINO Apêndice D
D0066C13: Produção de Blocos de Concreto em Obra Com Utilização de Resíduo Cimentício Como... 211
Tabela D.1.3 – Composição do custo dos insumos para o Traço B e Traço B com utilização de 100% de
agregado reciclado.
PROPORCIONAMENTO DE MATERIAL
MATERIAL TRAÇO B (100% agregado
TRAÇO B
reciclado)
Cimento 1 1
Areia artificial 8 -
Agregado reciclado 3,5 11,5
Pedrisco 6,5 6,5
P. H. M. CELESTINO Apêndice D