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Comentário dos atores: Deixar o paciente falar, evitar confronto direto, cuidar com a postura
e com gestos (apontar dedo), não culpar / julgar o paciente, explorar as alternativas, explicar
melhor a doença e as formas de contágio, conscientizar o paciente.
Pesquisa: O protocolo Spikes descreve seis passos de maneira didática para comunicar más
notícias. O primeiro passo (Setting up) se refere à preparação do médico e do espaço físico
para o evento. O segundo (Perception) verifica até que ponto o paciente tem consciência de
seu estado. O terceiro (Invitation) procura entender quanto o paciente deseja saber sobre sua
doença. O quarto (Knowledge) será a transmissão da informação propriamente dita. Neste
ponto, são ressaltadas algumas recomendações, como: utilizar frases introdutórias que
indiquem ao paciente que más notícias virão; não fazê-lo de forma brusca ou usar palavras
técnicas em excesso; checar a compreensão do paciente. O quinto passo (Emotions) é
reservado para responder empaticamente à reação demonstrada pelo paciente. O sexto
(Strategy and Summary) diminui a ansiedade do paciente ao lhe revelar o plano terapêutico
e o que pode vir a acontecer.
CASO 02 - Taquilalia
Médio recebe uma paciente jovem, extremamente ansiosa e com múltiplas queixas.
Inicialmente relatava uma cefaleia, com características tensionais, sem nenhum sinal de
alarme. Além disso paciente tinha diversas queixas inespecíficas e uma preocupação
importante com os sintomas referidos, devido a uma história mórbida familiar complexa. O
médico em diversos momento tenta utilizar técnicas semiológicas para o direcionamento da
paciente, porém, pela ansiedade em diversos momentos a paciente interrompe o médico e
falava de forma rápida e descontrolada. Após alguns minutos ouvindo a paciente sem
interrompê-la o médico encontra uma brecha e oferta a paciente a possibilidade de tratar os
problemas dela de forma gradual, diluindo as queixas em várias consultas. Após o médico se
disponibilizar a atender a paciente em outras oportunidades e focar na queixa que mais
incomodava a paciente ela se acalma. O médico então prescreve medicações sintomáticas
para o quadro de cefaléia e inicia um antidepressivo para quadro de ansiedade que também
poderia ajudar na prevenção dos quadros álgicos.
Comentário dos atores: Deixar o paciente falar até encontrar uma brecha (não interromper
a paciente durante o raciocínio dela), evitar se demonstrar ansioso, diluir as queixas em
outras consultas, atribuir prioridades às queixas, passar segurança e certeza nas condutas,
ser claro e objetivo.
Médica recebe um paciente presidiário, cabisbaixo, escoltado por guarda. A médica pede
para o policial aguardar do lado de fora do consultório. Durante a história o paciente
aparentemente apresentava um quadro de pneumonia, porém durante o exame físico são
encontradas diversas lesões pelo corpo do paciente indicando uma possível história de
violência / agressão física. Quando confrontado o paciente confirma as agressões e relata os
frequentes abusos no presídio, incluindo estupro, e também o medo de retornar para prisão
(pelos constantes abusos e ameaças). A médica optou então por internar o paciente e solicitar
sorologias para doenças sexualmente transmissíveis. Após o internamento, foi passado caso
para assistente social para verificar possibilidade de transferência de presídio.
Comentário dos atores: Pedir para o policial aguardar do lado de fora, demonstrar
tranquilidade e conseguir coletar a história de violência, passar tranquilidade e segurança
para o paciente, se mostrar disponível, não julgar, realizar internamento e ver possibilidade
de troca de presídio com assistente social.
Médico recebe uma mãe acompanhada de uma criança, agitada e que não respeitava a mãe
e que vinha tendo problemas de indisciplina na escola. Durante a consulta a criança
demonstra um controle sobre os pais. Após uma pausa é sugerido ao médico que peça para
criança desenhar. No desenho da criança ela se desenha grande e no centro, demonstrando
claro domínio. Além disso a pessoa mais próxima segundo o desenho é a babá que acaba
sendo desenhada próxima a criança. Fica claro o afastamento e prioridade em relação aos
pais, uma vez que eles são desenhados pequenos e distantes. Na anamnese e no decorrer
da consulta fica claro que existe um problema na estrutura familiar e Os pais são distantes e
por essa ausência a criança acaba tomando conta da casa.
Comentário dos atores: Impor limite na criança dentro do consultório, deixar claro aos pais
o seu papel e a hierarquia que deve existir dentro de casa, e que é essencial a aproximação
com a criança. Encaminhar para terapia familiar e não prescrever medicamentos, uma vez
que se a criança tivesse TDAH, dificilmente ela se sentaria e conseguiria fazer o desenho tão
calmamente.