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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E READEQUAÇÃO


DOS PROJETOS EXECUTIVOS PARA AS
BARRAGENS GATOS E PANELAS II,
LOCALIZADAS NOS MUNICÍPIOS DE
LAGOA DOS GATOS E CUPIRA,
EM RAZÃO DAS CHEIAS DE MAIO/2017

BARRAGEM PANELAS II

D-2 - PRODUTO 2
Readequação do Projeto Executivo
da Barragem

D-2.3
Estudo de Estabilidade
e Percolação da
Readequação do Projeto Executivo

Outubro/2017
Revisão Rev. 00
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Secretaria de Planejamento e Gestão - SEPLAG

ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E READEQUAÇÃO DOS PROJETOS


EXECUTIVOS PARA AS BARRAGENS GATOS E PANELAS II,
LOCALIZADAS NOS MUNICÍPIOS DE LAGOA DOS GATOS E CUPIRA,
EM RAZÃO DAS CHEIAS DE MAIO/2017.

BARRAGEM PANELAS II

D-2
PRODUTO 2
Readequação do Projeto Executivo da Barragem

D-2.3
Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação
do Projeto Executivo

Setembro/2017
Elaboração do Diagnóstico e Readequação dos Projetos Executivos para as Barragens Gatos e
Panelas II, Localizadas nos Municípios de Lagoa dos Gatos e Cupira, em razão das Cheias de
Maio/2017.
D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

APRESENTAÇÃO
O presente documento refere-se ao D-2.3 - Estudo de Estabilidade e Percolação da
Readequação do Projeto Executivo – Rev.00, pertencente ao D-2 - PRODUTO 2 –
Readequação do Projeto Executivo da Barragem, parte integrante dos SERVIÇOS DE
CONSULTORIA PARA Elaboração do Diagnóstico e Readequação dos Projetos
Executivos para as Barragens Gatos e Panelas II, Localizadas nos Municípios de
Lagoa dos Gatos e Cupira, em razão das Cheias de Maio/2017, no âmbito do
Contrato PSHPE 015/2017 firmado entre a TECHNE Engenheiros Consultores Ltda. e
a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco – SEPLAG/PE.
Os serviços de consultoria objeto do referido contrato serão consubstanciados nos
seguintes relatórios:
D-1 – PRODUTO 1 ⇒ Diagnóstico da Situação Atual:
• D-1.1 ⇒ Parecer da Situação Atual e Proposição de Recuperação das Estruturas
Conformadas em Concreto CCR, Convencional e Armado;
• D-1.2 ⇒ Parecer da Situação Atual e Proposição de Recuperação/Arranjo dos
Condicionantes Geotécnicos de Fundação;
• D-1.3 ⇒ Parecer da Situação Atual e Proposição de Recuperação/Arranjo dos
Condicionantes Geológicos de Fundação;
• D-1.4 ⇒ Parecer da Situação Atual e Proposição de Recuperação dos Acessos à
Obra;
• D-1.5 ⇒ Parecer da Situação Atual e Proposição de Recuperação dos Equipamentos
Hidromecânicos Estocados na Obra;
• D-1.6 ⇒ As Built com Levantamento Topográfico Atualizado das Estruturas da
Barragem e Acessos;
• D-1.7 ⇒ Relatório Técnico de Inspeção.

D-2 – PRODUTO 2 ⇒ Readequação do Projeto Executivo da Barragem:


• D-2.1 ⇒ Memória Descritiva e de Cálculo da Readequação do Projeto Executivo;
• D-2.2 ⇒ Memória de Cálculo Estrutural;
• D-2.3 ⇒ Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo;
• D-2.4 ⇒ Desenhos da Readequação do Projeto Executivo;
• D-2.5 ⇒ Orçamento da Readequação do Projeto Executivo;
• D-2.6 ⇒ Especificação Técnicas e Normas de Medição e Pagamento da
Readequação do Projeto Executivo.

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Elaboração do Diagnóstico e Readequação dos Projetos Executivos para as Barragens Gatos e
Panelas II, Localizadas nos Municípios de Lagoa dos Gatos e Cupira, em razão das Cheias de
Maio/2017.
D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

Este SUB-PRODUTO D-2.3, além desta apresentação, é composto por 4 (quatro)


Capítulos denominados:
• 1. ESTUDO DE ESTABILIDADE E PERCOLAÇÃO DOS ABRAÇOS – PROJETO
EXECUTIVO REMANESCENTE DA OBRA DA BARRAGEM
• 2. PROJETO DE RESTAURAÇÃO DOS DESMORONAMENTOS DA ENCOSTA À
JUSANTE DA EXTREMIDADE ESQUERDA DA BARRAGEM PANELAS II
• 3. CONSIDERAÇÕES SOBRE A OMBREIRA ESQUERDA DA BARRAGEM
PANELAS II
• 4. CONCLUSÃO GERAL

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Elaboração do Diagnóstico e Readequação dos Projetos Executivos para as Barragens Gatos e
Panelas II, Localizadas nos Municípios de Lagoa dos Gatos e Cupira, em razão das Cheias de
Maio/2017.
D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .....................................................................................................................................I 
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................................................III 
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................................. IV 
1.  ESTUDO DE ESTABILIDADE E PERCOLAÇÃO DOS ABRAÇOS – PROJETO EXECUTIVO
REMANESCENTE DA OBRA DA BARRAGEM .............................................................................6 
1.1  ASPECTOS GERAIS ............................................................................................................................6 
1.2  MÉTODOS DE CÁLCULO .....................................................................................................................6 
1.2.1  Estudos de Percolação ................................................................................................................... 6 
1.2.2  Estudos de Estabilidade.................................................................................................................. 7 
1.3  PARÂMETROS DOS MATERIAIS ............................................................................................................8 
1.3.1  Parâmetros Geotécnicos – Ensaios de Caracterização ...................................................................8 
1.3.2  Parâmetros Geotécnicos – Coeficientes de Permeabilidade ...........................................................9 
1.3.3  Parâmetros Geotécnicos – Ensaios Especiais ................................................................................9 
1.3.4  Modelo Geotécnico ....................................................................................................................... 10 
1.4  ANÁLISES DE ESTABILIDADE E PERCOLAÇÃO ..................................................................................... 13 
1.4.1  Situações Analisadas .................................................................................................................... 13 
1.4.2  Condições de Análise ................................................................................................................... 13 
1.4.3  Condições de Aceitação ............................................................................................................... 14 
1.4.4  Resultado das Análises de Estabilidade ....................................................................................... 15 
1.5  CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 25 
2.  PROJETO DE RESTAURAÇÃO DOS DESMORONAMENTOS DA ENCOSTA À JUSANTE DA
EXTREMIDADE ESQUERDA DA BARRAGEM PANELAS II ....................................................... 27 
2.1  ASPECTOS GERAIS .......................................................................................................................... 27 
2.2  PROJETO DE RETALUDAMENTO ......................................................................................................... 27 
2.3  CÁLCULO DA ESTABILIDADE DO TALUDE DE JUSANTE DA EXTREMIDADE ESQUERDA DA BARRAGEM
PANELAS II ..................................................................................................................................... 29 
2.4  CONDIÇÕES DE ACEITAÇÃO .............................................................................................................. 29 
2.5  RESULTADO DAS ANÁLISES .............................................................................................................. 31 
2.6  CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................. 33 
3.  CONSIDERAÇÕES SOBRE A OMBREIRA ESQUERDA DA BARRAGEM PANELAS II ............ 35 
4.  CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 37 

LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1 – Resumos dos Parâmetros Utilizados no Estudo .............................................................................. 10 
Tabela 1.2 – Coeficiente de Segurança Mínimos para Diferentes Condições de Solicitação ............................. 15 
Tabela 1.3 – Resultados das Análises de Estabilidade – Final de Construção ................................................... 15 
Tabela 1.4 – Resultados das Análises de Estabilidade – Regime a Longo Prazo .............................................. 15 
Tabela 1.5 – Resultados das Análises de Estabilidade – Rebaixamento Rápido................................................ 22 
Tabela 2.1 – Nível de segurança desejado contra a perda de vidas humanas ................................................... 30 
Tabela 2.2 – Nível de segurança desejado contra danos materiais e ambientais ............................................... 30 
Tabela 2.3 – Fatores de segurança mínimos para deslizamentos ....................................................................... 31 

iii
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Panelas II, Localizadas nos Municípios de Lagoa dos Gatos e Cupira, em razão das Cheias de
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D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Fatia Genérica e Polígono de Forças (Método de Spencer) .............................................................. 7 
Figura 1.2 – Bacia do Rio Una ................................................................................................................................. 8 
Figura 1.3 – Modelo Geotécnico – Barragem Panelas II – Fundação em Solo ................................................... 11 
Figura 1.4 – Modelo Geotécnico – Barragem Panelas II – Fundação em Rocha ................................................ 12 
Figura 1.5 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante – Final de Construção – Fundação em Solo......... 16 
Figura 1.6 – Análise de Estabilidade do Talude de Montante – Final de Construção – Fundação em Solo ...... 17 
Figura 1.7 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante – Final de Construção – Fundação em
Rocha ................................................................................................................................................. 18 
Figura 1.8 – Análise de Estabilidade do Talude de Montante – Final de Construção – Fundação em
Rocha ................................................................................................................................................. 19 
Figura 1.9 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante – Estabilidade em Longo Prazo – Fundação
em Solo .............................................................................................................................................. 20 
Figura 1.10 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante – Estabilidade em Longo Prazo – Fundação
em Rocha........................................................................................................................................... 21 
Figura 1.11 – Análise de Estabilidade do Talude de Montante – Rebaixamento Rápido –Fundação em
Solo .................................................................................................................................................... 23 
Figura 1.12 – Análise de Estabilidade do Talude de Montante – Rebaixamento Rápido – Fundação em
Rocha ................................................................................................................................................. 24 
Figura 2.1 – Projeto tipo da seção transversal do retaludamento ........................................................................ 28 
Figura 2.2 – Modelo Geotécnico analisado do Talude de Jusante da Extremidade Esquerda - Seção
2+10,00 .............................................................................................................................................. 29 
Figura 2.3 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante da Extremidade Esquerda ..................................... 32 

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Panelas II, Localizadas nos Municípios de Lagoa dos Gatos e Cupira, em razão das Cheias de
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D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

1.ESTUDO DE ESTABILIDADE E PERCOLAÇÃO DOS ABRAÇOS


– PROJETO EXECUTIVO REMANESCENTE DA OBRA DA
BARRAGEM

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D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

1. ESTUDO DE ESTABILIDADE E PERCOLAÇÃO DOS ABRAÇOS –


PROJETO EXECUTIVO REMANESCENTE DA OBRA DA BARRAGEM
1.1 ASPECTOS GERAIS
A presente memória de cálculo se insere no âmbito dos estudos de projeto da
barragem.
O local estudado corresponde à barragem Panelas II.
Esta memória apresenta as análises de percolação e de estabilidade dos taludes do
abraço, na seção transversal de altura máxima.
O estudo do fluxo pela fundação, maciço ou ombreira em projetos de barragens é um
dos quesitos fundamentais à segurança da estrutura. O controle do fluxo pela
fundação constitui-se de um elemento importante para a avaliação do comportamento
e desempenho das estruturas de drenagem dimensionadas, projetadas e executadas
no empreendimento.
O emprego de modelos matemáticos e computacionais para simulação do fluxo de
uma barragem é uma ferramenta importante para essa avaliação, podendo alertar para
o surgimento de condições indesejáveis de segurança da estrutura.
Os modelos e análises utilizadas nestes estudos foram baseadas em sondagens,
ensaios de campo, ensaios geotécnicos de laboratório, mapeamento geológico-
geotécnico e verificação de documentos existentes e realizados durante a fase de
elaboração dos projetos e execução da barragem.
A geometria das seções da barragem foi consubstanciada nos desenhos elaborados
para o projeto executivo.
A barragem Panelas II é em CCR, com fechamento em terra e enrocamento e núcleo
central argiloso na margem direita. Entende-se que ao atingir a estrutura em concreto
do abraço direito, o núcleo gire até encontrar os paramentos montante e jusante do
muro, sendo acompanhado pelas transições e mantendo radialmente as inclinações
definidas para o núcleo, ou seja, 0,75H : 1V a montante e 0,50H : 1V jusante, e para
os taludes em enrocamento 1,5H : 1V a montante e a jusante. O coroamento da
barragem encontra-se na cota 381,00. O trecho não vertedor do abraço limita-se entre
as estacas E10 + 16,91 e E15 + 03,00.

1.2 MÉTODOS DE CÁLCULO


Para a realização de estudos de estabilidade, foram empregados os softwares
SLOPE/W e SEEP/W do pacote GeoStudio, da GeoSlope. As linhas freáticas
empregadas foram determinadas a partir do SEEP/W, e os cálculos de estabilidade
realizados com o emprego do SLOPE/W, método de Spencer.

1.2.1 Estudos de Percolação


Os estudos de percolação têm por objetivo estimar a distribuição da poropressão e o
valor das vazões no maciço e fundação da barragem, de modo a fornecer subsídios
para os estudos de estabilidade. Estes foram desenvolvidos com o auxílio do software
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D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

Seep/W, cuja interface de modelagem para o estudo de percolação tem como base
teórica de cálculo o método de elementos finitos, podendo ser utilizado para modelar a
movimentação e distribuição da pressão neutra em meios porosos.
Sua formulação é baseada na condutividade hidráulica e na pressão neutra exercida
pela água contida na região de análise. O fluxo interpretado segue a Lei de Darcy,
proporcional ao gradiente hidráulico e à condutividade hidráulica (coeficiente de
permeabilidade).
As condições de contorno utilizadas na modelagem de percolação são em geral: carga
total, fluxo de percolação nodal e fluxo de percolação por área. Com relação à
condição de contorno da carga no reservatório, essa é em função do nível do
reservatório definido em projeto.

1.2.2 Estudos de Estabilidade


Os estudos de estabilidade foram realizados utilizando-se o método de equilíbrio limite
aplicado a superfícies circulares. Foi empregado o programa SLOPE/W, que emprega
o método de Spencer para a determinação do coeficiente de segurança (FS).
O método de Spencer, considerado rigoroso, satisfaz todas as equações de equilíbrio
(momentos e forças). As forças de interação entre fatias são representadas por uma
resultante Q que assume uma inclinação constante θ com a horizontal, em cada fatia
(Figura 1.1). Spencer entendeu válida a hipótese de a relação entre forças cisalhantes
(X) e forças normais (E) ser constante. Essa resultante é aplicada na base da fatia e
no ponto intermédio da mesma. A reação normal N é obtida pelo equilíbrio de forças
na direção paralela e perpendicular à base das fatias. O fator de segurança pode ser
obtido por duas formas: somatório de momentos em relação a um ponto ou somatório
de forças na direção horizontal ou paralela à base das fatias. O método prevê o cálculo
de FS para os dois ângulos, correspondentes aos dois lados das fatias (Fredlund,
1977)1.
Figura 1.1 – Fatia Genérica e Polígono de Forças (Método de Spencer)

1 Fredlund, D.G., Krahn, J. (1977). Comparison of slope stability methods of analysis. Canadian Geotechnical
Journal, Vol 14, pp.429-439.
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Os estudos foram realizados em termos de tensões efetivas. Os cálculos permitiram


determinar o coeficiente de segurança resultante de cada configuração geométrica,
geotécnica e de carregamento prevista.

1.3 PARÂMETROS DOS MATERIAIS

1.3.1 Parâmetros Geotécnicos – Ensaios de Caracterização


Os solos a serem empregados para a construção das barragens de terra foram
submetidos a ensaios de laboratório para a definição de suas propriedades. As
barragens Gatos e Panelas II são bastante próximas, como se percebe na Figura 1.2
a seguir, que representa a bacia hidrográfica do rio Una (fonte: Relatório de Estudos
Básicos da Barragem Panelas II, Techne Engenheiros Consultores, Abril de 2012).
Assim as considerações feitas para os materiais de ambos os barramentos são
condensadas na sequência.
Figura 1.2 – Bacia do Rio Una

Para os solos a serem empregados em aterro, foram realizados ensaios de área de


empréstimo, assim como de solos provenientes de escavações obrigatórias. Em
síntese pode-se observar que é material com:
• Fração argila variando de 25% a 47%
• Fração silte de 21% a 35%
• Fração areia entre 14% e 44%
• Fração pedregulho em geral 3%, podendo chegar a 8%.
• Índice de plasticidade IP = 14% a 20%
• Umidade ótima (Proctor Normal) entre 15% e 21%
• Peso específico seco máximo variando entre 1,60 kN/m3 e 1,80 kN/m3.
Trata-se de um solo oriundo de gnaisse, com textura de argila silto arenosa pouco
plástica. Na condição natural é muito seco, com umidade variando entre 4,6% e
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10,4%, sendo a média das determinações realizadas 7,6%. Como a média das
umidades ótimas determinadas é 17,2%, percebe-se que será necessário um grande
trabalho de umidificação e homogeneização do solo, antes de compactá-lo.
Além dos ensaios de caracterização, granulometria e compactação, foram realizados
ensaios de permeabilidade, adensamento, de avaliação da dispersividade de solos
argilosos, além de ensaios de cisalhamento direto e triaxiais. Os ensaios de
dispersividade indicaram solos não dispersivos. Os ensaios de permeabilidade,
adensamento, cisalhamento direto e triaxiais foram executados com amostras
moldadas em laboratório, sempre na umidade ótima e no peso específico seco
máximo, ou seja, a 100% do grau de compactação.

1.3.2 Parâmetros Geotécnicos – Coeficientes de Permeabilidade


O coeficiente de permeabilidade determinado nos ensaios foi sempre da ordem de
k = 10-7 cm/s, o que é um valor compatível para solos com a porcentagem de argila
exibida pelos ensaios de granulometria. Considerando que haverá uma tendência a
haver compactação do lado seco, dada a dificuldade em obter água para a construção,
e considerando que nessas condições será difícil obter 100% de grau de compactação,
foi associado o coeficiente de permeabilidade k = 10-6 cm/s.
Os materiais de transição fina e filtros variam de silte a areia fina e, quando se reporta
aos estudos de Hazen e Lambe, entende-se que são esperados valores de coeficiente
de permeabilidade variando de k20 = 6,4 x 10-5 cm/s a k20 = 2x10-2 cm/s. O valor
esperado na média da faixa seria de k20 = 1 x 10-3 cm/s. Fica evidente que a variação
destes valores é muito grande e certamente muito difícil de separar em campo os solos
mais drenantes dos não drenantes, especialmente pelo fato da região ser muito
carente em água, que é insumo fundamental para beneficiar materiais drenantes. Em
outras barragens da região semiárida, foi constatado que o valor de coeficiente de
permeabilidade que melhor acomoda as observações de instrumentação e modelos
matemáticos para filtros construídos com materiais equivalentes, é k20 = 1 x 10-4 cm/s.
Assim a decisão foi de considerar este valor para o coeficiente de permeabilidade dos
materiais de transição fina e filtro. Os valores empregados dos coeficientes de
permeabilidade dos demais materiais foram obtidos de experiência e bibliografia.

1.3.3 Parâmetros Geotécnicos – Ensaios Especiais


Quanto aos valores empregados nas análises para a resistência dos materiais, foram
examinados os ensaios de cisalhamento direto e triaxiais executados. Considerando
que os ensaios não empregaram solos saturados, como vai ocorrer com os solos da
barragem, entende-se que os efeitos de dimensões de corpos de prova e da sucção
foram muito sentidos nos ensaios realizados. Por outro lado não foram feitas leituras
de pressão neutra nos ensaios UU realizados. Para uma melhor caracterização da
resistência disponível dos solos, deveriam ter sido executados ensaios CIU saturados
por contrapressão, com leituras de pressão neutra nas fases de adensamento e de
ruptura, sendo que uma das tensões confinantes deveria ser maior que a pressão de
pré-adensamento (decorrente da energia de compactação). Por outro lado os ensaios
programados devem considerar a média que será alcançada na construção do maciço.
Considera-se que uma média de grau de compactação 100% e teor de umidade igual à
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ótima não representa a média do que se pode esperar da construção. Assim decidiu-
se pelo emprego de valores dos parâmetros de resistência dos solos do aterro, que
refletem um aterro bem executado com solos residuais, com heterogeneidades dentro
do aceitável, conforme se encontra em bibliografia, e compatíveis com os dados das
jazidas 01 e 05 da Barragem Panelas II (desenho PAN-EDR-EXE-ARG-003-R00 -
BARRAGEM PANELAS II - PLANTA DE LOCALIZAÇÃO DE ÁREA DE
EMPRÉSTIMO).
Os demais valores de resistência foram estimados a partir de bibliografia, assim como
os valores de massa específica. Todos os valores dos parâmetros de resistência
encontram-se em termos de pressões efetivas.

A Tabela 1.1 apresenta um resumo dos parâmetros utilizados no estudo.

Tabela 1.1 – Resumos dos Parâmetros Utilizados no Estudo


Material γ (kN/m3) c’ (kPa) φ’ ( ) K20 (cm/s)
Aterro 20 10 28 10 -6
Areia 21 0 30 10 -4
Solo residual de gnaisse 18 10 25 10 -5
Enrocamento 21 5 40 10 0
Alteração de gnaisse 17 20 30 5 x 10 -5
Gnaisse muito fraturado 18 30 35 10 -4
Gnaisse pouco fraturado 18 80 40 10 -6

Estes valores podem ser verificados se forem retiradas amostras indeformadas das
primeiras camadas dos aterros, para execução de ensaios CIU saturado.

1.3.4 Modelo Geotécnico


A partir dos desenhos de projeto, em especial do desenho PAN-EXE-GET-010-R00 –
“Barragem Panelas II – Seções Tipo – Detalhes do Abraço da Ombreira Direita”, foi
montado o modelo a seguir, onde também aparecem os valores dos parâmetros de
resistência empregados.
Na região da estaca E12 ocorre seção da barragem de terra e enrocamento com
fundação em solo de alteração de gnaisse e altura da ordem de 26 m. A Figura 1.3
mostra o modelo geotécnico empregado para os cálculos de estabilidade com
fundação em solo.
Por se tratar de seção transversal de altura maior que a de fundação em solo de
alteração de rocha, foi estudada também a seção transversal junto à estaca E11. Com
efeito, a altura da barragem junto à estaca 11 chega a 33 m, enquanto a seção da
barragem de terra e enrocamento com fundação em solo de alteração de gnaisse e
altura da ordem de 26 m.
A Figura 1.4 mostra o modelo geotécnico empregado para os cálculos de estabilidade
com fundação em Rocha.

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p Geotécnico – Barragem Panelas II – Fundação em Solo


Figura 1.3 – Modelo

Material #: 1 Description: Aterro Compactado Cohesion: 10 Phi: 28


Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30
Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40
390 Material #: 6 Description: Water
Material #: 7 Description: Gnaisse pouco fraturado Cohesion: 80 Phi: 40
385
380
375 4
Cota m

370
4
5 1
365
5
360
2
355
350
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

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Figura 1.4 – Modelo Geotécnico – Barragem Panelas II – Fundação em Rocha

Material #: 1 Description: Núcleo Compactado Cohesion: 10 Phi: 28


Material #: 2 Description: Alteração de Gnaisse Cohesion: 20 Phi: 30
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30
Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40
385 Barragem Panelas II Material #: 6 Description: Water
Material #: 7 Description: Bica Corrida Cohesion: 0 Phi: 35
380
7 Material #: 8 Description: Núcleo Compactado Não Saturado Cohesion: 30 Phi: 28
375 4
4
370
6 5 1
365
5
360
355
2 2
350
345
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80

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1.4 ANÁLISES DE ESTABILIDADE E PERCOLAÇÃO

1.4.1 Situações Analisadas


O objetivo dos estudos de estabilidade dos taludes da barragem é verificar as
condições de segurança do barramento quanto às seguintes condições de solicitação:
• Final de construção: talude de montante e talude de jusante;
• Regime permanente com reservatório cheio: talude de jusante;
• Regime transiente: decorrente ao rebaixamento rápido do reservatório após a cheia
máxima (talude de montante).
Baseado nas descrições anteriores, as seguintes premissas foram consideradas nas
análises de estabilidade dos taludes da barragem:
• Para efeitos de análises de estabilidade, todos os materiais foram considerados
isotrópicos e homogêneos;
• Considerada a estabilidade do talude geral de montante e jusante;
• Potencial ruptura do tipo circular.
É importante ressaltar que, no caso da Barragem de Panelas II com núcleo de aterro
compactado, estudos de percolação bidimensionais não simulam adequadamente a
freática de percolação e a experiência tem demonstrado que se deve adotar uma
freática horizontal sem perdas de carga dentro do núcleo compactado.

1.4.2 Condições de Análise

1.4.2.1 Final do Período Construtivo


Deve-se dar uma especial atenção a esta fase construtiva, pois nela as sobrecargas
que atuam no meio, principalmente nos solos finos, geram poropressões, surgidas pela
lenta expulsão da água dos vazios do solo compactado e úmido, as quais atuam
contra a estabilidade do maciço (Pereira e Assis, 2005)2. Para a simulação deste caso,
assume-se que o reservatório encontra-se vazio e que a linha freática é coincidente
com o nível do terreno de fundação.
Para esta condição, na análise dos taludes de montante e jusante considera-se o
parâmetro de pressão neutra (Ru) no maciço compactado da barragem, sendo este um
fator muito prático e objetivo, que apresenta relativa precisão em termos de análise de
estabilidade.
O parâmetro Ru é um coeficiente que relaciona a pressão neutra com a sobrecarga
atuante no maciço e pode ser definido da seguinte maneira:

2
ASSIS, A. P. & PEREIRA, D. de A. (2005). Previsão de poropressão construtiva em Barragens via simulação
numérica. In: XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens. Comitê Brasileiro de Barragens. Goiânia-GO.
13
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D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

Em que:
u = poropressão
γt= peso total
Hs = peso da coluna de solo
Uma das dificuldades em definir um valor para o parâmetro Ru é que o mesmo varia
ao longo do núcleo da barragem e ao longo do tempo, pois a velocidade de construção
do maciço é quase sempre superior à velocidade de drenagem do mesmo, assim
sendo, à medida que a construção avança, geram-se poropressões que se vão
dissipando lentamente, muito depois de encerrada a construção.
O fator Ru pode ser calculado através da instrumentação, podendo ser consolidado
pela experiência e relacionado com os mais variados tipos de materiais (Pereira e
Assis, 2005)3.
Para tanto foi admitido um coeficiente ru = 0,10, ou seja, que haverá um pequeno
desenvolvimento de pressões neutras devidas à construção.

1.4.2.2 Regime a Longo Prazo (Permanente)


Esta situação foi analisada para o talude de jusante, com nível de água do reservatório
na elevação normal de operação (378,72 m);

1.4.2.3 Rebaixamento Rápido


Analisou-se a situação na qual o nível d’água do reservatório é deplecionado a partir
do NA MAX MAX até o NA Normal, definido pelo vertedouro estrangulado, na
barragem de CCR. Como o nível d’água externo baixa mais rapidamente que a linha
freática no interior do maciço, a situação mais crítica quanto à estabilidade de seu
talude de montante ocorre quando o nível d’água do reservatório atinge a cota do NA
Normal.
As pressões neutras atuantes no maciço foram obtidas por meio de análises de
percolação em regime transiente.

1.4.3 Condições de Aceitação


Os critérios de aceitação adotados são os mesmos especificados no item 10.3.5 –
“Critérios de Aceitação” do Manual da Eletrobrás – “Critérios de Projeto Civil de Usinas
Hidrelétricas – Outubro de 20034” e Cruz (2004)5. Os fatores de segurança mínimos
admissíveis considerados são apresentados na Tabela 1.2.

3
ASSIS, A. P. & PEREIRA, D. de A. (2005). Previsão de poropressão construtiva em Barragens via simulação
numérica. In: XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens. Comitê Brasileiro de Barragens. Goiânia-GO.
4 ELETROBRÁS, CBDB. Critérios de Projeto Civil de Usinas Hidrelétricas. 2003.

5 CRUZ, P.T. da, (2004). 100 Barragens Brasileiras. Casos Históricos, Materiais de Construção e Projetos. Oficina

de Textos, 2ª Edição, São Paulo.


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Tabela 1.2 – Coeficiente de Segurança Mínimos para


Diferentes Condições de Solicitação
Coeficiente de
Condição de solicitação Observações
Segurança
1,3 Talude Montante
Final de Construção
1,3 Talude Jusante
Regime Permanente de Operação 1,5 Talude Jusante
Rebaixamento Rápido 1,1 Talude Montante

1.4.4 Resultado das Análises de Estabilidade


Os modelos geomecânicos modelados para as análises de estabilidade da barragem foram
baseados nos estudos geológico-geotécnicos e parâmetros apresentados no item 3.

1.4.4.1 Final de Construção


Para a condição de final de construção, tanto o talude de montante quanto o talude de
jusante de todas as seções analisadas, apresentaram fator de segurança (FS)
superiores a 1,30, conforme pode ser observado nas Figuras 1.5 e 1.8.
Na Tabela 1.3 são apresentados os fatores de segurança avaliados para as condições
de final de construção.
Tabela 1.3 – Resultados das Análises de Estabilidade – Final de Construção
Fator de FS Mínimo
Seção Analisada Talude Segurança admissível Figura

Talude Jusante 1,49 1,30 4.1


Fundação em Solo
Talude Montante 1,43 1,30 4.2
Talude Jusante 1,47 1,30 4.3
Fundação em Rocha
Talude Montante 1,42 1,30 4.4

1.4.4.2 Regime a Longo Prazo


Para a condição de regime permanente, o talude de jusante apresentou, para todas as
seções, fator de segurança (FS) superiores a 1,50, conforme apresentado nas Figuras
1.9 e 1.10.
Na Tabela 1.4 são apresentados os fatores de segurança avaliados para as condições
de regime permanente para o nível de operação mínimo.
Tabela 1.4 – Resultados das Análises de Estabilidade – Regime a Longo Prazo
Fator de FS Mínimo
Seção Analisada Talude Segurança admissível Figura

Fundação em Solo Talude 1,52 1,50 4.5


Fundação em Rocha Jusante 1,51 1,50 4.6

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Figura 1.5 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante – Final de Construção – Fundação em Solo

Barragem Panelas II
Construção Talude Jusante

1.55
Factor of Safety: 1.49

0
1 .6
Method: Spencer
Material #: 1 Description: Aterro Compactado Cohesion: 10 Phi: 28
Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30
Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40 1.6
5
390 Material #: 6 Description: Water
1.70
Material #: 7 Description: Gnaisse pouco fraturado Cohesion: 80 Phi: 40
385

1.
80
380

375 4
370
4
5 1
365
5
360
2
355

350
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

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Figura 1.6 – Análise de Estabilidade do Talude de Montante – Final de Construção – Fundação em Solo

Barragem Panelas II

50
1.
Construção Talude Montante
Factor of Safety: 1.43
Method: Spencer
Material #: 1 Description: Aterro Compactado Cohesion: 10 Phi: 28
Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30
1.50 Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30
1.55 Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40
390 Material #: 6 Description: Water
5
1.6 Material #: 7 Description: Gnaisse pouco fraturado Cohesion: 80 Phi: 40
385
5
380 1.7
375 4
370
4
5 1
365
5
360
2
355

350
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60

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Figura 1.7 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante – Final de Construção – Fundação em Rocha

00

0
1.80
1.6

00
1.7
Barragem Panelas II

1.
60
Construção Talude de Jusante

0
Factor of Safety: 1.469
Method: Spencer

0
70
Material #: 1 Description: Núcleo Compactado Cohesion: 10 Phi: 28

1.
Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30
0
60
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: T ransição Cohesion: 0 Phi: 30 1.
Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40
Material #: 6 Description: Water
Material #: 7 Description: Bica Corrida Cohesion: 0 Phi: 35
Material #: 8 Description: Núcleo Compactado Não Saturado Cohesion: 30 Phi: 28

1.7
00
380
7 1.8
4 00
375
370
4
5 1
365
5
360

355
2
350 2
345
340
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80

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Figura 1.8 – Análise de Estabilidade do Talude de Montante – Final de Construção – Fundação em Rocha

1.700
Barragem Panelas II
2.30

1.6
1.
50

00
0
0
Construção

Factor of Safety: 1.417


Method: Spencer
00
2.2

Material #: 1 Description: Núcleo Compactado Cohesion: 10 Phi: 28


1.500 Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30
390 1.600 Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40
Material #: 6 Description: Water
385 1.700 Material #: 7 Description: Bica Corrida Cohesion: 0 Phi: 35
1.800 Material #: 8 Description: Núcleo Compactado Não Saturado Cohesion: 30 Phi: 28
380
7
375 4
370
4
5 1
365
5
360
6
355

350
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80

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Figura 1.9 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante – Estabilidade em Longo Prazo – Fundação em Solo

2.90

60
1.
Barragem Panelas II
Operação NA 378.72
Factor of Safety: 1.52

60
1.
Method: Spencer

1.80
Material #: 1 Description: Aterro Compactado Cohesion: 10 Phi: 28
Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25

1.70
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30

1. 90
Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40

70
1.
390 Material #: 6 Description: Water
Material #: 7 Description: Gnaisse pouco fraturado Cohesion: 80 Phi: 40 1.8
385 0
380

375 4
370
4
5 1
365
5
360
2
355

350
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40

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Figura 1.10 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante – Estabilidade em Longo Prazo – Fundação em Rocha

1.6

00
1. 0
90
60

1.6
0 1.
70
1. 7 1.800

1.
00
Barragem Panelas II
Operação NA 376.00

0
1. 60
Factor of Safety: 1.507
Method: Spencer
Material #: 1 Description: Núcleo Compactado Cohesion: 10 Phi: 28
Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30
Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40
Material #: 6 Description: Water
Material #: 7 Description: Bica Corrida Cohesion: 0 Phi: 35
Material #: 8 Description: Núcleo Compactado Não Saturado Cohesion: 30 Phi: 28

380 7
375 4
370 6 4
5 1
365
5
360
355
2
350 2
345
340
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80
21
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1.4.4.3 Rebaixamento Rápido


Para a condição de rebaixamento rápido, o talude de montante de todas as seções
analisadas, apresentaram fator de segurança (FS) superiores ao coeficiente de
segurança mínimo de 1,10, conforme pode ser observado nas Figuras 1.11 e 1.12.
Na Tabela 1.5 são apresentados os fatores de segurança avaliados para as condições
de rebaixamento rápido do reservatório.
Tabela 1.5 – Resultados das Análises de Estabilidade – Rebaixamento Rápido
Fator de FS Mínimo
Seção Analisada Condições Talude Figura
Segurança admissível*
Fundação em Solo 380,89 a 372,00 1,25 1,10 4.7
Montante
Fundação em Rocha 378,72 a 372,00 1,32 1,10 4.8

22
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Figura 1.11 – Análise de Estabilidade do Talude de Montante – Rebaixamento Rápido –Fundação em Solo

1.4
Barragem Panelas II

0
Rebaixamento NA 380.89 Soleira estrangulada 372.00

1.4
Factor of Safety: 1.25

0
Method: Spencer

1.3
Material #: 1 Description: Aterro Compactado Cohesion: 10 Phi: 28
Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30

5
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30
1.40 Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40
390 Material #: 6 Description: Water
1.45 Material #: 7 Description: Gnaisse pouco fraturado Cohesion: 80 Phi: 40
385

380

375 4
370
4
5 1
365
5
360
2
355

350
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60

Di t

23
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Figura 1.12 – Análise de Estabilidade do Talude de Montante – Rebaixamento Rápido – Fundação em Rocha

1. 95
1.4 1.4
0
Barragem Panelas II

5
Rebaixamento NA 378.72
1.8 Vertedor Ampliado 376.00

Factor of Safety: 1.32


0

Method: Spencer
1.4
5 Material #: 1 Description: Núcleo Compactado Cohesion: 10 Phi: 28
Material #: 2 Description: Alteração de Gnaiss Cohesion: 20 Phi: 30
1.50
Material #: 3 Description: Solo Residual de Gnaisse Cohesion: 10 Phi: 25
Material #: 4 Description: Transição Cohesion: 0 Phi: 30
390 Material #: 5 Description: Enrocamento Cohesion: 5 Phi: 40
1.60 Material #: 6 Description: Water
385 Material #: 7 Description: Bica Corrida Cohesion: 0 Phi: 35
Material #: 8 Description: Núcleo Compactado Não Saturado Cohesion: 30 Phi: 28
380 7
375 4
370
4
5 1
365
5
360
6
355
350
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80

24
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1.5 CONCLUSÃO
De maneira geral, todas as análises apresentadas demonstraram que os materiais
analisados estão aptos a serem utilizados na construção da barragem, conforme
descrito anteriormente.
Os estudos de estabilidade demonstraram que os mesmos atendem a todos os
critérios analisados, inclusive efeitos de rebaixamento rápido do reservatório.
É de extrema importância que os parâmetros utilizados no estudo, sejam os mesmos
utilizados na construção da barragem, exigindo um bom controle tecnológico dos
materiais.
Os parâmetros utilizados nas análises de percolação e estabilidade foram obtidos por
meio de ensaios geotécnicos de laboratório realizados em amostras deformadas
provenientes das áreas de empréstimos ou adotados de literatura. É fundamental que
amostras indeformadas sejam coletadas no corpo da barragem para nova campanha
de ensaios, confirmando ou não as condições geotécnicas dos materiais utilizados no
abraço da barragem Panelas II.
Por fim, pelos estudos apresentados e as análises realizadas para a barragem Panelas
II, pode-se concluir que as estruturas, para as condições apresentadas neste relatório,
estão em condições satisfatórias.

25
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2. PROJETO DE RESTAURAÇÃO DOS DESMORONAMENTOS


DA ENCOSTA À JUSANTE DA EXTREMIDADE ESQUERDA DA
BARRAGEM PANELAS II

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D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

2. PROJETO DE RESTAURAÇÃO DOS DESMORONAMENTOS DA


ENCOSTA À JUSANTE DA EXTREMIDADE ESQUERDA DA
BARRAGEM PANELAS II
2.1 ASPECTOS GERAIS
Na encosta da ombreira esquerda da Barragem em epígrafe, à jusante desta, em
distância reduzida, há acentuada cicatriz de erosões que, embora esteja fora do
maciço do barramento, isto é, abaixo de sua extremidade e, portanto, sem
interferência em seu equilíbrio, conduz o observador a uma paisagem desagradável,
reveladora de danos à natureza, que podem ser interpretados como originários da
execução das obras.
Para eliminação das erosões, projetar-se-á um retaludamento ao longo do trecho
erodido, com criação de bermas, de modo que prevaleça a estabilidade e, ao mesmo
tempo, melhore-se o visual paisagístico.

2.2 PROJETO DE RETALUDAMENTO


No volume específico, que contém os desenhos, assinalam-se as representações
gráficas, tanto em planta como em perfil, do retaludamento projetado. Mais
precisamente, o desenho referência, D-2-4, contém as peças gráficas relativas ao
projeto em causa.
Exibe-se a seguir o projeto tipo da seção transversal do retaludamento (Figura 2.1),
usado no cálculo da estabilidade que, além de suas finalidades específicas servem
como ajuda na compreensão das explicações das hipóteses formuladas para
consecução da meta almejada.

27
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Figura 2.1 – Projeto tipo da seção transversal do retaludamento

28
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2.3 CÁLCULO DA ESTABILIDADE DO TALUDE DE JUSANTE DA EXTREMIDADE ESQUERDA DA


BARRAGEM PANELAS II
Os estudos de estabilidade foram realizados utilizando-se o método de equilíbrio limite
aplicado a superfícies circulares. Foi empregado o programa SLOPE/W, que emprega
o método de Spencer para a determinação do coeficiente de segurança (FS). O
método foi descrito no item 1.2.2 deste relatório.
Inferiu-se a posição da linha representativa da superfície freática livre, a qual está
mostrada, através da curva tracejada, no desenho da Figura 2.2. Tal curva, como é
conhecido da teoria, constitui o fundamento para o cálculo das pressões da água no
poros do solo, na base das fatias componentes das supostas cunhas de ruptura,
analisadas nos cálculos, até a obtenção da cunha crítica, ou seja, a de menor fator de
segurança.
O modelo geotécnico utilizado, ou seja, os parâmetros da resistência ao cisalhamento
e peso unitário dos solos da encosta estão indicados na Figura 2.2.

Figura 2.2 – Modelo Geotécnico analisado do Talude de Jusante da Extremidade


Esquerda - Seção 2+10,00

2.4 CONDIÇÕES DE ACEITAÇÃO


Os critérios de aceitação adotados foram os especificados na norma ABNT NBR
11682:2009. Esta Norma prescreve os requisitos exigíveis para o estudo e controle da
estabilidade de encostas e de taludes resultantes de cortes e aterros realizados em
encostas.

29
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D-2.3 –Estudo de Estabilidade e Percolação da Readequação do Projeto Executivo

Em sua metodologia, admite-se que o valor do Fator de Segurança (FS) pode variar
em função da situação potencial de ruptura do talude, no que diz respeito ao perigo de
perda de vidas humanas e a possibilidade de danos materiais e de danos ao meio
ambiente. Devem ser consideradas as situações atuais e futuras, previstas ao longo da
vida útil do talude estudado.
Os valores de FS indicados a seguir são válidos para todos os casos de carregamento
definidos pelo engenheiro civil geotécnico responsável pelo projeto, incluindo
hipóteses sobre a situação do nível de água, sobrecargas, alterações previstas na
geometria, ação de sismos e outros.
Para determinação do FS, deve-se inicialmente enquadrar o projeto em uma das
seguintes classificações de nível de segurança, definidas a partir da possibilidade de
perdas de vidas humanas, conforme Tabela 2.1 e de danos materiais e ambientais,
conforme Tabela 2.2. Em seguida, após preconizados os níveis de segurança,
estipula-se o FS de acordo com a Tabela 2.3.

Tabela 2.1 – Nível de segurança desejado contra a perda de vidas humanas


Nível de
Critérios
Segurança
Áreas com intensa movimentação e permanência de pessoas, como
edificações públicas, residenciais ou industriais, estádios, praças e demais
Alto locais, urbanos ou não, com possibilidade de elevada concentração de
pessoas.
Ferrovias e rodovias de tráfego intenso.
Áreas e edificações com movimentação e permanência restrita de pessoas.
Médio
Ferrovias e rodovias de tráfego moderado.
Áreas e edificações com movimentação e permanência eventual de pessoas.
Baixo
Ferrovias e rodovias de tráfego reduzido.

Tabela 2.2 – Nível de segurança desejado contra danos materiais e ambientais


Nível de
Critérios
Segurança
Danos materiais: Locais próximos a propriedades de alto valor histórico,
social ou patrimonial, obras de grande porte e áreas que afetem serviços
essenciais.
Alto
Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais graves, tais como
nas proximidades de oleodutos, barragens de rejeito e fábricas de produtos
tóxicos.
Danos materiais: Locais próximos a propriedades de valor moderado.
Médio
Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais moderados.
Danos materiais: Locais próximos a propriedades de valor reduzido.
Baixo
Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais reduzidos.

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Tabela 2.3 – Fatores de segurança mínimos para deslizamentos


Nível de segurança contra
danos a vidas
humanas
Alto Médio Baixo
Nível de
segurança contra
danos materiais e ambientais
Alto 1,5 1,5 1,4
Médio 1,5 1,4 1,3
Baixo 1,4 1,3 1,2
NOTA 1 No caso de grande variabilidade dos resultados dos ensaios geotécnicos, os fatores de
segurança da tabela acima devem ser majorados em 10 %. Alternativamente, pode ser usado o
enfoque semiprobabilístico indicado no Anexo D.
NOTA 2 No caso de estabilidade de lascas/blocos rochosos, podem ser utilizados fatores de
segurança parciais, incidindo sobre as parâmetros γ, φ, c, em função das incertezas sobre estes
parâmetros. O método de cálculo deve ainda considerar um fator de segurança mínimo de 1,1. Este
caso deve ser justificado pelo engenheiro civil geotécnico.
NOTA 3 Esta tabela não se aplica aos casos de rastejo, voçorocas, ravinas e queda ou rolamento de
blocos.

No caso da encosta de jusante da extremidade esquerda da Barragem Panelas II, para


o Nível de segurança desejado contra a perda de vidas humanas (Tabela 2.1) e para
Nível de segurança desejado contra danos materiais e ambientais (Tabela 2.2),
considerou-se nível baixo para ambos. Resultando em um FS de 1,2 (Tabela 2.3).

2.5 RESULTADO DAS ANÁLISES


Obteve-se o fator crítico de 1,247, após a análise de 122, imagináveis círculos de
ruptura. Na Figura 2.3, mostra-se a posição do centro do círculo de menor fator de
segurança, 1,247, já nomeado. Este valor do fator de segurança, segundo a norma da
ABNT NBR 11682:2009, é aceitável.

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Figura 2.3 – Análise de Estabilidade do Talude de Jusante da Extremidade Esquerda

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2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS


É plausível dar-se explicações a respeito dos parâmetros da resistência ao
cisalhamento e o referente ao peso unitário dos solos da encosta. Usaram-se valores
obtidos em ensaios, tipo CD, de magnitudes c’ = 22 KPa e φ = 32º. Quanto ao peso
unitário, adotou-se γ = 15,7KN/m³. Estes dados foram fixados em função da
experiência da Projetista em casos anteriores, onde os materiais eram semelhantes
aos do caso presente. O procedimento utilizado é justificável pelo fato de a SEPLAG,
ainda não ter disponibilizados os resultados dos ensaios de laboratório, já solicitados
por esta Projetista, através dos quais seriam conhecidos os parâmetros reais
aplicáveis ao problema em causa. Na hipótese de se ter aguardado os resultados dos
testes de laboratório, específicos para o local das erosões, a ser realizados sob a
tutela da SEPLAG, o tempo previsto para entrega desta Relatório não teria nenhuma
possibilidade de ser cumprido.

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3. CONSIDERAÇÕES SOBRE A OMBREIRA ESQUERDA DA


BARRAGEM PANELAS II

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3. CONSIDERAÇÕES SOBRE A OMBREIRA ESQUERDA DA


BARRAGEM PANELAS II
Existem na superfície da encosta, ligeiramente à montante do local onde será inserida
a extremidade esquerda da barragem em apreço, cicatrizes de erosões, cujas linhas
limítrofes de seus topos são inferiores à cota 362,000m. Este nível é o que limita o
rebaixamento das cheias pelo controle de operação da Barragem, Por outras palavras,
não haverá mais necessidade de rebaixar o nível das águas das cheias, quando a cota
em causa for atingida. Conclui-se que, muito raramente, as cicatrizes não estarão
submersas e, portanto, suas exposições à vista de observadores, ocorrerão em baixa
frequência. Assim, o empobrecimento da paisagem, pelo surgimento das cicatrizes,
acontecerá em longas intermitências.
Do exposto, conclui-se não ser compensador cumprir a prescrição do Consultor,
Geólogo Gilberto Mattos, de eliminar as cicatrizes de erosões, pelo retaludamento da
encosta. É de bom alvitre, principalmente, por questões de ordem econômica, deixá-
las como estão.

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4. CONCLUSÃO

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4. CONCLUSÃO
As soluções indicadas, que foram analisadas e tecnicamente justificadas, poderão ser
postas em prática, dependendo, todavia, da condição explicitada subsequentemente:
sejam confirmadas, através das mesmas análises, porém com o emprego dos
parâmetros geotécnicos resultantes da coleta de amostras e realização dos ensaios
que, formalmente, estão a cargo da SEPLAG.
É essencial ressaltar que se inferiram os parâmetros aludidos com o objetivo de
cumprimento do prazo exigido, pelas condições administrativas, governamentais.

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