You are on page 1of 20

___________________________________

Sociedade de Engenharia de Áudio


Artigo de Convenção
Apresentado na VIII Convenção Nacional
7 - 9 de Junho de 2004, São Paulo, SP

Este artigo foi reproduzido do original entregue pelo autor, sem edições, correções e considerações feitas pelo comitê técnico
deste evento. Outros artigos podem ser adquiridos através da Audio Engineering Society, 60 East 42nd Street, New York, New
York 10165-2520, USA, www.aes.org. Informações sobre a seção brasileira podem ser obtidas em www.aesbrasil.org. Todos os
direitos reservados. Não é permitida a reprodução total ou parcial deste artigo sem autorização expressa da AES Brasil.

___________________________________
Revisão 12 - 06 - 2004

Potência “RMS” ou Potência Média ?

Homero Sette Silva

Eletrônica Selenium S. A.
92.480-000, Nova Sta. Rita, RS

homero@selenium.com.br

RESUMO

A expressão “Potência RMS” continua em franco uso entre nós, não só em catálogos de fabricantes de
amplificadores e alto-falantes como em publicações técnicas, inclusive as assinadas por este Autor, a despeito de
inúmeros artigos, publicados na AES, e em outras fontes, claramente desaconselhando essa prática.
Este trabalho volta a esse velho tema, também recomendando que a citada expressão seja abolida, em
favor do termo “Potência Média”.

Introdução O assunto foi, aos poucos, caindo no


esquecimento (mas não olvidado de todo) e
Deve ter sido há uns 30 ou 40 anos, quando voltei a usar a tal expressão, não sem certa
nas páginas da Revista Antenna, li um artigo sensação de culpa …
(talvez de Domingos Alves Velho, ou outro Recentemente, ao pesquisar na
colaborador de igual quilate) condenando, coleção do Journal of the Audio Engineering
com veemência, o uso da expressão “potência Society, deparei-me com uma série de artigos,
RMS”. Fiquei muito surpreso, na época, pois publicados em 1972, exatamente abordando
esta terminologia era usada rotineiramente e esse tema, assinados por pesquisadores como
tinha a sua “lógica”, uma vez que era definida Robert Ashley, Paul Klipsch, John Eargle,
como sendo o produto dos valores eficazes da Bart Locanthi e outros.
tensão e da corrente (vezes, ainda, o coseno Coloquei os trabalhos em ordem
do ângulo de fase, para ângulos diferentes de cronológica e li-os com atenção.
zero).
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

Conclusão ? Sim: o termo “potência 2 - Uma tensão alternada senoidal,


RMS”, conforme vem sendo usado, fere o devido à simetria dos semi-ciclos positivos e
rigor científico e deve ser substituído pela negativos, tem valor médio igual à zero
expressão “potência média”. Vejamos os (dentro de um numero inteiro de períodos). Se
porquês: medíssemos a tensão disponível na tomada,
com um voltímetro sensível ao valor médio,
encontraríamos sempre zero, o que seria um
Fundamentos resultado destituído de utilidade prática, alem
de perigoso … Neste caso, deveremos usar
A sigla RMS vem de Root Mean Square, ou instrumentos indicadores de valor RMS. A
seja, raiz quadrada da média dos valores solução mais simples consiste em incorporar
elevados ao quadrado sendo, portanto, um um retificador de meia onda, ou de onda
valor médio. Assim, o valor RMS completa, ao circuito do medidor, sendo a
corresponde a uma média, obtida a partir dos escala (ou o display) calibrada em função dos
valores da amostra, elevados ao quadrado, valores eficazes de uma onda senoidal. Para
extraindo-se a raiz quadrada do valor obtido. outras formas de onda (como as encontradas
Este procedimento elimina efeitos em uma rede de energia alimentada por um
indesejáveis, que podem ser ocasionados por transformador com o núcleo saturado, ou um
valores negativos nas amostras. sinal de áudio) o valor obtido não será exato.
Para resolver este inconveniente, existem
Exemplos: instrumentos que detectam o valor RMS,
como os que usam termo par ou os que
1 - Uma série de medições, onde computam este valor. Em ambos os casos são
foram constatados erros iguais a 1 %, 2 %, -1 denominados instrumentos True RMS, por
% e -2 %, se calculássemos a média fornecerem o valor RMS verdadeiro,
aritmética, teríamos como resultado um erro independentemente da forma de onda (pelo
médio igual à zero. Como um erro não menos teoricamente e dentro de uma faixa de
“anula” o outro, este procedimento não tem freqüências). Na Fig. 1, vemos cada uma das
sentido. etapas envolvendo a obtenção do valor RMS,
para uma tensão senoidal, propositalmente
1 + 2 − 1 − 2 0 escolhida com 1 V de pico. Esta senoide,
e med = = = 0 % elevada ao quadrado, assumirá apenas valores
4 4
positivos, variando cosenoidalmente (fase
adiantada de 90 graus em relação ao seno),
superposta a uma componente continua de 0,5
12 + 22 + (− 1) 2 + (− 2) 2 Volt, que será o seu valor médio. Este valor
e rms =
4 médio, devido à simetria da forma de onda,
pode ser obtido dividindo-se por dois a
variação em amplitude, ou seja:
1 + 4 + 1 + 4
= (1 − 0 ) / 2 = 0,5 V. O valor RMS será igual
4
a 0,5 = 1/ 2 = 1/ 2 = 0, 707 V.

10
= = 1,58 %
4

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 2
1

0.5
Tensões em Volts

0
Seno
Seno ao Quadrado
−0.5 Valor Eficaz
Média dos Quadrados

−1
0 1 2 3 4 5 6
Ângulos em Radianos
Fig. 1 – Obtenção do valor RMS, de uma onda senoidal, com 1 Volt de pico.

O que foi feito graficamente pode ser 2π


1 2
desenvolvido analiticamente, expressando- E RMS = ⋅ ∫ ⎡⎣E M ⋅ sen ( θ ) ⎤⎦ ⋅ dθ
se a média quadrática de uma função f ( t ) , 2π 0

em um intervalo de tempo T (geralmente o


período, para funções periódicas) como Utilizando-se a identidade trigonométrica
2 1 1
sendo a área sob a curva (dada pela ⎡⎣sen ( θ ) ⎤⎦ = − ⋅ cos ( 2θ ) , vemos
integral), dividida por T. Por último, extrai- 2 2
se a raiz quadrada para a obtenção do valor que a função seno, elevada ao quadrado,
RMS. Para funções trigonométricas, é corresponde a uma componente contínua, de
conveniente trabalhar com 2π radianos, no 0,5 , somada a uma função coseno, invertida
lugar de T, sendo a correspondência entre de 180 graus (sinal -), com 0,5 de amplitude
tempos e ângulos dada por θ = ω⋅ t , onde a máxima e freqüência dobrada.
velocidade angular, em rad/s, é igual a
ω = 2 ⋅ π ⋅ f , sendo f a freqüência em Hz.

E 2M 2

T 2π
E RMS =

⋅ ∫ ⎡⎣sen ( θ)⎤⎦ ⋅ dθ
1 1 0

T ∫0 ( t ) ∫ f ( ) ⋅ dθ
FRMS = ⋅ f 2 ⋅ dt = ⋅ 2
θ
2π 0

E 2M ⎡1 1 ⎤
= ⋅ ∫ ⎢⎣ 2 − ⋅ cos ( 2θ ) ⎥ ⋅ dθ
Exemplificando com uma senoide, 2π 0
2 ⎦
de valor máximo E M (pico), teremos:
Como a integral do seno (ou coseno) são
iguais à zero, dentro de um numero inteiro
de períodos, devido à simetria, não
T
1 2 precisaremos desenvolver a integral de
E RMS = ⋅ ∫ ⎡⎣ E M ⋅ sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ ⋅ dt
T 0 cos ( 2θ ) , entre 0 e 2π , já que esta será nula.
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

⎡2π 1 2π ⎤ e(2t ) E 2M 2
E 2M
⋅ ⎢ ∫ ⋅ dθ −
1
⋅ cos ( 2θ ) ⋅ dθ ⎥ p( t ) = = ⋅ ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦
E RMS =
2π ⎢0 2 ∫ 2 ⎥ R R
⎣ 0

ou, ainda,
E 2M ⎡ 1 ⎤

= ⋅ ⎢ ∫ ⋅ dθ − 0 ⎥ p( t ) = R ⋅ i(2t ) = R ⋅ I M
2
⋅ ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦
2
2π ⎣⎢ 0 2 ⎥⎦

Como podemos observar, nos três


casos acima, a potência instantânea será

E 2M 1 sempre positiva (o que não é verdadeiro em
E RMS =
2π 2
⋅ ⋅ ∫ dθ
0
circuitos reativos, ou seja, onde o ângulo de
fase entre a tensão e a corrente é diferente de
zero, o que pode ocorrer quando existem
E 2M
2π 2
EM indutores e/ou capacitores no circuito).
⋅ [ θ]0

=

⋅ ∫ dθ =

0 A potência média, dentro de um
período (ou de um numero inteiro deles)
pode ser expressa por:
E 2M 2
EM EM
E RMS = ⋅ [ 2π − 0 ] = ⋅ 2π = T
4π 4π 1
T ∫0 ( t )
2 PME = ⋅ p ⋅ dt

Por analogia, no caso de uma onda


I
senoidal de corrente, teremos I RMS = M 1
T
2
2 = ⋅ ∫ E M ⋅ I M ⋅ ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ ⋅ dt
T 0
.
Resumindo, os valores RMS, de
tensão ou corrente, referentes às ondas E ⋅I
T
2
senoidais, podem ser obtidos multiplicando- = M M ⋅ ∫ ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ ⋅ dt
T
se os valores máximos por 0,707, o que 0

equivale a dividi-los por 2 .

Aplicando a lei de Ohm, em um E M ⋅ I M ⎡ dt


T T
cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) ⎤
PME = ⋅ ⎢∫ − ∫ ⋅ dt ⎥
circuito linear, puramente resistivo (ou na T ⎣0 2 0
2 ⎦
ressonância), alimentado por uma onda de
tensão senoidal poderemos expressar a onda
⎪⎧ ⎡ T ⎤ ⎪⎫
T
de potência instantânea conforme se segue : E ⋅I
= M M ⋅⎨ ⎢ ⎥ − 0 ⎬
T ⎩⎪ ⎣ 2 ⎦ 0 ⎭⎪
p ( t ) = e( t ) ⋅ i ( t )
= E M ⋅ sen ( ω ⋅ t ) ⋅ I M ⋅ sen ( ω ⋅ t )
E M ⋅ IM ⎡T − 0⎤
= ⋅⎢
⎣ 2 ⎥⎦
2
= E M ⋅ I M ⋅ ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎦⎤ T

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 4
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

E M ⋅ IM E M IM 10 2 20
PME = = ⋅ = E RMS ⋅ I RMS PME = ⋅ = = 10 Watts
2 2 2 2 2 2

No caso de um circuito composto por O desenvolvimento acima,


um resistor de 5 Ohms, alimentado por uma representado na Fig. 2, mostra que a
tensão senoidal com 10 Volts de pico, potência média, no caso puramente resistivo
teremos uma corrente com 2 Amperes de senoidal, é igual à metade da potência de
pico. A potência máxima será igual a 20 pico, e corresponde ao produto dos valores
Watts e a potência média valerá 10 Watts. RMS da tensão e da corrente. Talvez tenha
Multiplicando os valores RMS da tensão e sido isto que levou à associação com o
da corrente, teremos: termo “potência RMS”.

20
Tensão, Corrente e Potências

15
e
10 i
p
PME
5

−5

−10
0 1 2 3 4 5 6
Ângulos em Radianos
Fig. 2 – Formas de onda da tensão, corrente, potência instantânea e potência média em um resistor de 5
Ohms .

Mas, haveria uma potência RMS ?

∫{ } ⋅ dt
T
1 2 2
No entender de Robert Ashley, pela PRMS ? = E M ⋅ I M ⋅ ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦
própria definição de valor RMS, este valor T 0
seria obtido da seguinte maneira :
T
1 4

T
PRMS ? = E M ⋅ I M ⋅
T ∫ ⎡⎣sen ( ω⋅ t )⎤⎦
0
⋅ dt
1
∫ p( ) ⋅ dt
2
PRMS ? = t
T 0 4 3 1 1
⎡⎣sen ( θ ) ⎤⎦ = − ⋅ cos ( 2 ⋅ θ ) + ⋅ cos ( 4 ⋅ θ )
8 2 8

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 5
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?


1 ⎡3 1 1 ⎤
PRMS ? = E M ⋅ I M ⋅ ∫ ⎢⎣ 8 − ⋅ cos ( 2 ⋅ θ ) + ⋅ cos ( 4 ⋅ θ ) ⎥ ⋅ dθ
2π 0
2 8 ⎦

1 ⎡3 ⎤
2π 2π 2π
1 1
PRMS ? = E M ⋅ I M ⋅ ⋅ ⎢ ⋅ ∫ dθ − ⋅ ∫ cos ( 2 ⋅ θ ) ⋅ dθ + ⋅ ∫ cos ( 4 ⋅ θ ) ⋅ dθ ⎥
2π ⎣ 8 0 2 0 8 0 ⎦

1 ⎡3 ⎤
2π 2π
3
PRMS ? = E M ⋅ I M ⋅ ⋅ ⎢ ⋅ ∫ dθ − 0 + 0 ⎥ = E M ⋅ IM ⋅ ⋅ ∫ dθ
2π ⎣ 8 0 ⎦ 16π 0

3 3 3 12
PRMS ? = E M ⋅ I M ⋅ [ 2π − 0 ] = ⋅ E M ⋅ IM = ⋅ 2 ⋅ PME = ⋅ PME
16π 8 8 8

PRMS ? = 1,5 ⋅ PME = 1, 2247 ⋅ PME

Segundo Eargle e Locanthi, um Assim, preservar a informação dada pelos


amplificador de potência média igual a 81,3 sinais positivos e negativos é algo de
Watts, poderia ser especificado como interesse, nesse caso, não tendo sentido
possuindo 100 WRMS ? , “sendo mais uma computar uma média (a quadrática) que tem
especificação de potência inflacionada”. exatamente a finalidade de eliminar a
Haveria a necessidade da utilização influência do sinal. Na Fig. 3, vemos a
corrente, em um circuito puramente
desta quantidade, denominada PRMS ? ?
capacitivo, onde C = 2,5 µF , adiantada de
Acredito que não. Vejamos : 90 graus, em relação à tensão. A onda de
No caso de uma corrente alternada, potência é simétrica, sendo a potência média
se estivermos interessados no efeito Joule nula. A tensão senoidal aplicada tem um
produzido, ou seja, o calor dissipado na valor igual a 8 V RMS e uma freqüência de
componente resistiva de uma carga, o 8 kHz. Nesta freqüência, a reatância do
sentido da corrente teria alguma relevância ? capacitor foi igual a 8 Ohms daí a corrente
Não ! apresentar um valor RMS igual a 1 A.
Em um circuito, onde a diferença de Na Fig. 4, temos os resultados
fase entre a tensão e a corrente é diferente de obtidos após a colocação de um resistor de 8
zero, a onda de potência terá partes positivas Ohms, em série com o capacitor de 2,5 µF .
e outras negativas.
Seria conveniente ocultarmos esta Na freqüência de 8 kHz o ângulo de fase
informação de sinal ? entre a tensão e a corrente será igual a 45
Não, porque uma potência positiva graus, e seu coseno vale 0,707 . Desse
significa que a carga absorveu energia do modo, a potência média corresponderá a
gerador, enquanto que potências negativas 8 ⋅1 ⋅ 0, 707 = 5, 6 Watts.
indicam que a carga devolveu energia para o Não poderíamos deixar de ressaltar
gerador. Apenas como lembrete, potência é que os valores RMS são os responsáveis
o resultado do cociente entre energia pelo efeito Joule. Assim, a potência
(trabalho) e tempo. Watt = Joule / segundo.

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 6
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

dissipada em um resistor R será dada por: efeito Joule que uma tensão contínua com
PME = E 2RMS / R = R ⋅ I RMS
2
. 127 V. Como o valor RMS produz o mesmo
Desse modo, a tensão da rede de energia, “efeito” térmico que uma tensão contínua,
com um valor nominal de 127 V RMS, que em português usaremos valor eficaz, no
varia senoidalmente entre ± 180 Volts e lugar de RMS.
possui valor médio nulo, produz o mesmo

10 e
Tensão, Corrente e Potências

i
p
PME
5

−5

−10
1 2 3 4 5 6
Ângulos em Radianos
Fig. 3 –Tensão, corrente, potência instantânea e potência média em um capacitor de 2,5 µF a 8 kHz.
Tensão, Corrente e Potências

10

e
−5 i
p
PME
−10
1 2 3 4 5 6
Ângulos em Radianos
Fig. 4 –Tensão, corrente, e potências em um circuito RC série, onde R = 8 Ohms, C = 2,5 µF e f = 8 kHz .

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 7
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

10
e
1
e
2
Tensões e Correntes

5 i1
i2

−5

−10
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulos em Graus
Fig. 5 – Tensão senoidal, com 10 V de pico, e quinto harmônico, de igual amplitude, em resistor de 5 Ohms .

Embora um amplificador de potência deva e da corrente resultantes e das potências


cumprir sua finalidade nominal, que é média e instantânea.
fornecer potência elétrica, não podemos nos A potência resultante será o
restringir ao efeito Joule que é capaz de resultado da superposição das potências
produzir. Uma especificação de potência fornecidas por cada uma das duas tensões
média senoidal é mais adequada para retratar aplicadas, sendo a potência média igual a 20
o comportamento térmico do circuito do que Watts.
para avaliar o desempenho do amplificador
em termos acústicos. Indicar o valor da PME = PME1 + PME2
distorção, associada a uma determinada
potência é de extrema importância. No
entanto, a distorção estará associada aos 102 / 5 102 / 5 20 20
= + = +
valores de pico, e não a valores médios de 2 2 2 2
potência ou tensão. É nos picos de sinal que
os amplificadores podem clipar.
Alem disso, em condições normais = 10 + 10 = 20 Watts
de uso, um amplificador não irá amplificar
uma senoide, mas um sinal complexo que Observando a Fig. 6, vemos que, embora a
pode ser decomposto em um somatório de potência média tenha sido igual a 20 Watts,
diversas componentes senoidais, com a potência de pico foi igual a 80 Watts, o
diferentes amplitudes e diferentes que obriga o amplificador a fornecer
freqüências. 80 ⋅ 5 = 20 Volts de pico.
Na Fig. 5, vemos uma fundamental, No caso de uma única componente
com 10 Volts de pico e sua quinta senoidal, bastariam 10 Volts eficazes para se
harmônica, com igual amplitude, e as conseguir os mesmos 20 Watts de potência
respectivas componentes de corrente em média, mas com apenas 40 Watts de pico,
uma carga de 5 Ohms, puramente resistiva. situação em que o amplificador teria que
A Fig. 6 mostra as formas de onda da tensão fornecer 14 Volts de pico.

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 8
80
e
12
Tensão, Corrente e Potências

i12
60 p12
P
ME
40

20

−20
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulos em Graus
Fig. 6 – Tensão, corrente e potências resultantes, correspondentes a Fig. 5 ,
onde e12 = e1 + e 2 , i12 = i1 + i 2 e p12 = p1 + p 2 .

Com o exemplo acima, fica claro que No caso de uma componente


uma especificação de potência, contínua (que pode ser entendida como uma
perfeitamente adequada para caracterizar o cosenoide de freqüência zero ou período
efeito térmico, como é o caso da potência infinito) e outra senoidal, teremos:
média, pode levar a conclusões enganosas
quando o foco estiver centrado nos aspectos e1 = E ; e 2 = E M ⋅ sen ( ω⋅ t ) ;
elétricos e auditivos. Um determinado
amplificador pode fornecer um sinal de 14
e( t ) = e1 + e 2
ou 15 Volts de pico, com distorção mínima,
mas distorcer acentuadamente quando
solicitado a entregar 20 Volts de pico. O ( e1 + e2 )
2
e(2t ) = = e12 + e22 + 2 ⋅ e1 ⋅ e 2
sinal musical caracteriza-se por elevadas
potências de pico e potências médias baixas. 2
O fator de crista representa exatamente isso, e(2t ) = E 2 + ⎡⎣ E M ⋅ sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ + 2 ⋅ E ⋅ E M ⋅ sen ( ω⋅ t )
sendo o cociente entre as potências de pico e
a média.
T 2π
1 1
T ∫0 ( t ) ∫ e( ) ⋅ dθ
Valores Eficazes de Componentes E EF = e 2 ⋅ dt = 2
θ
Senoidais Múltiplas 2π 0

{ }
T
1 2
E EF = ⋅ ∫ E 2 + ⎡⎣ E M ⋅ sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ + 2 ⋅ E ⋅ E M ⋅ sen ( ω⋅ t ) ⋅ dt
T 0

T T T
1 1 2 1
⋅ ∫ E 2 ⋅ dt + ⋅ ∫ ⎡⎣ E M ⋅ sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ ⋅ dt + ⋅ ⎡ 2 ⋅ E ⋅ E M ⋅ sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ ⋅ dt
T ∫0 ⎣
E EF =
T 0 T 0
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

T T T
E2 E2 2 2 ⋅ E ⋅ EM
E EF = ⋅ ∫ dt + M ⋅ ∫ ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ ⋅ dt + ⋅ ∫ ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ ⋅ dt
T 0 T 0 T 0

2π 2π 2π
E2 E2 2 2 ⋅ E ⋅ EM
E EF = ⋅ ∫ dθ + M ⋅ ∫ ⎡⎣sen ( θ ) ⎤⎦ ⋅ dθ + ⋅ ∫ ⎡⎣sen ( θ ) ⎤⎦ ⋅ dθ
2π 0
2π 0 2π 0

Como as integrais do seno e do coseno, dentro de um numero inteiro de períodos, são nulas,
então:
2π 2π
2 1 1 2 ⎡ dθ ⎤ 2π − 0
⎡⎣sen ( θ ) ⎤⎦ = − ⋅ cos ( 2 ⋅ θ ) , logo , ∫ ⎡⎣sen ( θ ) ⎤⎦ ⋅ dθ = ⎢ ⎥ = = π
2 2 0 ⎣ 2 ⎦0 2

E2 E2 EM2
E EF = ⋅2⋅π + M ⋅π + 0 = E2 + = E 2 + E 2EF
2π 2π 2

Para uma tensão contínua igual a 3 V e uma tensão senoidal com 4 VEF , teremos como resultado

42 + 32 = 16 + 9 = 25 = 5 VEF .

10

5
Tensões em Volts

0
E
e
−5 E+e
EEF

−10
0 50 150100 200 250 300 350
Ângulos em Graus
Fig. 7 – Componente alternada de 4 VEF, superposta a uma tensão contínua de 3 V resultando em 5 VEF .

Duas componentes senoidais, de freqüências diferentes

e1 = E M 1 ⋅ sen ( ω1 ⋅ t ) ; e 2 = E M 2 ⋅ sen ( ω2 ⋅ t ) ; e( t ) = e1 + e 2

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 10
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

2 2
( e1 + e2 ) ⎡⎣ E M 1 ⋅ sen ( ω1 ⋅ t ) ⎤⎦ + ⎡⎣ E M 2 ⋅ sen ( ω2 ⋅ t ) ⎤⎦
2
e(2t ) = = e12 + e 22 + 2 ⋅ e1 ⋅ e 2 = + ...
+ 2 ⋅ E M 1 ⋅ sen ( ω1 ⋅ t ) ⋅ E M 2 ⋅ sen ( ω2 ⋅ t )

{ }
T
1 2 2
E EF = ⋅ ∫ ⎡⎣ E M 1 ⋅ sen ( ω1 ⋅ t ) ⎤⎦ + ⎡⎣ E M 2 ⋅ sen ( ω2 ⋅ t ) ⎤⎦ + 2 ⋅ E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ sen ( ω1 ⋅ t ) ⋅ sen ( ω2 ⋅ t ) ⋅ dt
T 0

∫ {⎡⎣E }

1 2 2
E EF = ⋅ M1 ⋅ sen ( θ1 ) ⎤⎦ + ⎡⎣ E M 2 ⋅ sen ( θ2 ) ⎤⎦ + 2 ⋅ E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ sen ( θ1 ) ⋅ sen ( θ2 ) ⋅ dθ
2π 0

EM1 2π
2 EM 2 2π
2 EM1 ⋅ EM 2 2π
E 2EF = ⋅ ∫ ⎡⎣sen ( θ1 ) ⎤⎦ ⋅ dθ + ⋅ ∫ ⎡⎣sen ( θ2 ) ⎤⎦ ⋅ dθ + ⋅ ∫ sen ( θ1 ) ⋅ sen ( θ2 ) ⋅ dθ
2π 0
2π 0
π 0

E 2M 2π
2 E 2M 2π
2 EM1 ⋅ EM 2 2π
E 2
EF = 1
⋅ ∫ ⎡⎣sen ( θ1 ) ⎤⎦ ⋅ dθ + 2
⋅ ∫ ⎡⎣sen ( θ2 ) ⎤⎦ ⋅ dθ + ⋅ ∫ sen ( θ1 ) ⋅ sen ( θ2 ) ⋅ dθ
2π 0
2π 0
π 0

2 1 1
Como ⎡⎣sen ( θ ) ⎤⎦ = − ⋅ cos ( 2 ⋅ θ ) então
2 2

1 1
⋅ [ θ]0 = ⋅ [ 2π − 0] = π
2
∫ ⎡⎣sen ( θ )⎤⎦

⋅ dθ =
0
2 2


1 1
sen ( θ1 ) ⋅ sen ( θ2 ) = ⋅ cos ( θ1 − θ2 ) − ⋅ cos ( θ1 + θ2 ) , logo, ∫ sen ( θ ) ⋅ sen ( θ ) ⋅ dθ
1 2 = 0
2 2 0

2
E 2M E 2M 2 2
EM 2
EM
Então, E EF = 1
⋅π + ⋅π + 0 = 1
+ 2
= E 2EF1 + E EF
2

2π 2π 2 2 2

E EF = E 2EF1 + E EF
2
2

Para uma tensão senoidal com 4 VEF e uma outra tensão senoidal com 3 VEF, e freqüência três
vezes maior, e fase zero, teremos:

42 + 32 = 16 + 9 = 25 = 5 VEF .

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 11
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

10

5
Tensões em Volts

0
e1
e2
−5 e1 + e2
EEF

−10
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulos em Graus
Fig. 8 – Componentes alternadas, com 3 VEF e 4 VEF , com a mesma fase e o triplo da freqüência, uma da
outra.

10

5
Tensões em Volts

0
e1
e2
−5 e1 + e2
EEF

−10
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulos em Graus
Fig. 9 – Componentes alternadas, com 3 VEF e 4 VEF , o triplo da freqüência, e 180 graus de defasagem uma
da outra.

Embora a diferença de fase entre as componentes de freqüências diferentes não altere o


valor eficaz final, as tensões resultantes são diferentes, como podemos ver nas Figs. 8 e 9 .

Três componentes senoidais, de freqüências diferentes (podendo incluir uma componente


continua)

e( t ) = e1 + e 2 + e3 fazendo e12 = e1 + e2 vem: e( t ) = e12 + e3

( e1 + e 2 ) + e32 + 2 ⋅ ( e1 + e 2 ) ⋅ e3
2
e(2t ) = e12
2
+ e32 + 2 ⋅ e12 ⋅ e3 =

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 12
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

e(2t ) = e12 + e 22 + 2 ⋅ e1 ⋅ e 2 + e32 + 2 ⋅ ( e1 + e2 ) ⋅ e3

e(2t ) = e12 + e 22 + e32 + 2 ⋅ e1 ⋅ e 2 + 2 ⋅ e1 ⋅ e3 + 2 ⋅ e 2 ⋅ e3 (somatório de quadrados e duplos


produtos)
T T T T T T T
1 1 1 1 2 2 2
⋅ ∫ e(2t ) ⋅ dt = ⋅ ∫ e12 ⋅ dt + ⋅ ∫ e22 ⋅ dt + ⋅ ∫ e32 ⋅ dt + ⋅ ∫ e1 ⋅ e 2 ⋅ dt + ⋅ ∫ e1 ⋅ e3 ⋅ dt + ⋅ ∫ e 2 ⋅ e3 ⋅ dt
T 0 T 0 T 0 T 0 T 0 T 0 T 0

e1 = E M1 ⋅ sen ( ω1 ⋅ t ) ; e 2 = E M 2 ⋅ sen ( ω2 ⋅ t ) ; e3 = E M3 ⋅ sen ( ω3 ⋅ t )

15
E
10 e1
e
Tensões em Volts

2
E + e1 + e2
5 EEF

−5

−10
0 50150 100
200 250 300 350
Ângulos em Graus
Fig. 10 – Tensão contínua com 3 V e componentes alternadas com 3 VEF e 4 VEF, e o triplo da freqüência uma
da outra.

15
E
e
10 1
e2
Tensões em Volts

E + e1 + e2
5 EEF

−5

−10
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulos em Graus
Fig. 11 – As mesmas formas de onda, mas sem defasagem entre as componentes senoidais .

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 13
2
e12 = E 2M1 ⋅ ⎡⎣sen ( ω1 ⋅ t ) ⎤⎦ Estendendo para n termos

⎡1 1 ⎤ E EF = E 2EF1 + E EF
2 2
+ E EF 2
+ ... + E EF
= E 2M1 ⋅ ⎢ − ⋅ cos ( 2 ⋅ ω1 ⋅ t ) ⎥ 2 3 N
⎣ 2 2 ⎦

T
1 Duas senoides de mesma freqüência e
⋅ ∫ e12 ⋅ dt =
T 0 ângulos de fase quaisquer
E 2M1 T
E 2M1 T
e1 = E M 1 ⋅ sen ( ω⋅ t + α1 )
∫ dt − ⋅ ∫ cos ( 2 ⋅ ω1 ⋅ t ) ⋅ dt =
2⋅T 0
2⋅T 0

E 2 2
EM e 2 = E M 2 ⋅ sen ( ω⋅ t + α 2 )
⋅ [ T − 0] − 0 =
M1 1
= E 2EF1
2⋅T 2
e( t ) = e1 + e 2
Por analogia:
( e1 + e2 )
2
e(2t ) = = e12 + e 22 + 2 ⋅ e1 ⋅ e 2
T T
1 2 1 2

T0
e2 ⋅ dt = E 2EF2 ; ∫
T0
e3 ⋅ dt = E 2EF3
e(2t ) = E 2M1 ⋅ ⎡⎣sen ( ω⋅ t + α1 ) ⎤⎦
2
+ ...
2
+ E 2M 2 ⋅ ⎣⎡sen ( ω⋅ t + α 2 ) ⎦⎤ + ...
T
1 + 2 ⋅ E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ sen ( ω⋅ t + α1 ) ⋅ sen ( ω⋅ t + α 2 )
sen ( ω1 ⋅ t ) ⋅ sen ( ω2 ⋅ t ) ⋅ dt = 0
T ∫0
Como

(ver identidade trigonométrica, adiante), Identidades trigonométricas


T
1
T ∫0 ( t )
2
E = ⋅ e2 ⋅ dt = E 2EF1 + E 2EF2 + E 2EF3
EF
sen ( ω⋅ t + α ) =
sen ( ω⋅ t ) ⋅ cos ( α ) + sen ( α ) ⋅ cos ( ω⋅ t ) =
cos ( α ) ⋅ sen ( ω⋅ t ) + sen ( α ) ⋅ cos ( ω⋅ t )
2 2 2
E EF = E EF1 + E EF2 + E EF3

2 1 1
⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⎤⎦ = − ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t )
Calculando para os valores 2 2
numéricos das Figs. 10 e 11, onde vemos
que a defasagem entre as componentes 2 1 1
senoidais não afeta o valor eficaz resultante, ⎡⎣cos ( ω⋅ t ) ⎤⎦ = + ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t )
2 2
vem:
1
sen ( ω⋅ t ) ⋅ cos ( ω⋅ t ) = ⋅ sen ( 2 ⋅ ω⋅ t )
2
E EF = 32 + 32 + 42 =
= 9 + 9 + 16 = 1
sen ( ω1 ⋅ t ) ⋅ sen ( ω2 ⋅ t ) = ⋅ cos ⎡⎣( ω1 − ω2 ) ⋅ t ⎤⎦ + ...
2
= 34 = 5,8 1
− ⋅ cos ⎡⎣( ω1 + ω2 ) ⋅ t ⎤⎦
2
1 1
sen ( ω⋅ t + α1 ) ⋅ sen ( ω⋅ t + α 2 ) = ⋅ cos ( α1 − α 2 ) − ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t + α1 + α 2 )
2 2

2 2 2
⎡⎣sen ( ω⋅ t + α ) ⎤⎦ = ⎡⎣sen ( ω⋅ t ) ⋅ cos ( α ) ⎤⎦ + ⎡⎣sen ( α ) ⋅ cos ( ω⋅ t ) ⎤⎦ + ...
+ 2 ⋅ sen ( α ) ⋅ cos ( α ) ⋅ sen ( ω⋅ t ) ⋅ cos ( ω⋅ t )
2 ⎡1 1 ⎤ 2 ⎡1 1 ⎤
= ⎡⎣cos ( α ) ⎦⎤ ⋅ ⎢ − ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) ⎥ + ⎣⎡sen ( α ) ⎦⎤ ⋅ ⎢ + ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) ⎥ + ...
⎣2 2 ⎦ ⎣2 2 ⎦
1
... + ⋅ sen ( 2 ⋅ α ) ⋅ sen ( 2 ⋅ ω⋅ t )
2

2 2
⎡cos ( α ) ⎤⎦ ⎡cos ( α ) ⎤⎦
= ⎣ − ⎣
2
⎡⎣sen ( ω⋅ t + α ) ⎤⎦ ⋅ cos ( 2 ⋅ ω ⋅ t ) + ...
2 2
2 2
⎡sen ( α ) ⎤⎦ ⎡sen ( α ) ⎤⎦
... + ⎣ + ⎣ ⋅ cos ( 2 ⋅ ω ⋅ t ) + ...
2 2
1
... + ⋅ sen ( 2 ⋅ α ) ⋅ sen ( 2 ⋅ ω⋅ t )
2
T T T T
1 1 1 2
⋅ ∫ e(2t ) ⋅ dt = ⋅ ∫ e12 ⋅ dt + ⋅ ∫ e22 ⋅ dt + ⋅ ∫ e1 ⋅ e2 ⋅ dt Substituindo, vem :
T 0 T 0 T 0 T 0

2 2
e(2t ) = E 2M1 ⋅ ⎣⎡sen ( ω⋅ t + α1 ) ⎦⎤ + E 2M2 ⋅ ⎡⎣sen ( ω⋅ t + α 2 ) ⎤⎦ + 2 ⋅ E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ sen ( ω⋅ t + α1 ) ⋅ sen ( ω⋅ t + α 2 )

2 2
2
EM ⋅ ⎡⎣cos ( α1 ) ⎤⎦ 2
EM ⋅ ⎡⎣ cos ( α1 ) ⎤⎦
e(2t ) = 1
− 1
⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) + ...
2 2
2 2
E 2M1 ⋅ ⎡⎣sen ( α1 ) ⎤⎦ 2
EM ⋅ ⎡⎣sen ( α1 ) ⎤⎦
... + + 1
⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) + ...
2 2
E 2M1
... + ⋅ sen ( 2 ⋅ α1 ) ⋅ sen ( 2 ⋅ ω ⋅ t ) + ...
2

2 2
E 2M2 ⋅ ⎡⎣cos ( α 2 ) ⎤⎦ 2
EM ⋅ ⎡⎣ cos ( α 2 ) ⎤⎦
... + − 2
⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) + ...
2 2
2 2
E 2M2 ⋅ ⎡⎣sen ( α 2 ) ⎤⎦ E 2M 2 ⋅ ⎡⎣sen ( α 2 ) ⎤⎦
... + + ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) + ...
2 2
2
EM
... + 2
⋅ sen ( 2 ⋅ α 2 ) ⋅ sen ( 2 ⋅ ω ⋅ t ) + ...
2

... + E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 ) − E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t + α1 + α 2 )


HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

2 2
1 E M1 ⋅ ⎡⎣cos ( α1 ) ⎤⎦ 1 E M ⋅ ⎡ cos ( α1 ) ⎤⎦
T T 2 T 2
1
E 2
EF = ⋅ ∫ e(2t ) dt = ⋅∫ ⋅ dt − ⋅ ∫ 1 ⎣ ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) ⋅ dt + ...
T 0 T 0 2 T 0 2
2 2
1 E M1 ⋅ ⎣⎡sen ( α1 ) ⎦⎤ 1 E M ⋅ ⎡sen ( α1 ) ⎦⎤
T 2 T 2

⋅ dt + ⋅ ∫ 1 ⎣ ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) ⋅ dt + ...
T ∫0
... + ⋅
2 T 0 2
2
1 E M1
T
⋅ sen ( 2 ⋅ α1 ) ⋅ sen ( 2 ⋅ ω ⋅ t ) ⋅ dt + ...
T ∫0 2
... + ⋅

2 2
1 E M ⋅ ⎡cos ( α 2 ) ⎤⎦ 1 E M ⋅ ⎡cos ( α 2 ) ⎤⎦
T 2 T 2

... + ⋅ ∫ 2 ⎣ ⋅ dt − ⋅ ∫ 2 ⎣ ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t ) ⋅ dt + ...


T 0 2 T 0 2
2 2
1 E M ⋅ ⎡sen ( α 2 ) ⎤⎦ 1 E M ⋅ ⎡sen ( α 2 ) ⎤⎦
T 2 T 2

... + ⋅ ∫ 2 ⎣ ⋅ dt + ⋅ ∫ 2 ⎣ ⋅ cos ( 2 ⋅ ω ⋅ t ) ⋅ dt + ...


T 0 2 T 0 2
2
1 E M2
T
⋅ sen ( 2 ⋅ α 2 ) ⋅ sen ( 2 ⋅ ω⋅ t ) ⋅ dt + ...
T ∫0 2
... + ⋅

T T
1 1
⋅ E M ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 ) ⋅ dt − ⋅ ∫ E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( 2 ⋅ ω⋅ t + α1 + α 2 ) ⋅ dt
T ∫0 1
... +
T 0

2 2
1 E M1 ⋅ ⎡⎣cos ( α1 ) ⎤⎦ 1 E M ⋅ ⎡sen ( α1 ) ⎦⎤
T 2 T 2

E 2EF = ⋅∫ ⋅ dt − 0 + ⋅ ∫ 1 ⎣ ⋅ dt + 0 + 0 + ...
T 0 2 T 0 2

2 2
1 E M ⋅ ⎡cos ( α 2 ) ⎤⎦ 1 E M ⋅ ⎡sen ( α 2 ) ⎤⎦
T 2 T 2

... + ⋅ ∫ 2 ⎣ ⋅ dt − 0 + ⋅ ∫ 2 ⎣ ⋅ dt + 0 + 0 + ...
T 0 2 T 0 2

T
1
⋅ E M ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 ) ⋅ dt − 0
T ∫0 1
... +

2 2
1 E M1 ⋅ ⎣⎡cos ( α1 ) ⎦⎤ 1 E M ⋅ ⎡sen ( α1 ) ⎤⎦
T 2 T 2

E 2
EF = ⋅∫ ⋅ dt + ⋅ ∫ 1 ⎣ ⋅ dt + ...
T 0 2 T 0 2

2 2
1 E M ⋅ ⎡cos ( α 2 ) ⎤⎦ 1 E M ⋅ ⎡sen ( α 2 ) ⎤⎦
T 2 T 2

... + ⋅ ∫ 2 ⎣ ⋅ dt + ⋅ ∫ 2 ⎣ ⋅ dt + ...
T 0 2 T 0 2

T
1
⋅ E M ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 ) ⋅ dt
T ∫0 1
... +

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 16
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

2 2
E 2M1 ⋅ ⎣⎡cos ( α1 ) ⎤⎦ T 2
EM ⋅ ⎣⎡sen ( α1 ) ⎦⎤ T
E 2
EF = ⋅ ∫ dt + 1
⋅ ∫ dt + ...
2⋅T 0
2⋅T 0

2 2
E 2M 2 ⋅ ⎡⎣cos ( α 2 ) ⎤⎦ T
E 2M 2 ⋅ ⎡⎣sen ( α 2 ) ⎤⎦ T
... + ⋅ ∫ dt + ⋅ ∫ dt + ...
2⋅T 0
2⋅T 0

E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 ) T
... + ⋅ ∫ dt
T 0

2 2
E 2M1 ⋅ ⎣⎡cos ( α1 ) ⎤⎦ 2
EM ⋅ ⎡⎣sen ( α1 ) ⎦⎤
⋅ [ t ]0 + ⋅ [ t ]0 + ...
2 T T
E EF = 1

2⋅T 2⋅T

2 2
E 2M 2 ⋅ ⎡⎣cos ( α 2 ) ⎤⎦ 2
EM ⋅ ⎡⎣sen ( α 2 ) ⎤⎦
⋅ [ t ]0 + ⋅ [ t ]0 + ...
T T
... + 2

2⋅T 2⋅T

E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 )
⋅ [ t ]0
T
... +
T

2 2
E 2M1 ⋅ ⎣⎡cos ( α1 ) ⎦⎤ 2
EM ⋅ ⎣⎡sen ( α1 ) ⎦⎤
E 2
EF = ⋅ [ T − 0] + 1
⋅ [ T − 0] + ...
2⋅T 2⋅T

2 2
E 2M2 ⋅ ⎡⎣cos ( α 2 ) ⎤⎦ 2
EM ⋅ ⎡⎣sen ( α 2 ) ⎤⎦
... + ⋅ [ T − 0] + 2
⋅ [ T − 0] + ...
2⋅T 2⋅T

E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 )
... + ⋅ [ T − 0]
T

2 2 2 2
2
EM ⋅ ⎡⎣cos ( α1 ) ⎤⎦ 2
EM ⋅ ⎡⎣sen ( α1 ) ⎤⎦ E 2M 2 ⋅ ⎡⎣cos ( α 2 ) ⎤⎦ 2
EM ⋅ ⎡⎣sen ( α 2 ) ⎤⎦
E 2
EF = 1
+ 1
+ + 2
+ E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 )
2 2 2 2

E 2M1 E 2M 2
E 2EF = {
⋅ ⎡cos ( α1 ) ⎤⎦
2 ⎣
2
+ ⎡⎣sen ( α1 ) ⎤⎦
2
} +
2
{
⋅ ⎡⎣cos ( α 2 ) ⎤⎦
2
+ ⎡⎣sen ( α 2 ) ⎤⎦
2
} + E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 )

2 2
Como ⎣⎡cos ( α ) ⎦⎤ + ⎡⎣sen ( α ) ⎦⎤ = 1

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 17
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

E 2M1 2
EM
E 2EF = ⋅ {1} + 2
⋅ {1} + E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 )
2 2

E 2M1 2
EM 1
E 2EF = + 2
+ E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 ) = ⋅ ⎡EM
2 2
+ EM + 2 ⋅ E M 1 ⋅ E M 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 ) ⎤⎦
2 2 2 ⎣ 1 2

1 ⎡
E 2EF = ⋅ 2 ⋅ E 2EF1 + 2 ⋅ E EF
2
+ 2 ⋅ 2 ⋅E EF 1 ⋅ 2 ⋅ E EF 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 ) ⎤⎦
2 ⎣ 2

E 2EF = E 2EF1 + E 2EF2 + 2 ⋅E EF 1 ⋅ 2 ⋅ E EF 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 )

E 2EF = E 2EF1 + E 2EF2 + 2 ⋅ E EF 1 ⋅ E EF 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 )

E EF = E 2EF1 + E EF
2
2
+ 2 ⋅ E EF 1 ⋅ E EF 2 ⋅ cos ( α1 − α 2 )

Casos Particulares : E EF = E 2EF1 + E 2EF2 + 2 ⋅ E EF 1 ⋅ E EF 2

Se α1 − α 2 = 180° logo,
(E )
2
= EF1 + E EF2 = E EF1 + E EF2

E EF = E 2EF1 + E 2EF2 + 2 ⋅ E EF 1 ⋅ E EF 2 ⋅ cos (180° ) Como podemos constatar, caso a


diferença de fase entre as duas senoides, de
igual freqüência, seja 0° ou 180° , os
E EF = E 2EF1 + E 2EF2 − 2 ⋅ E EF 1 ⋅ E EF 2 valores eficazes somam-se algebricamente.

Supondo duas componentes


(E ) senoidais, com valores eficazes de 3 e 4 V,
2
= EF1 − E EF2 = E EF1 − E EF2
defasadas de 180 graus, vem:

E EF = 32 + 42 + 2 ⋅ 3 ⋅ 4 ⋅ ( − 1)
Se E EF1 = E EF2 logo,

E EF = E EF1 − E EF1 = 0 = 9 + 16 − 24

Se α1 = α 2 logo, = 25 − 24 = 1 V = 3− 4

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 18
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

4
Tensões em Volts

e1
0
e
2
e1 + e2
−2
E
EF

−4

−6
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulos em Graus
Fig. 12 – Duas componentes senoidais, de mesma freqüência, defasadas de 180 graus, com 3 e 4 VEF de
amplitude .

Conforme ficou bem claro, através Journal of The Audio Engineering Society
do desenvolvimento, o caso referente à Vol. 20 № 1, Jan/Fev de 1972
senoides de mesma freqüência, e ângulos de
fase diferentes de 0 ou 180 graus, constitui-
se no mais complexo de todos. 4 - Power Specification Conversion Factors
T. A. Saponas
Journal of The Audio Engineering Society
Vol. 20 № 3, Abril de 1972
Bibliografia

5 - Misnomer “RMS Power”


1 - What’s a Watt (RMS) ? P. W. Klipsch
J. R Ashley Journal of The Audio Engineering Society
Journal of The Audio Engineering Society Vol. 20 № 5, Junho de 1972
Vol. 19 № 9, Outubro de 1971

6 - “RMS Power” Versus Average Power


2 - RMS Power: Fact or Fancy. D. A. Kerr
J. M. Eargle e B. Locanthi Journal of The Audio Engineering Society
Journal of The Audio Engineering Society Vol. 20 № 5, Junho de 1972
Vol. 20 № 1, Jan/Fev de 1972

7 - On Accurate Terminology
3 - Comments on “What’s a Watt (RMS) J. R. Ashley
?” Journal of The Audio Engineering Society
J. G. McKnight Vol. 20 № 6, Jul/Ago de 1972

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 19
HOMERO SETTE SILVA POTÊNCIA “RMS” OU MÉDIA ?

8 - Advantages of Using Peak Power Agradecimentos


Ratings Instead of Average Power
J. G. McKnight
Journal of The Audio Engineering Society O Autor agradece:
Vol. 20 № 7, Setembro de 1972
Ao Eng. Rosalfonso Bortoni, MsC, por suas
valiosas críticas e sugestões ao presente
9 - “Misnomer RMS Power” or “RMS texto.
Power Versus Average Power”
H. A. Bondy À Eletrônica Selenium S. A. pelos recursos
Journal of The Audio Engineering Society colocados à disposição do Autor que a
Vol. 20 № 8, Outubro de 1972 exime de quaisquer responsabilidades
quanto às informações aqui veiculadas, da
inteira responsabilidade do Autor.
10 - More About “RMS Power”
R. R. Moore
Journal of The Audio Engineering Society
Vol. 20 № 8, Outubro de 1972

11 - Power Specifications
R. D. Read
Journal of The Audio Engineering Society
Vol. 20 № 9, Novembro de 1972

12 - Curso Selenium, CURSEL1


Notas de Aula, versão 10-10-2002
Disponível em www.selenium.com.br

13 - Amplificadores de Áudio –
Fundamentos, Características, Aplicações.
Rosalfonso Bortoni
H. Sheldon Serviços de Marketing, Outono
de 2002

14 – Interface Amplificador Falante em


Regime de Alta Potência
Ruy L. B. Monteiro
Apresentado na 4a Convenção da AES –
Brasil em Junho de 2000
Disponível em www.studior.com.br

VIII CONVENÇÃO NACIONAL AES BRASIL, SÃO PAULO, BRASIL, 7 - 9 DE JUNHO DE 2004 20

You might also like