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APOSTILA
CURSO
ENGENHARIA DE PRODUÇAO
SÃO LUIS – MA
FEVEREIRO 2019
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UNIDADE I – NOMENCLATURAS E OBJETIVOS DE CUSTOS
1.1 INTRODUÇÃO
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Cabe à Contabilidade de Custos:
Neste tópico vamos introduzir alguns conceitos importantes para uma melhor
compreensão do conteúdo proposto para esta disciplina, conforme a seguir.
TIPOS DE GASTOS
Investimento.
Custo.
Despesa.
Perda.
Desperdício.
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Também são considerados investimentos os valores que a empresa gasta na
aquisição de bens patrimoniais, como máquinas, equipamentos, instalações,
entre outros. Observe-se que, neste caso, os investimentos sofrem
depreciações, as quais se caracterizam como a desvalorização pelo uso,
obsolescência e outras razões.
Desta forma, é fundamental que se tenha em mente que os gastos que não se
relacionam com a produção nunca poderão ser considerados ou computados
como custos. Assim, só devem ser incluídos no custo dos produtos ou serviços
insumos necessários à elaboração destes elementos, isto é, sem os quais seria
impossível produzi-los.
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Despesa – é um gasto em que a empresa incorre para manter a sua estrutura
organizacional com vistas à obtenção de receitas.
Estes gastos serão transferidos para despesa à medida que seus benefícios
ocorrem. Por exemplo, o gasto com a aquisição de veículos é considerado
despesa de depreciação à medida que decorre o período esperado de vida útil
dos mesmos.
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1. 4 OUTRAS DEFINIÇÕES DE CUSTOS PARA EFEITO CONTÁBIL
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Observe que, na primeira situação (produção), a atividade de secretária está
relacionada de forma indireta com o processo produtivo, enquanto que nas
outras duas (vendas e administração), sua atuação é necessária à atividade da
respectiva área onde trabalha, não podendo, portanto, seus salários e
encargos ser considerados custo de produção.
Cabe destacar que o método utilizado pela empresa para avaliar os seus
estoques afetará: (a) o valor do CPV, na indústria, e (b) o CMV, no comércio.
Custo total, Contábil ou Fabril (CF) – representa a soma dos três elementos
do custo: material direto, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação.
São incorridos durante o processo de fabricação e incorporados aos estoques
de produtos em processo. Quando os itens são finalizados, estes, custos e
estoques, são transferidos para o estoque de produtos acabados.
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Custos irrecuperáveis ou afundados – correspondem a custos sem
recuperação possível. Por exemplo, quando uma empresa opta por realizar
uma pesquisa de mercado para estimar a viabilidade do lançamento futuro de
um novo produto, os gastos associados com a pesquisa são custos
irrecuperáveis. Independentemente do resultado da pesquisa – favorável ou
não -, a empresa nada poderá fazer para recuperar os gastos com a obtenção
da informação. Outro exemplo poderia ser uma empresa constatar a
defasagem tecnologia de uma máquina que precisa ser descartada, havendo,
portanto, um custo irrecuperável em função da vida útil do bem.
Outro exemplo prático pode ser relacionado ao curso que você estar fazendo
no momento. Podemos afirmar que você não tem nada melhor a fazer agora
que estudar a disciplina Custos Industriais. Afinal dentre tantas alternativas
possíveis (estudar outro disciplina, ir ao cinema, almoçar/jantar/lanchar, ir à
academia, trabalhar, ou até mesmo namorar), você escolheu estudar a
disciplina em questão. Isto é sinal de que o que você está deixando de ganhar
fazendo outras coisas vale menos do que estudar esta matéria, ou seja, o custo
de oportunidade (do que está deixando de fazer) é menor do que a satisfação
obtida com o que está fazendo (estudando Gestão de Custos e Finanças
Aplicados).
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Os objetivos da Contabilidade de Custos consistem em “resolver os
problemas mais complexos de estoques e em registrar detalhada e
convenientemente as informações sobre as operações realizadas pela
empresa, para oportuna composição dessas informações sob diversas
formas objetivando”:
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Objetivo 1: Formalização das estratégias gerais e dos planos de longo
prazo – Inclui o desenvolvimento de novos produtos e investimentos em
ativos tangíveis (equipamentos) e intangíveis (marcas, patentes ou recursos
humanos), e frequentemente envolve a elaboração de relatórios específicos.
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Produção – a coordenação e alocação de recursos para produzir um
produto ou prestar um serviço.
Outro caso é o que se relaciona com a mão-de-obra direta ( MOD), que são os
custos com os operários ligados diretamente à produção de um certo bem ou
serviço. É o valor que se extrai correspondente aos gastos que a empresa tem
com os seus trabalhadores diretos.
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Exemplo: uma determinada empresa gasta R$ 6,00 por hora de trabalho com
seus operários e estes, trabalham durante 150 horas para produzir 3.000
unidades de determinado produto. Pode-se afirmar que o custo direto desta
mão-de-obra será de R$ 0,30 por unidade, como no cálculo que segue:
Custos Fixos (CF) – aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja
o volume de produção da empresa, dentro de um intervalo relevante. Portanto,
eles não apresentam qualquer variação, em função do nível de produção.
Aluguel da fábrica;
IPTU da fábrica;
Depreciação;
Seguros da fábrica, entre outros.
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Normalmente, os CF são atribuídos aos produtos elaborados por meio de
cálculos (rateios), pois a maioria dos custos é indireta.
Custos Semifixos – corresponde aos custos fixos que possuem uma parcela
variável.
Matéria-prima consumida;
Horas extras na produção;
Mão-de-obra direta.
Custos semivariáveis - são os custos variáveis que possuem uma parcela fixa.
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Custo dos produtos vendidos na DR, 8.000 unidades x 98,00 = 784.000
Estoque final de produtos acabados no BP, 2.000 unidades x 98 = 196.000
Custo total de produção de 10.000 unidades = 980.000
OBJETOS DE CUSTO
Para guiar suas decisões, os gestores sempre desejam saber quanto custa
determinada coisa (como por exemplo, um novo produto, uma máquina, um
serviço ou um processo). Chamamos esta “coisa” de objeto de custo. Isto
significa dizer que qualquer coisa para a qual se deseja uma mensuração de
custo denomina-se custo-objeto.
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DIRECIONADORES DE CUSTO
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Discutiremos agora o papel dos direcionadores de custo na descrição do
comportamento de custo.
Material direto (MD) - todo material que pode ser identificado como uma
unidade do produto: (I) que está sendo fabricado; e (II) que sai da fábrica
incorporado ao produto ou utilizado como embalagem.
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Materiais de embalagem: são os materiais destinados a acondicionar ou
embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção. Os ME, em
uma indústria de móveis de madeira, podem ser caixas de papelão, que
embalam os móveis desmontados; em uma indústria de confecções, caixas
ou sacos plásticos; em uma indústria de massas alimentícias, caixas, sacos
plásticos ou de papel, entre outros.
Matéria-prima: abobora;
Materiais secundários: cravo, coco e açúcar;
Material de embalagem: compoteira.
ALMOXARIFADO
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um setor de grande importância para a empresa industrial, motivo pelo qual os
materiais sob sua guarda devem ser rigorosamente controlados, principalmente
com relação às quantidades e aos valores, a fim de que, quando do
encaminhamento à produção, os custos a eles atribuídos sejam os mais reais
possíveis.
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11. O desembolso à vista ou a prazo para a obtenção de bens ou serviços,
independentemente de sua destinação dentro da empresa, denomian-se:
a. gasto
b. investimento
c. despesa
d. custo
e. perda
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17. Os materiais utilizados para acondicionar e embalar os produtos antes que
eles saiam da área de produção denominam-se:
a. matérias-primas
b. materiais secundários
c. materiais de embalagens
d. materiais intermediários
e. materiais de consumo
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UNIDADE II – SISTEMAS E MÉTODOS DE CUSTEIO
Esta unidade tem por objetivo apresentar com maior profundidade noções,
conceitos, critérios, sistemas e métodos de controles dos custos, com ênfase
nos elementos que compõem o custo de produção das entidades produtivas.
Este tópico tem como foco a análise de um dos principais elementos de custos
das organizações, onde geralmente, se aplica grande parte dos recursos
dispendidos pelas empresas para atingirem seus objetivos.
2.1.1 MATERIAIS
A seguir, tem-se uma explanação sobre cada um dos itens que compõem este
elemento de custo.
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MATÉRIA-PRIMA
MATERIAIS SECUNDÁRIOS
MATERIAIS AUXILIARES
MATERIAIS DE EMBALAGENS
São todos os materiais que envolvem o produto acabado, isto é, sem os quais
o produto final dificilmente seria comercializado. Torna-se necessário distinguir
aqui os dois tipos de embalagens que podem ocorrer.
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Exemplos: O isopor, os sacos plásticos, as caixas de papelão, nos quais serão
acondicionados os produtos acabados. Algumas destas são usadas na fase de
estocagem e outras no transporte para o cliente.
Considerando que são usadas após os produtos estarem prontos, não serão
custos, mas despesas de comercialização. É interessante enfatizar que o
produto deixa de receber custos com o termino do processo de produção.
2.2 ESTOQUES
Os estoques são bens que ficam armazenados na empresa pelo fato de não
terem sido utilizados (no caso de materiais) ou comercializados (no caso de
produtos acabados). A sobra de MP na produção de um bem irá se constituir
em estoque físico daquele material. Se as vendas de um certo período forem
inferiores à produção, pode-se afirmar que houve estoque de produtos
acabados.
Portanto, o estoque pode ser definido como o volume de bens disponíveis para
uma produção futura, tratando-se de materiais que deverão ser transformados.
Quando o estoque se refere a bens produzidos, as quantidades não
comercializadas correspondem ao estoque de produtos acabados.
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TIPOS DE ESTOQUES
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2. Bens recebidos em consignação: nesta categoria, há uma característica
especial pelo fato de os bens recebidos sob esta modalidade estarem em
poder da empresa, para serem vendidos. Destes, detém-se a posse e a
missão de vendê-los.
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Os itens mais comuns incorridos na obtenção do custo unitário são os
seguintes:
Não é demais repetir: custo é a soma dos gastos incorridos para que um bem
possa ser produzido. Portanto, na determinação dos custos de aquisição dos
materiais, somente devem ser considerados aqueles necessários para que eles
fiquem em condições de uso.
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Consiste, portanto, num sistema de apuração do custo unitário dos produtos
fabricados pela empresa. Por este sistema, os estoques são controlados
permanentemente, permitindo a apuração do custo unitário da produção à
medida que os produtos são fabricados.
Neste caso, não será possível calcular o custo unitário de cada produto
fabricado, pois só é possível conhecer o custo global dos 4 produtos ao mesmo
tempo.
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Este é um método deficiente e pode ser usado apenas em situações nas quais
o material apresente um valor irrelevante. Na verdade, não serve como
instrumento de controle, mas apenas para apurar o valor que estiver faltando
no final do período.
Por outro lado, pode acontecer que a inspeção do material adquirido revele que
o mesmo não veio exatamente como combinado com o fornecedor e este
concorde em conceder uma redução no preço negociado. Esta redução é
conhecida como abatimento sobre o preço de compra.
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Para este último caso existem alguns métodos que deverão ser estudados:
PEPS, UEPS,CMPM e Preço Específico.
É interessante lembrar que o fluxo de saídas sob este pressuposto, tem toda a
sua validade em um ambiente de variação geral do nível de preços de
aquisições.
Dados
Data Itens Quant.(unid.) Preço de compra ($ unidades)
01/02 Estoque inicial 1.000 10
18/02 Aquisição 2.000 13
25/02 Consumo 1.600 -
Movimentação do estoque
Por este método, nota-se que o valor do custo total é $ 17.800,00, enquanto o
saldo do estoque está avaliado em $ 18.200.
UEPS/LIFO (last-in, first-out = Último que entra, primeiro que sai): é um método
no qual serão utilizadas, em primeiro lugar, as unidades mais recentes
presentes no estoque. Nele, as saídas do material do almoxarifado para a
produção serão avaliadas pelo custo das últimas aquisições, e o estoque final
será considerado pelo custo das compras mais antigas. Ainda neste caso,
também deve ser lembrado que o fluxo de saídas é importante em um
ambiente de variação geral no nível de preços, considerando-se a ordem
cronológica dos fatos.
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Para a sua aplicação, também fica sugerida a utilização das operações
constantes na planilha anterior.
Por este método, observe-se que o valor do custo total é de $ 20.800, enquanto
o saldo do estoque está avaliado em $ 15.200.
Por este método, observe-se que o valor do custo total é de $ 19.200, enquanto
o saldo do estoque está avaliado em $ 16.800.
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Preço Específico – neste método é possível identificar cada item estocado pelo
preço individual de aquisição, facilitando a baixa pelo custo de aquisição
unitário. É comumente utilizado em atividades que trabalham com a
comercialização de bens usados, tais como: imóveis usados; veículos usados;
móveis usados etc.
IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES
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CUSTOS DOS MATERIAIS IMPORTADOS
PREÇO DO PRODUTO
+ Imposto de Importação
+ IPI
+ ICMS
+ Frete, seguro e embalagens descartáveis
+ Desembaraço, capatazia
= Desembolso total
(-) tributos recuperáveis
+ Frete
+ Seguro de transporte
= Custo de aquisição
.
Exemplo:
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Determine qual o valor do seu custo de aquisição e custo unitário.
Itens $
Valor do produto 3.200.000
+ ICMS = 18% 576.000
+ IPI = 13% 416.000
+ II – 21% 672.000
= Valor do produto adquirido 4.864.000
(-) Impostos recuperáveis (ICMS/IPI) (992.000)
= Compra bruta 3.872.000
+Fretes 140.000
+ Seguros 25.000
= Custo de aquisição 4.037.000
Quantidade comprada 1.500.000
= Custo unitário 2,69
2.8 MÃO-DE-OBRA
2.8.1 INTRODUÇÃO
Assim sendo, a MOD refere-se a todo pessoal que está intimamente ligado
com os produtos fabricados pela empresa, manuseando-os.
Por outro lado, a MOI é constituída por todo o pessoal necessário para o
processo industrial, mas que não trabalha diretamente nas unidades de
fabricação.
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2.8.2 COMPOSIÇÃO DO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA
Remunerações;
Encargos trabalhistas e sociais;
Assistência medica;
Assistência social;
Seguros e outros gastos decorrente do vinculo empregatício.
ENCARGOS SOCIAIS
De modo geral, abrangem alguns valores que devem ser recolhidos aos cofres
públicos e outros que devem ser entregues diretamente aos empregados. Os
primeiros são as contribuições previdenciárias, os pagamentos ao FGTS, os
valores que custeiam órgãos de assistência social, como SESC, SENAI,
SBRAE, entre outros. Os demais têm caráter de benefícios, como férias, 13°
salário, entre outros.
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2.8.2.1 MÃO-DE-OBRA DIRETA
A MOD corresponde aos gastos que a empresa tem com o pessoal que estiver
diretamente envolvido no manuseio da maquinaria ou na manipulação dos
materiais durante a fase da produção dos bens.
A fórmula mais usada para o cálculo dos custos com MOD é a quantidade de
horas gastas nos processos de produção. Há casos em que são utilizados
outros meios de cálculos, como a quantidade de produtos finais elaborados ou
mesmo a quantidade de MP utilizada.
A MOD também pode ser considerada como um custo variável, uma vez que o
valor a ser apropriado nos produtos fabricados oscila de acordo com
quantidade produzida.
A MOD será aplicada ao produto de acordo com o tempo que cada unidade ou
lote exigir. Portanto, é necessário que seja determinado quanto custa uma hora
de MOD. O procedimento é calcular o custo-hora/ano e dividir o valor obtido
pelo numero de horas disponíveis.
Cálculo:
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1º Passo: Determinação do número de dias à disposição da empresa no ano:
Portanto, o valor que deverá compor o custo deste trabalhador como MOD será
de $ 9,00,isto é, 1005 sobre o valor que faz parte do contrato de trabalho.
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Número total de dias do mês 30
(-) DSR (4)
(-) Feriados oficiais (estimativa) (1)
)=) n´de dias à disposição da empresa (NDD) 25
A seguir, está demonstrado o custo mensal com base nos elementos que
participam ativamente desta formulação, conforme Quadro Ilustrativo, sempre
tomando-se como base, o salário de $ 4,50/hora.
Itens Cálculo $
Salários 220 horas x $ 4,50 990,00
13º salário 1/12 avos do salário 82,50
Provisão de férias 1;12 avos do salário 82,50
Adicional de férias 0,333333 x provisão de férias 27,50
Previdência social s/sal. 27,8% s/$ 990.00 275,22
Prev. Social s/13º sal. 27,85 s/$ 82,50 22,94
Prev. s/prov ferias 27,85 s/$ 82,50 22,94
Prev. s/adic. Férias 27,85 s/$ 27,50 7,65
FGTS s/salários 8% s/$ 990.,00 79,20
FGTS s/prov. Férias 85 s/% 82,50 6,60
FGTS s/adic. Férias 85 s/$ 27,50 2,20
FGTS s/13º salário 8% s/$ 82,50 6,60
Custo mensal 1.605,85
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a) preparação da folha de pagamento;
b) controle dos custos de produção e estudo de tempos e movimentos;
c) recrutamento, seleção e treinamento do pessoal adequado às atividades;
d) relações humanas com os sindicatos;
e) relacionamento interno do pessoal com os problemas técnicos de
planejamento, de engenharia e de atendimento aos clientes internos e
externos;
f) relações humanas, segurança e higiene do trabalho;
g) outras..
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Figura 2 – Esquema de controle dos gatos com MOD
Apuração dos:
Apuração dos salários a Custos diretos
serem pagos e respectivos Custos indiretos
encargos Perdas
Sob o ponto de vista do método de custeio por absorção, que será estudado
em tópico seguinte, os CIF devem ser alocados em seus departamento de
origem e, a seguir, rateados aos produtos.
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A alocação dos CIF é um processo que, embora sendo arbitrário, devido às
múltiplas bases, permite que este tipo de custo seja atribuído aos produtos.
Este processo de alocação dos CIF, bem como a concomitante mensuração
dos custos diretos, tem como a mais importante razão a determinação dos
estoques.
O método de custeio por Absorção exige que todos os custos que tenham
contribuído para a elaboração do produto façam parte do custo total. O custeio
é uma forma de apurar custos. Por outro lado, o Método de Custeio por
Absorção é um método por meio do qual todos os custos são apropriados a
cada unidade produzida pela empresa, ou absorvidos pelos produtos
fabricados.
Desta forma, havendo um custo comum em uma empresa que produz vários
produtos, é necessário fazer com que cada bem absorva uma parte deste custo
comum. Admita-se, por exemplo, que o aluguel correspondente à fábrica seja
de $ 6.000,00 e que neste espaço físico (fábrica) sejam produzidos três
produtos, A, B e C. Cada um destes produtos deverá absorver uma parcela
deste valor, conforme algum critério de rateio.
Portanto, os CIF são aqueles custos que para serem apropriados aos produtos
necessitam de algum cálculo ou rateio, uma vez que não participam de maneira
clara e objetiva na formação do produto.
Destaca-se que rateio é a distribuição dos valores de cada CIF aos diversos
produtos, tanto os semielaborados quanto os acabados, fabricados pela
empresa de acordo com algum critério.
O rateio não passe de um artificio pela qual se consegue aplicar uma parte dos
custos indiretos a cada um dos diversos produtos fabricados pela empresa.
Para tanto, usa-se um critério de proporcionalidade: os custos indiretos serão
distribuídos aos produtos de acordo com uma proporção, segundo a qual se
acredita que seja adequada às exigências do bem quando pronto. Esta
proporção se traduz em uma base de rateio.
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A determinação de uma base de rateio é, de certa forma, uma questão de
julgamento: quanto maior a parcela dos custos que possa ser identificada nos
produtos, tanto mais preciso será o custo final obtido. Assim, elege-se a melhor
base de rateio, isto é, aquela que se acredita que o custo indireto tenha sido
consumido na mesma proporção.
Os CIF totais são estimados. Isto é feito pelo exame dos contratos assinados,
pela experiência dos executivos e pelas expectativas da administração. Pode-
se pensar, por exemplo, que tais custos são estimados em $ 60.000 para o ano
e que com este montante a empresa espera trabalhar 15.000 horas-homem
(h/h). Então o coeficiente de rateio será:
$ 60.000
CR = ---------------- = $ 4,00 h/h
15.000 h/h
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Exemplo de CI e base específica de rateio:
Como se sabe, os CIF são todos os gastos da empresa que não são
enquadrados como MD e MOD, como os que seguem:
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Com relação aos CIF, estes são predominantemente fixos. O rateio dos CIF
aos produtos, usando-se os métodos comuns, é arbitrário pela subjetividade da
escolha da base.
Existem varias formas de rateio que podem ser aplicadas aos CIF. Dentre elas,
pode-se destacar aquela em que a empresa utiliza bases específicas de rateio
para cada CIF isoladamente, no que tange à alocação destes custos aos
produtos fabricados.
O quadro a seguir representa o rateio dos CIF aos produtos, com bases
específicas de rateio para cada um dos CIF:
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1. Memória de cálculo: aluguel da fábrica
Aluguel
Seguro da do fábrica $ 34.000 $ 68.000
galpão da fábrica
CR
CR==------------------------
------------------------=-----------
------------= =------------
$ 200/M2 = $ 400/M2
Área
Áreaocupada
ocupada 170m2 170m2
Ordenado
Seguro de supervisores
do galpão da fábricade produção
$ 68.000 $ 12.000
CR==------------------------
CR -----------------------------------
---------------------------
= ------------ = =$ ------------
400/M2 = $ 480/pessoa
Número de pessoas
Área ocupada 170m2 25
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Produtos CD CIF CT
A 86.000 61.200 147.200’
B 60.000 52.800 112.800
Total 146.000 114.000 260.000
Neste caso, os CIF poderão ser atribuídos aos produtos elaborados em função
dos custos com MP. Este exemplo vai ao encontro daquelas empresas nas
quais a MP é o elemento predominante nos custos de produção. Exemplo:
empresas refinadoras de óleo.
Neste caso, estabelece-se uma relação de cada produto com o total do custo
com Materiais Diretos, obtendo-se os valores dos CIF que deverão ser
absorvidos. Como exemplo, citam-se as empresas que, além da importância da
MP, outros materiais também são relevantes, como a embalagem e outros
materiais diretos, tal qual ocorre nas fábricas de chocolate.
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PRODUTO MD ($) CIF ($)
A 400.000 40.000
B 190.000 19.000
C 610.000 61.000
TOTAL 1.200.000 120.000
Este coeficiente deverá ser multiplicado pelo consumo de material direto para
cada produto.
Este critério também é muito utilizado, visto que um dos fatores que causam a
ocorrência dos CIF é a aplicação da MOD nos diferentes produtos que a
empresa elabora.
No exemplo que segue, onde estão apontados os custos com MOD de três
produtos, o rateio de $ 120.000 de CIF será efetuado de forma diretamente
proporcional aos gastos de cada produto com a MOD.
Este coeficiente deverá ser multiplicado pelo consumo de MOD para cada
produto.
Observe-se que , qualquer que seja, a base de rateio, sempre haverá alguma
crítica, pois uma fábrica poderá produzir bens que utilizem a mesma MP e os
mesmos materiais secundários, como uma manufatura de roupas masculinas
(calças e paletós); já outras empresas poderão utilizar materiais diferentes,
como uma fábrica de doces, sorvetes e chocolates. Logicamente, enquanto são
somados MD de calças e paletós, não se cometerá um erro tão grande quanto
ao se efetuar o somatório dos MD de doces, sorvetes e chocolates.
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Itens Produto A Produto B Total
MD 57.000 42.000 99.000
MOD 29.000 18.000 47.000
CD 86.000 60.000 146.000
CIF 70.340,43 43.659,57 114.000
CT 156.340,43 103.659,57 260.000
Este coeficiente deverá ser multiplicado pelo total de MOD identificado em cada
produto.
Por este motivo, alguns profissionais são contrários ao método de custeio por
absorção (que será analisado mais adiante), uma vez que o referido método
utiliza-se dos critérios de rateio dos CIF para incorporar este tipo de custo aos
produtos elaborados.
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Um exemplo de produção por ordem é o da marcenaria, na qual o consumidor
vai até o estabelecimento, identifica um produto que gostaria de comprar –
muitas vezes esta escolha é feita folheando-se um catálogo ou percorrendo-se
o mostruário (show-room), negocia o preço e paga um sinal (caução ou
garantia). Só então o gestor da marcenaria abrirá uma ordem (encomenda)
para que se inicie o processo de produção do móvel.
Por estes dois exemplos, pode-se perceber que a identificação dos custos de
cada ordem, pelo menos dos custos diretos, é bastante facilitada – basta
analisar os custos dos recursos cujos consumos foram apontados nas ordens -,
afinal, as ordens têm início e fim delimitados pelas datas de abertura e de
encerramento da respectiva ordem. Por exemplo, a tinta verde consumida
para pintar o carro (verde) que chegou avariado na oficina mecânica é um
custo direto do serviço de reparo desse carro.
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Exemplos de produção contínua são: a fabricação de cimento, a moagem de
farinha, a extração e o refino de petróleo, a produção de biodiesel e a
siderurgia. A produção contínua, portanto, á a realidade do processo de
produção de itens em massa, padronizados, com pouca ou nenhuma
diferenciação.
Além das metodologias citadas, existem ainda outros métodos de custeio, que
são pouco utilizados, tais como, o custeio direto e o RKW.
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MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO
RECEITA
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Informações adicionais:
RECEITA
(-) CUSTOS VARIÁVEIS DOS PV
(-) DESPESAS VARIÁVEIS
(=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
(-) CUSTOS FIXOS DO PERÍODO
(-) DESPESAS FIXAS
(=) LUCRO OPERACIONAL
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MÉTODO DO CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES
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5. Um dos elementos mais usados no cálculo da MOD é:
A – A quantidade de bens vendidos.
B – A quantidade de horas gasta no processo produtivo.
C – O valor dos bens em estoque.
D – O faturamento da empresa com os bens vendidos.
9. São ramos de atividades nas quais seria aplicável o custeio por processo:
A – Lâmpadas elétricas; medicamentos; cozinhas moduladas.
B – Medicamentos sob manipulação; cadernos; televisores.
C – Refrigerantes; computadores; calçados.
D – Sabonetes; perfumes; embarcações.
10. Qual o método de custeio que demonstra os saldos dos estoques, o Custo
de Produção do Período e permite apurar a situação patrimonial no
Balanço?
A – ABC.
B – Variável.
C – Absorção.
D – Padrão.
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