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7. In manus tuas, Domine, commendo spiritum


meum.

APÊNDICE I

Resumo das virtudes que uma religiosa deve e-


xercer para se santificar.

(Seria bom ler este resumo cada vez que se fi-


zesse seu dia de retiro, para se examinar sobre as
virtudes de que se tem mais falta)

1. Desejar crescer sempre mais e mais no amor a


Jesus Cristo. Os santos desejos são asas com que
as almas voam para Deus. É por isso que é preciso
meditar muito na paixão do Salvador; fazer muitos
atos de amor a Jesus Cristo durante o dia, começan-
do de manhã, desde o despertar, e procurar dormir,
fazendo um ato de amor; pedir sem cessar a Jesus
Cristo seu santo amor.
2. Aproximar-se da santa Mesa com a maior fre-
qüência permitida pelo diretor, e fazer cada dia mui-
tas comunhões espirituais, ao menos três.
3. Visitar o Santíssimo Sacramento ao menos
uma vez por dia, e nestas visitas, depois dos atos de
fé, de agradecimento, de caridade, e de contrição,
pedir-lhe com fervor a perseverança e o santo amor;
e quando sobrevierem inquietações, perdas, afrontas,
ou outras coisas molestas, recorrer ao Santíssimo
Sacramento ao menos do lugar em que se achar.
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4. Cada manha, ao levantar, oferecer-se a Deus
com a resolução de sofrer em paz todas as contrarie-
dades que ocorrerem; e quando elas vierem, dizer
sempre: Senhor! faça-se a vossa vontade!
5. Regozijar-se da infinita felicidade de Deus:
quem ama a Deus mais do que a si mesmo, deve es-
tar sempre mais contente da felicidade de Deus do
que da própria.
6. Desejar o paraíso, e desejar por isso a morte,
para ficar livre do perigo de perder a Deus; e para ir
amá-lo no céu com todas as forças e durante toda a
eternidade.
7. Desejar e fazer de modo que todos amem a
Jesus Cristo; e por isso falar aos outros muitas vezes
do seu amor.
8. Trabalhar para Deus sem reserva, nunca lhe
recusando o que se julgar ser-lhe agradável: escolher
mesmo o que mais lhe aprouver.
9. Orar todos os dias pelas almas do purgatório e
pelos pobres pecadores.
10. Fazer todos os seus atos só com o fim de a-
gradar a Deus, dizendo no começo de cada um: Se-
nhor, seja por vós tudo!
11. Oferecer-se a Jesus Cristo, muitas vezes por
dia, com disposição de sofrer toda a espécie de tra-
balho por seu amor, dizendo: Meu Jesus, eu me dou
inteiramente a vós; eis-me aqui, fazei de mim o que
vos aprouver.
12. Resolver-se a antes morrer do que cometer
um pecado deliberado, mesmo venial.
13. Recusar suas próprias satisfações, mesmo
permitidas; fazê-lo ao menos duas ou três vezes por
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dia. Quando ouvir falar de riquezas, honras, diverti-
mentos mundanos, pensar que tudo acaba, e dizer
então: Meu Deus, eu não quero senão a vós, e nada
mais.
14. Fazer cada dia duas horas de oração mental,
ou ao menos uma hora.
15. Amar a solidão e o silêncio para estar com
Deus só e entreter-se com ele; e por isso, é mister
amar o coro e a cela, e fugir a grade, a portaria e o
jardim.
16. Praticar todas as mortificações exteriores que
a obediência permitir, mas aplicar-se sobretudo as
mortificações interiores, tais como reprimir a curiosi-
dade, não responder às injúrias, e nada fazer jamais
para sua própria satisfação.
17. Cumprir todos os exercícios de piedade, co-
mo se os fizesse à última vez; e para este fim, pensar
muitas vezes na morte na meditação, e quando se
deitar, se lembrar que um dia deverá morrer.
18. Nunca deixar de fazer as devoções ordiná-
rias, ou outra obra boa, pelo respeito humano, aridez
ou enfado.
19. Não se lamentar, nas doenças, do pouco cui-
dado dos médicos ou das irmãs, e ocultar suas dores
quando for possível.
20. Expulsar a tristeza, e conservar, nas adversi-
dades, o espírito tranqüilo, e a fronte serena, sempre
a mesma. Quando se quer o que Deus quer, nunca
se deve ficar aflito.
21. Nas tentações, recorrer logo com confiança a
Jesus e Maria, e não cessar de repetir os nomes de
Jesus e de Maria, enquanto durar a tentação.
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22. Pôr toda a sua confiança primeiramente na
paixão de Jesus Cristo, e depois na intercessão de
Maria, e pedir todos os dias a Deus esta confiança.
23. Depois de uma falta, nunca se perturbar nem
desanimar, ainda que se recaísse muitas vezes na
mesma falta; mas arrepender-se logo e tomar de no-
vo a resolução de se corrigir, confiando em Deus.
24. Pagar o mal com o bem, ao menos orando ao
Senhor pelas pessoas de quem se tenha de lamen-
tar.
25. Responder com doçura, quando se é maltra-
tado por ações ou palavras, e ganhar assim o seu
próximo. No entanto, quando se sente comovido, é
bom calar-se até que se tenha o espírito calmo. De
outra sorte, se cometeriam mil faltas, quase sem se
perceber.
26. Para as correções a fazer, ter cuidado de es-
colher o tempo, em que não se tenham perturbações,
nem em si nem na pessoa que se há de repreender;
sem o que a correção seria mais nociva do que útil.
27. Dizer bem de todos; a escusar a intenção,
quando não se possa desculpar a ação.
28. Socorrer o próximo, quando se puder, e so-
bretudo os adversários.
29. Não fazer, nem dizer coisa alguma que possa
causar pena aos outros, a menos que não seja para
mais agradar a Deus; e se acontecer que se falte a
caridade para com o próximo, pedir-lhe perdão, ou ao
menos falar-lhe com doçura.
30. Falar sempre com voz branda e moderada.
31. Oferecer a Deus os desprezos que sofrer, e
não se queixar disso aos outros.
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32. Observar pontualmente as regras do conven-
to. — S. Francisco de Sales dizia que a mais austera
penitência do religioso é renunciar a sua própria von-
tade, consentir que a observância das regras seja o
sacerdote que, a cada instante, ofereça esse sacrifí-
cio a Deus. Repetia freqüentemente que a predesti-
nação do religioso está ligada ao amor das suas pró-
prias regras; e dizia aos superiores regulares que,
para bem exercer o seu cargo, eles não tinham mais
do que observar as suas regras e fazê-las observar
pelos outros.
33. Considerar os superiores como a própria
pessoa de Jesus Cristo; e, em conseqüência, obede-
cer-lhes pontualmente e sem réplica.
34. Quanto a humildade, amar os empregos mais
baixos; escolher para si os objetos mais pobres; aba-
ter-se mesmo diante de suas inferioras; não falar de
si mesma nem bem nem mal, porque dizer mal de si
mesma, às vezes, só serve para fomentar o orgulho;
não se escusar quando for repreendida, ou mesmo
caluniada, a não ser que seja absolutamente neces-
sário para afastar escândalo.
35. Visitar e socorrer quanto for possível as en-
fermas, sobretudo as que são mais desamparadas.
36. Dizer freqüentemente a si mesma: Eu entrei
no convento, não para viver em delícias, mas para
sofrer; não para ser rica, mas para ser pobre; não pa-
ra ser honrado, mas para ser desprezada; não para
fazer minha vontade, mas para fazer as das outras.
37. Renovar sempre a resolução de se santificar
e não desanimar, em qualquer estado de tibieza, em
que se ache.
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38. Renovar cada dia os votos de sua profissão.
39. Conformar-se com a vontade divina em tudo
o que é contrário aos sentidos, como dores, doenças,
afrontas, contradições, perda de bens, morte de pa-
rentes ou de outras pessoas amigas; e por isso, fazer
nesta intenção todas as suas obras, comunhões, me-
ditações, orações, pedindo a Deus a graça de amar e
cumprir sua vontade.
40. Recomendar-se às orações das pessoas pie-
dosas, mas ainda mais aos Santos do paraíso e so-
bretudo à Maria Santíssima; estimar muito a devoção
a esta divina Mãe, e não deixar passar nenhuma o-
casião de a inspirar aos outros.

APÊNDICE II.

Máximas espirituais que toda a religiosa deve ler.

De que serve ganhar o mundo inteiro, se perder a


sua alma?
Tudo acaba; a eternidade não acaba nunca.
Mais vale perder tudo, do que perder a Deus.
Um pecado por leve que seja, nunca é um mal
leve.
Quem quer agradar a Deus, deve renunciar a si
mesmo.
Tudo o que se faz para sua própria satisfação, é
absolutamente perdido.
Para se salvar, é mister estar sempre com receio
de se perder.
Morrer e agradar a Deus!

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