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Questão 1
Questão 2
Questão 106 - Enem 2013 (Variações linguísticas no Enem)
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.
Questão 3
Questão 115 - Enem 2012 (Variações linguísticas no Enem)
Texto I
Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear
os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia
também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do
padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as
plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem
escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O
verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se
bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram
um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de
galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de
fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o
arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).
Texto II
Expressão Significado
Tunda Surra
Tugir Murmurar
Liró Bem-vestido
Convescote Piquenique
Bilontra Velhaco
FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007
(adaptado).
Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras
obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro
atual. Esse fenômeno revela que
a) a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas
do cotidiano.
b) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do
português europeu.
c) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal.
d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua
independente.
e) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada.
Questão 4
Contudo, a divergência está no fato de existirem pessoas que possuem um grau de
escolaridade mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um
determinado modo de falar como o “correto”, não levando em consideração essas
variações que ocorrem na língua. Porém, o senso linguístico diz que não há variação
superior à outra, e isso acontece pelo “fato de no Brasil o português ser a língua da imensa
maioria da população não implica automaticamente que esse português seja um bloco
compacto coeso e homogêneo”. (BAGNO, 1999, p. 18)
Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, exceto:
a) A língua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opressão. Quem
estudou mais define os padrões linguísticos, analisando assim o que é correto e o que
deve ser evitado na língua.
b) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas
intenções comunicacionais.
c) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de
afirmação da identidade de alguns grupos sociais.
d) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras.
e) Segundo Bagno, não podemos afirmar que exista um tipo de variante que possa ser
considerada superior à outra, já que todas possuem funções dentro de um determinado
grupo social.
Respostas
Resposta Questão 1
Alternativa “a”. Embora as variedades linguísticas sejam consideradas importantes do
ponto de vista comunicacional, a língua padrão ainda alcança maior prestígio social.
Resposta Questão 2
Alternativa “d”. A linguagem coloquial adotada por Gabriel, O Pensador, confere à letra da
música grande espontaneidade, marca do discurso utilizado no gênero textual rap.
Resposta Questão 3
Alternativa “e”. O texto de Carlos Drummond de Andrade apresenta exemplos de palavras
ou expressões que caíram em desuso, o que comprova o dinamismo da língua e as
variações sofridas ao longo do tempo.
Resposta Questão 4
Alternativa “a”. É fundamental que as variações linguísticas sejam respeitadas e
compreendidas, já que dizem respeito a um organismo vivo, que é a língua. Esta, por sua
vez, jamais deve ser utilizada como instrumento de opressão, pois cada variante exerce
uma função dentro de um grupo social. Respeitar as variações linguísticas é um dos
princípios da cidadania.
ENEM 2014 – Questões
comentadas: Variação e variedades
linguísticas
QUESTÃO 100
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo pra xaxar
Gabarito oficial: C
Competência: Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna,
geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria
identidade.
Habilidade: Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas
que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
Comentário: Todo o texto é construído a partir
de uma determinada variedade linguística, representada por expressões
típicas da linguagem oral, como podemos observar em “óia” (olha),
“Diz que tou” (Diga que estou). O candidato deve, no entanto, atentar para
o fato de a questão privilegiar a identificação de vocabulário regional e não
apenas variações fonéticas; é o que se identifica no verso “Vou mostrar
pr’esses cabras”, em que “cabras” – típico do falar de algumas localidades
do Nordeste – substitui “homens” ou “pessoas”.
QUESTÃO 116
Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar
a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve
aceitar qualquer forma de língua em suas atividades escritas? Não deve
mais corrigir? Não!
Gabarito oficial: D
Competência: Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna,
geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria
identidade.
Habilidades:
H26 – Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 – Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes
situações de comunicação.
Comentário: Esse assunto costuma ser abordado pelos programas do prime
iro ano do Ensino Médio. A banca exige que o candidato reflita sobre
os conceitos de erro e acerto sob o ponto de vista da Sociolinguística e
o candidato deve lembrar-se do que aprendeu acerca de adequação
linguística.
QUESTÃO 128
Em bom português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente
pela gíria que a gente é apanhada (aliás, não se usa mais a primeira pessoa,
tanto do singular como do plural: tudo é “a gente”). A
própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico
cai em desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção
para os que falam assim:
– Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
(A) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
Gabarito oficial: B
Competência: Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna,
geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria
identidade.
Habilidade:
H25 – Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que
singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
Comentário: Apesar do que informa a alternativa dada como correta
pelo INEP (organizador do Exame), o texto não apresenta um confronto
explícito entre gerações. O candidato deve inferir tal situação a partir
da informação dada na primeira frase do texto: “No Brasil,
as palavras envelhecem e caem como folhas secas”. A elaboração das
alternativas mostra ao estudante que o conteúdo cobrado são as variações
diatópicas, diastráticas e diafásicas.
Diatópicas (variações geográficas) são as diferenças observadas
na comparação entre regiões e dizem respeito tanto em relação ao
significado das palavras quanto à sintaxe.
Diastráticas são as diferenças observadas nos grupos sociais e estão
relacionadas à faixa etária, profissão, nível de escolaridade, estrato social.