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01. INTRODUÇÃO 03
14. CONCLUSÃO 26
15. BIBLIOGRAFIA 27
INTRODUÇÃO
Pesquisa da Standard Ogilvy & Mather, realizada nas sete principais capitais do
país, mostrou em quem os brasileiros confiam. A instituição mais votada foi a família
(76%), seguido dos correios (64%), da ciência / tecnologia (59%), da igreja (57%). Em
posição intermediária, ficaram o exército(42%), o RÁDIO (41%), a PUBLICIDADE
(40%) e outros. A lanterna ficou para a polícia (14%), o senado (7%) e os partidos
políticos (5%). * (Cadernos Umas e Outras – MENSAGEIRO LUTERANO de
Outubro/97 – N.º 10 – Ano 80 - Ed. Concórdia Ltda. – Porto Alegre – RS.
Somos uma nação privilegiada. A formação étnica e cultural nos possibilita ocupar
uma posição de liderança na sociedade cosmopolitizada do próximo milênio. Uma
sociedade de perfil múltiplo como a nossa, está entre as mais aptas a enfrentar com
sucesso o próximo milênio. Nos elementos raciais que construíram a identidade do Brasil,
identificamos com a globalização, características fundamentais aos novos tempos: os
portugueses, pioneiros na Expansão Ultramarina do final do século XV; ainda no período
das Grandes Navegações, os nossos ancestrais lusitanos também corajosos navegantes de
mares desconhecidos; a riqueza da cultura negra, que em seu trabalho, suas cores, seus
ritmos, transbordaram criatividade e experiências até hoje. Não podemos deixar de citar a
importante contribuição da sabedoria dos indígenas, a eficiência e a eficácia administrativa
dos judeus, a destreza comercial árabe. Temos, portanto, a estrutura étnica ideal para
triunfarmos neste mundo de mudanças tão rápidas a que estamos assistindo. A base
cultural, fruto desta miscigenação de que somos oriundo dos mais variados continentes nós
possuímos. Devemos, agora, possibilitar condições iguais de oportunidades para todos os
brasileiros, para vencermos juntos os desafios da globalização; e isso, só será possível se
criarmos mecanismos de informação de massa, cada vez mais confiáveis e eficazes, para
diminuirmos as desigualdades sociais, que deterioram a cada dia o nosso tecido social. E,
o meio de comunicação rádio, por sua confiabilidade tem um papel fundamental para que
esta integração entre o conhecimento ( informação) e às pessoas sejam reais. A educação
de um povo somente acontece com informação e, quanto mais rápida e confiável, melhor
será seu resultado.
Somente uma população com formação educacional sólida, poderá competir com
êxito nos mercados internacionais e sobreviver no mundo globalizado que estamos
inseridos. Pela primeira vez na história da humanidade, as indústrias do conhecimento
ganham mais dinheiro do que as indústrias de recursos físicos. É neste ponto, na indústria
da divulgação do conhecimento e divulgação de novos produtos e serviços, que podemos
inserir o rádio, aliado ao marketing, meta a que se propõe este trabalho.
O RÁDIO, UM GRANDE ALIADO
NO DESENVOLVIMENTO DE UM POVO
Quais os motivos que impedem a inclusão mais freqüente do rádio nos planos
de mídia? Os palpites vão desde a falta de criação de peças adequadas e dirigidas
especialmente ao meio até o puro desconhecimento dos anunciantes e das agências quanto
a sua eficácia, passando pela extrema pulverização da audiência.
Do lado do anunciante, entre as maiores preocupações estão a permanente
insegurança causada pela falta de pesquisas contínuas e audigens independentes, falhas
estas admitidas inclusive pelos próprios executivos do setor.
Várias emissoras e redes tem desenvolvido trabalho sério, alguns em parceria, a fim
de mudar o que ainda resta de imagem negativa frente ao meio. Afinal, não se justifica que
um veículo tradicional e com tanto poder de penetração, ainda se restrinja a valores tão
baixos no bolo publicitário nacional. Em tempo, registre-se os avanços obtidos nos últimos
anos em aumentos percentuais.
O meio rádio deve aumentar os investimentos em si próprio, com estratégias de
marketing mais agressivas e novas técnicas de comercialização, criando assim estímulos
para que o mercado publicitário se sinta motivado a acreditar em sua força e popularidade.
Disposição é o que não deve faltar, para desenvolver estas mudanças na busca do
melhoramento da relação com o mercado, desenvolvimento de planos promissores para
que o meio rádio situe-se no verdadeiro patamar do prestígio que goza entre seus
ouvintes, transferindo-se merecidamente para o mercado anunciante em aumento de
percentual investido do bolo publicitário.
Na verdade, o rádio é uma mídia atual, moderna e extremamente competitiva, tendo
nos últimos anos crescido em audiência nas principais regiões metropolitanas do país e
ainda aumentado em número de aparelhos receptores em grande número. “Sendo assim ,
se soubermos passar o lado positivo do rádio para anunciantes e agências, o meio com
certeza dará um salto qualitativo no mercado publicitário, a exemplo do que ocorre nos
Estados Unidos”, segundo Osmar Albuquerque, Gerente de Desenvolvimento Corporativo
do Sistema Globo de Rádio. Osmar lembra ainda que, conforme pesquisa da Geraldo Leite
Arquitetura de Mídia, o rádio já aparece espontaneamente quando os anunciantes de Rio
de Janeiro e São Paulo são questionados sobre os dez melhores veículos, quanto à
qualidade de atendimento e relacionamento com o mercado (dados de dezembro de 1998).
“Há rádios e rádios. O mercado precisa ser educado para distingui-los”, completa Osmar
Albuquerque.
Roberto Meira, diretor de marketing da Rede Antena 1, “acredita que a maior
dificuldade é o pouco conhecimento que o mercado tem em relação ao meio rádio, que
durante anos teve importância vital. O meio televisão edita até hoje uma cartilha e um
manual de mídia, enquanto o meio revista, através da ANER, se reúne em foros de
discussão de negócios. Enfim, esses meios se fizeram importantes e souberam agregar
valor ao seu produto. Na contramão, veio o rádio sem representatividade, sem uma
conduta uniforme e postura comercial coerente, vendendo freqüência, desprezando o
horário noturno, os finais de semana, não entregando a totalidade do que vende e,
principalmente, deixando de se vender, de vender o produto, para vender o mais fácil, o
desconto”.
Roberto Meira diz que os veículos precisam ser coerentes e acreditar neles mesmos:
“No meio rádio, o anunciante, quando conhece, acredita”.
O diretor comercial da Bandeirantes AM de São Paulo, Mário Baccei, acredita que
“o que acontece com o meio é que todos os envolvidos, tanto quem vende como quem
compra, ainda não despertaram para o poder do rádio como mídia e, houveram desvios
de idéias levando muitos dos envolvidos com vendas a trocarem o discurso de
convencimento pelo discurso da lamentação, o que acabou prejudicando a imagem do
meio”.
O gerente comercial das rádios 105 FM e Planalto AM, de Brasília Jorge Leite,
também acha que o rádio não aprendeu a se “vender”. Diz ainda que o rádio é
essencialmente local, “e estudar o local, nesse imenso país, para quem está distante, dá
um bruta trabalho”. Ele aponta ainda o grande número de emissoras, que dificulta a tarefa
dos profissionais de mídia. “E como uma quantidade muito grande de concessões está nas
mãos de políticos e de igrejas, onde o profissionalismo é substituído pelo puro
assistencialismo, a parte que cabe à iniciativa privada fica prejudicada, pois a
generalização do “amadorismo” acaba atingindo a todos. As emissoras não conseguiram
sentar-se a uma mesa para se organizar, logo o meio não possui uma associação forte que
trate o rádio como um negócio”.
Armindo Ranzolin, diretor da Rádio Gaúcha, do grupo RBS, acredita que a
pulverização compromete o setor: “Acredito que o problema seja a exagerada quantidade
de rádios operando no país, o que complica a autorização e a entrega de material e o uso
correto do meio. Mas, ao mesmo tempo em que isso é um problema, passa a ser uma
oportunidade para a identificação correta do público a ser atingido”, segundo ele. Com
seus diferentes formatos, o rádio permite que se atinja o alvo certo. Agora, o surgimento
das redes via satélite permitirá melhor controle de comerciais e incentivará a divulgação.
Pulverização da audiência também é problema apontado por Mário Barbosa, diretor
comercial da Rádio FM 93, de Fortaleza: “As agências preferem veículos que determinam
uma concentração maior de audiência-leitura, pois isso se traduz em menor esforço para
cobrir o público-alvo”.
Márcio Ferreti, da 97 Fm Melodia, do Rio de Janeiro, e Edson Perrota, diretor
comercial das rádios Tupi AM e FM, também do Rio de Janeiro, têm opiniões próximas de
que a dificuldade está nas agências. Acreditam eles de que a criação de premiação para as
melhores peças publicitárias para rádio, estimularia a criação de melhores materiais,
inclusive de valorização do meio, resultando ainda em melhor remuneração aos espaços
comercializados. As campanhas de valorização do meio poderiam, segundo eles, serem
criados através da união associativa de vários empresários, emissoras e grupos.
Marcelo Pitanga, da Rádio Recife FM acredita que, “basta que o mercado perceba
as vantagens do rádio, como o dinamismo, eficácia e viabilidade”. Para que isso aconteça
é preciso cada vez mais estímulo, para que o mercado publicitário sinta-se motivado a
acreditar na força e popularidade do meio.
“O grande desafio das agências de publicidade nesses tempos de mudanças é
estabelecer a diferença entre o bom e o mau trabalho e valorizar o seu papel no processo
de comunicação. E, no momento em que os anunciantes passam a valorizar as suas
marcas, também precisam se dar conta que o trabalho de comunicação não se compra
pelo menor preço, e sim pela sua eficácia.” – palavras de César Paim, Diretor da Paim
Lauter Macedo e Twin Comunicações.
Sérgio Amado, presidente da Standard, Ogirvy & Mather, diz em suas palestras que
as agências de publicidade têm que ser criativas em todas as áreas, e, em relação a mídia
rádio diz ele haver, com raras exceções, uma estagnação na movimentação - falta
encontrar o casamento perfeito, não está 100% explorado. “Virá uma nova tendência, a
segunda revolução no meio, a busca da integração dos produtos com o rádio”.
Segundo o publicitário a segmentação é uma tendência muito importante. “O rádio
não é uma mídia de sustentação, é muito forte, ágil e dinâmico”.
Argumenta que é necessário provocar a curiosidade para o meio, tentar mudar a
performance do criativo. O aumento das redes, segundo Sérgio Amado, nacionalizou a
comunicação e ficou mais fácil de trabalhar com essa mídia reduzindo custos.
PERFIL DE AUDIÊNCIA EM AM E FM
Na época em que a principal função da mulher era ser apenas dona de casa, o rádio
aparecia como seu fiel companheiro. Hoje ainda é, mas além de companhia e distração, ela
busca informação, serviços, participação. Estudo mostrou que, entre 1985 e 1995, a
porcentagem de mulheres expostas ao meio se manteve praticamente estável. Apontando,
no entanto, no mesmo período, uma forte migração da rádio AM para FM.
A ouvinte de AM mudou suas preferências na programação. Ela deixou um pouco
de lado os programas policiais. Em compensação, houve um grande avanço dos programas
religiosos, comentários e entrevistas. A prestação de serviços também agrada em cheio à
mulher ouvinte de AM. Nas FMs, porém, ela se decide basicamente por uma linha de
programação musical.
De acordo com o superintendente do Sistema JB de Rádio, Flávio Salles, hoje em
dia não há grande disparidade entre os públicos masculino e feminino na audiência das
emissoras qualificadas. A mulher interessa-se muito por tudo o que acontece. Quer saber
sobre trânsito, compras, serviços, etc. De um modo geral, no entanto, a mulher é uma
ouvinte de rádio mais assídua do que o homem, com uma razoável distribuição pelas
diferentes classes sociais e faixas etárias.
Nos Estados Unidos as rádios FMs formaram grandes redes e se especializaram em
música; já as rádios AM ficaram com a parte mais comunitária, social e de serviço. Há
quem acredite ser este o caminho das rádios brasileiras.
O rádio tem a força. Mesmo diante de todas as inovações no campo das
comunicações que o mundo tem observado nas últimas décadas, o rádio não abandona o
seu lugar de honra junto ao público.
Com certeza muita coisa mudou com o passar dos anos, houveram modernizações
no veículo rádio desde que Hertz descobriu, em 1887, o princípio da propagação
radiofônica. Hoje, várias emissoras utilizam-se de satélites para transmitir sua
programação, é possível ouvir a narração de clássicos de futebol do mundo todo , através
da Internet e telefone celular, tornando instantaneidade sinônimo de informação
radiofônica.
O que não mudou com o passar dos tempos e avanços tecnológicos foi a relação
entre o rádio e o seu público. Mais do que um simples veículo, ele é uma espécie de
amigo, parceiro que viaja em nosso carro, canta com a gente ao banho, discute política,
religião e também futebol.
Podemos nos perguntar, o que leva as pessoas a, mesmo diante de novas opções,
cada vez mais acessíveis, manter esta forte ligação com o meio rádio? A explicação talvez
esteja na dualidade do rádio. Ele é um veículo “solitário”, na opinião do radialista,
professor e comentarista esportivo gaúcho Ruy Carlos Ostermann, que pode acompanhar
desde um grande executivo indo ao trabalho, como um peão em sua lida campeira. E
ainda, na mão de grandes comunicadores, o rádio, pode ser um veículo de mobilização de
um grande número de pessoas em curto espaço de tempo nas mais diversas iniciativas de
âmbito social.
PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS
TECNOLÓGICAS DO MEIO RÁDIO
“Ninguém liga o rádio para escutar um spot. Portanto, o anúncio tem que ser tão
verdadeiro, tão dramático, tão engraçado, ou mais emocionante do que o programa de
rádio que o contém” , palavras de Bill Bernbach.
Não podemos acreditar que as emissoras de rádio queiram criar ouvintes que não
pensem e não reflitam sobre o que acontece ao seu redor; portanto, até por uma questão de
humanidade têm estas, o papel de filtrar cultural e moralmente o material apresentado na
programação musical, publicitária e jornalística, tornando-se assim, a formadora prática
de uma sociedade pensante e ativa nos rumos de uma transformação verdadeira da
realidade desta imensa massa excluída em que estamos inseridos. Desta forma, como meio
de comunicação, o rádio terá uma maior inserção no bolo publicitário, pois maior será o
número de seres humanos interagindo e participando como agentes sociais, usufruindo
direitos de mais possibilidades, realizações e poder de consumo em uma totalidade
universal. Também, a responsabilidade de mostrar aos homens de que a nossa passagem
pela terra é bem mais complexa do que simplesmente nos mantermos vivos.
O bolo publicitário no meio rádio aumentará na medida que mais pessoas
participarem do mercado consumidor, porque até para mostrar a realidade ou transformá-
la, como veículo de comunicação, o meio rádio pode faturar. A crítica também tem
consumidor.
Portanto, afirmo que, conciliando informações em temas específicos através de stop
comercial ou programas em áreas afins, estes materiais poderão ser comercializados e
inseridos na programação com carimbos publicitários e veiculações comerciais que
atendam o interesse do investidor que passaria a ter a possibilidade de, juntamente com a
equipe comercial e jornalística do meio rádio, um grande retorno comercial ao seu
produto, aliado este a um bom trabalho informativo jornalístico, ganhando com isto o
ouvinte, o meio rádio e o investidor.
BIBLIOGRAFIA
14. REVISTA APLAUSO, “O Gaúcho lê ou finge que lê?” – ano 03, nº 23, ano 2000.
15. LE GRAIN MARC; MAGAIN DANIEL. Publicidade e Propaganda – Série
Empresas Emergentes – Editora Makron Books do Brasil Ltda e Editora McGrau-Hill
Ltda – SP.