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ENEM 2013– PPL - QUESTÃO 15

TEXTO I
O Heliocentrismo não é o “meu sistema”, mas a Ordem de Deus. COPÉRNICO, N. As revoluções dos orbes
celestes [1543]. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.

TEXTO II
Não vejo nenhum motivo para que as ideias expostas neste livro (A origem das espécies) se choquem com as
ideias religiosas. DARWIN, C. A origem das espécies [1859]. São Paulo: Escala, 2009.

Os textos expressam a visão de dois pensadores — Copérnico e Darwin — sobre a questão religiosa e suas
relações com a ciência, no contexto histórico de construção e consolidação da Modernidade. A comparação entre essas
visões expressa, respectivamente:

a) Articulação entre ciência e fé — pensamento científico independente.


b) Poder secular acima do poder religioso — defesa dos dogmas católicos.
c) Ciência como área autônoma do saber — razão humana submetida à fé.
d) Moral católica acima da protestante — subordinação da ciência à religião.
e) Autonomia do pensamento religioso — fomento à fé por meio da ciência.

Resposta A
Nos textos I e II, observa-se que há embate entre religião e ciência, mas não há desprezo da religião em detrimento da
ciência. Disso, eliminamos as letras b, c, e.
Os cientistas não buscam o embate com a religião.

d) está errada, pois não há paridade, há autonomia da ciência em relação a religião.

Um Estado secular ou laico é um conceito do secularismo onde o poder do Estado é oficialmente imparcial em relação
às questões religiosas, não apoiando nem se opondo a nenhuma religião.
Designa-se por poder temporal a influência de poder, tanto de governação como político, que exerce o Vaticano sobre
as pessoas, em especial o poder do Vigário de Cristo - o Papa - em contraste com o seu poder espiritual sobre a Igreja
Católica e outros grupos, também chamado de poder eterno.

(UFU 1998) Na sua obra “Crítica da Razão Pura”, Kant formulou uma síntese entre sujeito e objeto, mostrando que, ao
conhecermos a realidade do mundo, participamos da sua construção mental. Segundo Kant, esta valorização do sujeito
(possuidor de categorias apriorísticas) no ato de conhecimento, representou, na Filosofia, algo comparável à
a) previsão da órbita do Cometa Halley no sistema solar.
b) revolução de Copérnico na Física.
c) invenção do telescópio por Galileu Galilei.
d) Revolução francesa que derrubou o Ancien Régime.
e) invenção da máquina a vapor.
Resposta B

Leia o trecho a seguir: É em função da astronomia que se elabora (...) a nova física; mais precisamente: em função dos
problemas postos pela astronomia coperniciana, e, especialmente, da necessidade de responder aos argumentos
físicos apresentados por Aristóteles e por Ptolomeu contra a possibilidade do movimento da Terra. (KOYRÉ, Alexandre.
Estudos Galilaicos. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992. p. 205.)
O historiador do pensamento científico, Alexandre Koyré, destaca que a “nova física”, que foi erigida sobretudo por
Galileu e, depois, Newton, desenvolveu-se a partir das discussões em torno dos fenômenos astronômicos, sobretudo a
respeito do movimento da Terra. Copérnico, Galileu e outros questionavam a física aristotélica e ptolomaica porque
essa afirmava, entre outras coisas:
a) que as teses sobre a imobilidade da Terra não tinham valor porque foram concebidas por pessoas ignorantes.
b) que o telescópio usado por Aristóteles não era preciso o suficiente para a observação astronômica.
c) que as investigações de Aristóteles não puderam ser compreendidas, haja vista que seus livros foram alterados pelos
árabes.
d) que Aristóteles não poderia compreender bem os fenômenos naturais, pois viveu na época errada.
e) que o cosmos estava organizado em esferas celestes e que a Terra era imóvel.

Resposta E
Para a cosmologia aristotélico-ptolomaica, o mundo possuía uma organização harmônica disposta em esferas celestes
e no mundo sublunar, ou terrestre. Nesse esquema, o planeta Terra estava no centro e permanecia imóvel.

ENEM 1999 - .
“(...) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas
que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda
ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor do Sol. (...) Não
duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não
superficialmente mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros
e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o
sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos.”
(COPÉRNICO, Nicolau. De revolutionibus orbium coelestium.)

“Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme
nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral,
experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação
humana pode se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas.” (DA VINCI, Leonardo.
Cartas.)
O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é:
a) a fé como guia das descobertas.
b) o senso crítico para se chegar a Deus.
c) a limitação da Ciência pelos princípios bíblicos.
d) a importância da experiência e da observação.
e) o princípio da autoridade e da tradição.
Resposta D
No contexto da Revolução Científica do século XVII, as operações da observação e da experiência (entendida no
sentido de experimentação) foram cruciais. A descrição dos fenômenos implicava a necessidade de uma elaboração
teórica explicativa, que, por sua vez, exigia testes e comprovações. Tais comprovações eram obtidas por meio dos
experimentos. Uma teoria, para ser considerada estritamente científica, deveria obedecer a esses procedimentos. Esse
esquema segue vigente até os nossos dias.

(UNESP-2013) - A modernidade não pertence a cultura nenhuma, mas surge sempre CONTRA uma cultura particular,
como uma fenda, uma fissura no tecido desta. Assim, na Europa, a modernidade não surge como um desenvolvimento
da cultura cristã, mas como uma crítica a esta, feita por indivíduos como Copérnico, Montaigne,Bruno, Descartes,
indivíduos que, na medida em que a criticavam, já dela se separavam, já dela se desenraizavam. A crítica faz parte da
razão que, não pertencendo a cultura particular nenhuma, está em princípio disponível a todos os seres humanos e
culturas. Entendida desse modo, a modernidade não consiste numa etapa da história da Europa ou do mundo, mas
numa postura crítica ante a cultura, postura que é capaz de surgir em diferentes momentos e regiões do mundo, como
na Atenas de Péricles, na Índia do imperador Ashoka ou no Brasil de hoje.
(Antonio Cícero. Resenha sobre o livro “O Roubo da História”. Folha de S.Paulo, 01.11.2008. Adaptado.)

Com a leitura do texto, a modernidade pode ser entendida como:


a) uma tendência filosófica especificamente europeia e ocidental de crítica cultural e religiosa.
b) uma tendência oposta a diversas formas de desenvolvimento da autonomia individual.
c) um conjunto de princípios morais absolutos, dotados de fundamentação teológica e cristã.
d) um movimento amplo de propagação da crítica racional a diversas formas de preconceito.
e) um movimento filosófico desconectado dos princípios racionais do iluminismo europeu.

Resposta D

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