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TITULO:

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento


Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007.
SUMARIO EXECUTIVO

O propósito deste trabalho é de estudar o impacto do turismo no crescimento económico de


Moçambique, e analisar a relação existente entre variáveis receita de turismo, PIB e a taxa de
câmbio no período de 1996:1 – 2007:4. No geral os dados foram recolhidos numa base
trimestral, mas para os dados que só estão disponíveis na base anual foram transformadas
usando a interpolação recorrendo se ao método de Lisman and Sandee (Veja anexo 1). Dos
dados disponíveis na base mensal usou-se o método de média aritmética. Os dados cobrem o
período de 1996 a 2007, sendo um total de 48 observações. As séries de receitas de turismo
foram remetidas ao processo de remoção do efeito da sazonalidade. Todos os dados foram
usados na sua forma logaritimica. Para a análise foi usado o pacote econométrico e-views 3.1.

Contudo, foi possível obter resultados estatisticamente significantes e economicamente


válidos. O teste de Raiz Unitária mostra que as variáveis PIB real (Y), as receitas do turismo
(R) e a taxa de cambio (E) são estacionárias na sua primeira diferença. Os resultados do
modelo GLS mostram a existência da relação entre o crescimento económico e a receita de
turismo e que o turismo promove o crescimento. O impacto da taxa de câmbio real é negativo,
isto devendo-se ao facto de Moçambique ser uma pequena economia aberta em
desenvolvimento. Embora que a taxa de cambio tenha um impacto negativo no PIB real, o
turismo tem um impacto significativo no PIB real.

Palavras-chave: Turismo, PIB, Taxa de Câmbio e Crescimento Económico

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
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ÍNDICE

SUMARIO EXECUTIVO -------------------------------------------------------------------------------- 2

LISTA DE TABELAS ------------------------------------------------------------------------------------ 5

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS------------------------------------------------------------- 6

GLOSSÁRIO ----------------------------------------------------------------------------------------------- 7

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------- 9

1.1. Introdução--------------------------------------------------------------------------------------- 9

1.2. Objectivos------------------------------------------------------------------------------------- 11

1.2.1. Objectivo geral ------------------------------------------------------------------------- 11

1.2.2. Objectivos específicos ---------------------------------------------------------------- 11

1.3. Justificativa ----------------------------------------------------------------------------------- 11

1.4. Definição do Problema---------------------------------------------------------------------- 11

1.5. Hipóteses -------------------------------------------------------------------------------------- 12

1.5.1. Hipótese Geral-------------------------------------------------------------------------- 12

1.5.2. Hipóteses Específicas ----------------------------------------------------------------- 12

1.6. Delimitação do estudo----------------------------------------------------------------------- 12

1.7. Limitações ------------------------------------------------------------------------------------ 13

CAPÍTULO 2 – REVISÃO DE LITERATURA ---------------------------------------------------- 14

2.1. Revisão de Literatura Teórica------------------------------------------------------------------ 14

2.1.1 A Hipótese de que o turismo impulsiona o crescimento económico ------------------- 14

2.1.2 Impactos do Turismo -------------------------------------------------------------------------- 15

2.1.2.1 Impactos económicos------------------------------------------------------------------------ 15

2.1.2.2 Impactos ambientais ------------------------------------------------------------------------- 16

2.1.2.2 Impactos Sociocultural ---------------------------------------------------------------------- 17

2.2 Revisão da Literatura Empírica ---------------------------------------------------------------- 17

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CAPÍTULO 3: TURISMO EM MOÇAMBIQUE -------------------------------------------------- 20

CAPÍTULO 4: METODOLOGIA--------------------------------------------------------------------- 24

4.1 Desenho da Pesquisa ----------------------------------------------------------------------------- 24

4.1.2 Teste de co-integração------------------------------------------------------------------------- 25

4.1.3 Teste de Validação do Modelo --------------------------------------------------------------- 25

4.2 Dados empíricos ---------------------------------------------------------------------------------- 26

4.3 Modelos empíricos ------------------------------------------------------------------------------- 27

CAPÍTULO 5: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS -------------------------------- 28

CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ------------------------------------------ 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------------- 38

ANEXO 1: Método de Interpolação de Lisman and Sandee -------------------------------------- 41

ANEXO 3: Correlograma dos Resíduos -------------------------------------------------------------- 44

ANEXO 4: Coeficiente de Correlação ---------------------------------------------------------------- 45

ANEXO 5: Teste da normalidade dos resíduos------------------------------------------------------ 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 Evolução do Turismo em Moçambique 21

Tabela 5.1: Teste de Raiz Unitária das séries Y, R e E. 29

Tabela 5.2 Teste ADF para os resíduos 30

Tabela 5.3: Modelo de Longo Prazo 30

Tabela 5.4: Modelo GLS 31

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ADF Dickey-Fuller aumentado [adaptado do inglês “Dickey-Fuller Augmented”].

APIT Áreas Prioritária de Investimento Turísticos

BM Banco de Moçambique.

E Taxa de câmbio

GLS Mínimos Quadrados Generalizados

H0 Hipótese Nula.

INE Instituto Nacional de Estatísticas

Ln Logaritmo Natural.

MCE Método de Correcção de Erro

MQO Mínimos Quadrados Ordinários

OLS Mínimos Quadrados Ordinários

OMT Organização Mundial do Turismo

PIB Produto Interno Bruto.

R Receita do Turismo

r² Coeficiente de Determinação

Y Taxa da produção, medida pelo PIB real

µ Termo de errro

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GLOSSÁRIO

Crescimento Económico é dado pelo aumento do produto de um país ao longo do tempo


(Samuelson & Nordhaus, 2005, p. 734).

Curto Prazo é um período de tempo em que não se pode ajustar completamente todos
factores produtivos (Samuelson & Nordhaus, 2005, p. 734).

Coeficiente de Determinação é a quantidade da variabilidade dos dados explicada pelo


modelo adoptado, é expresso como percentagem da variância explicada (Gujarati, 2000)

Grau de Liberdade é o número de observações independentes de um total de n observações


(Gujarati, 2000, p.60)

Modelo é uma série de equações matemática (Gujarati, 2000)

Nível de Significância é o principal determinante para rejeitar ou não uma hipótese nula, ou
seja, é a probalidade de cometer um erro de tipo I – a probalidade de rejeitar a hipótese nula
enquanto ela é verdadeira. Enquanto que o erro do tipo II – é a probalidade é não rejeitar a
hipótese nula enquanto ela é falsa (Gujarati,2000)

PIB Real: medida de produção total. A soma das quantidades porduzidas numa economia
multiplicadas pelo preço do ano base (Blanchard, 2003. p. G-8).

Investimento: aquisição de bens imóveis (casas, terrenos, etc) por individuais ou bens
capitais (instalações, maquinárias ou indústrias) por parte das firmas (Blanchard, 2003. p. G-
5).

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Importação: aquisição de bens e serviços estrangeiros por parte de entidades domésticas,
consumidor individual, indústrias ou governo (Blanchard, 2003. p. G-5).

Exportação: aquisição estrangeira de bens e serviços domésticos (Blanchard, 2003. p.G-3).

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

O turismo é um dos sectores que tende a evoluir muito rapidamente em todo mundo. Este
sector é considerado como uma das grandes fontes de receitas para a maioria dos países em
via de desenvolvimento. Numa perspectiva geral, o turismo ganhou uma dimensão enorme
queira a nível nacional, queira a nível internacional. Este facto deve-se principalmente ao seu
carácter transversal, dado que o turismo é uma actividade socioeconómica, que promove o
desenvolvimento e o volume de negócios através da geração de receitas, criação de
oportunidades de empregos e por conseguinte influenciado a vida sociocultural.

Segundo a UNWTO (United Natios World Tourism Organization) a indústria turística oferece
emprego directo e indirecto para cerca de 212 milhões de pessoas no mundo e gera US$655
bilhões em receitas estatais. As viagens e o turismo são responsáveis por 11.7 % do PIB
directo e indirecto e gera mais de US$3.5 triliões da produção bruta das economias. De 1950 a
2002, o número de chegadas internacionais mostrou uma evolução de 25 milhões para 703
milhões em 2002. Isto corresponde a uma taxa de crescimento anual média de
aproximadamente 4%, e as chegadas internacionais irão ultrapassar os cerca de 1 bilhão em
2010 e alcançarão os cerca de 1.6 bilhões em 2020, conforme dados da Organização Mundial
do Turismo.

Os impactos económicos, social, cultural e políticos do turismo tem trazido resultados


significativos em algumas economias individuais ou até nas relações político-económicas
internacionais. O importante é sublinhar que estes impactos podem ser positivos ou negativos.
Na sua abordagem, de foco no cliente, muitos países em desenvolvimento tendem focalizar os
mercados domésticos e internacionais de modo a desenvolver o sector e contribuir para o
crescimento económico. Os governos também tende a focalizar a sua atenção nas
necessidades dos turistas de maior expressão elaboração das suas estratégias. Numa situação
em que o turismo tem os seus benefícios e os seus custos, há necessidade de se fazer a análise
do custo e benefício antes de se traçar o plano do sector, de modo a desenvolver um turismo
sustentável.

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Moçambique possui um potencial de turismo invejável: um litoral tropical de 2700 km,
biodiversidade de grande valor ecológico, incluindo espécies endémicas, e um património
histórico-cultural bastante rico, podendo oferecer diversificados tipos de turismo desde, o
turismo tradicional, turismo de praia, ecoturismo, caça desportiva, etc. No entanto é difícil de
dizer que este potencial está sendo usado de forma racional. A Politica e a estratégia de
turismo de Moçambique assegura que para o aproveitamento das oportunidades oferecidas
pelo Turismo é desenvolver um turismo económica e ambientalmente sustentável, proteger a
biodiversidade e Preservar os valores culturais e orgulho nacional. Este contexto visa o
Desenvolver e posicionar Moçambique como um destino turístico de classe mundial;
Contribuir para a criação de emprego, crescimento económico e para o alívio da pobreza;

O presente estudo visa analisar se as receitas provenientes do sector do turismo contribuem


para o crescimento de Moçambique. A relação empírica entre o PIB real, a receita do turismo
e a taxa de câmbio real será testada para o período de 1996 a 2007.

O estudo esta dividido em seis capítulos. O Primeiro capítulo apresenta a introdução do tema,
em que são apresentados os objectivos de estudo, definição do problema e das hipóteses, é
feita a delimitação do estudo e apresenta-se as principaís limitações. O Segundo capitulo faz a
breve revisão de literatura, dando o enfoque os preceitos teóricos e resultados de alguns
estudos empíricos sobre a teoria da PPC. O terceiro capítulo faz um resumo breve sobre o
turismo em Moçambique de modo a ter-se uma imagem que fundamente e ajude a interpretar
alguns resultados empíricos da pesquisa. O quarto, apresenta a metodologia aplicada. São
descritas as técnicas usadas para as análises empíricas e são apresentadas as características das
séries usadas. O quinto capítulo faz a análise e interpretação dos resultados e finalmente o
sexto capítulo apresenta as conclusões e recomendações do estudo.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

O objectivo desta pesquisa é avaliar o impacto das receitas do turismo para o crescimento
económico de Moçambique.

1.2.2. Objectivos específicos

Os objectivos específicos desta pesquisa são:

a) Analisar a existência de estacionaridade nas séries de PIB real, Receitas de Turismo e a


Taxa de cambio real;

b) Estimar o Modelo de Longo prazo que mostre a relação entre as variáveis;

c) Avaliar a validade do modelo através de testes econométricos.

1.3. Justificativa

Este estudo é muito relevante por várias razões, das quais a primeira é não existirem
informações de que um estudo (usando modelo dinâmico) similar tinha sido efectuado em
Moçambique. Os estudos já efectuados em Moçambique fazem uma análise estática sobre o
impacto do turismo no bem-estar social. Por isso estudo vai se focalizar no impacto do
turismo no crescimento económico de Moçambique o que pode ajudar o Ministério do
Turismo e os decisores políticos. Também este estudo pode facilitar os tomadores de decisões
na formulação de políticas e estratégias para o sector e para a economia no geral. Por fim este
estudo poderá contribuir para estudos futuros no concernente ao impacto do turismo no
crescimento económico.

1.4. Definição do Problema

Um número de estudos teóricos e empíricos fazem a análise da contribuição ou o impacto do


sector de turismo no crescimento económico. Estes estudos, queira a nível da literatura
nacional ou internacional mostram a evidência de que a hipótese de que o turismo leva ao
crescimento económico e, que a indústria do turismo é um factor estratégico para o
crescimento, é válida. Sendo Moçambique um país que possuí um potencial turístico e uma
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indústria de turismo crescente há necessidade de se avaliar se o crescimento do sector de
turismo e das receitas tem um impacto no crescimento económico. Será que a teoria de que o
turismo leva ao crescimento económico é válida para o caso de Moçambique.

1.5. Hipóteses

1.5.1. Hipótese Geral

As receitas do turismo contribuem significativamente para o crescimento económico de


Moçambique.

1.5.2. Hipóteses Específicas

Constituem hipóteses específicas as seguintes:

a) Existe estacionaridade entre as séries de PIB real, Receitas de Turismo e a Taxa de


câmbio real;

b) Existe uma relação de longo prazo entre as variáreis;

c) O modelo econométrico é valido para a sua aplicação.

1.6. Delimitação do estudo

O presente estudo visa analisar o impacto de turismo no crescimento económico de


Moçambique. Para analisar o crescimento económico foram usadas três séries temporais,
nomeadamente o PIB real, a receita de turismo e a taxa de câmbio real. As séries compreende
o período de 1996 a 2007.

O período acima escolhido é deveras significativo na medida em que neste período se


verificou um crescimento assinalável da actividade turística em Moçambique. O estudo não
seleccionou uma região específica cobrindo assim todo o país

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1.7. Limitações

Durante período em decorreu o presente estudo, foram verificadas enúmeras limitações, tais
como:

• A falta de dados secundários a nível provincial e até na página da internet do instituto


nacional de estatísticas, principalmente das receitas do sector do turimso;

• A disponibilidade de séries anuais, o que necessitou de uma transformação em séries


trimestrais.

• A natureza do estudo econométrico requer pessoas especializadas na matéria que


pudessem facilitar na construção do modelo.

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CAPÍTULO 2 – REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo far-se-à a definição dos conceitos relacionados com a teoria da fundamentada
na hipótese de que o turismo leva ao crescimento económico e proceder-se-à ao levantamento
dos estudos empíricos desenvolvidos sobre o tema. O objectivo é dar uma base de
fundamentação e a actualização das informações disponíveis sobre a teoria. Esta parte
compreende três secções, a primeira faz a revisão da literatura teórica, a segunda aprofunda
sobre os resultados encontrados em outros estudos empíricos já efectuados.

2.1. Revisão de Literatura Teórica

2.1.1 A Hipótese de que o turismo impulsiona o crescimento económico

Os países da Ásia, os chamados Tigres Asiáticos, são tidos como exemplos de sucesso, por
terem alcançado taxas de crescimento económico altas e sustentáveis, como resultado da
implementação da política de mercado livre e a orientação da economia para o exterior. Estes
países, nas últimas quatro décadas, dobraram seu padrão de vida a cada 10 anos.

A experiência de crescimento desses países tem apoiado a hipótese teórica de que as


exportações levam a um mecanismo para a obtenção de crescimento económico eficiente e
rápido e de melhoria da alocação de recursos domésticos. Além disso, muitos outros estudos
contêm assertivas similares para outros países e alguns autores identificam medidas de
estímulo ao comércio exterior como instrumentos-chave de política económica. De acordo
com os chamados novos ortodoxos, muitos autores bem como muitas instituições
multilaterais concordam que promovendo as exportações e alcançar a expansão das
exportações é benéfico para os países em vias de desenvolvimento bem como os países
desenvolvidos por várias razões, tais como: elas geram o aumento na utilização da
capacidade produtiva, trazem as vantagens das economias de escalas, trazem o progresso
tecnológico, aumentam o emprego e a produtividade do trabalho, melhoram a alocação dos
recursos escasso dentro da economia, relaxam a pressão sobre a conta corrente e aumenta a
função de produção total e consequentemente o bem-estar no país (Banco Mundial, 1993)

.
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Como a hipótese teórica de que as exportações levam ao crescimento económico, a hipótese
teórica de que o turismo leva ao crescimento económico, pode ser postulada na base de
existência de vários argumentos segundo os quais o turismo pode tornar-se no principal
determinante do crescimento económico geral a longo prazo. Duma forma tradicional pode se
afirmar que o turismo gera divisas que podem ser usadas para importar bens de capital de
modo a serem empregues na produção de bens e serviços, levando assim o país ao
crescimento económico.

Em outras palavras pode-se dizer que o sector do turismo gera receitas necessárias e
suficientes para um país financiar as suas importações mais do que exportar bens
transaccionáveis. Se as importações forem bens de capital ou insumos básicos para produção
de outros bens em quaisquer sectores da economia, então, pode se afirmar que os
rendimentos do sector do turismo estão a jogar um papel fundamental no crescimento
económico do país. Certamente que as regiões que não desenvolvem actividades turísticas
poderão se beneficiar como resultado da redistribuição da riqueza.

Paralelamente aos aspectos acima apresentado, o turismo ainda pode contribuir para o
aumento da renda através de dois mecanismos. Primeiro, é o aumento da eficiência,
impulsionado pela concorrência entre as empresas do sector e outros destinos turísticos
internacionais (Bhagwati and Srinivasan, 1979; Krueger, 1980) e, em segundo, o turismo irá
possibilitar o aumento da exploração das economias de escalas nas empresas domesticas
(Helpman and Krugman, 1985)

2.1.2 Impactos do Turismo

2.1.2.1 Impactos económicos

A indústria do turismo cria uma actividade na economia que pode trazer consequências
positivas e negativas. Dos impactos positivos, o mesmo que prevêem a hipótese de que o
turismo leva ao crescimento económico é a geração de divisas. Na visão de que o turismo é
um serviço transaccionáveis internacionalmente, a entrada de divisas compensa o deficit da
conta corrente e balançar os desequilíbrios da balança de pagamentos. O rendimento pelo
turismo poderá impulsionar os outros sectores da economia e contribuir para o crescimento
económico do país. Está contribuição só terá o impacto positivo na medida que a receita

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gerada elo turismo seja usada na importação de bens de capital a serem usados na produção de
bens e serviços e o consequente crescimento económico (Balanguer et. Al, 2002)

O turismo também permite o desenvolvimento regional através o aumento do rendimento e de


postos de trabalho. As autoridades, seguindo o desenvolvimento do turismo, são induzidos a
investirem em infra-estruturas, este facto leva a melhora da qualidade de vida das pessoas
vivendo nas regiões com potencial turístico.

Outro aspecto a focalizar, são gastos para o sector de turismo e os investimentos. O aumento
das despesas e investimentos do sector do turismo, o sector torna-se em importante fonte de
emprego. O sector pode gerar empregos directos (hotéis, restaurantes, praias, etc) ou
indirectamente através da demanda de bens e serviços oferecidos por empresas
complementares a actuarem na cadeia de valor. Também frisar que o turismo contribui para o
orçamento do estado através dos impostos, queira de forma directa ou indirecta.

Paralelamente os impactos positivos existem os impactos negativos. Embora que muitos dos
país em via de desenvolvimento procuram desesperadamente aumentar os níveis de renda,
emprego e padrão de vida, são os países desenvolvidos que se beneficiam do turismo. Isto
devido a situação de vazamento das importações e exportações, o que não ocorre nos países
desenvolvidos. Vazamento de importações é a situação em que o país receptor do turista tem
que importar bens e serviços para responder as necessidades do turista, enquanto vazamento
nas exportações é a situação em que os recursos requeridos para fornecer a infra-estrutura que
sustem a indústria do turismo é deficiente. Nessa situação, os países correm o risco de criarem
uma economia dependente do turismo. Em situações de turbulências na economia mundial,
calamidades naturais e crises, a actividade turística e as receitas também poderão ser mínimas.

Outros impactos negativos a citar são: aumento de preços de bens e serviços de primeira
necessidade devido ao aumento da procura dos turistas, a alocação de bens públicos,
desequilíbrios na distribuição de rendimentos e a sazonalidade dos empregos que na realidade
não reduzem o desemprego.

2.1.2.2 Impactos ambientais

As actividades turísticas podem ser desenvolvidas e continuarem a o ser se que a qualidade do


ambiente, natural e obras do homem (Historica e culturalmente) for preservada. Turismo
impõe custos aos país receptor de turistas para combater práticas destrutivas ao ambiente.
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Preservar o ambiente é uma tarefa difícil principalmente em situações em que se desenvolve o
turismo de massas, tornando assim o turismo uma actividade adversa ao ambiente.

Por outro lado, se a sustentabilidade é o objectivo chave, o turismo pode aumentar a


preservação do ambiente, através de colecta de receitas e turistas preocupados com as causas
ambientais.

2.1.2.2 Impactos Sociocultural

O impacto sociocultural tem a ver com os efeitos que podem ser causados nas comunidades
que recebem os turistas por causa da exposição directa ou indirecta com os turistas e a
interacção com a indústria do turismo. As actividades turísticas podem ter efeitos adversos se
que estas trouxerem nas comunidades mudanças no sistema e comportamentos na estrutura
das comunidades, relações familiares, tradições, cerimónias e mortalidade. Embora isso
ocorra o turismo pode ter efeitos positivos quando usado como força de paz, respeitando as
tradições ajuda na criação de empregos.

2.2 Revisão da Literatura Empírica

O número significativo de estudos analisa a contribuição ou impacto da indústria do turismo


no crescimento económico, alguns destes estudos, mostram evidências da hipótese de que o
turismo leva ao crescimento económico, afirmando que o sector de turismo é um sector
estratégico para o crescimento. A literatura abaixo apresenta resultados da relação entre o
turismo e o crescimento económico.

KAPLAN e ÇELIK (2008) usando o método de Mínimos Quadrados Generalizados,


efectuaram um estudo que tinha como objectivo analisar a relação existente entre a expansão
do turismo e o crescimento económico na Turquia no período de 1963 à 2006. Com tal
estudo, eles pretendiam verificar a relação de causalidade entre as variáveis (Turismo e PIB).
Os resultados por eles obtidos mostram que as receitas do turismo têm um efeito de longo
prazo positivo e significante no PIB da Turquia; e que a significância do coeficiente das Taxas
de câmbio reais implicam que valorização da moeda doméstica leva a um aumento do PIB no
longo prazo.

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Recentemente, Fayissa et al (2007, p12-13) desenvolveram um estudo para analisar não
somente o efeito do turismo no crescimento económico bem como no Desenvolvimento de
África. Os resultados mostraram que os gastos efectuados pelos turistas internacionais
afectam positivamente o crescimento económico visto que uma variação de 10% nas despesas
leva a um aumento em 0.4% no PIB per capita. O estudo conclui também que o desempenho
económico dos países africanos pode ser impulsionado não só pelo investimento em capital
físico e humano, comércio mas também por explorar ainda mais a indústria hoteleira e
melhorar a sua gestão.

Balanguer e Catavella-Jorda (20020 analisa a relação entre o crescimento económico e o


turismo internacional para a economia da Espanha. Os resultados mostram evidências de uma
relação de longo prazo entre o crescimento económico e o turismo internacional. Os autores
confirma assim a validade da hipótese teórica de que o turismo leva ao crescimento
económico.

Embora que tenhamos estes resultados favoráveis a hipótese teórica de que o turismo leva ao
crescimento económico, Chic-Ok Oh (2005) encontrou resultados negativos. Analisando a
economia da Correia, ele não encontra evidências da relação de equilíbrio de longo prazo
entre as receitas de turismo e o crescimento económico.

Em Moçambique, a literatura empírica sobre a relação do crescimento económico e o turismo


é fraca. Havendo um registo de alguns, podendo citar. Jones (2007) usando o modelo da
Matriz de Contabilidade Social, conclui que em 2003 o turismo contribui em 3.2% do PIB e
que o sector de turismo ao turismo tem um potencial robusto de impulsionar outros sectores
económicos. Contudo, a estrutura do turismo parece ser relativamente dependente de factores
escassos de produção (capital humano formado e capital físico), pelo que sua expansão
baseada nesta estrutura actual podia ser constrangida.

Jones e Ibrahimo (2008), resumindo a situação de turismo em Moçambique chegam a


seguinte conclusão: o sector de turismo em Moçambique está na sua fase crucial de
desenvolvimento e tem um potencial de contribuir para o crescimento económico do país nos
próximos anos através de criação de empregos e o impulso nos outros sectores de economia.

Estes resultados estão na mesma linha de pensamento de que hipótese teórica de que o
turismo leva ao crescimento económico é válida.

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Wamba (2005), em seu estudo analisa os efeitos do turismo na balança de pagamentos no
periodo de 1996 a 2003 e conclui que devido a problemas associados a estimação de receitas
e despesas do turismo, o saldo desta balança não reflecte a realidade, ocorrendo que em
situações em que o turismo contribui positivamente para a balança de pagamentos, o
resultado final mostra que este agravou –a.

Nhantumbo (2006), faz a análise da contribuição do turismo na economia moçambicana,


usando uma perispectiva de avaliação dos impactos do turismo na economia chegando a
conclusão de que Moçambique possui um grande potencial turistico e que no futuro poderá
contribuir significativamente para o crescimento económico.

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CAPÍTULO 3: TURISMO EM MOÇAMBIQUE

3.1 Antecedentes

Desde 1950, com a Criação dos primeiros Centros de Informação e Turismo, Moçambique
vem apostando no turismo, porque assim de forma igual como os outros países, há um
reconhecimento da possível contribuição e efeitos gerados pela indústria do turismo no
crescimento económico. Importa realçar que somente em 1992, com o fim da guerra e o
desenvolvimento do programa de ajustamento estrutural, o sector começa a reactivar-se.

Da mesma forma que um país como Moçambique vem sentindo os impactos positivos do
turismo, também ressente-se dos impactos negativos dos diversos factores, que até uma certa
medida tornam Moçambique menos competitivo no mercado internacional. Dos diferentes
factores que determinam o fraco desenvolvimento do sector, importa referir os considerados
mais relevantes pelos diferentes actores do sector e das regiões que é desenvolvida em grande
escala a actividade turística como os seguintes:

 Falta de mão-de-obra qualificada


 Falta de recursos financeiros e materiais para o sector público, traduzindo-se na fraca
capacidade de implementar politicas governamentais;
 Falta de capacidade de controlo e monitoramento das zonas com potencial turistico
 Saude, doencas e situação de higiene
 Investimento
 Burrocracia e falta de planificação
 Fraco envolvimento das comunidades locais
 Marketing
 Insuficiencia de infraestruturas basicsas (Serviços públicos de transporte, vias,
tecnologias, etc),
 falta de educação e sensibilização das populações

Embora que Moçambique enfrente estas dificuldades, possui uma grande diversidade de
atractivos naturais e culturais. Dotado de uma costa de 2700Km, no oceano indico com ilhas
paradisíacas, rios, lagos, montes e montanhas, áreas naturais (Parques Nacionais e zonas de
preservação), lugares considerados de património cultural entre muitos atractivos, podendo-se

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resumir toda a oferta turística do pais em seguintes produtos: sol e praia; ecoturismo; turismo
cultural; turismo de aventura; turismo temático e turismo de cruzeiro.

A politica sectorial do turismo, apresnetada na estrategia do sector, tem como objectivos


Globais, assentes em três vertentes, Económica, Social e Ambiental:

 Desenvolver e posicionar Moçambique como destino turístico de classe mundial;

 Contribuir para a criação de emprego, crescimento económico e alívio à pobreza;

 Desenvolver um turismo responsável e sustentável;

 Participar na conservação e protecção da biodiversidade;

 Preservar os valores culturais e orgulho nacional; e

 Melhorar a qualidade de vida dos moçambicanos.

3.2 Uma breve análise da evolução económica do sector do turismo

O turismo em Moçambique, é um dos sectores que cresce mais rapidamente relativamente os


demais sectores. Embora que se pode considerar Moçambique ainda na sua fases inicias de
desenvolvimento como destino turístico e o seu produto ainda carece de melhoramento. Ainda
na sua fase inicial, perspectiva-se muitas oportunidades para o crescimento do sector, dadas as
projecções mundiais que indicam que a região vai atrair 36 milhões de turistas em 2020.

Os período que vai desde de 1995 a 2007, pode ser visto como um período de relançamento
do turismo em Moçambique, uma fase em que grandes investimentos estão sendo efectuados
para tornar o país num destino turístico de eleição.

Respectivamente a contribuição da turismo na economia, dados disponíveis indicam que o


turismo contribui para o PIB numa media entre 1% a 3%, taxas relativamente baixas se
comparadas com os dados da região.

Moçambique tende a registar um crescimento assinalável do turismo, este desenvolvimento


pode ser retratado na tabela 3.1.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
21
Tabela 3.1 Evolução do Turismo em Moçambique

2004 2005 2006 2007

Receitas de Turismo
95.3 129.6 139.7 163.4
(Milhoes de Dolares)

Chegadas 711,060 954,434 1,095,000 1,259,000

Investimento
67,159 83,690 604,252 977,201
(em 103 USD)

Expansão de capacidade de
13,807 14,827 15,740 17,035
alojamento

Fonte: INE, MITUR (2009)

Como retrata a tabela, pode se perspectivar que o crescimento do sector de turismo tenha
contribuições em diferentes sectores da economia.

3.3 A politica Economica do Turismo

O turismo é um sector transversal por lidar com vários outros sectores e, assim, em muitos

aspectos tem implicações na aplicação dos instrumentos legais e leis. Desde 1994 que o
Governo de Moçambique tem vindo a adoptar e a aprovar várias políticas sectoriais e
legislação para uma gestão melhorada de recursos naturais, que desempenham um papel
importante na promoção do turismo. Entre as que têm relações directas com o sector podem
mencionar-se as seguintes:

 Lei do turismo
 Politicas do turismo e estrategia da suas implementação

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
22
 Politica e estrategia nacional de florestas e fauna bravia
 Lei de floresta e fauna bravia
 Lei de terras,
 Programa nacional de gestão ambiental
 Lei quadro ambiental
 Lei das Pescas
 Lei de Investimento

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
23
CAPÍTULO 4: METODOLOGIA

Neste capítulo são apresentadas as metodologias usadas para o presente estudo. Primeiros são
apresentados os principaís testes efectuados. Segundo são apresentadas as séries usadas em
especial atenção as razões porque é foram incluídas no modelo. E por fim é apresentado o
modelo empírico que analisa a relação entre as variáveis: Crescimento económico, Receitas
de turismo e taxa de câmbio real.

4.1 Desenho da Pesquisa

O objectivo principal deste estudo é analisar o impacto das receitas de turismo no crescimento
económico do país. De modo a alcançar este objectivo foram levados a cabo diferentes testes
econométricos nomeadamente: Teste de estacionaridade ADF, teste de co-integração usando o
método de Mínimos Quadrados ordinários (OLS) e Métodos de Mínimos Quadrados
Generalizado (GLS), extensão do OLS.

4.1.1 Teste de estacionaridade

O maior desafio de trabalhar com séries temporais, reside no facto de identificar o equilíbrio a
longo prazo entre as variáveis em análise. Este facto torna-se em obstáculo em situações que
lidamos com séries que não sejam estacionárias, dificultando assim o processo de predição.
Segundo Gujarati (2003), os modelos estimados usando séries não estacionários apresentam
regressões sem sentido ou as regresses espúrias.

De modo a verificar a estacionaridade foi usado o teste de raiz unitária Augmented Dickey-
Fuller (ADF). Para os testes de admitiu-se como hipótese nula a não estacionaridade das
séries ou seja, a existência da raiz unitária. Isto significa aceitar a hipótese nula se a estatística
t do teste ADF for inferior ao valor crítico ou, pelo contrário, rejeitar a hipótese nula quando o
valor da estatística t do teste ADF for superior ao valor crítico, isto é, a série é estacionária, ou
seja, a concluir pela não existência de raiz unitária.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
24
4.1.2 Teste de co-integração

Para testar a co-integração foram usados os testes de Eangle e Granger. Para tal, diz-se que
uma série temporal não estacionária Xt (t = 1, 2, 3, ... n) como integrada de ordem d,
formalmente Xt ~ I(d), se esta se tornar estacionária depois de diferenciada d vezes. Duas
séries não estacionárias Xt e Yt dizem-se co-integradas de ordem (d,b), formalmente (Xt,Yt) ~
I(d,b), se ambas forem integradas da mesma ordem d e existir uma combinação linear das
duas variáveis, Zt = Xt - cYt , que seja I(d-b), com b > 0, sendo [1 - c] designado por vector
de co-integração.

No contexto das relações económicas, uma das formas mais comuns de co-integração é aquela
em que ambas as séries Xt e Yt são integradas de ordem 1, I(1), e a combinação linear das
duas variáveis estacionária, Zt ~ I(0). A existência de co-integração entre duas séries não
estacionária é estatisticamente equivalente à existência de uma relação de longo prazo entre
tais variáveis, indicando que as duas séries evoluem de uma forma muito próxima ao longo do
tempo.

Usando a metodologia de Engle-Granger, para testar a co-integração entre um conjunto de


variáveis componentes da taxa de câmbio real usou-se dois procedimentos:

1. Foi estimado o modelo usando a técnica clássica, método de Mínimos Quadrados


Ordinários (OLS);

2. Sujeitou-se os resíduos do modelo estimado anteriormente a teste de estacionaridade,


usando o teste ADF.

O Modelo OLS é representado pela expressão matemática:

Y = β 0 + β 1 X 1 + β 2 X 2 + ... + β n X n + ε (4.1)

4.1.3 Teste de Validação do Modelo

De modo de verificar se o modelo estimado é o melhor e que não sofre de qualquer anomalia,
Estes testes são levados a cabo porque este modelo é estimado na base do Método de
Mínimos Quadrados Ordinários (OLS). Este facto permite nos termos a certeza de que, não
foi violada nenhuma das suposições do OLS, nomeadamente: a hipótese de normalidade dos
resíduos e da auto-correlação.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
25
4.2 Dados empíricos

O presente estudo, pela sua natureza não requer dados primários. Pelo que recorreu-se a dados
secundários. Os dados foram colectados das seguintes fontes:

• Ministério do Turismo

• Banco de Moçambique

• Instituto Nacional de Estatística

• Labstat – Estados Unidos da America

• Fontes diversas referenciadas neste estudo

Os dados foram recolhidos numa base trimestral. Dos dados que só estão disponíveis na base
anual foram transformadas usando a interpolação recorrendo se ao método de Lisman and
Sandee (Veja anexo 1). Dos dados disponíveis na base mensal usou-se o método de média
aritmética. Os dados cobrem o período de 1996 a 2007, sendo um total de 48 observações. As
séries de receitas de turismo foram remetidas ao processo de remoção do efeito da
sazonalidade. Todos os dados foram usados na sua forma logaritimica. Para a análise foi
usado o pacote econométrico e-views 3.1.

Para o presente estudo foram usadas as seguintes variáveis (veja anexo 2):

1. Produto Interno Bruto a preços constantes (Y), mede o rendimento do país como um
todo. A sua variação representa o crescimento económico. Os dados usados foram
obtidas no INE. Os valores estão em milhares de meticais;

2. Receitas de Turismo (R) – são as receitas provenientes das diferentes actividades do


sector de turismo. Representa a remuneração do sector. Os dados foram extraídos de
diferentes artigos publicados citando fontes oficiais e ainda no INE. Os valores estão
em milhares de meticais;

3. Taxa de Câmbio Real (E), representa o indicador de competitividade dos produtos


Moçambicanos relativamente aos produtos estrangeiros. Este valor é igual ao Rácio
entre o nível de preços multiplicado a taxa de câmbio nominal. Os dados dos níveis de
preços foram obtidos no INE, para o caso de Moçambique e LABstat para os Estados

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
26
Unidos. Os dados referentes a taxa de câmbio nominal foram obtidos no Banco de
Moçambique

4.3 Modelos empíricos

Uma vez especificados os testes a serem efectuados e apresentadas as variáveis a serem


submetidas nos testes, surge a necessidade de apresentar a forma específica de estimação do
modelo. Seguindo os estudos empíricos que analisam o impacto do turismo no crescimento
económico o modelo será estabelecido pela relação entre o PIB real como variável dependente
e a receita do turismo e a taxa de cambio como sendo variáveis dependentes.

O modelo estimado seguiu a forma matemática:

Yt = β 0 + β 1 Rt + β 2 E t + µ t (4.2)

Onde:

Y – representa o rendimento real, medido pelo PIB real

R – representa as receitas obtidas pelo sector do turismo medido em milhares de Meticais

E – é a taxa de câmbio real entre o Metical em relação ao Dólar Americano

µ - Representa o termo erro, que são todas as variáveis que podem afectar o crescimento
económico e que não foram especificados no modelo.

Todas as variáveis no modelo estão representadas na sua forma logaritmica, de modo a


apresentar a relação de crescimento. Espera-se que o sinal do coeficiente da receita de turismo
seja positivo e o coeficiente de taxa de câmbio seja ambíguo.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
27
CAPÍTULO 5: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Este capitulo faz a analise e de dados e apresenta os resultados encontradas na relação entre o
crescimento económica e o turismo. Primeiro é apresentado o teste de raiz unitária, de modo a
verificar se que as séries possuem a raiz unitária, usando a análise visual e o Teste ADF.
Depois, o Teste de co-integração, usando o Teste de Engle e Granger, de modo a verificar a
relação de longo prazo entre as variáveis, através da estimação do modelo OLS. E para
finalizar através da estimação do Modelo GLS, de modo a corrigir a auto-correlação e a
análise da validade do modelo.

5.1 Teste de Raiz Unitária

Usando o exame visual das séries pode se ter uma conclusão se que as séries são ou não
estacionárias. Uma observação atenta nas séries de PIB real (Y), as receitas do turismo (R) e a
taxa de cambio (E), constata-se que as variáveis tem uma tendência crescente e possuem o
valor de intercepto. A tendência que as variáveis apresentam, constitui um sinal de que as
séries são não estacionárias em seu nível, I (0). Contrariamente a este facto, as variáveis em
sua primeira diferença não apresentam tendência, e os valores oscilam na média igual a zero.
Isto mostra que as variáveis são estacionárias na sua primeira diferença I (1) (Figura 5.1).

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
28
Figura 5. 1: Gráficos das Variáveis PIB Real, Receitas de Turismo e Taxa de Cambio
real entre o Metical e o dolar, em nível I(0) e na sua Primeira Diferença I(1)

18.0 0.8

17.5 0.4

17.0 0.0

16.5 -0.4

16.0 -0.8

15.5 -1.2
96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07

PIB real I(1)Y

15 0.4

14 0.2

13 0.0

12 -0.2

11 -0.4
96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07

Receitas do Turismo I(1)R

3.5
0.2

3.4

3.3 0.1

3.2
0.0
3.1

3.0
-0.1
2.9

2.8 -0.2
96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07

Taxa de Cambio Real I(1)E

Fonte: Adaptado pela Autora de : E-views Output

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
29
De modo a evitar que a análise visual nos leve a conclusões erróneas, efectuou-se o teste
ADF, demo a tirar se provas conclusivas sobre a existência ou não da raiz unitária. O teste
ADF é a melhor ferramenta econométrica para avaliar a estacionaridade das séries temporais.
O aspecto importante é o número de desfasamentos (Lag) a escolher, tendo em conta o tempo
que a variável leva a responder (semanas, meses ou ate anos). Para o presente teste de raiz
unitária o lag usado é 4. O n representa o número de observações. Para o cálculo do lag usou-
se a seguinte formula:

lag ≥ 3 n
(5.1)

O n representa o número de observações. Outro aspecto a ter em conta é nível de significância


de 5% e as análises são feitas com intercepto e sem tendência, na medida que facilmente pode
se notar que existe um intercepto na figura 5.1.

Os resultados do teste ADF estão resumidos na tabela 5.1. As variáveis incluídas no modelo
são todas não estacionárias em seu nível, I(0), como mostra que desde que o valor da
estatística ADF é maior do que o valor critico, assim sendo não se rejeita-se a hipótese nula de
raiz unitária. O problema de estacionaridade é resolvido através da diferenciação das
variáveis. Operando a diferenciação de todas as variáveis é estacionário. Concluindo pode-se
dizer que as variáveis inclusas no modelo são integradas da primeira ordem ou sendo ambas
são I(1). As variáveis são co-integradas a longo prazo.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
30
Tabela 5.1: Teste de Raiz Unitária das séries Y, R e E.

Variável Nivel Teste ADF Valor Critico (5%) Estacionaridade

Y I(0) -2,0049 -2,9303 Não estacionária

I(1) -3,9963152 -2,9371 Estacionária

R I(0) -1,4794 -2,9303 Não estacionária

I(1) -3,3055 -2,9303 Estacionária

E I(0) -1,800 -2,9303 Não estacionária

I(1) -3,5572 -2,9286 Estacionária

Fonte: Adaptado pela Autora de : E-views Output

5.2 Relação de Longo prazo entre as variáveis – Teste de Co-integração

O teste de co-integração é usado para avaliar a o equilíbrio de longo prazo entre as variáveis.
O teste de Engle e Granger é baseado na estacionaridade dos resíduos. Se os resíduos são
estacionários, significa que existe uma co-integração entre as variáveis e se os resíduos forem
não estacionários significa que não há co-integração, não existe relação de longo prazo.

Para se efectuar o teste de co-integração primeiro estimou-se o modelo usando o método OLS
e se sujeitou os resíduos ao teste de raiz unitária. Para a estimar o modelo usou-se a equação
5.1 Conforme as estatística ADF foram usadas as séries I(0) no processo de estimação. Pelos
resultados do teste ADF apresentados na tabela 5.2, pode-se chegar a conclusão de que as
variáveis Y, R e E, ambas são co-integradas de I(1).

Yt = β 0 + β 1 Rt + β 2 E t + µ t
(5.1)

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
31
Tabela 5.2 Teste ADF para os resíduos

ADF Test Statistic -2.604500 1% Critical Value* -2.6132

5% Critical Value -1.9480

10% Critical Value -1.6195

Fonte: Adaptado pela Autora de : E-views Output

Tabela 5.3: Modelo de Longo Prazo

Dependent Variable: Y

Method: Least Squares

Included observations: 48

White Heteroskedasticity-Consistent Standard Errors & Covariance

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 12.23996 0.398525 30.71316 0.0000

R 0.597968 0.060173 9.937521 0.0000

E -1.076237 0.220242 -4.886605 0.0000

R-squared 0.806411 Mean dependent var 16.53738

Adjusted R-squared 0.797807 S.D. dependent var 0.505471

S.E. of regression 0.227290 Akaike info criterion -0.064723

Sum squared resid 2.324724 Schwarz criterion 0.052227

Log likelihood 4.553345 F-statistic 93.72548

Durbin-Watson stat 0.576310 Prob(F-statistic) 0.000000

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
32
Fonte: Adaptado pela Autora de : E-views Output

Tendo em conta os critérios de validação do modelo, um dos aspectos importantes que deve
ser analisado é a auto-correlação dos resíduos. Verificando os resultados do modelo estimado
usando o OLS, pode-se notar que a estatística Durbin – Watson, este é menor do que um, o
que significa que os termos de erro estão correlacionados. Usando o correlograma, foi
detectada a auto-correlação da primeira ordem (Veja anexo 3). Também foi estimado o
coeficiente de correlação ( ρ ) sendo igual 0.485396 (Veja anexo 4).

Uma vez que o coeficiente de da auto-correlação de primeira ordem foi estimado, o problema
de auto-correlação pode ser remediado através do método GLS. Assim procedeu-se:

Yt −1 = β 0 + β 1 Rt −1 + β 2 E t −1 + µ t −1
(5.2)

Multiplicou-se a equação (5.2) por ρ obtendo:

ρYt −1 = ρβ 0 + ρβ 1 Rt −1 + ρβ 2 E t −1 + ρµ t −1
(5.3)

Subtraindo a equação 5.3 da 5.1, obtemos:

Yt − ρYt −1 = β 0 − ρβ 0 + β 1 Rt − ρβ 1 Rt −1 + β 2 E t − ρβ 2 E t −1 + µ t − ρµ t −1
(5.4)

As séries foram diferenciadas como demonstra a equação 5.4. Depois estimou-se novamente o
modelo GLS, resultados na tabela 5.4.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
33
Tabela 5.4: Modelo GLS

Dependent Variable: Y

Method: Least Squares

Sample(adjusted): 1996:2 2007:4

Included observations: 47 after adjusting endpoints

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 6.031105 0.473781 12.72973 0.0000

R 0.621114 0.065418 9.494529 0.0000

E -1.008444 0.308128 -3.272810 0.0021

R-squared 0.677613 Mean dependent var 8.528743

Adjusted R-squared 0.662959 S.D. dependent var 0.288313

S.E. of regression 0.167381 Akaike info criterion -0.675389

Sum squared resid 1.232718 Schwarz criterion -0.557295

Log likelihood 18.87165 F-statistic 46.24090

Durbin-Watson stat 1.303554 Prob(F-statistic) 0.000000

Fonte: Adaptado pela Autora de : E-views Output

Da tabela 5.4, podemos representar o modelo sob a forma matemática:

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
34
Y = 6.03 + 0.62 R − 1.01E t
(5.5)

Os resíduos do modelo apresentado na tabela 5.4 formam sujeitos novamente a testes de raiz
unitária e encontrou-se que as variáveis do modelo são co-integradas. Pelo teste de Jarque-
Bera, a suposição da normalidade dos resíduos é confirmada (veja Anexo 5). Por isso as
estatísticas t e F são confiáveis. O teste de Durbin-Watson demonstra que não há auto-
correlação nos resíduos. O valor da estatística R2 Ajustado revela que o modelo explica 67%
da variação do PIB real.

O modelo GLS mostra que o PIB real é afectado positivamente pelas receitas do turismo e
negativamente pela taxa de câmbio real e também por outros factores não inclusos no modelo.
De acordo com o resultado, o turismo tem um impacto no crescimento económico, mas não é
uma fonte primária do crescimento.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
35
CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

6.1 Conclusão

O turismo tende a ser um dos grandes sectores da economia no mundo. O crescimento do


sector tende a contribuir substancialmente para o balanceamento da conta corrente em muitos
países. De modo a promover crescimento económico, muitos países, definiram o turismo
como sendo o sector prioritário e de modo a suprir o deficit de divisas, gerar novas fontes de
receitas, aumentar os postos de emprego, principalmente nos países em via de
desenvolvimento. Desde que o desenvolvimento económico e o turismo sustentável estejam
na agenda mundial, torna-se importante que ao nível de cada país e região seja definidas
estratégias de turismo que tenham em atenção a protecção e o respeito pelas questões
socioculturais.

Moçambique tem um sector de turismo em desenvolvimento. Estando a implementar as


políticas e estratégias do sector, espera-se que Moçambique seja o destino preferencial de
turistas no mundo. A relação entre o crescimento económico e a receita de turismo é analisada
neste estudo sobre Moçambique. As variáveis usadas foram o PIB real representando o
crescimento económico de Moçambique, a receita do turismo e a taxa de câmbio real. Os
resultados do modelo GLS mostram a existência da relação entre o crescimento económico e
a receita de turismo e que o turismo promove o crescimento. O impacto da taxa de câmbio
real é negativo, isto deve-se ao facto de Moçambique ser uma pequena economia aberta em
desenvolvimento, com pequenas relações no comércio internacional e não ter um mercado
financeiro desenvolvido. Embora que a taxa de cambio tenha um impacto negativo no PIB
real, o turismo tem um impacto significativo no PIB real. Os resultados do modelo GLS
demostra claramente que o turismo é um sector muito importante para o crescimento
económico de Moçambique, mas não devem ser visto como um sector primário.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
36
6.2 Recomendações

Após as diversas análises feitas pode ser colocar as seguintes recomendações:

• O desenvolvimento do sector do turismo não deve ser feito de forma isolada, necessita
de um seguimento em todos os sectores chaves da economia, isto pode evitar a
situação de não conseguir satisfazer as necessidades dos turistas

• Desenvolver os mercados financeiros e as relações de comércio exterior, assim


podendo tirar as vantagens competitivas dos produtos nacionais;

• As políticas cambiais devem ser tomadas com atenção, porque podem afectar
negativamente a economia;

• A necessidade de compilação de relatórios actualizados sobre os dados do sector do


turismo.

Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
37
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Análise Empírica do Impacto do Turismo no Crescimento Económico de Moçambique no período de 1996 à 2007
40
ANEXO 1: Método de Interpolação de Lisman and Sandee

Lisman and Sandee (1964) desenvolveram formas especificas de gerar séries trimestrais a
partir de séries anuais, em situação de ausência de séries trimestrais. Eles assume que as séries
trimestrais dependem de três séries anuais diferentes, nomeadamente a serie do ano anterior, a
séries do ano em curso e as séries do ano seguinte de acordo com a transformação linear
apresentada na matriz.

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ANEXO 2: Dados usados na Modelagem

Anos Y R E
1996,1 7,952,815.23 54,535.37 18.11
1996,2 8,050,577.53 87,299.90 18.50
1996,3 8,228,530.90 117,749.62 18.47
1996,4 9,773,813.15 87,638.16 18.28
1997,1 8,725,238.22 97,544.04 17.12
1997,2 8,931,744.47 124,737.07 17.52
1997,3 9,188,414.62 167,046.29 18.05
1997,4 10,869,429.85 113,981.25 18.16
1998,1 9,834,191.91 115,749.42 17.57
1998,2 10,152,025.78 139,516.97 18.61
1998,3 10,391,927.94 186,804.00 19.26
1998,4 12,080,205.51 128,701.25 19.86
1999,1 10,761,954.22 127,252.20 19.22
1999,2 11,000,519.34 152,206.25 20.01
1999,3 11,123,661.31 202,812.26 20.84
1999,4 12,850,525.98 150,142.36 21.43
2000,1 11,032,487.39 174,140.56 21.69
2000,2 10,982,944.86 234,486.10 22.82
2000,3 11,193,375.48 315,361.77 23.34
2000,4 13,512,514.90 242,964.86 25.34
2001,1 12,173,174.21 280,855.73 27.42
2001,2 12,576,204.23 393,991.42 31.02
2001,3 12,889,338.76 539,301.09 30.41
2001,4 14,997,226.45 377,419.13 29.53
2002,1 13,330,669.53 360,125.93 28.23
2002,2 13,585,342.47 437,952.34 29.13
2002,3 13,850,559.47 572,958.94 28.94
2002,4 16,257,874.92 456,060.50 28.01
2003,1 14,400,214.57 565,456.56 26.92
2003,2 14,669,876.74 735,270.10 26.42
2003,3 14,944,390.83 986,462.80 26.19
2003,4 17,529,258.32 633,591.69 25.79
2004,1 15,512,990.82 569,466.61 24.32
2004,2 15,800,022.06 635,876.56 23.84
2004,3 16,062,851.37 769,999.07 22.54

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2004,4 18,789,484.80 504,739.23 19.34
2005,1 16,523,828.72 580,600.89 19.41
2005,2 16,756,381.75 918,637.22 24.72
2005,3 17,028,470.76 1,228,154.95 24.20
2005,4 20,014,544.17 838,156.52 23.62
2006,1 34,222,228.50 862,191.71 21.52
2006,2 40,597,826.50 1,037,824.90 22.71
2006,3 53,248,521.50 1,320,400.77 22.78
2006,4 36,241,228.50 927,061.07 22.34
2007,1 40,251,766.08 1,089,039.39 21.66
2007,2 44,208,547.29 1,237,543.55 21.71
2007,3 58,712,874.67 1,644,367.05 21.76
2007,4 27,045,343.83 749,765.91 20.83

Fonte: INE e MITUR (2009)

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ANEXO 3: Correlograma dos Resíduos

Date: 12/16/09 Time: 06:39


Sample: 1996:1 2007:4
Included observations: 48

Autocorrelation Partial Correlation AC PAC Q-Stat Prob

. |*** | . |*** | 1 0.332 0.332 5.6448 0.018


. |** | . |*. | 2 0.221 0.124 8.1858 0.017
. |** | . |** | 3 0.306 0.229 13.188 0.004
. |***** | . |**** | 4 0.618 0.541 34.024 0.000
. |** | .|. | 5 0.273 -0.034 38.186 0.000
. |** | . |*. | 6 0.265 0.116 42.194 0.000
. |** | .|. | 7 0.243 -0.055 45.644 0.000
. |** | **| . | 8 0.225 -0.288 48.673 0.000
. |*. | .|. | 9 0.154 -0.038 50.128 0.000
. |*. | .*| . | 10 0.132 -0.181 51.225 0.000
.|. | .*| . | 11 0.063 -0.135 51.481 0.000
. |*. | . |*. | 12 0.091 0.138 52.033 0.000
.|. | .*| . | 13 0.035 -0.062 52.119 0.000
.|. | .|. | 14 -0.035 0.010 52.203 0.000
.|. | . |*. | 15 -0.047 0.072 52.365 0.000
.|. | .*| . | 16 -0.009 -0.077 52.370 0.000
.|. | .|. | 17 -0.047 0.065 52.544 0.000
.*| . | .|. | 18 -0.096 -0.007 53.276 0.000
.*| . | .*| . | 19 -0.119 -0.119 54.446 0.000
.*| . | .|. | 20 -0.125 -0.027 55.792 0.000

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ANEXO 4: Coeficiente de Correlação

O coeficiente de correlação é determinado através dos resíduos do modelo. Para segue-se a


equação abaixo:

µ t = ρ 1 µ t −1 + ε t

Neste caso o Coeficiente de correlação ( ρ ) sendo igual 0.485396

Dependent Variable: RESIDUOS

Method: Least Squares

Date: 12/15/09 Time: 11:01

Sample(adjusted): 1996:2 2007:4

Included observations: 47 after adjusting endpoints

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

RESIDUOS (-1) 0.485396 0.178367 2.721335 0.0091

R-squared 0.138279 Mean dependent var -0.004679

Adjusted R-squared 0.138279 S.D. dependent var 0.222405

S.E. of regression 0.206456 Akaike info criterion -0.296411

Sum squared resid 1.960709 Schwarz criterion -0.257046

Log likelihood 7.965660 Durbin-Watson stat 0.255214

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ANEXO 5: Teste da normalidade dos resíduos

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Series: Residuals
Sample 1996:2 2007:4
8 Observations 47

Mean 3.04E-15
6 Median 0.003115
Maximum 0.450069
Minimum -0.362167
4 Std. Dev. 0.163702
Skewness 0.620315
Kurtosis 3.831786
2
Jarque-Bera 4.369101
Probability 0.112528
0
-0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4

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