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República Jacobina foi à fase mais dura: Radicalismo e terror, da Revolução


Francesa (1789-1848), sendo ainda hoje um marco inesquecível para todos os
países. Sua influência é direta e universal; forneceu o modelo para todos os
movimentos revolucionários posteriores. Foi a priori, uma revolução de massa,
social e amplamente caracterizada pela radicalidade. A sua peculiaridade, segundo
Hobsbawm, se encontra efetivamente sedimentada em uma facção da classe média
liberal que decidiu continuar revolucionária mesmo no período posterior a revolução
antiburguesa.Entendemos que, a radicalidade e o terror, são os principais
instrumentos coercitivos da República Jacobina. Como eles poderiam, até certo
ponto, ajudar a instituir a liberdade aniquilando todos os que se opunham aos seus
ideais revolucionários? Um dos grandes expoentes do jacobinismo foi Saint -Just,
ferrenho defensor da unidade nacional e de uma república democrática e igualitária.
Os relatórios e discursos apresentados e proferidos por ele, em nome do Comitê de
Salvação Pública discorrem, sobre a realidade vigente, a necessidade de punições
severas aos adversários e a implantação do terror; esse último implantado através
do tribunal revolucionário e da gui lhotina. Segundo ele o terror seria a ordem do
dia. Pois para os jacobinos, esse era o único método realmente seguro de preservar
o país, por temerem uma aniquilação geral.Questionemos: Uma sociedade
constituída pelo medo e violência, pode promover a paz, a liberdade e a
organização do Estado Moderno? Para Hobsbawm,a república francesa descobriu ou
inventou a guerra total e foi só em nossa época histórica que manifestaram as
tremendas implicações desta descoberta. Segundo ele,a maioria dos observadores
do século XIX, não conseguiu entendê-la, quando muito, somente observaram que
as guerras levam as revoluções e que as revoluções vencem as guerras (1977 p.
23).
Para Saint-Just, a República jacobina, não era um instrumento para ganhar
guerras, representava um ideal, um reino fundamentado na virtude e na justiça.
No, entanto, o discurso jacobino, na ótica de Hobsbawm, era utópico. Essa
afirmação se baseia nas diferenças econômicas e na supremacia do poder político
sobre o social. Com base em seu pensamento, fica evidente, que o discurso político
não é capaz de promover a igualdade.
A hegemonia jacobina foi estabelecida entre os anos de 1793 a 1794. O seu
precedente foi um referencial, uma fonte única. Essa fonte encontrava-se
notadamente no clube, no apogeu, na vitória da montanha, no governo de
Robespiere e no momento da Salvação Publica.
Durou pouco a República jacobina. As execuções dos direitistas, a falta de apoio
popular ao governo, apoio esse, retirado por conseqüência das dificuldades
econômicas próprias da guerra, a corrupção encarnada na pessoa de Danton, foram
fatores determinantes para a derrocada dos jacobinos. Para Saint Just as leis são
revolucionárias, no entanto, para aqueles que as executam não o são. Mas, o que
de significativo restou desta república jacobina para a sociedade francesa e demais
países de mundo? Vale lembrar aqui, a proclamação de uma nova constituição
radicalizada, genuinamente democrática proclamada por um Estado novo. Além do
mais, a Revolução Francesa deu também o primeiro grande exemplo de
organização técnica e científica, o vocabulário de nacionalismo, os códigos
legais...Essas contribuições historicamente marcadas são ainda hoje, apesar de
toda a complexidade peculiar do contexto histórico revolucionário, lições
incorporadas nas sociedades e regimes de governo, tais quais o socialismo e o
comunismo, que substancialmente beberam na fonte do radicalismo francês.
Hobsbawm, afirma ainda que não se pode lembrar da Revolução Francesa sem
colocar em evidência a gélida elegância revolucionária de Saint-Just (1977 p.86).
Entretanto, percebe-se não só a frieza em seus discursos, mais sim, dureza,
autoridade e poder, permeados de uma paixão veemente. Fala com a paixão típica
dos revolucionários, com a coragem dos que nada tem a temer para si próprio; com
o calor dos que assumem e exteriorizam a radicalidade, contrariando a frieza
sórdida daqueles que agem de forma arbitrária e, no silêncio, utilizando
instrumentos de coerção. Suas falas são contra a impunidade e os ladrões do
dinheiro público, que classifica de inimigos da liberdade.
A guerra com suas implicações horrendas, a radicalidade e o terror, a morte
cotidiana nas batalhas; a fome, a miséria, a dor, são, por vezes, elementos do
processo de construção de novas consciências, de novas leituras de mundo.
Portanto, a Revolução Francesa, certamente abriu caminho para um novo
paradigma de sociedade. ?

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