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1- Santos: Modelos e Intercessores

Caríssimos irmãos e irmãs, queridos ouvintes,

Hoje e na quarta-feira nós refletiremos sobre o tema: “Santos: Modelos e


Intercessores”.

A santidade é a vocação de todo ser humano. Fomos criados por Deus para que
sejamos santos, para que vivamos conforme o seu projeto amoroso.

Mas o que é santidade? O que é ser santo?

Ao contrário do costumamos pensar, santo não alguém que nunca errou, nem
apenas alguém que nunca tenha pecado. Santo é uma pessoa que experimenta
diariamente o amor salvador de Deus, que sabe que não é em si mesma que está
a sua força. Ser santo é ser verdadeiramente humano, não ser um super-humano,
mas experimentar a força que vem de Deus e nos sustenta.

Escutamos muitas vezes algumas pessoas dizerem que santidade é uma coisa
que elas não podem alcançar. Isso acontece porque a ideia que possuem de
santidade se identifica muitas vezes com a ideia de fariseu, de alguém certinho,
que nunca erra, nunca falha, que é totalmente perfeito.

Essa ideia de santidade não é verdadeira, pois santo não é que nunca errou, mas
que nunca deixa de lutar para ser cada dia melhor que a si mesmo. Santo é que
nunca desiste de tentar ser bom, é quem não fica parado nos erros que cometeu,
mas avança na luta diária para ser cada dia mais conforme a vontade de Deus.
Como nos São Paulo na primeira carta aos Tessalonicenses: “Esta é a vontade
de Deus, a vossa santificação” (1Ts 4,3

A vontade de Deus é que sejamos santos, que imitemos na nossa vida o exemplo
daquele que é para nós modelo de um ser humano verdadeiro: Jesus Cristo. Ser
santo é lutar cada dia para se parecer um pouco mais com Jesus. É lutar para
amar como ele amou, viver como ele viveu, pensar como ele pensou, sentir o
que ele sentia.

Na Igreja todos são chamados à santidade, não somente os padres e os


religiosos, mas todos os cristãos. A santidade, que os membros da Igreja lutam
diariamente para conseguir, é sinal da santidade perfeita de Deus. A santidade é
ao mesmo tempo uma busca é uma realidade na vida dos cristãos.

Ser cristão é ser ao mesmo tempo santo e sempre necessitado de conversão, é


permanecer a caminho daquilo que seremos. Como diz João em sua primeira
carta:
“Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o
que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a
ele, porque veremos tal como ele é” (1Jo 3,2).
2- Santos: Modelos e Intercessores
Caríssimos irmãos e irmãs, queridos ouvintes,

Continuando a nossa reflexão sobre o tema: Santos: Modelos e Intercessores.


Nós refletiremos hoje sobre o que significam para nós os santos. Qual a
importância deles?

Os santos foram pessoas como nós, que viveram com suas dificuldades,
limitações, mas não pararam de tentar ser cada dia mais próximos daquilo que
Deus quer. Os santos foram pessoas que assumiram de verdade em suas vidas o
projeto de Deus. Eles testemunharam com suas vidas o amor de Deus, que nos
faz criaturas novas, pessoas verdadeiramente humanas.

Os santos são modelos para cada um de nós. Neles, Deus nos oferece “um
exemplo para a nossa vida” (Prefácio dos Santos I). Através do exemplo deles,
de seu testemunho, nós podemos saber o que devemos fazer para nos
aproximarmos do nosso modelo maior: Jesus Cristo.

Cada um dos santos só se tornou santo porque buscou imitar o exemplo de Jesus
em sua vida. Eles deixaram que Deus moldasse em seus corações a imagem de
seu Filho Jesus Cristo. Olhando para a vida de cada um dos santos somos
encorajados a assumir em nossa vida a vontade de Deus, a perceber que ser
santo é ser totalmente de Deus.

Como nos diz a Carta aos Hebreus:


“Portanto, com tamanha nuvem de testemunhas em torno de nós, deixemos de
lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que nos envolve. Corramos com
perseverança na competição que nos é proposta, com os olhos fixos em Jesus,
que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição” (Hb 12,1-2).

Os santos são também intercessores nossos. Eles rezam continuamente por nós
no céu. Se nós aqui na terra podemos rezar uns pelos outros, e o próprio Jesus
nos recomenda que façamos isso, muito mais podem fazer os santos, que já se
encontram face a face com Deus.

A intercessão dos santos não diminui em nada única mediação de Jesus, pois é
nessa mediação que a intercessão dos santos se fundamenta. A mediação de
Jesus não exclui que os santos participem dela, da mesma que não impede que
nós intercedamos uns pelos outros.

Os santos não fazem milagres, mas apenas podem pedir a Deus que nos conceda
as graças que necessitamos. Quem sempre age, quem concede as graças é
sempre Deus. Os santos apenas pedem a Deus. A intercessão dos santos e a
mediação de Jesus são totalmente diferentes, pois, enquanto os santos apenas
pedem, pois são apenas criaturas, Jesus, concede a graça, pois ele é o próprio
Deus.
3- Maria
Caríssimos irmãos e irmãs, queridos ouvintes,

Hoje nós refletiremos sobre os três últimos temas da festa em honra a Nossa
Senhora Aparecida deste ano: Maria: Acolhedora da Palavra de Deus; O Sim de
Maria ao projeto de Deus; e Maria: A criatura que mais amou a Deus.

Dentre os santos, que são para nós modelos e intercessores, Maria ocupa um
lugar de destaque, pois ela foi a criatura que mais correspondeu ao projeto
amoroso de Deus. Ela é bendita entre todas as mulheres, mais ainda, é a criatura
mais perfeita de Deus, com uma disponibilidade a Deus muito maior que a dos
anjos.

Maria é modelo para cada um de nós na escuta e na acolhida da Palavra de Deus.


Ela meditava e vivia da Palavra de tal forma que pode responder sim ao projeto
de Deus através da frase: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo
a tua Palavra” (Lc 1,38).

Deus quis depender do sim de Maria para realizar o seu projeto de se encarnar,
de se tornar semelhante a cada um de nós sem deixar de ser Deus. Livremente
Maria respondeu sim ao projeto amoroso de Deus. Sua resposta a Deus é modelo
para cada um de nós.

Maria só se tornou modelo de acolhida da Palavra de Deus e foi capaz de


responder sim ao seu projeto porque foi a criatura que mais soube amar a Deus.
O amor que ela teve a Deus, assim como qualquer amor que criatura possa ter
em relação a Deus, não foi uma iniciativa dela, mas iniciativa divina. “Deus
amou-nos primeiro” (cf. 1Jo 4,19), por isso podemos amá-lo. O amor de Maria a
Deus foi uma resposta de amor ao amor que a precedeu. Maria não é grandiosa
por si mesma, mas porque Deus fez grandes coisas em seu favor, porque ele
depositou nela o seu amor.

Maria recebeu de Deus a missão de ser mãe de seu Filho eterno e também de
seus filhos gerados no tempo. Maria é mãe de Jesus Cristo e mãe da Igreja.
Aquela que mais amou a Deus recebeu a missão de amar cada um dos filhos de
Deus.

Onde nós ficamos sabendo que Maria recebeu a missão de ser mãe dos
discípulos de Jesus?
Na Sagrada Escritura. No Evangelho de João capítulo 19, versículos 25 a 27.

Na cruz, Jesus entregou Maria como mãe ao discípulo amado. O discípulo


amado costuma ser identificado com João pela tradição, mas o evangelho não
nos diz. A interpretação da Igreja, desde tempos antigos é que cada um de nós
somos discípulos amados de Jesus e que por isso Jesus a entregou a nós como
nossa mãe.
Maria é a mãe que nunca se esquece de seus filhos e sempre os conduz a Jesus.
Quem se aproxima de Maria sempre a escuta dizer: “Fazei tudo o que meu Filho
vos disser”. Estar perto de Maria é estar perto de Jesus.

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