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A santidade é a vocação de todo ser humano. Fomos criados por Deus para que
sejamos santos, para que vivamos conforme o seu projeto amoroso.
Ao contrário do costumamos pensar, santo não alguém que nunca errou, nem
apenas alguém que nunca tenha pecado. Santo é uma pessoa que experimenta
diariamente o amor salvador de Deus, que sabe que não é em si mesma que está
a sua força. Ser santo é ser verdadeiramente humano, não ser um super-humano,
mas experimentar a força que vem de Deus e nos sustenta.
Escutamos muitas vezes algumas pessoas dizerem que santidade é uma coisa
que elas não podem alcançar. Isso acontece porque a ideia que possuem de
santidade se identifica muitas vezes com a ideia de fariseu, de alguém certinho,
que nunca erra, nunca falha, que é totalmente perfeito.
Essa ideia de santidade não é verdadeira, pois santo não é que nunca errou, mas
que nunca deixa de lutar para ser cada dia melhor que a si mesmo. Santo é que
nunca desiste de tentar ser bom, é quem não fica parado nos erros que cometeu,
mas avança na luta diária para ser cada dia mais conforme a vontade de Deus.
Como nos São Paulo na primeira carta aos Tessalonicenses: “Esta é a vontade
de Deus, a vossa santificação” (1Ts 4,3
A vontade de Deus é que sejamos santos, que imitemos na nossa vida o exemplo
daquele que é para nós modelo de um ser humano verdadeiro: Jesus Cristo. Ser
santo é lutar cada dia para se parecer um pouco mais com Jesus. É lutar para
amar como ele amou, viver como ele viveu, pensar como ele pensou, sentir o
que ele sentia.
Os santos foram pessoas como nós, que viveram com suas dificuldades,
limitações, mas não pararam de tentar ser cada dia mais próximos daquilo que
Deus quer. Os santos foram pessoas que assumiram de verdade em suas vidas o
projeto de Deus. Eles testemunharam com suas vidas o amor de Deus, que nos
faz criaturas novas, pessoas verdadeiramente humanas.
Os santos são modelos para cada um de nós. Neles, Deus nos oferece “um
exemplo para a nossa vida” (Prefácio dos Santos I). Através do exemplo deles,
de seu testemunho, nós podemos saber o que devemos fazer para nos
aproximarmos do nosso modelo maior: Jesus Cristo.
Cada um dos santos só se tornou santo porque buscou imitar o exemplo de Jesus
em sua vida. Eles deixaram que Deus moldasse em seus corações a imagem de
seu Filho Jesus Cristo. Olhando para a vida de cada um dos santos somos
encorajados a assumir em nossa vida a vontade de Deus, a perceber que ser
santo é ser totalmente de Deus.
Os santos são também intercessores nossos. Eles rezam continuamente por nós
no céu. Se nós aqui na terra podemos rezar uns pelos outros, e o próprio Jesus
nos recomenda que façamos isso, muito mais podem fazer os santos, que já se
encontram face a face com Deus.
A intercessão dos santos não diminui em nada única mediação de Jesus, pois é
nessa mediação que a intercessão dos santos se fundamenta. A mediação de
Jesus não exclui que os santos participem dela, da mesma que não impede que
nós intercedamos uns pelos outros.
Os santos não fazem milagres, mas apenas podem pedir a Deus que nos conceda
as graças que necessitamos. Quem sempre age, quem concede as graças é
sempre Deus. Os santos apenas pedem a Deus. A intercessão dos santos e a
mediação de Jesus são totalmente diferentes, pois, enquanto os santos apenas
pedem, pois são apenas criaturas, Jesus, concede a graça, pois ele é o próprio
Deus.
3- Maria
Caríssimos irmãos e irmãs, queridos ouvintes,
Hoje nós refletiremos sobre os três últimos temas da festa em honra a Nossa
Senhora Aparecida deste ano: Maria: Acolhedora da Palavra de Deus; O Sim de
Maria ao projeto de Deus; e Maria: A criatura que mais amou a Deus.
Dentre os santos, que são para nós modelos e intercessores, Maria ocupa um
lugar de destaque, pois ela foi a criatura que mais correspondeu ao projeto
amoroso de Deus. Ela é bendita entre todas as mulheres, mais ainda, é a criatura
mais perfeita de Deus, com uma disponibilidade a Deus muito maior que a dos
anjos.
Deus quis depender do sim de Maria para realizar o seu projeto de se encarnar,
de se tornar semelhante a cada um de nós sem deixar de ser Deus. Livremente
Maria respondeu sim ao projeto amoroso de Deus. Sua resposta a Deus é modelo
para cada um de nós.
Maria recebeu de Deus a missão de ser mãe de seu Filho eterno e também de
seus filhos gerados no tempo. Maria é mãe de Jesus Cristo e mãe da Igreja.
Aquela que mais amou a Deus recebeu a missão de amar cada um dos filhos de
Deus.
Onde nós ficamos sabendo que Maria recebeu a missão de ser mãe dos
discípulos de Jesus?
Na Sagrada Escritura. No Evangelho de João capítulo 19, versículos 25 a 27.