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A ORIGEM DO UNIVERSO DE ACORDO COM A MITOLOGIA GREGA -

Aula 28/02/2019

O mundo surge do caos

Esta lenda é diferente de todas as que você já ouviu. Tem seu início em uma época
tão antiga, que é anterior a todas as outras histórias. Para começarmos a contá-la desde o
início, precisamos voltar séculos incontáveis no tempo, que não existe …

Naquela época tão longínqua, vivia (desde sempre!) um deus que se chamava
Caos. Esse deus vivia só, isolado, sem que nada existisse à sua volta. Não havia, então,
sol, luz, terra ou céu! Não havia nada além de uma densa escuridão e de um imenso vazio
sem começo nem fim.

Dessa maneira passaram-se incontáveis séculos, até que, certo dia, o deus Caos se
cansou de viver solitário; ocorreu-lhe, então, a ideia da criação do mundo.

O começo veio com o nascimento da deusa Gaia, a Terra. Era uma deusa lidíssima,
cheia de força e vida, que cresceu e se alargou, envolvendo imensas extensões e tornando-
se a base do mundo.

Em seguida, Caos gerou o terrível Tártaro, a negra Noite e, logo depois, o belo e
luminoso Dia.

O reino do Tártaro eram às escuras entranhas da terra, tão profundas em relação à


superfície quanto esta distava do céu. Se alguém, do céu, deixasse cair uma bigorna de
ferro, esta ficaria caindo por nove dias e nove noites e somente no amanhecer do décimo
dia é que atingiria o solo. Se, então, caísse da Terra em direção ao Tártaro, a queda duraria
mais nove dias e nove noites, e somente ao raiar do décimo dia a bigorna chegaria lá
embaixo! Tal é a profundidade em que o Tártaro está entranhado na Terra. Por isso a
escuridão que ali existe é tão densa e negra. Porém, esse reino também é imenso em
extensão. Se alguém entrasse lá, prosseguiria incessantemente, sendo arrastado por
turbilhões enfurecidos, e nem mesmo em um ano poderia chegar ao outro lado …

No coração desse lugar terrível, temido até mesmo pelos deuses imortais, eleva-
se o escuro palácio da Noite, eternamente envolvido em negras nuvens. Lá a Noite
permanece durante todo o dia e, quando anoitece, sai para se estender sobre a Terra.
Gaia, mãe de todos

Depois do Caos, chegou a vez da deusa Gaia, a Terra, auxiliar a criação do mundo.
Querendo começar com algo bem bonito, gerou Ágape, a Ternura, a deusa que trouxe ao
mundo a beleza da vida. Em seguida gerou o imenso Céu azul, as Montanhas e o Mar,
todos estes poderosíssimos deuses, sendo o grande Urano, o Céu, o mais forte entre eles.

Dessa madeira, a deusa Gaia, mãe de todos, ao mesmo tempo em que se enfeitava
e ficava mais bela, desfrutava do prazer da criação do mundo!

Urano, o céu: Soberano no mundo

No entanto, o grande deus do universo passou a ser Urano, que envolvera a Terra
com seu azul, cobrindo-a de ponta a ponta. Ele se sentava em um magnífico trono de ouro,
apoiado sobre nuvens multicores, de onde governava o mundo inteiro e os deuses todos!

Urano se casou com a deusa Gaia e com ela gerou muitos deuses. Doze deles eram
os Titãs – seis homens e seis mulheres. Os Titãs eram deuses enormes e de força terrível.
Um deles em especial, Oceano teve inúmeros descendentes e todos os rios do mundo
eram seus filhos. E ainda tinha três mil filhas, as Oceâniades, que eram deusas das fontes
e dos regatos.

Titãs e Ciclopes

Da união entre um outro titã, chamado Hipérion, e a titânide Téia, nasceram três
belos deuses: o brilhante Hélios, que era o deus-sol, a Aurora, de dedos rosados, e Selene,
a Lua prateada.

O último Titãs era o astuto e ambicioso Cronos, mas sobre ele temos ainda muito
o que dizer mais adiante …

Também eram filhos de Urano e Gaia os furiosos Ciclopes, que eram deuses
gigantes com apenas um olho, bem no meio da testa. Eram os senhores do fogo e tinham
o domínio sobre os relâmpagos e os trovões. Habitavam as altas montanhas e sobre o
cume de uma delas havia sempre fogo aceso. Era um vulcão enorme, que eles usavam
para fabricar armas e armaduras. Os Ciclopes tinham uma força assustadora. Quando
circulavam pelas montanhas, raios e trovoadas abalavam a terra e o mundo inteiro tremia
à sua passagem.

No entanto, os mais terríveis entre os filhos de Urano e Gaia eram os três


Hecatônquiros eram os mais altos de todos. Cada um deles tinha cem braços e sua força
era tamanha que podiam arremessar rochedos grandes como montanhas, fazendo trepidar
toda a Terra.

Agora os deuses eram muitos, mas Urano continuava a dominar o mundo e a ditar
a ordem. Seu poder era imenso, sua vontade era lei e todos obedeciam às suas
determinações. Feliz era a época do reinado de Urano. Naqueles tempos a morte não
existia, nem maldade, nem ódio … Mas tudo acaba tendo um fim!

Urano pune seus filhos

Certa vez, Urano ficou muito zangado com seus filhos, os Titãs e os
Hecantônquiros, que haviam se comportado mal perante ele, e decidiu castigá-los
duramente. Gaia, a Terra, vendo a fúria do marido, ajoelhou-se diante dele e pediu que os
perdoasse:

– Meu senhor e senhor do mundo inteiro – disse-lhe -, eu lhe suplico que perdoe
nossos filhos e não traga a ruína para a família dos deuses!

A ira de Urano, porém, era desenfreada:

– Mãe dos deuses, no dia em que os filhos deixarem de respeitar o pai, deverão
desaparecer da luz do dia! Se eu não lhes der o devido castigo eles irão se indispor contra
mim novamente e podem até me derrubar do trono dos deuses! – respondeu Urano.

Dizendo essas palavras, o grande deus abriu a Terra e lançou os Titãs e os


Hecatônquiros no escuro e profundíssimo Tártaro, onde a luz do dia não chega, nem o
reflexo da noite, mas há somente uma densa, negra e interminável escuridão!

No entanto, a Terra gemeu profundamente por haver encerrado em suas entranhas


os Titãs, seus filhos. Então, teve a ideia de falar com eles para incitá-los a uma revolta.
Com esse intuito, ela os procurou e disse:

– Pobre de mim, que viverei eternamente tendo meus filhos presos no escuríssimo
Tártaro! Quem entre vocês tem ousadia suficiente para se tornar senhor dos deuses? O
seu pai já reinou por tempo suficiente! Agora chegou a vez de outro tomar o seu lugar!

Os Titãs, e até os próprios Hecatônquiros, baixaram a cabeça. Urano possuía uma


força terrível e essa força era ainda cem vezes maior quando ele se enfurecia. O rosto de
um dos Titãs, porém, resplandeceu de alegria: era Cronos, que sempre ansiava por se
tornar o senhor do universo. E ele sabia bem que seu pai não deixava de ter razão ao
lançá-los ao Tártaro. Mas agora chegava a sua vez.
Com a ajuda da mãe, Cronos saiu de sua escura prisão para a luz do dia. Como
seus olhos estavam desacostumados à claridade, sofreram tamanha vertigem que nada
podiam enxergar daquele mundo luminosos que se estendia diante deles. Logo, porém,
acostumaram-se de novo e, então, Cronos pôde ver a belíssima Terra com as altas
montanhas, o largo mar azul e o interminável céu cheio de luz, ao mesmo tempo em que
sentia pelo corpo o calor do sol, que era como uma suave carícia!

– Mãe Terra, eu lhe agradeço por ter me considerado digno de ver novamente o
magnífico mundo aqui de cima, o mundo que será meu! E agora, adeus! Sei o que devo
fazer daqui por diante!

Imediatamente, Cronos desapareceu da vista de sua mãe. E tendo forjado uma


grande foice, foi em seguida esconder-se no meio de uma nuvem e se pôs a voar alto pelo
céu, à espera da oportunidade adequada.

Cronos depõe Urano do trono dos deuses

E eis que chegou a oportunidade que ele desejava ao encontrar Urano dormindo
… Foi de modo traiçoeiro que tudo aconteceu num instante! Cronos golpeou o pai,
ferindo-o gravemente entre as pernas e tornando-o incapaz não apenas de voltar a
governar o mundo, mas também de gerar outros filhos!

– Meu êxito vale por dois – pensou Cronos -, afinal, agora não há mais nada que
eu possa temer da parte de Urano!

Antes, porém, que chegasse a concluir seu pensamento, a voz do pai ecoou
gravemente, como um mugido, enquanto o mundo todo escurecia e raios e trovões
abalavam a Terra:

– Eu o amaldiçôo, cria desnaturada! Isso que fez contra o seu pai você há de
receber dos seus filhos!

Qualquer um ficaria estarrecido depois de uma praga como aquela, mas Cronos
sequer sentiu a menor aflição! Estava tão satisfeito com o seu êxito que não conseguia
pensar que algo de mal pudesse vir a lhe acontecer. Tirou também os outros Titãs do
Tártaro, e isso lhe deu uma sensação ainda maior de segurança, pois assim teria um apoio
mais sólido para exercer seu poder. Quanto aos Hecatônquiros, porém, deixou-os
aprisionados. A força deles o assustava, ao passo que os Titãs ele conhecia bem, e assim
poderia sempre usá-los para o seu próprio interesse.
O mal aparece no mundo

Acontece que um dos Titãs, Oceano, não aceitou ajudar Cronos. Achava tão
terrível o fato de um filho ferir o próprio pai e lhe tomar o trono que não queria de jeito
nenhum se tornar cúmplice do irmão. Então, ele se retirou para os confins da Terra e
passou a levar uma vida tranquila, sem desejar nada que viesse do poder ilegítimo de
Cronos.

Entretanto, o pior de tudo era que o ato tão perverso de Cronos foi a causa de todos
os males do mundo. A deusa Noite, para castigá-lo, gerou uma multidão de divindades
temíveis, como Tânatos (a morte), Apate (a fraude), Éris (a discórdia), Pesadelo, Nêmesis
(Punição vingativa) e muitas outras. Cronos agora reinava, do alto do trono de seu pai,
sobre um mundo cheio de medo, ilusão, ódio, agonia, vingança e guerra. E para sempre
deuses e homens pagarão pelo erro de Cronos!

Cronos engole os filhos

O próprio poderosíssimo Cronos foi tomado de um grande pavor. Não estava mais
seguro de que manteria o seu poder para sempre. Agora pensava com terror na maldição
de Urano e temia que seus próprios filhos também viessem a se rebelar contra o pai, da
maneira como ele mesmo havia feito.

Então, tomou uma decisão terrível! Ordenou à mulher, Réia, que toda vez em que
desse à luz levasse a criança até ele, que, então, devorava o bebê imediatamente! Assim
engoliu cinco filhos que Réia dera à luz: Hera, Deméter, Héstia, Hades e Possêidon.

Réia agora esperava mais um filho e estava totalmente desesperada. Não sabia o
que fazer para salvar a criança. Então, correu até seus pais, Urano e Gaia, que a
aconselharam a ir ter o filho em Creta, em uma caverna do monte Dicte, que era um lugar
bem escondido, dentro de uma densa floresta. Nessa caverna sagrada, Réia deu à luz a
seu bebê e o confiou às ninfas e fadas da floresta, que a haviam auxiliado durante o
nascimento da criança. Em seguida, voltou secretamente para o palácio de Cronos e
começou a gritar, como se estivesse sentindo dores do parto.

O terrível Cronos pensou que realmente sua mulher estava dando à luz naquela
hora e não deixou de lembrar a ela a ordem que havia dado, por meio destas desumanas
palavras:
– Mulher, vá terminando logo porque não posso escutar gritarias, e me traga a
criança assim que nascer!

Dizendo isso, saiu dos aposentos de Réia.

Assim que ele a deixou sozinha, Réia apanhou uma pedra, envolveu-a em mantos
e logo depois foi levar para Cronos, no lugar do recém nascido. O Titã, que nada havia
percebido, ficou satisfeito e engoliu a pedra.

O bebê que havia sido salvo era Zeus …

Depois de tomar o lugar do pai Urano, Cronos liberta todos os titãs e acaba se
casando com uma de suas irmãs, Reia, entretanto, para cada filho que têm, Cronos
imediatamente o engole completamente para evitar que o "filho tome o lugar do pai" – da
mesma forma que ele tinha feito com seu pai. Quanto às diversas criaturas que vimos
antes, que também podem ser consideradas suas irmãs, Cronos opta por deixá-los
trancafiados nas profundezas do Tártaro.

É quando a história se repete: do mesmo modo que Gaia havia repreendido Urano
por aprisionar seus filhos, Reia também o fará com Cronos, é por isso que quando o
último filho está para nascer – Zeus – Reia consulta seus pais sobre o que fazer para que
Zeus também não fosse devorado. É então que Gaia e Urano aconselham que ela esconda
Zeus nas profundezas de Gaia, em uma gruta no meio de uma floresta e onde nem mesmo
Cronos poderia achar o bebê. Mas ainda havia um problema: como enganar Cronos?

Por incrível que pareça, o titã foi facilmente enganado. Reia deu a ele uma pedra
no lugar do bebê para que ele a devorasse, e assim, Cronos não percebeu a diferença.

O tempo passa e Zeus cresce até se tornar um adulto e o plano contra Cronos pode
finalmente seguir em frente. Gaia e Reia, então, conseguem fazer com que o titã vomite
todos os filhos que devorou, através de uma bebida feita por Métis, uma das irmãs de
Cronos e futura esposa de Zeus. Enquanto isso, Zeus liberta os ciclopes que foram
aprisionados por Cronos a conselho de Gaia – já que esta queria que todos os seus
descendentes filhos e netos, fizessem parte do cosmos.

E são os três ciclopes que dão o poder do trovão, do relâmpago e do raio a Zeus,
tornando-o o mais forte e temível dos deuses, pois com os presentes que lhe foram dados,
ele consegue ensurdecer, cegar e aniquilar seus inimigos. Além disso, Zeus liberta os
outros irmãos de Cronos que foram aprisionados pelo mesmo e, com isso, ganha
poderosos aliados. Os mais fortes deles são três Hecatônquiros, criaturas que possuem
cem-braços e cinquenta cabeças.

Depois de finalmente vomitar todos os irmãos e irmãs de Zeus – Héstia, Hera,


Deméter, Poseidon e Hades – o universo começa a tremer, pois a guerra que definirá o
destino de todo o cosmo está para começar: o universo pode se tornar harmonioso, como
Gaia quer, ou então o caos pode voltar a reinar por todo o espaço-tempo.

Vale ressaltar agora que o objetivo da guerra não era matar – já que deuses e titãs
são imortais – mas sim vencer e tirar o inimigo da guerra.

Os irmãos de Zeus seus descendentes, são conhecidos também como olimpianos


ou olímpicos, pois usavam o Monte como uma frente de ataque e que depois passa a ser
a morada dos deuses gregos.

Zeus lidera seus irmãos no combate, cegando os titãs com seus relâmpagos;
Poseidon cria portas de bronze inquebráveis e que não podiam ser abertas. Conforme os
titãs vão sendo derrotados, eles vão sendo jogados nas profundezas do Tártaro e
trancafiados pelas portas feitas por Poseidon. Os três Hecatônquiros são encarregados de
vigiar os titãs nas profundezas de Gaia, então, a guerra termina e tem início a Era dos
Olimpianos.

Afrodite, que nascera antes mesmo de Zeus, também é considerada uma olimpiana
– é mais como uma tia do deus dos raios – além disso, há os deuses filhos de Zeus, que
se casou com Hera: Hefesto e Ares. Existem também os deuses que vieram de uma relação
extraconjugal de Zeus, os principais são a filha que saiu de sua mente, Atena, os gêmeos
Apolo e Ártemis e o mensageiro do Olimpo, Hermes.

Antes, porém de a guerra terminar, Zeus ressalta que todos os que lhe ajudassem
a vencer Cronos teriam seus privilégios mantidos – já que todas as divindades são
representantes de alguma coisa. Em outras palavras, Zeus seria igualmente justo para com
seus aliados. Isso é importante porque o fundamento é feito na justiça e é sobre ela que o
cosmos irá se organizar.

Agora, quando cada deus já assumiu seu papel na estruturação do universo, a


harmonia pode finalmente reinar. Entretanto, ainda há um último personagem da
mitologia grega que pode fazer com que o universo retorne ao caos primórdio: Tífon,
filho de Tártaro e de Gaia. A Mãe-terra acaba colocando Tífon contra Zeus, mas por que?
Zeus - O deus supremo do mundo, o deus por excelência. Presidia aos fenômenos
atmosféricos, recolhia e dispersava as nuvens, comandava as tempestades, criava os
relâmpagos e o trovão e lançava a chuva com sua poderosa mão direita, à sua vontade, o
raio destruidor; por outro lado mandava chuva benéfica para fecundar a terra e
amadurecer os frutos. Chamado de o pai dos deuses, por que, apesar de ser o caçula de
sua divina família, tinha autoridade sobre todos os deuses, dos quais era o chefe
reconhecido por todos. Tinha o supremo governo do mundo e zelava pela ordem e da
harmonia que reinava nas coisas. Depois de ter destronado o sei pai, dividiu com seus
irmãos o domínio do mundo. Morava no Olimpo, quando sacudia a égide, o escudo
formidável que lançava relâmpagos explodia a procela. Casou-se com Hera, porém teve
muitos amores.

Hera - Irmã e esposa de Zeus, a mais excelsa das deusas. A Ilíada a representa como
orgulhosa, obstinada, ciumenta e rixosa. Odiava sobretudo Héracles, que procurou
diversas vezes matar. Na guerra de Tróia por ódio dos troianos, devido ao julgamento de
Páris, ajudou os gregos.

Hestia - Deusa do fogo e da lareira.

Demeter - É a maior das divindades gregas ligadas à terra produtora; seu nome significa
Terra-mãe. De Zeus teve Perséfone, que foi raptada por Hades. Enraivecida, fez com que
a terra se tornasse árida. Zeus, para aplacá-la, obteve de Hades que Perséfone
permanecesse quatro meses nos Infernos, junto com o marido, e oito meses ao lado de
sua mãe. O seu mito em relação a Perséfone teve lugar nos mistérios eleusinos.

Apolo - Filho de Zeus e de Leto, também chamado Febo, irmão gêmeo de Ártemis,
nasceu às fraldas do monte Cinto, na ilha de Delos. É o deus radiante, o deus da luz
benéfica. A lenda mostra-nos Apolo, ainda garoto, combatendo contra o gigante Títio e
matando-o, e contra a serpente Píton, monstro saído da terra, que assolava os campos,
matando-a também. Apolo é porém, também concebido como divindade maléfica,
executora de vinganças. Em contraposição, como dá a morte, dá também a vida: é médico,
deus da saúde, amigo da juventude bela e forte. É o inventor da adivinhação, da música e
da poesia, condutor das Musas, afasta as desventuras e protege os rebanhos.

Artemis - Deusas da caça, filha de Zeus e Leto, irmã gêmea de Apolo. Representava a
mais luminosa encarnação da pureza feminina. Eram-lhe oferecidos sacrifícios humanos
em tempos antiquíssimos. Deusa da Lua, declinava-se, circundada por suas ninfas, vagar
de dia pelos bosques à caça de feras, à noite, porém, com o seu pálido raio, mostrava o
caminho aos viajores. Quando a Lua, escondida pelas nuvens, tornava-se ameaçadora e
incutia medo nos homens, tomava o nome de Hécate.

Atena - Surgiu toda armada do cérebro de Zeus, depois de ter ele engolido seu primeira
esposa Métis. Era o símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta mocidade e das artes
domésticas e uma das divindades mais veneradas. Um esplêndido templo, o Partenon,
surgia em sua honra na Acrópole de Atenas, a cidade que lhe era particularmente
consagrada. Obra maravilhosa de Ictino e de Calícrates, o Partenon continha uma colossal
estátua de ouro dessa deusa, de autoria do famoso escultor Fídias.

Hermes - Filho de Zeus e de Maia, o arauto dos deuses e fiel mensageiro de seu pai,
nasceu numa gruta do monte Ciline, na Arcádia. Lodo que nasceu, fugiu do berço e
roubou cinqüenta novilhas do rebanho de Apolo, em seguida, com a casca de uma
tartaruga, construiu a primeira lira e com o som deste instrumento aplacou Apolo,
enfurecido pelo furto; esse deus acabou por deixar-lhe as novilhas e deu-lhe o caduceu, a
vara de ouro, símbolo da paz, n troca da lira. Zeus deu-lhe o encargo de levar os mortos
a Hades, daí o epíteto de Psicompompo. Inventou, além da lira, as letras e os algarismos,
fundou os ritos religiosos e introduziu a cultura da oliveira. Deus dos Sonhos, eram lhe
oferecidos sacrifícios de porcos, cordeiros, cabritos... Seus atributos eram a prudência e
a esperteza. Livrou Ares das correntes dos Aloídas, levou Príamo à tenda de Aquiles e
matou Argos, guarda de Io. Era representado com um jovem ágil e vigoroso, com duas
pequenas asas nos pés, um chapéu de abas largas na cabeça e o caduceu nas mãos.

Afrodite - A deusa mais popular do Olimpo grego, símbolo do amor e da beleza. Filha
de Zeus e de Díone ou, segundo outra versão, nascida da espuma do mar na ilha de Chipre.
Acompanhavam-na as Horas, as Graças e as outras divindades personificadoras do amor.
Era esposa de Hefesto, porém amou Ares, Hermes, Dioniso, Poseidon e Anquises. Por
seus amores com Ares, foi considerada também como divindade guerreira. A sede mais
antiga de seu culto era a ilha de Chipre.

Hefesto - Deus do fogo, filho de Zeus e Hera. Trabalhava admiravelmente os metais e


construiu inúmeros palácios de bronze, além da esplêndida armadura de Aquiles e o cetro
e a égide de Zeus. Segundo uma tradição, nasceu coxo, pelo que sua mãe lançou-o do alto
do monte Olimpo, foi recolhido por Tétis e Eurínome, com as quais permaneceu durante
nove anos. Voltando ao Olimpo, ao defender Hera contra Zeus, este atirou-o do céu e,
precipitando durante um dia inteiro, caiu na ilha de Lemos. Suas forjas, com vinte foles,
foram depois do Olimpo colocadas no Etna, onde tinha os Ciclopes como companheiros
de trabalho.

Hades - Senhor do reino subterrâneo. Acreditava-se que, com seu carro, viesse ao mundo
para buscar as almas dos mortos. Possuía um capacete que o tornava invisível. Somente
Hades tinha o poder de restituir a vida de um homem, porém, utilizou-se desse poder
pouquíssimas vezes e, assim mesmo, a pedido da esposa. Era o deus das riquezas porque
dominava nas profundezas da terra, de onde mandava prosperidade e fertilidade; era
considerado um deus benéfico.

Poseidon - Depois que os Titãs foram derrotados por Zeus, na divisão do mundo coube-
lhe a senhoria do mar e de todas as divindades marinhas. Tinha um palácio nas
profundezas do mar, onde morava com sua esposa Anfiritre e seu filho Tritão. Sua arma
era o tridente, com o qual levantava as ondas fragorosas, que engoliam as naus, e fazia
estremecer o solo ou desperdiçar os recifes. Odiava Ulisses, por ele ter cegado o Ciclope
Polifemo, seu filho. Foi inimigo de Tróia, depois que seu rei Laomendonte lhe negou a
compensação pela construção das muralhas da cidade, ocasião em que mandou um
monstro marinho para devorar Hesíon, filha do rei, que Héracles matou. Teve com Zeus,
numerosos amores, todavia enquanto os filhos de Zeus eram heróis benfeitores, os de
Poseidon eram geralmente gigantes malfazejos e violentos.

Ares - Deus da guerra, filho de Zeus e de Hera. Deleitava-se com a guerra pelo sei lado
mais brutal, qual seja a carnificina e o derramamento de sangue. Inimigo da serena luz
solar e da calmaria atmosférica, ávido de desordem e de luta. Ares era detestado pelos
outros deuses, o próprio Zeus o odiava. Tinha como companheiros nas lutas Éris, a
discórdia; Deimos e Fobos, o espanto e o terror, e Ênio, a deusa da carnificina na guerra.
Amou Afrodite, da qual teve Harmonia, Eros, Anteros, Deimos e Fobos.

Dioniso - Filho de Zeus e de Sêmele, deus do vinho e do delírio místico. Em sentido mais
geral, representava aquela energia da natureza que, por efeito do calor e da umidade,
amadurece os frutos; era, pois, uma divindade benéfica. De todas as divindades, era a que
mais aproximava dos homens. Teve um nascimento milagroso, com efeito, morrendo-lhe
a mãe antes que tivesse o necessário desenvolvimento, foi recolhido pelo pai que o
costurou numa de suas coxas e aí o conservou até que o garoto pudesse enfrentar a vida.
Dioniso demonstrou muito cedo sua origem, divina: crescia livre, amante da caça e
possuía o estranho poder de amansar as feras mais ferozes. Um dia, criou a videira e quis
dar o vinho a todos os homens; para esse fim, empreendeu numa longa viagem, através
de todas as terras, seguido por um cortejo de ninfas, sátiros, bacantes e silenos. Por onde
passavam, os homens tornavam-se felizes. Na Frígia, concedeu ao rei Midas a faculdade
de poder transformar em ouro tudo que tocasse. Na Trácia, o rei Licurgo tentou dispersas
a comitiva: Dioniso indignado, cegou-o. Em Delos, concedeu às filhas do rei Ânio o poder
de mudar a água em vinho. Casou-se com Ariadne, depois que esta foi abandonada por
Teseu; as núpcias foram celebradas com suntuosidade e o casal subiu ao Olimpo sobre
um carro puxado por panteras.

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