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Universidade de Santa Cruz do Sul

Curso de Medicina
Exame Físico
Sistema Respiratório

“Boa tarde. Meu nome é ..., sou acadêmico(a) do 3º semestre e vou realizar alguns exames no
senhor(a). Ok? Qual seu nome? Obrigado.”
Lavar as mãos;
Observar se o paciente está coberto com o avental;
Não expor o paciente sem necessidade;
O exame é feito com o paciente sentado o tempo todo;
Linhas-guia: Médio-esternal, hemiclavicular, axilar anterior, axilar média e axilar posterior.

 Inspeção estática:
o “Tórax com diâmetro AP menor que LL, com formato adequado e simétrico; pele normocorada
e hidratada; ausência de baqueteamento digital, de cianose, de cicatrizes, de lesões, de
circulação colateral, de abaulamento ou de depressões visíveis; presença de pelos adequada
para o sexo.”
o Forma do tórax:
 Normal: “Tórax com diâmetro AP menor que LL, com formato adequado e simétrico.”
 Alterações: Chato, em tonel, infundibiliforme, cariniforme, em sino, cifótico, escoliótico,
cifoescoliótico.
o Pele:
 Normal: “Pele normocorada e hidratada. Ausência de baqueteamento digital, de
cianose, de cicatrizes, de lesões, de circulação colateral, de abaulamento ou de
depressões visíveis. Presença de pelos adequada para o sexo.”
 Inspeção dinâmica:
o “Tipo respiratório torácico (♀) ou toracoabdominal (♂); frequência respiratória normal de 16 a
20 mrpm; ritmo respiratório eupneico; amplitude respiratória normal; ausência de batimento
de asa de nariz; ausência de tiragem e de retrações; ausência de utilização da musculatura
acessória cervical.”
o Tiragem:
 Normal: “Ausência de tiragem.” (Fisiológico: EI das regiões axilares e infra-axilares com
ligeira depressão durante a inspiração [visível em magros]).
 Sinal de Lemos Torres (Positivo): Abaulamento expiratório nos EI das bases
pulmonares na face lateral do hemitórax, indicando derrame pleural.
o Normal: “Sinal de Lemos Torres negativo.”
o Batimento de asa do nariz:
 Normal: “Ausência de batimento de asa de nariz.”
o Musculatura acessória cervical:
 Normal: “Ausência de utilização da musculatura acessória cervical.”
o Frequência respiratória:
 Normal: “Frequência respiratória normal de 16 a 20 mrpm.”
 Alterações: Taquipneico, bradipneico, apneico.
 Técnica: Deve-se aferir com a técnica do pulso. Deixar o paciente achar que o
examinador está aferindo a FC, mas, na verdade, é a FR.
o Tipo respiratório:
Bruno Furini Puton

 Normal: “Respiração torácica (♀) e respiração toracoabdominal (♂).”


 Alterações: Respiração somente abdominal, respiração costal anterior.
o Ritmo e amplitude respiratórios:
 Normal: “Ritmo Eupneico (16 a 20 mrpm) e amplitude normal.”
 Alterações: Dispneico, platipneico, ortopneico, hiperpneico, hipopneico.
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o Retrações:
 Normal: “Ausência de retrações.” (Fisiológico: Na fúrcula esternal, nas fossas supra e
infra-claviculares e na fossa subcostal [visível em magros]).
 Palpação:
o “Expansibilidade pulmonar adequada e simétrica; coluna íntegra, ausência de desvios e de
áreas hipersensíveis; frêmito toracovocal presente, adequado e simétrico.”
o Técnica: Com as polpas digitais, o examinador palpa todo o tórax em busca de nódulos e/ou
áreas hipersensíveis.
o Expansibilidade:
 Normal: “Expansibilidade pulmonar adequada e simétrica.”
 Técnica: Com os polegares, o examinador faz uma prega cutânea na região dos ápices
pulmonares (C7) e pede para o paciente inspirar profundamente enquanto observa a
prega se desfazer. Faz-se o mesmo nas bases (T9/T10).
o Coluna:
 Normal: “Coluna íntegra, ausência de desvios e ausência de áreas hipersensíveis.”
 Técnica: Com a mão fechada, o examinador desfere pequenos socos ao longo da coluna,
buscando áreas hipersensíveis.
o Frêmito toracovocal:
 Normal: “Frêmito toracovocal presente, adequado e simétrico.”
 Técnica (4 pontos): MF: Pede-se para o paciente colocar as mãos, de forma cruzada,
nos ombros. Com a palma das duas mãos, uma em cada lado, o examinador pressiona
o ápice, o centro e a base dos pulmões, além de um ponto lateral axilar, pedindo, em
cada ação, que o paciente diga em voz alta a frase: “Trinta e três”. Deve-se observar a
presença de vibração simétrica em ambos pulmões.
 Percussão:
o “Som claro pulmonar presente e simétrico; punho-percussão lombar negativa.”
o Normal: “Som claro pulmonar ou atimpânico presente e simétrico. Punho-percussão lombar
negativa.”
o Técnica (6 pontos): MF: Pede-se para o paciente colocar as mãos, de forma cruzada, nos
ombros, inclinando um pouco as costas. Com os dedos, o examinador percute (nos EI,
comprando os lados) o ápice, dois pontos no meio, a base dos pulmões, além de dois pontos
laterais axilares (um inferior e um superior/anterior. MF: Paciente com mãos na cabeça). Por
fim, o examinador faz a PPL, percutindo as lojas renais, buscando áreas hipersensíveis.
 Ausculta:
o “Som traqueal presente e simétrico; sons brônquicos presentes e simétricos; som bronco-
vesicular presente e simétrico; murmúrio vesicular presente, adequado, uniforme e simétrico;
ausência de ruídos adventícios; ressonância vocal presente, adequada, simétrica e ausência de
sons compreensíveis.”
o Ausculta traqueal e brônquica:
 Normal: “Som traqueal presente e simétrico. Sons brônquicos presentes e simétricos.”
 Técnica: O examinador fica na frente do paciente. A ausculta traqueal é realizada na
fúrcula esternal e a ausculta brônquica é realizada no 2º EI na borda esternal dos dois
lados. Pede-se para o paciente respirar fundo com a boca entreaberta e sinalizar, caso
sinta-se cansado.
o Ausculta bronco-vesicular:
 Normal: “Som bronco-vesicular presente e simétrico.”
Bruno Furini Puton

 Técnica: O examinador deve auscultar a base superior do esterno e a borda medial da


escápula direita na borda lateral da coluna. Pede-se para o paciente respirar fundo com
a boca entreaberta e sinalizar, caso sinta-se cansado.
o Ausculta pulmonar:
 Normal: “Murmúrio vesicular adequado, uniforme, simétrico e sem ruídos adventícios.”
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Alterações: Sibilos, roncos, estridor, estertores grossos ou bolhosos, estertores finos ou
crepitantes.
 Técnica (6 pontos): O examinador fica atrás do paciente. A ausculta pulmonar é
realizada, sempre comprando os lados, no ápice, dois pontos no meio, na base dos
pulmões, além de dois pontos laterais axilares (um inferior e um superior/anterior. MF:
Paciente com mãos na cabeça). Pede-se para o paciente respirar fundo com a boca
entreaberta e sinalizar, caso sinta-se cansado.
o Ausculta vocal:
 Normal: “Ressonância vocal adequada e simétrica.”
 Alterações: Broncofonia, egofonia, pectorilóquia fônica e afônica.
 Técnica (4 pontos): O examinador fica atrás do paciente. MF: Pede-se para o paciente
colocar as mãos, de forma cruzada, nos ombros. A ausculta vocal é realizada, sempre
comparando os lados, no ápice, no centro e a na base dos pulmões, além de um ponto
lateral axilar, pedindo, em cada ação, que o paciente diga em voz alta uma palavra
desconhecida, como o nome da mãe. A palavra não deve ser identificada pelo
examinador. A técnica deve ser repetida com a voz cochichada do paciente.

Lavar as mãos;
Lembrar de cobrir o paciente e de se despedir.

Possíveis questões:

 Sinais extratorácicos de DPOC: Baqueteamento digital, cianose de extremidades e perioral, dispneia e


batimento de asa de nariz.

 Sinais de asma: Dispneia, utilização da musculatura acessória cervical, tiragem intercostal, FTV
diminuído, presença de sibilos e/ou roncos na ausculta, além de prolongamento expiratório.

 Sinais de enfisema pulmonar: Tórax em tonel, dispneia, presença de tiragem, hipersonoridade


pulmonar à percussão, expansibilidade, FTV e murmúrio vesicular diminuídos, além de prolongamento
expiratório.

 Sinais de derrame pleural: Expansibilidade diminuída, dispneia, som maciço à percussão, sinal de
Lemos Torres positivo, estertores finos ou crepitantes, FTV e murmúrio vesicular diminuídos na área
do derrame.

 Sinais de pneumotórax: Som timpânico à percussão, dispneia, expansibilidade, FTV, murmúrio


vesicular e ressonância vocal diminuídos.

 Sinais de pneumonia: Estertores finos ou crepitantes na ausculta, expansibilidade diminuída nos ápices
pulmonares, dispneia, som maciço à percussão e FTV aumentado no lado da lesão.
Bruno Furini Puton

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