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História

O processo de expansão
educacional: o Ensino
superior adventista no
Brasil
Renato Stencel, professor de Filosofia e História da Educação no Centro
Universitário Adventista de São Paulo Campus Engenheiro Coelho e doutorando
em História da Educação pela Unimep.

Resumo: Na última década do século 19, período que assinalou os primórdios


da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), pensava-se seriamente em estabelecer
instituições educacionais para servirem de suporte no desenvolvimento e difusão
do trabalho evangelístico adventista no Brasil. Assim, foram criadas as primeiras
escolas de nível fundamental, nas cidades de Curitiba, PR, e Gaspar Alto, SC. Com
o passar dos anos, porém, a IASD começou a expandir e exigir o estabelecimento de
uma escola preparatória para os futuros líderes e missionários da Igreja que atuariam
em todo o território nacional. A partir dessa necessidade surge a Escola Superior
em Gaspar Alto, a qual posteriormente foi transferida para Taquari, RS. Essas duas
pequenas escolas serviram como o marco inicial daquela que se tornaria a primeira
escola de ensino superior adventista no Brasil, ou seja, o Instituto Adventista de
Ensino (IAE), na cidade de São Paulo.
Palavras-chave: Educação, Expansão Universitária e Igreja Adventista

THE EDUCATION EXPANSION PROCESS: the HIGHER


EDUCATION ADVENTIST IN BRAZIL

Abstract: During the last decade of the 19th century, period that signed the
beginnings of the Seventh-day Adventist Church (SDA) in Brazil, the pioneers
thought seriously to establish educational institutions to serve as a support over
the development and diffusion of the SDA evangelistic work in Brazil. In this
way, it was opened the first elementary schools, in the cities of Curitiba, PR, and
Gaspar Alto, SC. Therefore, as the time went by, the SDA started to grow, and at
that time it was needed a missionary school, that would prepare the future leaders
and church workers, that would labor upon all brazilian territory. It was at that
moment that was established the Superior School em Gaspar Alto, which later on
would be transfer to Taquari, RS. These two small schools casted the bases and
served as the initial mark of that which would become the first tertiary Adventist
school in Brazil, the Instituto Adventista de Ensino (Brazil College), in the city
of São Paulo.
Keywords: Education, University Expansion and Adventist Church

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Introdução
A história das denominações de confissão pro- Brasil começaram a nascer em Gaspar Alto, perto de
testante revela que a educação exerceu um papel Brusque, SC. Alí foi lançada a semente primitiva que se
preponderante no processo de desenvolvimento, tornaria mais tarde a primeira escola de ensino superior
em especial nas instituições de origem norte-ame- da IASD no Brasil” (Stencel, 2000, p. 2).
ricana. Desde a inserção do protestantismo, além Na época o Colégio já possuía dormitórios para
da evangelização e fundação de igrejas, a educação os rapazes e moças, refeitório e diversos materiais
tem se apresentado como um elemento estratégico didáticos, incluindo um corpo humano desmontável
para a implantação e consolidação de novos níveis para as aulas de anatomia. Num curto espaço de
de expansão denominacional. tempo, o Colégio Superior se tornou conhecido em
Em sua fase embrionária, grande parte das deno- várias regiões do Brasil e da América do Sul. Entre-
minações protestantes estabeleceram escolas de nível tanto, “em função de sua localização descentralizada
fundamental e médio. No plano adventista sempre se e, também, do difícil acesso em relação ao resto do
observou um projeto educacional, em que se encon- País, muitos pais solicitaram a liderança da igreja
trava o ideal de universidades. Desse modo, no final do que a escola fosse transferida para um local mais
século 19 e início do 20, foram tomadas as primeiras apropriado” (Rabello, 1990, p. 40).
iniciativas que, na sua maioria, não tiveram êxito. A idéia Devido ao crescimento acelerado da IASD, prin-
nasceu e renasceu no transcurso da história educacional cipalmente nas colônias alemãs dos estados da região
brasileira (Schulz, 1999, p. 5). Sul do Brasil, muitos membros sentiam a falta de uma
Esses fenômenos também podem ser observados “escola para a educação da juventude e preparo de
no desenvolvimento da história educacional da Igreja obreiros para o campo nacional” (Rabello, 1990, p.
Adventista do Sétimo Dia no Brasil. Por ocasião da 40). O estado do Rio Grande do Sul possuía o maior
última década do século 19, período que assinalou agrupamento adventista da época, por isso, pensavam
os primórdios da IASD, a liderança da denominação que a cidade de Taquari seria o lugar mais adequado
pensava em estabelecer instituições educacionais que para a nova instalação do colégio preparatório. Em
servissem de suporte no desenvolvimento da obra 1903, o Colégio Internacional foi transferido para a
adventista no Brasil (Stencel, 2000, p.1). Desde então pequena cidade gaúcha. O primeiro dia de aulas, 19
foram criadas as primeiras escolas de nível fundamental, de agosto de 1903, teve Emílio Schenk como diretor
nas cidades de Curitiba, PR, e Gaspar Alto, SC. (Arautos da Verdade, 1906, p. 190).
De fato, “com a ajuda de membros leigos ad- Um ano depois, em 1904, John Liepke assume
ventistas de Curitiba foi fundada a primeira escola a direção do então, Educandário de Taquari, o qual
adventista sem vínculo administrativo direto com a operava em regime de internato e externato. Um fato
igreja: o Collegio Internacional, cujas aulas foram historicamente importante e digno de ser relatado, é
iniciadas em 1º de junho de 1896. A escola contou que no mesmo edifício da escola, originou-se a Im-
com o apoio do professor Guilherme Stein Jr., pri- prensa Adventista do Brasil. Entretanto, John Liepke
meiro converso batizado no Brasil, que frequentara começou a enfrentar problemas a partir dos cons-
por cinco anos a Escola Alemã Presbiteriana de tantes comentários de que, à semelhança de Gaspar
Campinas, SP” (Hosokawa, 2001, p. 59). Alto, o Colégio Superior estava muito descentralizado
em relação às outras regiões do Brasil. E, segundo o
Origem do ensino superior campo gaúcho, não possuía recursos financeiros para
adventista no Brasil poder operar a instituição. Ao se deparar com estas
Em face da expansão denominacional, a liderança duas questões, “em fevereiro de 1910 a Conferência
da IASD no Brasil decidiu estabelecer uma escola do Rio Grande do Sul da IASD, recomendou a trans-
preparatória para a formação dos futuros líderes ferência do Educandário de Taquari para um ponto
e missionários da Igreja que atuariam em todo o mais central do país” (Rabello, 1990, p. 41).
território nacional. Sendo assim, a igreja apontou os Devido às críticas, em 1910 a instituição foi fechada
nomes de Huldreich F. Graf e Guilherme Stein Jr e a “administração do campo decidiu vender a proprie-
para executarem o projeto. dade, um ano depois, por uma quantia de 11 contos de
No dia 15 de outubro de 1897, é fundada a primeira réis” (Rabello, 1990, p. 91) O montante foi enviado
escola paroquial da IASD na cidade de Gaspar Alto: à Conferência da União Brasileira, com sede em São
o Colégio Superior de Gaspar Alto. O fato permite Paulo, para fazer parte do fundo de educação, a fim
afirmar que, “as raízes do ensino superior adventista no de comprar o terreno do futuro campus do Instituto

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Adventista de Ensino, SP. Em 1935, J. L. Brown, então no Brasil, estava adquirido o terreno do atual Unasp
Diretor do Departamento de Missões da Divisão Sul- Campus São Paulo.
Americana, “considerou as escolas de Gaspar Alto e No dia 06 de maio de 1915, John Boehm e sua
Taquari como o atual Instituto Adventista de Ensino esposa se mudaram para o local tomando posse da
dando seus primeiros passos” (Rabello, 1990, p. 91). propriedade. Os primeiros momentos de instalação
Depois da venda do Educandário de Taquari, no terreno foram assim descritos: “Perto do córrego
em 1915, a assembléia da Missão Paulista se reuniu principal, na parte baixa da fazenda, armou uma bar-
logo após o planejamento das Organizações Supe- raca central, grande, que servia de cozinha, refeitório,
riores. Nesse encontro foi enfatizado de um modo sala de culto, de visita, etc” (Rabello, 1990, p.96).
especial a necessidade de se fundar um colégio que Os trabalhos iniciais progrediram rapidamente e
preparasse obreiros para todo campo nacional, três meses depois, no dia 01 de agosto de 1915, foi
uma vez que a Igreja estava sem uma instituição lançada a pedra fundamental. Uma memorável frase
educacional há mais de 5 anos. que imortalizou os primórdios daquela aventura foi
Durante a reunião, a Sra. Isadora R. Spies, esposa protagonizada por John Boehm: “Naquele dia foi lan-
do Pr. Frederico W. Spies, presidente da Conferência da çada a semente que se desenvolveu num forte Centro
União Brasileira, fez um significativo apelo à assembléia Educativo” (Rabello, 1990, capa)
de ministros para que exercessem fé e estabelecessem O documento mais antigo que já fora encontrado
uma nova escola missionária: “Irmãos”, disse ela, mostra que as aulas se iniciaram no dia 03 de julho
“precisamos prosseguir pela fé. Eu creio que chegou de 1915, com 12 alunos (Liedke, 1915, p. 5 e 6). O
o tempo no qual devemos prosseguir e estabelecer o primeiro corpo docente era formado pelos seguintes
nosso sistema de escolas como em outros campos. professores: “John Liepke, diretor; John Boehm, ge-
Quando chegar o tempo de avançar, Deus achará seus rente e Paulo Hening, professor” (Rabello, 1990, p.
homens e providenciará o dinheiro necessário para 104). Os alunos tinham apenas 3 horas de aulas por
o projeto. Não hesitemos, mas prossigamos pela fé” dia, compreendidas das 7h às 10h da manhã. Em face
(Peverini, 1988, p. 127). Tal discurso, sensibilizou o à primeira guerra mundial, a carga horária em sala de
coração de todos os mesários. aula era reduzida, pois havia necessidade de se produzir
Um outro aspecto determinante no processo de alimento. Os alunos passavam o restante do dia plan-
implantação do Ensino Superior Adventista no Brasil tando e cultivando a terra.
deve-se a visão e dedicação de John H. Boehm. Recém-
chegado dos Estados Unidos, onde havia se graduado Faculdade Adventista de
em Teologia no Union College, Nebraska, Boehm Enfermagem (FAE)
foi sensibilizado quanto a urgente necessidade de se A Faculdade Adventista de Enfermagem (FAE),
fundar um colégio superior. Ao analisar o assunto com foi o segundo curso superior aberto na história da
a esposa, decidiu conversar com os líderes da Igreja Igreja Adventista no Brasil e o primeiro oficialmente
Adventista no Brasil. Sua argumentação era: “Como reconhecido pelo sistema de ensino do Ministério de
os irmãos querem que nossos jovens permaneçam Educação e Cultura (MEC). “Iniciativas para a funda-
na Igreja se não temos um colégio para educá-los?” ção de uma Escola de Enfermagem no Brasil nasce-
(Rabello, 1990, p. 92). ram por orientação da Associação Geral em 1940” .
Todos concordaram com a idéia, mas os custos A princípio o projeto foi inviabilizado, pois não havia
eram grandes que não poderiam comprar nem o terre- corpo docente preparado nem mesmo recursos dispo-
no. Havia um fundo para educação, contudo, pelo que níveis para a sua execução. No entanto, a despeito de
se conclui, o dinheiro não era suficiente. Os líderes da todos desafios, a administração do IAE construiu um
IASD, porém, decidiram comprar a propriedade dos prédio ainda no início da década de 1940, o qual era
irmãos Teisen no Capão Redondo, bairro de Santo arquitetonicamente adequado para a instalação de uma
Amaro, município de São Paulo (Rabello, 1990, p. 94). escola de enfermagem. Esse prédio é o atual edifício de
Com o dinheiro proveniente do fundo de educação da aulas, onde funciona a Escola Fundamental do Unasp
Conferência da União Brasileira, somado a uma doação Campus São Paulo.
conseguida por F. W. Spies na quadrienal da Confe- Ao considerar que o Colégio Adventista Brasileiro
rência Geral da IASD em Washington, DC, em 1909, não poderia oferecer o curso de imediato, em 1942, o
fora assinada a escritura da propriedade pela quantia Dr. Galdino Nunes Vieira, primeiro diretor da Casa
de vinte contos de réis. No dia 28 de abril de 1915, em de Saúde Liberdade, hoje Hospital Adventista de
nome da Associação dos Adventistas do Sétimo Dia São Paulo, entrou em contato com a Cruz Vermelha

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Brasileira para consultá-los quanto à abertura de um de 1968, foi autorizado o funcionamento da Faculdade
Curso de Enfermagem a ser oferecido aos alunos Adventista de Enfermagem (FAE). A permissão foi
adventistas . Assim, um ano depois, iniciou-se o curso dada pelo decreto de nº 62.800 expedido pelo Conse-
nas dependências da Casa de Saúde. Na primeira tur- lho Federal de Educação na pessoa do Sr. Ministro da
ma haviam apenas seis alunos matriculados, dentre os Educação e Cultura, Tarso Dutra”.
quais a Profª Maria Kudzielicz. Dois anos depois, em A Faculdade Adventista de Enfermagem vem pres-
1945, foi celebrada a formatura daqueles que ficaram tando seus serviços à IASD e a sociedade há trinta e
conhecidos como “os primeiros adventistas formados três anos, oferecendo as habilitações em Enfermagem
em enfermagem no Brasil” (Santos, 1990). de Saúde Pública, Enfermagem Geral e Licenciatura
Com o passar dos anos, a obra médico-missionária em Enfermagem.
começou avançar rapidamente em todo o território
nacional. Surgiram os hospitais: Silvestre, no Rio de Faculdade Adventista de Educação
Janeiro (1949), Pênfigo, em Campo Grande (1952) e Dois fatores foram determinantes no processo
o de Belém, no estado do Pará (1953). Para suprir as de abertura da Faculdade Adventista de Educação
emergentes necessidades, a organização superior da (FAED). O primeiro se deu a partir do instante em
IASD chegou a conclusão de que seria necessário pre- que a Faculdade de Enfermagem fora reconhecida
parar enfermeiros com uma filosofia cristã adventista pelo MEC, isso produziu uma certa motivação para
para trabalhar nesses hospitais. prosseguir avante. O segundo fator foi um fenômeno
Todavia, passaram cerca de 19 anos para que o centrífugo, ou seja, o corpo docente e obreiros da
sonho se concretizasse. Em 1964, o diretor do Hospital instituição, apercebendo-se do rápido crescimento
Silvestre, Dr. Edgard Berger, solicitou à Divisão Sul- do sistema educacional adventista, sonhou com a
Americana (DSA) da IASD o envio de enfermeiros criação de um curso superior que pudesse preparar
adventistas que quisessem cursar estudos de pós-gra- professores e líderes educacionais para trabalharem
duação. O interesse era preparar o corpo docente para no sistema nacional de escolas adventistas.
a abertura da Faculdade Adventista de Enfermagem. Para “organizar e dirigir a Faed foi convidado o
Nessa época, foi formada uma comissão que se missionário americano, Dr. Hampton Eugene Walker,
encarregou de analisar os diversos locais onde poderia que há 20 anos trabalhava em terras brasileiras” (Mi-
ser instalada a Faculdade de Enfermagem. A comissão randa, 1986). Nesta época exercia a função de diretor
era composta das seguintes pessoas: “Dr. Edgard Ber- do Departamento de Jovens da União Norte-Brasileira.
ger, Alice Peixoto e membros das Uniões Brasileiras Uma das razões pela qual fora escolhido é que era o
e Divisão Sul-Americana” (Nascimento, 1986, p. 6 e único obreiro que possuía o título de doutor em edu-
7). Esse grupo se reuniu pela primeira vez no dia 19 cação no Brasil naquele período.
de maio de 1964. Depois de muita análise, o Instituto Entre os anos de 1971 e 1972, a Faculdade de
Adventista de Ensino foi finalmente designado para Educação funcionou ligada à Faculdade Adventista de
sediar o curso. Em 1965, sob a liderança de Jairo Araújo, Teologia, pois o processo para o seu funcionamento
diretor do IAE, foram articulados os primeiros planos ainda não havia sido aprovado pelo MEC. “Havia ape-
para a execução do tão sonhado projeto. nas uma promessa de que o curso seria aprovado, mas
Um aspecto determinante para a implantação do isso não ocorreu até agosto de 1973. Desta maneira, as
curso de enfermagem ocorreu em setembro de 1965, duas primeiras turmas se formaram pela Faculdade de
“quando o IAE efetuou o chamado da profª Maria Teologia com o título de Instrutor Bíblico de primeiro
Kudzielicz para iniciar a elaboração do processo bu- e segundo graus. Os alunos dessas duas turmas que de-
rocrático a fim de ser apresentado junto ao Ministério cidiram concluir seu programa de pedagogia fizeram-no
de Educação” (Stencel, 2000). No ano seguinte em pelo Osec (Organização Santamarense de Educação e
1966, foi chamada também uma outra enfermeira, a Cultura), atual Unisa (Universidade de Santo Amaro)”
Profª Ana Maria de Luca Oliveira que, em companhia (Garcia, 2000).
de Maria Kudzielicz, iniciaram seus estudos de pós- Pelo “decreto nº 72.610, de 14 de agosto de 1973,
graduação na Escola de Enfermagem da Universidade publicado no Diário Oficial do dia 15 de agosto de
de São Paulo. 1973” , a Faculdade Adventista de Educação recebeu
“Após quatro anos de intenso trabalho, superação a autorização para funcionar legalmente. Esse decreto
de obstáculos e graças ao apoio e orientação de amigos foi assinado pelo Presidente da República Emílio G.
influentes, tais como o Deputado Ulisses Guimarães Médici e pelo Ministro da Educação Dr. Jarbas Passa-
e o Reverendo José Borges Santos, no dia 30 de maio rinho. O decreto “concedia licença para as habilitações

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de Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º Grau e interessantes deste documento é que, pela primeira vez
Administração de 1º e 2º Graus”. na história da IASD brasileira, é estabelecida uma data
Em 1973, o corpo docente era composto de 15 pro- para a abertura da Universidade Adventista do Brasil
fessores. As primeiras matrículas registradas mostravam (UAB), que foi designada para o ano de 1980.
um total de alunos 36 alunos, dos quais três desistiram Nessa época o ensino superior já era visto pelos
e 20 trancaram suas matrículas. Portanto, a primeira “líderes da educação adventista” como sendo uma
turma de Pedagogia era composta de apenas 13 alunos. área vital para o crescimento e estruturação de todo
A cerimônia de formatura dessa turma ocorreu no dia o sistema organizacional da IASD. Falando sobre a
26 de junho de 1977. O evento contou com a presença visão educacional de Roger Wilcox, é dito que “ele era
da Dra. Eurides Brito, que na época era membro do apenas um pastor, mas possuía uma perspectiva ampla
Conselho Federal de Educação e estava representando quanto à necessidade de se construir uma universidade.
o MEC. Sob o lema “Por Modelo o Grande Mestre”, Ao perceber o grande potencial do país, logo teve a
10 alunas receberam seu diploma de graduação. visão de que a universidade seria o órgão formador e
Nos seus 30 anos de história, a Faculdade Adven- provedor de obreiros e servidores da IASD no Brasil
tista de Educação já formou mais de 1500 alunos , nos e América do Sul” (Schmidt, 2000).
dois Campi do Instituto Adventista de Ensino. Naquele período, Wilcox costumava usar uma
frase muito interessante sobre a importância dos
Plano de expansão universitária mestres e doutores quanto ao estabelecimento dos
No final da década de 1960 e início dos anos 70, cursos superiores: “Irmãos”, dizia ele, “essa gente
o Instituto Adventista de Ensino já havia conseguido com degree é difícil, mas precisamos deles” (Gorski,
a aprovação de dois cursos superiores: Enfermagem e 2000). Isso revela que a IASD no Brasil não possuía
Pedagogia. A Obra Adventista começava a expandir- ainda um corpo docente qualificado, ou mesmo um
se por todo o território brasileiro criando assim uma plano de formação de professores para responder às
necessidade cada vez maior de obreiros bem preparados necessidades iminentes quanto à abertura de novos
para suprirem novos desafios. cursos superiores.
Um dos momentos mais importantes no processo Entre os anos de 1973 e 1975, se iniciou uma inves-
de implantação, planificação e desenvolvimento do tida rumo a abertura de novos cursos superiores. Neste
ensino superior adventista no Brasil ocorreram no ano período, foram elaborados pelo menos três processos:
de 1973. Roger Wilcox, na época Presidente da Divisão “Administração, Música e Nutrição (inacabados). A
Sul-Americana (DSA) da IASD, solicitou ao Diretor do elaboração desses processos foi encabeçada por Nevil
IAE, Nevil Gorski, para que elaborasse um plano de Gorski, tendo como auxiliares Alejo Pizarro, Flávio
desenvolvimento e expansão bi-decenal, ou seja, para Garcia e Esther Huerta” (Gorski, 2000).
vinte anos” (Gorski, 2000). Infelizmente, em meados de 1975, aconteceram
Com o apoio e participação de um grupo de pro- dois episódios que iriam atrasar a implementação e
fessores e líderes do IAE, fora então estabelecido o execução deste plano bi-decenal. Primeiramente, o
primeiro plano de expansão universitária da IASD no presidente da DSA, Roger Wilcox se aposentou, sendo
Brasil. Este grupo era composto das seguintes pessoas: então substituído por Enoch de Oliveira. E em segundo
“Nevil Gorski, José Guimarães, Orlando Ritter, João lugar, na Assembléia da Conferência Geral da IASD
Bork e outros professores do IAE” (Gorski, 2000). No em Viena, o então diretor do IAE, Nevil Gorski, fora
entanto, “haviam duas posições entre os obreiros da indicado para assumir o Departamento de Educação
instituição: os que se entusiasmavam com a idéia vendo da Divisão Sul-Americana, tendo assim que deixar a
a necessidade dos jovens em ter uma formação cristã- direção do IAE. De alguma forma, esses dois eventos
adventista e os que tinham receio em relação à abertura contribuíram consideravelmente para que houvesse
dos cursos superiores, temendo que isso promoveria a uma desaceleração no desenvolvimento do processo
secularização do IAE” (Gorski, 2000). de expansão universitária no Brasil em meados da
Entretanto, após muitas reflexões, o plano bi- década de 1970.
decenal foi aprovado pelo Conselho Deliberativo do Ainda em 1973, o prof. Roberto Azevedo assume a
IAE, sob o Voto nº 73-124, o qual recomendava que direção do Departamento de Educação da União Sul-
o plano fosse encaminhado para apreciação junto ao Brasileira (USB), cargo que exerceu até o ano de 1985.
Conselho de Educação da USB e à mesa da USB e DSA. Ao assumir o departamento, o Profº Azevedo elaborou
Inicialmente, o plano previa a abertura de 20 cursos um plano decenal de educação compreendendo os
entre os anos de 1973 a 1993. Um dos aspectos mais anos de 1975-1984. Esse plano foi chamado Projeto

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Educação, o qual era resultante do “desdobramento e 6. Ciências – (Lic. Menor) 1977
da atualização dos seguintes estudos anteriores: “Es-
7. Est. Sociais – (Lic. Menor) 1978
tratégia”, de fevereiro de 1972; “Projeto São Paulo”, de
maio de 1972 e o “Projeto Brasil’, de junho de 1973” 8. Matemática – (Lic. Menor) 1978
(Azevedo, 1974, p. 3). O “Projeto Educação” visava 9. Educação Física 1979
agendar dados, compilar, analisar e sintetizar informa- 10. Medicina 1979
ções, visando uma projeção futura da educação nas 11. Mestrado em Teologia 1980 **
regiões sul, sudeste e centro-oeste, que na época eram 12. Letras – (Lic. Menor) 1981
parte integrante da União Sul-Brasileira.
13. Est. Sociais – (Lic. Plena) 1981
Na página 59, desse documento, aparece um item
intitulado “O Nível Superior”, onde se encontra uma 14. Matemática – (Lic. Plena) 1983
planificação estruturada e cronologicamente traçada 15. Odontologia 1984
visando a expansão universitária adventista do Brasil. 16. Química 1985
O conteúdo desse capítulo é na verdade uma amplia- 17. Comunicações 1986
ção do plano de desenvolvimento e expansão que 18. Computação 1987
havia sido elaborado por Nevil Gorskil e sua equipe
19. Biologia 1991
em 1973. Resumidamente, o Projeto Educação visava
a consecução dos seguintes objetivos para o nível 20. Engenharia 1993
superior (Azevedo, 1974, p. 59 e 60): ** Implantação da Universidade Adventista do Brasil
(a) construir em curto prazo vários edifícios (no
Quanto ao sonho de implantação da Universi-
IAE-SP), a fim de possibilitar o aparecimento
dade, o prof. Azevedo reafirmou aquilo que já havia
de mais cursos superiores;
sido planejado em 1973 no IAE: “A Universidade
(b) construir um novo prédio para o Setor de Co-
Adventista do Brasil (UAB) deverá ser uma realidade
municações abrangendo uma biblioteca com
até 1980. Com efeito, temos necessidade urgente de
capacidade para 50 mil volumes, um estúdio para
professores para todo o Sistema Educacional que já
televisão e filmagem e um laboratório de línguas
está sendo implantado, bem como para a expansão da
com salas especiais para projeções e produção
igreja” (Azevedo, 1974, p. 60).
de material áudio visual;
Após a elaboração do plano, o Prof. Azevedo de-
(c) edificar um novo conservatório musical;
cidiu apresentá-lo aos líderes da IASD. Desta forma,
(d) ampliar o setor industrial da Superbom a fim
em 1975, numa Comissão Administrativa da União
de possibilitar e assegurar trabalho para mais
Sul-Brasileira, o “Projeto Educação” foi apresentado
alunos.
pela primeira vez. “Ao ele expor os detalhes do pro-
(e) preparar um corpo docente para os universitá-
jeto, houve uma reação muito grande e conturbada.
rios. Na época, quase duas dezenas de professo-
Entre os membros presentes, havia pessoas que eram
res já estavam fazendo suas pesquisas no Brasil e
no exterior, e logo deveriam voltar para reforçar favoráveis e outras não. Muitos achavam que aquele
o quadro docente. projeto era uma utopia e que o prof. Azevedo era um
(f) concretizar o sonho da Universidade Adventista visionário” (Schmidt, 2000). Segundo a concepção da
do Brasil (UAB) até 1980. grande maioria, a IASD não teria condições de manter
uma Universidade com todos os cursos superiores que
O “Projeto Educação” apresentava também, de se pretendiam abrir.
uma forma discriminada, a relação dos novos cursos Falando sobre a reação e receptividade do plano,
superiores que eram previstos para implantação. Segue um dos membros dessa comissão afirmou: “Se o nú-
abaixo, a relação dos mesmos: mero de cursos a serem abertos não fosse tão grande,
incluindo principalmente o curso de Medicina que foi
Cursos a serem implantados Ano o que mais assustou aos componentes da mesa, dado
1. Administração e Finanças 1975 ao seu custo de manutenção, provavelmente as admi-
2. Música 1975 nistrações da IASD teriam incentivado a abertura de
3. Serviço Social 1976 alguns cursos” (Schmidt, 2000). Nessa época, poucos
administradores que votavam e que se assentavam às
4. Nutrição 1976
mesas para decidirem sobre o destino dos projetos
5. Letras – (Lic. Menor) 1977 tinham uma visão educacional sistêmica bem estru-

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turada. Indagavam: “pra que abrir universidade?” 2000). Neste período o prof. Azevedo, ainda solteiro,
(Schmidt, 2000) Dessa maneira, o projeto não foi chegava a viajar cerca de 60 mil quilômetros por ano
levado a votação. a fim de prestar consultoria. O objetivo da visita era
Um aspecto importante que podemos observar na instruir a direção das escolas adventistas a suplantar
história da IASD no Brasil, o qual é digno de reflexão, as novas exigências estipuladas pelo Governo Federal.
é a constante tensão entre o evangelismo e a educação. Ao comentar este delicado momento, o Profº Azevedo
Em muitos períodos do seu desenvolvimento históri- afirmou: “Ou a escola expande ou morre” (Azevedo,
co, a liderança da IASD teve que se deparar com esse 2000). Essa era a tônica que imperava naqueles dias.
“binômio Educação – Evangelização” (Schulz, 1999,
p. 192), e ao fazê-lo, surge sempre a pergunta: “Qual Uma nova direção
é o método mais eficaz e prioritário para se cumprir a Em dezembro de 1975, Nevil Gorski, entrega o
missão deixada por Cristo à Sua Igreja?” Educação ou cargo de diretor do IAE para o prof. Oli Pinto e segue
Evangelismo? Ao efetuarmos uma análise criteriosa para a Divisão Sul-Americana. “Naquela mesma sema-
sobre o assunto, podemos concluir que o pêndulo da na, uma representação do grupo empresarial Lubeca
IASD tem oscilado de uma forma mais acentuada para S/A, liderada pelo Sr. Fausto Pena, veio até sua sala
o lado do evangelismo. Porém, cremos que a missão para estudar a possibilidade de se comprar as terras
da Igreja se cumprirá cabalmente no momento em que do IAE. A empresa pretendia adquirir o terreno para
ambos caminharem juntos. ali estabelecer um Centro Empresarial” (Pinto, 2000).
Outro fator salientado por muitos nesta época é Após a conversa, o Pr. Oli encaminhou ao Conselho
que a maioria dos campos da IASD não estava em Deliberativo do IAE a proposta da Lubeca S/A Ad-
condições favoráveis para subsidiar o projeto e isso ministração e Leasing, que fora registrada pelo voto
gerou uma certa insegurança em grande parte dos 75-150, de 7 de junho de 1976:
membros daquela comissão. Referindo-se àqueles Lubeca S/A – Voto (75-150):
tempos, o então tesoureiro da USB afirmou: “A situ-
Votado autorizar a direção do IAE a manter os con-
ação econômica não era crítica, mas o momento não
tatos preliminares com a empresa LUBECA S/A,
era fácil” (Schimdt, 2000).
sobre a eventual venda da propriedade do IAE, tendo
Um outro decisivo aspecto, que contribuiu acen-
em vista a transferência para um local mais próprio
tuadamente para a desaceleração do processo de ex-
e favorável para o desenvolvimento dos ideais da
pansão do ensino superior adventista, foi observado
educação cristã adventista.
a partir do momento em que o “Projeto Educação”
é resignado pela maioria dos líderes da IASD. Nesse Nesta época, a notícia da negociação entre o grupo
instante, o Profº Azevedo começa a direcionar o Lubeca e a IASD, visando uma possível transferência
foco de suas atenções para um outro sério e difícil do IAE e da Fábrica Superbom, chegou a ser publi-
problema que estava afetando gravemente a educação cada pela Review and Herald (órgão de comunicação
adventista no Brasil. mundial da IASD), em 16 de setembro 1976. As idéias
Em conseqüência da promulgação da nova Lei avançaram bastante na direção de se concretizar o
de nº 5.692/71, houve uma mudança drástica no sis- negócio. O assunto chegou a ser aprovado pela USB,
tema de ensino fundamental brasileiro. Ao comentar DSA e AG. Porém, “a análise da proposta teve marchas
este momento é dito que “a Igreja se deparou com e contra-marchas, tanto de um lado como de outro”.
a necessidade de rever o seu sistema educacional. A Finalmente, em função de uma certa morosidade
crise chamou a atenção da Igreja, que assumiu o de- na tramitação do processo e com a mudança na legis-
safio e transformou a dificuldade numa oportunidade lação brasileira, o grupo empresarial perdeu o interesse
de fazer o que era correto” (Azevedo, 1992, p. 38). pela compra da área do IAE, declinando assim, sua
Naquela época, a totalidade das escolas adventistas intenção de efetuar o negócio. “A partir de então,
oferecia apenas o nível primário e funcionavam no todas as atenções começam a ser direcionadas mais
fundo das Igrejas. Depois da nova lei, as escolas de intensamente para a possível mudança do campus do
primeiro grau deveriam ter oito anos de ensino, terreno IAE para uma outra localidade que ainda haveria de
próprio e uma estrutura adequada para a educação. E ser definida” (Pinto, 2000).
o governo foi muito exigente quanto à observância Em dezembro de 1977, o prof. Azevedo elaborou
destes requisitos. um novo plano de educação para a União Sul-Brasi-
“Como resultado dessa lei, cerca de cem escolas fo- leira, que recebeu o nome de “Plano Educação – 81”.
ram fechadas em todo o território nacional” (Azevedo, Esse documento revela que as idéias que haviam sido

ACTA Científica - Ciências Humanas 1º Semestre - 2006 43


lançadas inicialmente em 1973 por Nevil Gorski e O projeto ainda revela que a relação dos cursos
posteriormente desdobradas no “Projeto Educação”, superiores havia sido alterada tanto na sua ordem de
em 1975, começam a mudar de rumo. Ao comentar a abertura, como também em sua cronologia. A seguir
real lentidão no processo de abertura dos novos cur- apresentaremos esta relação:
sos, o prof. Azevedo disse: “Se nos basearmos apenas
nos cursos existentes, não poderemos esperar grande Cursos a serem Ano
possibilidade de crescimento. Com efeito, no caso da implantados
Faculdade de Teologia e Enfermagem, chegamos quase 1. Nutrição 1979
ao limite máximo. Portanto, a saída é uma expansão de
2. Ciências (Lic. Menor) 1980
novos cursos de interesse da organização. A juventude
adventista espera uma maior diversidade de opções ao 3. Matemática (Lic. Menor) 1981
Nível Superior” (Azevedo, 1977, p. 156). 4. Letras (Lic. Menor) 1982
Naquele período, o Sistema Educacional Adven- 5. Estudos Sociais (Lic. Menor) 1983
tista (1º e 2º graus), estava progredindo rapidamente. 6. Educação Física (Lic. Menor) 1983
O número de alunos que concluíam o primeiro grau 7. Comunicação e Artes (Lic. Menor) 1984
aumentava a cada ano. A IASD precisava agora analisar
8. Serviço Social 1985
o assunto com muita cautela. Na página 157, do último
capítulo do “Plano Educação – 81”, o prof. Azevedo 9. Administração e Finanças 1986
faz uma análise quanto a necessidade de se ampliar o 10. Medicina 1988
leque de opções de cursos para a juventude adventis- 11. Odontologia 1989
ta. Ele afirmou que “a explosão do 1º grau, que está 12. Engenharia Civil 1990
criando uma situação crítica para o 2º grau, atingindo o 13. Implantação da Universidade 1990 **
ápice em 1980, trará no seu bojo a necessidade de mais Adventista do Brasil
opções para os cursos superiores. Por volta de 1983,
o “pico” da vaga humana estará batendo à porta dos
cursos superiores” (Azevedo, 1977, p. 156). Em maio de 1978, foi indicado pela liderança da IASD
Naquele momento, porém, as projeções da IASD o nome de Walter Boger para assumir a direção do IAE.
quanto a abertura de novos cursos, bem como a data “A princípio ele relutou com o chamado, pois considerava
de implantação da Universidade Adventista do Brasil, o IAE uma Meca do saber, e assim, se auto-indagava: o
passam a ser reavaliadas e prorrogadas. Em relação aos que um Pastor poderá fazer em prol de uma instituição
novos cursos, o plano sugeria que “até 1981 fosse pos- educacional?” (Boger, 2000). Em outras palavras, Boger
sível à criação de apenas três novos cursos superiores” sentia-se incapaz para assumir o novo desafio, conside-
(Azevedo, 1977, p. 156). rando que sua experiência educacional como obreiro, era
A seguir, apresentaremos uma síntese do “Plano praticamente inexpressiva, pois até ali, havia trabalhado
Educação – 81”: apenas no Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS)
1. Adquirir nova área para a expansão dos cursos como preceptor por dois anos. Porém, após muita oração
superiores do IAE, elaborar o plano piloto e diálogo com Deus, ele aceitou o chamado.
definitivo da nova escola e iniciar as novas No momento em que conversava com a liderança
construções. da IASD sobre as expectativas e rumos da instituição,
2. Elaborar o plano piloto para a Fazenda Riacho “lhe foi solicitado que uma de suas principais tarefas
Grande em Juquitiba e implantar ali um internato. seria: procurar um novo local para que o IAE pudesse
3. Após adquirir a nova área, elaborar o plano se instalar” (Boger, 2000). Ao receber a incumbência, o
piloto definitivo para o IAE-SP. Pr. Boger coloca este item na lista de prioridades de sua
4. Dar 10 bolsas de estudo por ano, ao nível de gestão. Naquela data, a Associação Geral da IASD havia
pós-graduação (Mestrado ou Doutorado) para passado ao IAE freqüentes recomendações quanto à
professores do IAE. localização ideal de nossas instituições.
5. Dar 20 bolsas de estudo por ano, em nível de No documento DSA 78-468, USB 78-425 e IAE
graduação, para os futuros professores da escola, 78-121, lemos:
selecionados dentre os melhores alunos. na planificação e desenvolvimento de novos pro-
6. Introduzir novos cursos superiores de interesse da gramas de construção de instituições médicas, casas
organização, de modo progressivo e constante. publicadoras, escritórios e colégios seja observado

44 ACTA Científica - Ciências Humanas vol. 1, n. 10


o seguinte conselho: (1) Que tais instituições se- Desta forma, o prof. Azevedo solicitou ao
jam localizadas fora de áreas urbanas densamente prof. José Iran Miguel que fizesse um levantamen-
povoadas, porém dentro de uma distância razoável to minucioso sobre quantos alunos eram internos,
de acesso às referidas. (2) Que tais instituições externos, bolsistas, regulares, quantas igrejas
sejam localizadas em lugares nos quais os obreiros haviam sido construídas ao redor do IAE-SP e
possam seguir o conselho: devemos fazer planos finalmente quantos membros havia. “Este assunto
sábios para admoestar as cidades e, ao mesmo foi discutido longamente e até de forma um tanto
tempo viver em locais onde possamos proteger acalorado, pois as pessoas possuíam diferentes pon-
as crianças e a nós mesmos da contaminação e tos de vista” (M iguel, 2000). Esse tema suscitou
influência desmoralizadoras tão dominantes nessas muitas ponderações, pois na época havia cerca de
áreas” (Boger , 1978, p. 10). 90 congregações num raio de 10 quilômetros ao
Em poucos meses, inicia-se então uma jornada em redor da escola, e o IAE era visto por todos como
busca de um terreno onde seria construído o novo um centro de formação acadêmica. Ao descrever
campus do IAE. “Estima-se que perto de 70 dife- este momento, o Prof. Iran afirmou: “Na minha
rentes propriedades foram vistoriadas no Estado de visão, creio que se naquela ocasião houvesse uma
São Paulo pela diretoria do IAE num espaço de dois mudança completa dos cursos superiores, como
meses” (Pasini, 1999, p. 10). Por fim, sob a orienta- estava previsto, os prejuízos seriam maiores que
ção de especialistas na área de agronomia e demais os benefícios” (M iguel, 2000).
áreas pertinentes, “no dia 13 de setembro de 1983, Como diretor geral do IAE, em agosto de
decidiu-se unanimemente pela aquisição da Fazenda 1986, o prof. Azevedo lança o “Plano Qüinqüenal”
Lagoa Bonita”, no município de Artur Nogueira (hoje (1986-1990). Para contemplar as necessidades dos
Engenheiro Coelho), SP (Pasini, 1999, p. 11). Campi, foram elaborados dois volumes, um para
Com a presença de líderes eclesiásticos e políti- cada campus. Com base nos estudos feitos pelo
cos, foi lançada no dia 17 de junho de 1984, a pedra Prof. Iran, logo na introdução do volume dedicado
fundamental do novo campus do IAE. Na placa de ao IAE-SP, o Profº Azevedo afirma: “Após ana-
lançamento encontram-se os seguintes dizeres: “Nesta lisar questionários e ouvir centenas de sugestões
colina, pela graça de Deus, será edificada a Universidade dos nossos colegas, professores, amigos da escola,
Adventista do Brasil, para a educação e salvação dos
pessoal da União e nossos estimados alunos, agru-
jovens e engrandecimento da pátria”.
pamos os fatos e procuramos fazer um pequeno
Em janeiro de 1985, sob a liderança do Pr. Bo-
esboço quanto ao atual IAE. Sabemos que em cada
ger é elaborado o “Plano Diretor do Novo IAE”, o
cabeça há um plano (...), porém, estamos levantando
qual contou inicialmente, com a colaboração de 15
a questão para iniciarmos as discussões sobre este
pessoas. Dentre os muitos itens, o plano apresentava
“um breve histórico do IAE, os seus fins e objetivos, tema” (Azevedo , 1990, p. 3).
a filosofia educacional adventista, os detalhes da de- Nesse plano se ventila pela primeira vez a pos-
sapropriação e as novas opções universitárias com o sibilidade de permanência ou não do complexo de
respectivo mercado de alunos” (Pasini, 1999, p. 13). cursos superiores na área de saúde no campus do
Após o lançamento desse plano, o Pr. Boger vai para IAE-SP. O texto inicialmente dizia que “o atual
a Andrews University a fim de ingressar no progra- IAE mantém dois Campi. O principal em Artur
ma de Mestrado em Administração Escolar, vindo a Nogueira, e uma extensão especializada em saúde
concluí-lo em agosto de 1986. em Santo Amaro. Este último poderá ser de caráter
Sendo assim, o prof. Roberto César de Azevedo permanente ou transitório, dependendo da política
é chamado para assumir a direção do IAE-SP. Ao educacional do país ou do desenvolvimento da
iniciar sua nova função, o prof. Azevedo começa igreja na região” (Azevedo, 1990, p. 5). O “Plano
a ser interrogado quanto à mudança completa do Qüinqüenal” recomendava ainda “toda a prudência,
IAE-SP para o Novo IAE. “Nessa ocasião, houve e cuidado neste sentido, pois a existência dos dois
uma pressão da comunidade, igrejas e líderes das poderia ser vital para o surgimento de novos cursos
três Associações Adventistas da capital paulista. superiores no Brasil” (Azevedo, 1990, p. 5).
Alguns indagavam: ‘o que vamos fazer? Não po- Segundo o “Plano Qüinqüenal”, a escala progressi-
demos ir para o outro campus, vamos ficar sem o va das atividades para o Novo IAE obedecia ao seguinte
Ensino Superior” (M iguel, 2000). planejamento (Azevedo, 1990, p. 5):

ACTA Científica - Ciências Humanas 1º Semestre - 2006 45


1986 1º Grau – Implantação da 5ª série 1991, as Uniões Incaica, Chilena, Austral e Boliviana da
1º Grau – Supletivo – a partir do 2º ano IASD, já haviam aberto sua Universidade, o Brasil ainda
estava almejando a sua. Ao comentar a visível demora
1987 1º Grau – Implantação da 6ª à 8ª séries
em relação à abertura da Universidade Adventista do
1º Grau – Supletivo completo
Brasil, Nevil Gorski, enquanto diretor do Departamento
2º Grau – Supletivo iniciado
de Educação da DSA, recebia, constantes observações,
1988 1º Grau – Completo tais como: “De que forma o Brasil sendo o país mais
2º Grau – Completo (estudar futuramente as desenvolvido da DSA ainda não tem sua universidade”?
opções levando em conta o Iasp) (Gorski, 2000).
1989 1º Grau – Completo O texto desse documento apontava para uma
2º Grau – Completo necessidade imediata quanto à abertura de uma Uni-
3º Grau – Teologia e Educação versidade Adventista no Brasil. “Reconhecendo a
urgência de providências para solucionar o desafio
1990 1º e 2º Graus – Completos angustiante dos nossos jovens que enfrentam proble-
3º Grau – Letras, Ciências, Música, Adminis- mas com o sábado, com filosofias não aprovadas por
tração e Ciências Contáreis Deus e com a falta de opções em nossa rede de ensino
superior, propusemos ao Conselho de Educação da
1991 3º Grau – Artes Práticas (Ciências
DSA a realização de estudos sobre a criação de uma
Domésticas).
Universidade tri-campi, para acelerar o oferecimento
1992 3º Grau – Estudos Sociais de novos cursos e oportunidades aos nossos jovens”
1994 3º Grau – Secretária Executiva Bilíngüe (Gorski, 1991, p. 1).
1996 3º Grau – Comunicações Para que este plano pudesse ser concretizado, foi
1998 3º Grau – Educação Física formada uma comissão composta por cinco pessoas:
“Nevil Gorski, Admir Arrais, José Iran Miguel, Paulo
2000 3º Grau – Biblioteconomia
Azevedo e Irineu Rosales” (Gorski, 1991, p. 1). Inicial-
mente, o projeto implicava na utilização de três campi:
Após quinze anos da data de abertura do último
IAE-AN, IAE-SP e Iasp. O propósito para a criação da
curso superior, que fora aprovado no IAE (Edu-
Universidade era fundamentado na idéia que a IASD
cação – 1973), são aberto dois novos cursos. No
devia atender as necessidades provenientes dos níveis
dia 18 de maio de 1988, sob o Decreto nº 96.045
do 1o e 2o graus, que na época, contava com 430 esco-
é autorizado o curso de Letras (G ross , 1999, p.
las e institutos, totalizando cerca de 120 mil alunos.
30). E, “em dezembro do mesmo ano é autorizado
O documento apresentava ainda “três objetivos
o funcionamento do curso de Ciências” (A rrais,
básicos para a criação da Universidade, os quais foram
1990). No ano seguinte, 1990, são levados ao Con-
expostos da seguinte maneira” (Gorski, 1991, p. 5):
selho Federal de Educação em Brasília, dois novos
processos de autorização de curso superior, os quais 1. Preparar profissionais nas áreas de Teologia,
foram protocolados no dia 05 de março de 1990. Educação, Saúde e outras, para atuarem como
Eram eles, Estudos Sociais e Administração. missionários da IASD.
2. Preparar profissionais em diferentes áreas para
Universidade Adventista do Brasil bem servir à pátria e a sociedade.
A partir do dia 6 de julho de 1991, Nevil Gorski, 3. Aplicar os princípios da educação integral de
então diretor do IAE-SP, elaborou uma proposta para acordo com a filosofia da educação adventista na
a abertura da Universidade Adventista do Brasil. O formação de profissionais em nível superior.
projeto foi apresentado ao Conselho Sul-Americano de Nesta ocasião o IAE contava, com os serviços de
Educação (Cosame), que se reuniu na sala de Dietética mais de 200 professores nos três Campi, sendo a maioria
da Faculdade Adventista de Enfermagem do IAE-SP, em período integral e suas bibliotecas possuíam cerca 80
para avaliar a proposta. “O documento apresentado mil volumes e 800 assinaturas de periódicos para o apoio
era composto de uma análise das condições especial- ao ensino e pesquisa (Gorski, 1992, p. 21).
mente físicas para a possível criação da Universidade Após a tabulação e planificação desses dados, foi
Adventista do Brasil” (Gorski, 2000). enviada uma Carta Consulta para o Conselho Federal
O projeto tomou forma somente dezoito anos de Educação (CFE), a fim de ser analisada a possibili-
depois que a primeira semente fora lançada pelo pró- dade da IASD receber a autorização para abertura do
prio Pastor Nevil Gorski, em 1973. Ao passo que, em processo. Essa carta ficou conhecida como a primeira

46 ACTA Científica - Ciências Humanas vol. 1, n. 10


solicitação oficial e protocolar que a IASD efetuou para abertura no ano de 1994.
a criação da Universidade Adventista do Brasil junto aos Em virtude do fechamento do Conselho Federal
Órgãos Federais de Educação. A carta foi endereçada de Educação, a IASD não pode avançar rapidamente
ao Sr. Presidente do Conselho Federal de Educação, como era previsto. Ao comentar aquele instante, Reis
no dia 25 de março de 1992. afirmou: “É como se nós estivéssemos com as mãos
Fato interessante e digno de nota é que essa carta amarradas, não podíamos fazer nada, apenas esperar
nunca foi respondida pelo CFE. Podemos indagar, por a reabertura do Conselho” (Reis, 2000). Naquele mo-
quê? Para responder essa pergunta é necessário efetuar mento a IASD possuía treze processos que estavam
uma análise na história do Brasil. Exatamente um mês tramitando no CFE, eram eles: “A Carta Consulta para
após a protocolação dessa Carta Consulta junto ao abertura da UAB e os processos de abertura dos seguin-
Conselho Federal de Educação, Pedro Collor apresenta tes cursos superiores: Administração (1990), Estudos
uma série de denúncias à Imprensa contra o seu irmão Sociais (1990), Tecnologia em Processamento de Dados
o Presidente Fernando Collor de Mello. A partir daí, (1992), Psicologia (1992), Educação Artística (1992),
inicia-se uma sucessão de eventos conturbados que Habilitação em Inglês (1993), Fisioterapia (1993),
culminam com o afastamento do Presidente no dia 02 Tradutor e Intérprete (1993), Secretário Executivo Bi-
de outubro de 1992. Ao comentar aquele instante, um língüe (1993), Nutrição (1993), Educação Física (1993)
líder educacional da IASD afirmou: “O período do e Comunicação Social (1994)” (Gorski, 1995). Todos
governo Collor foi muito traumático e inconsistente” esses processos foram desarquivados sob o pedido da
(Miguel, 2000). Essa instabilidade se projetou em todos IASD, no dia 15 de dezembro de 1995. Vale lembrar,
os órgãos públicos da nação, inclusive o CFE. que por ocasião da extinção do CFE, cerca de 6 mil
No lugar de Fernando Collor, assume em ca- processos foram arquivados.
ráter definitivo, o Vice-Presidente Itamar Franco Mesmo com todos estes obstáculos, a IASD não
no dia 29 dezembro de 1992. Ao tomar posse do deixou de persistir. Na página 19, do Boletim Infor-
cargo, ele elege o Ministro Murilo Híngel para mativo da Educação Sul-Americana, ano 16 – nº 25
ocupar o Ministério da Educação e Cultura, o qual (Julho-Dezembro) de 1995, o prof. Roberto Azevedo
nessa ocasião decide fechar o Conselho Federal de já preconizava uma investida junto à Presidência,
Educação. Durante o período de um ano e meio o Vice-Presidência da República, Ministro da Educação,
CFE permanece trancado para a entrada de novos autoridades do ensino e demais líderes do governo para
processos. Como conseqüência, a maioria dos pro- que fosse criada a Universidade Adventista. Podemos
cessos que já haviam sido protocolados tiveram sua observar que, neste momento havia um grande desejo
tramitação interrompida. e expectativa de todos os segmentos da IASD para
A despeito da situação crítica pela qual o país estava acelerar o processo de abertura da UAB.
atravessando, a IASD decidiu prosseguir lutando em Nessa época, a maioria dos processos que foram
busca do grande e sonhado ideal de Universidade. Em desarquivados estavam sendo reelaborados em conso-
1992, sob o Voto 92-060, foi “nomeado Homero L. nância às novas exigências do Conselho Nacional de
dos Reis como vice-diretor, a fim de tratar da expansão Educação. Os processos do IAE-SP foram preparados
universitária do IAE nos dois Campi” (Gross, 1999, p. sob a cordenação do professores José Iran, Hélio
31). Neste mesmo ano, mais precisamente no dia 13 de Serafino e Homero Reis. Já os processos do IAE-Ct
julho de 1992, foram votados numa reunião do Conselho (Campus Central em Eng. Coelho), foram organizados
Deliberativo do IAE-AN, quatro grupos de trabalho sob a “coordenação dos professores Admir Arrais,
para planejar a UAB. Os grupos estavam divididos em: Edilson Valiante, André Pasini e equipe de Professores
(1) Concepção e Perfil da Universidade; (2) Estatutos e do Ensino Superior” (Valiante, 2000).
Regimentos; (3) Organização Curricular e (4) Planeja- Uma data histórica que não pode ser esquecida no
mento Econômico-Financeiro e da Infra-Estrutura. plano de expansão universitário da IASD é o dia 29 de maio
Nessa mesma reunião, sob o voto de nº 92–024, é de 1996, quando “foi encaminhado ao Conselho Nacional
autorizado à Diretoria Acadêmica encaminhar quatro de Educação, numa única remessa, o pedido de autorização
processos de abertura de novos cursos: (1) Comuni- para abertura de 14 novos cursos para o IAE-Ct e 7 novos
cação Social, (2) Agronomia, (3) Biblioteconomia e cursos para o IAE-SP” (Gross, 1999, p. 31). Os cursos
(4) Secretariado Executivo Bilíngüe – Coordenadora: pretendidos pelos dois Campi eram os seguintes:
Sonia M. M. Gazeta. Entre os últimos itens a serem 1. IAE-SP – Fisioterapia, Nutrição, Computação,
votados neste dia esteve a autorização e elaboração de Educação Física, Pedagogia e Psicologia.
o projeto “Programa de Mestrado em Educação”, para 2. IAE-Ct – “História, Educação Artística, Ha-

ACTA Científica - Ciências Humanas 1º Semestre - 2006 47


bilitação em Inglês, Arquitetura e Urbanismo, esforços para oferecer o curso de Educação Física.
Engenharia Civil, Engenharia de Alimentos, Em 1995, “o IAE removeu o apoio que es-
Farmácia, Serviço Social, Turismo, Direito, tava dando ao Iasp bem como a União Central
Administração, Secretariado Executivo Bilíngue, Brasileira (UCB), removendo assim o direito ou
Tradutor e Intérprete e Comunicação Social” . a permissão do Iasp para abrir cursos superiores.
Dois anos depois (1998), começam a ser aprovados O sonho tinha que ser adiado”. No entanto, no
os primeiros cursos superiores para os dois Campi. Os final do mesmo ano, a UCB permitiu que o Iasp
primeiros cursos a serem abertos foram: No Campus continuasse suas investidas em relação à expansão
1, Fisioterapia e Nutrição; e no Campus 2, Educação do Ensino Superior.
Artística, Tradutor Intérprete, Letras – Inglês, Admi- Em 1996, “o Iasp pediu a UCB autorização para
nistração e Engenharia Civil. Neste mesmo ano, no dia a abertura de outros cursos: Ciências da Computação,
8 de maio, foi dada a entrada e protocolado junto ao Jornalismo e Direito. Em resposta, a União incentivou
Ministério da Educação do Brasil o Processo do Centro o Iasp a continuar trabalhando em prol dos cursos
Universitário Adventista de São Paulo. superiores, mas com algumas alterações: Ciência da
Finalmente, podemos citar que a coroação de Computação, História, Pedagogia, além de Educação
todo este processo de expansão universitária da Física”. No ano seguinte, o Iasp encaminhou ao MEC,
IASD se deu no dia 9 de setembro de 1999. O fato dois projetos: Pedagogia e Educação Física.
se deu “quando o Exmo. Sr. Presidente da República Ao completar 50 anos, em fevereiro de 1999, o
Federativa do Brasil, assinou o decreto oficializando Instituto recebeu do Conselho Nacional de Educa-
a criação do Centro Universitário Advetista de São ção a autorização para o funcionamento do Curso
Paulo, decreto este publicado no Diário Oficial do de Pedagogia, com habilitações em Administração
dia seguinte” (Gross, 1999, p. 32). Escolar e Orientação Educacional. A primeira turma
iniciou com 85 alunos e era ministrada pela FAECH
A expansão do ensino superior em outras – Faculdade Adventista de Educação e Ciências Hu-
instituições adventistas manas. Em agosto do mesmo ano, tendo a UCB como
Paralelamente à expansão dos novos cursos supe- mantenedora, o Iasp deixa o status de Instituto para
riores do Unasp, líderes de outras instituições educacio- exercer o “status de Faculdade”.
nais adventistas tomaram iniciativa para abrirem novos Em 28 de julho de 1999, o Conselho Nacional de
cursos superiores em diversas localidades geográficas Educação conferiu ao Iasp a autorização para o funcio-
de nosso país. A seguir apresentaremos os planos de namento do Curso de Educação Física, bacharelado e
expansão universitária destas instituições: licenciatura plena, a ser ministrado pela FAEF – Faculda-
de Adventista de Educação Física. Em 2000, iniciou-se a
1) Instituto Adventista São Paulo - (Iasp) primeira turma, que contou com 57 alunos, nesse ano o
Em 1988, os líderes educacionais do Iasp, situado curso de Pedagogia já contava com 134 matrículas.
em Hortolândia, SP, também sonhavam com a expan-
são educacional. Naquela época, a diretoria tinha o 2) Instituto Adventista de Ensino do Nordeste
desejo de abrir os seguintes cursos: Direito, Educação (Iaene)
Física, Jornalismo e Fisioterapia. Em 1992, a pedido Entre os anos 95-96 surgiu o sonho de implanta-
do IAE e com o apoio da DSA, o Iasp foi chamado ção dos cursos superiores no Iaene. Diversas pessoas
a reunir todos os seus esforços para a abertura dos sonharam e trabalharam de forma decisiva para a
cursos de Fisioterapia e Educação Física. O IAE e o concretização desse ideal. Entre elas podemos destacar
IASP planejaram juntos os dois projetos, uma vez que, o propulsor e mentor do projeto, Pr. Helder Roger
naquela época, a idéia era abrir uma Universidade tri- Cavalcante, e seus parceiros, Pr. Clóvis Ferreira Bun-
campi: IAE-SP, IAE-AN e Iasp. zen Júnior, Pr. Paulo Roberto de Carvalho Mendonça,
Entretanto, em 1993, o Iasp concluiu que o curso de Orlando Gomes Ferreira e Joel Gonsioroski.
Fisioterapia era inviável, pois os custos exigidos para a A Faculdade Adventista de Administração do Nor-
manutenção estavam aquém de suas possibilidades. Era deste foi autorizada pela portaria nº 223 de 06 de março
necessária a construção e compra de equipamentos para de 1998, publicada no Diário Oficial em 10 de março
vários laboratórios. Dessa forma, ficou determinado que o de 1998. Já a Faculdade Adventista de Fisioterapia teve
IAE-SP iria abrir o curso de Fisioterapia, pois contava com sua autorização efetuada pela portaria n.º 1.297 de 23
melhores condições, visto ter o curso de Enfermagem já de novembro de 1998, publicada no Diário Oficial em
funcionando. Sendo assim, o Iasp deveria intensificar seus 24 de novembro de 1998.

48 ACTA Científica - Ciências Humanas vol. 1, n. 10


Por fim, a Faculdade Adventista de Educação do Em janeiro e julho de 2000, uma nova pós-gra-
Nordeste com habilitação em administração e super- duação foi oferecida, agora para orientadoras e su-
visão escolar foi autorizada pela portaria n.º 1.404 de pervisoras. O curso teve mais de 100 participantes de
22 de dezembro de 1998, publicada no Diário Oficial toda a União. Paralelamente, o IACS fez um convênio
em 24 de dezembro de 1998. de ensino à distância com a Universidade Federal do
Paraná. Cerca de 30 cursos poderão ser oferecidos. O
3) Instituto Adventista de Ensino de Minas primeiro deles é o de pedagogia, apenas para profes-
Gerais (IAEMG) sores. Os alunos assistem aulas durante 2 semanas em
Segundo o prof. Elias F. Germanowicz, foram três janeiro e duas semanas em julho. O restante do ensino
realidades que contribuíram para a implementação do acontece via Internet, Correio, Bibliotecas, etc. A turma
ensino superior no IAEMG: (1) Ao visualizar o grande se iniciou com aproximadamente 110 alunos, todos os
potencial de crescimento da IASD no Brasil, os líderes participantes são professores das escolas adventistas
da obra educacional desta região trabalharam pela pos- da USB. O objetivo do projeto é proporcionar durante
sibilidade de se abrir uma instituição de nível superior. as férias, a um custo acessível, a possibilidade de um
(2) A empresa Golden Cross, dirigida pelo Dr. Milton melhor preparo para professores e administradores.
Afonso, estava disponibilizando recursos financeiros Em 2000, o Instituto Adventista Paranaense, com sede
para a concretização deste ideal. (3) O governo deu em Maringá, PR, obteve permissão junto ao MEC para
abertura para expansão universitária. abrir o curso de Administração.
O primeiro curso superior a ser autorizado
pelo MEC foi o curso de Ciências Contábeis, sob Conclusão
a portaria de nº 1.463, de 23 dezembro de 1998, a Não é tarefa simples chegar a uma conclusão
qual autorizava o funcionamento do curso, a ser sobre o tema abordado neste trabalho. Ao escrever a
ministrado pela Faculdade Adventista de Ciências história do Ensino Superior Adventista no Brasil po-
Contábeis de Minas Gerais, na cidade de Lavras demos observar os diversos períodos que marcaram o
(MG). A Faculdade seria mantida pelo Instituto seu desenvolvimento. É necessário, porém, que sejam
Adventista de Educação e Assistência Social Este delineadas algumas conclusões.
Brasileira, com sede na cidade de Niterói (RJ). Em dezembro de 1975, pouco antes de seguir para
Seis meses após a autorização do primeiro cur- Brasília a fim de assumir sua nova função, Nevil Gorski
so, o Ministério da Educação, sob a portaria de nº apresentou ao Conselho Deliberativo do IAE um pequeno
1.159, de 28 de julho de 1999, autorizou o funcio- relatório das atividades que haviam sido realizadas em sua
namento do curso de Bacharel em Administração, gestão. Neste documento, ele reitera que “o Conselho do
com habilitação em Administração de Empresas, IAE deveria, e com urgência, determinar que fossem feitos
a ser ministrado pela Faculdade Adventista de Ad- estudos mais pormenorizados quanto à possibilidade de
ministração de Minas Gerais, com sede na cidade alcançar a execução da Universidade Adventista do Brasil
de Lavras (MG). A faculdade seria mantida pela por volta dos anos de 1979 e 1980. Porém”, continuou
Instituição Adventista de Educação e Assistência ele, “reconheço que isto significa suor, sacrifício, dinheiro
Social Este Brasileira, com sede na cidade de Nite- e dedicação” (Gorski, 2000, p. 6).
rói (RJ). Ambos os cursos iniciaram seus programas Nessa oportunidade, GORSKI alimentou o sonho no
no mês de fevereiro de 2000. coração daqueles obreiros quando relatou um episódio que
havia ocorrido ainda no mês de novembro de 1975, por
4) Cursos superiores na União Sul-Brasileira ocasião de sua visita a Andrews University, USA. “Há três
(USB) semanas, estando na Andrews, ouvimos a profª Eurides
No ano de 1998, a USB começou a sentir a necessi- Brito, membro de nossa Igreja e do Conselho Federal de
dade de preparar melhor seus diretores de escola. Para Educação, enquanto agradecia ao título de doutora honoris
tanto, se pensou num curso de pós-graduação. Depois causa que lhe foi atribuída pela nossa Universidade. Falando
de fazer contatos com duas ou três escolas de nível a várias dezenas de representantes da DSA, lançou o desafio
superior, a União acertou com a Sociedade Paranaense para que em breve tenhamos a Universidade Adventista
de Ensino de Informática (SPEI) de Curitiba. O local do Brasil. Ela disse que durante o seu mandato como con-
escolhido para a realização do curso foi o IACS. Cerca selheira esperava assinar o termo de autorização da UAB.
de 100 diretores e supervisores de todos os campos Ao concluir suas palavras um forte ‘amém’ se fez ouvir”
da USB participaram do primeiro módulo, oferecido (Gorski, 2000, p. 7). Porém, esse tão almejado sonho não
entre janeiro e julho de 1999. se concretizou obedecendo essas expectativas.

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Pelo desenvolvimento da história do Ensino Su- 2. A idéia que permeava a mente de muitas pessoas
perior Adventista no Brasil, se pode deduzir que, após era, “pra que construirmos uma universidade se
a “abertura dos cursos de Teologia, Enfermagem e Jesus está prestes a voltar?” Esse mesmo sintoma
Educação, houve uma certa acomodação por parte foi observado nas origens da história de nossa
da liderança da IASD” (Serafino, 2000), pois naquela Igreja mundial.
época, se pensava que essas três áreas seriam suficientes 3. Muitos educadores buscaram concretizar esse
para a formação dos jovens adventistas no Brasil. “A sonho, porém não receberam o respaldo daque-
Saúde, Educação e Teologia (curar, educar e salvar) les que estavam ocupando posições de liderança
eram tidas como a tríplice ênfase do ministério de e desta forma acabaram lutando sozinhos.
Cristo aqui na Terra” (Ritter, 2000). 4. A idéia da criação da UAB não chegou a ser
Em vista disso, se pode concluir que a IASD pen- um consenso entre todos os segmentos da
sava em já estar cumprindo sua missão no que tange IASD no Brasil. Havia divergências ideológi-
ao preparo e formação dos futuros obreiros. E assim, cas sobre o assunto.
“por muito tempo a IASD esteve fora da corrida social 5. Faltou unidade de propósitos entre os educado-
do momento, que era chamada, a corrida universitária” res e pastores. Muitos líderes da área ministerial
(Serafino, 2000). Esse fato se torna evidente no mo- não aceitavam que os recursos da evangelísticos
mento em que analisamos o histórico da expansão do fossem aplicados na educação.
Ensino Superior Adventista no Brasil. 6. Pode-se observar também a falta de profes-
Podemos verificar que após o primeiro impulso sores adventistas qualificados para lecionarem
dado em 1973, se passaram 15 anos até que os dois e coordenarem os cursos superiores. Esse
próximos cursos superiores (Letras e Ciências) fos- fato revela a necessidade de haver um plano
sem aprovados. Ao comentar as oportunidades desse de bolsas consistente e permanente para a
período, um líder da educação adventista afirmou: formação de educadores.
“a IASD perdeu os anos de ouro para poder entrar
nos anos de ferro e bronze” (Miguel, 2000). Foi Com esse quadro em mente, surgem algumas
nesse período que “a segunda e terceira universida- indagações: Como será o futuro do ensino superior
des protestantes no Brasil foram abertas, ou seja, a adventista no Brasil? De que forma ele poderá superar
Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), em seus iminentes desafios? Como poderá sobreviver sem o
1975, e a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), suporte das organizações superiores? Sustentará ele sua
em 1982” (Schulz, 2000). filosofia de educação e permanecerá firme em face às
Um outro momento que ficou para a história, grandes pressões da “secularização e do academicismo”?
no processo da expansão universitária adventista no (Azevedo, 2000) Estarão seus educadores envolvidos e
Brasil, foi o período de 1988-1998, onde se passaram comprometidos com a missão deixada por Jesus?
mais 10 anos para que os demais cursos fossem apro- Essas e outras perguntas nos levam a refletir
vados pelo Ministério de Educação e Cultura. Em quanto aos rumos da educação superior adventista
outras palavras, podemos observar que houve um no Brasil. Como bem lembrou o Dr. Humberto
período de 25 anos em que a IASD não conseguiu M. Rasi, em seu discurso inaugural no “Encontro
abrir novos cursos superiores. Essas informações da Educação Superior Adventista”, realizado em
levam-nos a indagar: “Por quê”? Por meio desta março de 1999 na cidade de Maryland, USA: “Ao
pesquisa, podemos perceber um conjunto de fatores nos aproximarmos do limiar de um novo século,
que foram decisivos na desaceleração do processo de início do terceiro milênio, podemos concluir que
expansão universitária adventista de nossa Igreja, aos as instituições educacionais superiores adventistas
quais buscaremos discorrer a seguir: estão caminhando em direção a um momento
1. Nos primórdios desse processo, a visão da lide- decisivo de sua história”. Sem dúvida, este é um
rança se restringia apenas à Saúde, Educação e momento muito oportuno para ponderarmos sobre
Teologia (curar, educar e salvar). os destinos dessa trajetória.

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Notas
 1 O Arauto da Verdade de dezembro de 1906, pág. 190.  9 Cópia do voto (75-150), enviada pelo prof. Oli Pinto em 1 de
 2
Histórico do surgimento da Faculdade Adventista de Enfermagem, setembro de 2000.
Centro da Memória Adventista, 27/02/1997.  10 Idem.
 3
Idem.  11 Flamboyant Informativo Semanal do Instituto Adventista de Ensino
 4
Kudzielicz, Maria. Documento enviado a Renato Stencel no – Campus Central, 31/05/96.
dia 30 de agosto de 2000.  12
Documento preparado pela diretoria do IASP para composição
 5
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, de 14 de Agosto do texto do III Simpósio da Memória Adventista no Brasil. p. 1.
de 1973 – Brasília, DF.  13 Idem. Pág. 2.
 6
Ficha sobre o histórico da Faculdade Adventista de Educação.  14 Rasi, H. M., Adventist Higher Education at the Crossroads, palestra
Arquivos do Centro de Memória Adventista inaugural do último Encontro da Educação Superior Adventista. O Prof. Humberto
 7 Dado obtido junto à Secretaria da Faculdade Adventista de Edu- Rasi é diretor do departamento de Educação da Associação Geral da IASD,
cação, 11/09/2000. com sede em Silver Springs, Maryland - USA.
 8
Cópia enviada via fax pelo Pr. Nevil do voto do Conselho Deliberativo.

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