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A carta de Caminha

Leia quem foi Pero Vaz de Caminha e alguns trechos de sua carta, enviadas
ao rei de Portugal.

Bem-vindo à História do Brasil!

Você vai voltar ao ano de 1500 para conhecer a carta que Pero Vaz de
Caminha, um dos tripulantes da frota de Pedro Álvares Cabral, escreveu ao
rei de Portugal anunciando a descoberta da nova terra: o Brasil .Pero Vaz de
Caminha era amigo do rei Dom Manuel e viajou junto com a frota numa
função que misturava os talentos de um escritor e de
um jornalista. Ele tinha que escrever sobre a viagem, mas sem se preocupar
com os detalhes técnicos. Para isso existiam outros homens. Caminha devia
se preocupar mais em registrar os hábitos das pessoas e como eram os
lugares por onde a frota de Cabral passaria. E isso ele fez muito bem! É o
primeiro documento da nossa história. Fizemos aqui uma adaptação livre dos
principais trechos da carta, como um diário de bordo, para você ter uma
ideia de como o Brasil e os índios – os primeiros brasileiros – foram visto se
compreendidos pelos portugueses. Boa viagem!
No dia 9 de março de 1.500, a frota comandada por Pedro Álvares Cabral,
um militar de 32 anos, saiu de Portugal, na Europa, com destino a Calicute,
na Índia. Foi no caminho dessa viagem que Cabral descobriu o Brasil! A frota
de Cabral foi a maior, pelo menos até aquele momento. O principal objetivo
da viagem era instalar um entreposto comercial para facilitar a compra e o
envio de pimenta – muito importante para a Europa na época – e outras
especiarias que eles compravam da Índia. A pimenta era tão valiosa que os
hindus a trocavam por ouro! Importante: os portugueses eram católicos e
aproveitavam suas viagens comerciais para tentar converter ao cristianismo
povos que praticavam outras religiões.

A carta :

Senhor,

Eu sei que o capitão-mor e que os outros capitães de nossa frota escreverão


a Vossa Alteza contando sobre o descobrimento da nova terra. Mesmo assim,
também escrevo. Da melhor maneira que posso. Porém, sabendo que o farei
bem pior do que todos os outros. Que a minha incompetência seja vista como
boa vontade!
Acredite, Vossa Majestade, que tentarei ao máximo não aumentar ou
diminuir nada. Apenas contar aquilo que vi, o que já não será pouco! Não
pretendo contar sobre os detalhes da navegação e do caminho, porque não
saberei fazê-lo. Disso, certamente, os pilotos falarão!
A partida de Belém, foi no dia 9 de março, uma segunda-feira. No domingo,
dia 22 do mesmo mês, por volta das dez horas, já estávamos próximos das
Ilhas de Cabo Verde e de São Nicolau. Na noite seguinte, perto do
amanhecer, a naude Vasco de Ataíde, estranhamente, se perdeu da frota.
Não houve nenhuma mudança de tempo que justificasse o motivo do
desaparecimento que justificasse o motivo do desaparecimento.
O capitão tentou de várias maneiras localizara nau, mas ela nunca mais
apareceu!...
“Agora, que estamos para partir, vou falar sobre essa terra, que de tão
grande, parece não ter fim. Nas praias há alguns barrancos de terra
vermelha e branca. Onde a terra é plana, há muitas palmeiras e grandes
árvores.
Não posso dizer se na terra há ouro, prata, ferro ou algum outro metal. Não
os vimos!
O clima é muito agradável, frio e temperado. A água é farta e nos pareceu
infinita. Isso tudo me faz acreditar que, querendo aproveitá-la para plantio,
tudo nela frutificará.
Mas o melhor fruto que desta terra se poderá tirar
é o seu povo, que ainda vive na inocência!
E assim, tentei dizer o que pude ver da terra.

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