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CURSO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL

MARIA DE LOURDES DE ABREU


MARIA ELIANE DE ABREU DOS SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES NO DIAGNÓSTICO DE TDAH


(TRANSTORNO DO DÉFICIT DE APRENDIZAGEM E
HIPERATIVIDADE) PELO PSICOPEDAGOGO CLÍNICO

Escada - PE
Agosto, 2018
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL

AS CONTRIBUIÇÕES NO DIAGNÓSTICO DE TDAH


(TRANSTORNO DO DÉFICIT DE APRENDIZAGEM E
HIPERATIVIDADE) PELO PSICOPEDAGOGO CLÍNICO

Este trabalho foi idealizado pelas


discentes; Maria de Lourdes de Abreu,
e Maria Eliane de Abreu dos Santos.
Referente às disciplinas: Fundamentos
Fonoaudiológicos da Aprendizagem
do curso de Psicopedagogia Clínica e
Institucional da Faculdade da Escada
- FAESC.
Docente: Cândida Sergio.

Escada - PE
Agosto, 2018
INTRODUÇÃO
Sabe-se que os cursos de Psicopedagogia formam profissionais para
trabalhar tanto na área clínica como na institucional. A diferença entre as duas
áreas está no campo de atuação, sendo que o Psicopedagogo institucional atua
em instituições, seja ela, escolar, hospitalar ou empresarial. Já o Psicopedagogo
clínico trabalha em consultório atendendo crianças, jovens ou adultos, com
dificuldades de aprendizagem, tendo a parceria de outros profissionais (Pediatra,
Neuropediatra, Fonoaudiólogo, Psicólogo, dentre outros) para o caso de haver
necessidade de encaminhamento. Porém, independentemente da área de
atuação, ambos precisam conhecer e compreender como se dá o processo de
construção do conhecimento, assim como conhecer as dificuldades de
aprendizagem e possíveis formas de intervenção. Também saber até onde pode
ajudar e o momento certo para fazer o encaminhamento.
Embora exista uma clara definição que evidencia a diferença entre os dois
campos de atuação dos profissionais acima apontados. Ainda há, atualmente,
dúvidas sobre como se dá essa diferença, tanto no tocante às áreas de atuação,
quanto na própria função desempenhada pelos mesmos. Sendo, eles, até,
negligenciados no próprio ambiente institucional em que costuma atuar, pelos
seus companheiros de trabalho por falta de conhecimento sobre suas funções.
Pois, é fato que o trabalho do Psicopedagogo nunca é individual; por isso que o
mesmo sempre busca constante aprimoramento. Porém, perguntas, tais como:
“O que faz um Psicopedagogo?” “Qual a diferença entre os dois” “Quando
chamar um Psicopedagogo” “Qual a função e importância desses profissionais?”,
ainda estão presentes, não apenas entre cidadãos “comuns”, mas também em
grande parte dos profissionais qualificados do mercado, muitos deles no
ambiente acadêmico.
Assim, tendo como base que a psicopedagogia é um campo de
conhecimento e atuação que lida com os problemas de aprendizagem nos seus
padrões normais ou patológicos, considerando a influência da família, da escola
e da sociedade no seu desenvolvimento. E uma ciência que estuda o processo
de aprendizagem humana, suas características, como se aprende, como a
aprendizagem varia evolutivamente, como se produzem as alterações na
aprendizagem, como reconhecer, tratar e prevenir essas alterações. Sendo
assim, o Psicopedagogo irá fazer uma análise da situação do aluno para poder
diagnosticar os problemas e suas causas. Ele levanta hipóteses através da
análise de sintomas que o indivíduo apresenta, ouvindo a sua queixa, a queixa
da família e da escola. Para isso, torna-se necessário conhecer o sujeito em seus
aspectos neurofisiológicos, afetivos, cognitivos e social, bem como entender a
modalidade de aprendizagem do sujeito e o vínculo que o indivíduo estabelece
com o objeto de aprendizagem, consigo mesmo e com o outro. O Psicopedagogo
procura, portanto, compreender o indivíduo em suas várias dimensões para
ajudá-lo a reencontrar seu caminho, superar as dificuldades que impeçam um
desenvolvimento harmônico e que estejam se constituindo num bloqueio da
comunicação dele com o meio que o cerca.
Portanto, este trabalho aborda a função e atuação do profissional
Psicopedagogo no ambiente clínico, ou seja, o não-institucional. Referente ao
tratamento do DTAH. De como ele, utilizando suas ferramentas, é uma chave
primordial no tratamento e no diagnóstico do transtorno. Pois apresenta uma
função importantíssima em todo o processo, desde o diagnóstico ao tratamento
em si. Sendo, muitos, ainda, acompanhantes do paciente fazendo parte em seu
tratamento. Portanto, o objetivo principal não é de expor a doença em si ou
oferecer um conteúdo abrangente sobre a mesma, mas localizar e expor a
atuação desse profissional e, assim, desenvolver uma conclusão sobre a
relevância dele para o diagnóstico dos indivíduos. Para isso, será apresentado
no corpo do trabalho fatos que compõem e estruturam o conhecimento acerca
tanto da doença e seu tratamento quanto do profissional. Com uma breve
introdução sobre o transtorno, seguindo com a atuação do profissional, que se
dá através da avaliação e diagnóstico. Onde tenta-se responder as indagações
sobre o transtorno, o campo de atuação e as suas contribuições.

DESENVOLVIMENTO
O Transtorno
Segundo o ABDA, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
(TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na
infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se
caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Sendo
chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também
é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. Ele é reconhecido oficialmente por
vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países,
como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto
a receberem tratamento diferenciado na escola. Existe inclusive um Consenso
Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o
mundo a este respeito. Ele é o transtorno mais comum em crianças e
adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ocorrendo em 3 a 5%
das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado.
Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida
adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
Os sintomas
Afirmasse que o TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de
sintomas: Desatenção e Hiperatividade-impulsividade. Que durante a infância,
em geral, se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais
crianças, pais e professores. As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no
mundo da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” ou “ligados
por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem
a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos
são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais
problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e
limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do
trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos
(parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e
também são impulsivos (“colocam os carros na frente dos bois”). Eles têm
dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais
à sua volta. São frequentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande
frequência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool,
ansiedade e depressão. Dentre as possíveis causas do transtorno, destacam-se
essas: Hereditariedade; Substâncias ingeridas na gravidez; Sofrimento fetal;
Exposição a chumbo; Problemas Familiares.
Atualmente, apesar de não haver cura para o TDAH, existe uma infinidade
de abordagens terapêuticas que permitem que as pessoas com o transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade desenvolvam diferentes habilidades, vivam
com qualidade, sejam socialmente inseridos e alcancem grandes objetivos. O
tratamento do TDAH é abrangente e individualizado. Cada criança, adolescente
ou adulto com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode responder
ao tratamento proposto de forma diferente e, por isso, é tão importante que haja
acompanhamento médico, psicológico, educacional e familiar bastante próximo.
A abordagem mais utilizada para o tratamento do TDAH é a abordagem
combinada (multimodal), que consiste no uso de medicamentos associado a
recursos complementares para melhorar a resposta final do paciente. Isso pode
incluir a utilização de intervenções psicoterápicas, fonoaudiológicas,
psicopedagógicas, mudanças no estilo de vida, além do uso de recursos
tecnológicos e ajustes no ambiente onde o paciente está inserido.
Objetivo principal do tratamento é que o paciente aprenda a lidar com seus
sintomas, evitando ou limitando os prejuízos em sua vida. Para isso, a
medicação é importante, assim como outros recursos que envolvem trabalho
psicoeducativo com a família e a escola (no caso de crianças), o entendimento
sobre o que é o TDAH e como deve ser feito o tratamento, além de mudanças
na rotina, na estrutura e no ambiente em que vive o paciente. Dr. Gustavo
Teixeira, médico especialista em psiquiatria da infância e adolescência,
professor visitante do Departamento de Educação Especial da Bridgewater State
University (EUA) e editor-chefe do site www.comportamentoinfantil.com. – CRM
RJ 5273634-1

A avaliação Psicopedagoga
A avaliação é um dos componentes críticos da intervenção psicopedagógica,
pois nela se fundamenta as decisões voltadas à prevenção e solução das
possíveis dificuldades dos alunos, promovendo melhores condições para o seu
desenvolvimento. A avaliação, em si, envolve: A identificação dos principais
fatores responsáveis pelas dificuldades da criança. Pois é preciso determinar do
que se trata o caso, se de um distúrbio de aprendizagem ou de uma dificuldade
provocada por outros fatores (emocionais, cognitivos, sociais...); O levantamento
do repertório infantil relativo as habilidades acadêmicas e cognitivas relevantes
para a dificuldade de aprendizagem apresentada, abrangendo: conhecimento do
conteúdo acadêmico e da proposta pedagógica; investigação de repertórios
relevantes para a aprendizagem, como a atenção, hábitos de estudos, solução
de problemas, desenvolvimento psicomotor, linguístico, etc.; avaliação de pré-
requisitos e/ou condições que facilitem a aprendizagem dos conteúdos;
identificação de padrões de raciocínio utilizados pela criança ao abordar
situações e tarefas acadêmicas; e A identificação de características emocionais
da criança, estímulos e esquemas de reforçamento aos quais responde e sua
interação com as exigências escolares propriamente ditas.
A avaliação deve ser um processo dinâmico, pois é nela que são tomadas
decisões sobre a necessidade ou não de intervenção psicopedagógica. Ela é a
investigação do processo de aprendizagem do indivíduo visando entender a
origem da dificuldade e/ou distúrbio apresentado. Inclui entrevista inicial com os
pais ou responsáveis pela criança, análise do material escolar, aplicação de
diferentes modalidades de atividades e uso de testes para avaliação do
desenvolvimento, áreas de competência e dificuldades apresentadas. Durante a
avaliação podem ser realizadas atividades matemáticas, provas de avaliação do
nível de pensamento e outras funções cognitivas, leitura, escrita, desenhos e
jogos. Inicialmente, deve-se perceber, na consulta inicial, que a queixa apontada
pelos pais como motivo do encaminhamento para avaliação, muitas vezes pode
não só descrever o “sintoma”, mas também traz consigo indícios que indicam o
caminho para início da investigação. “A versão que os pais transmitem sobre a
problemática e principalmente a forma de descrever o sintoma, dão-nos
importantes chaves para nos aproximarmos do significado que a dificuldade de
aprender tem na família” (FERNÁNDEZ, 1991, p. 144).
Depois de coletadas informações que considera importante para a avaliação,
o psicopedagogo irá intervir visando à solução de problemas de aprendizagem
em seus devidos espaços, uma vez que a avaliação visa reorganizar a vida
escolar e doméstica da criança e, somente neste foco ela deve ser encaminhada,
vale dizer que fica vazio o pedido de avaliação apenas para justificar um
processo que está descomprometido com o aluno e com a sua aprendizagem.
“De fato, se pensarmos em termos bem objetivos, a avaliação nada mais é do
que localizar necessidades e se comprometer com sua superação”
(VASCONCELOS, 2002, p. 83).
O diagnóstico
Diagnosticar um distúrbio de aprendizagem é uma tarefa difícil e para fazê-lo
de modo preciso e eficiente há que se ter a participação de equipe interdisciplinar
e utilização de diferentes instrumentos para avaliação. Durante o diagnóstico
psicopedagógico, o discurso, a postura, a atitude do paciente e dos envolvidos
são pistas importantes que ajudam a chegar nas questões a serem desvendadas.
É através do desenvolvimento do olhar e da escuta psicopedagógica,
trabalhados e incorporados pelo profissional que poderão ser lançadas as
primeiras hipóteses acerca do indivíduo. Esse olhar e essa escuta ultrapassam
os dados reais relatados e buscam as entrelinhas, a emoção, a elaboração do
discurso inconsciente que o atendido traz. O objetivo do diagnóstico é obter uma
compreensão global da sua forma de aprender e dos desvios que estão
ocorrendo neste processo que leve a um prognóstico e encaminhamento para o
problema de aprendizagem. Procura-se organizar os dados obtidos em relação
aos diferentes aspectos envolvidos no processo de aprendizagem de forma
particular. Ele envolve interdisciplinaridade em pelo menos três áreas: neurologia,
psicopedagogia e psicologia, para possibilitar a eliminação de fatores que não
são relevantes e a identificação da causa real do problema.
É de extrema relevância detectarmos, através do diagnóstico, o momento da vida
da criança em que se iniciam os problemas de aprendizagem. Do ponto de vista
da intervenção, faz muita diferença constatarmos que as dificuldades de
aprendizagem se iniciam com o ingresso na escola, pois pode ser um forte
indício de que a problemática tinha como causa fatores intra-escolares (BOSSA,
2000, p. 101).

Segundo a Psicopedagoga Graciela Marx, na clínica vai acolher em


primeiro lugar a família com suas angústias, queixas, dúvidas e inseguranças.
Na entrevista inicial serão definidos horários, quantidades de sessões,
honorários, importância da frequência, da presença e o que ocorrer.
O diagnóstico é composto de aproximadamente 8 a 10 sessões, sendo duas a
três por semana com duração de 50 minutos cada. Quando diagnosticados pelo
psicopedagogo somente problemas de aprendizagem, o profissional atua em
uma linha terapêutica, desenvolvendo técnicas remediativas (através de sessões
lúdicas), orienta pais e professores de forma que seu trabalho seja integrado e
não individual”, explica a Psicopedagoga Graciela Marx.

Sendo assim, o diagnóstico psicopedagógico é visto como um momento


de transição, um passaporte para a intervenção, devendo seguir alguns
princípios, tais como: análise do contexto e leitura do sintoma; explicações das
causas que coexistem temporalmente com o sintoma; obstáculo de ordem de
conhecimento, de ordem da interação, da ordem do funcionamento e de ordem
estrutural; explicações da origem do sintoma e das causas históricas; análise do
distanciamento do fenômeno em relação aos parâmetros considerados
aceitáveis, levantamento de hipótese sobre a configuração futura do fenômeno
atual e, indicações e encaminhamentos. O diagnóstico não pode ser
considerado como um momento estático, pois é uma avaliação do aluno que
envolve tanto os seus níveis atuais de desenvolvimento, quanto as suas
capacidades e possibilidades de aprendizagem futura. O que se visa atualmente
é que o diagnóstico seja um trabalho conjunto onde todas as pessoas que estão
envolvidas com o aluno devem participar, e não atuar como meros coadjuvantes
desse processo. Ele não é um estudo das manifestações aparentes que ocorrem
no dia-a-dia escolar, é uma investigação profunda, na qual são identificadas as
causas que interferem no desenvolvimento do aluno, sugerindo atividades
adequadas para correção e/ou compensação das dificuldades, considerando as
características de cada aluno.
Métodos
O diagnóstico psicopedagógico é composto de várias etapas que se
distinguem pelo objetivo da investigação. Sendo assim, há: a anamnese só com
os pais ou com toda a família para a compreensão das relações familiares e sua
relação com o modelo de aprendizagem do sujeito; a avaliação da produção
escolar e dos vínculos com os objetivos de aprendizagem escolar; a avaliação
de desempenho em teste de inteligência e viso-motores; a análise dos aspectos
emocionais por meio de testes e sessões lúdicas, entrevistas com a escola ou
outra instituição em que o sujeito faça parte; etc. Esses momentos podem ser
estruturados dentro de uma sequência diagnóstica estabelecida. Existem
diferentes modelos de sequência diagnóstica, sendo que nos deteremos no
modelo desenvolvido por Weiss (1992). As etapas que compõem o modelo e o
caracterizam: Entrevista Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S.); Entrevista
de anamnese; Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças);
Provas e Testes (quando necessário); Síntese diagnóstica – Prognóstico;
Entrevista de Devolução e Encaminhamento.
Porém, é importante que se toque inicialmente nos aspectos mais
positivos do paciente para que o mesmo se sinta valorizado. Muitas vezes a
criança já se encontra com a auto-estima tão baixa que a revelação apenas dos
aspectos negativos acaba perturbando-o ainda mais, o que acaba por inviabilizar
a possibilidade para novas conquistas. Depois, deverão ser mencionados os
pontos causadores dos problemas de aprendizagem. Posterior a esta conduta
deverá ser mencionada as recomendações como troca de escola ou de turma,
amenizar a superproteção dos pais, estimular a leitura em casa etc; e as
indicações que são os atendimentos que se julgue necessário como
fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista etc.
CONCLUÇÃO
A função do psicopedagogo é auxiliar o indivíduo que não aprende a se
encontrar nesse processo, ajudá-lo a desenvolver habilidades, sempre com o
apoio da rede de sustentação familiar. Através do estudo e identificação da
origem da dificuldade em aprender, se desenvolve atividades que estimulem as
funções cognitivas que estão desativadas no paciente e a questão afetiva e
social. Nas sessões os recursos como jogos e livros têm a finalidade de descobrir
os estilos de aprendizagem do paciente: ritmos, hábitos adquiridos, motivações,
ansiedades, defesas e conflitos em relação ao aprender.
Segundo a professora e também Psicopedagoga Janira Siqueira
Camargo, quando, em uma entrevista dada a TV UEM sobre os profissionais da
Psicopedagogia, indagada sobre até onde vai a avaliação do Psicopedagogo.
Ela afirma que

“é importante que se tenha clareza do limite da nossa atuação, pois a


gente tem instrumentos e materiais específicos que podemos utilizar,
sem fazer uso de testes e/ou procedimentos pertencentes às demais
áreas como o Psicólogo, fonoaudiólogo, Psiquiatra entre outros. Então o
Psicopedagogo faz suas avaliações nos seus determinados limites e,
então, através de suspeitas ele encaminha o indivíduo ao profissional
adequado. Como por exemplo, se há uma suspeita que uma criança
apresenta um quadro de TDAH, o Psicopedagogo encaminhará essa
criança ao devido profissional, pois não ser capaz de realizar o
diagnóstico.”

Portanto, baseando-se em todas as afirmações apresentadas. Pode-se


afirmar que o trabalho do Psicopedagogo é como se fosse um detetive, e não
apenas isso, mas funcionando também como intermediário entre os demais
profissionais.
O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando
solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas
a sua meta fundamentalmente é investigar todo o processo de
aprendizagem levando em consideração a totalidade dos fatores nele
envolvidos, para valendo-se desta investigação, entender a constituição
da dificuldade de aprendizagem (RUBINSTEIN, 1987, p. 51).
Sendo de suma importância sua avaliação e atuação no diagnóstico do
distúrbio, tendo que por muitas vezes desmistificar coisas que prejudicam no
processo do tratamento dos indivíduos, pois, segundo o ABDA, ainda há
algumas pessoas que insistem que o TDAH não existe, por inocência, e falta de
formação científica, e até mesmo por má-fé. Alguns chegando a afirmar que “o
TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para
terem lucros com o tratamento. Por isso a presença de um profissional
devidamente qualificado é de suma importância para desmistificar e orientar
sobre o problema e encaminhar para a melhor solução. Sendo assim, esse
profissional é o Psicopedagogo Clínico um licenciado preparado para atender
crianças e adolescentes com dificuldades no processo de aprendizagem. O seu
trabalho pode ter um caráter preventivo ou interventivo (avaliação, diagnóstico e
intervenção). Durante o processo de diagnóstico procura compreender as
mensagens, muitas vezes implícitas, sobre os motivos que levam os pacientes
a obterem resultados insuficientes ao esforço aplicado em sua busca pela
aprendizagem. Que irá se empenhar para identificar as causas dos problemas
de aprendizagem usando instrumentos próprios da Psicopedagogia, provas
operatórias (Piaget), provas projetivas (desenhos), EOCA (Entrevista Centrada
na Aprendizagem), anamnese (coleta de dados significativos sobre a história de
vida do paciente), sessões lúdicas, sempre com olhar apurado e atento a tudo.

REFERÊNCIAS
ABDA - Associação Brasileira do Déficit de Atenção. O QUE É TDAH.
Disponível em: <https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/>. Acesso em 16
Agos. 2018.

BOSSA, Nádia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a


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ALMEIDA, Giseli. Programa Algo a Mais | O Que é Psicopedagogia | Parte


II. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3JaOV2UjMZc>.
Acesso em: 15 Agos. 2018.

JORNAL O AUTO TAQUARI. Entenda a função do psicopedagogo clínico.


AT Cotidiano. 2017. Disponível em:
<http://www.oaltotaquari.com.br/portal/2017/03/entenda-a-funcao-do-
psicopedagogo-clinico/>. Acesso em: 16 Agos. 2018.

MARICATO, Cristiane Carminati. Psicopedagogia Clínica X Institucional: Do


que se trata?. Portal Educação. 2013. Disponível em:
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/psicopedagogi
a-clinica-x-institucional-do-que-se-trata/30071>. Acesso em: 16 Agos. 2018.
MORAES, Deisy Nara Machado de. DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA. Instituto do Desenvolvimento Educacional do Alto
Uruguai – IDEAU. 2010. Getúlio Vargas - RS. Disponível em:
<https://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/203_1.pdf>.
Acesso em: 15 Agos. 2018.

RUBINSTEIN, Edith. A psicopedagogia e a Associação Estadual de


Psicopedagogia de São Paulo. In SCOZ, Beatriz Judith Lima (et al).
Psicopedagogia: o caráter interdisciplinar na formação e atuação
profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987, cap. 1.

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<http://tdah.novartis.com.br/tratamento-do-tdah/#>. Acesso em 15 Agos. 2018.

TV UNICESUMAR. Entenda: Qual a função do psicopedagogo?. 2017.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=d-s_TmahO_A>. Acesso
em 15 Agos. 2018.

UEM TV. Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional na


UEM. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-
n4Q4BPYY8k>. Acesso em 15 Agos. 2018.

VASCONCELLOS, Celso. Avaliação da aprendizagem: construindo uma


práxis. In: Temas em educação – 1º Livro da Jornadas de 2002. Futuro
Eventos.

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão


diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1992.

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