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Questão 1:

A falência e a recuperação de empresas encontram-se reguladas pela Lei


11.101/2005 (Lei de Falência e Recuperação de Empresas).
Na Recuperação de Empresas, o procedimento é benéfico para o devedor e
pode ocorrer extrajudicialmente ou judicialmente através de um acordo realizado
entre um devedor (empresário, empresa individual de responsabilidade limitada
ou sociedade empresaria) devidamente registrado na Junta Comercial e parte
de seus credores, cuja finalidade é recuperar a atividade empresarial em início
de crise, desde que esta demonstre possuir viabilidade econômica, princípio da
continuidade da empresa.
Este acordo acarreta em novação, ou seja, substitui uma dívida antiga por uma
nova. Na recuperação extrajudicial, o devedor tem total liberdade de criar o seu
plano que deve ser apresentado em Assembleia para votação e adesão da
maioria, após é necessário que o devedor homologue o acordo em juízo.
Há a possibilidade do devedor ingressar primeiramente em juízo e no curso do
processo tentar promover o acordo. Vale salientar que neste momento inicia-se
o período de blindagem para o devedor, ou seja, se houver ação de execução
são paralisadas pelo período de 180 dias, entende-se que este é o período de
negociação entre devedor e credores.
A falência é um processo de execução coletiva judicial que tem por finalidade
oferecer ao devedor (empresário, empresa individual de responsabilidade
limitada ou sociedade empresaria) a oportunidade de encerrar suas atividades
causando o menor prejuízo possível a seus credores, possibilitando o
pagamento proporcional a todos os credores conforme o montante de cada um,
sendo todos os créditos considerados vencidos, ainda que vincendos, tendo em
vista o princípio da paridade.
De maneira geral pode-se dizer que a falência será possível quando a
capacidade econômica desse devedor estiver sendo afetada pela
impontualidade de cumprir suas obrigações ou por demonstrar que irá ocasioná-
la (ART. 94, I e II, III da Lei 11.101/2005), pelas práticas de atos de falência (ART.
94, III da Lei 11.101/2005), quando não satisfeitos os requisitos para a
concessão de recuperação de falência (ART. 105 da Lei 11.101/2005), e na
requisição de autofalência (ART. 105 da Lei 11.101/2005) do devedor que se
encontra em crise econômico-financeira e que não se encaixa nos requisitos
para requisitar a recuperação judicial.
Essa circunstância jurídica decorre de uma sentença declaratória concedida pelo
juiz, e o devedor após citado tem o prazo de 10 dias para apresentar a
contestação. Nesta fase da falência, os sócios são afastados da empresa, e são
apurado os motivos da falência, tendo inicio a arrecadação de bens e
classificação dos créditos (ativos).
A terceira fase da falência, acontece a liquidação, onde todos os bens (ativos)
são vendidos para pagar os credores (passivo).
A lógica do processo da falência, gera em torno do patrimônio do devedor, e
constatado o pagamento do passivo ou esgotamento do ativo, o processo é
encerrado judicialmente com a comunicação pelo Administrador ao Juiz.
Importante mencionar que nos casos em que não se pagou mais da metade do
passivo, o processo é encerrado com limitações para os próximos 5 anos do
devedor.

Questão 2:
No presente caso, o grupo entende que deve ser solicitada a falência da
Empresa atuante no ramo da oficina mecânica e funilaria, bem como propor que
seja desfeito de forma judicial a transferência indevida dos bens para o ex-
empregado aposentado e sem condições financeiras para se custear, pois os
sócios Paulo Petronizildo e Pedro Paulinizildio, incorreram em Fraude Contra
Credores.

O grupo utilizou como estudo, o dispositivo legal Art. 94, inciso III, alínea “a” da
LEI 11.101/2005 e o entendimento do STJ de 24 de Agosto de 2010.
A fraude contra credores é considerada prática de ato de falência, e está prevista
no artigo 168 da lei 11.101/2005, pois indica intenção do devedor em obter
vantagem para si mesmo, neste caso transferindo o estabelecimento a terceiro,
sem a prévia autorização e concordância dos credores e sem ficar com bens que
sejam suficientes para liquidar suas dividas. Conforme o previsto no artigo 1142
C.C, o estabelecimento comercial é peça fundamental que possui garantia
máxima do cumprimento da obrigação do devedor para com seus credores, de
modo que a lei explícita a obrigatoriedade do consentimento de todos os
credores, e a existência de bens suficientes para sanar o passivo. Desta forma,
e de acordo com o estabelecido em lei, "qualquer ação do devedor que, por meio
de simulação, tenha por finalidade burlar a legislação ou a fiscalização ou causar
prejuízo a credor, deverá ser repelida pela lei, justificando a decretação de
falência." (Gomes, Fábio Bellote. Manual de Direito Empresarial. 7. ed. Pg. 372.
Bahia: Editora JusPodivm, 2018.)

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