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OCORRÊNCIAS NA SESSÃO DE JULGAMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI

SÃO JOSÉ
07 DE MAIO DE 2018.
● Ocorrências na sessão de julgamento do Tribunal do Júri
I- Diligências complementares podem ser requeridas; O juiz pode requerer
oitiva de testemunhas do juízo;
II- Momento para sanar irregularidades;
III- O tribunal é único, tudo deve estar pronto antes de sua ocorrência;
IV- Designação de data para ocorrer a sessão de julgamento;

● Desaforamento
Antes de ocorrer a sessão, porém, pode haver o desaforamento, deslocamento de
competência, com modificação territorial apenas (competência relativa). Não afasta a
competência do Tribunal do Júri, desloca-se apenas o local onde será realizada a
sessão.
● Razões que justificam o desaforamento (arts. 427/428 CPP):
1- Prevalência de interesses públicos:
I- interesse de ordem pública (grave comoção social que causam algum tipo
de intranquilidade naquela comarca e que podem prejudicar a sessão do
tribunal - lembrando sempre que o tribunal é composto por juízes leigos, que
estão mais sujeitos a pressão - assim, o legislador busca resguardá-los);
II- dúvida sobre a imparcialidade dos jurados (basta a dúvida, não é
necessária prova efetiva do comprometimento da imparcialidade);
III- dúvida quanto o resguardo da integridade física do acusado.

2- Excesso de prazo: envolve a garantia da duração razoável do processo.


O legislador determina o prazo de 6 meses, contados a partir da preclusão da
decisão de pronúncia.

● Procedimento de desaforamento: o órgão jurisdicional que determinará se


haverá desaforamento ou não é o órgão superior de jurisdição, ou seja o TJ ou
STJ.
● Legitimidade para requerer o desaforamento: para as hipóteses do art. 427,
qualquer uma das partes; para as hipóteses do art. 428, apenas a defesa (a
defesa seria a mais interessada no julgamento mais célere). Nas hipóteses do
art. 427, ainda, o juiz presidente do tribunal também poderá requerer o
desaforamento, trata-se de hipótese de representação do presidente tribunal
de júri.

● Procedimento do art. 427:


I- O tribunal superior poderá, em caráter liminar, determinar a suspensão do
julgamento. São situações que comprometem o andamento normal da sessão do júri,
de modo que se deixa-se o procedimento acontecer sem a decisão do desaforamento,
essa sessão poderá ser declarada nula. De modo que, dependendo da alegação e do
suporte probatório do requerimento, o tribunal determine a suspensão do julgamento,
até que seja decidido sobre o desaforamento.
II- Não há previsão legal de manifestação da parte contrária (se a defesa pede o
desaforamento, a acusação não se manifesta, e vice-versa). Porém, é uma questão
controvertida, e há autores que defendem que deve ser dado oportunidade para a
parte contrária se manifestar.
III- O juiz também deve ser ouvido antes do tribunal decidir (a não ser na hipótese que
haja a representação do juiz).

● Procedimento do art. 428:


I- Não cabe a suspensão no caso do art. 428, porque o que justifica o desaforamento
nesse caso é exatamente a demora em julgar.
II- Como somente a defesa pode requerer o desaforamento, há previsão legal que a
acusação pode se manifestar antes da decisão.
III- Não há previsão de manifestação prévia do juiz. O desaforamento é definitivo, não
é possível reaforamento. Mas nada impede que a nova comarca, para onde se
determinou a ida aos autos, existam requisitos para um novo desaforamento.

● Juízo da causa
Trata-se de um órgão jurisdicionado. O juiz divide a sua tarefa com os juízes leigos,
os jurados.

● Escolha dos jurados


São 25 jurados. A cada sessão plenária, 25 jurados vão comparecer, e serão
sorteados apenas 7 para formar o conselho de sentença, os quais efetivamente
julgarão o mérito da acusação.
Todo ano o Tribunal do Júri faz uma lista de jurados que irão atuar em todas as
sessões do ano seguinte. O juiz requisitará informações às mais variadas entidades,
para que indiquem pessoas que estariam habilitadas para serem jurados ( empresas
privadas, instituições de ensino, sindicatos, etc.). O CPP estabelece um número de
pessoas que deve compor essa lista, e o número de pessoas varia de acordo com o
tamanho da comarca (art. 425).
Publicada a lista, aguardam-se impugnações e, posteriormente, publica-se uma lista
definitiva. A partir dessa lista, fazem-se cédulas com todos os nomes, coloca-se as
cédulas na urna geral que fica lacrada com o juiz.
Aproximadamente 10/15 dias antes de cada reunião periódica do tribunal (art. 433,
§1º) é feita uma audiência de sorteio, um ato público. Nessa reunião são sorteados 25
jurados da urna geral. Essas 25 pessoas deverão participar de todas as sessões
marcadas para aquele mês.
Essas 25 cédulas são transferidas para outra urna, a urna de sorteio, que será levada
para cada sessão de julgamento e no dia da sessão, dos 25 nomes, sorteiam-se 7
(sete).

● Jurados
I- Isenção: art. 437. Isenta as pessoas do exercício da função de jurados. Estão
relacionados ao exercício de determinadas funções. Por exemplo, aos maiores de 70
anos é dada a faculdade para exercer a função de jurado ou não.
II- Impedimento: art. 448. Obstam que determinadas pessoas exerçam as funções de
jurados naquele conselho de sentença. Não é uma objeção a exercer a condição de
jurado, mas somente naquele conselho de sentença específico. Por exemplo, já
tem um parente que irá compor o conselho de sentença.
III- Proibição: art. 449 e art. 426, §4º.
(a) Jurado que atuou no julgamento anterior (súmula 206 STF) - houve uma
sessão do tribunal de júri, houve recurso e na apelação o julgamento foi
anulado, o que traz a necessidade de realizar uma nova sessão plenária.
Assim, os jurados que participaram do primeiro julgamento não poderão
participar do segundo;
(b) Jurado que integrou outro conselho de sentença no caso de concurso de
pessoas. Em caso de concurso, via de regra, todos serão julgados em uma
mesma sessão, salvo algumas poucas exceções. Contudo, quando houver
essa cisão, o jurado que compor o conselho de sentença em um desses
julgamentos não poderá participar do outro;
(c) jurado que tiver integrado o conselho de sentença nos últimos 12 meses
anteriores - o jurado que atuou em conselho de sentença um ano, não poderá
integrar no ano subsequente.
IV- Recusa: o jurado é obrigado a prestar esse serviço, se ele não comparecer sem
justificativa estará sujeito a certas providências, como multa (art. 436, §2º). Se a
recusa for motivada por questões religiosas, esse jurado deverá prestar um serviço
alternativo (art. 438), e se essa pessoa se recusar a prestar tais serviços alternativos,
terá suspenso seus direitos políticos.

● Função
I- Julgamento dos crimes dolosos contra a vida e conexos (os jurados são chamados
para analisar a imputação no sentido fático, cabendo a questão jurídica ao juiz);
II- Exercício efetivo - serviço público relevante (art. 439);
III- É considerado funcionário público (art. 327, CP) e tem responsabilidade criminal
(art. 445);
IV- Traz benefícios ao jurado nas licitações públicas e concursos (art. 440);
V- Preservação dos vencimentos (art. 441);
VI- Sujeito a prisão especial.

● Sessão de julgamento
1- Primeira providência: averiguar quem está presente e ausente.
I- Ausência do MP: não pode ser realizado o julgamento, adiamento para o
1º dia desimpedido (art. 455, CPP), não é possível nomear um promotor “ad
hoc”. Se isso ocorrer, o juiz deverá comunicar tal fato ao procurador geral para
ele adotar as medidas cabíveis, e se for o caso, designar um novo
representante do MP.
II- Ausência do advogado do réu: não é possível realizar o julgamento, deverá
ser adiado. Se a ausência é injustificada, o juiz deverá marcar uma nova data
e, nesse dia, já provocar a intimação da defensoria pública, pois se nessa
data o advogado não vier novamente, a defensoria que irá exercer a defesa do
réu. Entre essas audiências deverá ter o prazo de 10 dias para viabilizar a
defesa pela defensoria pública.
III- Ausência de réu que está solto (reforma de 2008): se o réu foi intimado para
a audiência, o julgamento ocorre de qualquer forma (art. 457). Tal ausência é
interpretada como exercício do direito de silêncio do réu.
IV- Ausência do réu preso: se o réu não foi conduzido à sessão do júri, haverá
adiamento do julgamento, a não ser que o defensor concorde em continuar a
sessão do julgamento. Há quem afirme que essa anuência só seria possível
pelo defensor constituído, e não pelo defensor dativo (Art. 457, 2º).
V- Ausência do assistente de acusação: se for injustificada, o julgamento é
realizado, porque não há prejuízo, pois o acusador principal está presente.
Mas se for apresentado motivos para sua ausência, há a possibilidade de se
adiar o julgamento, mas não é obrigatoriedade de adiamento.
VI- Ausência do advogado do querelante (hipótese de ação penal privada
substitutiva da pública): se injustificada, a ação é retomada pelo MP. Se há
justificativa, adia-se a sessão.
VII- Ausência de testemunhas: se foi arrolada em cláusula de
imprescindibilidade, encontrada e intimada (se não foi intimada, não há prejuízo
para o julgamento, pois é dever da parte fornecer o endereço correto da
testemunha), suspendem-se os trabalhos e é determinada a imediata
condução da testemunha; se isso não for possível/viável, adia-se a sessão
de julgamento determinando que o oficial de justiça conduza coercitivamente a
testemunha. Se no novo dia, a testemunha ainda assim não comparecer, o
julgamento será realizado.
VIII- Jurados: o juiz retira os nomes da urna e confere cédula por cédula quais
jurados estão presentes.
(a) Se comparecerem 15 dos 25 jurados, a sessão é realizada;
(b) Se compareceram menos de 15 jurados, não se realiza a sessão,
designa-se nova data.

2- Instaura-se a sessão, e é feito o pregão: é anunciado qual é o processo que será


colocado em julgamento. É um momento solene e formal, e é o momento limite para
que as partes possam alegar algum tipo de nulidade. Se a nulidade é relativa, e não
arguida nesse momento, ela é sanada.
3- Sorteio dos jurados que irão compor o conselho de sentença. O juiz deve advertir
os jurados que irá realizar o sorteio, lembrando-os das hipóteses de impedimento, etc.
O jurado sorteado se levanta e se apresenta às partes. As partes irão dizer se
concordam com o jurado - é o único momento em que a defesa se manifesta antes da
acusação. Cada uma das partes pode fazer três recusas injustificadas (recusas
peremptórias), e demais recusas justificadas, baseadas nas hipóteses de isenção, de
impedimento, etc.

(a) Um réu com um defensor: se o defensor rejeitar o jurado, a acusação sequer é


ouvida, o jurado é automaticamente excluído. Se a defesa aceita, e a acusação
recusa, o jurado é excluído. O jurado somente é aceito se tanto defesa e acusação
aceitarem.

(b) Vários réus com vários defensores: se o primeiro defensor recusa o jurado, ele já
é automaticamente excluído. Se o primeiro defensor aceita, e o segundo recusa, o
jurado já é excluído sem ouvir a acusação. Se todos os defensores aceitam e a
acusação recusa, o jurado é excluído. Quando todos aceitam, o jurado fará parte do
conselho de sentença.

(c) Quando forem várias partes e sucessivas recusas que inviabilizam a formação do
conselho de sentença (pode-se chegar a uma situação que não há jurados
suficientes): nesse caso, o julgamento será cindindo, será separado na hipótese de
pluralidade de réus com pluralidade de defensores. Serão designadas novas datas,
uma para cada réu. Preferência para o julgamento do autor do crime (art. 469, §2º),
em coautoria segue a ordem de preferência do art. 429, CPP.

4- Formação do conselho:
(a) tomada do juramento individual (art. 472);
(b) entrega de cópia da pronúncia, das decisões posteriores e o relatório feito pelo juiz
quando está preparando o julgamento (art. 472);
(c) uma vez escolhidos, eles se tornam incomunicáveis (não podem ter contato
externo, com outras pessoas fora do tribunal do júri) e são proibidos de manifestar sua
opinião entre eles (diferente do sistema americano), eles devem formar sua opinião
individualmente (adotamos o modelo de formação de convicção íntima).
5- Instrução do plenário
(a) Testemunhas do juízo
(b) Testemunhas da acusação e defesa

As perguntas dos advogados são feitas diretamente, mas o juiz exerce um poder
fiscalizatório e pode indeferir perguntas.
As perguntas dos jurados são feitas através do juiz presidente. Isso porque os jurados
são juízes leigos, e a formulação de suas perguntas pode indicar uma opinião do júri
sobre o caso, o que pode eivar de nulidade todo o procedimento. É uma questão
delicada, em que os juízes têm geralmente muita cautela.

(c) Acareações
(d) Esclarecimentos dos peritos (art.422 c/c art. 159, §5º)
(e) Interrogatório (art. 474): É meio de exercício de auto defesa. É realizado em
plenário, caso o réu tenha comparecido a sessão de julgamento.

Deve-se resguardar o direito d o acusado de entrevista com o seu defensor antes de


começar o interrogatório.
O acusado não está obrigado a responder às perguntas, e pode manter-se em
silêncio. Porém, é uma questão um pouco problemática, porque são os jurados que
irão avaliar o interrogatório. Nesse ponto, é preciso orientar bem os jurados para que
não avaliem negativamente se o acusado ficar em silêncio e não responder.
Existem duas partes do interrogatório: I- indagações pessoas sobre a vida familiar,
etc., trata-se da qualificação do acusado; II- perguntas relacionadas à imputação.
É conduzido pelo juiz presidente, e ao fim de suas perguntas, ele concede
oportunidade para que os jurados façam suas perguntas, as quais, na verdade, serão
feitas por intermédio do juiz presidente. Depois, a acusação faz perguntas (MP ou
querelante), depois o assistente de acusação e, por fim, a defesa.
No caso de vários réus com vários defensores - os advogados do réu que não está
sendo interrogado podem formular perguntas. Nesse caso, o juiz deve ser maleável,
e a ordem de suas perguntas deve ser, pelo menos, antes das perguntas da defesa,
para permitir a ampla defesa do acusado.
● Uso de algemas
Art. 474, §3º e Súmula Vinculante nº 11: Deve haver decisão do juiz devidamente
fundamentada em um dos casos da súmula vinculante nº 11 antes de permitir o uso
de algemas. Se ele for algemado sem decisão, o julgamento pode ser considerado
nulo. Essa determinação adveio porque alguns tribunais superiores vinham anulando
algumas sessões porque o réu teria ficado algemado durante toda a sessão. Um
dos motivos para tal é para proteger a convicção dos jurados - por serem juízes
leigos, seriam mais suscetíveis de certas impressões, os jurados poderiam ser
influenciados por tal imagem. Tal matéria foi então regulamentada.
Uso de Algemas - Restrições - Responsabilidades do Agente e do
Estado - Nulidades.
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia,
por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade
por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

● Observações:
1- A partir do momento que a parte arrola determinada testemunha, essa testemunha
passa a ser de interesse comum, e não somente da parte que a arrolou. Como
consequência, se a parte que arrolou a testemunha desiste da sua oitiva, a sua
desistência só produzirá efeitos se a outra parte também concordar. Se não concordar,
a testemunha será ouvida.
2- Embora a produção da prova esteja concentrada na instrução em plenário, nada
impede que durante os debates, as partes requeiram a reinquirição de testemunhas
já ouvidas (art. 476, §4º), quando, por exemplo, os debates suscitam pontos
controvertidos, para os quais é necessário ouvir novamente a testemunha. Nesse
caso, após os depoimentos das testemunhas, elas não são dispensadas, e ficam
aguardando durante a sessão de julgamento, diante da possibilidade de
reinquiri-las.
3- É possível a leitura de peças no plenário, como por exemplo, as testemunhas
ouvidas no âmbito de carta precatória, ou então as provas já realizadas por serem
cautelares.

● Debates em plenário
As partes devem manifestar sua tese e uma síntese de seus argumentos. É o
momento em que os jurados devem ser convencidos.
Tempo previsto: 1:30h para a acusação (envolve o acusador principal e o assistente
de acusação) e 1:30h para defesa (art. 477).
Limites dos fundamentos da sustentação: a decisão de pronúncia. Ou seja, o acusador
pode até suscitar uma situação menos gravosa do que a determinada na pronúncia,
mas não pode suscitar uma decisão mais grave. Inclusive, o MP, como custos legis,
pode até requerer a absolvição do réu, inobstante a decisão de pronúncia.
Há a possibilidade que o acusador suscite questões agravantes. Isso é permitido
porque tais questões não serão decididas pelos jurados, mas sim pelo juiz em eventual
dosimetria da pena. Mas há grandes controvérsias sobre tal questão na doutrina. Os
acusados não podem dormir, sob pena de nulidade do julgamento.
Réplica: 1h para cada. Se não houve réplica, não haverá tréplica.
Com o encerramento da fala da defesa, o juiz deve indagar se o acusador fará réplica,
se a resposta for não, encerram-se os debates. Mas essa resposta do acusador deve
ser simplesmente “não”, pois se fizer posterior considerações, poderá considerar
aquilo como réplica, por exemplo “não, porque as provas e os debates foram
suficientes para provar a culpa do acusado”. Há jurisprudência que indica isso como
réplica, devendo então haver tréplica.
Vários acusados: o tempo fica acrescido de mais uma hora para a acusação e para a
defesa, cada uma passa a ter 2h30. É o tempo máximo, ainda que hajam vários
defensores para os vários réus. Eles deverão dividir o tempo entre eles, e se não
houve consenso, o juiz que decide. O período de réplica e tréplica também dobra,
passando a ser de 2h.

● Indagação dos jurados


O juiz indaga se os jurados já estão aptos a decidir, ou se precisam de algum
esclarecimento. Se precisarem de esclarecimento, o que é momento de cautela para
que o jurado não expresse sua opinião sobre o procedimento.
Muitas das dúvidas podem ensejar a produção de nova prova. Se ela puder ser
produzida em plenário, suspende-se a sessão e ela é produzida. Se não puder ser
produzida em plenário, haverá dissolução do conselho, e será marcada nova sessão
(art. 481, CPP).
● Formulação de quesitos
Após os esclarecimentos, há a leitura dos quesitos. São perguntas formuladas pelo
juiz para que os jurados a respondam. Após a leitura dos quesitos, indaga se as
partes tem alguma dúvida ou impugnação. Se não houver, os jurados
encaminham-se a sala especial onde será realizada a votação.
Como são elaborados os quesitos (art. 482): Elementos que devem ser considerados:
I- Decisão de pronúncia e decisões posteriores, como as que confirmam a pronúncia,
ou para adequar a pronúncia aos fatos; II- interrogatório do acusado; e III- alegações
feitas pelas partes durante os debates.
Os quesitos devem ser redigidos de forma simples e objetiva, que demandem
respostas objetivas (“sim” ou “não”). Os quesitos devem ser elaborados em séries:
uma série para cada crime; se forem vários réus, uma série para cada réu (art. 483,
§6º).

● Sequência dos quesitos:


(a) Materialidade do fato: primeiro sobre o fato, depois sobre a causalidade;
(b) Autoria e participação;
(c) Se o jurado absolve ou não o acusado: a forma é preestabelecida em lei “os jurados
absolvem o acusado?”, e abrange todas as teses defensivas;
(d) Causa de diminuição de pena;
(e) Qualificadoras ou causa de aumento: estas devem estar previstas na
pronúncia ou decisões posteriores.
A defesa não precisa suscitar atenuantes, cabe ao juiz avaliar se há a presença
de agravantes ou atenuantes (art. 492, I, a, CPP).
● Sala secreta
Estão presentes os jurados, o juiz presidindo, e acompanhado por assistentes, pelos
defensores e pela acusação (e assistente). O juiz elabora o quesito, e passa uma urna
para os jurados depositar seu voto relativo à este quesito. Depois passa uma outra
urna para depositar as cédulas inválidas. O juiz, atingindo a maioria, pára de contar
os votos. Se houver contradição nas respostas, por exemplo, consideram que o
homicídio foi realizado por motivo louvável (relevante valor moral), e depois
reconhecem que foi também por motivo torpe - o juiz deve esclarecer as perguntas e
realizar nova votação.
Depois do fim da votação, o juiz irá dosar a pena. Elaborada a sentença, o juiz a lê
em plenário, momento em que o julgamento se torna público.

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