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Goiânia
2019
Representatividade a partir da operação historiográfica
O que significa história? A resposta mais sensata para essa pergunta talvez
seja que ela possua um sentido polissêmico. A História como campo disciplinar
específico, assumiu diversos sentidos ao longo do tempo. No século XIX o sentido da
História estava apoiado em uma cientificidade inspirado nos métodos das ciências
naturais. Já no século XX, mais especificamente após a Escola dos Annales, novas
questões foram colocadas, uma expansão nas fontes históricas possibilitaria um
tratamento mais aprofundado, consequentemente acarretaria em historiografias mais
ricas e abriria novos problemas para uma pesquisa. As novas mudanças mostrava
cada mais que as ciências humanas, não deveria (e não deve) estar pautada nos
mesmos métodos colocados pelas ciências naturais, principalmente porque são
objetos de estudos distintos.
Como foi abordado, a escolha por determinado tema pode estar intrinsicamente
ligado a vivencia do próprio historiador, visando uma explanação nas condições que
ele pode estar inserido. Por exemplo, uma mulher inserida em uma sociedade
patriarcal, pode se sentir atraída por pesquisa movimentos de igualdade de gênero,
um homossexual o movimento LGBT e um negro as lutas raciais. Mas qual seria a
relevância de estudar tais movimentos para a sociedade? De acordo com Reis “Para
a sociedade moderna, um conhecimento é valido por sua utilidade” (Reis, 1996, p.
88), portanto um conhecer somente por conhecer que não tenha um resultado
palpável não é reconhecido, mas o autor completa
De acordo com a autora, dar espaço para quem tem o lugar de fala é importante
visto que teríamos o “testemunho” de quem realmente sofre as pressões sociais na
pele. Prost em sua obra Doze lições sobre a História escreve um capitulo onde ele
apresenta algumas características do texto de História, em uma dessas características
ele diz
Pensar o lugar institucional, abre espaço para a discussão daqueles que vão
legitimar o trabalho do historiador. O historiador produz uma escrita, essa será
desenvolvida a partir de uma metodologia que vai desde a pesquisa, até a escrita,
mas quem avalia esse produto final? Essa avaliação ocorre no espaço denominado
como “pares”, ou seja, outros historiadores avaliam o trabalho para legitima-lo dentro
do campo historiográfico.
Prost, A. (2008). Doze lições sobre a história. (G. J. Freitas, Trad.) Belo Horizonte: Autêntica.
Reis, J. C. (1996). A História entre a filosofia e a ciência. São Paulo: Atica S.A.