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Encaminhado ao DJ Eletrônico

Relação: 0390/2019 Teor do ato: DECISÃO: Vistos. O Ministério Público Estadual ajuizou a
presente ação civil de responsabilidade por atos de improbidade administrativa em face de
JOSÉ DANILO DÂMASO DE ALMEIDA e ROSEDSON LÔBO SILVA, alegando que a Prefeitura do
Município de Marechal Deodoro teria realizado concurso público eivado de irregularidades,
mormente na contratação, que reputa irregular, da pessoa jurídica da qual o segundo réu é
proprietário, se impondo num tal contexto a nulidade do concurso por violação de princípios
da Administração. Inicialmente o ex gestor José Danilo Dâmaso de Almeida foi afastado
provisoriamente do cargo, havendo também a proibição da nomeação de novos aprovados no
concurso público impugnado e por fim o afastamento daquelas pessoas já nomeadas e
empossadas. O Município de Marechal Deodoro se colocou no polo passivo da ação ombreado
com o demandado José Danilo Dâmaso de Almeida, para defender a validade do concurso
público. Em sede de recurso, a Presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas modificou em
parte a decisão deste Juízo, para que fossem mantidos no serviço público municipal, os
servidores já nomeados e empossados. Também posteriormente o ex gestor afastado foi
reconduzido ao cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça. Notificados, os réus
apresentaram suas manifestações preliminares, pugnando pelo não recebimento da ação. Este
Juízo admitiu a ação contra os demandados recusando os argumentos e teses sustentados nas
referidas peças, determinando a citação dos réus para apresentarem contestação, no prazo de
quinze dias, conforme páginas 475 a 478. Ocorre que este juízo ao fazê-lo não atentou para o
teor do que se encontrava consignado nas páginas 446 a 448, no que diz respeito a decisão da
Superior Instância que teria reconhecido a prescrição da pretensão de declarar a nulidade do
concurso, deliberando pela extinção do processo com a apreciação do mérito. Houve a citação
dos demandados, sendo apresentadas contestações tanto pelo Município de Marechal
Deodoro, como pelo demandado ROSEDSON LÔBO SILVA. Este Juízo tendo verificado as
páginas 446 a 448 que há expressa referência a ementa de decisão da Superior Instância que
reconhecendo prescrição da pretensão de declarar a nulidade do concurso, deliberou pela
extinção do processo com a apreciação do mérito, acabou por determinar que fosse
colecionado aos autos o respectivo acórdão de inteiro teor, bem como havendo nos autos
decisão não conhecendo embargos infringentes manejado pelo M.Público, nas páginas 450 a
457, que fosse dado vistas às partes para querendo se manifestarem sobre a matéria no prazo
de 15 dias, após o que com ou sem manifestação viessem os autos conclusos para deliberação.
No aludido prazo apenas ROSEDSON LÔBO SILVA se manifestou, no sentido de que fosse dado
cumprimento a decisão do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, que declarou
prescrita a pretensão deduzida nesta ação. É o relatório. Decido. É de toda evidência que a
Superior Instância ao analisar em sede de agravo de instrumento, manuseado pelo Município
de Marechal Deodoro, que impugnou decisão interlocutória aqui prolatada nas páginas 168 a
186 ( afastamento provisório do prefeito, proibição da nomeação de novos aprovados no
concurso público impugnado e por fim o afastamento daquelas pessoas já nomeadas e
empossadas ), por maioria de votos declarou a prescrição da pretensão anulatória do concurso
público deduzida nesta ação. E mais, na referida deliberação, o presente processo foi
declarado extinto com a apreciação do mérito. Também não se evidenciou nos autos que o
venerando acórdão do Tribunal de Justiça deste Estado, de páginas 609 a 626, ainda esteja
sendo impugnado em fase recursal, haja visto que o recurso de embargos infringentes do M.
Público contra o acórdão não foi recebido, conforme páginas 450 a 457 e o agravo de
instrumento se encontra arquivado; bem como o M. Público intimado em sede desta ação, não
apresentou nenhum documento que pudesse indicar que a matéria continuaria sob apreciação
em alguma instância jurisdicional. Para este juízo se impõe de ofício a imediata retratação e
revogação da decisão de páginas 475 a 478, que inadvertidamente deliberou por receber a
presente ação contra os demandados, já estando a pretensão nela deduzida fulminada pela
prescrição, que fora reconhecida em Instância Jurisdicional Superior; o que invalida a mesma,
posto que este Juízo não encontraria no ordenamento jurídico pátrio nenhum amparo para
proceder desta maneira, se de fato tivesse um tal objetivo no seu horizonte de atuação. Claro
que o recebimento da ação por este juízo nas páginas 475 a 478, não teve a pretensão de
afrontar o julgado do Egrégio Tribunal de Justiça de Alagoas, isto somente acontecendo
porque o assunto não se encontrava devidamente exposto no âmbito da presente ação e
mesmo as partes quando citadas para contestarem a ação, nada suscitaram após o aludido
recebimento dela, até que o próprio juízo trouxesse aos autos o acórdão da Superior Instância,
com as considera

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